Está en la página 1de 5

Nascimento de uma nação sob a Égide dos ideais

iluministas
Ente aproximadamente 1770 e 1850, na Europa e nas Américas, foram muitos os
movimentos político-sociais influenciados pelos ideais libertários das Luzes.
Constituem as chamadas Revoluções Liberais e estão na génese da Época
Contemporânea. A sua proximidade no tempo e âmbito geográfico fizeram o
historiador Jacques Godechot considerar estarmos na presença de “revoluções em
cadeia”, de uma “revolução ocidental” ou de uma “revolução atlântica”. A Guerra da
Independência americana, ocorrida nas colonias inglesas da América do Norte entre
1775 e 1783, foi o ponto de partida desse vasto movimento revolucionário.
Analisemos os seus motivos e as suas repercussões.

Antecedente: Um conflito Economico Entre A


Metrópole E As Colonias
Entre 1760, o monarca britânico Jorge III, acabado de subir ao trono, orgulhava-se
certamente, de contar na América do Norte com a Clónia de povoamento mais
importante do Mundo. Compunha-se 13 territórios escalonados ao longo da costa
atlântica, habitados por cerca de dois milhões de fies súbditos.
Travava-se, na altura, a Guerra Dos Sete Anos (1756-1763) e os colonos americanos
sentiam-se agradecidos pela proteção que a metrópole lhes concedia contra os
ameaçadores vizinhos das colonias francesas. Quando a guerra terminou, a Inglaterra
bem podia considerar-se uma feliz vencedora. Autentica rainha dos mares, detinha a
maior parte da frota naval e o maior império colonial da Época Moderna, ampliado
com as possessões que a França vencida lhe entrega pelo Tratado de Paris: nada
menos que o Canadá, vale do Oaio, margem esquerda do Mississípi, bem como
algumas Antilhas, as feitorias do Senegal em Africa e uma boa parte dos territórios da
India.
Para os colonos ingleses da America do Norte abria-se um grande campo de expansão
para oeste, desembaraçados agora da concorrência francesa. As suas expectativas
saíram, porem, frustadas. Uma proclamação real reservada aos índios o território a
oeste dos Apalaches. Para cumulo, a Inglaterra, em dificuldades financeiras pelo
esforço de guerra suportado, decidiu pedir aos colonos da America um contributo para
refazer o tesouro publico, alegando ter sido travada a guerra para salvaguardar os
respetivos territórios.
Tal contributo saldou-se num conjunto de taxas alfandegarias, votadas pelo
parlamento bitanico entre 1764 e 1767. Iriam onerar as importações coloniais de
melaço , papel, vidro, chumbo, chá. Em simultâneo, decretou um imposto de selo
sobre os documentos legais e as publicações periódicas.
Concebendo o Império como um todo, que deveria ser governado pela metrópole, de
quem dependia o bem comum, as autoridades britânicas quiseram levar ate as ultimas
consequências a teoria mercantilista do exclusivo comercial. Com uma grade falta de
habilidade politica, determinaram que as mercadorias da America do Norte so
poderiam ser exportadas para a Inglaterra ou para as outras colonias inglesas,
enquanto as mercadorias europeias so seriam importadas através de Londres!
Todas estas medidas foram sentidas como um ultraje pelos colonos americanos que,
depois d sangue vertido na Guerra Dos Sete Anos, tinham tomado consciência da
importância estratégica e econimica dos seus territorios.

