Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
comediante, mas um
comediante que pensa.”
Charles Chaplin
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
1º Passo | FOME 5
2º Passo | GULA 7
3º Passo | VÔMITO 10
4º Passo | REESCREVER 14
5º Passo | ENCAIXAR NA BOCA 24
6º Passo | DECORAR E ENSAIAR 26
7º Passo | FASE DE TESTE 28
8º Passo | CORTAR E VALORIZAR 30
9º Passo | DIVIRTA-SE / TEMPO 35
10º Passo | O ÚLTIMO PASSO 36
GALERIA 37
BIOGRAFIA 40
3
INTRODUÇÃO
Fábio Lins
INTRODUÇÃO 4
1º Passo | FOME
A maioria das pessoas já consome muito cinema e tv. Uma parte menor
consome teatro e shows de humor e uma parte ainda menor consome
livros. E é aí que você pode sair na frente. A base do stand up comedy é a
escrita, por isso mesmo a importância de ler! Se já tem esse hábito, ótimo,
agora foque em ler comédia e sobre comédia. O comediante é autor e
performance de sua obra. Como escritor é essencial ler muito. Não ler e
querer escrever é como um cozinheiro que começa cozinhar sem antes
provar outros pratos. Não precisa necessariamente ler sobre humor.
Num primeiro momento indico que leia humor em geral, charges, gibis,
romances, contos etc. Leia para começar a ter um maior entendimento
do que te agrada e principalmente entender o porque te agrada. Sempre
esteja lendo alguma coisa.
1º Passo | FOME 5
Sugestões de alguns autores; Quino, Veríssimo, Ruy Castro, Léo Lins,
Christopher Moore, Millôr Fernandes, Angeli, Liniers, Bill Watterson.
Em 2003, com Fábio Silvestre, Hélio Barbosa e Diogo Portugal no show Cabaret do Diogo Portugal,
começando no stand up.
1º Passo | FOME 6
2º Passo | GULA
Em 2006, no Santa Comédia, primeiro show só de stand up comedy, do sul do Brasil, formado por Fábio
Lins, Léo Lins e Marco Zenni, recebendo os amigos Murilo Gun, Rogério Morgado e Felipe Absalão.
2º Passo | GULA 7
O importante no segundo passo é você entender que tipo de humor te
agrada mais, dentre todos esses que conheceu. Comece a olhar como
espectador e critico. E aí é importante perguntar-se “por que”. Por que
ri disso e não daquilo? Por que é humor besta? Humor político? É o jeito
que o comediante fala? A velocidade? A estranheza? A obviedade? A
naturalidade? A originalidade?
Uma vez que identificou isso é hora de soltar a gula e consumir isso em
exagero, ficar impregnado por esse humor que mais te agrada.
Então não economize nem tempo e nem dinheiro quando for consumir
a comédia que te agrada. Esse será seu estudo, seu investimento na
carreira de comediante. Se um artista que você gosta for se apresentar
em outro país, dê um jeito e vá assisti-lo, compre todos os filmes, leia
todos os livros, enfim, tenha gula. A ideia é se contaminar por esse estilo
2º Passo | GULA 8
que te agradou. E claro, que você pode curtir mais de um estilo, se for
assim, melhor ainda. Eu mesmo gosto de muitas coisas diferentes e sigo
trabalhando com estilos de humor diferentes, dês de trabalhos mais
teatrais, a palhaço, improviso, esquetes, desenhos animados, roteiro e
etc. E acredite, dedico bastante tempo lendo e vendo tudo que posso
desses estilos.
Então pegue esse estilo de humor gostoso, e tenha gula! Depois de ler/
ver/ouvir/cheirar/tocar umas 10 produções nesse estilo de humor, vá para
o terceiro passo.
2º Passo | GULA 9
3º Passo | VÔMITO
Pensa comigo, quando a gente vomita, coloca pra fora não só o quê consumiu,
mas também algo que já estava dentro de nós, como suco gástrico e saliva.
3º Passo | VÔMITO 10
Essas coisas misturadas formam seu vômito, que não é nem o que você
consumiu e nem o que é interno seu, é um produto novo, nojento e original.
Com certeza nesse processo irá trazer suas influências, porém com o tempo
você também irá encontrar sua originalidade, e isso leva tempo mesmo.
Então nos seus primeiros passos como comediante não tenha medo de
soar parecido com alguém, isso acontece com a maioria, mas como disse
antes, você não quer isso para sempre. É normal ver grupos de teatro que
começam com fortes influências de Monty Python, escritores que pareçam
o Veríssimo, “stand upers” que soam como Seinfield ou como por exemplo
o Fábio Porchat. É louco, mas com o passar do tempo você vai parecer mais
com você mesmo, não se preocupe. Com o tempo você encontrará sua
“persona cômica”.
