L O S G É N E R O S L I T E R A R I O S Y LA S U P E R A C I Ó N D E SUS

LÍMITES. C O N C E P T O Y P R Á C T I C A D E LO
TRANSGENÉRICO

G R E G O R I O TORRES NEBRERA
Universidad de Extremadura

RESUMEN

Este trabajo parte de la clásica d i v i s i ó n de los géneros literarios e n

lírica, narrativa y teatro, y de la vieja idea de que tales marbetes genéricos son
compartimentos estancos, cada u n o c o n sus marcas genéricas distintivas clara-
mente definidas en su constitución, e v o l u c i ó n y desintegración, p e r o sin consi-
derar la posible interrelación de unos c o n otros, el c o n c e p t o de lo transgenéri-
co, del que se p u e d e n rastrear significativos ejemplos a l o largo de la historia lite-
raria, y cuya práctica se hace m u c h o más ostensible y frecuente e n la literatura
de este siglo. Para p r o b a r l o , se eligen y c o m e n t a n varios ejemplos de la literatu-
ra española contemporánea ( Q u i ñ o n e s , Llamazares, de Torre, Max A u b , etc).

P A L A B R A S CLAVE

"Los géneros literarios y su m u t u a interrelación"

ABSTRACT

This paper has as it starting the classical d i v i s i o n o f literary genres i n t o lyr-

ical poetry, narrative f i c t i o n , a n d drama as w e l l as the o l d - f a s h i o n e d v i e w that
such generic labels are watertight compartments, each o n e h a v i n g clearly d e f i n -
e d a n d d i s t i n g u i s h i n g generic marks i n its c o n s t i t u t i o n , e v o l u t i o n a n d désint-
égration. H o w e v e r , it does not considérer the possible interrelation b e t w e e n
each o f these genres, i n other vords, teh concept o f the "transgeneric" o f w h i c
significant examples m a y be f o u n d t h r o u g h o u t literary history. Moreover, this,
various examples o f C o n t e m p o r a r y Spanish Literature are selected a n d discussed
(for e x a m p l e , Q u i ñ o n e s , Llamazares, de Torre, M a x A u b , etc).

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CAUCE, Revista de Filología y su Didáctica, n." 20-21, 1997-98 /págs. 287-304

CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 GREGORIO TORRES NEBRERA

KEY WORDS

"The literary genres a n d his interrelation".

RÉSUMÉ

Cette étude p r e n d c o m m e p o i n t de départ la d i v i s i o n classique des genres

littéraires ( l y r i q u e , narration, théâtre) et l'ancienne idée q u i consiste à croire q u e
de telles étiquettes génériques sont des c o m p a r t i m e n t s étanches, avec, p o u r
chacune d'elles, des marques génériques distinctives clairement définies dans
leur c o n s t i t u t i o n , leur é v o l u t i o n et leur desintégration, sans considérer n o n o b s -
tant la relation possible entre elles, le concept de trans-générique o ù l'on peut
déceler des exemples significatifs tout le l o n g de l'histoire littéraire y d o n t la
practique se fait b e a u c o u p plus évidente et fréquente dans la littérature de ce
siècle. A f i n de le démontrer, nous choisisons et c o m m e n t o n s plusieurs e x e m -
ples tirés de la littérature espagnole c o n t e m p o r a i n e ( Q u i ñ o n e s , Llamazares, de
Torre, Max A u b , etc).

MOTS-CLÉ

"Les genres littéraires et sa relation possible".

0. E n s u t a n b r e v e c o m o m u y a p r o v e c h a b l e " C a r t a a A l f o n s o R e y e s
s o b r e estilística", el m a e s t r o A m a d o A l o n s o fijaba c o n p r e c i s i ó n el o b j e -
t i v o d e a q u e l l a d i s c i p l i n a - e n la q u e d o n A m a d o a l c a n z ó t a n b r i l l a n t e y
m a g i s t r a l e j e r c i c i o t e ó r i c o y p r á c t i c o - e n «el e s t u d i o d e t a l l a d o y e s t r u c -
t u r a d o d e l sistema expresivo d e u n a obra o d e u n autor, o d e u n g r u p o
p a r i e n t e d e a u t o r e s , e n t e n d i e n d o p o r sistema expresivo d e s d e la e s t r u c -
t u r a d e l a o b r a (...) h a s t a e l p o d e r s u g e s t i v o d e l a s p a l a b r a s " (Materia y
forma en poesía- Madrid, G r e d o s , 1969, p . 82). Y c u a n d o d o n A m a d o
a p r o x i m a títulos q u e p e r t e n e c e n a v a r i o s a u t o r e s v e c i n o s , n o s ó l o e n el
t i e m p o s i n o e n la m a n e r a d e e n c a r a r u n o s t e x t o s , c r e o q u e e s t á a l u -
d i e n d o - s i n c i t a r l o e x p r e s a m e n t e - al p a r e n t e s c o d e o b r a s q u e s e u b i c a n
b a j o e l m i s m o género literario. Y m á s aún, c u a n d o afirma s e g u i d a m e n -
t e q u e la e s t i l í s t i c a t a m b i é n s e a d e n t r a e n e l e x a m e n d e l a e s t r u c t u r a d e
la o b r a , e s t á a d m i t i e n d o , d e h e c h o , q u e e n el d o m i n i o d e e s t a c i e n c i a s e
i n c l u y e e l e x a m e n d e l o s f a c t o r e s c o n s t i t u y e n t e s d e l o s géneros literarios,
p u e s n o o t r a c o s a s o n e s o s géneros sino los m o l d e s organizativos e n los
q u e s e i n s c r i b e n las " c o n s t r u c c i o n e s f u n c i o n a n t e s " , q u e así d e n o m i n a a

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 LOS GÉNEROS LITERARIOS Y LA SUPERACIÓN DE SUS LÍMITES

l a s o b r a s l i t e r a r i a s A. A l o n s o , e n o t r o p á r r a f o d e la m i s m a c a r t a d o c t r i n a l
al m e x i c a n o R e y e s . D o n A m a d o s e n t ó las b a s e s d e u n a estilística m o d e r -
na, estructural, q u e organiza y describe - e n s i s t e m a - los recursos ex-
presivos, y p o r e n d e , se p r e g u n t a t a m b i é n p o r el c ó d i g o organizativo a
t r a v é s d e l c u a l el a u t o r h a e l e v a d o a f o r m a p o é t i c a u n a m a t e r i a d e h e t e -
r o g é n e a n a t u r a l e z a y diversa p r o c e d e n c i a . Y e s e interés n o s lleva, d e r e -
c h a m e n t e , a l e s p e c í f i c o t e r r e n o d e l o s géneros literarios: primero, c o m o
c e l d i l l a s i m p e r m e a b l e s e n t r e sí; l u e g o - p o r q u e s e a c a b a i m p o n i e n d o e l
autor individual y su individual estilo, su p e r s o n a l m a n e r a d e p r o c e d e r
c o n la m a t e r i a literaria, t r a n s g r e d i e n d o l o s l í m i t e s d e l c a n o n - la i n t e r c o -
n e x i ó n e n t r e e s o s g é n e r o s , e l c a m i n o h a c i a lo transgenérico.
1. N a d a r e s u l t a t a n a r r i e s g a d o , y q u e a l a v e z h a y a s u s c i t a d o u n r e t o
p e r m a n e n t e e n la a t e n c i ó n d e l c r í t i c o y d e l t e ó r i c o d e la L i t e r a t u r a , c o m o
l a c u e s t i ó n d e l o s géneros literarios, y a d e s d e la p r i m e r a f o r m u l a c i ó n d e
s u s c ó d i g o s g e n e r a l e s e n l a Poética aristotélica, ya d e s d e sus p o s t e r i o r e s
r e a f i r m a c i o n e s e n las m ú l t i p l e s " P o é t i c a s " d e l siglo XVIII ( t e r r e n o e s p e -
c i a l m e n t e a b o n a d o e n el p a n o r a m a del e n s a y i s m o literario e s p a ñ o l ) , sin
o l v i d a r la e s p e c i a l a t e n c i ó n q u e g e n e r ó u n c l á s i c o m a n u a l s o b r e el t e m a ,
f i r m a d o e n 1946 p o r Emil Staiger, o m á s r e c i e n t e m e n t e o t r o e n s a y o d e l
1
e s t u d i o s o h ú n g a r o P a u l H e r n a d i ( 1 9 7 2 ) . Y la v e r d a d e s q u e d e s d e la, y a
a l e j a d a e n el t i e m p o , p r o p u e s t a d e A r i s t ó t e l e s , a p e n a s s e h a l o g r a d o , al
t e o r i z a r s o b r e l o s géneros literarios, s u p e r a r las tres c a t e g o r í a s q u e se
imponen c o m o compartimentos estancos claramente diferenciados:
n a r r a t i v a , p o e s í a y t e a t r o ; u n a s e c u l a r t r í a d a d e la q u e p a r e c e difícil salir-
s e , al m e n o s e n la c o n s i d e r a c i ó n t e ó r i c a d e l p r o b l e m a . Y la p r e s e n t a c i ó n
práctica d e los textos suceptibles d e e n c u a d r a r s e e n a l g u n o d e esos
g é n e r o s literarios, t a m b i é n s e aferra a e s a vieja clasificación, q u e h a c e
q u e u n título d e t e r m i n a d o se apellide clasificatoriamente, y d e forma
i n m e d i a t a , "novela", " p o e s í a " o "teatro". Así p r o c e d e n los c a t á l o g o s e d i -
toriales, así t a m b i é n lo h a c e n los p r o g r a m a s d o c e n t e s , y h a s t a el m i s m o
e s c r i t o r al c o m e n z a r o finalizar el t e x t o q u e t i e n e e n el t e l a r l o califica,
y p o r e n d e , lo coloca d e a n t e m a n o , e n u n a d e esas tres b a n a s t a s g e n é -

1. Este trabajo sirvió básicamente para mi intervención en los Talleres Literarios

organizados por la Asociación Colegial de Escritores, y celebrados en su sede madrile-
ña, en el mes de mayo de 1993, junto con las intervenciones de Fernando Quiñones y
Julio Llamazares (por lo que se ejemplifica con textos de ambos autores). Al preparar la
publicación de este trabajo debo dar referencia de un reciente libro de los profesores
García Berrio y Huerta Calvo, que no tuve en cuenta en la redacción de estas líneas, y
que tiene, entre otros méritos, una amplísima bibliografía sobre este arduo tema: Los
géneros literarios: sistema e historia. Madrid, Cátedra, 1993.

