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Acadêmico:
Campo Grande – MS
3ª Edição
Solicita-se aos usuários deste trabalho a
apresentação de sugestões que tenham por
objetivo aperfeiçoa-lo ou que se destinem à
supressão de eventuais incorreções.
Ficha Catalográfica
Mello, Talles.
Mecânica dos Solos I/Talles Taylor dos Santos Mello–Campo Grande,MS,
2018.
85 p. : il. color. – (Material didático)
3. GRANULOMETRIA ................................................................................................................................................... 32
1.1 Introdução
A porção externa e superficial da crosta terrestre é formada por vários tipos de corpos
rochosos que constituem o manto rochoso. Estas rochas estão sujeitas a condições que alteram a
sua forma física e sua composição química. Estes fatores que produzem essas alterações são
chamados de agentes de intemperismo. Pode-se então conceituar o intemperismo como o
conjunto de processos físicos e químicos quemodificam as rochas quando expostas ao tempo.
O processo do intemperismo se dá em duas fases:
- intemperismo físico – que é a desintegração da rocha;
- intemperismo químico – que é a decomposição da rocha.
A desintegração (intemperismo físico) é a ruptura das rochas inicialmente emfendas,
progredindo para partículas de tamanhos menores, sem, no entanto, havermudança na sua
composição. Nesta desintegração, através de agentes como água,temperatura, pressão, vegetação
e vento, formam-se os pedregulhos e as areias (solos departículas grossas) e até mesmo os siltes
(partícula intermediária entre areia e argila).
Somente em condições especiais são formadas as argilas (partículas finas), resultantes
dadecomposição do feldspato das rochas ígneas.
A decomposição (intemperismo químico) é o processo onde há modificaçãomineralógica
das rochas de origem. O principal agente é a água, e os mais importantesmecanismos
modificadores são a oxidação, hidratação, carbonatação e os efeitos químicosresultantes do
apodrecimento de vegetais e animais.
Normalmente a desintegração e a decomposição atuam juntas, uma vez que aruptura
física da rocha permite a circulação da água e de agentes químicos. Os organismosvivos
concorrem também na desagregação puramente física e na decomposição químicadas rochas.
Quanto à sua formação, podemos classificar os solos em três grupos principais: solos
residuais, solos sedimentares e solos orgânicos.
Solos residuais– são os que permanecem no local da rocha de origem (rocha mãe),
observando-se uma gradual transição da superfície até a rocha. Para que ocorramos solos
residuais, é necessário que a velocidade de decomposição de rocha seja maior que a velocidade
de remoção pelos agentes externos. Estando os solos residuais apresentados em horizontes
(camadas) com graus de intemperismos decrescentes, podem-se identificar as seguintes camadas:
solo residual maduro, saprolito e a rocha alterada.
O solo é constituído de uma fase fluida (água e/ou gases) e de uma fase sólida.
Pode-se dizer que solo é um conjunto de partículas sólidas que deixam espaços vazios
entre si, sendo que estes vazios podem estar preenchidos com água, com gases(normalmente o
ar), ou com ambos.
Pedregulhos:
Solos cujas propriedades dominantes são devidas à sua parte constituída pelos grãos
minerais de diâmetro máximo superior a 4,8mm e inferior a 76mm. São caracterizados pela sua
textura, compacidade e forma dos grãos.
Silte:
Solo que apresenta apenas a coesão necessária para formar, quando seco, torrões facilmente
desagregáveis pela pressão dos dedos. Suas propriedades dominantes são devidas à sua parte constituída
pelos grãos minerais de diâmetro máximo superior a0,005mm e inferior a 0,05mm. São caracterizados
pela sua textura e compacidade.
Argila:
Solo que apresenta características marcantes de plasticidade; quando suficientemente úmido,
molda-se facilmente em diferentes formas; quando seco, apresenta coesão bastante para constituir torrões
dificilmente desagregáveis por pressão dos dedos; suas propriedades dominantes são devidas à sua parte
constituída pelos grãos minerais de diâmetro máximo inferior a 0,005mm. São caracterizados pela sua
plasticidade, textura e consistência em seu estado e umidade naturais. Quanto à textura, são as argilas
identificadas quantitativamente pela sua distribuição granulométrica.
