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COMENTÁRIOS AO PROJETO DE LEI DOS DOMÉSTICOS

Detalhes

Categoria: Empregado
Publicado em Sexta, 02 Agosto 2013 09:28
Escrito por José Cairo Júnior
Acessos: 2106

Este trabalho tem como objetivo a analise da disciplina da relação de emprego doméstico, caso
o Projeto de Lei Complementar nº 224/13 não seja modificado pela Câmara dos Deputados,
após ter ser aprovado por unanimidade no Senado Federal.

O referido Projeto regulamentaa Emenda Constitucional nº 72, de 2013, trata da indenização


compensatória por rescisão contratual do emprego doméstico e institui o regime unificado de
pagamento de contribuições e encargos do empregador doméstico – Simples doméstico, dentre
outros direitos trabalhistas.

A nova lei terá dispositivos de Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho, Direito
Previdenciário e Direito Administrativo do Trabalho.

1 – Definição de empregado doméstico

Houve modificação substancial no preceito constante da Lei nº 5.859/72, que apresenta o


conceito de empregado doméstico e o distingue dos demais trabalhadores.

Além de destacar a natureza da atividade contínua, à pessoa ou família e sem fins lucrativos, o
art. 1º da nova normativa ressalta outros elementos da relação de emprego doméstica, como a
subordinação, a onerosidade e a pessoalidade, aproximando-a mais da definição contida no art.
3º da CLT.

Fica definido, também, que só será considerado como empregado doméstico quem presta
serviços por mais de dois dias por semana, acolhendo tese consagrada pelo Tribunal Superior
do Trabalho sobre o tema.

Abaixo desse limite, o trabalhador será considerado empregado, mas sim um autônomo prestador de
serviços domésticos, mais conhecido como diarista e sem receber a proteção do Direito Laboral.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº 5.859/72 PLC nº 224/13 CLT

Art. 1º Ao empregado Art. 1º Ao empregado doméstico, Art. 3º Considera-se


doméstico, assim assim considerado aquele que empregado toda
considerado aquele presta serviços de forma contínua, pessoa física que
que presta serviços de subordinada, onerosa e pessoal e prestar serviços de
natureza contínua e de de finalidade não lucrativa à pessoa natureza não
finalidade não lucrativa ou à família, no âmbito residencial eventual a
à pessoa ou à família destas, por mais de 2 (dois) dias por empregador, sob a
no âmbito residencial semana, aplica-se o disposto nesta dependência deste e
destas. Lei. mediante salário.

2 – Aplicabilidade da CLT

A nova lei não prevê a aplicabilidade da CLT para disciplinar a relação de emprego doméstica
em caso de omissão, mas revoga expressamente a Lei nº 5.859/72. Todavia, há referência
expressa para aplicação de leis específicas que tratam do: repouso semanal remunerado, 13º
salario, vale-transporte, seguro-desemprego e FGTS.

Assim, entende-se que não vai haver revogação tácita do art. 7º, alínea “a da CLT, pois a
intenção do constituinte originário não foi a de estabelecer uma simetria total de direitos entre os
domésticos e os não domésticos, mas de apenas eliminar eventuais discriminações legais e
aumentar o nível de proteção legal do primeiro grupo.

Se tivesse sido outro o objetivo da EC nº 72/2013, haveria a supressão do parágrafo único e a alteração da
redação do caput do art. 7º da CF/88 o que, de fato, não ocorreu.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº 5.859/72 PLC nº 224/13 CLT

Art. 1º [...] aplica-se o disposto Art. 7º - Os preceitos constantes


nesta lei e, no que com ela da presente Consolidação salvo
não colidir, o disposto nas Leis quando for em cada caso,
nº 605, de 5 de janeiro de expressamente determinado em
1949; nº 4.090, de 13 de julho contrário, não se aplicam: a) aos
Sem similar de 1962; nº 4.749, de 12 de empregados domésticos, assim
agosto de 1965; nº 7.418, de considerados, de um modo geral,
16 de dezembro de 1985; nº os que prestam serviços de
7.998, de 11 de janeiro de natureza não-econômica à
1990, e nº 8.036, de 11 de pessoa ou à família, no âmbito
maio de 1990. residencial destas.

3 – Assinatura da Carteira de Trabalho

O empregador doméstico passará a ter um prazo de 48 horas para fazer o registro do contrato
de trabalho da CTPS do empregado doméstico, assim como ocorre com os demais
empregadores regidos pela CLT. As principais anotações que deverão ser feitas dizem respeito à
data de admissão, à remuneração e à eventual contratação por prazo determinado.

Na lei nº 5.859/72 exige-se apenas a apresentação da carteira de trabalho para possibilitar a prestação de
serviços, mas não há fixação de prazo para a sua assinatura.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT

Art. 9º A Carteira de
Art. 29 A Carteira de Trabalho e
Trabalho e Previdência
Previdência Social será
Social será
obrigatoriamente apresentada,
obrigatoriamente
contra recibo, pelo trabalhador ao
apresentada, contra
empregador que o admitir, o qual
Art. 2º Para admissão recibo, pelo trabalhador
terá o prazo de quarenta e oito
ao emprego deverá o ao empregador que o
horas para nela anotar,
empregado doméstico admitir, o qual terá o
especificamente, a data de
apresentar: I - Carteira prazo de 48 (quarenta e
admissão, a remuneração e as
de Trabalho e oito) horas para nela
condições especiais, se houver,
Previdência Social. anotar, especificamente,
sendo facultada a adoção de
a data de admissão, a
sistema manual, mecânico ou
remuneração e, quando
eletrônico, conforme instruções a
for o caso, os contratos
serem expedidas pelo Ministério do
previstos nos incisos I e II
Trabalho.
do art. 4º.

4 – Idade mínima para contratação do doméstico

Ratificando a Convenção nº 182 da OIT e o Decreto nº 6.481/08, que incluíram as atividades


domésticas no rol das piores formas de trabalho infantil, foi elevada de 16 para 18 anos a idade
mínima para contratação do empregado doméstico.

Como as referidas normas já se encontram em vigor, não haverá qualquer modificação nesse aspecto.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT

Sem similar Art. 1º. Parágrafo único. É vedada a Art. 403 É proibido qualquer
contratação de menor de 18 trabalho a menores de
(dezoito) anos para desempenho de dezesseis anos de idade,
trabalho doméstico, de acordo com salvo na condição de
a Convenção nº 182, de 1999, da aprendiz, a partir dos quatorze
Organização Internacional do anos.
Trabalho (OIT), e do Decreto nº
6.481, de 12 de junho de 2008.

6 – Jornada de trabalho

Será estabelecida a paridade entre a jornada de trabalho dos domésticos e dos não domésticos,
qual seja, oito horas de trabalho diárias ou quarenta e quatro horas semanais, adotando-se o
divisor-hora mensal de 220, salvo se a jornada for inferior a esse limite.

Admite-se, também, a jornada de 12 x 36, desde que seja estabelecida por acordo individual de trabalho
escrito. Nesse caso, o intervalo de trinta e seis horas entre cada jornada de trabalho engloba o intervalo
interjornada, o repouso semanal remunerado em domingos e os feriados.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT

Art. 2º A duração normal do trabalho


doméstico não excederá 8 (oito) horas
diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais,
observado o disposto nesta Lei. § 2º O
salário-hora normal, no caso de
empregado mensalista, será obtido Art. 58 - A duração
dividindo-se o salário mensal por 220 normal do trabalho,
(duzentos e vinte) horas, salvo se o para os empregados
contrato estipular jornada mensal inferior, em qualquer atividade
que resulte em divisor diverso. privada, não excederá
Sem similar de 8 (oito) horas
Art. 10. É facultado às partes, mediante
diárias, desde que não
acordo escrito, estabelecer horário de
seja fixado
trabalho de 12 (doze) horas seguidas por
expressamente outro
36 (trinta e seis) horas ininterruptas de
limite.
descanso, observados intervalos para
repouso e alimentação. Parágrafo único. A
remuneração mensal pactuada pelo
horário previsto neste artigo abrange os
pagamentos devidos pelo descanso
semanal remunerado e pelo descanso em
feriados.
7 – Jornada de trabalho para acompanhamento em viagens

O Projeto de Lei inova ao regulamentar o direito ao cômputo, na jornada de trabalho do


doméstico, do período no qual há, de fato, efetiva prestação de serviços durante viagens
promovidas pelo empregador. Portanto, não será possível considerar todo o período da viagem
como tempo a disposição do empregador.