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 GREGORIO TORRES NEBRERA

r i c a s . P o r q u e e l c o n c e p t o d e género - l o s e l e m e n t o s q u e lo constituyen
y lo definen, o sea, su p r o p i a p o é t i c a - a c a b a ejerciendo, c o m o b i e n
s e ñ a l a r o n los formalistas r u s o s , u n a fuerza coercitiva e n el escritor y p o r
s u p u e s t o e n e l l e c t o r . El " m o l d e " d e l g é n e r o e l e g i d o a t r a e p o d e r o s a -
m e n t e al c r e a d o r d e t u r n o , a u n c u a n d o e s e c r e a d o r i n t e n t e , c o n s u a p o r -
tación individualizada, ensancharlo, modificarlo, transgredirlo, alterarlo,
c o n t r i b u i r d e a l g ú n m o d o a la p r o p i a h i s t o r i a e v o l u t i v a d e e s e g é n e r o
c o n c r e t o , e n l a t r a d i c i ó n d e la q u e s e h a p a r t i d o .
El c o n c e p t o t e ó r i c o d e género literario es u n c o n c e p t o fundamen-
talmente "histórico", p u e s t o q u e sus rasgos constituyentes, d o m i n a n t e s o
secundarios, tienen sólo vigencia en una época determinada y por u n
tiempo limitado.
A la vista d e e s t a s c o o r d e n a d a s h i s t ó r i c o - t e m p o r a l e s q u e c a r a c t e r i z a n
e l c o n c e p t o d e género literario, el p r o f e s o r Lázaro Carreter, e n u n t r a b a -
j o y a c l á s i c o e n t o r n o al t e m a ( " S o b r e e l g é n e r o l i t e r a r i o " ( 1 9 7 4 ) e n s u s
Estudios de Poética, Madrid, Taurus, 1979) e s b o z a estas c o n s i d e r a c i o n e s
q u e s o n u n e x c e l e n t e p u n t o d e p a r t i d a p a r a e n c a r a r el p r o b l e m a d e los
l í m i t e s d e l o s g é n e r o s y la p o s i b i l i d a d d e l o t r a n s g e n é r i c o : 1): "el g é n e r o
p o s e e u n o r i g e n , n o r m a l m e n t e c o n o c i d o o q u e d e b e d e s c u b r i r s e . A la
c a b e z a h a y s i e m p r e u n g e n i o q u e h a p r o d u c i d o u n a c o m b i n a c i ó n d e ras-
g o s , s e n t i d a c o m o i t e r a b l e p o r o t r o s e s c r i t o r e s q u e la r e p i t e n " ; 2 ) : u n
g é n e r o se constituye " c u a n d o u n escritor halla e n u n a o b r a anterior u n
m o d e l o estructural p a r a s u p r o p i a creación"; 3) e s e " m o d e l o estructural"
q u e sería u n g é n e r o d a d o , vendría definido p o r u n c o n j u n t o e s c a s o d e
c a t e g o r í a s f u n c i o n a l e s b á s i c a s y u n s i s t e m a m á s o m e n o s fijo d e r e l a c i o -
n e s e n t r e ellas; 4) los a u t o r e s q u e cultivan u n g é n e r o c o m o e p í g o n o s d e l
m i s m o n o h a c e n s i n o r e i t e r a r e n el f o n d o e s e " m o d e l o e s t r u c t u r a l " , a u n -
q u e a p a r e n t e m e n t e s e a f a n e n e n suprimir, alterar, m o d i f i c a r a l g u n a s d e
e s a s c a t e g o r í a s f u n c i o n a l e s b á s i c a s o las reglas d e c o m b i n a t o r i a e n t r e
e l l a s ; o b i e n - y e s t o i n t e r e s a a la f i n a l i d a d d e l p r e s e n t e t r a b a j o - b u s c a r á
c i e r t a o r i g i n a l i d a d mezclando géneros; 5) p o r c o n s i g u i e n t e , la p e r t e n e n -
cia d e varias o b r a s a u n m i s m o o distinto g é n e r o n o v e n d r á d a d a p o r u n a
similitud a r g u m e n t a l , sino p o r q u e se d e t e c t e n e n e s o s diversos textos fun-
c i o n e s e s t r u c t u r a l e s a n á l o g a s . Es é s t e u n p u n t o v e r d a d e r a m e n t e i n t e r e -
s a n t e y t r a s c e n d e n t a l , q u e d e b e t e n e r m u y p r e s e n t e el h i s t o r i a d o r litera-
rio al e s t a b l e c e r las d i v e r s a s c o n e x i o n e s y d e p e n d e n c i a s d e u n o s t e x t o s
c o n o t r o s e n l a c a d e n a h i s t ó r i c a . El h i s t o r i a d o r l i t e r a r i o d e b e e s t a r c o n -
venientemente advertido de que - c o n palabras de d o n Fernando Lázaro-
" a l g o e n a p a r i e n c i a t a n s e n c i l l o c o m o e s la p r i m e r a i m i t a c i ó n d e u n a
e s t r u c t u r a n o e s t á al a l c a n c e d e c u a l q u i e r a q u e p o s e a s i m p l e m e n t e u n

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 LOS GÉNEROS LITERARIOS Y LA SUPERACIÓN DE SUS LIMITES

t a l e n t o c o m ú n . La c o m e d i a m o r a t i n i a n a , a p e s a r d e s u é x i t o , t a r d ó más
d e veinte a ñ o s e n hallar u n continuador, Bretón d e los Herreros, q u e p r o -
rrogara sus e s q u e m a s " ; y 6): c a d a g é n e r o tiene u n p e r í o d o limitado de
v i g e n c i a , d e s p u é s d e l c u a l s e t r a n s f o r m a o d e s a p a r e c e , p o r q u e la a c e p -
t a c i ó n e n t r e el p ú b l i c o lector t a m b i é n s e h a t r a n f o r m a d o o h a d e s a p a r e -
c i d o . P u e s la h i s t o r i a d e la a p a r i c i ó n , é x i t o , v i g e n c i a o f r a c a s o d e u n géne-
ro literario e s t á í n t i m a m e n t e r e l a c i o n a d a c o n l o s d a t o s q u e n o s o f r e z c a al
r e s p e c t o la h i s t o r i a d e la e s t é t i c a d e la r e c e p c i ó n d e e s e m i s m o g é n e r o .
Este ú l t i m o p u n t o , d e los seis s e ñ a l a d o s p o r el p r o f e s o r L á z a r o p a r a
fijar e l e s q u e m a b á s i c o d e l género literario, nos p o n e ante una cuestión
q u e a v e c e s s e h a p l a n t e a d o y a la q u e n o s e le s u e l e d a r u n a respuesta
claramente conclusiva: ¿renacen los g é n e r o s propios de un momento
d a d o d e la h i s t o r i a literaria e n o t r a s é p o c a s p o s t e r i o r e s ? ; ¿es p e r t i n e n t e cla-
sificar, y p o r t a n t o d e f i n i r , u n t e x t o d e n u e s t r o p r e s e n t e c o n denomina-
c i o n e s genéricas d e siglos anteriores, p o r q u e entre e s e texto n u e v o y
otros del p a s a d o se adviertan ciertas coincidencias e n cualesquiera "fun-
c i o n e s " d e l c ó d i g o g e n é r i c o ? D i c h o c o n e j e m p l o s c o n c r e t o s : ¿es c o r r e c t o
a p l i c a r la e t i q u e t a d e p o e m a é p i c o - n a r r a t i v o al l a r g o p o e m a de López
2
Anglada Canto de Tarik ?, o ¿es a p r o p i a d o e n t e n d e r u n reflorecimiento
d e la n o v e l a p i c a r e s c a q u e s e c o n s t i t u y e c o n l a s u m a d e l o s modelos
Lazarillo y Guzmán e n el " n u e v o Lazarillo" d e Cela, e n el c o b a r d e y
o p o r t u n i s t a n a r r a d o r d e l a n o v e l a d e F e r n á n d e z S a n t o s Cabrera o e n el
divertido e inolvidable aventurero q u e se inventa F e r n a n d o Q u i ñ o n e s en
s u n o v e l a La canción del Pirata?; ¿ y a c a s o n o sería u n a p e r d u r a c i ó n de
l a p i c a r e s c a f e m e n i n a a c u ñ a d a p o r S a l a s B a r b a d i l l o l a s a g a d e Lola, espe-
jo oscuro, d e D a r í o F e r n á n d e z F l o r e s ? , ¿y n o e n t r o n c a r í a c o n e l e x c e l e n t e
y rico d e s p l i e g u e d e l e n g u a j e c o l o q u i a l d e u n a " l o z a n a a n d a l u z a " , e n el
r e v u e l t o s i g l o X V I , la H o r t e n s i a R o m e r o a la q u e e l n o v e l i s t a Quiñones
p u s o a c o n t a r su v i d a d e vitalista y d i c h a r a c h e r a prostituta d e l a n t e d e u n a
g r a b a d o r a ? ; ¿ a c a s o n o m e r e c e calificarse d e " e s p e r p e n t o " - a u n q u e n o la
f i r m a s e D o n R a m ó n , p e r o sí la i n s p i r a s e - l a p i e z a t e a t r a l d e Domingo
M i r a s t i t u l a d a De San Pascual a San Gil ? C l a r o q u e e s t a s c u e s t i o n e s de
las p r o l o n g a c i o n e s d e s m e s u r a d a s d e los g é n e r o s , fuera d e los a ñ o s y d e
l o s s i g l o s q u e l e v i e n e n a p r o p i a d o s , s e g ú n la h i s t o r i a l i t e r a r i a , e s s i e m p r e
u n p r o b l e m a difícil d e d i c t a m i n a r , p u e s l o q u e sí p a r e c e a d v e r t i r s e en

