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REVISÃO – AULA 01
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Direito Processual Penal
REVISÃO – AULA 01
PERSECUÇÃO PENAL
CONCEITO
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INQUÉRITO POLICIAL
CONCEITO
O Inquérito Policial é um procedimento administrativo investigatório, que busca reunir
indícios de autoria e materialidade das infrações penais, com o objetivo de fornecer estes
elementos ao Ministério Público ou ao Querelante, possibilitando, assim, o seguimento da
persecução penal, através da propositura da ação penal.
•• O que devemos interpretar por “Procedimento Administrativo”?
Podemos defini-lo como um conjunto de atos e diligências presididas pela autoridade policial
(Delegado de Polícia).
•• O Código de Processo Penal trouxe um conceito de Inquérito Policial?
O Código de Processo Penal não trouxe o conceito de “Inquérito Policial”, o que nos obrigou a
tomar por base o conceito disposto no Código de Processo Penal Português.
•• Qual é a finalidade do Inquérito Policial?
A finalidade do Inquérito Policial é proporcionar ao Ministério Público ou ao Querelante os
elementos necessários (indícios de autoria e materialidade do fato) para dar prosseguimento à
persecução penal, através da propositura da ação penal.
CARACTERÍSTICAS
→ INQUISITORIAL:
O que diferencia o “processo” do “procedimento” é a existência ou não do contraditório:
PROCESSO:
Há contraditório
PROCEDIMENTO:
Não há contraditório
O inquérito policial é um procedimento...
Sendo assim, não possui contraditório...
Logo, ele é inquisitivo.
→ INFORMATIVO:
O inquérito policial não pode servir de fundamentação para a sentença...
Tendo em vista que os seus atos não foram submetidos ao contraditório...
O inquérito policial serve unicamente de peça informativa...
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Que autoriza a propositura da ação penal (justa causa = lastro probatório mínimo)...
Muitos sustentam que o inquérito policial deveria ser desentranhado do processo...
Após o recebimento da denúncia ou da queixa...
Para evitar a formação da convicção do juiz pelos elementos do inquérito...
Certo é que o juiz não pode fundamentar sua sentença com elementos do inquérito...
Pela simples razão de este não ser desenvolvido em contraditório...
Carecendo de valor probatório...
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•• Vejamos a Súmula Vinculante nº 14 do STF: “É direito do defensor, no interesse do repre-
sentado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimen-
to investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito
ao exercício do direito de defesa”.
•• Porém, o advogado não pode acompanhar as diligências em andamento...
•• Sob pena de inviabilizar a produção da prova...
Interceptação telefônica...
Busca e apreensão...
(...)
•• O advogado só poderá acompanhar as diligências já finalizadas e introduzidas nos autos...
→ ESCRITO:
O artigo 9º do CPP dispõe que:
“Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade”.
→ INDISPONÍVEL:
A autoridade policial não possui discricionariedade para arquivar o inquérito policial...
Sendo assim, após a sua instauração, somente o Juiz poderá arquivar o inquérito policial...
→ DISPENSÁVEL OU PRESCINDÍVEL:
A instauração do inquérito policial não será obrigatória. O MP pode obter a prova da
materialidade do crime e os indícios de autoria através de outras modalidades:
Peças de Informação:
São documentos, processos administrativos, dentre outros...
Termo Circunstanciado:
É no Juizado Especial Criminal (artigo 69 e 70 da Lei 9.099/95)...
Quando o autor e a vítima forem conhecidos, não teremos a necessidade de inquérito...
Justa Causa (STF + STJ):
É o lastro probatório mínimo para ensejar a ação penal...
→ SISTEMÁTICO:
A investigação criminal é uma tentativa de reconstrução histórica do fato criminoso...
Sendo assim, deve ser organizada de forma lógica...
Obedecendo à ordem cronológica dos fatos.
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→ UNIDIRECIONAL:
A finalidade do inquérito é apurar fatos e encaminhar os resultados à apreciação do MP...
Logo, não cabe à autoridade policial formular qualquer juízo de valor sobre a investigação...
O objetivo (direcionamento) do inquérito é exclusivamente o Ministério Público.
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b) A Justa Causa foi encontrada em decorrência de outros atos do inquérito policial:
Nesse caso, será possível aproveitar as informações constantes do ato nulo para montar a base
da denúncia.
