Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
RECIFE
2016
RAMON DUQUE FERRAZ BURGOS
Matricula: 201110959-2
Estagio Supervisionado 2
Empresa de Urbanização do Recife – URB
Período, 11/02/2016 a 31/05/2016
Orientadora: Maria Célia Alves Feitosa
RECIFE
2016
RESUMO
1. TEORIA
1.2.2. BASE
De acordo com Senço (2006), a base é a camada destinada a resistir aos esforços
verticais oriundos do tráfego e distribuí-los. Na verdade, o pavimento pode ser considera
composto apenas de base e revestimento, sendo que a base poderá ou não ser complementada
pela Sub-base ou pelo reforço do subleito. Pois, parte das cargas transmitidas à base é absorvida
pelo material utilizado e ela apenas descarregará parte desses esforços nas camadas inferiores
ou no subleito.
1.2.3. SUB-BASE
A sub-base é uma camada complementar e sua utilização visa reduzir a camada da base.
Dependendo da resistência do subleito onde a estrutura ficará disposta, a camada da base poderá
se apresentar muito espessa e consequentemente mais cara. Então por quesitos técnicos e
econômicos dispomos de uma camada mais profunda, com custo menor e uma capacidade de
resistência inferior ao da base, porém que se apresentará suficiente para resistir aos esforços
descarregados. Assim reduzindo expressivamente a camada da base e o custo total do
pavimento.
1.2.5. SUBLEITO
O subleito é o terreno de fundação do pavimento. O subleito é o solo natural a qual a
sua resistência definirá toda a estrutura do pavimento. Para camada de fundação efetiva do
subleito é considerado 1,5m de profundidade, visto que os efeitos do trafego são considerados
desprezados a partir dessa profundidade. O subleito pode se encontrar já parcialmente
compactado, quando trabalhamos a pavimentação de uma via de terra já existente, ou em estado
de solo natural. Para ambos os casos é necessário fazer a regularização do solo, afim de
8
se obter uma superfície homogênea que atenda a geometria do pavimento e não desperdice
material mais nobre que o subleito preenchendo falhas do terreno.
1.3.1. SOLO
Pela definição, temos que solo é uma formação natural, de estrutura solta e removível e
de espessura variável, resultante da transformação de uma rocha-mãe, pela influência de
diversos processos físicos, físico-quimicos e biológicos (Senço 2006). Para engenharia não é
diferente, o solo é considerado a camada superficial do terreno que possa ser removida
manualmente ou mecanicamente, e sua origem é residual ou transportado.
O solo residual é o solo que foi depositado na superfície pela ação das intempéries sob
as rochas durante o tempo, enquanto o solo transportado foi disposto ali por algum agente que
retirou-o do seu leito natural.
A terminologia de Solos e Rochas do DNER, estabelecem que os solos serão
identificados por sua textura (composição granulométrica), plasticidade, consistência ou
compacidade, citando-se outras propriedades que auxiliam sua identificação, como: estrutura,
forma dos grãos, cor, cheiro, friabilidade, presença de outros materiais (DNIT 2006).
Mas a classificação é feita basicamente utilizando a textura, apesar de apenas essa
característica não ser suficiente para caracterizar e definir o comportamento geral do solo. O
DNIT adota uma escala granulométrica utilizando a abertura de peneiras, essa escala de
classificação varia de 76,2mm(3´´) a 0,005mm e pode ser observada por completa na tabela
abaixo.
Tabela 1 - Classificação Granulometrica do Solo
1.3.2. AGREGADOS
De acordo com a norma ABNT NBR 9935/2005, que determina a terminologia dos
agregados, o termo agregado é definido como material sem forma ou volume definido,
geralmente inerte, de dimensões e propriedades adequadas para produção de argamassas e de
concreto.
No nosso caso, trataremos de agregados utilizados com o ligante asfáltico e que darão
consistência ao revestimento do pavimento. O agregado escolhido para uma determinada
utilização deve apresentar propriedades de modo a suportar tensões impostas na superfície do
pavimento e também em seu interior.
O desempenho das partículas de agregado é dependente da maneira como são
produzidas, mantidas unidas e das condições sob as quais vão atuar. A escolha é feita em
laboratório onde uma série de ensaios é utilizada para a predição do seu comportamento
posterior quando em serviço. (Benucci 2008). Os agregados podem ser podem ser naturais ou
artificiais. Os primeiros, são aqueles utilizados como se encontram na natureza, como o
pedregulho, os seixos rolados, etc., ao passo que os segundos compreendem os que necessitam
uma transformação física e química do material natural para sua utilização, como a escória e a
argila expandida. Na imagem abaixo, pode-se observar melhor a classificação dos agregados
quanto a sua natureza, tamanho e distribuição dos grãos.