Inclusive, há previsão expressa no sentido de poder haver compensação de jornada extra em outros dias.
Mas, essa prática do acompanhamento em viagem só será possível mediante o ajuste escrito entre
empregado e empregador.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT

Art. 11. Em relação ao empregado responsável por


acompanhar o empregador prestando serviços em
viagem, serão consideradas apenas as horas
efetivamente trabalhadas no período, podendo ser Sem similar
Sem similar
compensadas as horas extraordinárias em outro dia,
observado o art. 2º. § 1º O acompanhamento do
empregador em viagem será condicionado à prévia
existência de acordo escrito entre as partes.

8 – Jornada de trabalho por tempo parcial

A contratação do empregado doméstico também poderá ser feita por tempo parcial, qual seja,
aquela cuja jornada de trabalho semanal não ultrapasse as 25 horas. Nesse caso, o valor da
remuneração deverá ser proporcional ao trabalhador por tempo integral.

Todavia, ao contrário do que ocorre com os empregados não domésticos, será possível estabelecer, por
meio de acordo individual escrito, jornada extraordinária, desde que não exceda uma hora por dia, com o
limite máximo de seis horas diárias.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT

Sem similar Art. 3º Considera-se trabalho em Art. 58-A Considera-se


regime de tempo parcial aquele cuja trabalho em regime de
duração não exceda a 25 (vinte e tempo parcial aquele cuja
cinco) horas semanais. § 1º O salário duração não exceda a vinte
a ser pago aos empregados sob o e cinco horas semanais. §
regime de tempo parcial será 1o O salário a ser pago aos
empregados sob o regime
proporcional a sua jornada, em relação de tempo parcial será
aos empregados que cumprem, nas proporcional à sua jornada,
mesmas funções, tempo integral. § 2º em relação aos
A duração normal do trabalho dos empregados que cumprem,
empregados em regime de tempo nas mesmas funções,
parcial poderá ser acrescida de horas tempo integral.
suplementares, em número não
excedente a 1 (uma) hora diária, Art. 59 § 4o Os
mediante acordo escrito entre empregados sob o regime
empregador e empregado, aplicando- de tempo parcial não
se-lhes, ainda, o disposto nos §§ 2º e poderão prestar horas
3º do art. 2º, com o limite máximo de 6 extras.
(seis) horas diárias.

9 – Horas extras e banco de horas

O projeto de lei é omisso em relação à classificação das horas extras, pois não faz qualquer
distinção entre horas extras ajustadas e horas extras necessárias, muito menos exige-se
qualquer formalização por escrito para a validade da contratação da jornada extraordinária.

Permitiu-se a instituição de um banco de horas, por meio de acordo escrito entre empregado e
empregador. Todavia, a referida compensação só poderá ser feita após a prestação de quarenta
horas extras mensais. Essas primeiras horas extras, no mês, não poderão ser compensadas e
terão que ser pagas pelo empregador com o acréscimo de 50%.

Nessas quarenta horas extras mensais, o empregador poderá abater as horas normais não
trabalhadas durante o dia ou mesmo a jornada integral dos dias úteis não laborados, o que
acaba sendo uma forma de compensação e torna o dispositivo contraditório. O saldo final de
horas extras poderá ser compensado no prazo máximo de um ano no âmbito do banco de horas.

Em caso de rescisão, as horas não compensadas serão pagas com acréscimo de 50%.

Já no caso de acompanhamento de viagem, o empregado terá direito a um adicional de 25% sobre as


horas trabalhadas nesse regime, que também poderão ser convertidas em acréscimos ao banco de horas,
desde que ajustado mediante acordo escrito. Note-se que não se trata de um adicional de horas extras,
mas sim de uma espécie de adicional por deslocamento.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº5.859/72 PLC 224/13 CLT


Sem similar Art. 2º § 1º A remuneração da hora Art. 59 - A duração normal
de serviço extraordinária será, no do trabalho poderá ser
mínimo, 50% (cinquenta por cento) acrescida de horas
superior ao valor da hora normal. § 4º suplementares, em número
Poderá ser dispensado o acréscimo não excedente de 2 (duas),
de salário e instituído regime de mediante acordo escrito
compensação de horas, mediante entre empregador e
acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante
empregado, se o excesso de horas contrato coletivo de trabalho.
de um dia for compensado em outro § 1º - Do acordo ou do
dia. § 5º No regime de compensação contrato coletivo de trabalho
previsto no § 4º: I – será devido o deverá constar,
pagamento, como horas extras, na obrigatoriamente, a
forma do § 1º, das primeiras 40 importância da remuneração
(quarenta) horas mensais da hora suplementar, que
excedentes ao horário normal de será, pelo
trabalho; II – das 40 (quarenta) horas menos, 20% (vinte por
referidas no inciso I, poderão ser cento) superior à da hora
deduzidas, sem o correspondente normal. § 2o Poderá ser
pagamento, as horas não dispensado o acréscimo de
trabalhadas, em função de redução salário se, por força de
do horário normal de trabalho ou de acordo ou convenção
dia útil não trabalhado, durante o coletiva de trabalho, o
mês; III – o saldo de horas que excesso de horas em um dia
excederem as 40 (quarenta) for compensado pela
primeiras horas mensais de que trata correspondente diminuição
o inciso I, com a dedução prevista no em outro dia, de maneira
inciso II, quando for o caso, será que não exceda, no período
compensado no período máximo de máximo de um ano, à soma
1 (um) ano. § 6º Na hipótese de das jornadas semanais de
rescisão do contrato de trabalho sem trabalho previstas, nem seja
que tenha havido a compensação ultrapassado o limite
integral da jornada extraordinária, na máximo de dez horas
forma do § 5º, fará o trabalhador jus diárias. § 3º Na hipótese de
ao pagamento das horas extras não rescisão do contrato de
compensadas, calculadas sobre o trabalho sem que tenha
valor da remuneração na data da havido a compensação
rescisão. integral da jornada
extraordinária, na forma do
Art. 11. § 2º A remuneração-hora do
parágrafo anterior, fará o
serviço em viagem será, no mínimo,
trabalhador jus ao
25% (vinte e cinco por cento)
pagamento das horas extras
superior ao valor do salário-hora
não compensadas,
normal. § 3º O disposto no § 2º deste
artigo poderá ser, mediante acordo, calculadas sobre o valor da
convertido em acréscimo no banco remuneração na data da
de horas a ser utilizado a critério do rescisão.
empregado.

10 – Registro da jornada de trabalho

O registro da jornada de trabalho do empregado doméstico será obrigatório e poderá ser feito
manual (folhas de ponto), mecânica (relógio de ponto) ou eletronicamente.

Diante disso, conclui-se que, em uma eventual demanda trabalhista, caberá ao empregador
doméstico juntar o referido controle de frequência aos autos, sob pena de inversão do ônus da
prova em relação à jornada de trabalho.

Idêntico efeito ocorrerá quando forem registrados horários invariáveis de início e fim da jornada
de trabalho, na forma do entendimento constante da Súmula nº 338 do TST.

Muito importante notar que, para os não domésticos, a exigência do registro de jornada é só
para as empresas cujo estabelecimento possua mais de 10 empregados.

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Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT

Art. 74. § 2º - Para os


Art. 12. É obrigatório o estabelecimentos de mais de dez
registro do horário de trabalhadores será obrigatória a
trabalho do empregado anotação da hora de entrada e de
Sem similar doméstico por qualquer saída, em registro manual, mecânico
meio manual, mecânico ou ou eletrônico, conforme instruções a
eletrônico, desde que serem expedidas pelo Ministério do
idôneo. Trabalho, devendo haver pré-
assinalação do período de repouso.

