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Defesa Prévia em crime de lesões corporais com violência

doméstica e familiar contra a mulher

» Jailson da Silva Amaral

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA DE JOÃO PESSOA-PB

Processo nº xxxx

FULANO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado que
esta subscreve, com fundamento no artigo 396 e 396A do Código de Processo Penal,

vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar DEFESA PRÉVIA

ESCRITA, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

1. DOS FATOS:

O acusado foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas do artigo

129§ 9º c/c Art. 7º, I, da Lei 11.340/2006.

Consta da denúncia que no dia 10 de agosto de 2014, FULANO agrediu fisicamente

sua companheira ........................., já devidamente qualificada nos autos da presente

Ação.

As declarações feitas no inquérito policial pela suposta vítima são inverídicas. O que

ocorreu verdadeiramente, foi que a “vítima” deu início às agressões e para detê-la, o

acusado foi obrigado a revidar e levemente a machucou para evitar a continuidade da luta

corporal iniciada por ..........., caracterizando desta forma uma legítma defesa.

A própria suposta vítima declarou expontaneamente em sede policial que não tem

interesse em dá prosseguimento à presente Ação, demonstrando está arrenpendida por

não ter relatado os fatos como realmente eles aconteceram.

Assim, deve o acusado ser absolvido sumariamente pela prensença da excludente

de ilicitude do Artigo 25 do Código Penal Brasileiro, tendo em vista que agiu para repelir
moderadamente injusta agressão a direito seu, nos termos do Artigo 397, I, do Código de

Processo Penal Brasileiro.

Senão vejamos a nossa jurisprudência:

TJ-MG - Apelação Criminal APR 10325130015994001 MG (TJ-

MG) Jurisprudência • Data de publicação: 09/12/2015 Ementa:

APELAÇÃO CRIMINAL - LESÃO CORPORAL - VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA - LEI MARIA DA PENHA - CONDENAÇÃO -

IMPOSSIBILIDADE - LEGÍTIMADEFESA - EXCLUDENTE DE

ILICITUDE CONFIGURADA. Demonstrando as provas dos autos que

o acusado agiu para repelir as agressões da vítima, em meio a uma

discussão do casal, configurando a excludente de ilicitude da legítima


defesa, imperativo que seja mantida a sua absolvição.

Se Vossa Excelência não entender pelo reconhecimento da legítima defesa, que

absolva o acusado com esteio no princípio do “in dubio pro reu” ou no Artigo 386, VI, do

CPP.

Assim tem entendido os nossos Tribunais:

TJ-PE - Apelação APL 4193711 PE (TJ-PE) Jurisprudência • Data

de publicação: 15/07/2016 Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. AGRESSÕES MÚTUAS. AUSÊNCIA DE

PROVA SEGURA SOBRE O INÍCIO DA AGRESSÃO. SENTENÇA

ABSOLUTÓRIA MANTIDA. 1. No Estado Democrático de Direito a

existência de dúvida substancial é suficiente para absolver o réu da

imputação que lhe é feita na denúncia. Não se olvide que a ordem

jurídica penal encontra-se erigida sobre os pilares do in dubio pro reo

e da presunção de inocência, de forma que a existência de fundada

dúvida sobre a ocorrência do crime deve levar à absolvição do réu,

com fulcro no art. 386 , VI , do Código de Processo Penal , conforme

reconheceu o juiz a quo. 2. Não se sabendo em que circunstâncias

ocorreu a luta corporal entre a vítima e o acusado, ou seja, não

ficando claramente demonstrado quem iniciou as agressões,


praticadas mutuamente, a absolvição do réu se impõe. 3. Deve-se, na

hipótese, prestigiar o sentimento do juiz monocrático quanto às suas

impressões relativas à prova oral. Não se olvide que o juiz, que viu e

ouviu os depoimentos orais, está em condições mais adequadas para

formar a melhor convicção quanto à veracidade dos fatos.

TJ-MG - Apelação Criminal APR 10395090257415001 MG (TJ-

MG) Jurisprudência Data de publicação: 23/08/2013 Ementa:

LESÕES CORPORAIS. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PRATICADA

CONTRA MULHER. AGRESSÕES MÚTUAS. AUSÊNCIA DE

PROVAS CABAIS. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO "IN DUBIO PRO


REO". MANTER DECISÃO ABSOLUTÓRIA. - Não existindo nos autos

provas cabais capazes de afastar a tese de agressões mútuas e de

comprovar quem teria dado início as referidas agressões, há que ser

aplicado ao caso o princípio do "in dubio pro reo".

TJ-MG - Apelação Criminal APR 10408090235529001 MG (TJ-

MG) Jurisprudência Data de publicação: 08/03/2013 Ementa:

LESÕES CORPORAIS. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PRATICADA

CONTRA MULHER. AGRESSÕES MÚTUAS. AUSÊNCIA DE

PROVAS CABAIS. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO "IN DUBIO PRO

REO". MANTER DECISÃO ABSOLUTÓRIA. - Não existindo nos autos

provas cabais capazes de afastar a tese de agressões mútuas

argüida pelo acusado e de comprovar quem teria dado início as

referidas agressões, há que ser aplicado ao caso o princípio do "in

dubio pro reo", mantendo-se a absolvição.

TJ-MS - 00134261520138120002 MS 0013426-

15.2013.8.12.0002 (TJ-MS) Jurisprudência • Data de publicação:

09/05/2017 Ementa: E M E N T A – APELAÇÃO CRIMINAL –


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – VIAS DE FATO – RECURSO CONTRA

DECISÃO ABSOLUTÓRIA – INDÍCIOS DE EXISTÊNCIA DE

MÚTUAS AGRESSÕES – RECURSO DESPROVIDO. I - Quando os

elementos de prova constante da instrução processual não permitem

aferir indene de dúvidas que o apelado ofendeu a integridade corporal

da vítima, vislumbrando-se a possibilidade de agressões mútuas ou

mesmo do uso da força para se defender, a absolvição é medida de

rigor. II - Em face da constatação de mútuas agressões, se o acervo

probatório não permite afirmar que agressor e vítima agiram com a

intenção de provocar lesões ou se algum deles apenas tentou se

defender, imperiosa se torna a absolvição do acusado.


3. DOS PEDIDOS:

Ante o exposto, requer a absolvição do acusado nos termos do Artigo 397, I, do

CPP;

Subsidiariamente, absolvição com fulcro no Artigo 386, VI, do CPP, ou no Princípio

do in dubio pro reu;

Ou subsidiariamente em caso de uma eventual condenação, seja a pena substituída

por uma restritiva de direitos do Artigo 43 do Código Penal Brasileiro.

Termos em que,

Pede deferimento.

João Pessoa, 15 de agosto de 2018

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JAILSON DA SILVA AMARAL-Advogado

OAB nº 24.642/PB

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