Os três grupos principais de minerais argílicos são: caolinitas, ilitas e montmorilonitas. As
montimorilonitas são as que causam mais preocupação, pois são muito expansivas e, portanto, instáveis
em presença de água.
As bentonitas são argilas muito finas, formadas, em sua maioria, pela alteração física de cinzas
vulcânicas. Este material foi descoberto em 1888, em Fort Benton(EUA), daí a sua denominação. Em sua
composição predomina a montmorilonita, o que explica a sua tendência ao inchamento. Graças a esta
propriedade, as injeções de bentonita são usadas para vedação em barragens e escavações. A bentonita é
um material que exibe propriedades tixotrópicas.
1.5.2 Tixotropia
É a propriedade que possui alguns solos finos coesivos, de, após ter a sua estrutura molecular
destruída (amassando-se o solo, por exemplo), quando deixado em repouso, recuperar a sua resistência
coesiva (através da sua reordenação da estrutura molecular).
As “lamas tixotrópicas”, ou sejam, suspensão, em água, desta argila especial, que é a bentonita,
são muito usadas em perfurações petrolíferas, fundações profundas,etc.
1.6. Solo
Exemplos de solo:
Solos orgânicos – turfa, mangue.
Solos inorgânicos – pedregulhos, arenoso, siltoso, argiloso, areno-argiloso, silto-argiloso,
arenoso, etc.
1.7. Rocha
Agregado natural de minerais de 1 ou mais espécies e que constitui uma unidade bem
definida (para corte temos necessidade de explosivos). Ex:
As rochas podem ser agrupadas em:
Rochas magmáticas (ou ígneas):
a. Extrusivas (ex: meláfiro, basalto, felsito)
b. Intrusivas (ex: granito, pegmatito, diabásio)
1.8. Mineral
Natural
Constituído de sílica (SiO2). Ex: quartzo (mais comum), calcedônea e opala (mais raro).
A calcedônia e a opala são reativas a álcalis.
Logo, se a argila for mole, se construirmos sem cuidado, após 10 anos podemos ter a obra
abaixo do nível (Caso A), pois o peso da obra provoca um adensamento extra ou podemos ter a
obra em nível mais elevado (Caso B), pois as fundações estão apoiadas em material adequado e a
obra permanece no nível inicial e o solo adensa naturalmente.
Solução:
a) Obras com fundação flutuante (como na cidade do México)
No Brasil não temos edificações (flutuantes) com fundações flutuantes.
Temos rodovias flutuantes como as Rodovias do Imigrante, Piaçara-Guarujá, Rio-
Santos nos trechos de mangue (serão vistos mais adiante)
b) Acelerar artificialmente o adensamento (que pode ser feito com
pressão=peso e eliminação do excesso de água =drenagem subterrânea)
Em São Paulo a firma AOKI-GUARANTÃ tem obtido excelente resultado 10 cm
(conseguido obter > 85% do adensamento total) aplicando a seguinte técnica:
1. Regularização da superfície, como pequeno caimento (2%).
2. Execução da camada drenante de areia grossa (espessura=15,20 cm)
3. Instalação de inúmeras fitas drenantes sintéticas (parecem fitas de feltro)
Esta queda de detritos, com o correr do tempo vai originando um vazio (entrada) na
camada silto-argilosa, descalçando o material rochoso superior, (cuja instabilidade vai
aumentando gradativamente)
Queda de detritos
Quando o descalçamento atingir o valor crítico (geralmente atingido após 3-5 anos)
ocorre a QUEDA DE BLOCOS ROCHOSOS que podem causar acidentes, principalmente em
ferrovias.
Estabilização
1° Regularização do talude com explosivos
2° Instalar uma tela (tipo galinheiro ou alambrado) sobre a camada problema fixando-a
com grampos cimentados (chumbados) na camada rochosa adequada.
3º Lançar concreto projetado (com brita) ou argamassa projetada (sem brita) sobre a tela.
Tela
Grampo
Mineral = calcita
Num local com uma formação rochosa carbonática, teremos o seguinte: como a rocha
formou-se há dezenas a centenas de milhões de anos, já sofreu a influência de, bilhões de chuvas.
A água da chuva é ligeiramente ácida (pois contem gases dissolvidos, como o CO2). Esta
água penetra na formação rochosa pelas fraturas e minúsculos poros, atacando-a quimicamente,
dissolvendo lentamente o carbonato, originando canais e cavernas de dissolução na formação
rochosa.
Desta forma, mesmo que o carbonato em si, seja de boa qualidade geotécnica, se a obra
for executada sem adequada pesquisa, as fundações poderão ficar um pouco acima de uma
caverna e consequentemente ocorrer um colapso da obra.
Solo
Canais
Carbonato
Cavernas de dissolução
Pesar os corpos de provas para obtermos o peso inicial (Pi). Após a pesagem, submeter
metade dos corpos de provas ao ensaio de ruptura (resistência a compressão axial). Obtemos o
valor da resistência à ruptura (inicial) = Ri. Depois, iremos submeter a metade restante à: 30
ciclos de saturação em água por 48 horas e a 30 ciclos de secagem em estufa ventilada a 105°c,
durante 24 horas. A ação intempérica é substituída em laboratório por estes 30 ciclos. Após os 30
ciclos devemos:
a) Pesar os corpos de prova. Obtemos o Pf (peso final dos corpos de provas após a
influência dos 30 ciclos)
b) Submeter os corpos de prova à ruptura obtemos Rf (resistência final após a
influência dos 30 ciclos
Ao fim, comparar o Pf com Pi e Rf com Ri. Se as diferenças forem pequenas significa
que a ação dos 30 ciclos quase não modificou as características geotécnicas da rocha. Logo, sua
durabilidade será alta.
Caso contrário, a durabilidade será baixa e, após a execução da obra em pouco tempo, o
intemperismo irá diminuir sensivelmente a resistência da rocha, podendo trazer problemas.
Embora o rastejo (ou coluviamento) seja um movimento muito lento (da ordem de alguns
cm/ano à alguns cm/dia), sua ocorrência deve ser verificada e estudada antes da execução da
futura obra, à fim de se evitar problemas geotécnicos futuros. No campo (em superfície), o
rastejo pode ser evidenciado através de:
Inicialmente, fixamos uma (ou mais) estacas (F) no solo ou rocha sem movimentação,
que irá (ão) servir como ponto(s) referencial (ais). Á seguir, cravamos diversas estacas presas
apenas no solo com rastejo, cuja posição é determinada em relação ao referencial (estaca fixa na
rocha). À seguir, é suficiente ir determinar a posição assumida por estas estacas móveis, em
intervalos de tempo conhecidos. Desta forma, ficamos conhecendo como ocorre o deslocamento
(a estaca 1 após uma semana irá se deslocar para a posição 1’) e, também determinar a
VELOCIDADE DO RASTEJO (para isto será suficiente dividir a distância 1-1’ pelo intervalo de
tempo Δt gasto – no caso, 1 semana)
1 F
1’
Microfissuras de
tração
Solo com rastejo
b) Solo residual
e) Aluvião
f) Solo orgânico
g) Solo pedregulhoso
h) Turfa
i) Mangue
2. Índices Físicos
2.1. Introdução
Índices físicos são valores que tentam representar as condições físicas de um solo no
estado em que ele se encontra. São de fácil determinação em laboratórios de geotécnica e podem
servir como dados valiosos para identificação e previsão do comportamento mecânico do solo.
Na Mecânica dos Solos, os índices físicos são utilizados na caracterização das condições
do solo, em um dado momento, que pode ser alterado ao longo do tempo.
Os Índices Físicos são definidos como grandezas que expressam as proporções entre
Pesos e Volumes nas três fases constituintes do solo: sólidos, líquido e ar, para caracterizar o
estado do solo. Grandezas obtidas em laboratório:
• Teor de umidade (w).
• Peso específico dos grãos (γg ou δ)
• Peso específico natural (γ ou γnat)
• O peso específico da água é adotado (γa ou γw)
Os demais Índices Físicos são calculados
A) Teor de Umidade (w ou h)
É a relação entre a massa ou o peso da água contida no solo e a massa ou o peso de sua
fase sólida, expressa em percentagem.
A umidade varia teoricamente de 0 a ∞. Os maiores valores conhecidos no mundo são os
de algumas argilas japonesas que chegam a 1400%.
Em geral os solos brasileiros apresentam umidade natural abaixo de 50%. Se ocorre
matéria orgânica, esta umidade pode aumentar muito, podendo chegar até a 400% em solos
turfosos.
• Toma-se uma porção de solo (aprox. 50,0 g), colocando-a numa cápsula de alumínio com
tampa;
• Pesa-se a cápsula (precisão de 0,01g);
• Pesa-se o solo úmido + cápsula (precisão de 0,01g);
• Leva-se a cápsula destampada a uma estufa até constância de peso (aprox. 6 horas para
solos arenosos e 24 horas para solos argilosos);
• Pesa-se o conjunto solo seco + cápsula.
C) Porosidade (n)
• É a relação entre o volume de vazios e o volume total da amostra, expressa em
percentagem.
1 1
1 1
. . .
1 .
1) Uma amostra de solo saturado tem um volume de 0,0283m3 e uma massa de 57,2kg. O
peso específico dos grãos é 2,79 tf/m3. Considerando-se que os vazios estão tomados por água
pura, determinar o teor de umidade e o índice de vazios do solo.Resposta: w = 27,17%; e =
75,78%.
3) Uma amostra de areia úmida tem um volume de 464 cm3 em seu estado natural e um
peso de 793,0gf. O seu peso seco é 735,0gf e peso específico dos grãos é 2,68gf/cm3. Determinar
o índice de vazios, a porosidade, o teor de umidade e o grau de saturação. Resposta: e =
69,19%; n = 40,89%; w = 7,89%; s = 30,57%.
5) Uma amostra de solo de 1.000,0g com umidade de 16,0% , passou a ter umidade de
26,0% em função da adição de água. Qual a quantidade de água acrescida a esta amostra
?Resposta: ∆PA = 86,21gf.
9) Tem se 1900gf de solo úmido, o qual será compactado num molde, cujo volume é de
1000 cm3. O solo seco em estufa apresentou um peso de 1705gf. Sabendo-se que o peso
específico dos grãos (partículas) é de 2,66gf/cm3 determine, o teor de umidade, a porosidade e
o grau de saturação. Dados: γ G = 2,66 gf / cm 3 / P = 1900gf / PG =1705gf / V = 1000cm3
11) Uma amostra de solo de 1.000,0g com umidade de 16,0%, passou a ter umidade de
26,0% em função da adição de água. Qual a quantidade de água acrescida a esta amostra ?
13) Considere um solo com índice de vazios igual 0,67, peso específico relativo igual
2,68 e com 12% de teor de umidade. Determine o peso da água a ser adicionada a 10 m³ de solo
para saturação total.
15) Um solo saturado tem teor de umidade igual a 38 % e peso específico dos sólidos
igual a 2,85 gf/cm³ . Determinar o índice de vazios, a porosidade e a massa específica do solo.
Resposta: e = 1,08, n = 52 % e γ= 1,89 g/cm3 .
16) Qual a quantidade de água a ser acrescentada a uma amostra de 1500 g com teor de
umidade de 17 %, para que esta amostra passe a ter 30 % de umidade. Resposta: Volume a
acrescentar igual a 166,67 cm³
17) Um corpo de prova de argila saturada tem uma altura de 2,5 cm e 6,5 cm de
diâmetro, e um volume de água igual a 48,7 cm3 . Foi comprimida em um ensaio até que sua
altura se reduzisse para 1,85 cm, sem alteração do seu diâmetro. Esta amostra possuía um índice
de vazios inicial de 1,42 e uma massa específica dos grãos de 2,82 g/ cm3 . Admitindo que toda
compressão tenha se dado por expulsão de água dos vazios e que a amostra ainda continue
saturada, determinar: Respostas: a) 0,79 b) 22,4% c) 109,09 cm³
a) Índice de vazios após a compressão.
b) Variação do teor de umidade.
c) Considerando que foi retirada uma outra amostra de 1 kg do solo de fundação, calcular
a quantidade de água (em cm3) que é necessário adicionar a esse 1 Kg de solo, cujo teor de
umidade é de 10 %, para que esse teor de umidade tenha um acréscimo de 12 %.