Sobre a instauração do Inquérito Policial, temos que nos deter em dois aspectos:
Como o Delegado de Polícia fica sabendo das informações e instaura o inquérito policial
•• A cognição espontânea ou imediata ou direta:
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NOTITIA CRIMINIS X DELATIO CRIMINIS
Comunicação do Crime
•• A Notitia Criminis (stricto sensu) é a comunicação que a vítima faz da infração penal que
sofreu. Nesse caso, a própria vítima se dirige à autoridade policial, com a finalidade de
informar que foi vítima de uma determinada infração penal.
A palavra da vítima é suficiente para a instauração do inquérito policial.
•• A Delatio Criminis é a comunicação efetuada por qualquer um do povo. Obviamente, ela
só será possível nos crimes de ação penal pública, uma vez que os crimes de ação penal
privada dizem respeito à própria vítima e nada poderá ser feito sem a sua autorização.
A palavra de qualquer um do povo não é suficiente para a instauração do inquérito policial.
•• O que o Delegado de Polícia faz acerca da Delatio Criminis?
O Delegado deverá instaurar a VPI:
Verificação Preliminar de Inquérito
OU
Verificação da Procedência das Informações
O Delegado vai ao local, busca informações, investiga as redondezas, conversa com possíveis
testemunhas, faz operações na região, tudo com a finalidade de verificar se as informações são
procedentes ou não...
Se a informação da Delatio Criminis era procedente, o Delegado de Polícia vai instaurar o
inquérito policial. Porém, se a informação era improcedente ou inconclusiva, o Delegado de
Polícia vai acautelar aqueles dados, guardando-os por período indeterminado.
•• O disque-denúncia é uma forma de Delatio Criminis Anônima, também chamada de Delatio
Criminis Inqualificada (pois não há a qualificação daquele que a forneceu).
A CF/88 veda o anonimato. Por isso, algumas pessoas dizem que o disque denúncia seria in-
constitucional. Porém, devemos atentar para o seguinte fato: sempre que tivermos o choque
entre direitos assegurados pela Constituição, teremos que fazer a PONDERAÇÃO DE INTERES-
SES!
Segurança Pública X Vedação do Anonimato Vence a SEGURANÇA PÚBLICA.
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INCOMUNICABILIDADE DO PRESO
POSIÇÃO MAJORITÁRIA:
•• O artigo 5º, incisos LXII e LXIII, da CRFB/88...
•• Afasta qualquer dúvida interpretativa em relação à incomunicabilidade...
•• Pois o preso tem assegurado o direito fundamental à assistência familiar:
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
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PRAZO
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DE OUTRO LADO:
(O Juiz deveria atuar)
•• O direito fundamental à duração razoável do processo...
•• Fica afetado quando não há controle sobre a duração razoável do inquérito policial...
INQUÉRITO POLICIAL → JUIZ → MINISTÉRIO PÚBLICO
•• Quando o inquérito policial chega ao Ministério Público...
•• O Promotor de Justiça pode adotar 03 desdobramentos distintos:
OFERECE A DENÚNCIA
→ Se o Promotor de Justiça entender que:
•• Há indícios de autoria e materialidade
•• Estudaremos na segunda fase da persecução penal (ação penal).
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REQUER O ARQUIVAMENTO
→ Se o Promotor de Justiça entender que:
•• Não há indícios de autoria e/ou materialidade
Não há diligências capazes de fornecê-los ou encontrá-los
•• Há alguma causa de extinção da punibilidade
•• O fato não é considerado infração penal (crime ou contravenção)
•• A decisão que determinar o arquivamento do inquérito possui natureza administrativa.
•• Isto ocorre, uma vez que o juiz não presta jurisdição (atividade atípica).
•• A decisão de arquivamento é REBUS SIC STANTIBUS.
•• Sendo assim, poderá sofrer alteração ao longo do tempo...
•• Caso o contexto fático sofra qualquer alteração.
•• A regra é no sentido de que o arquivamento do inquérito é subjetivamente complexo.
•• Isto ocorre, uma vez que precisamos de dois órgãos: MP + JUIZ.
•• O Ministério Público requer o arquivamento.
•• O Juiz arquiva os autos.
•• Porém, há casos em que o arquivamento do inquérito é subjetivamente simples.
•• Isto ocorre, uma vez que precisamos de apenas um órgão: JUIZ ou MP.
JUIZ:
•• Quando o juiz entende pelo arquivamento...
•• Pelo fato de o inquérito ter ultrapassado o prazo de duração razoável...