A Reação Das Colónias: Da Contestação Aos


Impostos À Declaração de Independia
Embora reconhecendo a Parlamento de Londres o direito de regulamentar o comercio
colonial os americanos lamentavam que, na sua qualidade de cidadãos britânicos, não
estivessem representados naquela assembleia. Em tais circunstancias, os impostos
votados afiguravam-se-lhes ilegais e ameaçadores, tanto para vida económica do seu
pais, como para os seus diretos políticos. A resposta surgiu, por isso, clara e
inequívoca: “Sem representação não há imposição”. Esta dor a conclusão de um
congresso reunido em Nova Iorque, em 1765, o Stamp Act Congress que contou com a
presença de delegados de nove das colonias americana. Ai se proclamou que aos
cidadãos ingleses residentes ou não na Inglaterra, não se poderia impor nenhuma
contribuição que ano tivesse sido aprovada pelos seus representantes.
Posteriormente, nos portos de Nova Iorque, Filadelfia e Boston, os comerciantes
bacoitavam as mercadorias inglesas, favorecendo a entrada, pelo contrabando de
produtos estrangeiros. Enquanto isso, associações de operários recém- criadas,
apelidadas de “ Os filhos da liberdade”, obrigavam os distribuidores de papel selado à
demissão.
Entendendo por bem recuar, o Governo de Londres revogou, em Março de 1770, as
taxas,à exceção das que incidiam sobre o chá. Para piorar a situação, a concessão do
monopólio da venda do chá à Companhia das Índias privava os comerciantes
americanos dos lucros do transporte e da revenda daquele produto na América.
O vasto movimento de protesto desencadeou culminou naquele que é um dos
episódios carismáticos da revolução americana, conhecido por Boston Tea Party.
Ocorreu em 16 de Dezembro de 1773, em Boston, quando um grupo de jovens
disfarçados de índios lançaram ao mar a carga de chá transportada pelos navios da
companhia das Indias. Sentindo a honra da Inglaterra ultrajada, o rei Jorge III ordenou,
o encerramento do porto de Boston e a ocupação da cidade por regimentos ingleses,
exigindo-lhes o pagamento de uma pesada indeminização.
A feroz repressão que se abateu sobre Boston desenvolveu nos americanos um
instinto de solidariedade notável, que ao logo redundaria em consciência nacional.
Convicta do quanto havia a unir as colonias entre si e do quanto as separava da
metrópole opressora, a América inglesa preparava-se para a lua. E se no Primeiro
Congresso de Filadelfia, reunindo em setembro de 1774, ainda foram poucas as vozes
a clamar pela separação de Inglaterra, preferindo a defesa dos diretos pela via
negocial, a verdade é que de seguida, todo um dispositivo revolucionário se organizou.
Constituíram-se comités de correspondência, reuniram-se armas, treinaram-se
milícias. Um colono da Virginia, Goeorge Washinton , terá afirmado: “ Não hesitarei
um segundo em reunir mil homens para irem libertar Boston e pagar-lhes-hei o soldo
do meu próprio bolso”. Cada vez mais o objetivo era alcançar a independência para se
contruir uma sociedade mais livre e mais democrática. A frente do movimento
revolucionário, colocaram-se as colonias de Massachusetts e Virginia, colonias ricas
bastante povoadas. Os adeptos da reconciliação perdiam terreno e as posições
radicalizavam-se.
Os primeiros tiros da revolução americana soram em Abril de 1775, na pequena aldeia
de Lexinton, perto de Boston, quando uma coluna Inglesa enviada para apreender
armas ilegais, foi atacada pela população. Tal facto levou o monarca Jorge III a declarar
os americanos rebeldes e a envia tropas para esmagar a insurreição americana!
Na América, jornais e panfletos legitimavam a insubordinação. Entre eles, ficou famoso
o de Thomas Paine, intitulado “ Senso Comum” , escrito em 1776, que virou a opinião
americana contra o monarca inglês.
Naquele mesmo ao. Thomas Jefferson redigiu uma Declaração de Independência, que
os delegados de todas as colónias aprovaram no dia 4 de Julho, no segundo Congresso
de Filadelfia .
Pela primeira vez na historia os ideias iluministas da igualdade entre os homens e da
soberania popular eram aplicados na libertação de um povo do jugo opressor.