10 – Intervalo intrajornada

Haverá dois sistemas de intervalo intrajornada: um para o empregado que mora na residência do
empregador e outro para o trabalhador doméstico que tem sua própria residência.
O intervalo intrajornada ordinário do empregado doméstico será de uma hora no mínimo e duas
horas no máximo. Admite-se a redução do mínimo para até 30 minutos, desde que
convencionada por escrito.

Para os empregados que residem no local de trabalho, será possível dividir o intervalo
intrajornada em dois períodos, com limite mínimo de uma e máximo de quatro horas cada um.
Nessas situações, também será necessário anotar tais intervalos nos controles de frequência.

Percebe-se, portanto, que houve uma regulamentação bastante distinta nesse aspecto, levando-se em
consideração as condições especiais em que o serviço doméstico é prestado.

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Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT

Art. 71 - Em qualquer trabalho


Art. 13. É obrigatória a contínuo, cuja duração exceda de 6
concessão de intervalo (seis) horas, é obrigatória a
para repouso ou concessão de um intervalo para
alimentação pelo período repouso ou alimentação, o qual será,
de, no mínimo, 1 (uma) no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo
hora, e, no máximo, 2 acordo escrito ou contrato coletivo
(duas) horas, admitindo- em contrário, não poderá exceder de
se, mediante prévio acordo 2 (duas) horas.§ 1º - Não excedendo
escrito entre empregador e de 6 (seis) horas o trabalho, será,
empregado, sua redução a entretanto, obrigatório um intervalo
30 (trinta) minutos. § 1º No de 15 (quinze) minutos quando a
caso de empregado que duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
resida no local de trabalho, § 2º - Os intervalos de descanso não
Sem similar
o período de intervalo serão computados na duração do
poderá ser desmembrado trabalho. § 3º O limite mínimo de uma
em 2 (dois) períodos, hora para repouso ou refeição poderá
desde que cada um deles ser reduzido por ato do Ministro do
tenha, no mínimo, 1 (uma) Trabalho, Indústria e Comércio,
hora, até o limite de 4 quando ouvido o Serviço de
(quatro) horas ao dia. § 2º Alimentação de Previdência Social,
No caso de modificação do se verificar que o estabelecimento
intervalo, na forma do § 1º, atende integralmente às exigências
é obrigatória a sua concernentes à organização dos
anotação no registro diário refeitórios, e quando os respectivos
de horário, vedada sua empregados não estiverem sob
prenotação. regime de trabalho prorrogado a
horas suplementares.
11 – Trabalho noturno

Em relação ao trabalho noturno, manteve-se a regra geral, considerando como tal aquele que
ocorre entre as 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, estabelecendo-se a hora ficta
noturna de cinquenta e dois minutos e trinta segundos e o direito ao adicional respectivo de 20%.

O projeto deveria ter eliminado o instituto da hora ficta noturna, já que a sua aplicabilidade na prática é
muito complexa, mesmo para as empresas, tal como ocorreu na regulamentação do trabalhado rural,
aumentando-se o valor do adicional respectivo como forma de compensação.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT

Sem similar Art. 14. Considera-se Art. 73 - Salvo nos casos de


noturno, para os efeitos revezamento semanal ou quinzenal, o
desta Lei, o trabalho trabalho noturno terá remuneração
executado entre as 22 superior à do diurno e, para esse
horas de um dia e as 5 efeito, sua remuneração terá um
horas do dia seguinte. § 1º acréscimo de 20% (vinte por cento),
A hora de trabalho noturno pelo menos, sobre a hora diurna.
terá duração de 52 (Redação dada pelo Decreto-lei nº
(cinquenta e dois) minutos 9.666, 28.8.1946) § 1º - A hora do
e 30 (trinta) segundos. § 2º trabalho noturno será computada como
A remuneração do trabalho de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30
noturno deve ter (trinta) segundos. (Redação dada pelo
acréscimo de, no mínimo, Decreto-lei nº 9.666, 28.8.1946) § 2º -
20% (vinte por cento) Considera-se noturno, para os efeitos
sobre o valor da hora deste artigo, o trabalho executado
diurna. § 3º No caso de entre as 22 (vinte e duas) horas de um
contratação, pelo dia e as 5 (cinco) horas do dia
empregador, de seguinte.(Redação dada pelo Decreto-
trabalhador lei nº 9.666, 28.8.1946) § 3º - O
exclusivamente para acréscimo a que se refere o presente
desempenhar trabalho artigo, em se tratando de empresas
noturno, o acréscimo será que não mantêm, pela natureza de
calculado sobre o salário suas atividades, trabalho noturno
anotado na Carteira de habitual, será feito tendo em vista os
Trabalho e Previdência quantitativos pagos por trabalhos
Social. diurnos de natureza semelhante. Em
relação às empresas cujo trabalho
noturno decorra da natureza de suas
atividades, o aumento será calculado
sobre o salário mínimo geral vigente na
região, não sendo devido quando
exceder desse limite, já acrescido da
percentagem. § 4º - Nos horários
mistos, assim entendidos os que
abrangem períodos diurnos e noturnos,
aplica-se às horas de trabalho noturno
o disposto neste artigo e seus
parágrafos. § 5º - Às prorrogações do
trabalho noturno aplica-se o disposto
neste Capítulo.

12 – Intervalo interjornada

Mais uma isonomia entre o trabalho doméstico e não doméstico, ao se estabelecer o intervalo
interjornada em 11 horas.

Registre-se, apenas o equívoco terminológico na redação do dispositivo contido no PL em comento, que


utiliza a expressão “horários” e não “jornada”, que seria mais correto.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT

Art. 15. Entre 2 (dois) horários


Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas
de trabalho deve haver um
de trabalho haverá um período
Sem similar período mínimo de 11 (onze)
mínimo de 11 (onze) horas
horas consecutivas para
consecutivas para descanso.
descanso.

13 – Repouso semanal remunerado

O repouso do empregado doméstico já é e continuará sendo de de vinte quatro horas


consecutivas, preferencialmente aos domingos, bem como nos feriados.

A novidade fica por conta do PL incluir, expressamente, o feriado no conceito de descanso remunerado, o
que não se verifica no art. 67 da CLT que tem redação semelhante.

QUADRO COMPARATIVO

Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT

Sem similar Art. 2º § 3º O salário-dia Art. 67 - Será assegurado a todo


normal, no caso de empregado empregado um descanso
mensalista, será obtido semanal de 24 (vinte e quatro)
dividindo-se o salário mensal horas consecutivas, o qual, salvo
por 30 (trinta) e servirá de base motivo de conveniência pública
para pagamento do repouso ou necessidade imperiosa do
remunerado e dos feriados serviço, deverá coincidir com o
trabalhados. domingo, no todo ou em parte.
Art. 16. É devido ao empregado Parágrafo único - Nos serviços
doméstico o descanso semanal que exijam trabalho aos
remunerado de, ao menos, 24 domingos, com exceção quanto
(vinte e quatro) horas aos elencos teatrais, será
consecutivas, estabelecida escala de
preferencialmente aos revezamento, mensalmente
domingos, além do descanso organizada e constando de
remunerado em feriados. quadro sujeito à fiscalização.

14 – Férias no contrato por tempo integral

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Mesmo na vigência da Lei nº 5.859/72, o direito às férias anuais remuneradas já havia sido
estendida aos doméstico nos moldes dos empregados não domésticos.

O Decreto nº 71.885/73, de forma expressa, conferiu aos empregados domésticos todos os


direitos previstos no capítulo da Consolidação das Leis do Trabalho que trata das férias.

Contudo, quando da vigência da nova norma, haverá um tratamento diferenciado para o


doméstico, pois o PL não estabelece uma proporcionalidade entre o número de faltas
injustificadas durante o período aquisitivo e o número de dias de gozo de férias.

Outro aspecto relevante diz respeito à possibilidade de o empregado doméstico que reside no
local de trabalho nele permanecer durante as férias.

Por fim, o fracionamento do gozo poderá ser feito em dois períodos, desde que um deles não
seja inferior a 14 dias corridos.