% . 100%
% .100%
3.1. Peneiras
Exemplo:
. !
6) Represente no gráfico:
a) Solo argilo siltoso
b) Solo arenoso
c) Solo silto argiloso
4.1. Introdução
A posição do lençol freático no subsolo não é, entretanto, estável, mas bastante variável.
Isso representa dizer que, em determinada região, a profundidade do lençol freático varia
segundo as estações do ano. Essa variação depende do clima da região, e dessa maneira, nos
períodos de estiagem, a posição do lençol freático sofre normalmente um abaixamento, ao
contrário do período das cheias, quando essa posição se eleva.
A fundamentação teórica para resolução dos problemas de fluxo de água foi desenvolvida
por Forchheimer e difundida por Casagrande (1937).
O estudo de fluxo de água nos solos é de vital importância para o engenheiro, pois a água
ao se mover no interior de um maciço de solo exerce em suas partículas sólidas forças que
influenciam o estado de tensão do maciço. Os valores de pressão neutra e como isso os valores
de tensão efetiva em cada ponto do maciço são alterados em decorrência de alterações de regime
A água ocupa a maior parte ou a totalidade dos vazios do solo e quando submetidas a
diferenças de potenciais, ela se desloca no seu interior. A água pode atuar sobre elementos de
contenção, obras de terra, estruturas hidráulicas e pavimentos, gerando condições desfavoráveis
à segurança e à performance destes elementos.
O conceito de energia total de um fluido, formulado por Bernoulli, é apresentado nas
disciplinas de Fenômenos dos Transportes e Mecânica dos Fluidos. A equação apresenta a
proposta de Bernoulli para representar a energia total ou carga total em um ponto do fluido,
expressa em termos de energia/peso.
EQUAÇÃO DE BERNOULLI → válida p/ escoamentos em regime permanente, não
viscosos, de fluídos incompressíveis. A carga total é dada pela soma de três parcelas:
CARGA TOTAL = CARGA DE ALTURA + CARGA PIEZOMÉTRICA + CARGA DE
VELOCIDADE H = ha + hp + hv
Sempre que houver diferença de carga total entre dois pontos haverá fluxo, na direção do
ponto de maior carga ao ponto de menor carga total.
Analisemos dois casos:
Define-se como gradiente hidráulico (i) a taxa de dissipação da carga total em função da
distância.
O fenômeno de areia movediça é típico de areias finas e tem rara ocorrência natural.
Porém certas obras geotécnicas podem gerar esta situação. Ex:
Icrit é chamado gradiente hidráulico critico (aproximadamente igual a 1,0 para a maioria
dos solos). A condição i ≥ icrit implica, portanto, em pressões efetivas nulas em quaisquer pontos
do solo.
No caso de solos arenosos (sem coesão), a resistência está diretamente vinculada às
pressões efetivas atuantes (s = σ‘ tg φ‘). Atingida a condição de fluxo para Icrit, resulta uma perda
total da resistência ao cisalhamento da areia, que passa a se comportar como um líquido em
ebulição. Este fenômeno é denominado areia movediça. Nota−se, portanto, que a areia movediça
não constitui um tipo especial de solo, mas simplesmente, uma areia através da qual ocorre um
fluxo ascendente de água sob um gradiente hidráulico igual ou maior que Icrit. A ocorrência de
areia movediça na natureza é rara, mas o homem pode criar esta situação nas suas obras. A fig. 3
apresenta duas situações em que este fenômeno pode ocorrer. No caso (a) tem−se uma barragem
construída sobre uma camada de areia fina sobreposta a uma camada de areia grossa. A água do
reservatório de montante percolará, preferencialmente, pela areia grossa e sairá a jusante através
Este experimento deu origem a uma lei que correlaciona a taxa de perda de energia da
água (gradiente hidráulico) no solo com a sua velocidade de escoamento (Lei de Darcy).
Os níveis de água h1 e h2 são mantidos constantes e o fluxo de água ocorre no sentido
descendente através do corpo-de-prova. Medindo o valor da taxa de fluxo que passa através da
amostra (vazão de água) q, para vários comprimentos de amostra (L) e de diferença de potencial
(Δh), Darcy descobriu que a vazão “q” era proporcional à razão Δh/L (ou gradiente hidráulico da
água, i).