•• Trata-se de atuação do juiz com base em sua função de tutor das garantias fundamentais.
MINISTÉRIO PÚBLICO:
•• Quando o arquivamento é realizado pelo Procurador-Geral de Justiça...
•• Em sua atribuição originária...
•• Se o investigado gozar de foro por prerrogativa de função...
•• Cuja competência para julgamento é do Tribunal de Justiça...
•• Caso haja manifestação do Procurador-Geral de Justiça pelo arquivamento...
•• Este arquivamento não ficará submetido ao controle do judiciário (artigo 28 do CPP)...
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•• Pois o titular da ação é o Ministério Público...
•• E este já se manifestou pelo arquivamento através de seu órgão de cúpula (PGJ).
•• Quando o arquivamento é realizado pelo Procurador-Geral de Justiça...
•• Em decorrência da aplicação do artigo 28 do CPP...
•• Se o MP requer o arquivamento e o Juiz discorda...
•• A atividade do juiz ficará restrita à remessa dos autos à esfera superior do MP...
•• Trata-se de controle meramente anômalo...
•• Quando a esfera superior do MP se manifestar...
•• Não restará nada mais a ser feito pelo Juiz...
•• Que deverá acatar a referida manifestação.
Se o Juiz concordar:
•• O inquérito policial vai ser arquivado.
Se o Juiz discordar:
•• O inquérito policial vai ser encaminhado ao Procurador-Geral de Justiça (art. 28 do CPP):
•• Há 03 desdobramentos possíveis:
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INSISTE NO ARQUIVAMENTO
•• O Juiz estará obrigado a arquivar.
ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO
•• A doutrina e a jurisprudência não pacificaram a existência do arquivamento implícito...
•• Trata-se de fenômeno processual complexo, decorrente de duas omissões:
1. O MP que oferece a denúncia sem atentar para a outra pessoa ou fato
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2. O Juiz que não percebe a falha e deixa de aplicar o artigo 28 do CPP
•• O professor Nicolitt entende que o arquivamento implícito é um fenômeno simples...
•• Decorrente (apenas) da omissão do MP...
•• Isto ocorre, uma vez que o juiz não pode aplicar o artigo 28 do CCP...
•• Com a finalidade de efetuar o controle do princípio da obrigatoriedade...
•• Porém, tal entendimento é minoritário...
•• E vamos analisar a situação à luz da doutrina tradicional...
•• De acordo com a doutrina tradicional (majoritária)...
•• O arquivamento implícito é um fenômeno complexo...
•• Ocorre quando: (A+B)
a) O MP deixa de incluir na denúncia:
ALGUM FATO:
Arquivamento Implícito Objetivo
ALGUMA PESSOA:
Arquivamento Implícito Subjetivo
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Após o arquivamento...
Além disso, o MP somente poderá aditar a denúncia para incluir fato ou sujeito novo...
Na hipótese de surgimento de novas provas...
De acordo com a Súmula 524 do STF.
Logo: A DOUTRINA ENTENDE QUE HÁ ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO!!
O STF ENTENDE QUE NÃO HÁ ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO!!
(Para o STF a ação penal é divisível – Esta é a posição das provas objetivas)
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Por fim, cabe dizer que as novas provas podem ser classificadas em FORMALMENTE NOVAS e
SUBSTANCIALMENTE/MATERIALMENTE NOVAS:
PROVAS
As provas são elementos de convicção, que servem para a livre apreciação do juiz. Nesse sentido,
podemos perceber que o juiz poderá aceitar ou rejeitar a prova, desde que fundamente a sua
decisão, pelos princípios do convencimento e da motivação das decisões judiciais (Artigo 93,
inciso IX, CF/88).
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO
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do Código de Processo Penal, do artigo 158, caput, do Código de Processo Penal e do artigo
167, caput, do Código de Processo Penal, muito embora tal sistema já tenha sido abolido de
nosso ordenamento jurídico.
PRINCÍPIOS
No Processo Penal Brasileiro, se o juiz não atingir a verdade real, que é a própria realidade dos
fatos, ele deverá absolver o acusado. Sendo assim, a verdade atingida pela prova dos autos e a
verdade atingida por sua própria convicção não poderão ser suficientes, se não corresponderem
à realidade do que ocorreu. Obviamente, a verdade real é algo muito estudado no campo
teórico, sendo essencial para a marcação de questões objetivas em concursos públicos. Em
outras, palavras, devemos sempre dizer que o juiz somente poderá condenar se tiver atingido a
verdade real, que é efetivamente aquilo que aconteceu no caso concreto.
