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Cinética da Decomposição Catalı́tica do Peróxido de Hidrogênio (H2 O2 )

Ianka C. B. Amador, Jhonny dos S. Ramos


Universidade Federal do Pará - Rua Augusto Corrêa, 01 - Belém - Pará - Brasil

1 Introdução
O peróxido de hidrogênio (H2 O2 ) é utilizado para diversas finalidades em nosso cotidiano
devido seu elevado poder de oxidação. O peróxido de hidrogênio é importante nas áreas envol-
vidas com alimentos, medicamentos, monitoramento de processos, dentre outras [3]. Seu poder
oxidante é superior ao do cloro, dióxido de cloro e permanganato de potássio [4]. As soluções
dessa substância são instáveis, pois o composto sofre naturalmente o processo de dismutação
ou desproporcionalmente [2], isto é, o mesmo composto se oxida e se reduz de forma lenta com
a formação de água e oxigênio. Sua instabilidade aumenta na presença de luz, experimentando
a ação da fotólise.
k
2H2 O2(aq) O2(g) + 2H2 O(l) (1)

O estudo cinético dessa reação pode ser avaliado utilizando um catalisador, componente que
acelera a velocidade da reação e é regenerado nos produtos, tal como o iodeto de potássio (KI).
A velocidade da reação quı́mica também é influenciada por outros fatores como a concentração
dos reagentes, variação de temperatura e pressão. Reconhecendo que a reação é de 1ª ordem,
velocidade da reação diretamente proporcional à concentração do reagente [1]:

d[H2 O2 ] d[O2 ]
− =2 = k [O2 ] (2)
dt dt
No entanto, a constante da reação quı́mica pode também ser avaliada em termos das pressões
parciais do gás oxigênio que é gerado, sendo possı́vel mensurar esta medida com base nos
conhecimentos hidrostática e na teoria dos gases ideais, já que a concentração molar do O2 será
n[O2 ] P[O2 ]
dada por V[O = RT
, reescreve-se a lei de velocidade como em termos de pressão e integra-se
2]
a derivada, resultando na seguinte equação:
P
−ln( )=kt (3)
Pinicial
Neste trabalho, estuda-se a cinética da reação de decomposição do peroxido de hidrogênio na
presença de iodeto de potássio a partir de medidas da pressão do O2 fornecidas pelo desloca-
mento da altura em um tubo manométrico, tendo como objetivo constatar a ordem da reação
quı́mica e determinar a constante de velocidade da reação.

2 Experimental
Inicialmente, verificou-se a vedação do aparato experimental (Figura 1) para garantir que
nenhum gás escapa-se ao longo do sistema, validando, assim, a coleta dos pontos experimentais.
Feita isso, adicionou-se 200mL de Peróxido 1% e 15 gotas da solução de iodeto de potássio (KI)
0,1M. Finalmente, acoplou-se o tubo manométrico ao balão volumétrico reacional por meio de
uma mangueira de silicone e fez-se o fechamento da válvula de pressão para, então, medir a
variação de 1cm da altura do fluido manométrico (H2 02 ), e consequentemente da pressão parcial
do oxigênio, em função do tempo decorrido. A junção entre o balão volumétrico reacional e o
tubo de condução do gás foi impermeabilizada com graxa de silicone para evitar vazamentos de
oxigênio e o experimento foi realizado a temperatuda ambiente.

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Figura 1: Aparato Experimental

3 Resultados e discussão
A Tabela 1 apresenta os valores obtidos para a reação de decomposição do H2 O2 catalisada
com KI. Com base nos resultados obtidos, é possı́vel determinar a pressão parcial do oxigênio
produzido P[O2 ] e a pressão total P do sistema durante a reação a partir das equações abaixo:

P[O2 ] = ρH2 O2 g h (4)

P = P[O2 ] + Patm (5)


Sendo h a variação da altura medida no tubo manométrico, a massa especı́fica ρ = 999Kg/m3
e a gravidade considerada g = 9, 81m/s2 . Assim, as pressões parciais obtidas são apresentadas
na Tabela 1.