3º Passo | VÔMITO 11
E o mais louco é que mesmo piadas fracas podem funcionar dependendo
da sua confiança ao entrega-la.
Para ajudar nessa busca da sua persona cômica recomendo também que
escreva sobre histórias pessoais. Outro ponto positivo nisso é que vai ser
muito difícil alguém ter a mesma história e por mais que você tenha a
influência de algum comediante, pelo menos vai ter uma história original.
Quando contamos histórias nossas no palco, histórias verdadeiras, existe
uma energia diferente, a plateia nota. Você vivência aquilo que está
compartilhando e isso traz mais cor pro seu show. Te aproxima da sua
persona cômica e aproxima a plateia de você, pelo simples fato de você
estar sendo sincero e se abrindo, contando suas verdades.
Então agora escreva sem medo de ser feliz. É extremamente importante colocar
no papel suas ideias sem julgamentos. Primeiro ganhe a prática da escrita,
escreva, escreva e depois escreva mais. Para aprender a escrever comédia
primeiro precisamos aprender a escrever. Então vomite tudo no papel.
3º Passo | VÔMITO 12
Nessa hora existem duas opções, a primeira é estudar mais.
Por exemplo, digamos que você esteja escrevendo sobre furacões. E então
ficou sem ideias, pare de escrever e vá estudar mais o assunto, leia um livro,
assista um filme, veja matérias na internet etc. Com mais conhecimento
se constrói mais soluções. É preciso entender o assunto para desenvolver
o raciocínio cômico sobre o mesmo. Saber por exemplo por que furacões
existem, como funcionam, onde existem mais, onde não existem, qual
o maior, qual o menor, porque tem esse nome. Qualquer informação
pode gerar um link para uma piada. Com mais informações mais links. É
como ter um amigo íntimo, você se diverte mais com ele do que com um
desconhecido, certo? Pelo simples fato de conhece-lo melhor, você tem
mais referencias da vida dele e sabe por onde pode brincar. Brincar com
um desconhecido é muito perigoso, você não tem ideia de como é o humor
dele, não tem informações sobre sua religião, seu time, seu partido político,
qualquer piada pode ser mal vista.
E agora vamos para a segunda opção do que fazer quando já escreveu tudo
que podia e está sem ideias; descanse!
3º Passo | VÔMITO 13
4º Passo | REESCREVER
Em 2008, no Improriso show de Bruno Motta e Nany People com os amigos Marcos Castro e
Renato Tortoreli.
4º Passo | REESCREVER 14
que não te agrada no seu texto. Nem que seja só uma linha, tudo bem.
O importante é manter contato com o material. Um texto bem feito de
10 minutos demora mais ou menos um mês para ficar pronto no papel,
antes de testa-lo no palco. Esse tempo vai depender da sua dedicação e
inspiração. Já escrevi textos em um mês, em 3 meses e em 3 horas. Algumas
ideias vem com mais velocidade, algumas não.
Vou dissecar uma piada minha para que você entenda melhor.
Vamos lá, esse é o set up “Alguém aqui fala com espíritos? Alguém? Não?
Aposto que tem alguém...”. Nesse momento apresento o assunto e faço as
pessoas questionarem se tem ou não esse tipo de dom. É um assunto que
traz um tipo de tensão específica. Mas até então não existe piada. Cada
tema que abordar traz um nível de tensão, quanto maior a tensão no Set
up, mais arriscada e melhor deve ser o Punch.
4º Passo | REESCREVER 15
Esse é o Punch “...mas agora o espirito tá assim: não fala nada! Fica quietinho,
se falar, hoje a noite você vai ver”. A piada é assumir que independente da
plateia levantar a mão, assumo que existem espíritos sim e que alguém dá
plateia está sobre seu controle naquele exato momento. A piada é provar
que existe o espirito de uma forma ridícula.
“Viu a notícia da mulher que foi presa com algumas gramas de maconha
dentro da vagina? O O.B virou um B.O”. O Set up tem praticamente uma linha
e o Punch nem meia linha. A preparação da piada é a pergunta e o remate
é a resposta. Neste caso a distorção cômica veio com uma surpresa. Usando
um jogo de palavras populares, semelhantes e totalmente desconexas, mas
que agora ganharam um link, O.B e B.O. E isso é cômico. Lembra que falei
sobre os “links” no passo anterior?