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Porém, temos que ter em mente (até para entender melhor este conceito de verdade real),
que a doutrina costuma criticá-la, dizendo que a mesma será inatingível, pelo fato de nunca
ser possível ingressar na cabeça do réu e saber se ele está dizendo a verdade.Dessa forma, no
campo prático, sabemos que vai prevalecer a verdade material, que é aquilo que ficou provado
nos autos (mas isso não deve ser considerado para fins de prova objetiva).
d) PROVA EMPRESTADA:
A prova emprestada consiste na utilização de uma prova de natureza civil, dentro de um
processo penal. Para que isso possa ocorrer, preciso respeitar o PRINCÍPIO DA NECESSIDADE,
avaliando a precariedade da prova produzida no processo civil, bem como a dificuldade
de produzi-la novamente, em sede de processo penal. Para tanto, tenho que analisar dois
requisitos (conjuntamente):
d1) MESMAS PARTES
Uma das partes do processo penal será o Ministério Público (acusação). Sendo assim, a expres-
são “mesmas partes” significa que a outra parte do processo penal tem que estar presente na-
quele processo civil, para que eu possa utilizar a prova emprestada (pelo menos uma das partes
tem que estar presente naquele processo).
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Além disso, se eu tiver um litisconsórcio no processo civil, não preciso repetir todo mundo, no
sentido de que a lei somente exige que, pelo menos, aquela pessoa que está no processo penal
também faça parte do processo civil (mesmo que com várias outras pessoas).
d2) CONTRADITÓRIO:
A prova a ser emprestada tem que ter passado pelo crivo do contraditório. Vale lembrar, que
nem todas as provas passam pelo contraditório, no âmbito das sindicâncias ou inquéritos admi-
nistrativos. Sendo assim, se eu quiser adotar uma prova desta seara, preciso me certificar que
ela passou pelo crivo do contraditório.
OBSERVAÇÃO: De acordo com o STJ, os atos iniciais das sindicâncias ou inquéritos administra-
tivos não exigem uma defesa, por parte do acusado, o que significa que os atos produzidos na-
quele momento não passarão pelo crivo do contraditório. Ainda de acordo com o STJ, a defesa
do acusado somente será obrigatória A PARTIR DO PARECER DA COMISSÃO. Sendo assim, os
atos produzidos antes do referido parecer nem sempre terão contraditório, o que significa que
nem sempre poderão ser utilizados como prova emprestada.
e) ÔNUS DA PROVA:
O ônus da prova será daquele que alegar. Contudo, se restar dúvida ao final do processo, o juiz
será obrigado a absolver o réu, em virtude do princípio do in dúbio pro réu.
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Ocorrerá quando a prova ilícita não tiver sido essencial para a descoberta da verdade. Segue
a TEORIA DA DESCOBERTA INEVITÁVEL (Teoria da década de 1980). Nessa situação, o juiz teria
condições de chegar às mesmas conclusões, através de outras provas juntadas aos autos, sem
a necessidade de tal prova ilícita. Nesse caso, podemos concluir que a prova ilícita não foi
inevitável para aquela conclusão final, já que havia outras fontes para se chegar ao mesmo
resultado. Outrossim, cabe ressaltar que a base desta teoria está em duas situações distintas:
a) AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL:
Vamos supor que alguém faça uma interceptação telefônica sem autorização judicial. Além
disso, vamos imaginar que aquela prova ilícita não tenha servido para nada, no sentido de
que não foi possível chegar a nenhuma conclusão com aquelas informações. Nesse momento,
podemos concluir que aquela prova ilícita não produziu nada de concreto, não gerando efeitos
no processo e não possuindo qualquer nexo causal com o resultado final.
PROVAS EM ESPÉCIE
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a) CORPUS CRIMINIS:
É o corpo do crime. Pode ser a vítima (homicídio), a trouxinha de maconha (tráfico de entor-
pecentes), a arma de fogo (porte ilegal de arma de fogo de uso permitido ou restrito), dentre
outros corpos ou objetos.
b) CORPUS INSTRUMENTORUM:
É o instrumento do crime. Pode ser a faca (crime de ameaça), a arma de fogo (crime de roubo
mediante o emprego de arma), dentre outros instrumentos. O objetivo do exame do corpo de
delito será o de testar a natureza e a eficácia do referido instrumento.
c) CORPUS PROBATORUM:
São todos aqueles elementos que estiverem presentes na cena do crime e que não fizerem
parte do corpus criminis ou do corpus instrumentorum. Podemos citar um copo de bebida
sobre a mesa da sala ao lado do corpo, uma guimba de cigarro ao lado de um corpo, dentre
outros elementos capazes de participar da solução do caso.
a) EXAME DIRETO:
É feito no próprio corpo de delito, diretamente pelo perito. O laudo pericial é um exemplo de
exame direto.
b) EXAME INDIRETO:
É feito através de informações, pelo fato de já não se ter mais acesso ao corpo de delito.