2 3. . 4
&,56
Chama-se de velocidade de percolação (vp), a velocidade com que a água escoa nos
vazios do solo. Considera-se a área efetiva de escoamento ou área de vazios (Av).
A lei de Darcy é válida para um escoamento “laminar”, verdadeiro para quase todos os
tipos de solos (argila, silte e areia), tal como é possível e deve ser considerado o escoamento na
maioria dos solos naturais. Tambem sua validade é para solos saturados.
Um escoamento se define como laminar quando as trajetórias das partículas d’água não
se cortam; em caso contrário, denomina-se turbulento.
A lei de Darcy á válida para fluxo laminar → nº de Reynolds (R) ≤ 2000
v - velocidade
D - diâmetro da seção de escoamento
γ - peso específico do fluído
µ - viscosidade do fluído
g - aceleração da gravidade
É interessante notar que os solos finos, embora possuam índices de vazios geralmente
superiores àqueles alcançados pelos solos grossos, apresentam valores de coeficientes de
permeabilidade bastante inferiores a estes.
A permeabilidade é uma das propriedades do solo com maior faixa de variação de valores
e é função de diversos fatores, dentre os quais podemos citar o índice de vazios, temperatura,
estrutura do solo, grau de saturação e estratificação do terreno.
a) Índice de vazios:
c) Estrutura do solo:
d) Grau de saturação:
A determinação de k pode ser feita: por meio de fórmulas que o relacionam com a
granulometria (por exemplo, a fórmula de Hazen), no laboratório utilizando-se os
“permeâmetros” (de nível constante ou de nível variável) e in loco pelo chamado “ensaio de
bombeamento” ou pelo ensaio de “tubo aberto”; para as argilas, a permeabilidade se determina a
partir do “ensaio de adensamento”.
É utilizado para medir a permeabilidade dos solos granulares (solos com razoável
quantidade de areia e/ou pedregulho), os quais apresentam valores de permeabilidade elevados.
Procedimento: Após garantida a constância de vazão, mede-se o volume d’água (V) que
percola pela amostra de comprimento (L) em intervalos de tempo (t).
Procedimento: Após garantida a constância da vazão, faz-se leituras das alturas inicial e
final na bureta e o tempo decorrente.
12) Estimar o coeficiente de permeabilidade por meio do diâmetro efetivo, do solo abaixo
(traçejado): (K = 0,0001 cm/s)
Os solos costumam ser tanto mais compressíveis quanto maior seu LL. O IP permite
comparar a compressibilidade entre tipos diferentes de solo
Nos contatos, as tensões podem ultrapassar 700 MPa que são muito maiores que as
tensões totais. Na engenharia, as tensões são normalmente inferiores a 1MPa.
O estado de tensões no solo obedece a um conjunto de equações de equilíbrio,
compatibilidade e às leis constitutivas do material. Em alguns casos a própria distribuição de
tensões devido ao peso próprio pode ser complexa, dependendo da geometria do terreno.
A pressão neutra ou poro-pressão é a pressão na água dos vazios do solo e é dada pela
carga piezométrica da lei de Bernoulli. Quando há um nível d’agua sem fluxo a pressão neutra
(u) será a pressão hidrostática e é dada por:
sendo:
γw – o peso específico de água (10kN/m³ ou 1gf/cm³) e;
zw – a altura da coluna de água.
É a tensão suportada pelos grãos do solo, ou seja, é a tensão transmitida pelos contatos
entre as partículas. O princípio das tensões efetivas é dado por:
E> E> F G
(Principio das tensões efetivas de Terzaghi)
sendo:
E> - a tensão efetiva
E> - a tensão total e
u - a poro-pressão.
Solução de Bussinesq
A distribuição de tensões devido a uma carga pontual aplicada perpendicularmente à
superfície do terreno é conhecida como solução de Bussinesq. As hipóteses desta solução são:
· maciço homogêneo, isotrópico e continuo
· comportamento elástico linear
· variação de volume do solo é desconsiderada
3J M " 7
∆E> . N M7 ²
2L N O
6.2.2. Carregamento uniformemente distribuído sobre placa retangular
Newmark apresentou uma solução para determinar a tensão vertical induzida no canto de
uma área retangular uniformemente carregada.
