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DISCENTES:
RESENHAS CRÍTICAS
CAMPINA GRANDE – PB
MAIO 2019
Temática do Grupo I: LDBEN 9.394/96
A LDBEN estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sancionada em 20
de dezembro de 1996 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que trouxe alterações na
LDB/61 trazendo a visão do Senador Darcy Ribeiro. A lei traz a importância da educação
escolar como meio da obtenção do trabalho e pratica social, logo, sendo um dever da família e
do Estado.
O ensino deve permitir igualdade das condições de acesso e permanência na escola,
como a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento a arte e o
saber, com pluralismo de ideias e tolerância; a gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais, valorização do profissional da educação escolar, à democratização
do ensino público, assim como a garantia de padrão de qualidade, coexistência do ensino
público e privado, valorização da experiência extraescolar, como também a vinculação do
espaço escolar e trabalho.
Também é dever do Estado a garantia de educação básica obrigatória e gratuita dos
quatro a dezessete anos de idade, dividindo-se em pré-escola; ensino fundamental e ensino
médio. Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Estabelece o
acesso gratuito ao ensino fundamental e médio para pessoas que não concluíram na idade
estipulada de quatro a dezessete anos. Incentivo ao conhecimento, pesquisa e criação artística.
Estabelece ensino noturno, adequando-se as condições do educando. Atendimento ao
educando em todas as etapas da educação básica por meio de programas de material
didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
A LDBEN definiu o que pode, o que é e o que não é permitido em termos
educacionais. Ela delimitou o papel da União, do Estado e dos munícipios, assim como,
trouxe a participação da família como primordial para a obtenção do sucesso da educação
brasileira, bem como o apoio dos integrantes que fazem parte do processo educativo. Sendo
todos os setores partes importantes de um processo colaborativo, no qual um sustenta o outro.
Porém, na pratica a LDBEN ainda deixa muito a desejar. O índice de analfabetismo
ainda é alto, embora em suas diretrizes esteja disponível o acesso gratuito a escola em todos
os níveis e em todas as idades. O que se faz pensar se a gratuidade é o único problema a ser
resolvido. Há também a evasão do ensino básico e superior, ocasionando pela desistência do
aluno a participação escolar, seja devido a questões de incentivo escolar no qual o aluno em si
não veja a educação como forma de atuação no social, assim como, não necessário para a
realização do trabalho. Também há o problema dos horários e períodos de participação
escolar, onde os alunos desistem da escola por não conseguirem conciliar o trabalho e escola,
ou mesmo, sua vida familiar e suas atividades escolares.
Assim, a LDBEN discute sobre a assistência a alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, dando suporte ao ensino
desses alunos para a inclusão do ensino. Porém, na maioria das escolas, os professores não
tem suporte para lidar com quantidades exorbitantes de alunos e precisa, além das suas
funções de docentes, buscar auxiliar ao máximo possível todos os alunos, cada um com suas
mais variadas necessidades. Além disso, a formação dos professores não abarca a gama de
qualificações necessárias para exercer a docência, tornando-os, muitas vezes, despreparados
para lidar com essas demandas.
Para além do trabalho do corpo docente para o funcionamento do processo de
ensino-aprendizagem, faz-se necessário a presença de auxiliadores nas salas de aulas. Tendo
em vista que o numero de alunos nas salas de aulas são consideravelmente superior à
capacidade de o professor auxiliar a todos e atender de forma satisfatória todas as
necessidades e demandas que surgem. Logo, podemos perceber que o numero de auxiliadores
ainda é pequeno diante dessa necessidade.
Outro problema que a LDBEN não cumpre é questão de inclusão. Como já dito
anteriormente, os alunos, mesmo em idades menores de 17 anos, como forma de ajudar em
casa acabam desistindo da vida escolar para encontrar trabalho informalmente. E, na escola,
onde deveria ter merenda escolar, o assistencialismo de promover recursos para a capacitação
destes, como material escolar e mesmo o transporte, não é cumprido, ou mesmo cumprido de
forma parcial.
As diretrizes da educação brasileira é um texto que inspira a objetivação, a educação
para todos, o cumprimento e fiscalização no meio educacional de melhoramento da qualidade
do ensino, assim como a igualdade do direito da educação. E embora esteja na lei, muito ainda
não é cumprido e há muitos problemas a serem resolvidos para este cumprimento de direitos.
Para isso, é necessária a interdisciplinaridade para resolver esses problemas. Como a própria
LDBEN comenta, é necessário que a família esteja relacionando-se aos atores na escola,
educadores e educando para que seja cumprido este direito, levando a reflexão da liberdade
para o bem comum, cumprindo a função de proporcionar aprendizagem e formação crítica.
REFERÊNCIAS
Como então conseguir aproveitar o máximo deste período, em especial dos anos finais,
e conseguir fazer valer de boa parte do conhecimento adquirido, todavia necessário, para o
nível médio de ensino? Essa é uma questão a ser trabalhada relacionando a situação vivida por
cada aluno no que diz respeito ao seu envolvimento com a dinâmica educacional e as
condições, muitas vezes precárias, oferecidas para seu engajamento e permanência na
conjuntura da educação brasileira.
De fato, se analisarmos numa perspectiva macro observamos através das estatísticas
fornecidas pelo censo escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (2018) dos anos de 2013 a 2017, vemos uma notável diminuição dos níveis de
aprovação nas quatro últimas séries de ensino, principalmente no 6° ano, se comparado ao
ciclo anterior.
Um outro questionamento pode surgir advindo desta problemática: qual seria o ponto
de divergência entre os primeiros para os últimos anos do ensino fundamental que
caracterizam esse aumento da reprovação escolar?