SURPRESA
Na maioria das vezes comédia é surpresa. Você leva a história para um
caminho e de repente algo de inesperado acontece. Isso produz o riso, que
4º Passo | REESCREVER 16
Em 2007, Santa Comédia recebendo os amigos Carol Zoccoli e Fábio Silvestre.
4º Passo | REESCREVER 17
a surpresa. É como se a plateia pensasse “Ufa... Achei que ele ia passar do
limite” ou “E não é que faz sentido isso que ele disse, que louco!”.
O comediante George Carlin fazia isso muito bem, ele tinha um material
sobre como os protetores da natureza são idiotas e prepotentes. No começo
você estranha, a principio ele parece errado, todo mundo concorda que é
preciso salvar o planeta. Mas com o desenrolar do raciocínio ele vai trazendo
a plateia pro seu lado. Acabamos concordando com ele, ao concluir que o
planeta não precisa de ambientalistas, o planeta já passou por coisas muito
piores que excesso de sacolas plásticas, na verdade os seres humanos
que não vão aguentar a pressão. E encerra com a frase “O planeta está
bem, as pessoas que estão fudidas”. Do começo ao fim ele te surpreende
desenvolvendo um novo olhar sobre um velho tema.
Mas isso não funciona somente com temas pesados, funciona com qualquer
coisa, ok? Por exemplo, tenho uma piada onde falo sobre meu nível de inglês,
“Meu professor me disse que vou realmente aprender quando começar a
pensar e sonhar em inglês. E estou muito feliz, porque essa semana eu
sonhei em inglês! Pena que não entendi nada!”. Obviamente a surpresa
veio com a informação de que eu não entendi nada no sonho. Uma vez
que eu estabeleci uma verdade sobre quem estuda e começa a sonhar em
inglês, é surpreendente ter alguém que passe por esse processo e ainda
assim não tenha aprendido. O fato de dizer “e estou muito feliz” fortalece
a expectativa de que eu aprendi de fato, assim potencializa a surpresa da
piada ao dizer que não entendi nada.
EXAGERO
Este princípio é bem notado nos palhaços com seus sapatos grandes,
gravatas gigantes ou coletes muito pequenos espremendo o peito. Vemos
4º Passo | REESCREVER 18
algo descomunal que obviamente não cabe nas nossas expectativas, nos
nossos padrões sociais e isso desperta o riso. O riso funciona como um
alarme alertando que algo está fora do esperado. Como por exemplo, os
7 a 1 na copa. Muitas pessoas sofreram com isso, mas muitas outras riram
muito durante os gols (como eu). Eram tantos gols, tão seguidos, numa
copa do mundo sediada pelo Brasil, o pentacampeão, que de tão absurdo,
rimos. Nesse caso o riso é um parente da descrença. É comum ouvir piadas
do tipo “eu sou tão idiota que... (um exagero)”. “Ela era tão bandida que... (um
exagero)”. Tenho uma piada por exemplo que falo sobre quando o homem
vai se preparar para começar a dar a segunda na cama porque ele foi muito
rápido na primeira. “Então o homem vai lá, pega outra camisinha, da uma
respirada e espera ali uns 30... dias! E vai pra cima”. Neste caso seria óbvio
dizer “30 minutos”, mas aí não haveria exagero, porque esse é um tempo
normal para todos recuperarem o fôlego. Dizendo “30 dias” existe exagero
e assim existe a piada.
COMPARAÇÃO
Todo mundo já se divertiu ao encontrar uma nuvem que parecia algo do
nosso mundo terreno; uma flor, um rosto, um cavalo etc. Rimos ao perceber
que involuntariamente um elemento natural está “imitando” outra coisa.
Nossa imaginação faz o link entre as formas. Assim como brincar de
fazer sombras na parede ou imitar objetos e outras pessoas com o corpo.
Imitadores tiram muitas risadas ao reproduzir alguém, ele nunca será aquela
pessoa, nós sabemos que ele não é, porém nós fazemos uma comparação
na nossa mente, essa comparação gera um “pane” cerebral que produz
o riso. Como se não fosse possível acreditar na comparação, de tão boa.
Pode-se construir isso literalmente também.
4º Passo | REESCREVER 19
comparo a relação entre um homem e uma mulher com a relação entre
um fornecedor e uma fábrica. O texto todo é uma grande comparação.
Segue o texto abaixo para entender melhor. Já aproveito e coloco o texto
no formato que eu divido meus textos quando escrevo, com pontos para
cada piada. Cada ponto é uma risada. Nesse formato eu consigo calcular
melhor quantas risadas tenho por página e isso me dá uma média para
entender se o texto está bom ou se precisa de mais pontos.
4º Passo | REESCREVER 20
• E a fábrica acha que é fácil descarregar sozinho, que a gente faz isso toda
hora, em qualquer lugar. Mas as vezes não vai. As vezes você precisa... pensar,
em outra fábrica...
• Pegar um catálogo de fábricas...
• Entrar num site de uma multinacional!
REPETIÇÃO
A repetição é uma ferramenta que pode gerar riso tanto na surpresa
quanto no seu conhecimento prévio. Por exemplo, quando Chaplin está
trabalhando na fábrica apertando parafusos constantemente durante
o dia todo, ele nos mostra um trabalhador explorado pela indústria que
entra em um estado de maluquice por excesso de repetição do trabalho.
Assim que ele percebe uma senhora se aproximando, vê que os botões
de seu vestido tem uma enorme semelhança com os parafusos, ele reage
automaticamente apertando os botões encima da bunda da mulher com
suas ferramentas. Ele repete o mesmo movimento e isso é engraçado por
que o mesmo movimento está sendo reproduzido no lugar errado, o riso
nesse caso é um alerta de falha no sistema. Nesse exemplo temos surpresa,
exagero e repetição.
E a repetição pode funcionar sem surpresa, como por exemplo nos famosos
bordões de personagens caricatos da tv. Sabemos que o Professor Raimundo
vai dizer “E o salário oh!” ou que a Lady Katy, da Katiuscia Canoro no antigo
Zorra Total fala “To pagaaando”. Sabemos disso e ainda assim rimos da
repetição, pois prevemos o que virá e acertamos. Esse riso é o triunfo do
conhecimento prévio.
4º Passo | REESCREVER 21
e descobriu que ele veio do interior assistir o show. Aí lá na frente no seu
texto você tem uma piada que fala sobre algo que aconteceu numa cidade
do interior. Você pode virar para o André e falar algo do tipo “O André sabe
do que eu tô falando”, a plateia vai rir. Você ganha mais uma piada só por
ter boa memória.
Pode-se fazer isso com seu próprio texto também. Usar uma referencia de
algo que você mesmo disse anteriormente. Isso se chama Call Back. Tenho
uma piada onde falo sobre como é sempre mais perigoso viajar para países
que falam espanhol, porque não é “perigoso” lá é “peligroso”. E quando
algo é “peligroso” para mim é mais perigoso.
PONTO DE VISTA
Digamos que você tem um texto sobre o mal atendimento do call center.
Falar mal do call center é normal, é algo que todo mundo faz. Seu texto pode
servir inclusive como uma válvula de escape para a raiva que a plateia tem
desse serviço. Porém, como disse, isso é o normal, o comediante é aquele
que pode trazer o novo. Seria interessante mostrar para o público os outros
pontos de vista dessa história, o ponto de vista do call center, do chefe dele,
da família dele, do telefone, da cadeira que ele senta, do seu marido.
4º Passo | REESCREVER 22
começa a falar em determinado show sobre como a comunidade negra
está sofrendo na sua cidade, como todos estão envolvidos com o crack. E
aí ele surpreende dizendo “E todo mundo fala mal do crack, mas ninguém
fala dos benefícios do crack!”. Essa mudança de ponto de vista já causa risos
em parte da plateia, ele segue “É verdade! Ninguém fala dos benefícios do
crack, ninguém fala! Graças ao crack, você consegue comprar um dvd por
5 dólares! Dependendo da hora e se você estiver no lugar certo, consegue
reformar seu apartamento todo por 30 dólares”. É cruel e muito engraçado,
e isso graças ao novo ponto de vista sobre o assunto.
4º Passo | REESCREVER 23
5º Passo | ENCAIXAR NA BOCA
C omece a decorar o texto e nesse processo veja o que precisa ser adaptado
para o seu jeito de falar, porque escrevemos de forma diferente da
que falamos. E só depois de começar a decorar vamos perceber isso. Vai
reparar que no texto escreveu “Então eu fui para a praia”, mas no dia a dia
você fala “Aí fui pra praia”, no texto colocou “Olá, eu me chamo Antonio e
Importante entender que estou dizendo para escrever do jeito que você
fala no dia a dia e não do jeito que escreve na internet. Não escreva
usando gírias virtuais, isso pode te atrapalhar por exemplo quando for
encaminhar seu texto para avaliação da produção, antes de participar
de um programa na tv. E escrever exatamente como fala também irá
ajudar no próximo passo.