Podemos citar o parecer técnico feito acerca do laudo do perito. Naquele momento, o que vai
ser analisado não vai ser o próprio corpo de delito e sim o laudo pericial.
→ O laudo pericial deverá ficar pronto no prazo máximo de 10 (dez) dias. Porém, este prazo
poderá ser prorrogado, em caráter excepcional, a requerimento dos peritos (artigo 160, pará-
grafo único, CPP).
→ O exame de corpo de delito poderá ser feito a qualquer hora e em qualquer dia. Cuidado
com as questões de prova, que disserem que poderá ser feito a qualquer hora, em qualquer dia
e em qualquer lugar, uma vez que o lugar do exame é o próprio instituto responsável (ICCE ou
IMLAP).
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→ O artigo 159 do Código de Processo Penal diz que temos, apenas, 01 (um) PERITO CRIMINAL
no local do crime (regra). Esta alteração recente fez com que a Súmula 361 do STF fosse
cancelada:
Artigo 159 do CPP: “O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito
oficial, portador de diploma de curso superior”.
X
Súmula 361 do STF: “No processo penal, é nulo o exame realizado por um só perito,
considerando-se impedido o que tiver funcionado, anteriormente, na diligência de apreensão”.
→ Devemos ter cuidado para não confundir o PERITO CRIMINAL com o PERITO LEGISTA. Isto
ocorre, uma vez que o PERITO CRIMINAL vai ao local do crime, para efetuar a análise das
circunstâncias técnicas que envolvem o crime. Já o PERITO LEGISTA fica no Instituto Médico
Legal.
→ O artigo 159, parágrafo primeiro e parágrafo segundo, do Código de Processo Penal, dispõe
acerca dos peritos não oficiais (peritos ad-hoc), que serão aqueles utilizados, na hipótese de
não existir perito criminal disponível no momento do crime.
Artigo 159, parágrafo primeiro, CPP: “Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame”.
Artigo 159, parágrafo segundo, CPP: “Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem
e fielmente desempenhar o encargo”.
Trata-se de duas pessoas, que possuem diploma de nível superior (preferencialmente na área
da perícia), que serão requisitadas pela autoridade policial, para a realização do exame de
corpo de delito. Tais pessoas não poderão recusar o encargo, salvo se houver alguma escusa
atendível (exemplo: a esposa deste perito ad-hoc está prestes a ter um filho).
•• É obrigatório ter 02 pessoas idôneas (ad-hoc)
•• É obrigatório que estas pessoas tenham diploma de nível superior
•• Seria interessante que o curso superior fosse na mesma área do exame
→ O artigo 159, parágrafo terceiro e parágrafo quarto, do Código de Processo Penal, vão tratar
do ASSISTENTE TÉCNICO. Vejamos o que diz o CPP:
Artigo 159, parágrafo terceiro, CPP: “Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de
acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de
assistente técnico”.
Artigo 159, parágrafo quarto, CPP: “O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo
juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes
intimadas desta decisão”.
•• Vale ressaltar, que todas as partes poderão indicar um assistente técnico! Seja o Ministério
Público, o Assistente de Acusação, o Ofendido, o Querelante e o Acusado.
•• Além disso, somente será possível a contratação de 01 ASSISTENTE TÉCNICO por cada parte.
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•• Geralmente, é uma pessoa com forte conhecimento na área. Pode ser um perito aposen-
tado, um perito atuante em outro estado da federação, bem como qualquer outra pessoa
com amplos conhecimentos naquela área.
•• O assistente técnico não fará laudo e sim um PARECER.
•• O assistente técnico somente poderá ingressar no processo:
a) Após a aprovação por parte do juiz
+
b) Após a conclusão do laudo pericial.
