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Przeée fh; Moves etm. ClOys) ARTs da Leta Arn e okeches te? liye mes Eb eyes, Jedd, 2. [BI |S. par dea ester Menon 2 Yrrtechsas Ont? Aly : AFRICANIDADE E HISTORIAS DA LITERATURA MARIA LUIZA RITZEL REMEDIOS PUCRS Um negro, um amarelo, um braneo o mesmo homem em cores caleidoscépicas. Vasco Cabral, Guiné-Bissau As literaturas africanas de expressio portuguesa surgem quando os portu- gueses, no século XV, iniciam a rota da Africa, chegam, em 1482, a Foz do Zaire e, em 1575, fundam a primeira povoagao da Africa que chamaram de Sao Paulo de Assungao de Loanda, hoje capital da Angola. Dessa forma, semelhantemente ao que aconteceu no perfodo das grandes navegagées portuguesas, os primeiros docu- mentos escritos foram os relatérios dos padres jesuitas de Angola, sendo também considerada a correspondéncia entre os navegadores ¢ a Coroa, entre os reis do Congo e de Portugal. A atividade cultural na Africa, desenvolvida por cronistas, historiadores, poetas, missionarios viajantes, exploradores, associa-se, entretanto, intimamente & criagdo e a0 desenvolvimento do ensino oficial e ao alargamento do ensino particular ou oficializado, & liberdade de expressdo e & instalagao do prelo, que se registram a partir dos anos quarenta do século XIX! Até os portugueses chegarem a Africa, Angola, Cabo Verde, Mogambique, Sao Tomé e Principe, Guiné-Bissau eram sociedades Agrafas, nao tinham escrita, em- bora cultivassem uma literatura oral, praticada em diversas modalidades: misoso (estorias de ficgao, em quimbundo, que pendem para o maravilhoso e o fantasti- co); maka (estorias verdadeiras com a finalidade de instruir e de entretenimento); ma-lunda (narrativa dos feitos gloriosos e dos herdis de uma nagdo narrada pelos velhos e ancidos de uma geragao a outra na forma de segredo); ji-sabu (provérbios " FERREIRA, Manuel, Liferafuras afrlcanas de expresso portuguesa, | Il Usboa: Minister , Cultura e Lingua Portuguesa, 1977, p. 11 (Bibloteca Breve, n. 6 € 7). joint ccaaececnbicadina _ mhas que se des! rigs da Literatura: Teorias © TSS" His! 2 40); mi-embu (canc6, historia apresentam a filosofia da nago); aise i angoes i lee ae com varios estilos, do épico ao dramético); jimongongo (adivi. — musica e ee aentreter ea incitar a inteligéncia). As primeiras manifestagdes literdrias, assentadas na oralidade e constituidas pri 0 imaginario africano "povoado Meee oe : Seana aN i. espiritos e simbolos do ae ee dos antepassados, das transformagoes Abi e trans- mitidas"? Assim, em sua formagao e desenvolvimento, essas literaturas passaram pela construcao do ideal nacional do discurso. A Produgao oral desvelava a filosofia de experiéncias acumuladas e dialéticas do cotidiano africano e, em grande Parte, foi recolhida por estrangeiros como, por exemplo, o sufgo Héli Chatelain ou a norte- americana Elsie Clews Parsons que nem sempre "alcangavam a verdade hist6rica de que a tradi¢ao era veiculo". Com efeito, a oralidade prende-se a tradigao cujos textos vao-se constituir em elementos da africanidade.$ A historia da colonizagao portuguesa revela que, do século XVI ao século XIX, Somente uma pequenissima fragdo da populacao negra lia ou escrevia, pois nao havia interesse do colonizador em dar um cédigo grafado da sua lingua, que viria ” a tornar-se a lingua oficial da colonia, Tanto foi assim que o analfabetismo da po- pulagdo de Angola, Sao Tomé e Principe, Mogambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde continuava em 95% na década de 70 do século XX, durante as guerras de libertagao. Dai resulta a importancia da oralidade quando se estudam as literaturas africanas de expresso portuguesa: por se constituirem em populagées dgrafas, a literatura oral adquire grande dimensao Porque ela vai desempenhar © papel que cumpre aos compéndios da hist6ria, da geografia, ‘museus, & imprensa, ou seja, preenche a fung&o que normalment dita nos paises com tradigao escrita.! 0s monumentos, aos te cabe a cultura eru- Nesse sentido, so varias as obras de real valia, zadas na Africa Portuguesa e que se apontam para a p oral mareada pela africanidade. compostas de recolhas reali- eculiaridade dessa literatura Os estudos africanos consideram, na Produgao cultural da Africa, dos diferentes: 9 tradicional, 0 colonial e 0 nacional. No primeiro Perfor *SANTILU, Mora Aparecida, Est6rias aticanos:histoa @ ‘antologia. S80 Paulo: Ati * Aticanidade em oposigdo & portucaiaade oy ‘usitanismo, “FERREIRA, Moruel. Op. cit. 2.,p. 109 trés perfo- do, tem-se 'c0, 1985. p. 9-10, 182

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