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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS


DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CURSO DE PSICOLOGIA

DOCENTE: Ana Cristina Rabelo Loureiro

DISCENTES:

Allan John Tavares Coelho MAT: 162280238


Bruna Evangelista de Sousa MAT: 162280335
Dayza Vasconcelos de Assis MAT: 161281338
Saionara Santos Leite MAT: 161281249
Maria de Lourdes D. do Nascimento MAT: 162280211
Márcia Novaes P. do Nascimento MAT: 132283859

RESENHAS CRÍTICAS

CAMPINA GRANDE – PB
MAIO 2019
Temática do Grupo I: LDBEN 9.394/96
A LDBEN estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sancionada em 20
de dezembro de 1996 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que trouxe alterações na
LDB/61 trazendo a visão do Senador Darcy Ribeiro. A lei traz a importância da educação
escolar como meio da obtenção do trabalho e pratica social, logo, sendo um dever da família e
do Estado.
O ensino deve permitir igualdade das condições de acesso e permanência na escola,
como a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento a arte e o
saber, com pluralismo de ideias e tolerância; a gratuidade do ensino público em
estabelecimentos oficiais, valorização do profissional da educação escolar, à democratização
do ensino público, assim como a garantia de padrão de qualidade, coexistência do ensino
público e privado, valorização da experiência extraescolar, como também a vinculação do
espaço escolar e trabalho.
Também é dever do Estado a garantia de educação básica obrigatória e gratuita dos
quatro a dezessete anos de idade, dividindo-se em pré-escola; ensino fundamental e ensino
médio. Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Estabelece o
acesso gratuito ao ensino fundamental e médio para pessoas que não concluíram na idade
estipulada de quatro a dezessete anos. Incentivo ao conhecimento, pesquisa e criação artística.
Estabelece ensino noturno, adequando-se as condições do educando. Atendimento ao
educando em todas as etapas da educação básica por meio de programas de material
didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
A LDBEN definiu o que pode, o que é e o que não é permitido em termos
educacionais. Ela delimitou o papel da União, do Estado e dos munícipios, assim como,
trouxe a participação da família como primordial para a obtenção do sucesso da educação
brasileira, bem como o apoio dos integrantes que fazem parte do processo educativo. Sendo
todos os setores partes importantes de um processo colaborativo, no qual um sustenta o outro.
Porém, na pratica a LDBEN ainda deixa muito a desejar. O índice de analfabetismo
ainda é alto, embora em suas diretrizes esteja disponível o acesso gratuito a escola em todos
os níveis e em todas as idades. O que se faz pensar se a gratuidade é o único problema a ser
resolvido. Há também a evasão do ensino básico e superior, ocasionando pela desistência do
aluno a participação escolar, seja devido a questões de incentivo escolar no qual o aluno em si
não veja a educação como forma de atuação no social, assim como, não necessário para a
realização do trabalho. Também há o problema dos horários e períodos de participação
escolar, onde os alunos desistem da escola por não conseguirem conciliar o trabalho e escola,
ou mesmo, sua vida familiar e suas atividades escolares.
Assim, a LDBEN discute sobre a assistência a alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, dando suporte ao ensino
desses alunos para a inclusão do ensino. Porém, na maioria das escolas, os professores não
tem suporte para lidar com quantidades exorbitantes de alunos e precisa, além das suas
funções de docentes, buscar auxiliar ao máximo possível todos os alunos, cada um com suas
mais variadas necessidades. Além disso, a formação dos professores não abarca a gama de
qualificações necessárias para exercer a docência, tornando-os, muitas vezes, despreparados
para lidar com essas demandas.
Para além do trabalho do corpo docente para o funcionamento do processo de
ensino-aprendizagem, faz-se necessário a presença de auxiliadores nas salas de aulas. Tendo
em vista que o numero de alunos nas salas de aulas são consideravelmente superior à
capacidade de o professor auxiliar a todos e atender de forma satisfatória todas as
necessidades e demandas que surgem. Logo, podemos perceber que o numero de auxiliadores
ainda é pequeno diante dessa necessidade.
Outro problema que a LDBEN não cumpre é questão de inclusão. Como já dito
anteriormente, os alunos, mesmo em idades menores de 17 anos, como forma de ajudar em
casa acabam desistindo da vida escolar para encontrar trabalho informalmente. E, na escola,
onde deveria ter merenda escolar, o assistencialismo de promover recursos para a capacitação
destes, como material escolar e mesmo o transporte, não é cumprido, ou mesmo cumprido de