•• Se o assistente técnico tiver alguma dúvida, ele poderá examinar o corpo de delito, analisar,
discutir o tema, porém ele só poderá ter acesso ao referido corpo de delito, dentro do
órgão oficial e sob a supervisão do perito oficial.
OBSERVAÇÃO: Devemos atentar para os casos em que o corpo de delito não pode ficar
disponível no órgão oficial, aguardando o momento processual apropriado para o ingresso
nos autos do assistente técnico. Podemos citar o exemplo de um homicídio, ocasião em que o
corpo será liberado para a família em um curto espaço de tempo, fazendo desaparecer o corpo
de delito. Como o assistente técnico deve agir nessa hipótese? Ele vai ser obrigado a requerer a
exumação do corpo? Na verdade, ele não vai poder aguardar a aprovação pelo juiz, bem como
a conclusão do laudo pericial. Sendo assim, a saída será requerer a PRODUÇÃO ANTECIPADA DE
PROVAS, ocasião em que o assistente técnico poderá ter acesso ao corpo de delito de imediato,
com a finalidade de analisar e tomar as próprias conclusões, antes do seu desaparecimento.
Vejamos, ainda, o parágrafo sétimo deste artigo 159 do CPP: “Tratando-se de perícia complexa
que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação
de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico”.
As perícias complexas são casos que envolvam MAIS DE UMA ÁREA DO CONHECIMENTO.
Podemos citar o exemplo que exige um perito de local + perito toxicológico + ...
→ A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evi-
dência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão
no auto.
→ Porém, nem sempre será necessário o EXAME INTERNO (autópsia). Há casos, em que o
simples EXAME EXTERNO SERÁ SUFICIENTE. O próprio CPP traz essa informação no parágrafo
único do artigo 162:
“Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não
houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da
morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância
relevante.
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→ O exame de corpo de delito pode ser feito por cara precatória, na forma do artigo 177 do
CPP: “No exame feito por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado. Ha-
vendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita
pelo juiz deprecante”.
→ A perícia grafotécnica constante do artigo 174, IV, do CPP não é obrigatória, tendo em vista
que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Sendo assim, o réu poderá se recu-
sar a fazê-lo, sem que isso lhe importe em qualquer tipo de sanção: “No exame para reconheci-
mento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte: IV – quando não houver
escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a
pessoa escreva o que lhe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta últi-
ma diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever”.
Note, que a palavra “mandará” deverá ser riscada, por não ter sido recepcionada pela
Constituição da República de 1988.
→ O artigo 168 fala do EXAME COMPLEMENTAR. Este exame será feito, sempre que o primeiro
exame não tiver sido suficiente. Podemos citar o exemplo da lesão corporal de natureza grave,
em virtude da incapacidade para as tarefas eventuais por mais de 30 dias. Nesse caso, será
feito um primeiro exame, no ato da lesão. Porém, será necessária a realização de um segundo
exame, após os 30 dias da lesão, com a finalidade de verificar se a incapacidade persiste. Este
segundo exame será justamente o exame complementar.
→ Atenção ao artigo 184 do CPP: “Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou autorida-
de policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimen-
to da verdade”.
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Sendo assim, podemos perceber que a autoridade (policial ou judiciária) poderá negar
qualquer perícia requerida pelas partes, SALVO O EXAME DE CORPO DE DELITO. Neste caso, as
autoridades estarão obrigadas a deferi-lo, por expressa previsão do Código de Processo Penal.
PRISÕES
PRISÃO EM FLAGRANTE
→
O flagrante vem tratado do artigo 301 ao 310 do Código de Processo Penal.
→ O conceito vem de “flagrans/flagrare” que significa “arder em chamas”. Sendo assim, esta-
mos diante de um crime que está ardendo em chamas, que está latente no mundo fático. Não
é necessariamente ser “pego no ato” e sim estarmos diante de algo que está ainda recente no
mundo real.
→
Sujeito Ativo:
a) Flagrante Facultativo:
Qualquer pessoa pode prender em flagrante
(exercício regular de direito)
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b) Flagrante Obrigatório:
A autoridade policial e seus agentes devem prender em flagrante
(estrito cumprimento do dever legal)
→
Sujeito Passivo:
Em regra, todas as pessoas podem ser presas em flagrante, exceto:
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§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da
República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções.
Esta prerrogativa é exclusiva do Presidente da República, não se estendendo aos demais Chefes
do Poder Executivo (Governador e Prefeitos). Logo, não há Simetria Constitucional nestes casos.