Da Guerra Da Independência Á Criação Da


República Federal Dos Estados Unidos Da América
Face ao bem armado e disciplinado exercito britânico, as milícias dos revoltosos não
estavam à altura de travar uma grande guerra de independência. Assim George
Washington foi escolhido para comandante-chefe do futuro exercito americano, ao
mesmo tempo que se encetou uma forte ação diplomática na Europa, a fim de
angariar apoios. Benjamin Franklin, jornalista, cientista e filantropo, que interviera já
na redação da Declaração de Independia , distinguiu-se em França com o seu talento
diplomático e simpatia.
Mas os franceses, apesar de não esquecerem a derrota que a Inglaterra lhes infligira
anos antes, não se quiseram comprometer de imediato com os revoltados, Só após a
batalha de Saratoga , em Outubro de 1777, na qual os americanos fizeram capitular
um pequeno exercito britânico, a França se inclinou para uma Aliança Oficial.
Celebrada em 1778, saldou-se no envio de homens, barcos, armas e dinheiro. Ao apoio
da França somou-se o da sua aliada, a Espanha, que também contribuiu com dinheiro e
uma esquadra para a causa americana. Estas ajudas vir-se-iam a revelar decisivas no
desfecho da guerra. Em 1781, o principal exercito inglês capitulou em Yorktown.
Atacada por franceses e espanhóis no Mediterrâneo e com derrotas navais na casta da
índia, infligidas também pelos franceses a Inglaterra decidiu-se pelas negociações de
paz. Pelo Tratado de Versalhes em 1783, reconheceu a Independência das 13
Colonias, entregando-lhes os território compreendido entre os Grandes Lagos , o
Oaio, o Mississípi e os Montes Apalaches, A França recuperou algumas das pequenas
Antilhas e as feitorias do Sengal, territórios perdidos em 1763. À Espanha foi restituída
a Florida.

Uma república federal


O modelo politico a adotar pelo jovem Estado não se afigurou, de momento claro. Os
pequenos Estados como Nova Jérsia, Delaware ou Geórgia, pretendiam uma federação
bastante descentralizada em que cada Estado seria praticamente autónomo. Esta
posição nacionalista tinha em Thomas Jefferson um bom defensor. Já os Estados de
maior dimensão, como Virgínia, Nova Iorque o a Pensilvânia, desejavam um governo
central forte. George Washington era advogado desta via.
Após longas discussões, os representantes de 12 dos 13 Estados que haviam assinado a
Declaração de Independência chegara ma um acordo em 1787. A Constituição assinada
instituiu a Republica dos Estados Unido da América sob a forma de uma republica
federal, na qual um Estado central poderoso, ocupando-se da defesa e das relações
internacionais, coexistia com os vários Estados federados, soberanos em matéria de
justiça e administração, autoridade policial e sistema de ensino.
No que se refere á organização do Estado central, a Constituição adotou o principio da
divisão dos poderes e do seu equilíbrio através de uma fiscalização mútua.
O poder legislativo foi confiado a um Congresso, formado por duas camaras, que
votava as leis e o orçamento. A Camara dos Representantes reunia os deputados de
cada estado, em numero proporcional á respetiva população. No Senado, por sua vez,
tinham assento dois representantes por Estado. Eleito por quatro anos, por sufrágio
universal indireto, o presidente detinha o poder executivo. Comandava os exércitos e
escolhia o governo. A George Washington coube a honra de ser, em 1789, o primeiro
presidente dos EUA.
Finalmente, um Tribunal Supremo, que reunia nove membros inamovíveis nomeados
pelo presidente, regulava os conflitos entre os Estados, superintendendo no poder
judicial.
À semelhança do verificado na Declaração de Independência, mais uma vez as ideias
dos filósofos das luzes se tornavam realidade. As emendas, entretanto acrescentadas à
constituição , reforçaram a salvaguarda dos Direitos do Homem, nomeadamente as
liberdades individuais e a igualdade de raças e sexos. Processado sob a égide das luzes,
o nascimento da nação americana criou o primeiro pais descolonizado do Mundo e a
primeira república democrática que fundamentava no voto dos seus cidadãos a
escolha dos órgãos máximos da soberania. Por isso, a revolução americana serviu de
exemplo e de estimulo à Revolução Francesa, desencadeada em 1778, ao povo
americano “ esperança do género humano”!

También podría gustarte