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Maria Silva RA000123

CULPA”, “MÁ CONSCIÊNCIA” & COMPANHIA


- Questionamentos: Como se faz no animal-homem uma memória? Como se imprime
algo a esse em parte embotado, em parte estouvado entendimento-de-instante, a
essa viva aptidão de esquecimento, de modo que permaneça presente?
Esse problema não foi resolvido com respostas e meios delicados.
- Não há nada mais terrível e monstruoso na pré-história do homem que sua
“mnemotécnica” – somente o que não cessa de fazer mal permanece na memória.
- O passado nos bafeja com seu sopro e ressurge em nós, quando ficamos “sérios”.
Nunca nada se passou sem sangue, martírio, sacrifício.
Os mais arrepiantes sacrifícios e penhores, as mais repugnantes mutilações, as mais
cureis formas de rituais de todos os cultos religiosos – tudo isso tem sua origem
naquele instinto que adivinha na dor o mais poderoso meio auxiliar da “mnemônica”.
- Quanto pior de memória era a humanidade, mais terrível é sempre o aspecto de
seus usos.
- Origem do sentimento de culpa: relação pessoal em que entra um embate de pessoa
contra pessoa. Não se notou civilização em que não haja essa relação.
- A compra e venda é mais antiga do que seus próprios inícios e quaisquer formas de
organização e ligas sociais: foi da mais rudimentar das formas do direito das pessoas
que o sentimento germinante de troca, contrato, dívida, direito, obrigação e quitação,
foi transposto para os complexos comunitários.
- Logo se chega ao “cada coisa tem seu preço” e “tudo pode ser pago”.
- A justiça, nesse primeiro grau, era a boa vontade entre os que tinham potência mais
ou menos igual, de se acomodarem uns aos outros, de voltarem a se entender e,
coagir os que tinham menor potência, abaixo de si, a um igualamento.
- A comunidade está na relação credor x devedor. A comunidade, o credor
enganado, se fará pagar do melhor que puder. Infrator: alguém que quebra contrato
e palavra, devedor, não somente que não pagou pelas vantagens que lhe foram
demonstradas, mas também atenta sobre seu credor. A ira do credor lesado, o
devolve ao estado selvagem e fora da lei. O castigo é simplesmente a imagem, a
mímica do procedimento normal que se tem contra o inimigo odiado, mas também
toda clemência.
- Finalidade do castigo: vingança ou intimidação.
- Finalidade do direito: é a última coisa a ser empregada na história genética do direito.
- Proposição importante: a causa do surgimento de uma coisa e sua utilidade final,
seu emprego e ordenação de fato em um sistema de fins, estão “toto coelo” um fora
do outro.
- Mesmo quando se concebeu muito bem a utilidade de algum órgão fisiológico, ainda
não se concebeu nada no tocante ao seu surgimento.
- As utilidades são apenas sinais de que uma vontade de potência se tornou senhora
de algo menor poderoso e imprimiu-lhe o sentido de uma função.
- “Desenvolvimento” de uma coisa pode ser tudo, menos seu “progressus” em direção
a um alvo, e menos ainda um “progressus” lógico e curtíssimo, alcançado com o
mínimo de dispêndio de forças e custos.
- A grandeza de um progresso mede-se pela massa de tudo aquilo que teve de ser
sacrificado a ele; a humanidade como massa sacrificada à prosperidade de uma única
espécie mais forte de ser humano.
- Castigo: seu sentido é fluido. Em um estado tardio da civilização, o conceito “castigo”
nem sequer representa mais um único sentido, mas toda uma síntese de sentidos. A
síntese de sentidos parece ainda dissociável, pode-se perceber como os elementos
da síntese alteram sua valência e mudam de ordem, de tal modo que ora um, ora
outro, se destaca e domina um único elemento.
- Todos os instintos que não se descarregam, voltam para dentro – interiorização do
homem: com isso, cresce no homem a sua alma.
- O homem que, por falta de inimigos e resistências externas, encerrado à força em
uma opressiva estreiteza e regularidade dos costumes agia de má fé foi o inventor da
má consciência. Com ela foi introduzido o sofrimento do homem consigo mesmo:
como a consequência de uma violenta separação do passado animal, de um salto e
mergulho em novas condições de existência.
- Os homens modernos são herdeiros da vivissecção de consciência e auto-sevícia
de milênios. O homem considerou por demasiado tempo suas propensões naturais
com maus olhos, de modo que elas se irmanaram finalmente com a má consciência.
- O homem do futuro redimira os homens tanto do ideal, quanto do que teve de crescer
dele, do niilismo.

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