No mais, o tratamento é semelhante ao dispensado aos não domésticos, como o direito às férias
proporcionais, conversão de 1/3 do período de gozo em pecúnia; período aquisitivo, concessivo e de gozo
etc.
QUADRO COMPARATIVO
Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT
Art. 17. O empregado doméstico
Art. 130 - Após cada período
terá direito a férias anuais
de 12 (doze) meses de
remuneradas de 30 (trinta) dias,
vigência do contrato de
salvo o disposto no art. 3º, § 3º,
trabalho, o empregado terá
com, pelo menos, um terço a mais
direito a férias, na seguinte
que o salário normal, após cada
proporção: (Redação dada
período de 12 (doze) meses de
pelo Decreto-lei nº 1.535, de
trabalho prestado à mesma pessoa
13.4.1977) I - 30 (trinta) dias
ou família. § 1º Na cessação do
corridos, quando não houver
contrato de trabalho, o
faltado ao serviço mais de 5
empregado, desde que não tenha
(cinco) vezes; (Incluído pelo
sido demitido por justa causa, terá
Art. 3o O Decreto-lei nº 1.535, de
direito à remuneração relativa ao
empregado 13.4.1977) II - 24 (vinte e
período incompleto de férias, na
doméstico terá quatro) dias corridos, quando
proporção de um doze avos por
direito a férias houver tido de 6 (seis) a 14
mês de serviço ou fração superior
anuais (quatorze) faltas; (Incluído
a 14 (quatorze) dias. § 2º O
remuneradas de 30 pelo Decreto-lei nº 1.535, de
período de férias poderá, a critério
(trinta) dias com, 13.4.1977) III - 18 (dezoito)
do empregador, ser fracionado em
pelo menos, 1/3 dias corridos, quando houver
até 2 (dois) períodos, sendo 1
(um terço) a mais tido de 15 (quinze) a 23 (vinte
(um) deles de, no mínimo, 14
que o salário e três) faltas; (Incluído pelo
(quatorze) dias corridos. § 3º É
normal, após cada Decreto-lei nº 1.535, de
facultado ao empregado
período de 12 13.4.1977) IV - 12 (doze) dias
doméstico converter um terço do
(doze) meses de corridos, quando houver tido
período de férias a que tiver
trabalho, prestado à de 24 (vinte e quatro) a 32
direito em abono pecuniário, no
mesma pessoa ou (trinta e duas) faltas. (Incluído
valor da remuneração que lhe
família. pelo Decreto-lei nº 1.535, de
seria devida nos dias
13.4.1977) § 1º - É vedado
correspondentes. § 4º O abono de
descontar, do período de
férias deverá ser requerido até 30
férias, as faltas do empregado
(trinta) dias antes do período
ao serviço. (Incluído pelo
aquisitivo. § 5º É lícito ao
Decreto-lei nº 1.535, de
empregado que reside no local de
13.4.1977) § 2º - O período
trabalho nele permanecer durante
das férias será computado,
as férias. § 6º As férias serão
para todos os efeitos, como
concedidas pelo empregador nos
tempo de serviço.(Incluído
12 (doze) meses subsequentes à
pelo Decreto-lei nº 1.535, de
data em que o empregado tiver
13.4.1977)
adquirido o direito.

16 – Férias no contrato por tempo parcial

O PL estabeleceu a mesma proporção, fixada pela CLT, entre a jornada semanal de trabalho no regime
parcial e o número de dias de gozo de férias. Todavia, não há dispositivo prevendo a perda do direito de
férias a partir de determinado número de faltas injustificadas.
QUADRO COMPARATIVO
Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT
Art. 3º § 3º Na modalidade do
Art. 130-A. Na modalidade do
regime de tempo parcial, após
regime de tempo parcial, após cada
cada período de 12 (doze)
período de doze meses de vigência
meses de vigência do contrato
do contrato de trabalho, o
de trabalho, o empregado terá
empregado terá direito a férias, na
direito a férias, na seguinte
seguinte proporção: I - dezoito dias,
proporção: I – 18 (dezoito)
para a duração do trabalho semanal
dias, para a duração do
superior a vinte e duas horas, até
trabalho semanal superior a
vinte e cinco horas; II - dezesseis
22 (vinte e duas) horas, até 25
dias, para a duração do trabalho
(vinte e cinco) horas; II – 16
semanal superior a vinte horas, até
(dezesseis) dias, para a
vinte e duas horas; III - quatorze
duração do trabalho semanal
dias, para a duração do trabalho
superior a 20 (vinte) horas,
semanal superior a quinze horas,
até 22 (vinte e duas) horas; III
Sem similar até vinte horas; IV - doze dias, para
– 14 (quatorze) dias, para a
a duração do trabalho semanal
duração do trabalho semanal
superior a dez horas, até quinze
superior a 15 (quinze) horas,
horas; V - dez dias, para a duração
até 20 (vinte) horas; IV – 12
do trabalho semanal superior a
(doze) dias, para a duração do
cinco horas, até dez horas; VI - oito
trabalho semanal superior a
dias, para a duração do trabalho
10 (dez) horas, até 15
semanal igual ou inferior a cinco
(quinze) horas; V – 10 (dez)
horas. Parágrafo único. O
dias, para a duração do
empregado contratado sob o regime
trabalho semanal superior a 5
de tempo parcial que tiver mais de
(cinco) horas, até 10 (dez)
sete faltas injustificadas ao longo
horas; VI – 8 (oito) dias, para
do período aquisitivo terá o seu
a duração do trabalho
período de férias reduzido à
semanal igual ou inferior a 5
metade.
(cinco) horas.

15 – Contrato por prazo determinado

A regulamentação do contrato por prazo determinado na relação de emprego doméstica será


bastante semelhante àquela que se encontra em vigor para os demais empregados, disciplinada
pelo art. 443 da CLT.

Além do contrato de experiência, o empregado doméstico poderá ser contratado por prazo
determinado para substituir temporariamente outro trabalhador, cujo contrato esteja suspenso ou
interrompido, e nos casos de necessidade familiar transitória.

Ficam mantidas as características gerais do contrato por prazo determinado, como:


· prazo de noventa dias para o contrato de experiência e de dois anos para os demais,
permitindo-se uma prorrogação;

· indenização diferenciada em caso de extinção antecipada, tanto pelo empregado


quando pelo empregador;

· desnecessidade de aviso prévio quando do advento do termo final do contrato; e

· conversão em contrato por prazo indeterminado nos casos de prorrogação do prazo por
mais de uma vez.

Entretanto, a lei é omissa em relação ao prazo mínimo necessário para recontratação por prazo
determinado do mesmo empregado doméstico. Para os empregados não domésticos esse prazo
é de seis meses, conforme previsão contida no art. 452 da CLT.

QUADRO COMPARATIVO
Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT
Sem similar Art. 4º É facultada a contratação, por Art. 443 da CLT- O
prazo determinado, do empregado contrato individual de
doméstico: I – mediante contrato de trabalho poderá ser
experiência; II – para atender acordado tácita ou
necessidades familiares de natureza expressamente,
transitória e para substituição verbalmente ou por escrito
temporária de empregado doméstico e por prazo determinado ou
com contrato de trabalho interrompido indeterminado. § 1º -
ou suspenso. Parágrafo único. No caso Considera-se como de
do inciso II deste artigo, a duração do prazo determinado o
contrato de trabalho é limitada ao contrato de trabalho cuja
término do evento que motivou a vigência dependa de termo
contratação, obedecido o limite prefixado ou da execução
máximo de 2 (dois) anos. de serviços especificados
ou ainda da realização de
Art. 5º O contrato de experiência não certo acontecimento
poderá exceder a 90 (noventa) dias. § suscetível de previsão
1º O contrato de experiência poderá ser aproximada. § 2º - O
prorrogado 1 (uma) vez, desde que a contrato por prazo
soma dos 2 (dois) períodos não determinado só será válido
ultrapasse 90 (noventa) dias. § 2º O em se tratando: a) de
contrato de experiência que, havendo serviço cuja natureza ou
continuidade do serviço, não for transitoriedade justifique a
prorrogado após o decurso de seu prazo predeterminação do prazo;
previamente estabelecido ou que b) de atividades
ultrapassar o período de 90 (noventa) empresariais de caráter
dias passará a vigorar como contrato de transitório; c) de contrato
trabalho por prazo indeterminado. de experiência.
Art. 6º Durante a vigência dos
contratos previstos nos incisos I e II do
art. 4º, o empregador que, sem justa
Art. 445 - O contrato de
causa, despedir o empregado, é
trabalho por prazo
obrigado a pagar-lhe, a título de
determinado não poderá ser
indenização, metade da remuneração a
estipulado por mais de 2
que teria direito até o termo do
(dois) anos, observada a
contrato.
regra do art. 451. Parágrafo
único. O contrato de
Art. 7º Durante a vigência dos
experiência não poderá
contratos previstos nos incisos I e II do
exceder de 90 (noventa)
art. 4º, o empregado não poderá se
dias.
desligar do contrato sem justa causa,
sob pena de ser obrigado a indenizar o
Art. 451 - O contrato de
empregador dos prejuízos que desse
trabalho por prazo
fato lhe resultarem. Parágrafo único. A
determinado que, tácita ou
indenização não poderá exceder àquela
expressamente, for
que teria direito o empregado em
prorrogado mais de uma
idênticas condições.
vez passará a vigorar sem
determinação de prazo.
Art. 8º Durante a vigência dos
contratos previstos nos incisos I e II do
art. 4º, não será exigido o aviso prévio.