forma parcial.
As diretrizes da educação brasileira é um texto que inspira a objetivação, a educação
para todos, o cumprimento e fiscalização no meio educacional de melhoramento da qualidade
do ensino, assim como a igualdade do direito da educação. E embora esteja na lei, muito ainda
não é cumprido e há muitos problemas a serem resolvidos para este cumprimento de direitos.
Para isso, é necessária a interdisciplinaridade para resolver esses problemas. Como a própria
LDBEN comenta, é necessário que a família esteja relacionando-se aos atores na escola,
educadores e educando para que seja cumprido este direito, levando a reflexão da liberdade
para o bem comum, cumprindo a função de proporcionar aprendizagem e formação crítica.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei N° 9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2006. Disponível
em:<https://proplan.ufersa.edu.br/wp-content/uploads/sites/7/2014/09/LEI-n%C2%B0-9.394-de-20
-de-dezembro-de-1996.pdf > Acesso em: maio. 04 maio. 2019.
Temática do Grupo II: Políticas Públicas de
Educação Infantil
A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. É a única que está vinculada
a uma idade própria: atende crianças de zero a três anos na creche e de quatro e cinco anos na
pré-escola. Tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade
(LDB, art.29).
Esse tratamento integral das várias dimensões do desenvolvimento infantil exige a
indissociabilidade do educar e do cuidar no atendimento às crianças. A educação infantil, como
dever do Estado, é ofertada em instituições próprias — creches para crianças até três anos e
pré-escolas para crianças de quatro e cinco anos — em jornada diurna de tempo parcial ou
integral, por meio de práticas pedagógicas cotidianas. Essas práticas devem ser
intencionalmente planejadas, sistematizadas e avaliadas em um projeto político-pedagógico
que deve ser elaborado coletiva e democraticamente com a participação da comunidade escolar
e desenvolvido por professores habilitados. A educação infantil, cuja matrícula na pré-escola é
obrigatória para crianças de quatro e cinco anos, deve ocorrer em espaços institucionais,
coletivos, não domésticos, públicos ou privados, caracterizados como estabelecimentos
educacionais e submetidos a múltiplos mecanismos de acompanhamento e controle social.
A partir da significativa demanda e expansão da educação infantil, e considerando as
competências da União de coordenar a Política Nacional de Educação, de prestar assistência
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento
da educação e de estabelecer diretrizes para a educação infantil, o Ministério da Educação vem
implementando ações que visam garantir não apenas a expansão da oferta de educação infantil,
mas também a qualidade no atendimento às crianças de zero a seis anos de idade, em creches e
pré-escolas.
A educação infantil é um direito humano e social de todas as crianças, sem distinção
decorrente de origem geográfica, caracteres do fenótipo (cor da pele, traços de rosto e cabelo),
da etnia, nacionalidade, sexo, de deficiência física ou mental, nível socioeconômico ou classe
social. Também não está atrelada à situação trabalhista dos pais nem ao nível de instrução,
religião, opinião política ou orientação sexual.
A educação infantil no Brasil é responsabilidade dos municípios, que recebem apoio
dos estados e do governo federal para que possam oferecer uma formação inicial de qualidade
às crianças de 0 a 5 anos de idade. A Constituição Federal atribuiu ao Estado o dever de
garantir o atendimento às crianças de 0 a 6 anos em creches e pré-escolas (art. 208, IV),
especificando que à União cabe prestar assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito
Federal e aos municípios para garantir equalização das oportunidades e padrão mínimo de
qualidade. Especificando ainda mais, determinou que os municípios atuassem prioritariamente
no Ensino Fundamental e na Educação Infantil (art. 211, § 2º). Para cumprir esse papel foi
aprovado em 2001 o Plano Nacional de Educação, que assim se expressa em relação às
competências dos entes federados:

Na distribuição de competências referentes à educação infantil, tanto a Constituição


Federal quanto a LDB são explícitas na corresponsabilidade das três esferas de
governo. Municípios, Estado e União . e da família. A articulação com a família visa,
mais do que qualquer outra coisa, ao mútuo conhecimento de processos de educação,
valores, expectativas, de tal maneira que a educação familiar e a escolar se
complementem e se enriqueçam, produzindo aprendizagens coerentes, mais amplas
e profundas. Quanto às esferas administrativas, a União e os Estados atuarão
subsidiariamente, porém necessariamente, em apoio técnico e financeiro aos
Municípios, consoante o art. 30, VI, da Constituição Federal.