→
Vejamos as situações de flagrância (artigo 302 do CPP):
I – está cometendo a infração penal
É o flagrante próprio ou real.
Trata-se de presunção relativa, no sentido de que o agente está na fase de execução de seu iter
criminis. É uma presunção relativa, o que significa que admite prova em contrário.
II – acaba de cometê-la
É o flagrante próprio ou real.
Trata-se de presunção relativa, no sentido de que o agente acabou a fase de execução de seu
iter criminis. É uma presunção relativa, o que significa que admite prova em contrário.
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
situação que faça presumir ser autor da infração
É o flagrante impróprio ou quase-flagrante.
Trata-se de presunção relativa, que qualquer pessoa poderá fazer, perseguindo o suposto
agente, ao longo de uma situação fática e observado um lapso temporal.
Há três requisitos:
a) Elemento Volitivo:
É a perseguição do agente
b) Elemento Temporal:
É o “logo após”
Para o STF, este “logo após” não tem um conceito em horas. Sendo assim, tem que ser um
“tempo razoável e elástico”.
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c) Elemento Fático:
É a situação que faça presumir ser ele o autor da infração
IV – É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam
presumir ser ele autor da infração
É o flagrante presumido ou ficto.
Trata-se de presunção relativa, que qualquer pessoa poderá fazer, bastando alguns elementos.
Há três requisitos:
a) Elemento Casual:
É o fato de o agente ter sido encontrado
b) Elemento Temporal:
É o “logo depois”
Para o STF, este “logo depois” não tem um conceito em horas. Sendo assim, tem que ser um
“tempo razoável e elástico”. Porém, ele dura mais tempo do que o “logo após”.
c) Vestígios:
São os instrumentos, armas, objetos ou papéis
→
Auto de Prisão em Flagrante:
A “prisão em flagrante” se divide em 04 (quatro) momentos:
1. PRISÃO CAPTURA:
É a captura do indivíduo.
2. PRISÃO CONDUÇÃO:
É a condução do indivíduo, do local da prática da infração penal, até a Delegacia de Polícia que
atende à circunscrição daquela área territorial.
4. RECOLHIMENTO AO CÁRCERE:
É o recolhimento do agente ao cárcere, nas hipóteses em que a prisão em flagrante for
convertida pelo juiz em prisão preventiva.
→ No crime do artigo 28 da Lei n.º 11.343/2006 (crime do usuário de drogas), não cabe mais
a prisão em flagrante. Sendo assim, a autoridade policial e seus agentes não poderão mais
lavrar o auto de prisão em flagrante, muito menos recolher o indivíduo ao cárcere.
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→ O condutor geralmente é PMERJ. Por este motivo, é interessante que ele retorne o quanto
antes para as ruas. Sendo assim, o condutor será ouvido desde logo e liberado para retomar as
suas atividades.
→ Se não tivermos testemunhas do crime, vamos chamar 02 pessoas que serão as
testemunhas de apresentação. Estas pessoas vão testemunhar a apresentação do preso à
autoridade policial.
Não há maiores formalidades ou requisitos acerca das testemunhas de apresentação, o que
significa que as mesmas podem ser quaisquer pessoas: pode ser o inspetor que está na DP, o
pipoqueiro do outro lado da rua,...
→ O preso vai assinar a nota de culpa. Se ele não souber ou não puder ou não quiser assinar,
serão chamadas 02 pessoas para serem as testemunhas de leitura. Podem, inclusive, ser as
mesmas pessoas que funcionaram como testemunhas de apresentação.
→
O Delegado deve adotar os seguintes procedimentos após a lavratura do APF:
•• Imediatamente:
a) Comunicar ao Juiz Competente
(a prisão da pessoa e o local onde a mesma se encontra)
b) Comunicar ao Ministério Público
(a prisão da pessoa e o local onde a mesma se encontra)
c) Comunicar à família do preso ou pessoa por ele indicada
(a prisão da pessoa e o local onde a mesma se encontra)
•• Em até 24 horas:
a) Encaminhar o APF ao Juiz Competente
b) Encaminhar cópia integral do APF à Defensoria
(se o preso não informar o nome do seu advogado)
c) Entregar ao preso a nota de culpa mediante recibo
(com o motivo da prisão, nome do condutor e nome das testemunhas)
→ Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente, na forma do
artigo 310 do CPP:
I – relaxar a prisão ilegal
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes
do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares
diversas da prisão
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
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Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o
fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no2.848, de
7 de dezembro de 1940 – Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob
pena de revogação.” (NR)
→ Antigamente, o sujeito era preso em flagrante e assim permanecia, até a sentença penal
condenatória passível de recurso. Naquela ocasião, a prisão em flagrante seria convertida em
prisão decorrente de sentença penal condenatória recorrível.