16 – Descontos salariais

O desconto salarial e a sua incorporação à remuneração referente à alimentação, vestuário,


higiene ou moradia já são proibidos pela Lei nº 5.859/72 e continuará sendo após a
transformação do PL em comento em lei, caso mantenha-se a redação atual

O referido Projeto de Lei acrescenta ainda a vedação de desconto relativo às despesas com
transporte e hospedagem no caso de acompanhamento em viagem. Além disso, deixa claro que
poderão ser feitos descontos nos casos de adiantamento salarial, plano de saúde, seguro,
previdência privada, desde que expressamente autorizados pelo empregado e no percentual
máximo de 20%, nos mesmos moldes estabelecidos pelo art. 462 da CLT.

Por fim, há um dispositivo que afasta a possibilidade de o empregado doméstico adquirir a posse
ou a propriedade na qual reside por conta do exercício de suas atividades laborais.

QUADRO COMPARATIVO
Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT
Art. 2º-A. É vedado ao Art. 18. É vedado ao Art. 462 - Ao empregador é
empregador doméstico efetuar
descontos no salário do vedado efetuar qualquer
empregado por fornecimento desconto nos salários do
de alimentação, vestuário, empregado, salvo quando
higiene ou moradia, bem como este resultar de
de despesas com transporte, adiantamentos, de
hospedagem e alimentação no dispositivos de lei ou de
caso de acompanhamento em contrato coletivo. § 1º - Em
caso de dano causado pelo
empregador doméstico viagem. § 1º É facultado
empregado, o desconto será
efetuar descontos no efetuar descontos no salário do
lícito, desde de que esta
salário do empregado empregado em caso de
por fornecimento de adiantamento salarial e, possibilidade tenha sido
alimentação, mediante acordo escrito entre acordada ou na ocorrência de
dolo do empregado. § 2º -
vestuário, higiene ou as partes, para a inclusão do
É vedado à empresa que
moradia. § 1o Poderão trabalhador em planos de
mantiver armazém para
ser descontadas as assistência médico-hospitalar e
venda de mercadorias aos
despesas com moradia odontológica, de seguro e de
de que trata previdência privada, não empregados ou serviços
estimados a proporcionar-
o caput deste artigo podendo a dedução ultrapassar
lhes prestações " in natura "
quando essa se referir a 20% (vinte por cento) do
exercer qualquer coação ou
local diverso da salário. § 2º Poderão ser
induzimento no sentido de
residência em que descontadas as despesas com
ocorrer a prestação de moradia de que trata que os empregados se
utilizem do armazém ou dos
serviço, e desde que o caput deste artigo quando
serviços. § 3º - Sempre que
essa possibilidade essa se referir a local diverso
não for possível o acesso dos
tenha sido da residência em que ocorrer a
expressamente prestação de serviço, e desde empregados a armazéns ou
serviços não mantidos pela
acordada entre as que essa possibilidade tenha
sido expressamente acordada Empresa, é lícito à
partes. § 2o As
autoridade competente
despesas referidas entre as partes. § 3º As
no caput deste artigo despesas referidas determinar a adoção de
medidas adequadas, visando
não têm natureza no caputdeste artigo não têm
a que as mercadorias sejam
salarial nem se natureza salarial nem se
vendidas e os serviços
incorporam à incorporam à remuneração para
prestados a preços razoáveis,
remuneração para quaisquer efeitos. § 4º O
quaisquer efeitos. fornecimento de moradia ao sem intuito de lucro e sempre
empregado doméstico na em benefício das
própria residência ou em empregados. § 4º -
morada anexa, de qualquer Observado o disposto neste
natureza, não gera ao Capítulo, é vedado às
empregado qualquer direito de empresas limitar, por
posse ou de propriedade sobre qualquer forma, a liberdade
a referida moradia. dos empregados de dispor do
seu salário.

17 – Vale-transporte
Em relação ao vale-transporte, haverá a possibilidade de o empregador fazer o pagamento desse benefício
em dinheiro, o que é vedado pela legislação aplicável aos empregados não domésticos.

QUADRO COMPARATIVO
Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 Lei nº 7.418/85
Art. 5° É vedado ao empregador
Art. 19. Parágrafo único. substituir o Vale-Transporte por
A obrigação prevista no antecipação em dinheiro ou qualquer
art. 4º da Lei nº 7.418, de outra forma de pagamento, ressalvado o
16 de dezembro de 1985, disposto no parágrafo único deste
poderá ser substituída, a artigo. Parágrafo único. No caso de
critério do empregador, falta ou insuficiência de estoque de
pela concessão, mediante Vale-Transporte, necessário ao
Sem similar recibo, dos valores para a atendimento da demanda e ao
aquisição das passagens funcionamento do sistema, o
necessárias ao custeio das beneficiário será ressarcido pelo
despesas decorrentes do empregador, na folha de pagamento
deslocamento residência- imediata, da parcela correspondente,
trabalho e vice-versa. quando tiver efetuado, por conta
própria, a despesa para seu
deslocamento.

18 – Licença e estabilidade gestante

Nesse aspecto não houve qualquer mudança, pois tanto a estabilidade quanto a licença gestante
para a empregada doméstica já são previstas no ordenamento jurídico-laboral vigente.

No Projeto de Lei ora em comento, há um dispositivo que deixa claro a incidência da estabilidade mesmo
quando a confirmação da gravidez tenha ocorrido durante o período do aviso prévio, trabalhado ou
indenizado, com conteúdo idêntico ao do art. 391-A da CLT.

QUADRO COMPARATIVO
Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT
Art. 4o-A. É vedada a Art. 25. A empregada doméstica Art. 391-A. A confirmação
dispensa arbitrária ou gestante tem direito à licença- do estado de gravidez
sem justa causa da maternidade de 120 (cento e advindo no curso do
empregada doméstica vinte) dias, sem prejuízo do contrato de trabalho, ainda
gestante desde a emprego e do salário, nos termos que durante o prazo do
confirmação da da Seção V do Capítulo III do aviso prévio trabalhado ou
gravidez até 5 (cinco) Título III da Consolidação das indenizado, garante à
meses após o parto. Leis do Trabalho (CLT), aprovada empregada gestante a
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º estabilidade provisória
de maio de 1943. Parágrafo único. prevista na alínea b do
A confirmação do estado de inciso II do art. 10 do Ato
gravidez advindo no curso do das Disposições
contrato de trabalho, ainda que Constitucionais
durante o prazo do aviso prévio Transitórias.
trabalhado ou indenizado, garante Art. 392. A empregada
à empregada gestante a gestante tem direito à
estabilidade provisória prevista na licença-maternidade de 120
alínea “b” do inciso II do art. 10 (cento e vinte) dias, sem
do Ato das Disposições prejuízo do emprego e do
Constitucionais Transitórias. salário.

19 – FGTS

Com a promulgação EC nº 72/2013, o FGTS, que antes era facultativo, passou a ser obrigatório.