O Ministério da Educação (2015) orientado através do Art. 26 da Lei n° 9.394/96,
fornece o currículo de base nacional comum do ensino fundamental compreendendo os
seguintes componentes curriculares obrigatórios: Linguagens; Matemática; Ciências da
Natureza; Ciências Humanas; Ensino Religioso. Este ultimo sendo facultativo à decisão da
matrícula do aluno.
A “novidade” do Ensino Fundamental II é a fragmentação das disciplinas orientadas
pela base nacional curricular comum. O aluno ao adentrar nesta nova fase de ensino se depara
não com um único professor, como já estava habituado, mais sim com uma gama de
professores cada um com uma especialidade pré-definida afim de garantir um melhor
direcionamento daquele componente. Os horários de aula são definidos baseados na
“importância” da temática a ser ministrada, com cada professor aproveitando do tempo
reservado à esta. As áreas de Linguagem e Matemática ocupam uma carga horária
ligeiramente superior aos demais componentes curriculares.
Recuperando o último questionamento apresentado, agora temos uma base sólida para
podermos discuti-lo. Como fora colocado anteriormente, os anos finais apresentam um índice
de aprovação inferior aos iniciais, e o 6° ano é o “líder” deste placar. Quando integrado a essa
nova fase de ensino o aluno pode não conseguir se adaptar ao novo modelo proposto, dessa
maneira o vinculo criado com um único professor é quebrado, se fazendo necessário conviver
abruptamente com novas pessoas (especialmente os novos professores), além dos seus
próprios colegas de classe. Outro fator a ser levado em consideração é o aumento exponencial
da responsabilidade do aluno quanto as disciplinas, uma vez que cada disciplina passa a
“interagir” de forma distinta baseado principalmente na didática do professor e na
identificação do aluno com o conhecimento apresentado.
Então, atrelado a essa nova “roupagem” de ensino, o aluno agora terá de se preocupar
com um peso maior, tanto físico quanto psicológico. Sua bagagem de livros e cadernos
aumenta drasticamente e carregar sua mochila cheia de livros, isso se ele possuir uma, se
torna uma tarefa não muito satisfatória. A sua saúde mental poderá sofrer “alterações” dado a
criação de um novo manejo próprio para conseguir tratar de tantas matérias simultaneamente,
em vez de trabalha-las paulatinamente como fora “treinado” anteriormente nos anos iniciais.
Até sua eventual adaptação no novo modelo, o estudante irá enfrentar uma difícil escalada
para, enfim, conseguir se adequar minimante a recente mudança.
Os professores podem se tornar mais um fator a ser somado na dificuldade do
estudante com o “novo sistema”. Muitas das vezes os docentes ministram aulas em mais de
uma turma, de series diferente para conseguir cumprir sua carga horária, por exemplo, e em
consequência disto estes podem “errar” no manejo pedagógico que se deve ter em relação ao
estudante. Assim, eles poderão enxergar todo o alunado de uma escola a partir de única
configuração, ministrando o conteúdo sem se atentar aos fatores pertinentes ao “ano” que
estiver sendo colocado em questão. Ou seja, ele poderá dar conteúdo para alunos do 6° ano
utilizado de uma metodologia de ensino que é mais adequada ao 9° ano.
O inconveniente disto tudo é que a própria instituição, a Escola, não verifica ou avalia
os professores, e se o faz tenta “passar o pano” nos “defeitos” oriundos da classe, transferindo
o peso do desacordo com a matéria unicamente para o aluno, ou para sua situação social. Isto
nos remete a um reajuste do que Patto (1998) evidencia como fracasso escolar, atualizando
através da conjuntura atual as variáveis de ação deste problema.
Não queremos e nem devemos responsabilizar “alguém” – no sentido individual da
coisa – quando nos deparamos com um problema desta magnitude na educação. As políticas
públicas de educação colaboram para a construção de um sujeito “ativo” na sociedade, porém
não devemos nos atentar somente ao conteúdo colocado em sala de aula, ainda que isso não
seja transmitido da melhor maneira, não é a única forma de se “educar”.
Portanto, apesar das dificuldades enfrentadas pelo aluno nos últimos anos do ensino
fundamental, e da eventual dificuldade no ensino médio em razão de um mau aproveitamento
do conteúdo ministrado, como fora apresentado sendo oriunda de uma “fraca pedagogia”
docente e de novas variáveis para o “fracasso escolar”, que pode ser exemplificada através da
carência de transporte adequado para a escola e ademais outros elementos, faz necessário uma
junção da responsabilidade do sistema de ensino em questão. Tampouco devemos “correr
atrás” de um culpado e jogar toda essa responsabilidade.
Aquilo que deve ser colocado em voga é a organização de todo o sistema de ensino,
em particular do Ensino Fundamental II, procurando novas possibilidades de ação de todas as
“cabeças” da educação: o Estado, os docentes e os discentes. Para tanto esta trindade devera
refletir como poderá agir em uníssono principalmente nas práticas pedagógicas e assistenciais.
Reforçamos que não devemos generalizar um ideal de vilania com origem em alguma dessas
cabeças citadas anteriormente, pois tudo isso só contribuiria a uma perda do foco da busca
para uma resolução conjunta.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei N° 11.274, de 2006. Alteração da redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11274.htm#art3> Acesso
em: maio. 04 maio. 2019.
QUADROS, Neli Helena Bender. Politicas publicas voltadas para a qualidade do ensino
fundamental: inquietudes e provocações a partir do plano de desenvolvimento da
educação. Disponível em: <https://secure.upf.br/pdf/2008NeliBenderdeQuadros.pdf > Acesso
em: 04 de maio de 2019.