A autonomia dos entes federados e o regime de colaboração são dois princípios


indissociáveis no sistema federativo brasileiro. O objetivo comum de garantir os direitos da
criança, entre eles o direito à educação, só pode ser alcançado, portanto, mediante a
cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, de acordo com as
definições constitucionais e legais vigentes.
A educação infantil enfrenta uma série de desafios em nosso país. O primeiro deles está
relacionado à sua importância em si, uma vez que o entendimento de muitos é de que esta
primeira fase serve apenas para a criança aprender a “brincar”. No entanto, ela é muito mais do
que isso. A educação infantil pode fazer uma grande diferença na formação intelectual, social e
até profissional da criança. Isso porque é nesse momento que as crianças estão recebendo
informações que servem como auxílio para a aprendizagem da leitura e da escrita, por exemplo.
Um dos pensamentos que refletem a precariedade da educação infantil no Brasil é de que essa
fase não é tão importante. Porém, existe uma diferença bem característica entre a criança que
tem e a que não tem estímulo.
É importante observar dois aspectos de grande relevância para o alcance de metas e
objetivos do Ensino Infantil: a formação dos professores e infraestrutura adequada de creches e
pré-escolas.
A formação adequada de professores é de suma importância, pois é através dessa que
o professor torna-se capaz de exercer sua profissão com eficiência. Não sendo diferente das
outras áreas da educação, a formação de docentes para o ensino infantil é fundamental, pois
essa serve de base para a formação dos alunos. Assim, esse processo requer cuidado e maior
rigor quando o professor decida dar início a sua formação, pois este terá em suas mãos a
grande responsabilidade de iniciação do processo de desenvolvimento da criança enquanto
aluno, servindo de suporte para a organização do seu processo de conhecimento, de acordo
com o pensamento de Krefta (2011) a mencionar que quanto menor a criança, mais bem
preparado deve ser o profissional para poder então lhe dar o devido atendimento.
Os professores atuantes nessa área da educação eram vistos apenas como cuidadores,
pois a educação neste período apresentava um caráter assistencialista, no qual os pais
deixavam seus filhos nas instituições com o intuito de que esses profissionais pudessem
“cuidar” destes enquanto estivessem no trabalho, tirando desses a função de professores para
cuidadores. Com isso, ocorre a desvalorização dos docentes que operam nessas instituições,
como ocorria com frequência no país. Por isso, a recorrente formação e contratação de
mulheres no magistério, por serem essas mais próximas aos cuidados com crianças, assim
eram vistas como mais adequadas para exercer essa profissão, pois essa fase do ensino deveria
estar próxima ao que a criança vivia em casa (KREFTA, 2011).
Sabe-se que a preparação de professores para a educação infantil por muito tempo não
era efetuada com precisão, dado que lecionava nessa modalidade qualquer pessoa que se
considerava capaz, até por afinidade com crianças ou por apadrinhamento, estava habilitado a
desempenhar essa função, mesmo sem uma formação adequada. No entanto, o interesse para
formar profissionais aptos e capazes de ensinar na educação infantil é pensado a partir dos
anos 90, quando é promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB
9394/96), na qual afirma em seu artigo 62: a formação de docentes para atuar na educação
básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura de graduação plena, em
universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para
exercício do magistério na Educação Infantil e nas quatro primeiras séries do ensino
fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.
Assim, torna-se obrigatório a formação apropriada do professor para o exercício
nessa modalidade de ensino, não permitido que esse seja praticado por pessoas sem
preparação. Dessa forma, não se concede o cargo aqueles que são indicados ou sentem-se
aptos a realizar tal função, pois para iniciar a formação de crianças é preciso que ocorra um
processo de qualificação profissional apropriado para atuar como professor de Educação
Infantil. Ou seja, o professor precisa ter conhecimento teórico e prático de como acontece o
desenvolvimento da criança nos aspectos cognitivo, físico, motor, emocional, afetivo, social,
psíquico entre outros, tendo tais aspectos em consideração vê-se então a relevância de uma
formação acadêmica que permita ao docente assumir então essa tarefa.
Em relação ao espaço físico é importante considerar que o meio deve ser pensado de
modo no qual as crianças possam usufruí-lo de maneira plena, com segurança e conforto. No
planejamento e na estruturação do espaço físico, devem-se levar em conta os projetos, as
atividades desenvolvidas e a faixa etária das crianças.
A importância da Educação Infantil é comprovada pelo interesse que vem ganhando
ao longo da história, e sua eficácia é garantida pela combinação dos seguintes fatores:
consideração às características da criança, ambiente adequado a cada fase do seu
desenvolvimento, profissionais preparados, socialização com indivíduos semelhantes e
estímulo à criança. Ela precisa de assistência, cuidado e, consequentemente, de educação
dirigida que lhe possibilite um amplo desenvolvimento de suas faculdades mentais e físicas.
Contudo a educação familiar, aliada à escolar, permitirá que a criança ultrapasse as diversas
transformações que ocorrerá ao longo de sua vida, de forma equilibrada e sadia.
REFERÊNCIAS