Contudo, a eficácia plena dessa obrigação só ocorrerá após o disciplinamento desse instituto,
que envolve a aprovação do PLC nº 224/2013, a edição de um Decreto emanado do Chefe do
Poder Executivo e a regulamentação específica promovida pelo Conselho Curador do
mencionado Fundo.

Além dos 8% devido sobre a remuneração mensal, o empregador terá que depositar uma
quantia equivalente a 3,2% do salário para ser destinada ao pagamento da multa pela despedida
sem justa causa ou por culpa do empregador.

Esses 3,2% equivalem a 40% do valor mensal depositado pelo empregador a título de FGTS ou
seja, da multa pela despedida sem justa causa paga pelo empregador não doméstico.

Se o rompimento se efetivar por outros motivos, como demissão ou despedida por justa causa, será
devolvido ao empregador os valores depositados a esse título. Na hipótese de extinção contratual por
culpa recíproca, a multa será devida pela metade.

QUADRO COMPARATIVO
Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 Lei nº 8.036/90
Art. 3o-A. É faculta Art. 21. É devida a inclusão do Art. 15. Para os fins
da a inclusão do empregado doméstico no Fundo de previstos nesta lei, todos
empregado Garantia do Tempo de Serviço os empregadores ficam
doméstico no Fundo (FGTS), na forma do regulamento a obrigados a depositar, até
de Garantia do ser editado pelo Conselho Curador e o dia 7 (sete) de cada
Tempo de Serviço - pelo agente operador do FGTS, no mês, em conta bancária
FGTS, de que trata a âmbito de suas competências, vinculada, a importância
Lei no 8.036, de 11 conforme disposto nos arts. 5º e 7º da correspondente a 8 (oito)
de maio de 1990, Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, por cento da
mediante inclusive no que tange aos aspectos remuneração paga ou
requerimento do técnicos de depósitos, saques, devida, no mês anterior,
empregador, na devolução de valores e emissão de a cada trabalhador,
forma do extratos, dentre outras determinadas incluídas na remuneração
regulamento. na forma da lei. Parágrafo único. O as parcelas de que tratam
empregador doméstico somente os arts. 457 e 458 da
passará a ter a obrigação de promover CLT e a gratificação de
a inscrição e efetuar os recolhimentos Natal a que se refere a
referentes a seu empregado após a Lei nº 4.090, de 13 de
entrada em vigor do regulamento julho de 1962, com as
referido no caput. modificações da Lei nº
4.749, de 12 de agosto de
Art. 22. O empregador doméstico 1965.
depositará a importância de 3,2% (três
inteiros e dois décimos por cento) Art. 18. Ocorrendo
sobre a remuneração devida, no mês rescisão do contrato de
anterior, a cada trabalhador, destinada trabalho, por parte do
ao pagamento da indenização empregador, ficará este
compensatória da perda, sem justa obrigado a depositar na
causa ou por culpa do empregador, do conta vinculada do
emprego do trabalhador doméstico, trabalhador no FGTS os
não se aplicando ao empregado valores relativos aos
doméstico o disposto nos §§ 1º a 3º depósitos referentes ao
do art. 18 da Lei nº 8.036, de 11 de mês da rescisão e ao
maio de 1990. § 1º Nas hipóteses de imediatamente anterior,
dispensa por justa causa ou a pedido, que ainda não houver
de término do contrato de trabalho a sido recolhido, sem
prazo determinado, de aposentadoria prejuízo das cominações
e de falecimento do empregado legais. § 1º Na hipótese
doméstico, os valores previstos de despedida pelo
no caput serão movimentados pelo empregador sem justa
empregador. § 2º Na hipótese de causa, depositará este, na
culpa recíproca, metade dos valores conta vinculada do
previstos no caput será movimentada trabalhador no FGTS,
pelo empregado, enquanto a outra importância igual a
metade será movimentada pelo quarenta por cento do
empregador. § 3º Os valores previstos montante de todos os
no caput serão depositados na conta depósitos realizados na
vinculada do trabalhador, em variação conta vinculada durante a
distinta daquela em que se vigência do contrato de
encontrarem os valores oriundos dos trabalho, atualizados
depósitos de que trata o inciso IV do monetariamente e
art. 34 desta Lei, e somente poderão acrescidos dos
ser movimentados por ocasião da respectivos juros. § 2º
rescisão contratual. § 4º À Quando ocorrer
importância monetária de que trata despedida por culpa
ocaput, aplicam-se as disposições da recíproca ou força maior,
Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e reconhecida pela Justiça
da Lei nº 8.844, de 20 de janeiro de do Trabalho, o percentual
1994, inclusive quanto à sujeição de que trata o § 1º será
passiva e equiparações, prazo de de 20 (vinte) por cento.
recolhimento, administração,
fiscalização, lançamento, consulta,
cobrança, garantias, processo
administrativo de determinação e
exigência de créditos tributários
federais.

20 – Aviso prévio

A regulamentação do aviso prévio é semelhante ao do empregado não doméstico, inclusive em


relação a proporcionalidade estabelecida pela Lei nº 12.506/2011:

Art. 1o O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da


Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no
5.452, de 1o de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta)
dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma
empresa.Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão
acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa,
até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90
(noventa) dias.

Há, ainda, referencia expressa aos seguintes aspectos:

· integração do período do aviso-prévio, inclusive indenizado;

· desconto nos direitos trabalhistas do empregado referente ao período não trabalhado


durante o aviso-prévio em caso de pedido de demissão;

· incorporação das horas extras habituais ao valor do aviso-prévio; e

· redução da jornada de trabalho durante o período do aviso-prévio trabalhado.

QUADRO COMPARATIVO
Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT
Sem similar Art. 23. Não havendo prazo Art. 487 - Não havendo prazo
estipulado no contrato, a estipulado, a parte que, sem justo
parte que, sem justo motivo, motivo, quiser rescindir o contrato
quiser rescindi-lo, deverá deverá avisar a outra da sua resolução
avisar a outra da sua com a antecedência mínima de: I -
intenção. § 1º O aviso prévio oito dias, se o pagamento for efetuado
será concedido na proporção por semana ou tempo inferior; II -
de 30 (trinta) dias ao trinta dias aos que perceberem por
empregado que conte com quinzena ou mês, ou que tenham mais
até 1 (um) ano de serviço de 12 (doze) meses de serviço na
para o mesmo empregador. §
empresa. § 1º - A falta do aviso prévio
2º Ao aviso prévio previsto
por parte do empregador dá ao
neste artigo, devido ao
empregado o direito aos salários
empregado, serão acrescidos
correspondentes ao prazo do aviso,
3 (três) dias por ano de
garantida sempre a integração desse
serviço prestado para o
período no seu tempo de serviço.§ 2º -
mesmo empregador, até o
A falta de aviso prévio por parte do
máximo de 60 (sessenta)
empregado dá ao empregador o direito
dias, perfazendo um total de
de descontar os salários
até 90 (noventa) dias. § 3º A
correspondentes ao prazo respectivo.§
falta de aviso prévio por
3º - Em se tratando de salário pago na
parte do empregador dá ao
base de tarefa, o cálculo, para os
empregado o direito aos
efeitos dos parágrafos anteriores, será
salários correspondentes ao
feito de acordo com a média dos
prazo do aviso, garantida
últimos 12 (doze) meses de serviço.§
sempre a integração desse
4º - É devido o aviso prévio na
período ao seu tempo de
despedida indireta. (Parágrafo incluído
serviço. § 4º A falta de aviso
pela Lei nº 7.108, de 5.7.1983)§ 5o O
prévio por parte do
valor das horas extraordinárias
empregado dá ao
habituais integra o aviso prévio
empregador o direito de
indenizado.§ 6o O reajustamento
descontar os salários
salarial coletivo, determinado no curso
correspondentes ao prazo
do aviso prévio, beneficia o
respectivo. § 5º O valor das
empregado pré-avisado da despedida,
horas extraordinárias
mesmo que tenha recebido
habituais integra o aviso
antecipadamente os salários
prévio indenizado.
correspondentes ao período do aviso,
Art. 24. O horário normal de que integra seu tempo de serviço para
trabalho do empregado, todos os efeitos legais.
durante o aviso prévio,
Art. 488 - O horário normal de
quando a rescisão tiver sido
trabalho do empregado, durante o
promovida pelo empregador,
prazo do aviso, e se a rescisão tiver
será reduzido de 2 (duas)
sido promovida pelo empregador, será
horas diárias, sem prejuízo
reduzido de 2 (duas) horas diárias,
do salário integral. Parágrafo
sem prejuízo do salário integral.
único. É facultado ao
Parágrafo único - É facultado ao
empregado trabalhar sem a
empregado trabalhar sem a redução
redução das 2 (duas) horas
das 2 (duas) horas diárias previstas
diárias previstas
neste artigo, caso em que poderá faltar
no caputdeste artigo, caso
ao serviço, sem prejuízo do salário
em que poderá faltar ao
integral, por 1 (um) dia, na hipótese
serviço, sem prejuízo do
do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos,
salário integral, por 7 (sete)
na hipótese do inciso II do art. 487
dias corridos, na hipótese
desta Consolidação.
dos §§ 1º e 2º do art. 23.