→ Atualmente, a prisão em flagrante não sustenta mais a custódia cautelar daquele sujeito,
após a comunicação da referida prisão... Dessa forma, tão logo o Juiz receba o Auto de Prisão
de Flagrante, ele deverá efetuar as seguintes análises:
•• Prisão Ilegal:
•• Será imediatamente relaxada.
•• Prisão Legal:
a) Aplica as Medidas Cautelares Diversas da Prisão:
•• Se elas se mostrarem suficientes para atender aos fins pretendidos
b) Converte em Prisão Preventiva:
•• Se estiverem presentes os requisitos da preventiva (artigo 312 do CPP)
+
•• Se as demais medidas cautelares diversas da prisão se mostrarem inócuas
OBS: Para a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, não serão necessários os
requisitos do artigo 313 do CPP. Isto ocorre, uma vez que tais requisitos são apenas exigidos
nas hipóteses de decretação originária de prisão preventiva. Note, que o artigo 313 do CPP está
topograficamente situado no capítulo reservado à prisão genuinamente preventiva, não sendo
obrigatório nas hipóteses de mera conversão. De toda sorte, uma vez concedida a liberdade
provisória ao acusado, a decretação da prisão preventiva passará a exigir tais requisitos
previstos no artigo 313 do CPP.
c) Concede a Liberdade Provisória
•• Se não estiverem presentes os requisitos da preventiva
OU
•• Se estiverem presentes as causas de exclusão da antijuridicidade
(Não são apenas as hipóteses do artigo 23 do CP)
Exemplo: artigo 128, inciso I, do Código Penal
Exemplo: artigo 146, parágrafo terceiro, do Código Penal
...
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→
Quais são as espécies doutrinárias de flagrante?
a) Flagrante Preparado ou Provocado (Prisão Ilegal):
Vejamos a Súmula 145 do STF:
“Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação”.
Ocorre quando o agente encena a situação, com a finalidade de obter a consumação do crime
e prender o agente em flagrante. Nesse caso, o STF entende que o flagrante é preparado e não
deve prosperar, tendo em vista que a encenação do fato impediu a consumação.
Temos dois requisitos (crime de ensaio ou crime de experiência):
1. Encenação
+
2. Não Consumação
•• Exemplo: todas as casas de um condomínio foram furtadas, à exceção de uma. E,
curiosamente, todas as subtrações ocorreram na primeira noite de lua cheia do mês. Daí,
na primeira noite de lua cheia do mês seguinte, o dono daquela única casa que ainda não
havia sido furtada deixou as portas e janelas abertas e ficou de prontidão com a equipe
policial, aguardando o momento do crime. Poucas horas depois, o agente ingressou na
residência deste indivíduo, vindo a ser preso pela polícia em flagrante.
•• Note, que a vítima interagiu com o infrator, como se lançasse uma isca a fim de conduzi-lo
à prática da infração penal. Daí a sua inadmissibilidade jurídica, tendo em vista que o crime
jamais poderá se consumar, sendo considerado crime impossível.
OBS: Eugênio Pacelli (minoritariamente) considera artificial esta distinção, alegando que a
prisão decorrente de flagrante preparado ou provocado deveria ser considerada lícita, uma vez
que malgrado a preparação ou provocação, o agente delinquiu porque quis.
OBS: Nicolitt (majoritariamente) considera crime impossível, o que faz com que este tipo de
flagrante seja considerado ilegal.
OBS: Os dispositivos antifurto acoplados às mercadorias expostas à venda em lojas de
departamento não se coadunam com a hipótese de flagrante preparado ou provocado, tendo
em vista que as referidas mercadorias estão expostas indistintamente a todos os consumidores.
OBS: A Súmula 567 do STJ dispõe que a existência de dispositivos como câmeras de vigilância e
segurança patrimonial, por si só, não tornam impossível o crime de furto.
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Daí, o policial vai para a porta da escola, à paisana, com a finalidade de investigar e aguardar.
Quando as pessoas começarem a se aproximar deste suspeito, o policial vai abordá-lo e, caso
se confirme a ocorrência de um crime, teremos a prisão e flagrante legal.
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