BRASIL. BRASIL. MINISTÈRIO DA EDUCAÇÂO. Política Nacional de Educação


Infantil: pelos direitos das crianças de zero a seis anos à Educação. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/polinaci.pdf>

MORGAN, D.A. da R.; SILVA,J.G; KNACKFUSS, M. I.; MEDEIROS,H.J. As políticas


públicas no contexto da educação infantil brasileira. São Paulo, 2014. Constr. Psicopedago.
Vol.22 n.23. Disponível:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttex&pid=S1415-69542014000100004>

Temática do grupo III e IV: Políticas


Públicas do Ensino Fundamental
O ensino fundamental no Brasil se baseia nos preceitos da Lei n° 9.394/96, tendo sido
ampliado posteriormente através da Lei n° 11.274 de 2006, principalmente no que diz respeito
à permanência do aluno nessa fase de ensino, ficando agora por 9 anos (1° ano ao 9° ano) em
vez de 8. Sendo 5 anos no primeiro ciclo (1° ao 5° ano) e 4 anos no segundo ciclo (6° ao 9°
ano) (BRASIL, 2006).
O ensino fundamental tem como principal função aspectos como: a formação básica
social e cognitiva a partir do desenvolvimento da leitura, calculo e escrita, da carga de
aprendizagem que será apresentada através de outras matérias (biologia, história, geografia...),
do convívio social e dos laços formados nos anos que virão, a compreensão política,
tecnológica e do ambiente natural a sua volta. Sendo o local onde a criança deverá passar uma
parte significativa do seu tempo, atuando, não somente na formação intelectual, mas também
na formação da cidadania da mesma. Essa, como todo o ensino, deve ser oferecida pelo
Estado, contudo, o setor privado vem ganhando força e renome na área, além da
obrigatoriedade da matricula da criança ao completar 6 (seis) anos de idade.
Tratando-se dos primeiros anos deensino, categorizado como Ensino Fundamental I, a
carga horaria escolar nesse período é de aproximadamente 4 (quatro) horas mínimas diárias,
com o aumento progressivo ao ingressar nas series seguintes. Havendo apenas um professor
(com a possibilidade de um auxiliar em escolas especificas) contemplando todo o encargo
teórico a ser apresentado nas disciplinas básicas – Língua portuguesa, matemática, ciências,
história, geografia, filosofia e inglês –, estas podendo sofrer acréscimos de acordo com a
escola e cultura da região, podendo então possuir outros professores para disciplinas
especificas como Educação Física, Artes e Música.
Entretanto, de acordo com Resolução CNE/CEB nº 7, de 14/12/2010, considera-se
um período integral, que se constituiria por uma jornada de ensino de 7 (sete) horas diárias,
onde a criança teria acesso a uma forma de ensino mais ampla e melhorada, alimentação,
atividades extra classe como reforço escolar, música. Contudo a implementação desse ensino
vem sendo questionada, devido a situação precária onde muitas escolas da rede pública
passam por situações de descaso e falta de verba. Surge-se então o questionamento: Como a
escola se manteria aberta por um período maior de tempo se não possui o suporte para se
manter nas condições atuais?
Algumas escolas já aderiram a pratica, contudo, à exceção do ensino particular e
algumas escolas pontuais, passam por dificuldades como falta de estrutura física, afinal, os
alunos antes divididos em dois turnos, passam a frequentar a escola no mesmo horário, falta
de alimentação adequada para todos, profissionais adequados e em quantidade necessária.
Sendo de extrema importância esta fase do ensino, é o alicerce que irá dá a sustentação para
toda a vida acadêmica do indivíduo, onde pode-se afirmar que quanto melhor for a base mais
forte será a ascendência da criança para as series posteriores, quando se leva em consideração
uma concepção generalizada e normativa padrão.
Portanto, o que ocorre com o sucateamento do ensino público é uma decadência do
ensino, uma maior desistência nos anos posteriores e uma lacuna de aprendizagem que
dificulta o trabalho dos profissionais de área que precisam tampona-la, muitas vezes de
maneira superficial, para poder realizar seu trabalho, que não poderá ser tão efetivo quanto
deveria. Principalmente com a atual conjectura política e o corte de verba para o ensino,
poderemos observar de forma mais explicita tais condições em toda a educação pública do
país.
Levando-se em consideração que os primeiros anos do Ensino Fundamental trazem o
contato e o convívio social durante a fase de desenvolvimento cognitivo e social da criança, e
como já foi citado, é essencial para a formação cidadã, vale salientar que a desigualdade
promovida pelo ensino, com a separação do ensino em privado – como um suposto ensino de
qualidade - e público – como ensino sucateado- é um dos fatores que proporcionam o
abandono educacional e a idealização de que o ensino fundamental seja o suficiente para a
formação do indivíduo de baixa renda econômica, onde esse ocupará as categorias de
emprego de menor rentabilidade, incapacitando uma possível ascendência social, como será
mostrado a posteriori.
Nesta parte do trabalho daremos uma maior ênfase aos quatro anos finais do ensino
fundamental brasileiro, caracterizando a sua funcionalidade a partir de uma analogia
recorrente de ser tido como porta de entrada para o ensino médio. É a partir do ensino
fundamental que podemos perceber como o aluno desenvolve suas potencialidades, sua
consciência enquanto sujeito na sociedade, ao passo que amadurece cognitivamente.
Nesse sentido, completando o argumento anterior, temos em:

Os novos recursos de pensamento que os estudantes desenvolvem nessa etapa


constituem importantes bases para que os 4 conhecimentos e habilidades adquiridos
nos anos iniciais do Ensino Fundamental sejam ampliados e aprofundados,
constituindo um repertório de saberes que favoreça a compreensão de sua realidade
e da forma como nela se atua, permitindo a conquista de um novo grau de autonomia.
(DAVIS et al., 2012, p.3-4)

Como então conseguir aproveitar o máximo deste período, em especial dos anos finais,
e conseguir fazer valer de boa parte do conhecimento adquirido, todavia necessário, para o
nível médio de ensino? Essa é uma questão a ser trabalhada relacionando a situação vivida por
cada aluno no que diz respeito ao seu envolvimento com a dinâmica educacional e as
condições, muitas vezes precárias, oferecidas para seu engajamento e permanência na
conjuntura da educação brasileira.
De fato, se analisarmos numa perspectiva macro observamos através das estatísticas
fornecidas pelo censo escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (2018) dos anos de 2013 a 2017, vemos uma notável diminuição dos níveis de
aprovação nas quatro últimas séries de ensino, principalmente no 6° ano, se comparado ao
ciclo anterior.
Um outro questionamento pode surgir advindo desta problemática: qual seria o ponto
de divergência entre os primeiros para os últimos anos do ensino fundamental que
caracterizam esse aumento da reprovação escolar?
O Ministério da Educação (2015) orientado através do Art. 26 da Lei n° 9.394/96,
fornece o currículo de base nacional comum do ensino fundamental compreendendo os
seguintes componentes curriculares obrigatórios: Linguagens; Matemática; Ciências da
Natureza; Ciências Humanas; Ensino Religioso. Este ultimo sendo facultativo à decisão da
matrícula do aluno.
A “novidade” do Ensino Fundamental II é a fragmentação das disciplinas orientadas
pela base nacional curricular comum. O aluno ao adentrar nesta nova fase de ensino se depara
não com um único professor, como já estava habituado, mais sim com uma gama de
professores cada um com uma especialidade pré-definida afim de garantir um melhor
direcionamento daquele componente. Os horários de aula são definidos baseados na
“importância” da temática a ser ministrada, com cada professor aproveitando do tempo
reservado à esta. As áreas de Linguagem e Matemática ocupam uma carga horária
ligeiramente superior aos demais componentes curriculares.
Recuperando o último questionamento apresentado, agora temos uma base sólida para
podermos discuti-lo. Como fora colocado anteriormente, os anos finais apresentam um índice
de aprovação inferior aos iniciais, e o 6° ano é o “líder” deste placar. Quando integrado a essa
nova fase de ensino o aluno pode não conseguir se adaptar ao novo modelo proposto, dessa
maneira o vinculo criado com um único professor é quebrado, se fazendo necessário conviver
abruptamente com novas pessoas (especialmente os novos professores), além dos seus
próprios colegas de classe. Outro fator a ser levado em consideração é o aumento exponencial
da responsabilidade do aluno quanto as disciplinas, uma vez que cada disciplina passa a
“interagir” de forma distinta baseado principalmente na didática do professor e na
identificação do aluno com o conhecimento apresentado.
Então, atrelado a essa nova “roupagem” de ensino, o aluno agora terá de se preocupar
com um peso maior, tanto físico quanto psicológico. Sua bagagem de livros e cadernos