21 – Seguro-desemprego
O benefício do seguro-desemprego, que só era devido nos casos em que o empregador aderia
voluntariamente ao sistema do FGTS, passa a ser devido ao empregado doméstico.

A nova regulamentação assemelha-se mais à Lei nº 5.859/72 do que à Lei nº 7.998/90, que
disciplina a concessão do benefício do seguro-desemprego aos empregados não domésticos,
pois mantém a limitação do seu valor em um salario mínimo e durante o período máximo de
apenas três meses.

Entretanto, as limitações impostas foram inspiradas na Lei nº 7.998/90, tais como as hipóteses de
cancelamento, requisitos necessários à solicitação e ao tempo mínimo de vínculo empregatício para que o
empregado adquira o direito ao benefício do seguro-desemprego.

QUADRO COMPARATIVO
Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 Lei nº 7.998/90
Art. 6o-A. O Art. 26. O empregado doméstico Art. 3º Terá direito à
empregado doméstico que for dispensado sem justa percepção do seguro-
que for dispensado causa fará jus ao benefício do desemprego o trabalhador
sem justa causa fará seguro-desemprego, na forma da dispensado sem justa causa
jus ao benefício do Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de que comprove: I - ter
seguro-desemprego, 1990, no valor de 1 (um) salário recebido salários de pessoa
de que trata a Lei mínimo, por um período jurídica ou pessoa física a ela
no7.998, de 11 de máximo de 3 (três) meses, de equiparada, relativos a cada
janeiro de 1990, no forma contínua ou alternada. § um dos 6 (seis) meses
valor de um salário 1º O benefício de que trata imediatamente anteriores à
mínimo, por um o caput será concedido ao data da dispensa; II - ter sido
período máximo de empregado nos termos do empregado de pessoa
três meses, de forma regulamento do Conselho jurídica ou pessoa física a ela
contínua ou alternada. Deliberativo do Fundo de equiparada ou ter exercido
§ 1o O benefício será Amparo ao Trabalhador atividade legalmente
concedido ao (Codefat). § 2º O benefício do reconhecida como autônoma,
empregado inscrito seguro-desemprego será durante pelo menos 15
no FGTS que tiver cancelado, sem prejuízo das (quinze) meses nos últimos
trabalhado como demais sanções cíveis e penais 24 (vinte e quatro) meses;
doméstico por um cabíveis: I – pela recusa, por III - não estar em gozo de
período mínimo de parte do trabalhador qualquer benefício
quinze meses nos desempregado, de outro previdenciário de prestação
últimos vinte e quatro emprego condizente com sua continuada, previsto no
meses contados da qualificação registrada ou Regulamento dos Benefícios
dispensa sem justa declarada e com sua da Previdência Social,
causa. remuneração anterior; II – por excetuado o auxílio-acidente
§ 2o Considera-se comprovação de falsidade na e o auxílio suplementar
justa causa para os prestação das informações previstos na Lei nº 6.367, de
efeitos desta Lei as necessárias à habilitação; III – 19 de outubro de 1976, bem
hipóteses previstas no por comprovação de fraude como o abono de
art. 482, com exceção visando à percepção indevida do permanência em serviço
das alíneas "c" e "g" e benefício do seguro- previsto na Lei nº 5.890, de 8
do seu parágrafo desemprego; ou IV – por morte de junho de 1973; IV - não
único, da do segurado. estar em gozo do auxílio-
Consolidação das desemprego; e
Art. 28. Para se habilitar ao
benefício do seguro-
desemprego, o trabalhador
doméstico deverá apresentar ao
órgão competente do Ministério
do Trabalho e Emprego: I – V - não possuir renda própria
Carteira de Trabalho e de qualquer natureza
Previdência Social, na qual suficiente à sua manutenção
deverão constar a anotação do e de sua família.
contrato de trabalho doméstico e
a data da dispensa, de modo a Art. 4º O benefício do
comprovar o vínculo seguro-desemprego será
empregatício, como empregado concedido ao trabalhador
doméstico, durante pelo menos desempregado, por um
15 (quinze) meses nos últimos período máximo de 4
24 (vinte e quatro) meses; II – (quatro) meses, de forma
termo de rescisão do contrato de contínua ou alternada, a cada
trabalho; III – declaração de que período aquisitivo de 16
não está em gozo de nenhum (dezesseis) meses, contados
benefício de prestação da data de dispensa que deu
Leis do Trabalho.
continuada da Previdência origem à primeira habilitação
Social, exceto auxílio-acidente e
pensão por morte; e IV – Art. 7º O pagamento do
declaração de que não possui benefício do seguro-
renda própria de qualquer desemprego será suspenso
natureza suficiente à sua nas seguintes situações: I -
manutenção e de sua família. admissão do trabalhador em
novo emprego; II - início de
Art. 29. O seguro-desemprego percepção de benefício de
deverá ser requerido de 7 (sete) prestação continuada da
a 90 (noventa) dias contados da Previdência Social, exceto o
data da dispensa. auxílio-acidente, o auxílio
suplementar e o abono de
Art. 30. Novo seguro- permanência em serviço;
desemprego só poderá ser III - início de percepção de
requerido após o cumprimento auxílio-desemprego.
de novo período aquisitivo, cuja
duração será definida pelo
Conselho Deliberativo do Fundo
de Amparo ao Trabalhador
(Codefat).

22 – Justa causa e rescisão indireta do contrato de trabalho

Em relação às hipóteses de justa causa, o PL praticamente repetiu a disposição contida no


Art. 6º-A. § 2º da Lei nº 5.859/72. Só que, ao invés de fazer referencia ao art. 482 da CLT,
repetiu o texto das alíneas desse dispositivo legal.
A novidade mesmo fica por conta da previsão de um ilícito trabalhista específico, que poderia ser
enquadrado no tipo genérico que faz referencia às ofensas físicas. Trata-se da prática de
submeter o idoso, enfermo, pessoa com deficiência ou criança sob cuidado direto ou indireto do
empregado a maus tratos.

Quanto aos casos de rescisão indireta, repetiu-se os textos das alíneas do art. 483 da CLT, acrescentando-
se mais um novo tipo, qual seja, pratica de qualquer das formas de violência doméstica ou familiar contra
mulheres de que trata o art. 5º da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006”.