F icar com esse material novo e aprimora-lo. Todo texto só fica pronto
mesmo depois de alguns meses de apresentação. Stand up leva tempo
mesmo. Apenas o tempo e a prática tornará o texto orgânico. Nesse período
é bem possível que surjam novas piadas decorrentes do encontro com a
plateia. Tente apresentar o máximo que puder.
Num primeiro momento o grande desafio não é nem subir no palco e fazer
as piadas, o problema está na produção do show em si. Como divulgar,
como fechar o acordo com a casa, divisão de bilheteria, como trazer e pagar
convidados, como alinhar a dinâmica do dia do show com os garçons e
demais funcionários. São muitas questões antes de subir no palco. Depois
de subir no palco aparecem ainda mais questões.
O MC
A função dessa figura é preparar o terreno para os humoristas que vem
em seguida. Isso quer dizer, animar o público, quebrar o gelo, porém não
roubar a cena e nem levantar a expectativa demais. O MC não deve fazer
piadas pesadas no começo. Abrir o show já falando muitos palavrões ou
fazendo humor de constrangimento é péssimo. Isso atrapalha o próximo
comediante que pode entrar com um texto falando sobre por exemplo,
meias e sapatos. Um texto leve, sem palavrões com boas piadas, mas por
causa do MC boca suja não irá funcionar tão bem assim, é como passar um
É muito importante que o MC assista seus colegas. Para saber do que falaram
no palco, fazer um link com um assunto, ou para não falar de novo sobre o
mesmo assunto e ficar repetitivo para o público. Essa é uma dica que vale
para todos comediantes, mas principalmente para o MC. É muito normal
assistir shows onde os comediantes se repetem no tema. Parece que o show
inteiro é sobre relacionamentos de casados ou que todos comediantes eram
obrigados a fazer piadas com duplas sertanejas etc. Assistir seus colegas é
essencial para que você entenda como está a plateia e para que escolha
apresentar uma material diferente dos outros humoristas da noite.
Não é fácil começar uma noite de humor sem esses conhecimentos. Por
isso reforço que é interessante os novos comediantes terem um tipo de
mentor que os ajude. Existe uma pressa totalmente desnecessária na
maioria dos novatos. Esses apressadinhos geralmente querem fazer humor
para atingir uma suposta fama! Quem entra na arte com essa mentalidade
não vai construir nada de bom, pode até ser que consigam a tal da fama e o
do dinheiro, mas não serão artistas verdadeiramente. Se você ama humor,
faça por paixão e não por fama. Você pode não conseguir ser um artista
famoso, mas pode ser algo melhor; um artista de sucesso!
Apresentador do Prêmio Multishow de Humor. Nany People, Marcelo Marrom, Dani Valente, Bento
Ribeiro, Natália Klein e Sérgio Malandro.
Comedians Club, foto de Tatiana Lima Teatro Regina Vogue, Atira Sarro, foto Daniel Lins
GALERIA 39
Virada Cultural, em São Paulo Turma 1 Curitiba, curso de stand up comedy e da
improvisação
Turma 2 Curitiba, curso de stand up comedy e da Turma 1 Belo Horizonte, curso de stand up comedy
improvisação e da improvisação
GALERIA 40
Turma 1 São Paulo, curso de stand up comedy e da
improvisação
GALERIA 41
BIOGRAFIA
BIOGRAFIA 42
o longa metragem de Michael Ruman, “Os Xeretas” e foi antagonista no
filme de Newton Cannito, “Magal e as Formigas”. No teatro, trabalhou em
vários espetáculos entre eles se destacam Improvável, Mirandolina, Noites
de Improviso, Fábrica de Brinquedos, Calígula, PPP, Todos os homens do
Sr. Nelson e Contas Diárias. Este último circulou o país em diversos festivais
recebendo muitos prêmios. É cocriador do espetáculo de improvisação
“Subsolo” que em 2015 foi convidado para o 4O Festival internacional
IMPROLOMBIA, em Medellin.
Na TV, atuou nos programas Punch Tv do canal COMEDY CENTRAL, Disney Cruj
do SBT, 9mm São Paulo da FOX e Quinta Categoria da MTV. Como apresentador
e mestre de cerimônias trabalhou no Ted X São Paulo 2106, Minha Praia
MULTISHOW, Magazine Band Sports e no show Improvável da CIA BARBIXAS
DE HUMOR. Em 2017, teve sua rotina retratada na série “Entre Risos” no canal
Comedy Central, além de ser o apresentador do Prêmio Multishow de Humor.
BIOGRAFIA 43