2. Subtitulado "Poemas de la Conquista de España" (Madrid, Instituo Hispano-

Árabe de Cultura, 1984), es a la vez un canto de un pasado histórico y una propuesta
de un futuro acercamiento de dos culturas (" Todos nos abrazamos. Parecía/ que en un
campo de trigo, de repente, hubieran jlorecido al sol las amapolas")

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 GREGORIO TORRES NEBRERA

v a r i o s d e e s o s c a s o s , c o m o d i c e L á z a r o , e s la p r e s e n c i a d e " u n a e s t r u c t u -
ra m á s o m e n o s c o n s t a n t e , q u e sirve d e s o p o r t e a i d e o l o g í a s c a m b i a n t e s " ,
m u c h a s v e c e s n o p o r u n s i m p l e c o n s e r v a d u r i s m o literario, q u e p o d r í a
c o n n o t a r s e i n c l u s o d e r e a c c i o n a r i o , s i n o p a r a b u s c a r la a c o m o d a c i ó n d e
c o n t e n i d o s n u e v o s e n los viejos m o l d e s formales del g é n e r o ya clásico.
Aparte d e esta posible p r o l o n g a c i ó n d e ciertas fórmulas genéricas d e
especial éxito e n su m o m e n t o , siglos d e s p u é s d e su vigencia m á s propia,
l o s t r e s g é n e r o s c l á s i c o s -poesía, novela, teatro- acaban teniendo, c o m o
b i e n advierte d o n F e r n a n d o Lázaro, u n a "historia c o m p a r t i m e n t a d a " , q u e
introduce matices diferenciadores y definidores e n esos moldes básicos
i n i c i a l e s , si b i e n e s o s " s u b g é n e r o s " (oda o elegía d e n t r o d e la l í r i c a ; tra-
gedia, comedia o drama e n e l s e n o d e l g é n e r o t e a t r a l , y novela corta,
apólogo, cuento, estampa etc, d e n t r o del g é n e r o narrativo) s u p o n e n "apa-
r e n t e m e n t e la d i s o l u c i ó n d e l o s g é n e r o s y o t r a v u e l t a a s u i n o p e r a t i v i d a d " .
C o m o c o n c l u s i ó n d e e s t o s p r o l e g ó m e n o s s o b r e la a r d u a c u e s t i ó n d e
los g é n e r o s literarios, habría q u e admitir d o s p o s t u l a d o s , d e los q u e
h a b r e m o s d e p a r t i r p a r a a d e n t r a r n o s e n la p o s i b l e f u s i ó n o i n t e r r e l a c i ó n
d e estructuras genéricas. C o m o afirma - s i n d e s a r r o l l a r l o - el p r o f e s o r
L á z a r o e n el b á s i c o e s t u d i o q u e v e n g o g l o s a n d o , " e s p l a u s i b l e la h i p ó -
tesis d e u n a o b r a n o a d s c r i b i b l e a g é n e r o a l g u n o " . Sería é s t e el p r i m e r o
d e l o s d o s p o s t u l a d o s , s e g ú n e l c u a l e n la m o d e r n a l i t e r a t u r a , t a n a l e j a -
d a a v e c e s d e las e x i g e n c i a s d e la p r e c e p t i v a a r i s t o t é l i c a , p o d r í a m o s
encontrar multitud d e textos q u e se d e s m a r c a s e n p o r igual d e cualquie-
ra d e las e t i q u e t a s g e n é r i c a s c o n s a b i d a s . Y e n s e g u n d o lugar, o t r o p o s -
t u l a d o q u e p a r e c e m á s s e g u r o y c o m p r o b a b l e : "el escritor, e n c u a n t o tal,
tiene q u e optar c u a n d o se d i s p o n e a escribir p o r u n g é n e r o d a d o entre
l o s q u e o f r e c e la h i s t o r i a literaria m e d i a t a o i n m e d i a t a , p a r a a d o p t a r l o o
evitarlo s e g ú n su talento o su talante", apostilla Lázaro, d e a c u e r d o c o n
lo q u e a f i r m a b a e n el p r i m e r p o s t u l a d o .
P o r o t r a p a r t e , n o h a y q u e o l v i d a r q u e d e s d e la s o c i o l o g í a literaria
p u e d e c o n c l u i r s e q u e n o d e b e m o s e n t e n d e r l o s géneros literarios como
m e r o s e s q u e m a s d e clasificación y e n c u a d r a m i e n t o d e u n d i s c u r s o lite-
r a r i o , c o m o s e q u e r í a d e s d e la ó p t i c a d e l o s p o s i t i v i s t a s ; n i , al c o n t r a r i o ,
c o m o u n c o n c e p t o r a d i c a l m e n t e inútil y d e s a c r e d i t a d o , s e g ú n p r o p u g -
n a r o n los críticos idealistas. M e p a r e c e m u c h o m á s c o n v e n i e n t e admitir
el p a p e l q u e t a l e s g é n e r o s h a n e j e r c i d o e n la h i s t o r i a literaria, d e s d e u n a
palmaria funcionalidad estética, p o r q u e , c o m o se decía antes, los géne-
ros literarios, al m a r g e n d e s u p r e s t i g i o o d e s u c r í t i c a e n d i v e r s a s é p o -
c a s , d e s e m p e ñ a n s i e m p r e u n a f u n c i ó n p e r t i n e n t e y f e c u n d a e n la g e s t a -
c i ó n d e c u a l q u i e r discurso literario, d e s d e q u i e n lo p r o d u c e y d e s d e
q u i e n lo c o n s u m e .

292

CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 LOS GÉNEROS LITERARIOS Y LA SUPERACIÓN DE SUS LÍMITES

Y n o s e o l v i d e , t a m p o c o , q u e e n la c a l i f i c a c i ó n g e n é r i c a d e u n t e x t o
n o influye ú n i c a m e n t e - a u n q u e p u d i e r a p e n s a r s e lo contrario e n p r i m e -
ra i n s t a n c i a - la e l e c c i ó n v o l u n t a r i a e i n t e n c i o n a l d e u n a u t o r , s i n o q u e
t a m b i é n p u e d e h a c e r s e p r e s e n t e la s i t u a c i ó n c o n t e x t u a l e n la q u e el t e x t o
se crea o se reactualiza, d e m a n e r a q u e p u e d e afirmarse - e n t r a n d o ya e n
l a c o n s i d e r a c i ó n d e l o s géneros d e s d e e l c i r c u i t o d e la c o m u n i c a c i ó n lite-
r a r i a - a q u e l l o d e q u e e n , e s t e a s u n t o , "el a u t o r p r o p o n e y el p ú b l i c o d i s -
p o n e " . E s d e c i r , q u e l o s géneros literarios n o s o n s ó l o u n a p a r c e l a e n la
q u e tiene m u c h o q u e decir el creador, sino q u e t a m b i é n es materia q u e
d e b e c o n s i d e r a r s e d e s d e l a estética de la recepción . O sea, q u e el g é n e -
r o h a y q u e t e n e r l o e n c u e n t a n o s ó l o e n el m o m e n t o d e la c r e a c i ó n d e l
t e x t o s i n o t a m b i é n e n s u p r o c e s o d e c o m u n i c a c i ó n al lector. D e m o d o
q u e e n u n t e x t o d a d o , y p a r a c o n s i d e r a r l o d e s d e la e t i q u e t a g e n é r i c a
c o n s i g u i e n t e , h a b r á q u e t e n e r e n c u e n t a la s u p e r p o s i c i ó n d e la generici-
dad autoría! y l a genericídad lectorial, sobre todo porque cualquier
a u t o r es, a n t e s q u e otra c o s a , lector, y p o r t a n t o n o codificará su t e x t o e n
u n g é n e r o d e t e r m i n a d o p a r t i e n d o d e la n a d a , s i n o d e s d e las m a r c a s
genéricas ya admitidas convencionalmente, y por tanto disponibles,
p u e s t o q u e c u e n t a n ya c o n u n a c e p t a d o nivel d e expectativa lectorial.
Se p o d r í a concluir d e t o d o lo anterior, y p a r a n o h a c e r m á s larga esta
d i g r e s i ó n p r e l i m i n a r d e c a r á c t e r t e ó r i c o , q u e l a c u e s t i ó n d e l género lite-
rario , y p o r e n d e l a a c o m o d a c i ó n d e u n t e x t o d a d o a u n g é n e r o d e t e r -
m i n a d o , es a s u n t o m á s c o m p l e j o d e lo q u e p u d i e s e p e n s a r s e e n u n prin-
c i p i o , p u e s n o s e d a , e n la p r á c t i c a , u n a r e l a c i ó n s i m p l e y m o n o v a l e n t e
e n t r e u n texto c o n c r e t o y u n g é n e r o c o n c r e t o , s i n o q u e , p o r el contra-
rio, s o n d i v e r s a s y h e t e r o g é n e a s las r e l a c i o n e s e n t r e distintos a s p e c t o s
d e l o s a c t o s c o m u n i c a t i v o s y d e l a s r e l a c i o n e s t e x t u a l e s . P o r q u e , si d e c i -
m o s d e u n t e x t o d a d o q u e e s u n soneto lírico o u n cuento de hadas, no
sólo los u b i c a m o s d e n t r o d e d o s c ó d i g o s genéricos distintos (cuales s o n
poesía o relato), sino q u e a l u d i m o s t a m b i é n a d o s m a r c a s d e identifica-
c i ó n t e x t u a l d i f e r e n t e s : u n a o r g a n i z a c i ó n f o r m a l e n el p r i m e r c a s o y u n a
i n t e n c i ó n c o m u n i c a t i v a e n el s e g u n d o , d e o r d e n s e m á n t i c o . L u e g o , c o n
l o s í n d i c e s g e n é r i c o s s i m p l e m e n t e n o s e a b a r c a la t o t a l i d a d d e p o s i b i l i -
dades d e u n texto, sino tan sólo u n o s aspectos parciales del mismo.
2. E n o t r a i n t e r v e n c i ó n p a r e j a y c o m p l e m e n t a r i a d e e s t a s o b r e la
3
v i g e n c i a a c t u a l d e l c o n c e p t o d e género literario apuntaba yo que sobre
e l a b a n i c o d e p o s i b i l i d a d e s c l á s i c a s -narración, poesía, ensayo y teatro-