QUADRO COMPARATIVO
Lei nº 5.859/72 PLC 224/13 CLT
Art. 6o-A. § 2o Con Art. 27. Considera-se justa causa Art. 482 - Constituem justa
sidera-se justa causa para os efeitos desta Lei: I – causa para rescisão do
para os efeitos desta submeter idoso, enfermo, pessoa contrato de trabalho pelo
Lei as hipóteses com deficiência ou criança sob empregador:a) ato de
previstas no art. 482, cuidado direto ou indireto do improbidade;b) incontinência
com exceção das empregado a maus tratos; II – de conduta ou mau
alíneas "c" e "g" e cometer ato de improbidade; III procedimento;c) negociação
do seu parágrafo – praticar incontinência de habitual por conta própria ou
único, da conduta ou mau procedimento; alheia sem permissão do
Consolidação das IV – condenação criminal do empregador, e quando
Leis do Trabalho. empregado, passada em julgado, constituir ato de concorrência
caso não tenha havido suspensão à empresa para a qual trabalha
da execução da pena; V – o empregado, ou for
desídia no desempenho das prejudicial ao serviço;d)
respectivas funções; VI – condenação criminal do
embriaguez habitual ou em empregado, passada em
serviço; VII – violação de fato julgado, caso não tenha
ou circunstância íntima do havido suspensão da execução
empregador doméstico ou de sua da pena;e) desídia no
família; VIII – ato de desempenho das respectivas
indisciplina ou de funções;f) embriaguez
insubordinação; IX – abandono habitual ou em serviço;g)
de emprego, assim considerada a violação de segredo da
ausência injustificada ao serviço empresa;h) ato de indisciplina
por, pelo menos, 30 (trinta) dias ou de insubordinação;i)
corridos; X – ato lesivo da honra abandono de emprego;j) ato
ou da boa fama ou ofensas lesivo da honra ou da boa
físicas praticadas no serviço fama praticado no serviço
contra qualquer pessoa, salvo contra qualquer pessoa, ou
em caso de legítima defesa, ofensas físicas, nas mesmas
própria ou de outrem; XI – ato condições, salvo em caso de
lesivo da honra ou da boa fama legítima defesa, própria ou de
ou ofensas físicas praticadas outrem;k) ato lesivo da honra
contra o empregador doméstico ou da boa fama ou ofensas
ou sua família, salvo em caso de físicas praticadas contra o
legítima defesa, própria ou de empregador e superiores
outrem; XII – prática constante hierárquicos, salvo em caso de
de jogos de azar. legítima defesa, própria ou de
outrem;
Parágrafo único. O contrato de
trabalho poderá ser rescindido
l) prática constante de jogos
por culpa do empregador
de azar.
quando: I – forem exigidos
serviços superiores às forças do
Art. 483 - O empregado
empregado doméstico, defesos
poderá considerar rescindido o
por lei, contrários aos bons
contrato e pleitear a devida
costumes ou alheios ao contrato;
indenização quando:a) forem
II – o empregado doméstico for
exigidos serviços superiores
tratado pelo empregador ou sua
às suas forças, defesos por lei,
família com rigor excessivo ou
contrários aos bons costumes,
de forma degradante; III – o
ou alheios ao contrato;b) for
empregado doméstico correr
tratado pelo empregador ou
perigo manifesto de mal
por seus superiores
considerável; IV – o empregador
hierárquicos com rigor
não cumprir as obrigações do
excessivo;c) correr perigo
contrato; V – o empregador ou
manifesto de mal
sua família praticar, contra
considerável;d) não cumprir o
empregado doméstico ou
empregador as obrigações do
pessoas de sua família, ato
contrato;e) praticar o
lesivo da honra e da boa fama;
empregador ou seus prepostos,
VI – o empregador ou sua
contra ele ou pessoas de sua
família ofender o empregado
família, ato lesivo da honra e
doméstico ou sua família
boa fama;f) o empregador ou
fisicamente, salvo em caso de
seus prepostos ofenderem-no
legítima defesa, própria ou de
fisicamente, salvo em caso de
outrem; VII – o empregador
legítima defesa, própria ou de
praticar qualquer das formas de
outrem;g) o empregador
violência doméstica ou familiar
reduzir o seu trabalho, sendo
contra mulheres de que trata o
este por peça ou tarefa, de
art. 5º da Lei nº 11.340, de 7 de
forma a afetar sensivelmente a
agosto de 2006.
importância dos salários.

23 – Salário-família

Por meio da alteração de redação do art. 65 da Lei nº 8.213/91, o empregado doméstico passará
a ter direito ao salário-família em igualdade de condições com o empregado não doméstico,
inclusive com obrigação do empregador de efetuar o pagamento e, posteriormente, efetuar a
respectiva dedução dos valores por ele devidos a título de contribuição previdenciária.

Para receber o benefício, bastará que o empregado doméstico entregue a certidão de


nascimento do seu filho menor de quatorze anos ao seu empregador.

Lei nº 8.213/91. Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao


segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao segurado trabalhador
avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados nos
termos do § 2º do art. 16 desta Lei, observado o disposto no art. 66. Art.
67. [...] Parágrafo único. O empregado doméstico deve apresentar
apenas a certidão de nascimento referida no caput.” Art. 68. As cotas do
salário-família serão pagas pela empresa ou pelo empregador doméstico,
mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a compensação quando
do recolhimento das contribuições, conforme dispuser o Regulamento. §
1º A empresa ou o empregador doméstico conservarão durante 10 (dez)
anos os comprovantes dos pagamentos e as cópias das certidões
correspondentes, para exame pela fiscalização da Previdência Social.

24 – Contribuição sindical

Corroborando a tese de que o empregador doméstico não representa uma categoria econômica,
já que não tem o lucro como objetivo, a nova regulamentação do trabalho doméstico deixa claro
que os sujeitos dessa relação encontram-se isentos do recolhimento da contribuição sindical:

Art. 45. O empregador e o empregado domésticos são isentos do


pagamento da contribuição sindical (imposto sindical) prevista no
Capítulo III do Título V da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

25 – Prescrição

Iguala-se, também, o prazo prescricional do trabalhador doméstico com o não doméstico,


fixando-o em 5 anos, durante o contrato de trabalho, e de 2 anos após a sua extinção:

Art. 43. O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de


trabalho prescreve em 5 (cinco) anos até o limite de 2 (dois) anos após a
extinção do contrato de trabalho.

26 – Simples doméstico

Estabelece-se o denominado regime unificado de pagamento de tributos, contribuições e demais


encargos do empregador doméstico, conhecido como Simples Doméstico.

Trata-se da simplificação do procedimento atribuído ao empregador relativo ao cumprimento das


suas obrigações trabalhistas, previdenciárias e fiscais, bem com sobre o cálculo e o
recolhimento dos tributos e encargos trabalhistas.
Por meio de um documento único de arrecadação, o empregador deverá recolher por meio
eletrônico:

· de oito a onze por cento de Contribuição Previdenciária, a cargo do segurado


empregado doméstico;

· oito por cento de Contribuição Patronal Previdenciária (CPP) para a Seguridade Social,
a cargo do empregador doméstico;

· oito décimos por cento de Contribuição Social para financiamento do seguro contra
acidentes do trabalho;

· oito por cento de recolhimento para o FGTS;

· três inteiros e dois décimos por cento, também a título de FGTS (multa); e

· imposto sobre a renda retido na fonte, se incidente.

O empregador, mensalmente, ficará obrigado a fornecer ao empregado doméstico cópia dos


comprovantes de recolhimento dos referidos tributos e encargos trabalhistas.

27 – Fiscalização pelo Ministério do Trabalho e Emprego

A fiscalização do cumprimento das obrigações trabalhistas será feita de forma diferenciada na


relação de emprego doméstico, pois a casa do indivíduo representa asilo inviolável, segundo o
art. 5º, XI, da CF/88. Assim, essa fiscalização deve ter natureza prioritariamente orientadora.

Desse modo, para efetuar a inspeção, o Auditor-Fiscal do Trabalho deverá negociar e agendar
com o empregador a visita ao local de trabalho.

Isso significa que esse procedimento só poderá acontecer com o consentimento expresso do
empregador, salvo no caso de suspeita de ocorrência de trabalho escravo, de tortura, maus
tratos e tratamento degradante, de trabalho infantil ou de qualquer violação dos direitos
fundamentais do indivíduo.

Nesses casos, a visita poderá ser requisitada, mediante justificativa fundamentada, autorização
judicial para a realização de inspeção compulsória no local de prestação do serviço doméstico.
Em qualquer hipótese, negociada ou por meio de decisão judicial, a diligência deverá ser
acompanhada pelo empregador ou por alguém de sua família por ele designado.

Por fim, para a lavratura do auto de infração, assim como ocorre com a relação de emprego não
doméstica, deverá ser observado o critério da dupla visita, salvo quando for constatada infração
por falta de anotação na CTPS ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou
embaraço à fiscalização.
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