aumenta drasticamente e carregar sua mochila cheia de livros, isso se ele possuir uma, se
torna uma tarefa não muito satisfatória. A sua saúde mental poderá sofrer “alterações” dado a
criação de um novo manejo próprio para conseguir tratar de tantas matérias simultaneamente,
em vez de trabalha-las paulatinamente como fora “treinado” anteriormente nos anos iniciais.
Até sua eventual adaptação no novo modelo, o estudante irá enfrentar uma difícil escalada
para, enfim, conseguir se adequar minimante a recente mudança.
Os professores podem se tornar mais um fator a ser somado na dificuldade do
estudante com o “novo sistema”. Muitas das vezes os docentes ministram aulas em mais de
uma turma, de series diferente para conseguir cumprir sua carga horária, por exemplo, e em
consequência disto estes podem “errar” no manejo pedagógico que se deve ter em relação ao
estudante. Assim, eles poderão enxergar todo o alunado de uma escola a partir de única
configuração, ministrando o conteúdo sem se atentar aos fatores pertinentes ao “ano” que
estiver sendo colocado em questão. Ou seja, ele poderá dar conteúdo para alunos do 6° ano
utilizado de uma metodologia de ensino que é mais adequada ao 9° ano.
O inconveniente disto tudo é que a própria instituição, a Escola, não verifica ou avalia
os professores, e se o faz tenta “passar o pano” nos “defeitos” oriundos da classe, transferindo
o peso do desacordo com a matéria unicamente para o aluno, ou para sua situação social. Isto
nos remete a um reajuste do que Patto (1998) evidencia como fracasso escolar, atualizando
através da conjuntura atual as variáveis de ação deste problema.
Não queremos e nem devemos responsabilizar “alguém” – no sentido individual da
coisa – quando nos deparamos com um problema desta magnitude na educação. As políticas
públicas de educação colaboram para a construção de um sujeito “ativo” na sociedade, porém
não devemos nos atentar somente ao conteúdo colocado em sala de aula, ainda que isso não
seja transmitido da melhor maneira, não é a única forma de se “educar”.
Portanto, apesar das dificuldades enfrentadas pelo aluno nos últimos anos do ensino
fundamental, e da eventual dificuldade no ensino médio em razão de um mau aproveitamento
do conteúdo ministrado, como fora apresentado sendo oriunda de uma “fraca pedagogia”
docente e de novas variáveis para o “fracasso escolar”, que pode ser exemplificada através da
carência de transporte adequado para a escola e ademais outros elementos, faz necessário uma
junção da responsabilidade do sistema de ensino em questão. Tampouco devemos “correr
atrás” de um culpado e jogar toda essa responsabilidade.
Aquilo que deve ser colocado em voga é a organização de todo o sistema de ensino,
em particular do Ensino Fundamental II, procurando novas possibilidades de ação de todas as
“cabeças” da educação: o Estado, os docentes e os discentes. Para tanto esta trindade devera
refletir como poderá agir em uníssono principalmente nas práticas pedagógicas e assistenciais.
Reforçamos que não devemos generalizar um ideal de vilania com origem em alguma dessas
cabeças citadas anteriormente, pois tudo isso só contribuiria a uma perda do foco da busca
para uma resolução conjunta.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei N° 11.274, de 2006. Alteração da redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União. Brasília, DF, 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11274.htm#art3> Acesso
em: maio. 04 maio. 2019.

BRASIL. MINISTÈRIO DA EDUCAÇÂO. Síntese das Diretrizes Curriculares Nacionais


para a Educação Básica Brasília: MEC, CNE, 2015. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=32621-cn
e-sintese-das-diretrizes-curriculares-da-educacao-basica-pdf&Itemid=30192> Acesso em: 04
maio. 2019.

DAVIS, C. L. F. et al. Anos finais do ensino fundamental: aproximando-se da


configuração atual. São Paulo: Fundação Victor Civita, 2012. p. 2-5.

PATTO, M. H. S. Fracasso escolar como objeto de estudo: anotações sobre as características


de um discurso. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, 1988. p.72-77.

QUADROS, Neli Helena Bender. Politicas publicas voltadas para a qualidade do ensino
fundamental: inquietudes e provocações a partir do plano de desenvolvimento da
educação. Disponível em: <https://secure.upf.br/pdf/2008NeliBenderdeQuadros.pdf > Acesso
em: 04 de maio de 2019.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO


TEIXEIRA. Dados do censo escolar do ano de 2018. Brasília: Inep, 2018. Disponível em: <
http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/dados-do-censo-es
colar-ensino-fundamental-brasileiro-tem-quase-duas-escolas-de-anos-iniciais-para-cada-escol
a-de-anos-finais/21206> Acesso em: 04 maio. 2019.
Temática do grupo V: Políticas Públicas do
Ensino Médio
O processo de educação do ensino médio em nosso país iniciou-se na época em que o
Brasil era colônia de Portugal, no século XVI, com a vinda dos Jesuítas. Por quase dois
séculos, eles foram os educadores do nosso país. Nesse período o ensinamento tinha como
base preceitos religiosos, em especial do catolicismo. Aqui foi fundado um vasto sistema
educacional, porém os mesmos serviam aos interesses da colonização portuguesa, ensinavam
sobre o cristianismo e a cultura europeia, não existia interesse em ampliar a educação para os
mais pobres, bastava que os mesmos aprendessem o suficiente para servir a colônia, assim,
apenas as pessoas de classes sociais privilegiadas tinham acesso a uma educação mais
profunda.
Com a vinda da família real para o Brasil (1808), para suprir suas necessidades, foi
necessário que as pessoas tivessem certo grau de formação educacional, pois seria instalada
aqui a nova corte. Com a chegada de D. João VI, a estrutura da educação do país foi
modificada, surgiram instituições de ensino e cultura, cursos superiores de Medicina,
Engenharia, fundaram escolas técnicas, academias e outros. Porém grande parte dos cursos
eram estabelecidos duma forma rudimentar, pois apenas visavam a formação de mão de obra.
Herança que nos “pertuba” até o presente momento.
Em 1889 a 1930, fundaram algumas escolas de ensino superior, primário e secundário,
mas pouco modificou o cenário educacional do país. As principais modificações no ensino
médio ocorreram por volta de 1930 quando Getúlio Vargas promoveu uma verdadeira
revolução na educação de nosso país. Período em que o mesmo criou o Ministério da
Educação e Saúde.
Em 1932, durante seu governo provisório, Vargas implementou a Reforma Francisco
Campos, a integração entre as escolas primárias, secundárias e superiores e deu-se início a
criação de cursos complementares, onde de acordo com o curso desejado pelo aluno, as
propostas de ensino se flexibilizavam e diversificavam.
As modificações executadas por Vargas tinham como intuito servir ao sistema
industrial do país, o qual naquela época estava em um rápido processo de desenvolvimento,
assim necessitava-se de muita mão de obra qualificada. Isso justifica a criação de ensino
médio profissionalizante. E assim, caso o aluno optasse por um curso profissionalizante,
ficaria impossível conseguir uma vaga no ensino superior, visto que se subentendia que o
mesmo já tinha optado por adquirir alguma profissão.
Tal situação gerou um abismo na área educacional ainda maior, pois a maior parte
dos sujeitos de classes altas escolhiam o ensino superior, enquanto os mais pobres, por
necessidade optavam por ter uma profissão para se sustentar e desse modo ia se distanciando,
gradativamente, dos caminhos para o ensino superior.
Em 1937, com a instalação do Estado Novo, é criada uma nova Carta constitucional,
na qual atribui a responsabilidade pela educação à nação, aos estados e municípios. Mesmo
assim, o estado apresenta uma postura omissa em relação a seu papel na educação.
Em 1942, com a Reforma de Gustavo Capanema, o ensino médio se configura como
um curso de estudos regulares. Os cursos colegiais passam a ser divididos entre científico e
clássico e com duração de três anos. O intuito era que o aluno deveria adquirir conhecimentos
que lhe auxiliasse em obter um desenvolvimento humanista, patriótico e cultura geral, e isso
lhe nortearia para buscar o alcance do nível superior. A partir de 1964, devido a ditadura, o
sistema de ensino foi ampliado. Nessa época o ensino era visto como caminho para adentrar
no campo de trabalho e como uma forma de controle ideológico da nação.
Em consonância com a nova Constituição, que foi promulgada em outubro de 1988 em
seu artigo 205, a educação foi pontuada como “visando o pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”, como direito de
todos e dever do Estado e da família, e deve ser promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade.
Em dezembro de 1996, foi aprovada a segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) após quase dez anos em tramitação no Congresso Nacional. A nova LDB
apontou algumas regras de divisão da educação formal: ensino básico (antiga pré-escola),
fundamental (1ª a 8ª séries), médio ( antigo segundo grau), profissionalizante e superior.
Também determinou a criação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), sendo assim, o
sistema de educação deveria ser regido de acordo com esses parâmetros e também delimitou
que o sistema escolar deveria passar por uma política de avaliação em todos os seus níveis de
ensino.
É necessário fazer uma reflexão profunda sobre todo o contexto histórico dos
caminhos percorridos pelo processo de desenvolvimento da educação de nosso país, desde sua
origem, na época da colonização até os dias atuais, pois só assim é possível ver, claramente,
como toda reforma na qual a nosso sistema de ensino passou e vem passando, sofre interações
de interesses do sistema capitalista internacional e nacional. O que se percebe é que o intuito
dessas (re)formulações, ocorridas no sistema de ensino, tem como interesse não apenas
democratizar a educação para todos, mas sim, preparar o indivíduo para servir ao sistema
capitalista da melhor maneira possível.
Um bom sistema de ensino oferta a seus alunos uma maior capacidade de raciocínio e
reflexão, e não parece ser esse o desejo de nossos governantes para com nosso país, é notório
os interesses escusos em meio a redução de verbas para a educação, onde já se existe um
grande déficit em relação a subsídios e de qualificação do corpo docente para a geração de um
sistema de ensino eficaz.
A educação vem sofrendo dia após dia diversos ataques, disfarçados de algo bom, em
busca de se precarizar e desestabilizar, mais ainda, o sistema de ensino do país. Exemplos
disso podem ser verificados quando se cria o ensino integral para o ensino médio e, no entanto,
não é ofertado condições de uma boa manutenção do mesmo. Isso só mostra o quanto nossos
representantes se preocupam em mostrar falsos números de aumento de alunos no ensino
médio e, na verdade, opta por métodos de alienar nossos alunos.
O congelamento de verbas para a educação dos brasileiros, a tentativa de extinguir do
currículo do ensino médio os componentes de Filosofia, Sociologia e Artes, algo essencial
para o conhecimento e desenvolvimento de cidadãos críticos. Bem como o recente ataque do
atual presidente, o qual deixa claro a priorização do governo pelo ensino fundamental e retira
de instituições de ensino federal técnico e superior 30% de sua verba. O autoritarismo
exercido pelo mesmo em busca de suprimir o contexto histórico pelo qual o país viveu e
vivencia é apenas umas das poucas demonstrações de que existem por traz da cortina do
cenário político de território nacional.
REFERÊNCIAS

SANTOS, Rulian Rocha. BREVE HISTÓRICO DO ENSINO MÉDIO NO BRASIL.


Disponível em: < http://www.uesc.br/eventos/culturaepolitica/anais/rulianrocha.pdf> Acesso
em: 02 de maio de 2019.

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