3. "Vigencia de los géneros literarios, hoy"- República de las Letras. Madrid,

Asociación Colegial de Escritores de España, num. 37, abril de 1993, pp. 65-79

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 GREGORIO TORRES NEBRERA

el escritor a c t u a l b u s c a y s e m u e v e e n o t r o s g é n e r o s q u e s e v a n confi-
g u r a n d o al h i l o d e la i m p o n e n t e e i n e v i t a b l e i n f l u e n c i a d e l o s m e d i o s d e
c o m u n i c a c i ó n , q u e i n c i d e n t a n p o d e r o s a m e n t e s o b r e la p r o d u c c i ó n lite-
raria, a saber: el g u i ó n c i n e m a t o g r á f i c o , el g u i ó n d e l serial radiofónico
a h o r a s u s t i t u i d o p o r el d e l c u l e b r ó n o serial televisivo, c o n a q u e l d e p r i -
m i d o a n t e c e d e n t e q u e f u e el g u i ó n r o s a p a r a la f o t o n o v e l a , o el a r t í c u -
l o d e o p i n i ó n (la c o l u m n a i n m e d i a t a y p r o n t a d e l d i a r i o ; la c o l a b o r a c i ó n
m á s pensada y cuidada del semanario o del suplemento dominical) que
tan excelente alcurnia t i e n e , si p e n s a m o s en Larra, Bécquer, Azorín,
U n a m u n o o A z a ñ a , y q u e l u e g o s o n la b a s e d e l i b r o s m i s c e l á n i c o s que
suelen alcanzar a c e p t a b l e s ventas: ahí están títulos d e A n t o n i o Gala,
U m b r a l , J a i m e C a p m a n y ; y así - a g o l p e d e c o l a b o r a c i ó n s e m a n a l e n el
d i a r i o "El P a í s " - s e g e s t ó l a s e g u n d a Arboleda Perdida d e Rafael Alberti.
P e r o t a m b i é n r e c o r d a b a e n e s a o t r a o c a s i ó n q u e el a s p e c t o q u e más
p u e d e l l a m a r la a t e n c i ó n a la h o r a d e p l a n t e a r n o s la v i g e n c i a d e los
géneros literarios hoy, es el d e su m u t u a interrelación, a s p e c t o q u e es
u n o d e los objetivos f u n d a m e n t a l e s del p r e s e n t e trabajo. O d i c h o d e otro
m o d o , lo no vigente en los géneros actualmente es mantenerse, entre sí y
frente al lector/receptor, como compartimentos estancos. Los a u t o r e s b u s -
c a n la r e n o v a c i ó n d e e s o s g é n e r o s p r e c i s a m e n t e h a c i é n d o l o s aparecer
c o m o o t r o s n u e v o s , e v o l u c i o n a d o s , d e m o d o q u e e s y a difícil t r a z a r l a s
l í n e a s c l a r a s d e s e p a r a c i ó n e n t r e l o q u e e s poesía, novela y teatro e n la
trayectoria d e u n autor, e incluso e n u n texto d e t e r m i n a d o . T o d o s los
maridajes, t o d a s las d i r e c c i o n e s , s o n lícitas y p o s i b l e s . Esa s u e r t e de
m e t a m o r f o s i s r e n o v a d o r a e s el ú n i c o c a m i n o cierto q u e t i e n e n , h o y , los
g é n e r o s l i t e r a r i o s p a r a p e r m a n e c e r e n s u difícil g r a d o d e v i g e n c i a .
E n r e a l i d a d , la s u p e r a c i ó n d e l o s l í m i t e s g e n é r i c o s e n c i e r t o s t e x t o s ,
l a p r á c t i c a d e lo transgenérico, se produce con notables ejemplos ya en
l a é p o c a c l á s i c a d e n u e s t r a l i t e r a t u r a : La Celestina d e R o j a s s u p o a u n a r la
p l u r a l i d a d e s p a c i a l y t e m p o r a l - p r o p i o s d e la n o v e l a s e n t i m e n t a l v i g e n -
t e e n s u s i g l o - c o n la e s t r u c t u r a e x c l u s i v a m e n t e d i a l o g a d a , m a r c a b á s i c a
d e l g é n e r o d r a m á t i c o , a d e m á s d e fijar u n a r e l a c i ó n f u n c i o n a l e n t r e sus
p e r s o n a j e s (el p a r a l e l o y el c o n t r a s t e d e a c c i o n e s e n t r e a m o s y c r i a d o s ,
e n t r e l o s d o s p l a n o s s o c i o l ó g i c o s d e l c o n f l i c t o ) q u e l u e g o h i z o s u y a la
comedia nueva d e l XVII. A l g o similar - e n el s u r c o d e e s t e p r i m e r gran
e j e m p l o d e lo transgenérico- h i z a L o p e e n s u Dorotea, y Tirso s u p o agru-
p a r b a j o e l e n v o l v e n t e b a r r o c o d e l a m i s c e l á n e a -Cigarrales de Toledo,
d e 1 6 2 1 , o Deleitar Aprovechando, d e 1 6 3 5 - hasta tres tipos d e textos
p e r t e n e c i e n t e s a t r e s e t i q u e t a s g e n é r i c a s d i s t i n t a s : n o v e l a s ( c o m o Los tres
maridos burlados o El Bandolero), certámenes poéticos d e diverso cala-

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 LOS GÉNEROS LITERARIOS Y LA SUPERACIÓN DE SUS LÍMITES

d o y c o m b i n a d a s e s t é t i c a s , y o b r a s t e a t r a l e s ( a u t o s , c o m o El colmenero
divino o e x c e l e n t e s c o m e d i a s c o m o El vergonzoso en palacio). Y obras
fundamentales d e l a l i t e r a t u r a r e n a c e n t i s t a , c o m o l a s Dianas de
M o n t e m a y o r y Gil P o l o , s u p i e r o n c o m b i n a r e l r e l a t o y la p o e s í a e n la
composición armónica renacentista. Viniendo m á s cerca d e nuestra
é p o c a , los e j e m p l o s s e m u l t i p l i c a n : a h í e s t á la s i m b i o s i s p o e s í a - n o v e l a e n
las tres " n o v e l a s p o e m á t i c a s " d e P é r e z d e Ayala, p u e s e n c u a l q u i e r a d e
e l l a s la e s e n c i a t e m á t i c a y a r g u m e n t a l d e c a d a c a p í t u l o s e c a p t a e n u n
b r e v e p o e m a i n t r o d u c t o r i o ; o la m e d i t a d a c o m b i n a c i ó n d e l p o e m a v e r s i -
f i c a d o y d e l p o e m a e n p r o s a e n e l Diario j u a n r a m o n i a n o , o la i n s e r c i ó n
i n e s p e r a d a d e o t r o s p o e m a s e n p r o s a e n el t e x t o d e n o v e l a s sociales d e
l o s a ñ o s t r e i n t a , c o m o la b e l l a " I m p r e c a c i ó n d e l m a n i q u í " q u e D í a z
F e r n á n d e z e n c a r t ó e n e l c a p í t u l o 1 7 d e La Venus Mecánica; son bastan-
tes las n o v e l a s e n las q u e el n a r r a d o r inserta e n m e d i o d e l d i s c u r s o n a r r a -
tivo e s c e n a s teatrales; o d i c h o d e o t r o m o d o , e n n o p o c a s o c a s i o n e s el
discurso del relato a d o p t a el d i s e ñ o formal (exclusivo diálogo, distinción
e n t r e t e x t o d r a m á t i c o y t e x t o d e la d i d a s c a l i a ) d e l d i s c u r s o t e a t r a l : a títu-
lo d e e j e m p l o p o d r í a señalar el " c u e n t o e s c é n i c o " q u e F e r n á n d e z Flores
i n t e r c a l a e n u n m o m e n t o d e l a e s t a n c i a q u i n t a d e El bosque animado,
b a j o e l t í t u l o "El h e r m a n o h o m b r e " , e i n t e r p r e t a d o - a l a m a n e r a d e l a s
a n t i g u a s f á b u l a s - p o r d o s c o n e j o s , el o s o , el l o b o , a l g u n o s c o r z o s , v a r i o s
g a z a p i l l o s , q u e al a r r i m o d e u n a c e b o n e v a d o d i s c u t e n s o b r e las c o n d i -
c i o n e s n e g a t i v a s o p o s i t i v a s d e la v i d a e n l a s c i u d a d e s f r e n t e a la q u e s e
e x p e r i m e n t a e n e l c a m p o , y d e c i d e n s a l v a r la v i d a d e u n h o m b r e q u e , a
d i f e r e n c i a d e l o s c a z a d o r e s , n o b u s c a la d e p r e d a c i ó n d e la n a t u r a l e z a ,
s i n o s u c o n t e m p l a c i ó n a m o r o s a , h u y e n d o d e l " c o r r a l i n m u n d o d e la c i u -
d a d " ; e n l a p r i m e r a n o v e l a p o e m á t i c a d e P e d r o d e L o r e n z o La quinta
soledad ( 1 9 4 3 ) el c a p í t u l o v i g é s i m o s e p r e s e n t a , e n s u p r i m e r a m i t a d ,
c o m o u n a e s c e n a teatral; el novelista catalán Santiago L o r é n introdujo
t a m b i é n el d i á l o g o teatral e n a l g u n a s s e c u e n c i a s d e l c a p í t u l o q u i n t o d e
l a p r i m e r a p a r t e d e s u n o v e l a Una casa con goteras ( 1 9 5 4 ) ; e n Las cró-
nicas del Sochantre (1959) - p r i m e r a entrega del ciclo b r e t ó n del gallego
A l v a r o C u n q u e i r o - s e o f r e c e c o m o r e m a t e d e l c a p . III d e l a t e r c e r a p a r t e
u n a m u y p a r t i c u l a r y s o r p r e s i v a v e r s i ó n i m p r o v i s a d a d e la h i s t o r i a d e
R o m e o y Julieta, q u e - p o r c o n f u s i ó n c o n u n a c o m p a ñ í a d e c ó m i c o s ita-
l i a n o s - h a d e r e p r e s e n t a r e n e l a t r i o d e l a v i e j a i g l e s i a d e C o m f r o n t "la
4
h u e s t e d e los difuntos q u e a n d a b a v a g a n d o p o r Bretaña" ; o c o m o - y es