EM P . QE
O fator de influência Iσ é função da área carregada e da profundidade. Existem ábacos
(como o da figura 3) que fornecem o fator de influência. São definidas as seguintes relações com
os parâmetros m e n, sendo a > b:
R
M M
1
distância horizontal em relação ao centro da placa.
S1 − T \]
[
W 7 <
U1 + V Y Z
QE
X
EM = P . QE
3) Calcular a tensão induzida (pressão transmitida) por uma carga circular (raio de 5
m) com 100 kN/m2 a pontos situados a 5 m de profundidade, sob o centro da placa e afastado a
6m do centro da placa.
15) Uma carga concentrada de 2250kg age na superfície de uma massa de solo
homogênea de grande extensão. Encontrar a intensidade das tensões na profundidade de 15m:
a) Diretamente abaixo do ponto de aplicação da carga
b) A uma distância horizontal de 7,5m do ponto de aplicação.
Fluxo Unidimensional
• Fluxo d’água com direção constante
o Areia uniforme → gradiente constante em qualquer ponto
o Exemplo: permeâmetros
Fluxo Tridimensional
• Fluxo d’água em qualquer direção
o Migração de água para um poço ou cava
o Barragens em vales fechados
Fluxo Bidimensional
• Fluxo segue caminhos em planos paralelos
o Obras lineares
o Barragens em vales abertos
A rede de fluxo é uma figura que representa o fluxo através de um meio poroso e
consiste em um conjunto de linhas de fluxo e linhas equipotenciais que se cruzam em ângulos
retos. A rede pode ser obtida graficamente por tentativas e, uma vez isto feito, podem ser
determinados facilmente poropressões e gradientes hidráulicos em qualquer ponto dela. Em
seguida, conhecendo-se a permeabilidade, determina-se a vazão que percola.
Não é do escopo deste artigo discutir técnicas para o traçado da rede de fluxo mais
profundas, recomendando-se o trabalho de Cedergren (1977) para os leitores que desejarem
dominá-las, mas serão abordadas de uma maneira simplificada. A abordagem aqui é dirigida para
o estudo de sua utilização na determinação de poropressões, vazões e gradientes.
As linhas de fluxo traduzem a trajetória das partículas de água no maciço terroso,
quando estas se deslocam de montante (nível de energia mais alto) para jusante (nível de energia
mais baixo).
As linhas equipotenciais são linhas ao longo das quais a carga hidráulica é constante. Se
for colocado um piezômetro em qualquer ponto de uma dada linha equipotencial, a coluna de
água no piezômetro sobe sempre até ao mesmo nível.
- Usar poucos canais de fluxo, mantendo seções quadradas (em geral 4 a 6 canais de
fluxo são suficientes);
- Verificar sempre a ortogonalidade entre as curvas e a constância na relação de lados;
- A rede deve ser analisada por inteiro. Não se deve deter em pequenos detalhes
enquanto a rede não está refinada;
- Usar propriedades de simetria quando possível;
- As transições entre trechos retilíneos e curvos devem ser suaves.
1) Calcule:
a) A vazão por metro linear e;
b) A força normal resultante da barragem. Dados: K = 10-3 cm/s; γconcreto = 25KN/m³
3) Calcule:
a) A vazão por metro linear e;
b) A carga piezométrica nos pontos A, B, C e D.
TMPE-201710/02
CATEGORIA:
ENDEREÇO DA OBRA:
CENTRO BENEFICENTE ESPANHOL
RUA 13 DE MAIO, Nº 3072, CENTRO, CAMPO GRANDE – MS.
EQUIPAMENTO: OBJETIVO:
LATINO AMERICANO
ÍNDICE GERAL
Expedição original Rev. A Rev. B Rev. C Rev. D Rev. E Rev. F Rev. G Rev. H
Data 03/10/2017
Execução 03/10/2017
Verificação 03/10/2017
Aprovação 03/10/2017
1.1 Objetivo: O presente laudo tem por finalidade a verificação da estrutura do empreendimento IFMS.
Data Hora
Início Inspeção 01/10/2017 08:00
Término Inspeção 01/10/2017 10:00
1.5 Descrição:
Conforme vistoria realizada “in loco” as instalações do referido prédio foram verificadas e analisadas,
afim de averiguar se as mesmas se encontram dentro das Normas Técnicas Brasileiras. Não foi encontrada
nenhuma irregularidade nas instalações que pudessem ocasionar algum tipo de sinistro. Toda a estrutura
incluindo laje, vigas, pilares e estruturas metálicas, estão dimensionados corretamente para suas finalidades,
não apresentando riscos como trincas, fissuras ou carbonatação da estrutura. Todas as instalações estão de
acordo com as Normas Técnicas Brasileiras (NBR´s).
1.6 Conclusão:
Portanto, concluo, que a estrutura do prédio acima descrito não apresenta riscos de sinistros, estando em
condições seguras de uso.
.........................................................
Eng. Talles T. S. Mello
CREA 26047-D/MS
OBS: ESSA AMOSTRA ENSAIADA FOI CLASSIFICADA EM ARGILA SILTE ARENOSO – COR AMARELADO, HOUVE:
3 ARGILAS, 2 SILTE E UMA AREIA.
1) Destorroar o solo seco e tomar uma amostra de cerca de 1 kg de material passante na peneira de 76 mm;
2) Determinar a massa da amostra seca ao ar (Mt).
Peneiramento Grosso
Sedimentação
1) Do material passado na peneira 2,0 mm, separar cerca de 100 g para determinação da umidade higroscópica
(h) e tomar cerca de 70 g para o ensaio de sedimentação (Mh);
2) Transferir o material para um béquer e adicionar 125cm³ da solução de defloculante. Agitar o béquer até que
todo o material fique imerso e deixarem repouso por, no mínimo, 12 horas;
3) Verter toda a mistura no copo de dispersão, com auxílio da bisnaga com água destilada. Adicionar água
destilada até que seu nível fique 5 cm abaixo das bordas do copo e submeter à ação do aparelho dispersor por
15 minutos;
4) Transferir todo o conteúdo do copo de dispersão para a proveta completar com água e destilada até 1000 cm³;
5) Tapando a boca da proveta com uma das mãos, agitá-la durante 1min de forma que a boca da proveta passe de
cima para baixo e vice-versa;
6) Colocar a proveta sobre a mesa, mergulhar o densímetro e o termômetro na dispersão e disparar o cronômetro;
7) Efetuar leituras do densímetro e do termômetro correspondentes aos tempos de sedimentação (t) de 0,5; 1 e 2
min. Retirar cuidadosamente o densímetro;
Peneiramento Fino
Cálculos:
•
(`a *`b )
Massa total da amostra seca (Ms)
× 100 + f
(! +d)
^ (1)
•
(`h *`i )
gf = × 100
Peneiramento grosso: porcentagem de material que passa em cada peneira (Qg)):
`.
(2)
r==s q
Onde:
Qs = porcentagem do solo em suspensão no instante da leitura do densímetro;
N = porcentagem de material que passa na peneira 2,0 mm, calculado de acordo com a Eq. (2);
qc= massa específica dos grãos do solo, em g/cm³;
qdicp=massa específica do meio dispersor,em g/cm³ (considerar como 1,000 g/cm³) V= volume da
suspensão,em cm³ (considerar como 1000 cm³);
qw= massa específica da água, em g/cm³ (considerarcomo1,000g/cm³);
L= leitura do densímetro na suspensão;
Ldisp= leitura do densímetro no meio dispersor, na mesma temperatura da suspensão (considerar como 1,0042);
Mh = massa do material úmido submetido á sedimentação, em g;
h = umidade higroscópica do material passado na peneira 2,0 mm, em %.
!B ∙u 5
=t ×
v . * li.m w (
(4)
`q × ! * `i ∙ (! +d)
×k
• Peneiramento fino: porcentagem de material que passa em cada peneira (Qf):
`q × !
gx (5)
Onde: Mi = massa do material retido acumulado em cada peneira.
Resultados:
Obter a curva granulométrica do solo: construir um gráfico do diâmetro das
partículas, em mm, em escala logarítmica (abcissas) pela porcentagem das partículas
com diâmetro menor que o considerado, ou porcentagem que passa (ordenadas).