Tabela 1: Resultados experimentais relacionados à pressão parcial de O2

Altura (m) Tempo (s) P[O2 ] (P a) P[O2 ] /Patm ln(P[O2 ] /Patm ) ln(P/Patm )
0,01 47 97,92 0,001 -6,94 0,001
0,02 91 195,85 0,002 -6,25 0,002
0,03 138 293,77 0,003 -5,84 0,003
0,04 182 391,70 0,004 -5,56 0,004
0,05 229 489,62 0,005 -5,33 0,005
0,06 271 587,54 0,006 -5,15 0,006
0,07 319 685,47 0,007 -5,00 0,007
0,08 363 783,40 0,008 -4,86 0,008
0,09 405 881,32 0,009 -4,74 0,009
0,10 445 979,24 0,010 -4,64 0,010

A pressão inicial de oxigênio é igual a pressão atmosférica sobre a mistura reacional, por
P 2]
isso, a Figura 2 mostra o gráfico de ln( P [O
atm
) em função do tempo. Mesmo que a Equação 3,
seja baseada na presença total de gás oxigênio, escolheu-se representar os dados somente com
base no gás produzido, ou seja, desconsiderou-se a somatória da pressão inicial no numerador
da Equação 3, pois Patm >>> P[O2 ] . Caso contrário, a pressão inicial, sendo muito maior,
mascararia os dados experimentais e por conseguinte apresentaria um resultado errôneo, sendo
representado quase perfeitamente por um modelo linear como mostra a Figura 3.

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Figura 2: Ajuste linear em relação ao gás oxigênio produzido

Figura 3: Ajuste linear em relação ao gás oxigênio total no sistema

Diante disso, a análise será baseada nos resultados que conseguem representar verdadeira-
mente a variabilidade do experimento. Assim, observa-se que os pontos tendem a um compor-
tamento linear tal como descrito na literatura. O coeficiente de determinação de R2 = 0, 9109
indica que aproximadamente 91,09% das variações de pressão parcial do oxigênio, quando se
varia 1cm da altura manométrica, é explicada por um modelo linear. O ajuste irregular dos
primeiros pontos pode ser explicado pela presença de erros operacionais ocorridos durante a
realização do experimento. Como, por exemplo, uma pequena perda de gás oxigênio durante
o fechamento da válvula de pressão ou mesmo erros relacionados à cronometragem do experi-
mento. Obteve-se k = 0, 0052 s−1 .

4 Conclusão
Segundo o resultado acima, conclui-se que a velocidade de decomposição de peróxido de
hidrogênio na presença de solução de iodeto de potássio como catalisador foi condizente com
o modelo teórico para uma reação de ordem 1, sendo realmente uma reação lenta na qual o ca-
talisador tem atividade significativa. Conclui-se ainda que o melhor método de avaliar os erros
experimentais é plotando o logaritmo natural da razão entre a pressão parcial de O2 produzido

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pela pressão inicial do sistema em função do tempo. Assim, o experimento consegue represen-
tar a realidade de maneira satisfatória, se fosse realizado cuidadosamente e caso fosse feito em
replicata.

Referências
[1] Leandro Aguiar. Cinética quı́mica aplicada. Escola de Engenhariade Lorena: São Paulo,
2018.
[2] Peter William Atkins and J De Paula. Fı́sico-quı́mica. v. 1. LTC: Rio de Janeiro, 2008.
[3] Ivanildo Luiz de Mattos, Karina Antonelli Shiraishi, Alexandre Delphini Braz, and
João Roberto Fernandes. Peróxido de hidrogênio: importância e determinação. Quı́mica
nova, pages 373–380, 2003.
[4] Walter C Schumb, Charles N Satterfield, and Ralph L Wentworth. Hydrogen peroxide.
1955.

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