4. La escritura teatral no fue extraña a la experiencia de Cunqueiro, ni la revisión

de mitos teatrales shakesperianos como éste o el de Hamlet (vid. el num. 241 nov-

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 GREGORIO TORRES NEBRERA

u n e j e m p l o e n d o b l e d i r e c c i ó n p a r a finalizar esta retahila d e e j e m p l o s d e

la n a r r a t i v a r e c i e n t e - el c a s o d e R a m ó n J . S e n d e r , q u e c o b i j a e j e m p l o s
b r e v e s d e s u t e a t r o e n el d i s c u r s o d e a l g u n a s d e s u s n o v e l a s (Tres nove-
las teresianas, El pez de oro, o En la vida de Ignacio Morel) o convierte
e n r e l a t o s -La llave, La fotografía- lo q u e n o eran sino piezas teatrales
e n u n p r i n c i p i o . A l g u n a v e z u n a m i s m a historia s e h a v e r t i d o e n el m o l d e
d e la n o v e l a , d e l s e r i a l r a d i o f ó n i c o , d e l t e x t o t e a t r a l o d e l g u i ó n d e u n a
p e l í c u l a ( e s a s u e r t e d e s u c e s i v a metamorfosis genérica la t e n g o d o c u -
m e n t a d a e n l a m e m o r a b l e Ama Rosa q u e e n l o s a ñ o s c i n c u e n t a e s c r i b i ó
G u i l l e r m o Sautier Casaseca, u n autor q u e a b u e n s e g u r o h u b i e s e triunfa-
do, mejorándolos, e n los débiles y repetitivos c u l e b r o n e s v e n e z o l a n o s d e
a h o r a ) . Y la ú l t i m a m o d a e n t e a t r o e s a d a p t a r al c ó d i g o d r a m á t i c o l o q u e
e n u n p r i n c i p i o se h a b í a p e n s a d o c o m o g u i o n e s d e las p e l í c u l a s d e
5
A l m o d o v a r . Si c o n l a i r r u p c i ó n d e l c i n e s e f i l m a b a n o b r a s t e a t r a l e s , p a r a
a t r a e r s e u n p ú b l i c o h a b i t u a d o al t e a t r o , a h o r a s e p r o d u c e e l c a m i n o d e
vuelta: se dramatizan (o se teatralizan, m á s e x a c t a m e n t e ) historias q u e
h a n r e s u l t a d o rentables e n las salas d e p r o y e c c i ó n ; p a r e c e q u e el cine
e s t á g a n a n d o d e f i n i t i v a m e n t e la b a t a l l a al t e a t r o .
O p i n i o n e s s o b r e la c o n v e n i e n c i a d e lo transgenérico n o faltan e n t r e
l o s e s c r i t o r e s . A r a q u i s t á i n , p o r e j e m p l o , v e í a c o n b u e n o s o j o s la i n t e r c o -
n e x i ó n d e l o s g é n e r o s , d e m o d o q u e c o n s i d e r a b a a la n o v e l a y a l t e a t r o
recíprocamente convertibles. "Una novela n o pierde e n valores esenciales
- e s c r i b í a e l a u t o r d e La batalla teatraf p o r c o n v e r t i r s e e n t e a t r o . Al c o n -
6
trario, la p r u e b a e s c é n i c a e s la p i e d r a d e t o q u e d e u n a n o v e l a " . S i g u i e n d o
e s a s u g e r e n c i a , e n l o s a ñ o s e n q u e A r a q u i s t á i n p r a c t i c a b a la crítica t e a t r a l ,
se r e p r e s e n t a r o n versiones escénicas d e novelas tan distintas c o m o Pepita
Jiménez o A.M.D.G7 Y otra escritora m á s p r ó x i m a e n el t i e m p o , E l e n a

diciemb. de 1991 de la revista "Primer Acto" dedicado a la dramaturgia cunqueriana). De

esta pieza sobre los amantes de Verana ha dicho R. Salvat que en ella el autor gallego
recupera "el tema de la obsesión de la Muerte" y que tiene "como un regusto de Artaud,
de un teatro de la crueldad y de la desesperación, un teatro de la "folie" surrealista y de
todo tipo de desmesuras" (en el cit. num. de "Primer Acto", pág 30). Ya reconoció
Cunqueiro que "todo está en Shakespeare".
5. Un ejemplo reciente lo tenemos en la adaptación que ha hecho Fermín Cabal
de la película Entre tinieblas, espectáculo que se estrena en el Teatro Maravillas de
Madrid en 1992
6. "Don Quijote en película" en el diario La Voz, (31-marzo- 1926, p. 2)
7. Y es una práctica que se renueva con frecuencia. Hace p o c o el atrevimiento ha
llegado a adaptar a la escena la Fortunata de Galdós y el Tirano Banderas de Valle. Se
anuncia el inminente estreno de la versión teatral de Pantaleón y las visitadoras de
Vargas Llosa y hasta de El celoso extremeño de Cervantes. Y hasta tres veces han subido
a un escenario novelas de Delibes.

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 LOS GÉNEROS LITERARIOS Y LA SUPERACIÓN DE SUS LÍMITES

S o r i a n o , e s c r i b í a e n 1952 l o q u e s i g u e : "Los e s c r i t o r e s a c t u a l e s h e m o s q u e -
m a d o las p r e c e p t i v a s y, d e s p r e c i a n d o s u s d e f i n i c i o n e s convencionales,
a d m i t i m o s otra c o n v e n c i ó n : q u e los g é n e r o s literarios s o n indefinibles,
proteicos y aleatorios". Más adelante, e n ese m i s m o artículo, se sugieren
l o s r a s g o s q u e a p r o x i m a n e l g é n e r o p o e s í a al g é n e r o n o v e l a o a l g é n e r o
t e a t r o , y a q u e l l o s o t r o s r a s g o s q u e l o s a l e j a n e n t r e s í , y a v e n t u r a la m i s m a
ensayista u n a formulación general, q u e n o comparto del todo, pero que
n o s p o n e e n la p i s t a d e la i m p o r t a n c i a q u e v i e n e n a t e n e r l o s t r a s v a s e s
g e n é r i c o s e n la e v o l u c i ó n y e s t a d o a c t u a l d e l o s t e x t o s literarios: " A u n q u e
e n t r e t o d o s los v a s o s del g r a n c u e r p o literario h a y a u n a suerte d e o s m o -
sis, ésta e s m á s i n t e n s a , a m i ver, e n t r e p o e s í a y t e a t r o y e n t r e e n s a y o y
novela, respectivamente^" Mostraré seguidamente c o n algunos ejemplos
q u e esos vasos comunicantes existen efectivamente, pero también en
otras direcciones posibles. Veamos algunos casos, p r o b a b l e m e n t e menos
c o n o c i d o s o c i t a d o s , p e r o n o m e n o s i l u s t r a t i v o s d e e s a p r á c t i c a d e lo tran-
genérico q u e v e n g o d e f e n d i e n d o e n esta intervención:
a) el d r a m a t u r g o J e r ó n i m o L ó p e z M o z o p u b l i c ó e n 1976 u n frag-
m e n t o d e la c u a r t a j o r n a d a d e u n a p i e z a t e a t r a l t i t u l a d a Improvisación
madrileña ( " R e v o l a t u r a " , B a r c e l o n a , n . 1, o c t u b r e d e 1 9 7 6 ) c u y a suerte
posterior ignoro; p e r o basta con ese fragmento, para considerar u n b u e n
ejemplo d e la f u s i ó n discurso como relato- discurso como teatro: un
g r u p o d e personajes dialogan acerca d e u n a totémica piel d e toro ten-
s a d a y t e n d i d a a s e c a r e n u n r i n c ó n d e la P l a z a M a y o r d e M a d r i d , y l o
q u e e s p e r a r í a m o s l e n g u a j e d e las d i s d a s c a l i a s se c o n v i e r t e e n discurso
d e u n r e l a t o q u e lleva el t e x t o b a s t a n t e m á s allá d e lo q u e u n a repre-
s e n t a c i ó n al u s o p e r m i t i r í a o f r e c e r ( e n r e a l i d a d n o s e h a c e o t r a c o s a q u e
m a r c h a r p o r e l c a m i n o a b i e r t o p o r V a l l e y a e n s u s Comedias Bárbaras).
b ) el p o e t a y n o v e l i s t a R a m í r e z L o z a n o n o s o f r e c e o t r o s u s t a n c i o s o
e j e m p l o d e i m b r i c a c i ó n género novela-género poesía e n su texto Gárgola
(Madrid, Cátedra, 1985): e n las últimas p á g i n a s d e esta n o v e l a , desarro-
l l a d a s b a j o e l t i e m p o l i t ú r g i c o d e la " P a s c u a d e R e s u r r e c c i ó n " , q u e es
t a m b i é n t i e m p o m í t i c o , s e h a c e u n a b r i l l a n t e y a la v e z desmitificadora
i n t e r p r e t a c i ó n d e la p a r á b o l a d e las v í r g e n e s p r u d e n t e s y d e las v í r g e n e s
n e c i a s , s e g ú n s e r e f i e r e e n Mateo 25, 1-13- Pues bien, dicha sección de
Gárgola n o e s s i n o la t r a n s p o s i c i ó n a u n n u e v o c ó d i g o g e n é r i c o d e la
ú l t i m a p a r t e d e s u l i b r o d e p o e m a s Bestiario del Cabildo (1984), espacio

8. "Poesía, drama y novela" Poesía Española, 6 , junio de 1952. Tomo la cita de la

reedición en el volumen Literatura y vida. 1-. Artículos y ensayos breves. Barcelona,
Anthropos, 1992, pp. 87-92.