10
Fonte: Propria
11
1.3.3. BETUMES
Materiais betuminosos são hidrocarbonetos de cor dureza e volatilidade variáveis, que
se encontram as vezes, associados a materiais naturais. Em geral, são solúveis no bissulfeto de
carbono (S2C) e produzidos naturalmente, por combustão ou pela associação das duas formas
(Senço 2006).
Apresentando características como: alta adesividade com agregados, impermeabilidade,
durabilidade e possibilidade de execução em diversas temperaturas, o betume demonstra ser
compatível com as necessidades solicitadas pelo revestimento de um pavimento. Dessa forma
é a base constituinte dos materiais mais utilizados para o revestimento em pavimentos flexíveis,
o alcatrão e o asfalto.
O alcatrão para pavimentação é um produto resultante do processo de refino de alcatrão
bruto, que é um subproduto da destilação do carvão. Apesar de conter hidrocarbonetos e
apresentar características favoráveis para a utilização como aglutinante, sua utilização está
sendo erradicada depois que se comprovou a sua capacidade cancerígena. Já o asfalto apresenta
uma qualidade e homogeneidade melhor que o alcatrão e não representa risco considerável a
saúde humana, assim a sua utilização é dominante quando se fala de materiais betuminosos. O
asfalto é um produto de origem natural, podendo ser encontrados lagos e jazidas, que é utilizado
a milênios por civilizações antigas como impermeabilizantes e pavimentos. Atualmente o
asfalto natural é escasso e podemos considerar que quase todo asfalto utilizado no mundo é
proveniente do refinamento do petróleo. No Brasil utiliza-se a denominação Cimento Asfáltico
Preparados a Petróleo (CAP) para designar esse produto semi-sólido a temperaturas baixas,
viscoelástico à temperatura ambiente e líquido a altas temperaturas, e que se enquadra em
limites de consistência para determinadas temperaturas estabelecidas em especificações que
serão mostradas mais adiante. Os CAPs são constituídos de 90 a 95% de hidrocarbonetos e de
5 a 10% de heteroá- tomos (oxigênio, enxofre, nitrogênio e metais – vanádio, níquel, ferro,
magnésio e cálcio) unidos por ligações covalentes. Os cimentos asfálticos de petróleos
brasileiros têm baixo teor de enxofre e de metais, e alto teor de nitrogênio (Leite, 1999).
12
2. ESTUDOS PRELIMINARES
2.2. TERRAPLENAGEM
Os serviços de terraplenagem se limitaram à via com pavimento a implantar. A
concepção do projeto de terraplenagem se baseou na espessura de rebaixamento necessário ao
projeto de pavimentação. Tendo em vista que em alguns trechos o greide projetado está
praticamente colado ao terreno natural, a terraplenagem consistirá de cortes e pequenos aterros.
13
Revestimento asfáltico Kr
Base de brita graduada Kb
Sub-Base de brita graduada Ksb
Reforço do subleito Kref
Onde:
hm, hn e h20 são, respectivamente, as espessuras totais de pavimento, em termo
de material granular, necessárias para proteger um material com CBR m%, um material com
CBR n% e uma sub-base com CBR 20%;
Sendo CBR de projeto igual a 5%, para o segmento entre as estacas E3+5,89 a
E18+14,69, tomando-se como referência o valor do CBR em cada furo, tem-se: os valores
encontrados no ábaco (anexo 1) para h20 = 23 cm, h10 = 42 cm e h7 = 62 cm, substituindo os
valores encontrados nas equações, têm-se:
Admitindo-se, pois, que seja possível obter um valor de CBR do subleito igual a 5%,
para o material a ser utilizado no dimensionamento das camadas do pavimento da Rua José
Tavares de Holanda verifica-se a espessura mínima exigida à proteção do pavimento de
70,00cm:≥
3. ESTUDO DE CASO
3.1. INTRODUÇÃO
Com o objetivo de integrar o aprendizado teórico aprendido no decorrer do curso de
Engenharia Civil da Universidade Católica de Pernambuco, realizamos o estágio obrigatório.
Neste período, aprendemos como lidar com o dia-a-dia de uma obra, e através do contato direto
com o Engenheiro Civil responsável, aprendemos a nos portar como um profissional da área.