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 GREGORIO TORRES NEBRERA

t e x t u a l p r e s e n t a d o b a j o l a s m a r c a s d e l g é n e r o poesía lírica, lugar e n el

q u e R a m í r e z L o z a n o e n s a y a y a d e l a n t a el t e x t o q u e u n o s m e s e s d e s p u é s ,
c o n n o d e m a s i a d o s c a m b i o s , s e a r r o p a r í a b a j o el i n d i c a d o r g e n é r i c o d e
novela. N o es, d e s d e l u e g o , el ú n i c o e j e m p l o d e lo q u e se está convir-
t i e n d o e n u n a p r á c t i c a c o r r i e n t e e n e s t e a u t o r , p e r o sí s u f i c i e n t e m e n t e
i l u s t r a t i v o d e e s e p a p e l q u e v i e n e a l c a n z a n d o e l g é n e r o novela, el d e s e r
r e c e p t á c u l o y crisol d e otras m u c h a s m a r c a s genéricas, q u e a c a b a n a d a p -
t á n d o s e a l d i s c u r s o q u e a d m i t i m o s c o m o t a l novela. Coteje el l e c t o r e s t o s
d o s t e x t o s y r e c o m p o n g a él m i s m o el p r o c e s o d e " a m p l i f i c a d o " s e g u i d o
p o r R a m í r e z L o z a n o , d e l v e r s o a la p r o s a , d e l p o e m a al r e l a t o :

a) B e s t i a r i o d e l C a b i l d o :

A la l u z d e s u s l á m p a r a s
las d i e z v í r g e n e s b o r d a n
y h a c e n p u n t o d e cruz.

Clérigos c o n paraguas
s u b e n hasta los pulpitos
a rifar p a q u e t i l l o s
celestes d e cenizas
y r e c i t a n las listas
d e los ricos del m u n d o .

Las v í r g e n e s b o s t e z a n ,
d e s b a r a t a n el hilo
del camello q u e bordan
y lo h a c e n p a s a r
r i e n d o p o r el ojo
p e q u e ñ o d e u n a aguja.

b) Gárgola
(resalto los s i n t a g m a s del texto e n p r o s a q u e m á s literalmente coin-
ciden c o n los versos transcritos):

E s t a n o c h e a p e n a s si d u e r m e n l a s v í r g e n e s . C u c h i c h e a n d e n t o n a s ,
cómplices, s i n parar d e h a c e r p u n t o d e cruz a la p e n u m b r a e s c a s a
d e s u s l á m p a r a s , lamparitas d e c o b r e p u l i d o q u e Polibio, el b a r b e r o , y
el sacristán P u b l i c i o t i e n e n a c a r g o c e b a r c o n s u s g r a n d e s a l c u z a s . C o m o
si a g u a r d a r a n a u n v i a j e r o r e m o t o , v e n i d o d e o s c u r a s s i r t e s p a r a t a n a l t a s
postrimerías, n o p a r a n ellas d e s a l m o d i a r m i e n t r a s b o r d a n . C i e n t o s
d e c l e r i q u i l l o s e n s e ñ a n s u c a r n e t d e e s c a p u l a r i o , c o m o si d e u n c o n -
greso. S u b e n famélicos, a c a n u t a d o s , a l o s p u l p i t o s t o d o s d e la ciu-

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 LOS GÉNEROS LITERARIOS Y LA SUPERACIÓN DE SUS LÍMITES

dad y rifan d e s d e allí c a t e c i s m o s , e s t a m p i t a s y hasta r e c i t a n la lista

d e l o s r i c o s d e l m u n d o . Mas las v í r g e n e s , hechas ya a tan postrera
c o s t u m b r e , apenas s i s e i n m u t a n , pendientes s ó l o de tan codiciada v e n i -
da. A s í que b o s t e z a n , desbaratan e l h i l o d e l c a m e l l o q u e b o r d a n y
l o h a c e n pasar, s i e m p r e c o n s u s o n r i s a c ó m p l i c e , p o r e l o j o p e q u e -
ñ o d e s u aguja.

L o s d o s e j e m p l o s que v o y a p o n e r a continuación pertenecen a d o s

autores de d o s p r o m o c i o n e s d i s t i n t a s , del m e d i o s i g l o u n o - F e r n a n d o
Q u i ñ o n e s - y de la p r o m o c i ó n de l o s ochenta - J u l i o L l a m a z a r e s - e l o t r o ,
pero ambos tienen e n c o m ú n s u notable dedicación tanto a la poesía
como a la narrativa.
E m p e z a r é p o r relacionar transgenéricamente algunos textos de
Fernando Quiñones.
E l trasvase de u n texto que es p r i m e r o relato, o n o v e l a , a d i s c u r s o
que s e presenta bajo l o s í n d i c e s genéricos de teatro, tiene u n clásico
antecedente e n n o pocos t í t u l o s g a l d o s i a n o s ( d o n B e n i t o l l e v ó a l o s
escenarios algunas de s u s " n o v e l a s dialogadas"), i n i c i á n d o s e así una
f o r m a de trasmutación textual que practica Q u i ñ o n e s e n u n excelente
e j e m p l o de trasvase de u n cuento p r o p i o , s o b e r b i o cuento, El Armario,
a u n m o n ó l o g o teatral que s e r e p r e s e n t ó hace a l g u n o s a ñ o s , El Grito. Se
m u e s t r a e n ambas v e r s i o n e s la experiencia del desarraigo del emigrante
a la f u e r z a , f o r m u l a d a a través del m o n ó l o g o de u n a m u j e r i l u s i o n a d a y
nostálgica, atrincherada e n u n e n t o r n o que apenas entiende n i m u c h o
m e n o s comprende, añorando cosas y s e r e s del pasado: e n e l relato, el
h e r m o s o a r m a r i o que p r e s i d e el d o r m i t o r i o de la casa abandonada del
p u e b l o , que algún día podrá s e r s u permanente d o r m i t o r i o e n u n espa-
cio recobrado de la infancia, e n el lugar e n que ella v o l v e r á a s e r ella
m i s m a , cuando recupere la f o r m a y e l o l o r de aquel a r m a r i o , s e con-
vierte en e l s í m b o l o de tantas cosas temporalmente abandonadas; en e l
m o n ó l o g o escénico, el h i j o perdido, s i m b o l i z a d o e n el triciclo que per-
manece quieto e n u n r i n c ó n de la h u m i l d e habitación, r e s u l t a tan m u d o
y elocuente c o m o e l v i e j o abuelo que, frente a la locuacidad de la mujer,
consigna s u protesta, manifiesta s u f o r z o s o trasplante a u n a tierra e x t r a -
ña que s e niega a comprender, con u n i m p e r t é r r i t o s i l e n c i o que s ó l o s e
r o m p e al f i n a l , cuando n o cabe más que e l g r i t o , casi el alarido de i m p o -
tencia que r e s u e n a como u n estallido de acusación, y cuando la espe-
ranza s e v i e n e abajo, c o m o u n castillo de n a i p e s .
D e s d e o t r o relato, La legionaria, ha logrado Q u i ñ o n e s o t r o m o n ó -
logo teatral de idéntico t í t u l o , relato que fue además la célula m a t r i z de
la novela antes mencionada Las mil noches de Hortensia Romero. S i en

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 GREGORIO TORRES NEBRERA

los textos referidos v e m o s c ó m o F e r n a n d o Q u i ñ o n e s trasvasa argumen-

t o s i d é n t i c o s d e l c u e n t o al t e a t r o y a la n o v e l a l a r g a , e s t e p e r s o n a j e im-
p a g a b l e d e H o r t e n s i a , la m e r e t r i z e n t r a d a e n a ñ o s q u e c u e n t a s u s mil
e x p e r i e n c i a s d e s d e la a t a l a y a t a n p a r t i c u l a r q u e la v i d a le h a deparado,
p a r e c e salida d e l m a r c o - l i b r o e n el q u e p o d r í a h a b e r c o m p a r t i d o una
celdilla-poema: p o r q u e e n esta aproximación d e géneros q u e estoy pro-
p o n i e n d o y ejemplificando, e n t i e n d o q u e u n p o e m a del libro d e Qui-
ñ o n e s El muro de las Hetairas, c o n c r e t a m e n t e el t i t u l a d o "Encarnación",
e s u n t e x t o e n el q u e s e t r a z a la e t o p e y a d e u n a p u t a q u e p a r e c e un
a p u n t e d e l r e t r a t o a t o d o c o l o r q u e e l n o v e l i s t a h a c e d e la d i c h a r a c h e r a
H o r t e n s i a . C o n s o l a c i ó n , la h e t a i r a d e l p o e m a , e s m á s b i e n s i l e n c i o s a , y
Hortensia se muestra decididamente locuaz ante el m a g n e t o f ó n que
recogerá su relato e n vivísima primera p e r s o n a d e su vida y a n d a n z a s ;
p e r o e n lo d e m á s , c r e o q u e c o m p a r t e n a m b a s mujeres lo esencial del
s e n t i d o d e su vida: las d o s v i e n e n "de u n v a s t o ayer", c o n u n a hermo-
s u r a q u e e s "jirón d e e t e r n i d a d " , c o n " m a j e s t u o s a , d e s e a b l e s o b e r b i a " . Y
j u n t o a esa casi mítica E n c a r n a c i ó n ( e c o , o l e a d a y r e s u m e n d e culturas
h e c h a s d e sabiduría y d e s e x o ) otros dibujos d e este "libro d e las p u t a s "
( q u e b e b e e n D e l i c a d o y e n Moratín) f o r m a n el c o r o i n s e p a r a b l e d e un
r e t a b l o e n c u y o c e n t r o d e s t a c a H o r t e n s i a R o m e r o : d e l p o e m a al c u e n t o ;
d e l c u e n t o al m o n ó l o g o d r a m á t i c o ; d e l p o e m a r i o a la n o v e l a : t o d a una
p e r s p i c a z p r á c t i c a d e lo transgenérico.
Algo m u y p a r e c i d o a lo q u e a p u n t a b a acerca del libro d e poemas
d e Q u i ñ o n e s y d e su novela, se p r o d u c e entre dos h e r m o s o s e intensos
l i b r o s d e L l a m a z a r e s , e l r e l a t o La lluvia amarilla (1988) y el poemario
Memoria de la nieve (1982).
E n la n o v e l a a s i s t i m o s a u n l a r g o m o n ó l o g o d e l ú l t i m o s u p e r v i v i e n -
te d e u n p u e b l o del Pirineo a r a g o n é s q u e e s p e r a su p r o p i a m u e r t e tras
h a b e r ido p e r d i e n d o - m u e r t o s o alejados, recordados y o l v i d a d o s - veci-
n o s , a m i g o s , h i j o s , la p r o p i a m u j e r , la p e r r a , la c a s a , la m e m o r i a , tras
h a b e r i d o g a s t a n d o t o d o s u t i e m p o , c u b i e r t o , c o m o el paisaje invernizo,
p o r l a n i e v e d e a ñ o s , d e s i g l o s , y c o n e l l a la lluvia amarilla, las hojas
d o r a d a s y m u e r t a s , la h e r r u m b r e , la p á t i n a d e l t i e m p o , la m e m o r i a que
se borra lentamente, inexorablemente.
Este largo m o n ó l o g o se d i s p o n e e n n u m e r o s a s secuencias d e una
e x t e n s i ó n similar ( e n t o r n o a las v e i n t e líneas) q u e se a p r o x i m a n a las
varias estrofas d e u n largo p o e m a elegiaco e n prosa, q u e e s o m e pare-
c e e s , t a m b i é n , e l l i b r o La lluvia amarilla. N o e s difícil r e c o p i l a r una
antología de verdaderos p o e m a s e n p r o s a , si r e c o r r e m o s l a s diversas
s e c u e n c i a s d e l l i b r o , c o m o n o e s difícil, p a r a r e f o r z a r l a s posibilidades

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 LOS G É N E R O S LITERARIOS Y LA S U P E R A C I Ó N D E SUS LÍMITES

d e lo transgenérico e n este t e x t o d e L l a m a z a r e s , s e ñ a l a r p a r e c i d o s i n d u -
d a b l e s e n t r e a l g u n a s d e esas s e c u e n c i a s y las q u e a r t i c u l a n e l p o e m a
Memoria de la Nieve. Para c o m p r o b a r l o p r o p o n d r é u n p a r d e e j e m p l o s
t a n s ó l o d e Memoria de la nieve q u e c o n s i d e r o s u f i c i e n t e m e n t e i l u s t r a t i -
v o s d e esa c o r r e l a c i ó n e n t r e la n o v e l a y el l i b r o d e p o e s í a , e i r é s e ñ a -
l a n d o pasajes d e la p r i m e r a q u e m u e s t r a n c l a r a c o r r e s p o n d e n c i a c o n
s e c u e n c i a s c o n c r e t a s d e l p o e m a ( y d e l o q u e se d e d u c i r á q u e La lluvia
amarilla es u n e s p l é n d i d o e j e m p l o , e n t r e l o s m á s r e c i e n t e s , d e la n o v e -
la l í r i c a o p o e m á t i c a e n la L i t e r a t u r a E s p a ñ o l a a c t u a l ) .

D i c e e l p o e m a r i o e n s u s e c u e n c i a 17:

A q u í la muerte es amarilla c o m o el sabor del pan.

Yo la he visto r o n d a r los braseros d o n d e hierbas antiguas ahuyentan el
miedo.
Y he escuchado su grito de nieve entre los tallos tiernos de las enreda-
deras.
Nunca bastaron las lenguas de aceite para alejar el frío de las habitacio-
nes.
Jamás fue suficiente la vigilia del fuego, n i la zozobra de las bestias en
las cuadras hinchadas p o r el h e n o .
La muerte llegó siempre c o n helada añoranza y, al amanecer, en el asom-
bro
de los perros podría recordársela.

Y p o d e m o s r a s t r e a r e n la n o v e l a "secuencias", c o m o éstas, que

c o p i o de su capítulo d é c i m o q u i n t o :

Lentamente, las horas v a n pasando / / y la lluvia amarilla va b o r r a n -

d o / / la sombra del tejado de Béseos / / y el círculo i n f i n i t o de la l u n a . / /
Es la misma de todos los otoños. / / La misma q u e sepulta las casas y las
t u m b a s . / / La q u e envejece a los h o m b r e s . / / La q u e destruye p o c o a p o c o
/ / sus rostros y sus cartas y sus fotografías. / / La misma q u e una n o c h e ,
j u n t o al río, / / e n t r ó en m i alma para n o v o l v e r ya n u n c a / / a abando-
n a r m e el resto de los días de m i vida

(nótense los c o n t i n u o s metricismos - h e p t a s í l a b o s , endecasílabos y

a l e j a n d r i n o s p r e f e r e n t e m e n t e - q u e se p u e d e n a i s l a r e n este f r a g m e n t o
de auténtica prosa poética). Y sigo c o p i a n d o del m i s m o capítulo:

Las tapias, las paredes, los tejados, las ventanas y las puertas de las
casas, t o d o a m i alrededor era amarillo. A m a r i l l o c o m o paja. A m a r i l l o
c o m o el aire de una tarde de t o r m e n t a o c o m o el resplandor de los
relámpagos en una pesadilla.

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 GREGORIO TORRES NEBRERA

La perra v o l v i ó sola, al p o c o rato, justo c u a n d o la n o c h e comenzaba

a disolverse en una mancha gris y mortecina. Se paró ante la casa, al p i e
de la ventana, y se q u e d ó m i r á n d o m e en silencio, fijamente, c o m o si fuera
la primera vez q u e m e veía.Y entonces descubrí - a l contraluz fugaz de la
p r i m e r a luz del d í a - q u e la sombra de la perra t a m b i é n era amarilla.

El o t r o m o m e n t o d e Memoria de la nieve q u e v a m o s a ver reflejado

e n o t r o s p a s a j e s d e La lluvia amarilla e s la s e c u e n c i a 2 2 . D i c e a s í :

La nieve está en m i c o r a z ó n c o m o el silencio e n las habitaciones de los

balnerarios:
densa y p r o f u n d a , indestructible.
La nieve está e n m i c o r a z ó n c o m o la hiedra de la muerte en las habita-
ciones d o n d e nacimos.
Y el t i e m p o h u y e de mí c o n u n c r u j i d o dulce de zarzales.
Nieva implacablemente sobre los páramos de m i m e m o r i a . Es ya n o c h e
entre
los blancos cercados.
C u a n d o amanezca, será ya siempre e n i n v i e r n o .

Y a h o r a a b r a m o s La lluvia amarilla y l e a m o s c ó m o la n i e v e i n u n d a
e l e s p a c i o y la v i d a d e e s e s e r s o l i t a r i o q u e s e d i s u e l v e e n la fría b l a n -
d u r a d e la s o l e d a d y d e l o l v i d o :

La habitación estaba c o m p l e t a m e n t e a oscuras, p e r o u n a luz helada

estallaba en los cristales e n m a r c a n d o c o n t i m i d e z extraña el p e q u e ñ o rec-
t á n g u l o de la ventana. Era la nieve, q u e caía ya c o m o u n a m a l d i c i ó n anti-
gua y blanca sobre A i n i e l l e y q u e empezaba a sepultar enteramente u n a
vez más los tejados y las calles (...) D u r a n t e algunos instantes, mientras
el sueño volvía a apoderarse nuevamente de mis ojos, la nieve de la
infancia c o m e n z ó a fundirse e n ellos (...) La nieve (...) había reventado
las puertas y ventanas de la casa y se extendía p o c o a p o c o p o r las h a b i -
taciones c u b r i e n d o las paredes y amenazando c o n sepultar t a m b i é n la
cama e n la q u e y o permanecía atenazado p o r una fuerza extraña q u e m e
impedía levantarme y escapar de aquella i n t e r m i n a b l e pesadilla (...) En
m e d i o de la calle, la n o c h e se d e t u v o . Era la misma n o c h e de horas antes,
a u n q u e cruzada ahora p o r m i exasperación. I n m ó v i l e n la nieve, respiré
largamente el aire frío. Dejé q u e m e i n u n d a r a su helada claridad (...) Fue
el p r i n c i p i o del f i n , la i n i c i a c i ó n del largo e i n t e r m i n a b l e adiós e n que, a
partir de entonces, se c o n v i r t i ó m i v i d a (...) La soledad e n t r ó e n m i cora-
zón e i l u m i n ó c o n fuerza cada rincón y cada cavidad de m i m e m o r i a .

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 LOS GÉNEROS LITERARIOS Y LA SUPERACIÓN DE SUS LIMITES

Y el v e r s o q u e r e m a t a la s e c u e n c i a v i g é s i m o q u i n t a d e l p o e m a r i o de
L l a m a z a r e s ("Pero la nieve siguió cayendo mansamente y sepultó su
memoria para siempre') e s c a s i e l e q u i v a l e n t e d e l f i n a l d e la n o v e l a , el
d e s t i n o del solitario p u e b l o y d e su último estepario habitante; o se
p o d r í a c o r r e s p o n d e r p e r f e c t a m e n t e c o n párrafos c o m o éste q u e figura al
f i n a l d e l c a p í t u l o n u e v e d e La lluvia amarilla-.

Esas sustancias viejas, cansadas, amarillas - c o m o la lluvia e n el m o l i ­

n o aquella noche, c o m o m i corazón ahora y m i m e m o r i a - q u e u n día, tal
vez m u y p r o n t o ya, se p u d r i r á n t a m b i é n del t o d o y se desmoronarán, al
f i n , en m e d i o de la nieve, quizá c o n m i g o d e n t r o todavía de la casa.

3. La c i t a d e e j e m p l o s p a r e c i d o s p o d r í a f á c i l m e n t e m u l t i p l i c a r s e
e n t r e t e x t o s p r ó x i m o s e n el t i e m p o . N o e s el c a s o . P e r o sí q u i e r o a ú n
dedicar u n a s breves líneas a u n a especial derivación d e estas prácticas
d e lo transgenérico, a t r a v é s d e l d e s a r r o l l o d e l c o n c e p t o d e espacio en
l o s d i v e r o s g é n e r o s literarios. Y p o r e s e c a m i n o el c ó d i g o l i n g ü í s t i c o - e l
d e la e s c r i t u r a - p r o p i o d e u n d i s c u r s o l i t e r a r i o , s e c o m b i n a , e n el e s p a ­
c i o d e l a p á g i n a o d e l l i b r o , c o n e l c ó d i g o i c ó n i c o . La r e l a c i ó n d e a m b o s
c ó d i g o s e s f u n d a m e n t a l e n el d i s c u r s o p o é t i c o p o r el s i e m p r e s u g e r e n t e
c a m i n o d e l c a l i g r a m a y, m á s m o d e r n a m e n t e , d e la p o e s í a c o n c r e t a . E n t r e
los primeros m e permitiría recordar u n libro e s p l é n d i d o , desgraciada­
m e n t e n o r e e d i t a d o , c o m o e s Hélices de Guillermo de Torre ( M u n d o
L a t i n o , 1923) t í p i c o f r u t o d e l c l i m a i n d a g a d o r y l ú d i c o d e l " U l t r a í s m o " :
e n su cuarta parte -titulada n o c a s u a l m e n t e "Palabras e n libertad"- p o d e ­
m o s leer y " c o n t e m p l a r " el p o e m a "Cabellera", e n d o n d e e s m á s i m p o r ­
t a n t e , s i g n i f i c a t i v a m e n t e , la d i s t r i b u c i ó n d e l o s v e r s o s e n el e s p a c i o d e la
p á g i n a - e l d i b u j o q u e f o r m a n , el s i g n o i c ó n i c o , p o r t a n t o , c o m b i n a d o
c o n el s i g n o lingüístico d e l título q u e p r e s i d e el p o e m a - q u e lo q u e e s o s
v e r s o s v e n d r í a n a d e c i r o a significar - d e s d e el l é x i c o , la s e m á n t i c a y la
g r a m á t i c a - c o l o c a d o s e n la p á g i n a ( e n el e s p a c i o d e l p o e m a ) d e u n a
f o r m a m á s c o n v e n c i o n a l y n e u t r a . Así los seis v e r s o s q u e c o n s t i t u y e n
este texto, distribuidos d e e s e m o d o , s e m e j a n los cabellos d e s p l e g a d o s
(geométricamente, e n u n pefecto arco d e circunferencia) d e una cabeza
q u e n o v e m o s , p e r o q u e p o d e m o s imaginar. Una i m a g e n -la fuerza d e
l o i c ó n i c o - q u e s u s c i t a e s e título, y q u e p o d e m o s c a m b i a r p o r la d e u n
c o m e t a ( q u e t a m b i é n t i e n e u n a " c a b e l l e r a l u m i n o s a " ) si a t e n d e m o s u n
m o m e n t o al v e r s o q u e s e s i t ú a e n el c e n t r o d e l p o e m a - si l o l e e m o s d e
a b a j o a r r i b a , q u e p a r e c e e l o r d e n m á s l ó g i c o , d e n t r o d e la i l o g i c i d a d q u e
c u l t i v a e l u l t r a í s m o : "La cabellera del Zodíaco es un surtidor incendia­
rio", v e r s o q u e n o s a s e g u r a q u e e l v e r d a d e r o r e f e r e n t e a l q u e r e m i t e e s a

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CAUCE. Núm. 20-21. TORRES NEBRERA, Gregorio. Los géneros literarios y la superación ...
 GREGORIO TORRES NEBRERA

" c a b e l l e r a " q u e d i b u j a n l a s l í n e a s e n e l p a p e l e s la e s t e l a d e l a s e s t r e l l a s
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f u g a c e s q u e e m b e l l e c e n - e f í m e r a m e n t e - la n o c h e .
P e r o esa combinatoria d e c ó d i g o lingüístico y d e c ó d i g o icónico n o
e s privativa d e l p o e m a , a u n q u e s e h a y a d a d o e n el p o e m a m á s fre-
c u e n t e m e n t e a l o l a r g o d e la h i s t o r i a l i t e r a r i a ; a l g u n o s e x p e r i m e n t o s s e
h a n h e c h o e n la n o v e l a . R e c o r d a r é u n e j e m p l o d e l o s a ñ o s s e s e n t a d e
M a x A u b t i t u l a d o p r e c i s a m e n t e Juego de Cartas : u n t e x t o q u e e s - p o r u n
1 0
l a d o - u n v e r d a d e r o juego d e naipes , y p o r otro, u n ejemplo m á s (y n a d a
c o r r i e n t e ) d e la n o v e l a e p i s t o l a r d e e s t r u c t u r a a b i e r t a . E n e f e c t o , c a d a u n a
d e l a s p á g i n a s / n a i p e s d e la n o v e l a m u e s t r a p o r u n a d e s u s c a r a s l a s f i g u -
r a s y d i b u j o s d e la b a r a j a ( s i g n o s i c ó n i c o s ) , p i n t a d o s p o r e l h e t e r ó n i m o
q u e A u b s e i n v e n t ó e n e l c a m p o d e la p i n t u r a , J u s e p T o r r e s C a m p a l a n s .
Y p o r el r e v e r s o , el t e x t o d e u n a b r e v e carta, s i e m p r e distinta, q u e dirige
u n e m i s o r a u n r e c e p t o r , a c e r c a d e la m i s t e r i o s a m u e r t e d e u n p e r s o n a j e ,
c u y a i d e n t i d a d y c a u s a cierta d e s u f a l l e c i m i e n t o el l e c t o r d e b e d e d u c i r
( n o h a y s o l u c i ó n ú n i c a ) d e la l e c t u r a t o t a l d e la c a r t a s , e s decir, d e l final
d e u n a p a r t i d a ; d e tal m o d o q u e t e n d r e m o s t a n t a s l e c t u r a s d i s t i n t a s c o m o
partidas diferentes p u e d a n jugarse c o n esos naipes-páginas, q u e actúan
c o m o las fichas d e u n p u z z l e q u e r e p r o d u c e distintos m o d e l o s p r ó x i m o s
y posibles: d e p e n d e r á del o r d e n d e p r e s e n t a c i ó n lineal del discurso q u e
la a l e t o r i a c o m b i n a c i ó n d e las c a r t a s o f r e z c a e n c a d a " j u e g o - l e c t u r a " .
V e m o s p u e s c ó m o l o i c ó n i c o y l o l i n g ü í s t i c o , la i m b r i c a c i ó n d e d o s
c ó d i g o s distintos d e d o s " g é n e r o s artísticos" c o m p l e m e n t a r i o s (recuér-
d e s e el c l á s i c o "ut p i n c t u r a p o i e s i s " ) s e d a n cita e n e s t e i n t e r e s a n t e e
ingenioso "invento" de Max Aub: u n ejemplo más, c o m o m u c h o s otros,
c a d a u n o c o n s u p e c u l i a r i d a d , d e e s a n e c e s a r i a r u p t u r a d e las fronteras
d e los g é n e r o s , q u e se c r e í a n insalvables, y e n las q u e se v i e n e n a b r i e n -
d o l o s m ú l t i p l e s y f e c u n d o s p o r t i l l o s d e lo transgenérico. Todo u n cami-
n o a s e g u i r y t o d o u n r e t o p a r a el c r e a d o r d e t e x t o s .

9. Un buen comentario de este poema, clarificador de muchas de sus posibilida-

des, se puede leer en el apéndice del libro de Jorge Urrutia El Novecentismo y la reno-
vación vanguardista Madrid, Cincel, 1980.
10. En el dorso del esniche/encuadernación de la edición mexicana (Ed. Alejandro
Finisterre) se indican las "reglas del juego" que han de tener en cuenta los posibles lecto-
res-jugadores "Se baraja, corta, reparte una carta a cada persona que toma parte en el
juego. La primera, a la derecha del que dio, lee su texto, luego, el siguiente, hasta el último.
Después, el primero saca una carta del monte formado por las que quedaron, la lee, y así
los demás sucesivamente, hasta acabar con los naipes. Puede variarse eljuego dando, desde
el principio, dos o tres cartas, a gusto de los jugadores, con la seguridad de que el resulta-
do será siempre diferente Esju.-.'ip do entretenimiento: las apuestas no son de rigor. Permite,
además, ¡oda clase de solitarios. Gana el que adivine quien fue Máximo Ballesteros.

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