O estágio relatado foi realizado na Empresa de Urbanização do Recife-URB e o tipo de
obra foi a execução de um pavimento flexível com revestimento asfaltico (CBUQ),na Rua José
Tavares de Holanda, no Bairo de Jardim São Paulo-Recife-Pernambuco. O trecho pavimentado
tem uma largura de 7m e uma extensão de 308,8m (E3+5,89 a E18+14,69).
ambos os lados, optou-se pela construção em pavimento flexível, a partir da estaca 3+5,89 até
18+14,69 em relação ao eixo, apresentado em planta.
Neste relatório, vou descrever cada etapa do processo da execução do pavimento e
através de fotos, deixar o mais claro possível.
Na primeira parte do relatório, a revisão bibliográfica, foram abordados os materiais
utilizados na construção do pavimento, o método de dimensionamento utilizado para definir a
espessura das camadas e as etapas construtivas de todo o processo.
Na segunda parte relatarei como os serviços foram executados em campo, seguindo
todas as especificações dos projetos e normas estabelecidas pelo DNIT.
3.2. OBJETIVO
Relatar todo aprendizado no período que estive interno na obra e comparar com a
teoria, avaliando a qualidade do serviço executado e as condições de acordo com as NBRs.
Aprender as técnicas de execução de pavimentação asfaltica e aplicar ao modo pratico,
identificando possíveis desacordos com os padrões estabelecidos. Também utilizar do olho
crítico para conseguir evitar problemas que possam surgir. Tudo isso sendo relatado e
registrado com fotografias, que podem inclusive servir de provas para se identificar
falhas causadas em etapas anteriores. Assim, combatendo a má elaboração do serviço e obtendo
uma infraestrutura de qualidade e duradoura para a população.
3.3. JUSTIFICATIVA
O estágio foi realizado sob a justificativa de aprendizado e maturação acerca do tema:
pavimentação asfaltica, para que a partir dele pudesse ser vivenciado na prática situações e
perspectivas até então contatadas apenas em sua teoria, e assim pudesse ser concluído o
processo de aprendizado do tema de forma satisfatória.
da rua pontos indicativos para a profundidade escavada. Antes da intervenção para a execução
do pavimento, a rua encontrava-se em solo natural e apresentava trechos com depressões medias
devido ao trafego de caminhões pesados. Dessa forma obtivemos variações médias nas alturas
de rebaixo, com escavação máxima de 26cm e mínimo de 12cm. O rebaixamento foi feito de
forma mecânica e utilizando um retroescavadeira. Alguns trechos também precisaram de
pequenos aterros de no máximo 5cm, e que foram regularizados com o próprio material extraído
no corte do corte.
Fonte: Própria
3.6. MEIO-FIO
Os meio-fios são executados em conjunto com a sub-base e percorrem toda a
extensão do pavimento, ele divide a calçada do pavimento e serve como contenção para
as aguas escoadas durante as chuvas. Para a obra, utilizamos meio-fio de concreto com
tamanho de 1m de comprimento por 0,45m de altura. São assentados de forma alinhada,
e sequencial sob a primeira camada de 15cm da sub-base . O alinhamento e nível foram
conferidos com linhas de prumo e mangueiras de nível. As juntas são preenchidas com
argamassa de cimento e areia no traço 1:2. O alinhamento e perfil das guias deverão ser
revisados antes do início do calçamento.Os desvios não poderão ser superiores a
20mm, no que tange ao alinhamento e perfil presentes no projeto. Após assentados,
nivelados, alinhados e rejuntados serão reaterrados para não haver desalinhamento.
Figura 5: Assentamento de Meio-Fio. Figura 6: Meio-Fio assentado e rejuntado.
de uma só vez. Assim definiu-se a primeria etapa como a execução de uma camada de
15cm, e a segunda etapa uma camada de 10cm, totalizando os 25cm solicitados.
Na primeria etapa foi depositado uma camada de BGS, e compactada com a
própria retroescavadeira, que percorria toda a rua adensando a camada, até se obter a
espessura final de 15cm. Na segunda etapa uma outra camada de 10 cm foi disposta,
porém antes da compactação foi feita a drenagem do pavimento. A drenagem foi prevista
em projeto para acompanhar o pavimento do inicio ao fim e fica encostada no lado interno
do meio-fio em ambas as extremidades da via. Sua localização é pensada para evitar que
cargas pesadas passem por cima dela e possam amassar sua estrutura. Ela é composta
por um tubo de 150mm com vários furos de 7mm em toda sua extensão. Esse tubo será
recoberto por uma camada brita 19mm e envelopado com manta geotêxtil, para evitar a
dissipação do material interno e a penetração externa de partículas finas, que podem
entupir o tubo.
3.9. REVESTIMENTO
Devido a atrasos relacionados às fortes chuvas que atingiram o Recife no mês de
Abril e Maio, o revestimento de CBUQ não foi executado a tempo de eu ter a
oportunidade de relatar como foi feita a execução.
Mas de acordo com as normas estabelecidas pelo Manual de Pavimentação
(DNIT, 2006) e a Norma do DNER-ES 317/97, depois que a base for devidamente
nivelada, se faz a imprimação em sua superfície, que é o serviço que aumenta a coesão
da superfície e melhora as condições de aderência entre as camadas do pavimento.
23
Tendo sido decorridos mais de sete dias da execução da imprimação, tendo havido
trânsito sobre a superfície imprimada, ou tendo sido a imprimação recoberta com areia,
pó-de-pedra, etc., deverá ser feita uma pintura de ligação.
Outro item a ser verificado é a temperatura do CBUQ empregado na mistura , ele
deve ser determinado para cada tipo de ligante, em função da relação temperatura-
viscosidade. A temperatura conveniente é aquela na qual o cimento asfáltico apresenta
uma viscosidade situada dentro da faixa de 75 a 150 SSF, “Saybolt-Furol” (DNER-ME
004), indicando-se, preferencialmente, a viscosidade de 75 a 95 SSF. A temperatura do
ligante não deve ser inferior a 107°C nem exceder a 177°C. Os agregados devem ser
aquecidos a temperaturas de 10°C a 15°C acima da temperatura do ligante asfáltico, sem
ultrapassar 177°C.
Para a produção do concreto asfáltico , se faz a utilização de usinas apropriadas
conforme a norma do DNER - ES 317/97. O concreto asfáltico produzido deve ser
transportado, da usina ao ponto de aplicação, nos veículos especificados no item 5.3
quando necessário, para que a mistura seja colocada na pista à temperatura especificada.
Cada carregamento deve ser coberto com lona ou outro material aceitável, com tamanho
suficiente para proteger a mistura.
A distribuição do concreto asfáltico deve ser feita por equipamentos adequados e
caso ocorram irregularidades na superfície da camada, estas devem ser sanadas pela
adição manual de concreto asfáltico, sendo esse espalhamento efetuado por meio de
ancinhos e rodos metálicos. Após a distribuição do concreto asfáltico, tem início a
rolagem. Como norma geral, a temperatura de rolagem é a mais elevada que a mistura
asfáltica possa suportar, temperatura essa fixada, experimentalmente, para cada caso.
Caso sejam empregados rolos de pneus, de pressão variável, inicia-se a rolagem com
baixa pressão, a qual deve ser aumentada à medida que a mistura seja compactada, e,
conseqüentemente, suportando pressões mais elevadas. A compactação deve ser iniciada
pelos bordos, longitudinalmente, continuando em direção ao eixo da pista. Nas curvas, de
acordo com a superelevação, a compactação deve começar sempre do ponto mais baixo
para o ponto mais alto. Cada passada do rolo deve ser recoberta na seguinte de, pelo
menos, metade da largura rolada. Em qualquer caso, a operação de rolagem perdurará até
o momento em que seja atingida a compactação especificada. Durante a rolagem não são
permitidas mudanças de direção e inversões bruscas da marcha, nem estacionamento do
equipamento sobre o revestimento recém – rolado. As rodas do rolo devem ser
umedecidas adequadamente, de modo a evitar a aderência da mistura. A
24
Fonte: httpwww.paranagua.pr.gov.brnoticias.phpnoticia_id=1424
25
4. CONCLUSÃO
Apesar de a obra não ter sido concluída, já é claro o benefício para a população
da Rua José Tavares de Holanda e arredores. A primeira imagem que se tem do antes e
depois, da intervenção, dá ao observador uma ideia de melhor urbanização e organização
do espaço físico. Também levando-se em conta a valorização da área, que agora possui
saneamento, escoamento de águas, calçadas, acessos e sinalizações para deficientes e o
próprio pavimento. Participar integralmente de um projeto como o tal, me deu uma
grande satisfação profissional. Pois, o contato diário com os moradores da área me expôs
a como era a vida de cada um e como vai ser agora em diante.
Quanto a pavimentação em si, tive a oportunidade de trabalhar com profissionais
qualificados e experientes que têm o total conhecimento do que fazem. Aprendi o
máximo possível com eles, para se hábil a identificar os problemas que prejudiquem a
qualidade do serviço.
O estágio me deu a oportunidade de colocar em prática o que se foi estudado em
sala de aula, e de trazer à sala de aula as dúvidas presentes no dia-a-dia da obra. Assim,
fechando um ciclo de aprendizagem.
26
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA