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Relatório e Contas
Relatório e Contas
Índice Geral
I. Mensagem do Governador 11
II. Conselho de Administração 12
III. Corpo Directivo 13
PARTE I . Contexto Económico-Financeiro 14
1. Evolução da Economia Internacional 14
a. Crescimento da Economia Mundial 14
b. Comércio Internacional 15
c. Mercado Monetário e Cambial 17
d. Mercado Accionista 19
e. Mercado das Commodities 19
2. Evolução da Economia Nacional 20
a. Actividade Económica 20
i. Produto Interno Bruto 20
ii. Índice de Produção Industrial 22
iii. Indicador de Clima Económico 22
iv. Preços 23
3. Sector Fiscal 24
a. Análise do Balanço Fiscal Preliminar 24
i. Receita 24
ii. Despesa 25
iii. Saldos 26
iv. Financiamento 26
4. Contas Externas 26
a. Balança de Pagamentos 26
i. Conta Corrente 27
ii. Conta Capital e Financeira 28
b. Reservas Internacionais 29
c. Taxa de Câmbio 29
i. Taxa de Câmbio Nominal 29
ii. Taxa de Câmbio Real Efectiva 29
PARTE II . Sistema Bancário Angolano 30
5. Desempenho do Sistema Bancário 30
a. Activo 30
b. Passivo 31
c. Rendibilidade 32
d. Liquidez 32
e. Solvabilidade 32
6. Sistema de Pagamentos 32
a. Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola 32
b. Sistema de Liquidação por Bruto em Tempo Real – SPTR 33
c. Subsistemas de Compensação 35
d. Operações de Redesconto 37
PARTE III . Relatório de Actividades 37
7. Actividades do Banco Nacional de Angola 37
7.1. Áreas de Negócio 37
a. Comités Colegiais 37
i. Política Monetária 37
ii. Estabilidade Financeira 47
iii. Investimento 48
b. Emissão Monetária 50
c. Supervisão Comportamental 50
i. Desenvolvimento das Actividades Programadas 50
d. Sistema de Pagamentos 53
i. Regulamentação dos Instrumentos de Pagamento 54
ii. Controlo e Acompanhamento do SPA 54
7.2. Actividades Corporativas 54
a. Relações Internacionais 54
i. Acompanhamento da Actividade Internacional 54
b. Comunicação Institucional 56
c. Desenvolvimento Organizacional 56
d. Gestão de Risco 56
e. Recursos Humanos 57
f. Tecnologias de Informação 57
g. Gestão do Património 58
PARTE IV . Demonstrações Financeiras 59
8. Demonstrações Financeiras 60
a. Balanço 60
b. Demonstração de Resultados 61
c. Demonstração do Fluxo de Caixa 62
d. Anexo às Demonstrações Financeiras 63
Relatório e Parecer do Conselho de Auditoria
e Relatório do Auditor Independente 85
Relatório e Parecer do Conselho de Auditoria 86
Relatório do Auditor Independente 88
Avisos e Instrutivos 90
Glossário 92
Índice de Gráficos
Gráfico 1: Evolução das Exportações (%) 15
Gráfico 2: Evolução das Importações (%) 16
Gráfico 3: Taxas de Juro de Referência (%) 17
Gráfico 4: Taxas de Juro a 3 meses 17
Gráfico 5: Taxa de Câmbio das Moedas das Principais Economias
Desenvolvidas Face ao USD 18
Gráfico 6: Taxa de Câmbio das Moedas das Principais Economias
Emergentes Face ao USD 18
Gráfico 7: Índices Accionistas das Principais Economias Desenvolvidas 19
Gráfico 8: Preços Internacionais das Matérias-Primas Energéticas 19
Gráfico 9: Índice de Preços dos Alimentos 20
Gráfico 10: Evolução do PIB Angolano (%) 21
Gráfico 11: Evolução do Indicador de Clima Económico 22
Gráfico 12: Comportamento da Inflação (2011 - 2012) 23
Gráfico 13: Contribuição das Classes de Despesas na Inflação 24
Gráfico 14: Receitas Fiscais (% do PIB) 25
Gráfico 15: Estrutura das Receitas em 2012 25
Gráfico 16: Despesas Fiscais (% do PIB) 25
Gráfico 17: Estrutura das Despesas Fiscais em 2012 26
Gráfico 18: Estrutura das Despesas Fiscais em 2012 26
Gráfico 19: Principais Países de Origem das Importações 27
Gráfico 20: Conta Corrente 28
Gráfico 21: Conta Financeira 28
Gráfico 22: Taxa de Câmbio Real e Taxa de Câmbio Real Efectiva 29
Gráfico 23: Evolução da Decomposição do Activo Total 30
Gráfico 24: Crédito Vencido/Crédito Total 31
Gráfico 25: Evolução da Decomposição do Passivo Total 31
Gráfico 26: Rácio de Solvabilidade 32
Gráfico 27: Estrutura do SPA - Situação Actual e Perspectivas 33
Gráfico 28: Evolução Anual do SPTR 34
Gráfico 29: Número de Operações no SPTR em 2012 34
Gráfico 30: Montante das Operações SPTR em 2012 35
Gráfico 31: Número e Montante de Documentos Compensado do SCV 36
Gráfico 32: Número e Valor das Transferências Efectuadas no STC 36
Gráfico 33: Número de Operações Multicaixa, por Mês 36
Gráfico 34: Número de Cartões e de Operações Financeiras (médias mensais) 37
Gráfico 35: Liquidez Total em 2012 39
Gráfico 36: Resumo Geral de Emissão de Títulos em 2012 39
Gráfico 37: Resumo Geral de Resgate de Títulos em 2012 40
Índice de Quadros
Quadro 1: Evolução do Produto Interno Bruto 15
Quadro 2: Inflação (%) 16
Quadro 3: Indicadores Macroeconómicos 20
Quadro 4: Taxas de Crescimento do PIB Real (%) 21
Quadro 5: Estrutura Percentual do Produto Interno Bruto (%) 21
Quadro 6: Índice de Produção Industrial (%) 22
Quadro 7: Classes de Despesas (Novo Quadro de Ponderações) 23
Quadro 8: Execução Fiscal 2012 - Informação Preliminar 24
Quadro 9: Principais Produtos Importados em 2012 (Milhões de USD) 27
Quadro 10: Taxa Câmbio e Variação Cambial Anual 29
Quadro 11: Número de Operações Liquidadas no SPTR em 2012 33
Quadro 12: Operações Liquidadas no SPTR (Mil Milhões de Kz) 34
Quadro 13: Valor das Operações Liquidadas no SPTR em 2012 35
(Mil Milhões de Kz)
Quadro 14: Evolução dos Subsistemas de Compensação 35
Quadro 15: Histórico das Decisões do CPM em 2012 38
Quadro 16: Base Monetária (Milhões de Kz) 38
Quadro 17: Componentes das Series Temporais Identificados na Inflação 46
Quadro 18: Actividades Internacionais 55
Quadro 19: Mapa de Eventos Formativos Realizados em 2012 57
Quadro 20: Principais Mutações na Composição do Balanço 60
Quadro 21: Balanços em 31 de Dezembro de 2012 e 2011 61
Quadro 22: Principais Indicadores da Conta de Resultados 61
Quadro 23: Demonstrações dos Resultados para os Exercícios Findos
em 31 de Dezembro de 2012 e 2011 62
Quadro 24: Demonstrações dos Fluxos de Caixa para os Exercícios Findos
em 31 de Dezembro de 2012 e 2011 62
Quadro 25: Caixa e seus Equivalentes 63
I. Mensagem do Governador
O ano de 2012 ficou marcado pela consolidação da estabilidade macroeconómica em Angola, evidenciada em particular pelo alcance da tão
almejada inflação de um dígito. Com efeito, terminámos o exercício com uma taxa de inflação de 9,02%, em linha com o objectivo de 10%
estabelecido pelo Executivo Angolano.
A acumulação de reservas internacionais e o consequente fortalecimento das contas externas permaneceram como um dos objectivos principais
da política macroeconómica, tendo no final do ano as reservas internacionais líquidas se situado em USD 30.638,91 milhões. A persecução
da robustez das contas externas justifica-se pelas incertezas que pairavam e pairam sobre a evolução da economia mundial, caracterizada
pela desaceleração do ritmo económico mundial, em consequência da diminuição dos níveis do comércio internacional e das baixas taxas de
crescimento real das economias avançadas e das economias emergentes.
A boa performance dos indicadores macroeconómicos permitiu a conclusão com sucesso do Acordo de Stand-By entre o Executivo Angolano
e o Fundo Monetário Internacional, e a reiteração da opinião de estabilidade económica de longo prazo para a economia Angolana, pelas três
agências de rating que visitaram o país.
O sistema bancário Angolano voltou a crescer no ano de 2012, registando uma expansão do seu activo total na ordem de 11,9%. O crescimento
do crédito à economia e a dinamização do mercado monetário interbancário contribuíram para o crescimento do sistema bancário. De destacar
o facto de a maior parte do montante total do Activo (52,48%) estar expresso em moeda nacional, demonstrativo de uma acrescida confiança no
Kwanza.
Dando continuidade ao processo interno de reestruturação, destacamos o ajustamento da estrutura orgânica e funcional da área de supervisão
das Instituições Financeiras, com uma nova arrumação da supervisão directa (on-site) e indirecta (off-site) e a criação de uma nova unidade
responsável pela análise de risco sistémico e de sensibilidade (stress test). No domínio da supervisão comportamental, foi criada uma unidade de
estrutura vocacionada para a defesa dos consumidores e para o rigor e transparência das relações entre os bancos e os seus clientes.
Continuamos a modernizar o nosso sistema de pagamentos no sentido da estabilidade e da eficiência operacional. Em Fevereiro de 2012 entrou
em produção o Subsistema de Transferências a Crédito e deu-se início à concepção do Subsistema de Compensação de Cheques com a definição
dos seus princípios e pressupostos de funcionamento.
Foi também aprovado o modelo de referência para o subsistema de pagamentos móveis, assente na utilização do telemóvel, procurando capitalizar
a base de utilizadores de telemóveis existente em Angola.
O ano de 2013 adivinha-se igualmente desafiante e interessante para o Banco Nacional de Angola. O objectivo principal está definido e passa
pela manutenção da taxa de inflação em um dígito. Procuraremos adoptar uma política monetária e financeira que responda ao objectivo principal
sem, no entanto, descurar a necessidade de crescimento do crédito à economia e a estabilidade do sistema bancário Angolano.
A implementação, na totalidade, do Regime Cambial para o Sector Petrolífero, será um dos principais marcos da actividade bancária em Angola.
Será também um passo fundamental na direcção da desdolarização, dado que a partir do dia 1 de Julho de 2013, os pagamentos feitos pelo sector
petrolífero no mercado interno apenas poderão ser feitos em moeda nacional.
A promoção do crescimento do acesso a serviços financeiros básicos pela população a micro e pequenos empreendedores permanecerá uma
prioridade para o Banco Central, que dará continuidade ao seu programa de inclusão financeira, quer através da educação financeira da população
e dos empreendedores, como da coordenação de acções e colaboração estreita com a banca comercial e com outras entidades públicas
e privadas.
O presente relatório procura resumir a actividade económica internacional e doméstica, as principais actividades e os resultados financeiros
do Banco Nacional de Angola, no ano de 2012.
GOVERNADOR
José de Lima Massano
VICE-GOVERNADORES
Ricardo Viegas D’Abreu • António André Lopes
ADMINISTRADORES
António Ramos da Cruz • Victor Costa e Silva • Cristina Van-Dúnem • Manuel António
1
Fonte: IMF WEO Update, Janeiro 2013.
Exportação
Economias Desenvolvidas 5,60 2,10 2,80 4,50
Economias Emergentes e em Desenvolvimento 6,60 3,60 5,50 6,90
Preço das Commodites (USD)
Petróleo 31,60 1,00 -5,10 -2,90
Não Petrolíferas 17,80 -9,80 -3,00 -3,00
Índice de Preços ao Consumidor
Economias Desenvolvidas 2,70 2,00 1,60 1,80
Economias Emergentes e em Desenvolvimento 7,20 6,10 6,10 5,50
Fonte: FMI, World Economic Outlook Update, Janeiro 2013; Indicadores de Macroconvergência da SADC (25 Fevereiro 2013).
1
São taxas de crescimento anualizadas.
2
Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietname.
b. Comércio Internacional
Apesar das exportações e importações mundiais continuarem a crescer, a evolução da actividade económica global conduziu a um menor
crescimento do comércio mundial em 2012 face ao registado em 2011.
15,00%
10,00%
6,60 6,90
5,60 5,50
4,50
5,00% 3,60 2,80 Economias Desenvolvidas
2,10
Economias Emergentes
0,00% e em Desenvolvimento
-5,00%
2011 2012 Previsões 2013 Previsões 2014
Em 2012, as exportações das economias desenvolvidas cresceram 2,10%, ou seja menos 3,50 p.p. em relação ao ano precedente, ao passo que
as exportações das economias emergentes e em desenvolvimento registaram um crescimento de 3,60%, menos 3,00 p.p. relativamente a 2011.
Nota-se, tanto nas economias desenvolvidas como nas economias emergentes e em desenvolvimento, uma acentuada desaceleração, porém,
o seu crescimento continuou a ser superior ao das economias desenvolvidas, e, de acordo com dados recentes, tenderá a retomar as elevadas
taxas nos próximos dois anos, contrariamente às economias desenvolvidas, onde se prevê um crescimento ainda modesto.
15,00%
-5,00%
2011 2012 Previsões 2013 Previsões 2014
No que concerne às importações, em 2012, tanto as economias desenvolvidas como as economias emergentes e em desenvolvimento registaram
uma redução nas suas taxas de crescimento em cerca de 2,30 p.p. e 3,40 p.p., respectivamente, relativamente ao ano anterior. A redução das
importações é também resultado da desaceleração do crescimento, quer das economias desenvolvidas como também da economia chinesa.
Uma menor actividade económica implica, regra geral, uma menor procura agregada e consequentemente uma menor pressão sobre os preços.
Apesar da recuperação económica mundial estar a ser progressiva, não se registaram significativos abrandamentos dos níveis dos preços em
2012. Contudo, nota-se que estas taxas foram inferiores às registadas em 2011. As políticas monetárias expansionistas levadas a cabo por alguns
países, com o intuito de impulsionar as respectivas economias e o aumento do preço do petróleo são alguns dos factores que terão contribuído
para a evolução das taxas de inflação. No entanto, há que realçar que estes efeitos foram parcialmente mitigados pela redução do consumo.
Merece igualmente destaque a deflação registada na economia japonesa.
Não obstante as economias emergentes e em desenvolvimento terem registado uma redução das taxas de inflação em 2012, estas continuam
a apresentar taxas elevadas comparativamente às das economias desenvolvidas. Importa referir que nos últimos meses de 2012 a tendência da
inflação brasileira e da sul-africana inverteu-se, ou seja, ocorreu uma aceleração da inflação, enquanto na Índia, a taxa de inflação se manteve
elevada. Em Dezembro de 2012, a inflação foi de 5,8% no Brasil, 10,6% na Índia, 2,5% na China e 6,6% na Rússia.
Nas economias da SADC destaca-se a aceleração da taxa de inflação em seis países (Lesoto, Malawi, Namíbia, Seychelles, África do Sul
e Swazilândia), com ênfase para a taxa de inflação do Malawi, que atingiu os dois dígitos.
Alguns dos determinantes que estiveram por detrás do comportamento da inflação nas economias emergentes e em desenvolvimento, foram as
políticas monetárias expansionistas adoptadas por alguns países, o aumento do preço do petróleo e a depreciação das moedas locais face ao
dólar norte-americano.
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Fonte: Bloomberg. JPY UK EUA ZONA EURO
Apesar da maioria dos países desenvolvidos terem aplicado em 2012 medidas de estímulo económico, à semelhança do que se verificou nos
últimos dois anos, com excepção do Banco Central Europeu (BCE), os Bancos Centrais dos países desenvolvidos mantiveram inalteradas as suas
taxas de referência. Ao longo do ano, o BCE aplicou uma política monetária acomodatícia, consubstanciada em novas medidas não convencionais,
que sinalizaram ao mercado a sua disponibilidade e capacidade para amortecer os riscos subjacentes a uma crise de liquidez no sistema bancário,
e na redução da taxa de juro de referência para um mínimo histórico de 0,75%.
Adicionalmente, entre as várias medidas que o BCE aplicou, destacam-se o anúncio do programa de Transacções Monetárias Definitivas (Outright
Monetary Transactions, OMTs) e o acordo de Outubro dos líderes da União Europeia, que gerou a criação de um cronograma para a implementação
de um mecanismo de supervisão única que dará ao BCE a responsabilidade adicional de supervisionar especificamente alguns bancos da Zona
Euro. Há que destacar que o programa de Transacções Monetárias Definitivas consiste na compra, por parte do BCE, de dívida soberana de curto
prazo emitida por alguns países da Zona Euro.
Para a implementação das suas políticas expansionistas, o Banco de Inglaterra e o Banco do Japão anunciaram mais de uma sessão de operações
de open market e o Banco de Reserva Federal Americano anunciou novas operações de quantitative easing.
Como seria expectável, as acções de política monetária levadas a cabo pelos Bancos Centrais conduziram a quedas nas taxas de juros dos
mercados interbancários. Importa referir que a LIBOR2 foi não só influenciada pela política monetária, mas também pela descoberta de anomalias
no cálculo da taxa fornecida pelos bancos comerciais ao Banco Central da Inglaterra, o que gerou a abertura de um processo de investigação, sendo
que o resultado do processo poderá eventualmente afectar a evolução desta taxa em 2013.
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2
London Interbank Offered Rate.
O Gráfico 4 demonstra o comportamento das taxas de juro. Ao longo do ano de 2012, a taxa Euribor foi fortemente influenciada pela injecção de
liquidez no mercado monetário europeu por parte do BCE.
Em termos das taxas de juro registadas nas economias emergentes, estas foram reduzidas nas economias chinesa, brasileira, indiana e sul-
africana. Neste contexto, em 2012, o Banco Central do Brasil reduziu a Selic para um mínimo histórico de 7,25%, de forma a contrariar a
acentuada desaceleração da economia real e algumas das medidas regulamentares tomadas em 2011, para desacelerar os fluxos de capital e
incentivar o crescimento do crédito ao consumo.
Por sua vez, após redução da taxa de redesconto, em Junho, o Banco Central da China reduziu a taxa de juro de referência para 6%, sendo que
este comportamento teve como objectivo suavizar o processo de desaceleração da economia. As taxas de juro de referência foram reduzidas para
8% na Índia (em Janeiro) e para 5% na África do Sul (em Julho).
Gráfico 5 - Taxa de Câmbio das Moedas das Principais Economias Desenvolvidas Face ao USD
2,2 120
2 100
1,8 80
EUR e GBP
1,6 60
JPY
1,4 40
1,2 20
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Fonte: Bloomberg. EUR/USD GBP/USD USD/JPY
Ao longo do ano de 2012, no mercado cambial assistiu-se a uma apreciação gradual do dólar norte-americano face ao iene e a uma depreciação
do dólar norte-americano face ao euro. Relativamente ao iene, esta apreciação deveu-se principalmente à deflação registada no Japão e ao facto
de alguns indicadores económicos japoneses, tais como a produção industrial e o consumo interno, continuarem a registar valores abaixo da sua
média. Apesar da crise que assola a Zona Euro, a moeda única registou uma ligeira apreciação face ao dólar americano. A crise nesta região
levou, entre outras coisas, a cortes de rating de alguns países europeus, contestação popular contra as medidas de austeridade impostas, e a
uma quebra parcial de confiança dos investidores em alguns activos denominados na moeda da Zona Euro. Relativamente à libra do Reino Unido,
o dólar norte-americano registou uma ligeira depreciação.
Gráfico 6 - Taxa De Câmbio das Moedas das Principais Economias Emergentes Face ao Usd
9,50 2,50
2,40
9,00
2,30
8,50 2,20
8,00 2,10
ZAR e CNY
BRL
2,00
7,50 1,90
7,00 1,80
1,70
6,50
1,60
6,00 1,50
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Quando comparado às moedas de alguns países emergentes, o dólar norte-americano apreciou-se face ao rand sul-africano e ao real brasileiro,
ao passo que em relação ao renmimbi chinês, este registou uma ligeira depreciação. Ressalta-se que em alguns destes países (ex.: Brasil), esta
desvalorização foi uma medida de política discricionária, por um lado efectuada com vista a aumentar a competitividade dos seus produtos no
mercado internacional e melhorar o resultado da sua balança comercial e, por outro lado, fruto de problemas nacionais (ex.: crise no sector
mineiro na África do Sul).
d. Mercado Accionista
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Fonte: Bloomberg. DOW Jones (USA) SPX (USA) DAX (Alemanha) CAC (França) FTSE 100 (Londres) NKY (Japão)
Nos mercados accionistas observou-se um aumento dos índices das principais bolsas mundiais em 2012, sobretudo no período de Março a Agosto.
Esta evolução reflecte as expectativas positivas dos investidores, tendo estes agentes sido animados pelos anúncios de novas medidas ou reforço
das medidas anteriores por parte das autoridades monetárias dos países, bem como pela divulgação das relativamente exíguas melhorias a nível
dos indicadores económicos, que foram ocorrendo ao longo do ano. Contudo, devido principalmente à instabilidade no mercado de dívida soberana
europeia e ao comportamento da taxa de desemprego norte-americana, estes indicadores não conseguiram “sustentar” o mercado por muito tempo.
e. Mercado das Commodities
A diminuição da procura de petróleo resultante da desaceleração da actividade económica mundial deveria ter contribuído para a redução do preço
do barril de petróleo. No entanto, em 2012, contrariamente às projecções iniciais do FMI, o preço das commodities petrolíferas registou um ligeiro
crescimento de cerca de 1%, muito abaixo do 31,60% verificado em 2011. Este aumento foi impulsionado tanto por receios de uma redução da
oferta, como pelas tímidas pressões na procura desta matéria-prima.
Tal como em períodos anteriores, a instabilidade no Médio Oriente, aliada a factores como o embargo ao Irão, a interrupção dos fornecimentos
do Sudão devido a questões políticas e as interrupções provocadas pelas temporadas de manutenção dos campos, contribuíram para a redução
da oferta.
Do lado da procura notou-se que, não obstante o arrefecimento económico global, houve um aumento das pressões sobre o preço, impulsionado
pelo crescimento da procura por parte dos países asiáticos (Japão, China e Índia), dos EUA e da Arábia Saudita - por força da ocorrência de um
Verão demasiado quente. A combinação dos factores, no lado da procura e no lado da oferta, levaram a que no cômputo da evolução anual de 2012
o preço se tivesse mantido em níveis acima dos USD 110 por barril, no que toca ao BRENT, e dos USD 90 por barril, no caso do WTI.
130,00
120,00
110,00
100,00
USD/barril
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
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Set’12
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Dez’12
A nível das commodities não petrolíferas, observou-se um aumento do preço do ouro e uma redução no índice de alimentos.
Em 2012 o ouro apresentou uma elevada volatilidade no preço devido às incertezas quanto ao futuro da economia mundial.
Quanto aos índices de alimentos de 2012 divulgados pela FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), em termos anuais
observou-se uma redução dos índices do óleo e gorduras, do açúcar, dos lacticínios, das carnes e dos cereais. As reduções dos preços estiveram
associadas ao aumento das quantidades para exportação destes produtos devido aos elevados stocks, à fraca procura por óleos em alguns meses
do ano, bem como às boas colheitas.
Apesar da redução, em termos anuais, dos preços dos cereais, as condições climáticas - a seca e a ocorrência de chuvas excessivas em algumas
regiões - prejudicaram as colheitas e contribuíram para que se gerassem algumas pressões inflacionistas no preço destas commodities. Porém,
dado o excedente de oferta diante da fraca procura, no último trimestre do ano de 2012 foi-se observando uma redução gradual dos índices de
preços.
170,00
150,00
130,00
110,00
90,00
70,00
Jan’10
Fev’10
Mar’10
Abr’10
Mai’10
Jun’10
Jul’10
Ago’10
Set’10
Out’10
Nov’10
Dez’10
Jan’11
Fev’11
Mar’11
Abr’11
Mai’11
Jun’11
Jul’11
Ago’11
Set’11
Out’11
Nov’11
Dez’11
Jan’12
Fev’12
Mar’12
Abr’12
Mai’12
Jun’12
Jul’12
Ago’12
Set’12
Out’12
Nov’12
Dez’12
Fonte: Bloomberg. Índice de Alimentos
Indicadores Macroeconómicos
2008 2009 2010 2011 2012 Dif 12/11
Inflação 13,2 13,99 15,31 11,38 9,02 -2,36
Crescimento do PIB (%) 13,82 2,39 3,45 3,86 7,45 3,59
Sector Petrolífero 12,29 -5,09 -2,87 -5,57 4,30 9,87
Sector não Petrolífero 15,04 8,31 7,80 9,74 9,10 -0,64
Fonte: Ministério das Finanças, Ministério do Planeamento e BNA.
No que respeita à taxa de crescimento do sector não petrolífero, apesar da ligeira desaceleração de 0,64 p.p. face ao ano de 2011, esta tem
apresentado uma performance favorável nos últimos quatro anos. O crescimento do sector não petrolífero em 2012 foi estimulado principalmente
pelos sectores Mineral Não Petrolífero, Energia e Agricultura.
23,20
18,60
25,00%
13,80
20,00%
15,00%
7,45
25,90
25,40
3,86
20,40
10,00%
2,40
3,50
15,00
13,10
12,30
5,00%
9,74
9,14
7,80
8,30
4,31
-2,90
0,00%
-5,10
-5,57
-5,00%
-10,00%
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: Ministério do Planeamento. PIB Sector Petrolífero PIB Sector Não Petrolífero PIB
Destaca-se também o desempenho dos sectores de Diamantes e Outros que passou de um crescimento negativo de -0,69% em 2011 para 8,98%
em 2012, e do sector Energético que registou um crescimento de 23,92% em 2012, face aos 3,46% registados em 2011.
No que respeita à estrutura percentual do PIB, os sectores dos Serviços Mercantis e Agricultura, que nos últimos anos têm aumentado a sua
quota na composição do PIB não petrolífero, terão sido os motores do crescimento da economia nacional com taxas de 21,68% e 10,50%,
respectivamente.
Indústria Total 1,20 0,00 -1,83 7,03 1,03 0,81 -0,20 0,00
Indústrias Extractivas 1,49 0,00 -0,85 6,89 1,65 0,21 -2,25 0,70
Petróleo, Gás e Serviços 1,14 0,00 -0,45 6,08 2,36 0,00 -2,20 0,27
Diamantes 7,53 0,00 -8,69 24,38 -9,75 0,00 0,49 1,82
Resto Indústrias Extractivas 3,63 0,00 -5,75 2,20 0,92 37,61 -33,71 71,02
Indústrias Transformadoras -1,17 0,00 -8,32 8,69 -4,99 5,87 7,16 -3,67
Indústrias Alimentares, Bebidas e Tabaco 9,97 0,00 1,07 -3,21 6,29 -0,35 5,55 6,52
Indústrias Alimentares 3,83 0,00 0,84 104,85 -49,01 1,11 9,50 1,91
Indústrias das Bebidas e do Tabaco 23,80 0,00 -1,30 -3,49 5,55 -6,01 -3,87 18,82
Fabricação de Têxteis, Vestuário e Calçado -10,40 0,00 -23,77 53,65 -31,51 17,14 -5,31 -1,72
Indústrias de Madeira 10,29 0,00 -3,62 1,68 6,77 0,44 30,45 -23,40
Fáb. Pastas de Papel, Edição e Impressão 3,17 0,00 -3,48 3,25 0,82 -0,07 11,96 -5,34
Fáb. de Prod. Petrolíferos, Químicos e Outros -9,85 0,00 -24,88 42,53 -26,56 6,47 13,89 13,63
Indústrias Metalúrgicas -2,62 0,00 12,98 -13,36 11,27 79,90 -30,20 -18,06
Fáb. de Máquinas, Equipam. e Aparelhos 25,71 0,00 -20,32 26,20 -6,34 0,00 1,82 0,25
Fabricação de Mobiliário 12,34 0,00 2,58 -0,07 64,02 -21,81 29,50 9,36
Produção e Distrib. de Elect., Gás e Água 2,89 0,00 -1,45 -4,60 25,07 0,90 -13,49 92,27
Electricidade, Gás, Vapor 3,77 0,00 -7,59 -2,86 21,08 0,00 -4,05 -3,48
Tratamento de Água 2,03 0,00 15,00 -8,50 41,55 2,09 -22,26 232,62
Fonte: INE.
15
11
10 11
10 10 10 10 10 10 10
5
2 5
0
I Trim II Trim III Trim IV Trim I Trim II Trim III Trim IV Trim I Trim II Trim III Trim IV Trim
2010 2011 2012
Como pode ser observado no gráfico 11, desde o III trimestre de 2010 que o ICE tem estado abaixo da média do período de 2010 a 2012, sendo que
foi no IV trimestre de 2010 que se registou o valor mais baixo desde o início da recolha estatística deste indicador, em 2008. Muito lentamente
tem-se verificado uma evolução positiva em direcção à sua média. De acordo com os dados obtidos no IV trimestre de 2012, verificou-se um
aumento do ICE, tanto em termos trimestrais como em termos homólogos, tendo-se atingindo a média do período em análise, o que demonstra
uma melhoria, ainda que discreta, do clima económico Angolano. Esta evolução trimestral positiva pode dever-se aos comportamentos trimestrais
positivos das indústrias transformadora e extractiva, do comércio e dos transportes, o que terá permitido o aumento do ICE de 10 no III trimestre,
para 113 no IV trimestre. Todavia os comportamentos trimestrais negativos da indústria de construção e do turismo podem ter impossibilitado
uma melhor performance deste indicador.
iv. Preços
O quadro a seguir apresenta a estrutura de ponderação do IPC - cidade de Luanda:
Classe de Despesas Ponderação até 2010 Classe de Despesas Ponderação a partir 2011
Total Despesas 100,00 Total Despesas 100,00
01 - Alimentação e Beb. Não Alcoólicas 46,09 01 - Alimentação e Beb. Não Alcoólicas 43,95
02 - Bebidas Alcoólicas e Tabaco 4,03 02 - Bebidas Alcoólicas e Tabaco 2,66
03 - Vestuário e Calçados 5,99 03 - Vestuário e Calçados 6,50
04 - Habitação, Água, Electr., Gás e Combustíveis 12,27 04 - Habitação, Água, Electr., Gás e Combustíveis 12,50
05 - Mobiliário, Equip. Doméstico e Manutenção 6,51 05 - Mobiliário, Equip. Doméstico e Manutenção 5,98
06 - Saúde 3,35 06 - Saúde 3,40
07 - Transporte 6,53 07 - Transporte 7,93
08 - Comunicações 1,12 08 - Comunicações 3,33
09 - Lazer, Cafés e Restaurantes 2,54 09 - Lazer, Cafés e Restaurantes 2,24
10 - Educação 2,07 10 - Educação 2,45
11 - Hotéis, Cafés e Restaurantes 4,39 11 - Hotéis, Cafés e Restaurantes 3,03
12 - Bens e Serviços Diversos 5,51 12 - Bens e Serviços Diversos 6,03
Fonte: INE.
A taxa de inflação Angolana é medida pela variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da cidade de Luanda e, em 2012, foi de 9,02% (final
do ano), abaixo da taxa de inflação observada em 2011 (11,38%). Este comportamento da inflação permitiu atingir pela primeira vez na história
da economia Angolana uma inflação de um dígito.
O gráfico anterior apresenta o comportamento da inflação nos últimos dois anos, sendo evidente a sua trajectória descendente ao longo do ano
de 2012.
3
Note-se que a média do ICE de 2008 a 2012 é 15%.
A classe da Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas, devido ao seu maior peso no IPC, continua a ser a que mais contribuiu (53,74%) para
a variação dos preços em Angola. A classe Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis bem como a classe Bens e Serviços Diversos
também contribuíram consideravelmente para inflação de 2012.
A contribuição da classe Habitação, Água, Electricidade, Gás e Combustíveis aumentou significativamente de 2011 para 2012. Este comportamento
deveu-se ao facto de se ter verificado, ao longo do ano, uma escassez pluviométrica, o que originou a falta de água canalizada - aumentando
assim o aumento do preço da “água em tambor”- e a redução no fornecimento de electricidade por diminuição do caudal da albufeira de
Cambanbe e Kapanda reduzindo-se assim o volume de produção de energia e consequentemente a sua distribuição.
3. Sector Fiscal
a. Análise do Balanço Fiscal Preliminar
Em Mil Milhões de Kz Em Percentagem do PIB Variação Percentual Peso de cada Sector (%)
2010 2011 2012 2012 2010 2011 2012 2012 2010 2011 2012 2012 2010 2011 2012 2012
Exec. Exec. OGE Prel. Exec. Exec. OGE Prel. Exec. Exec. OGE Prel. Exec. Exec. OGE Prel.
Receitas 3.295,5 4.775,6 3.760,7 4.766,6 43,5 50,4 38,2 43,3 59,2 44,9 26,7 -0,2
Impostos 3.094,5 4.527,7 3.564,3 4.522,2 40,8 47,8 36,2 41,1 55,6 46,3 26,9 -0,1 93,9 94,8 94,8 94,9
Petrolíferos 2.500,4 3.817,1 2.559,9 3.563,3 33,0 40,3 26,0 34,6 72,5 52,7 39,2 -6,6 75,9 79,9 68,1 74,8
Não Petrolíferos 594,1 710,6 1.004,4 958,9 7,8 7,5 10,2 6,4 10,2 19,6 -4,5 34,9 18,0 14,9 26,7 20,1
Contribuições Sociais 75,6 89,9 71,7 71,7 1,0 0,9 0,7 0,8 369,6 18,9 0,0 -20,2 2,3 1,9 1,9 1,5
Doações 1,9 1,8 0,2 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 -13,6 -5,3 -50,0 -94,4 0,1 0,0 0,0 0,0
Outras Receitas 123,5 156,2 124,5 172,7 1,6 1,7 1,3 1,4 95,4 26,5 38,7 10,6 3,7 3,3 3,3 3,6
Despesa Total 2.779,5 3.774,7 3.500,7 3.927,0 38,2 39,9 35,6 35,6 17,6 35,8 12,2 4,0
Despesas Correntes 2.046,2 2.928,4 2.578,4 2.890,8 28,5 30,9 26,2 26,2 26,3 43,1 12,1 -1,3 73,6 77,6 73,7 73,6
Despesas de Capital 733,3 846,3 922,2 1.036,2 9,7 8,9 9,4 9,4 -1,3 15,4 12,4 22,4 26,4 22,4 26,3 26,4
Financiamento Líquido -442,5 -1.152,6 -260,0 -954,8 -5,3 -12,2 -2,6 -8,7 -242,3 160,5 267,2 -17,2
Financiamento Interno (Líquido) -458,5 -1.203,5 -323,8 -1.016,0 -5,5 -12,7 -3,3 -9,2 -367,0 162,5 213,8 -15,6 103,6 104,4 124,5 106,4
Financiamento Externo (Líquido) 15,9 50,8 63,8 61,1 0,2 0,0 0,6 0,6 -88,4 219,5 -4,2 20,3 -3,6 -13,4 -24,5 -6,4
Fonte: Ministério das Finanças.
O ano de 2012 foi caracterizado pelo início da reforma tributária que, alicerçada no Programa Executivo de Reforma Tributária (PERT), tem como
objectivo a melhoria do desempenho fiscal, consubstanciada no alargamento da base tributária.
Todavia, de acordo com a Lei do Orçamento de Estado de 2012, a política orçamental em 2012 focalizou-se também na implementação da estratégia
de endividamento público, com prioridade para o pagamento de parte significativa da dívida atrasada, isto é, assumida em anos anteriores.
i. Receita
De salientar que em relação ao OGE de 2012, as receitas totais preliminares executadas registaram um aumento de 26,75%, cerca de Kz 1.005,90
mil milhões. Este aumento pode ser explicado pelo incremento do preço médio do petróleo por barril, que se situou acima do preço médio de USD
77,00 por barril, previsto no OGE.
Em relação a 2011, as receitas totais registaram uma ligeira redução de 0,19%, devido à diminuição das receitas petrolíferas, em 6,65%.
No entanto observou-se um aumento das receitas não petrolíferas na ordem de 34,94%, o que reflecte um sinal positivo em relação à diversificação
das fontes de receitas do Governo.
5,1%
20,1%
Petrolíferos
Não Petrolíferos
Outros
74,8%
Obs.: A rubrica de receitas Outros inclui: transferências
diversas do exterior, multas e outras penalidades, juros
Fonte: Ministério das Finanças. diversos e as indemnizações e restituições, etc.
No que diz respeito à estrutura das receitas, as receitas petrolíferas continuaram a ter o maior peso do total das receitas (74,76%).
ii. Despesa
Estima-se que a execução das despesas totais em 2012 foi de Kz 3.927,00 mil milhões, cerca de 35,6% do PIB, situando-se acima do Orçamentado
(Kz 3.500,70 mil milhões), o que representa um aumento de 12,8%. Este aumento justifica-se pelo crescimento das despesas correntes,
mais concretamente, de bens e serviços e transferências correntes. Estas despesas abrangem bolsas de estudo, segurança social e antigos
combatentes. Adicionalmente, observou-se também um incremento nas despesas de capital, designadamente na aquisição de bens de capital
fixo e construção de imóveis.
As despesas correntes representaram cerca de 73,61% do total e as despesas de capital cerca de 26,39%.
30
25
20
15
10
0
2010 Exec. 2011 Exec. 2012 OGE 2012 Prel.
26,4%
Despesas Correntes
Despesas de Capital
73,6%
Entre 2010 e 2012 as despesas correntes são as que têm um maior peso na estrutura das despesas totais.
iii. Saldos
Estima-se que o desempenho da execução orçamental em 2012 tenha resultado num superavit do saldo corrente e do saldo na óptica
de compromisso, na ordem de Kz 1.884,8 mil milhões e Kz 848,6 mil milhões, respectivamente. Dado que o saldo global de caixa - que engloba o
pagamento de atrasados - é constituído pelo saldo global de compromisso e pela variação de atrasados, este indicador situou-se em Kz 954,8 mil
milhões. Por sua vez, o saldo primário não petrolífero apresentou um défice de Kz 2.360,4 mil milhões.
0
-500
-1.000
-1.500
-2.000
-2.500
-3.000
2010 Exec. 2011 Exec. 2012 Prel.
Fonte: Ministério das Finanças. Saldo Corrente Saldo Global (caixa) Saldo Primário Não Petrolífero Saldo Não Petrolífero
iv. Financiamento
Relativamente ao financiamento importa referir que o superavit da execução fiscal permitiu uma diminuição considerável do financiamento
líquido, tendo este passado de Kz 1.152,6 mil milhões em 2011, para Kz 954,8 mil milhões em 2012. Este financiamento foi essencialmente
efectuado através de desembolsos internos, por via da emissão de Bilhetes do Tesouro e de Obrigações do Tesouro. Enquanto a emissão de
Bilhetes do Tesouro teve como finalidade antecipar receitas para financiamento de despesas operacionais, as Obrigações do Tesouro serviram
para financiar investimentos públicos, isto é, infra-estruturas.
Por sua vez, os desembolsos externos resultaram da mobilização de linhas de crédito com parceiros bilaterais de forma a assegurar o financiamento
do programa de investimentos públicos.
4. Contas Externas
a. Balança de Pagamentos
A informação da Balança de Pagamentos Angolana reflecte o conjunto de transacções reais e financeiras realizadas por Angola com o resto do
mundo durante o ano de 2012. De realçar que os dados aqui apresentados estão sujeitos a alteração, pois à data de apresentação deste relatório
não estavam ainda disponíveis todos os dados das diferentes rubricas da Balança de Pagamentos.
O comportamento do preço do barril de petróleo, ao longo de 2012, reflectiu-se positivamente na posição externa da nossa economia. A análise
do sector externo da economia permite concluir que o superavit da conta corrente permitiu cobrir o défice da conta financeira e acumular reservas
internacionais que garantissem cerca de 8,27 meses de importação de bens e serviços.
A Balança Global revelou-se excedentária em USD 4.612,1 milhões, sendo que esta evolução foi impulsionada principalmente pelo saldo positivo
da conta corrente.
i. Conta Corrente
Em 2012, a Conta Corrente (CC) manteve-se superavitária na ordem dos USD 10.456,4 milhões, apesar de apresentar uma redução de 20,09%
em relação a 2011 - cujo superavit foi de USD 13.084,7 milhões. Em 2012, o saldo da conta corrente representava 9,6% do PIB, contra 12,6%
observado no ano de 2011.
Para este resultado contribuiu o significativo crescimento (5,37%) da conta de bens, atingindo um saldo positivo de USD 49.608,23 milhões em
2012, contra USD 47.081,81 milhões em 2011. Esta evolução está relacionada fundamentalmente com a obtenção de receitas de exportação na
ordem de USD 71.948,5 milhões em 2012, contra USD 67.310,3 milhões em 2011, não obstante a expansão das importações de mercadorias em
10,4% em 2012.
No capítulo das importações destaca-se a importação de combustíveis minerais/óleos minerais/produtos da sua destilação/cereais minerais, com
um custo anual de USD 5.049,57 milhões em 2012, ao passo que em 2011 o seu custo foi de USD 3.370,6 milhões. Estes produtos ocupam assim
a primeira posição nos principais produtos importados, seguidos das importações de combustíveis e das importações de reactores nucleares/
caldeiras/máquinas/aparelhos e instrumentos mecânicos/partes e pelas importações de veículos automóveis/tractores/ciclos/outros terrestres/
partes/acessórios.
Os produtos com maior peso nas importações (equipamentos, máquinas pesadas e combustíveis) foram maioritariamente utilizados nos sectores
petrolífero, de energia e águas e agro-industrial. Também deve ser destacado o peso das importações de bens alimentares que, devido à fraca
produção interna, toma um valor elevado no total registado. À semelhança de anos anteriores, Portugal foi o principal país de origem dos bens
de consumo importados em 2012, sendo que estes atingiram um valor de USD 3.367,11 milhões contra os USD 3.105,46 milhões registados em
2011. Em relação à origem dos bens importados destacam-se ainda a China, Singapura e Bélgica.
5.000
4.500
4.000
3.500
3.000
Milhões USD
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
l a . il . l a ia o a a a a a o o a a a ia a a ia in s
ga ina ura gic U.A ras .A.U o Su land míb nid Índi anh orei ranç alási Japã ong ntin anh rqui Itál nési ndia rueg uéc Ben utro
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Po S i n r i c A A l e I n d T
Áf Re lic
a
b
pú
Re
Para as demais contas que compõem a Conta Corrente verifica-se um agravamento na ordem dos 24,83%, 11,50% e 7,94%, para os Rendimentos,
Serviços e Transferências Correntes, respectivamente.
50.000,0
40.000,0
30.000,0
20.000,0
10.000,0
0,0
-10.000,0
-20.000,0
-30.000,0
2008 2009 2010 2011 2012
Conta Corrente Bens Serviços (Liq.) Rendimentos (Liq.) Transferências Correntes (Liq.)
2.000,0
1.000,0
0,0
-1.000,0
-2.000,0
-3.000,0
-4.000,0
-5.000,0
-6.000,0
-7.000,0
2008 2009 2010 2011 2012
b. Reservas Internacionais
O panorama macroeconómico da conta corrente da Balança de Pagamento de Angola em 2012, contribuiu favoravelmente para o crescimento
de 16,37%, (USD 4.648,28 milhões) das Reservas Brutas, dado que estas foram de USD 33.041,39 milhões em 2012, contra USD 28.393,1 milhões
em 2011, assegurando assim uma cobertura de 8,27 meses de importações de bens e serviços, contra 7,8 meses do ano anterior.
c. Taxa de Câmbio
i. Taxa de Câmbio Nominal
O ano de 2012 foi caracterizado pela consolidação e manutenção da estabilidade no mercado cambial, sendo esta sustentada pela acumulação de
reservas internacionais brutas. As reservas cresceram em torno de 17%, tendo contribuído para a preservação do valor da moeda nacional. A taxa
de câmbio do Kwanza (Kz) em relação ao dólar (USD), em média, tem vindo a depreciar-se em magnitudes cada vez mais baixas, comparativamente
a anos anteriores.
Nota-se que, através dos bancos comerciais, foram disponibilizadas à economia divisas no valor de USD 18.201,0 milhões em 2012, contra USD
14.888,4 milhões em 2011, o que representa um aumento de 22,25% entre os dois períodos. Este crescimento permitiu esterilizar liquidez em
moeda nacional cifrada em Kz 1.780.287,1 milhões.
Ao longo do ano de 2012, o comportamento da taxa de câmbio no mercado primário e secundário apresentou uma tendência estável e quase
linear, fruto da implementação das políticas de sustentabilidade do mercado cambial. Os preços de transacção da principal moeda estrangeira,
USD, no mercado informal foram razoavelmente estáveis até meados de Junho, tendo a taxa de câmbio Kz/USD depreciado entre Julho
a Dezembro de 2012. As referidas ocorrências deveram-se, fundamentalmente, ao momento político (realização de eleições gerais) e às pressões
sazonais que pressionaram o diferencial da taxa de câmbio entre o mercado secundário e informal de moeda estrangeira. Em relação à taxa
praticada pelas casas de câmbio, verificou-se apreciação cambial nos primeiros dois meses e depreciação nos restantes meses.
ii. Taxa de Câmbio Real Efectiva
Em 2012, a Taxa de Câmbio Real Efectiva (TCRE) que serve de referência para medir a mudança relativa nos preços domésticos e dos principais
parceiros externos, permitindo avaliar a competitividade do país, depreciou-se em 3,11%, contra uma depreciação de 5,81% em 2011.
66,00
62,00
58,00
54,00
50,00
Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12
Na evolução da Taxa Real Efectiva durante o ano em análise destacam-se dois períodos. Entre Março e Junho verificou-se uma apreciação
da taxa e registou-se um pico no mês de Maio (2,53%), justificado pela apreciação da Taxa de Câmbio Nominal Efectiva e pelo aumento dos
preços internos. O segundo período foi entre os meses de Julho e Dezembro, sendo que neste intervalo a taxa apresentou um comportamento
depreciativo, com maior destaque no mês de Setembro (2,22%), não obstante a apreciação verificada em Novembro, na ordem dos 2,90%.
3,8%
6.000.000 4,00%
3,0% 3,00%
5.000.000
2,0% 2,8%
1,7% 2,00%
4.000.000 1,1%
0,8% 0,9%
0,7%
1,00%
Milhões Kz
3.000.000
0,00%
0,0%
2.000.000 -0,3%
-1,00%
-2,3%
1.000.000
-2,00%
-2,8%
0 -3,00%
Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12
-1.000.000 -4,00%
No final do exercício de 2012 a carteira de crédito do sistema bancário aumentou Kz 488.362,08 milhões, ao passar de Kz 2.101.915,41 milhões
em Dezembro de 2011, para Kz 2.590.277,49 milhões em 2012. Deste total, Kz 1.483.777,25 milhões (57,28%) estavam expressos em moeda
nacional e Kz 1.106.500,25 milhões (42,72%) expressos em moeda estrangeira.
O crédito vencido agravou-se, ao passar de Kz 117.431,20 milhões para Kz 286.564,03 milhões, representando um aumento de Kz 169.132,83
milhões (144,03%). Por conseguinte, o rácio do crédito vencido sobre o total do crédito deteriorou-se, ao passar de 5,59%, em Dezembro de 2011,
para aproximadamente 11,06% em Dezembro de 2012, representando um acréscimo de 5,47 p.p. do Crédito Total.
Rácio
1.500.000,00 8,00%
1.000.000,00 6,00%
4,00%
500.000,00 2,00%
0,00 0,00%
Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12
Em consequência da evolução do crédito vencido, foram constituídas provisões na ordem dos Kz 95.580,29 milhões, contra Kz 34.650,41 milhões
no período homólogo, um aumento de cerca de Kz 60.929,88 milhões (175,84%), o que se reflectiu, igualmente, na expansão do rácio de cobertura
do crédito vencido por provisões, dado que este passou de 29,51% em Dezembro de 2011 para 33,35% em Dezembro de 2012.
b. Passivo
Em 2012, o Passivo total cifrou-se em Kz 5.417.221,36 milhões, representando uma expansão de Kz 587.699,25 milhões (12,17%), face aos
Kz 4.829.522,11 milhões referentes a 31 de Dezembro de 2011. Esta variação resulta, fundamentalmente, do aumento dos depósitos em
cerca de Kz 424.847,55 milhões, ou seja, 12,03%. Os depósitos constituíram a maior fonte de captação de recursos das instituições bancárias
e representaram cerca de 73,03% do passivo total
Do total do Passivo cerca de Kz 2.673.629,36 milhões (49,35%) correspondiam aos passivos em moeda nacional e Kz 2.743.592,01 milhões
(50,65%) aos passivos em moeda estrangeira.
3,00%
2,3%
5.000.000
2,00%
1,3%
4.000.000 1,7%
1,0%
1,00%
0,9% 0,9%
Milhões Kz
3.000.000 0,00%
-0,5%
0,0%
-1,00%
2.000.000
-2,00%
-2,6%
1.000.000
-3,3% -3,00%
0 -4,00%
Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12
c. Rendibilidade
Em 2012, o resultado líquido do exercício do sistema bancário cifrou-se em Kz 92.359,15 milhões, tendo reduzido Kz 45.921,90 milhões (66,79%)
em relação aos Kz 138.281,05 milhões registados no período homólogo.
A contracção do resultado líquido contribuiu para a desaceleração da rendibilidade dos capitais (ROE) e da rendibilidade do activo (ROA), passando
de 21,59% e 2,63% em Dezembro de 2011, para 12,50% e 1,55%, em Dezembro de 2012, respectivamente.
O abrandamento da rendibilidade consubstanciou-se na redução da margem financeira de Kz 223.394,30 milhões para Kz 207.126,74 milhões,
isto é, em Kz 16.267,56 milhões (7,28%), influenciada pela redução dos proveitos gerados de aplicações em títulos e valores mobiliários, e pelo
aumento das provisões constituídas resultante do agravamento do crédito vencido.
d. Liquidez
No período em análise os activos líquidos do sistema totalizaram Kz 995.571,29 milhões e representaram 26,33% sobre o activo total, tendo
diminuído 0,19 p.p. em relação aos 26,52% registados no período homólogo.
O rácio de liquidez imediata em moeda do sistema reduziu de 51,45% para 46,20%. De igual modo, o rácio de liquidez imediata em moeda
estrangeira reduziu de 21,86% para 21,49%. Por sua vez, o rácio de liquidez geral nas duas moedas aumentou 0,84 p.p., ao passar de 108,91%
para 109,75%. O rácio de activos remunerados sobre o passivo remunerado aumentou de 91,98% para 94,71%.
e. Solvabilidade
No mês de Dezembro de 2012, os indicadores de capital do sistema bancário registaram níveis adequados para absorver potenciais riscos
inerentes à sua actividade.
No conjunto, os Bancos possuíam Fundos Próprios Regulamentares avaliados em Kz 744.738,91 milhões, Activos Ponderados pelo Risco de
Kz 3.817.764,79 milhões e exigência de capital para o risco cambial de Kz 26.314,12 milhões, perfazendo um rácio de solvabilidade de 18,25%. Em
relação ao período homólogo, o rácio de Solvabilidade Regulamentar registou um ligeiro recuo em cerca de 0,25 p.p.. Contudo, este encontra-se
acima do limite mínimo de 10% estabelecido no Aviso nº 05/07, de 12 de Setembro do Banco Central.
4.000.000,00 20,50%
3.500.000,00
20,00%
19,7%
3.000.000,00
19,50%
19,2% 19,1%
2.500.000,00
Milhões Kz
18,9% 19,0%
Rácio
19,00%
2.000.000,00 18,7%
18,5% 18,6% 18,6%
18,4%
18,3% 18,50%
1.500.000,00
18,1%
18,00%
1.000.000,00 17,6%
500.000,00 17,50%
0,00 17,00%
Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12
6. Sistema de Pagamentos
a. Estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola
A estrutura do Sistema de Pagamentos de Angola (SPA) foi reforçada em 2012 com a entrada em funcionamento do Subsistema de Transferências
a Crédito (STC). Este Subsistema destina-se ao processamento e compensação de transferências electrónicas a crédito de retalho, ou seja,
de valor inferior a Kz 5 milhões e que, como tal, não têm que ser obrigatoriamente liquidadas de forma individual no Sistema de Pagamentos por
Bruto em Tempo Real (SPTR).
Subsistemas Subsistemas
de Pagamentos de Liquidação de Títulos
Subsistemas de Compensação Liquidação por Bruto Mercado de Títulos
· Compra/v. ME Acções
Instrumento/ Pagamentos Débitos Transferência
Cheques Cartões · Banco a Banco BT/OT e Dívida
Operação Móveis Directos Crédito
· Valor Elevado /TBC Privada
· ...
O SPA é actualmente composto por 4 subsistemas de compensação de pagamentos, nomeadamente, o Serviço de Compensação de Valores (SCV),
o Subsistema Multicaixa (MCX), o Subsistema de Transferências a Crédito (STC) e o subsistema de liquidação por bruto em tempo real, o SPTR,
onde são liquidados os saldos das compensações, bem como as operações efectuadas no Sistema de Gestão de Mercado de Activos (SIGMA).
No que respeita aos instrumentos de pagamento, a nível interbancário são utilizados cartões de pagamento (pré-pagos, de débito ou de crédito),
transferências a crédito e cheques. Por sua vez, as transferências podem ser concretizadas mediante instrumentos físicos, como Documentos de
Crédito ou Ordens de Saque (via SCV), ou electronicamente (no STC ou no SPTR).
b. Sistema de Liquidação por Bruto em Tempo Real – SPTR
A disponibilidade do SPTR, enquanto veículo de circulação da moeda nacional entre as instituições financeiras, é imprescindível para o pleno
funcionamento do sistema de pagamentos, assim como para a estabilidade do sector financeiro.
Os níveis de disponibilidade do SPTR foram: em Março (99,9%), Abril (99,9%), Maio (100,0%), Julho (100,0%), Agosto (99,9%), Setembro
(100,0%) e Dezembro (99,9%).
Em termos operacionais, foram efectuadas 239 sessões do SPTR que, em média, foram iniciadas às 07h59 e terminaram às 17h55.
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Total 17.855 20.867 20.655 16.855 17.450 18.184 19.087 16.990 12.313 17.419 16.085 19.064
SCV/MCX/STC 274 341 361 344 427 440 468 454 447 516 509 519
Clientes 14.587 17.523 17.149 13.631 13.637 14.475 15.187 13.174 8.851 13.175 11.958 15.016
SIGMA/ITB 264 359 240 219 458 422 285 477 518 653 836 562
SIGMA/BNA 635 695 841 815 875 813 832 728 580 709 644 714
SNM 1.426 1.246 1.192 1.068 1.279 1.310 1.366 1.224 1.185 1.553 1.341 1.358
C/V Divisas 212 236 245 207 305 285 304 371 287 310 338 372
Outras 457 467 627 571 469 439 645 562 445 503 459 523
Fonte: DSP/BNA.
Em 2012, o número de operações liquidadas no SPTR reduziram-se em 6,70% face a 2011 - menos 15.281 mil operações - em resultado da
migração para o STC de transacções de clientes antes liquidadas com recurso a mensagens MT102 e MT103. Não obstante o decréscimo nestas
operações, as transacções com o SIGMA apresentaram um crescimento de 36,16%, passando de 10,41 mil em 2011 para 14,17 mil no ano em
análise.
O total das transacções liquidadas no ano de 2012 foi de Kz 64.112.335 milhões, o que representou um crescimento de 32,17% face ao total
de 2011, em virtude da evolução verificada ao nível das operações do SIGMA - cujo montante foi de Kz 52.715.410 milhões (mais 50% do que
em 2011). Em 2012 não se verificaram operações de crédito intradiário, sendo que estas totalizaram Kz 2.396.140 milhões em 2011.
No que respeita à liquidação dos saldos das compensações, destaca-se o facto de 2012 ser o primeiro ano de funcionamento do STC.
Número Montante
2010 2011 2012 2010 2011 2012
Total 175.016 228.105 212.824 60.131 48.506 64.112
SCV/MCX/STC 2.884 3.191 5.100 669 912 964
Clientes 137.293 191.881 168.363 2.881 4.204 4.531
SIGMA/ITB 6.066 4.629 5.293 13.481 14.816 24.334
SIGMA/BNA 11.390 5.781 8.881 28.828 20.258 28.382
Intradiário 254 98 0 10.671 2.396 0
SNM 10.015 13.795 15.548 1.354 1.798 2.014
C/V Divisas 3.223 3.375 3.472 1.080 1.464 1.779
Outras 3.891 5.355 6.167 1.166 2.658 2.108
Fonte: DSP/BNA.
Outras 70.000
200.000
C/V Divisas 60.000
Montante (Mil Milhões)
SNM
150.000 50.000
Intradiário
40.000
Número
100.000 SIGMA/BNA
30.000
SIGMA/ITB
20.000
50.000 Clientes
SCV/MCX/STC
10.000
0 0
2010 2011 2012 Fonte: DSP/BNA. 2010 2011 2012
Em termos de evolução mensal, o SPTR apresenta dois perfis distintos no que se refere ao número de operações liquidadas e ao respectivo valor.
Nota-se que se verifica uma redução no número de operações, com maior impacto no II semestre. Esta evolução é resultante do decréscimo das
operações de clientes, especialmente através de mensagens MT103 (no decorrer do ano foram liquidadas cerca de 165 mil mensagens MT103
e 4 mil mensagens MT102).
20.000
15.000
10.000
5.000
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Fonte: DSP/BNA. Outras C/V Divisas SIGMA/BNA Clientes SNM SIGMA/ITB SCV/MCX/STC
Quadro 13 - Valor das Operações Liquidadas no SPTR em 2012 (Mil Milhões de Kz)
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Total 5.080 4.054 5.591 6.221 6.417 5.516 5.435 4.664 3.842 5.459 5.618 6.217
SCV/MCX/STC 102 64 70 75 79 75 88 79 57 86 81 106
Clientes 239 346 524 312 391 414 391 421 275 377 376 466
SIGMA/ITB 987 1.337 984 906 2.779 2.058 1.150 2.047 2.442 3.066 3.315 3.262
SIGMA/BNA 3.149 1.669 3.569 4.408 2.639 2.583 3.350 1.647 759 1.305 1.476 1.827
SNM 137 147 158 157 182 159 178 187 137 194 180 198
C/V Divisas 145 138 122 117 142 145 158 178 131 167 161 176
Outras 320 353 163 245 204 81 121 105 41 263 29 182
Fonte: DSP/BNA.
No que se refere ao valor das liquidações mensais, o perfil é função dos totais mensais de operações do SIGMA, sendo que as operações entre
bancos comerciais apresentam totais mais elevados no segundo semestre.
7.000
6.000
5.000
4.000
Biliões Kz
3.000
2.000
1.000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Fonte: DSP/BNA. Outras C/V Divisas SIGMA/BNA Clientes SNM SIGMA/ITB SCV/MCX/STC
c. Subsistemas de Compensação
Em 2012, os subsistemas de compensação do SPA tiveram um crescimento de 39,95% no número de operações e 33,84% no seu valor total,
registando-se uma predominância do subsistema Multicaixa em termos de número de operações (99,11% do total) e do SCV em termos de valor
(71,42% do montante global).
Em 2012, o cheque foi o instrumento de pagamento de referência do SCV, correspondendo a 89,57% das quantidades e 87,49% dos montantes
deste subsistema.
600.000 2.500.000
D. Créd.
500.000 2.000.000
400.000 Ord. Saque
Montante
1.500.000
Volume
300.000 Cheques
1.000.000
200.000
100.000 500.000
Fonte: DSP/BNA.
0 0
Obs.: Montante
2010 2011 2012 em Milhões de Kwanzas. 2010 2011 2012
Em 2012, o subsistema de compensação contou com a entrada do subsistema de transferências electrónicas a crédito (STC), o que permitiu que
fossem processadas 122.460 transferências no montante de Kz 86.557 milhões.
20.000 14.000
18.000
12.000
16.000
14.000 10.000
Montante - Milhões Kz
12.000 8.000
Volume
10.000
6.000
8.000
6.000 4.000
4.000
2.000
2.000
0 0
Mar’12
Mar’12
Mai’12
Ago’12
Nov’12
Mai’12
Ago’12
Nov’12
Jun’12
Dez’12
Jun’12
Dez’12
Abr’12
Out’12
Abr’12
Out’12
Fev’12
Set’12
Fev’12
Set’12
Jul’12
Jul’12
Fonte: DSP/BNA.
À rede Multicaixa corresponde o maior número de operações processadas nos subsistemas do SPA, reflectindo assim as suas características
de subsistema de operações de retalho, com valor unitário reduzido por comparação com os demais subsistemas do SPA. Em 2012, foram
processadas 81,03 milhões de operações financeiras4 realizadas com cartões Multicaixa, predominantemente levantamentos de numerário em
caixas automáticas (60,27 milhões).
Fonte: DSP/BNA. Out. Operações Out. Pagamentos Compras (incl. Dev.) Levantamentos
4
Entende-se por operação financeira aquela que implica um débito/crédito na conta associada ao cartão utilizado para a sua realização, independentemente de qualquer tarifa operacional que possa existir.
Embora se esteja a verificar um crescimento gradual das quotas de compras e outros pagamentos, as mesmas são ainda diminutas no total de
operações efectuadas, representando cerca de 16,73% do total de operações em 2012. Assim, a rede Multicaixa é ainda essencialmente uma
rede de distribuição de numerário.
8,0
7,0
6,0
5,0
Milhões
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ainda no âmbito da rede Multicaixa, o crescimento de operações registado no ano de 2012 foi o resultado da afirmação da tendência já verificada
em anos anteriores. Esta evolução resulta do aumento da quota de cartões activos5 e do aumento de operações efectuadas por cartão.
d. Operações de Redesconto
Em 2012, o BNA concedeu, através do Redesconto de 1º nível, cerca de Kz 176.802 milhões, contra Kz 6.494.639 milhões de 2011, constituindo
assim um decréscimo de cerca de 97,28% nestas operações. O decréscimo registado está directamente relacionado com as diversas medidas
de política monetária, o fortalecimento das relações entre os bancos no mercado interbancário, a introdução das facilidades de cedência e de
absorção de liquidez, e as operações de mercado aberto nas modalidades de 7 dias e de 28 dias.
i. Controlo das Reservas Obrigatórias
No âmbito do controlo das reservas obrigatórias, o nível de exigibilidade total (MN e ME) médio foi de Kz 635.672 milhões, contra Kz 524.014
milhões em 2011, representando um aumento de cerca de 21,31%. Por seu lado, a reserva livre média (MN e ME) cifrou-se em Kz 37.705
milhões, contra Kz 65.283 milhões do ano anterior.
5
Tendo como referência um mês, os cartões activos são aqueles que realizam operações nesse espaço de tempo.
No final de cada reunião do Comité de Política Monetária é divulgado um comunicado formal para o público, centrado no desenvolvimento recente
e prospectivo da inflação, dos mercados financeiros, das medidas de Política Monetária e na decisão sobre a Taxa Básica de Juros - Taxa BNA -
para o período seguinte.
1. Decisões sobre as Taxas de Juro Directoras
O Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (CPM) acompanhou a evolução dos indicadores macroeconómicos e financeiros,
tendo alterado as taxas de juro directoras no sentido acomodatício. A execução fiscal contraccionista e a contínua redução da inflação contribuíram
para a decisão da autoridade monetária em reduzir as taxas de juro de referência.
O curso acomodatício da política monetária teve como um dos principais objectivos continuar a influenciar, no sentido da redução, as taxas
de juro do mercado interbancário, permitindo assim a diminuição do custo de financiamento das instituições bancárias.
A redução das taxas de juro no mercado monetário interbancário e a trajectória decrescente da inflação influenciaram o comportamento das taxas
de juro activas dos bancos comerciais.
O Quadro Operacional da Política Monetária tem na taxa de inflação o seu objectivo final e pretende que esta seja a âncora nominal no processo
de formação de expectativas por parte dos agentes económicos. A trajectória decrescente que apresentou ao longo dos últimos dois exercícios
levou o BNA a adoptar uma política monetária acomodatícia do processo de crescimento económico.
A Base Monetária Ampla, que inclui as reservas obrigatórias em moeda estrangeira, expandiu-se em Kz 42.086,27 milhões em 2012 (4,36%),
tendo o seu stock passado de Kz 964.743,40 milhões em 2011 para Kz 1.006.829,67 milhões em 2012. Por outro lado, a Base Monetária em
moeda nacional (BMMN), que representa (em média) ¾ da Base Monetária Ampla, expandiu-se em Kz 32.821,81 milhões (4,73%) com o seu stock
a variar entre Kz 694.414,54 milhões e Kz 727.236,35 milhões neste período.
A expansão da BMMN foi observada com maior incidência no último trimestre, dado que se registou uma maior execução fiscal, o que se reflectiu
no Papel-Moeda em Circulação em cerca de Kz 47.958,91 milhões (16,68%). A maior procura por notas e moedas reflecte o factor sazonal de um
maior consumo relacionado com a época natalícia.
2011 2012
BM Ampla 964.743,40 1.006.829,67
BM MN 694.414,54 727.236,35
Notas e Moedas em Circulação 287.545,94 335.504,85
Reserva Bancária 677.197,46 671.324,82
Reserva Bancária MN 406.868,60 391.731,50
Reserva Bancária ME 270.328,86 279.593,32
Fonte: DES/BNA.
A liquidez total dos bancos comerciais, e as consequências que a sua variação acentuada podem causar, foi gerida pela autoridade monetária
através do acompanhamento de outros indicadores tais como a taxa de transformação dos depósitos, o crédito por actividade económica
e a taxa de câmbio.
Como resultado da actuação do Tesouro como do BNA, durante o ano 2012, a liquidez total dos bancos atingiu uma média de Kz 28.974,55
milhões, inferior à constatada nos últimos seis meses de 2011 (Kz 65.186,86 milhões).
40.000
20.000
0
-20.000
-40.000
De 03 a 06 Janeiro 2012
De 16 a 20 Janeiro 2012
De 01 a 03 Fevereiro 2012
De 13 a 17 Fevereiro 2012
De 27 a 29 Fevereiro 2012
De 12 a 16 Março 2012
De 26 a 30 Março 2012
De 09 a 13 Abril 2012
De 23 a 30 Abril 2012
De 07 a 11 Maio 2012
De 21 a 25 Maio 2012
De 01 a 08 Junho 2012
De 18 a 22 Junho 2012
De 02 a 06 Julho 2012
De 16 a 20 Julho 2012
De 01 a 03 Agosto 2012
De 13 a 17 Agosto 2012
De 27 a 30 Agosto 2012
De 10 a 14 Setembro 2012
De 24 a 28 Setembro 2012
De 08 a 12 Outubro 2012
De 22 a 31 Outubro 2012
De 13 a 16 Novembro 2012
De 26 a 30 Novembro 2012
De 10 a 14 Dezembro 2012
De 24 a 31 Dezembro 2012
Fonte: DSP/BNA. Liquidez Total Linear (Liquidez Total)
O gráfico anterior demonstra que a liquidez total dos bancos comerciais no BNA, apesar de volátil, apresenta uma trajectória descendente
ao longo do ano. A queda desta liquidez pode estar na origem do comportamento da LUIBOR, na segunda metade do ano, que assumiu uma
trajectória crescente até estabilizar em torno de 6%.
Emissão de Títulos Públicos
A emissão de títulos em 2012 ascendeu ao montante de Kz 971.217,67 milhões, sendo Kz 747.781,42 milhões em Títulos do Banco Central (TBC),
Kz 139.460,60 milhões em Bilhetes do Tesouro (BT) e Kz 83.975,66 milhões em Obrigações do Tesouro (OT). Comparativamente a 2011, o volume
das emissões de 2012 foi superior em cerca de 31%.
As emissões do Tesouro visaram a criação de receita em moeda nacional para a cobertura das despesas correntes e de investimento do Executivo,
o que consiste numa antecipação de receitas.
No primeiro semestre de 2012, as emissões dos Títulos do Banco Central serviram fundamentalmente para esterilização de liquidez. No restante
período do ano, estas operações foram substituídas por Operações de Mercado Aberto (OMA) suportadas por títulos da carteira do Banco Central,
em decorrência do reforço da sua capitalização em finais do mês de Junho. O uso de TBC para regulação de liquidez no segundo semestre foi
facultativo e complementar.
No primeiro semestre do ano, o volume de emissão de TBC foi de Kz 629.818,84 milhões e no segundo semestre de Kz 117.962,58 milhões. Assim,
comparativamente a 2011, o volume de emissão aumentou 87%. Conforme previamente mencionado, a sua realização ocorreu sobretudo no
primeiro semestre, tendo no segundo semestre sido substituídas por Operações de Mercado Aberto.
As emissões de TBC foram alternadas com outras operações de regularização monetária que se encontram configuradas no quadro operacional
da política monetária e que visam a gestão da liquidez decorrente dos fluxos autónomos da execução fiscal e dos próprios resgates em 2012.
200,00
150,00
100,00
50,00
-
I Trim II Trim III Trim IV Trim
2012
200,00
150,00
100,00
50,00
-
I Trim II Trim III Trim IV Trim
2012
Pagamento de Juros
Os juros assumidos com as emissões de TBC realizadas em 2012 foram de Kz 9.039,79 milhões. Os juros pagos no período totalizaram Kz 7.997,07
milhões, dos quais Kz 5.025,27 milhões são relativos à emissão de 2012 e Kz 2.971,79 milhões à emissão de 2011.
O pagamento de juros das emissões de BT em 2012 foi de Kz 20.536,97 milhões, dos quais Kz 19.977,69 milhões corresponderam à emissão
de 2011. Relativamente às OT, o montante de juros pagos em 2012 foi de Kz 31.799.83 milhões, dos quais cerca de Kz 28.306,20 milhões são
respeitantes a emissões anteriores.
350,00
300,00
250,00
Milhões Kz
200,00
150,00
100,00
50,00
-
Juros Juros pagos Juros pagos Total juros
assumidos emissão 2012 emissão 2011 pagos em 2012
emissão 2012
Stock
O stock de títulos em moeda nacional a 31 de Dezembro de 2012 situou-se em Kz 1.133.117,68 milhões, dos quais cerca de Kz 87.974,11
milhões (8%) são correspondentes a TBC. Do stock de títulos do Tesouro, cerca de Kz 103.872,67 milhões (9%) compunham a carteira de BT
e Kz 941.270,90 milhões (83%) a de OT. Comparativamente ao ano de 2011 observou-se igualmente uma redução do stock, em cerca de 27%,
em resultado de uma emissão inferior aos resgates em 2012. O stock de títulos em moeda estrangeira foi de USD 2.149,52 milhões, respeitante
integralmente a emissões ocorridas em anos anteriores.
7,00%
6,00%
5,00%
4,00%
3,00%
2,00%
1,00%
0,00%
Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12
Fonte: DMA/BNA. TBC 63 dias TBC 182 dias BT 91 dias BT 182 dias BT 364 dias
12,00%
10,00%
8,00%
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12
Redesconto
Em 2012 observou-se uma redução substancial do volume de operações de Redesconto do BNA, em cerca de 75%, tendo o volume médio
transaccionado se situado em Kz 70.303,50 milhões, devido fundamentalmente ao enquadramento das necessidades de liquidez das instituições
bancárias beneficiárias às Facilidades Permanentes de Cedência de Liquidez implementadas pelo Banco Central no seu quadro operacional
de política monetária.
Operações de Mercado Aberto (OMA)
O efeito líquido das operações de mercado aberto em 2012 foi contraccionista em Kz 28.061,63 milhões, tendo sido realizadas operações de
cedência de liquidez, em termos médios mensais de Kz 34.356,48 milhões e operações de esterilização de liquidez que ascenderam a uma média
mensal de Kz 62.453,84 milhões.
Facilidades Permanentes de Liquidez
A revisão do quadro operacional da política monetária, efectuada ainda em 2011, veio introduzir as Facilidades Permanentes de Liquidez, de
Cedência e de Absorção de Liquidez, no âmbito do qual as instituições bancárias podem recorrer à assistência financeira intradia e overnight do
Banco Central. Em situação oposta, isto é, de excedentes de tesouraria, as instituições bancárias podem realizar aplicações overnight no BNA.
Trata-se de instrumentos de gestão corrente de tesouraria para o sector bancário, de iniciativa autónoma das instituições bancárias.
O recurso à Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FCO) permitiu que as instituições bancárias acedessem ao financiamento intradia e/
ou overnight do BNA, num volume que ascendeu à média mensal de Kz 35.900,58 milhões. Estas operações tiveram maior incidência no quarto
trimestre, período em que o nível de liquidez no mercado se reduziu significativamente.
Do lado oposto, as instituições bancárias puderam aplicar os seus recursos excedentários de tesouraria em depósitos overnight no Banco Central,
num volume médio mensal de Kz 80.165,73 milhões. Estas operações tiveram maior preponderância, em termos de volume diário, nos dois
primeiros trimestres do ano. A partir do terceiro trimestre observou-se uma tendência de decréscimo do volume das operações, em decorrência
de condições de liquidez mais favoráveis no mercado.
Em termos globais, o efeito líquido dessas operações foi contraccionista em Kz 5.450,29 milhões.
Mercado Monetário Interbancário
Em 2012, as operações de cedência de liquidez entre instituições bancárias ascenderam a um volume médio diário de Kz 48.479,78 milhões,
com maior incidência no quarto trimestre do ano, período em que o volume transaccionado representou cerca de 40% destas operações.
Comparativamente a 2011, observou-se um aumento de cerca de 55% devido fundamentalmente às condições de liquidez do período.
96,100
5.000,00
96,000
4.000,00 95,900
Milhões USD
95,800
3.000,00
Kz
95,700
2.000,00 95,600
95,500
1.000,00
95,400
- 95,300
I Trim II Trim III Trim IV Trim
2012
3.150.000,00
3.100.000,00
3.050.000,00
3.000.000,00
Milhões Kz
2.950.000,00
2.900.000,00
2.850.000,00
2.800.000,00
2.750.000,00
2.700.000,00
Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12
No mesmo período, os Activos Internos Líquidos registaram uma expansão de 4,35% em relação a Dezembro de 2011, reflexo da expansão do
Crédito Interno Líquido.
900.000,00
800.000,00
700.000,00
600.000,00
Milhões Kz
500.000,00
400.000,00
300.000,00
200.000,00
100.000,00
0,00
Dez’11 Jan’12 Fev’12 Mar’12 Abr’12 Mai’12 Jun’12 Jul’12 Ago’12 Set’12 Out’12 Nov’12 Dez’12
O Crédito Líquido ao Governo Central registou uma variação positiva de 105,55% em relação a 2011. Tal comportamento foi motivado,
fundamentalmente, por um aumento dos depósitos do Tesouro, superior ao da expansão do crédito titulado.
Na óptica das contas monetárias, em 2012, o Crédito à Economia do Sistema Bancário Angolano registou um crescimento de 24,01% em
relação a Dezembro de 2011. Do total do crédito concedido, 94,49% foi cedido ao Sector Privado. No exercício em análise registou-se também
um aumento do crédito à economia em moeda nacional, superior ao aumento do crédito em moeda estrangeira. Com efeito, o crédito ao sector
privado em moeda nacional expandiu em cerca de 35,88% ao passo que em moeda estrangeira expandiu em torno dos 9,16%. A redução da
inflação e das taxas de juro activas no mercado são condizentes com o aumento do crédito em moeda nacional.
Em destaque estiveram os sectores de Construção, Indústria Extractiva, Indústria Transformadora, e Outras Actividades de Serviços Colectivos,
Sociais e Pessoais, cujo crédito registou taxas de crescimento de 82,81%, 82,57%, 44,58% e 39,03 %, respectivamente. Pelo contrário, o Sector
de Actividades Imobiliária, Alugueres e de Prestação de Serviços e o Sector de Actividades Financeiras, Seguros e Fundos de Pensões foram os
que se destacaram ao apresentarem taxas de crescimento negativas de 14,32 % e 1,15%, respectivamente.
Os meios de pagamento foram influenciados pelos factores já referenciados, i.e. crescimento das reservas internacionais líquidas, execução
fiscal e aumento do crédito à economia. Em 2012, o agregado M3 cresceu cerca de 7,85%, passando de Kz 3.657.018,83 milhões em Dezembro
de 2011 para Kz 3.944.040,49 milhões em Dezembro de 2012. Este crescimento foi impulsionado principalmente pelo crescimento do agregado
M2 (10,29%).
Em 2012 o M2 cresceu Kz 360.832,92 milhões, passando de Kz 3.506.213,85 milhões em Dezembro de 2011 para Kz 3.867.046,77 milhões em
Dezembro de 2012. O crescimento do M2 foi principalmente influenciado pela expansão da Quase-Moeda (24,77%), de Kz 1.355.664,34 milhões
em Dezembro 2011 para Kz 1.691.425,29 milhões em Dezembro de 2012, bem como da sua componente M1 que se expandiu 1,17%, atingindo
um montante de Kz 2.175.621,48 milhões.
Quanto ao peso da moeda nacional nos meios de pagamento, este manteve-se acima dos 50%. Em Dezembro de 2012, a sua componente
nacional foi de 54,01%, 54,07% e 58,82% para o M3, M2 e M1, respectivamente, contra 51,2%, 50,2% e 54,2% para o M3, M2, e M1 em
Dezembro de 2011.
3. Comportamento da Inflação
A decomposição do IPC permitiu apresentar de forma clara a tendência do comportamento das componentes da inflação em 2012.
2,00 2,00
1,50 1,50
1,00 1,00
0,50 0,50
0,00 0,00
2005M01
2005M06
2005M11
2006M04
2006M09
2007M02
2007M07
2007M12
2008M05
2008M10
2009M03
2009M08
2010M01
2010M06
2010M11
2011M04
2011M09
2012M02
2012M07
2012M12
2005M01
2005M06
2005M11
2006M04
2006M09
2007M02
2007M07
2007M12
2008M05
2008M10
2009M03
2009M08
2010M01
2010M06
2010M11
2011M04
2011M09
2012M02
2012M07
2012M12
INR_IR INR_SF
2,50
2,00
2,00
1,50
1,50
1,00
1,00
0,50
0,50
0,00 0,00
2005M01
2005M06
2005M11
2006M04
2006M09
2007M02
2007M07
2007M12
2008M05
2008M10
2009M03
2009M08
2010M01
2010M06
2010M11
2011M04
2011M09
2012M02
2012M07
2012M12
2005M01
2005M06
2005M11
2006M04
2006M09
2007M02
2007M07
2007M12
2008M05
2008M10
2009M03
2009M08
2010M01
2010M06
2010M11
2011M04
2011M09
2012M02
2012M07
2012M12
INR_SA INR_TC
Fonte: INE e DEE/BNA.
Como se pode observar nos gráficos acima, a componente irregular presente na inflação foi mais acentuada em Setembro de 2010. A componente
irregular registou em 2012 uma variação média anual de 1,00%, inferior em 0,01 p.p. ao registado no ano passado.
A componente sazonal continua a revelar-se indiferente do comportamento registado nos anos passados, ou seja, apresenta uma sazonalidade
no fim de cada ano, bem como no fim de cada trimestre. Em 2012, a componente sazonal registou uma variação média anual de 1,00%,
ou seja, apresentou a mesma variação que em 2011, o que revela que os factores que influenciam a operacionalização da componente sazonal
demonstram alguma estabilidade.
Em 2012, no que concerne à componente cíclica e tendencial, registou-se uma variação média anual de 0,74%, valor inferior ao verificado no
ano passado em 0,17 p.p. Esta diminuição é um sinal positivo para os agentes económicos, dado tratar-se de um elemento determinante para
a formação de expectativas nos mercados6 em termos de retornos esperados ou compromissos futuros a honrar.
6
O termo “mercado” é aplicado nesta frase de forma mais abrangente para que englobe: mercado de bens e serviços; mercado financeiros; mercado cambial; mercado de factores produtivos.
Importa frisar que todos os indicadores do núcleo de inflação de 2012 apresentaram taxas de variação médias anuais inferiores às registadas
no ano passado.
Variação do IPC Cheio (Alisado) - (N1) Variação do IPC Excluindo Carne (Alisado) - (N2)
vs Variação do IPC (Homóloga) vs Variação do IPC (Homóloga)
16,00 16,00
14,00 14,00
12,00 12,00
9,36 9,04
10,00 10,00
8,00 8,00
9,02 9,02
6,00 6,00
4,00 4,00
2,00 2,00
0,00 0,00
Jan’11
Fev’11
Mar’11
Abr’11
Mai’11
Jun’11
Jul’11
Ago’11
Set’11
Out’11
Nov’11
Dez’11
Jan’12
Fev’12
Mar’12
Abr’12
Mai’12
Jun’12
Jul’12
Ago’12
Set’12
Out’12
Nov’12
Dez’12
Jan’11
Fev’11
Mar’11
Abr’11
Mai’11
Jun’11
Jul’11
Ago’11
Set’11
Out’11
Nov’11
Dez’11
Jan’12
Fev’12
Mar’12
Abr’12
Mai’12
Jun’12
Jul’12
Ago’12
Set’12
Out’12
Nov’12
Dez’12
IPC N1 IPC N2
Variação do IPC Excluindo Táxi Colectivo (Alisado) - (N3) Variação do IPC Excluindo Vestuário e Calçado (Alisado) - (N4)
vs Variação do IPC (Homóloga) vs Variação do IPC (Homóloga)
16,00 16,00
14,00 14,00
12,00 12,00
9,54 9,12
10,00 10,00
8,00 8,00
9,02 9,05
6,00 6,00
4,00 4,00
2,00 2,00
0,00 0,00
Jan’11
Fev’11
Mar’11
Abr’11
Mai’11
Jun’11
Jul’11
Ago’11
Set’11
Out’11
Nov’11
Dez’11
Jan’12
Fev’12
Mar’12
Abr’12
Mai’12
Jun’12
Jul’12
Ago’12
Set’12
Out’12
Nov’12
Dez’12
Jan’11
Fev’11
Mar’11
Abr’11
Mai’11
Jun’11
Jul’11
Ago’11
Set’11
Out’11
Nov’11
Dez’11
Jan’12
Fev’12
Mar’12
Abr’12
Mai’12
Jun’12
Jul’12
Ago’12
Set’12
Out’12
Nov’12
Dez’12
IPC N3 IPC N4
IPC N5
Fonte: INE e DEE/BNA.
De notar que no quarto trimestre de 2012 os 5 indicadores do núcleo da inflação começaram a apresentar um comportamento inverso
ao demonstrado nos três primeiros trimestres do ano.
ii. Estabilidade Financeira
No âmbito das atribuições conferidas ao Banco Nacional de Angola, pela Lei nº 16/10, de 15 de Julho, compete-lhe, para além da condução,
execução, acompanhamento e controlo das políticas monetária, financeira, cambial e de crédito, velar pela estabilidade do sistema financeiro
nacional, assegurando, com essa finalidade, a função de financiador de última instância.
Assim, através do Despacho nº 46/2012, foi instituído o Comité de Estabilidade Financeira (COMEF), como órgão de consulta do Conselho de
Administração do Banco Nacional de Angola no domínio da estabilidade financeira. Este comité apoia o Conselho de Administração na definição
de directrizes e estratégias para a mitigação do risco sistémico, assim como promove a adopção de políticas macro prudenciais em articulação
com as demais entidades de supervisão do sistema financeiro nacional.
O COMEF é presidido pelo Governador do Banco Nacional de Angola e é integrado pelos membros do Conselho de Administração e os directores
dos Departamentos de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras (DSI), Supervisão Comportamental (DSC), Estudos Económicos (DEE),
Estatística (DES), Mercado de Activos (DMA), Controlo Cambial (DCC), e Sistema de Pagamentos (DSP).
O COMEF reúne-se com uma periodicidade trimestral e extraordinariamente sempre que for convocado pelo presidente.
Em 2012 realizaram-se quatro reuniões do COMEF, onde foram analisados: (i) o Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre de
2012; (ii) o nível de Implementação do Sistema de Prevenção de Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo pelo Sector Bancário;
e (iii) as vulnerabilidades do sistema financeiro Angolano. No exame das vulnerabilidades do sistema financeiro Angolano destaca-se, entre
outras, a introdução de modelos de análise de sensibilidade, com o objectivo de identificar o impacto de choques que podem afectar os diferentes
indicadores do agregado do sistema financeiro e de cada instituição financeira em particular.
No âmbito da análise dos factores de risco para a estabilidade financeira provenientes do contexto da economia nacional e internacional foram
definidas um conjunto de recomendações, dentre as quais se destacam: o aprimoramento de alguns indicadores e análises; a aferição de outros
riscos na estabilidade financeira; a recolha de informação de outros organismos de supervisão nacionais; a realização de estudos profundos sobre
o impacto das taxas de câmbio e da nova lei sobre o regime cambial do sector petrolífero; a criação de mecanismos para resolução dos défices na
qualidade de informação reportada ao BNA relativamente ao aprovisionamento da carteira de crédito, bem como o desenvolvimento de estudos
sobre o impacto da possível reestruturação dos créditos vencidos nas Demonstrações Financeiras dos Bancos; a análise do impacto do aumento
da literacia financeira, incluindo novos riscos associados aos utilizadores do sistema.
Na sequência das acções do COMEF foi publicado o primeiro relatório de Estabilidade Financeira referente ao primeiro semestre de 2012.
No âmbito da entrada em vigor do Plano Contabilístico das Instituições Financeiras (CONTIF), instituído pelo Instrutivo nº 09/2007, o Banco
Nacional de Angola efectuou uma avaliação do cumprimento dos critérios e requisitos estabelecidos no referido normativo por parte das vinte
e duas (22) instituições financeiras com actividade reportada.
O diagnóstico teve como objectivo avaliar o grau de implementação do CONTIF nas instituições supervisionadas, a nível individual e no sistema
financeiro, definir com as instituições financeiras planos de acção e medidas correctivas para resolução das insuficiências e inconformidades
identificadas nos diagnósticos, calendarização e posterior monitorização, bem como, estabelecer o plano de transição faseada para adopção
integral das IAS/IFRS.
Da análise efectuada aos relatórios de diagnóstico conclui-se que existe um gap relevante face aos requisitos e critérios estabelecidos
pelo CONTIF, mormente no que concerne à informação financeira divulgada e reportada ao BNA, bem como a existência de um conjunto de
fragilidades que determinam as insuficiências e excepções identificadas na informação reportada ao Banco Central pelas instituições financeiras,
nomeadamente ao nível das suas bases de dados, na parametrização das tabelas auxiliares e na definição de roteiros contabilísticos, verificando-
se, igualmente, a inexistência ou ineficiência de mecanismos de reconciliação que permitam mitigar o risco de ocorrência dessas situações.
Como resultado da avaliação dos parâmetros analisados concluiu-se que o Plano contabilístico do sistema bancário Angolano cumpre com
algumas insuficiências os requisitos do CONTIF.
iii. Investimento
1. Instituição e Propósitos do Comité de Investimentos
O Comité de Investimentos (CI), órgão deliberativo interno do Banco Nacional de Angola, foi instituído ao abrigo do Despacho nº 181/2010
do Governador do Banco Nacional de Angola e tem como objectivo apoiar o Conselho de Administração na definição, análise, aprovação
e monitorização das aplicações do Banco Nacional de Angola no mercado financeiro internacional.
Observados os princípios da política cambial definidos pelo Estado, cabe ao Comité de Investimentos as seguintes atribuições:
• Propor ao Conselho de Administração as linhas mestras da gestão das reservas sob responsabilidade do Banco Nacional de Angola;
• Definir, coordenar e monitorar as aplicações das reservas sob responsabilidade do Banco Nacional de Angola;
• Definir os indicadores de risco de mercado para as aplicações das reservas;
• Supervisionar o cumprimento das políticas de investimento e linhas mestras na gestão das reservas do Banco Nacional de Angola;
• Acompanhar as variáveis macroeconómicas e de mercado susceptíveis de influenciar os mercados financeiros internacionais e as
aplicações do Banco Nacional de Angola;
• Prever os riscos susceptíveis de afectar as aplicações do Banco Nacional de Angola no mercado financeiro internacional e da gestão
de reservas em geral, e remeter ao Conselho de Administração todas as sugestões relativas à tomada de medidas cautelares,
preservando a política cambial do Estado.
7
O risco de liquidez corresponde ao risco de não se poder vender um activo ou fechar uma posição no mercado no momento desejado sem incorrer em custos significativos.
O nível de risco de crédito da carteira é função da composição da carteira e da qualidade de crédito das contrapartes. Os pilares em que assenta
a gestão das reservas estabelecem, assim, limites de exposição para o controlo do risco de crédito das contrapartes. Os limites incidem sobre
as classes de activos, tipo de contrapartes e qualidade de crédito (rating), sendo que estes limites variam em função da categoria a que o activo
pertence. Por outro lado, são também analisados indicadores de mercado e informações contabilísticas das contrapartes. Considera-se que as
contrapartes do BNA que possuem risco de crédito são as instituições que possuem passivos com o BNA, como instituições financeiras bancárias
e não bancárias, governos centrais, organismos supranacionais e agências.
b. Emissão Monetária
“Circulação Monetária”, também designada por “Notas e Moedas em Circulação” é o volume de notas e moedas metálicas em poder do público,
incluído a caixa dos bancos comerciais.
A Emissão Monetária registou um crescimento significativo, pois de 319,250 milhões de notas emitidas em 2011 passou-se para 730,60 milhões
em 2012, o que representa um crescimento de cerca 129%. Este aumento do volume de notas ocorrido em 2012 derivou de uma estratégia do
BNA que consistiu na introdução de uma quantidade significativa de notas de menor valor facial (Kz 5,00 e Kz 10,00) com vista a facilitar os trocos
nas transacções económicas.
Assim, as notas mais emitidas foram as de menor valor facial, Kz 5,00; Kz 10,00; Kz 50,00 e Kz 100,00 com um peso na quantidade de notas
emitidas de 19,07%, 20,53% ,12,32% e 16,23%, respectivamente.
Quantitativamente, a composição do stock da Circulação Monetária em 31 de Dezembro 2012 era constituída por 1.720,97 milhões de notas
(97,30%), e por 47,78 milhões de moedas metálicas (2,70%).
2.000,00
1.800,00
1.600,00
1.400,00
1.300,00
Milhões Kz
1.200,00
1.000,00
800,00
600,00
400,00
200,00
0,00
Fonte: DMC/BNA. Emissão Circulação Monetária
c. Supervisão Comportamental
i. Desenvolvimento das Actividades Programadas
1. Actividades Correntes
Educação Financeira
É um projecto de cariz pedagógico com o objectivo de facultar aos consumidores, informação útil e acessível sobre os serviços e produtos
bancários, através de uma campanha de sensibilização para a abertura de contas bancárias em condições especiais. Esta campanha teve como
público-alvo as populações de baixa renda. Com esta campanha podem ser abertos dois tipos de conta: a conta Bankita à Ordem e a Bankita
Poupança Crescer. As contas Bankita são contas à ordem e a prazo que têm um valor mínimo de abertura, a ser efectivada mediante aceitação de
qualquer documento de identificação pessoal, no momento da abertura.
No período em análise, do total de contas abertas pelas instituições bancárias, cerca de 57,79% encontravam-se concentradas em três bancos
e os restantes 42,21% em outras instituições bancárias.
Em finais de 2012 foi instituído um prémio promocional a nível das contas Bankita Poupança a Crescer, por forma a promover a confiança dos
aforradores em canalizarem fundos de poupança para o futuro. Com a implementação dessa campanha promocional no Natal, verificou-se um
incremento na adesão ao produto Bankita e concomitantemente uma grande procura deste serviço por parte da população, por representar
efectivamente um veículo importante para o acesso de uma parte da população ao Sistema Financeiro Angolano, pelo facto das características
e requisitos mínimos da conta Bankita permitirem que a abertura de conta tenha um custo associado menor.
As províncias do Kwanza Sul, Luanda e Benguela apresentaram maior número de contas Bankita abertas no final de 2012, atingindo valores
percentuais de 22,55%, 20,61% e 13,35%, respectivamente, do total das contas abertas. As três províncias concentram mais de metade do total
das contas (56,51%).
Grande parte das contas abertas encontram-se tituladas por homens (76,26%) e os restantes 23,74% por mulheres.
K. Kubango
2,88%
K. Norte
7,04%
K. Sul
Fonte: DSC/BNA. 22,55%
No período em referência, verificou-se o predomínio da utilização do Bilhete de Identidade (74,36%) para a abertura de conta bancária.
Relativamente aos movimentos nas contas de depósitos à ordem, constatou-se que a população alvo fez maior uso dos levantamentos em caixas
electrónicas em detrimento do balcão.
65>
13,79%
55 - 64
2,69%
45 - 54
6,00%
35 - 44
11,01% 18 - 34
66,50%
Fonte: DSC/BNA.
Em termos de actividade profissional, no período em análise, verificou-se maior predominância nos clientes identificados como “outros” (58,81%),
sendo seguidos pelos identificados como “estudantes” (20,82%), o que demonstra o interesse deste público-alvo nos produtos Bankita.
Doméstica
3,35%
Micro/Pequena/
Média Empresa
1,82%
Outros
58,81%
Estudantes
20,82%
Fonte: DSC/BNA.
Condições Contratuais
No âmbito do estabelecido no Aviso nº 10/2012, de 2 de Abril, procedeu-se à recolha de elementos informativos respeitantes aos Deveres
Gerais de Informação – Modelos de contratos que são utilizados nas instituições financeiras bancárias, com especial realce para os deveres
referentes aos Cartões de Pagamento Bancário. Neste sentido, verificou-se que todas as instituições bancárias do mercado disponibilizaram aos
seus clientes Cartões de Débito do Tipo Multicaixa, enquanto apenas doze comercializaram cartões de crédito, débito e pré-pagos de bandeira
internacional (VISA e Mastercard):
• Sete bancos comerciais ofereceram o produto Cartão de Crédito;
• Três bancos comerciais disponibilizam Cartão de Débito;
• Dois bancos comerciais disponibilizam Cartões do tipo Pré-pago.
40,9%
4,5%
Gestão de Reclamações
Em 2012, o Banco Nacional de Angola recepcionou setenta e cinco reclamações sobre os serviços e produtos financeiros. As reclamações
registadas são provenientes maioritariamente de entidades singulares (64,00%), sendo 36,00% provenientes de entidades colectivas.
80,00%
64,0%
60,00%
40,00% 36,0%
20,00%
0,00%
Fonte: DSC/BNA. Singular Colectiva
Os principais produtos e serviços sobre os quais incidem as reclamações são: o movimento irregular de conta bancária com 30,67% do total,
as transferências interbancárias com 28,00%, a cessão de crédito com 9,33%, os cartões de pagamento electrónico com 5,33%, depósitos,
cativação de contas e fraudes com 4,00%, e as comissões e encargos e garantias bancárias com 2,67%. Os cheques, as habilitações de herdeiros,
os pagamentos de serviços, os furtos de cartão Multicaixa, os levantamentos de notas falsas em ATM e os contratos de abertura de conta têm
um peso abaixo de 2,00%.
35,00%
30,7%
30,00% 28,0%
25,00%
20,00%
15,00%
10,00% 9,3%
5,3% 4,0% 4,0% 4,0%
5,00%
1,3% 1,3% 2,7% 1,3% 2,7% 1,3% 1,3% 1,3% 1,3%
0,00%
Cessão de Créditos
Cativação de Contas
Cheque
Habilitação de Herdeiro
Comissões e Encargos
Depósito
Transferência
Pagto. de Serviços
Garantia Bancária
Furto/Cartão M. Caixa
Transgressão Cambial
M. Caixa/Nota falsa
Contratos/Abertura de Conta
Fraude
Fonte: DSC/BNA.
Também em 2012, mais precisamente em Novembro, o Banco Nacional de Angola aprovou o modelo de referência definido para o subsistema
de pagamentos móveis. A iniciativa “subsistema de pagamentos móveis” visa dotar o país de um subsistema de âmbito nacional (em termos de
acessibilidade e interoperabilidade) assente na utilização de telemóvel, capitalizando assim a base de utilizadores de telemóveis existente em
Angola.
i. Regulamentação dos Instrumentos de Pagamento
Em 2012, o BNA procedeu à revisão global da regulamentação sobre o tarifário do Sistema de Pagamento em Tempo Real (SPTR), com
a publicação do Aviso nº 26/12, de 11 de Setembro, que revogou o Aviso nº 01/07, de 21 de Março.
O Aviso nº 26/12 define os objectivos do tarifário do SPTR e os princípios da sua revisão, que complementam o disposto no Manual de Normas
e Procedimentos do SPTR (MNP-SPTR). O Aviso dispõe não só sobre a recuperação dos custos dos serviços prestados pelo Banco Nacional
de Angola, mas também sobre a promoção da antecipação, no dia operacional do SPTR, da liquidação dos pagamentos comunicados aos
participantes pelos seus clientes, e a desincentivação da utilização do sistema para a liquidação de operações ordenadas por clientes das
instituições participantes e que possam ser compensadas no Subsistema de Transferências a Crédito (STC).
Em linha com o Aviso nº 26/12, o Instrutivo nº 07/12, de 30 de Agosto, define as tarifas incidentes sobre operações processadas no SPTR,
alterando o actual tarifário definido no Anexo IV do MNP-SPTR.
Ainda em 2012 foi publicado o Aviso nº 02/12, de 26 de Março, que estabelece os prazos para a execução de transferências e de remessas de
valores, bem como para a disponibilização de fundos ao beneficiário, em resultado de depósitos de numerário e cheques, de transferências ou
de remessas de valores.
Ainda em 2012 foram publicados os seguintes diplomas relacionados com instrumentos ou subsistemas de pagamentos:
• Aviso nº 24/12, de 25 de Maio, que estabelece os princípios de utilização e os modelos de cheques normalizados do SPA;
• Aviso nº 27/12, de 11 de Setembro, que institui as regras para a definição do valor mínimo para liquidação obrigatória de transferências
de fundos no SPTR; dispõe de regras para a fase de transição da compensação de cheques do Serviço de Compensação de Valores
para o Subsistema de Compensação de Cheques e revoga o Aviso nº 02/07, de 17 de Abril;
• Instrutivo nº 03/12, de 28 de Maio, que define as especificações técnicas do cheque normalizado, com o objectivo de melhorar
a segurança do cheque, enquanto instrumento de pagamento, e de criar condições para a implementação de um sistema de
compensação de cheques baseado na circulação de imagens, mais eficiente e operacionalmente fiável;
• Instrutivo nº 05/12, de 30 de Agosto, que determina as regras de controlo de qualidade dos formulários de cheques produzidos pelas
instituições financeiras bancárias, bem como as condições para a sua segurança, guarda e transporte, até à entrega aos clientes.
ii. Controlo e Acompanhamento do SPA
No ano de 2012, o Conselho Técnico do Sistema de Pagamentos de Angola (CTSPA), órgão de consulta do BNA no âmbito da regulamentação do
Sistema de Pagamentos de Angola (SPA), realizou oito reuniões que se debruçaram essencialmente sobre as fases de conclusão e implementação
do Subsistema de Transferências a Crédito e sobre o prosseguimento dos trabalhos preparatórios tendentes à definição do Subsistema de
Compensação de Cheques (SCC).
No âmbito do CTSPA foram criados dois grupos de trabalho, sendo um coordenado pela Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) e com
a participação do BNA e de seis bancos comerciais. Este grupo preparou uma proposta de princípios e pressupostos do SCC, e subsequentemente
colaborou com a EMIS na conclusão da primeira versão do corpo do Manual de Normas e Procedimentos do SCC (MNP SCC). O outro grupo de
trabalho, coordenado pelo BNA e com a participação da EMIS e de sete bancos comerciais, preparou uma proposta de Instrutivo sobre serviços
mínimos de acquiring de Terminal de Pagamento Automático (TPA) prestados no SPA.
Grupo de Combate ao Branqueamento 23ª Reunião do Task Force Group Arusha, Tanzânia Abril
de Capitais da África Austral e do Leste 12ª Reunião do Conselho de Maputo, Moçambique Agosto
(ESAAMLG) Ministros do ESAAMLG
Grupo de Acção Financeira (GAFI) Reunião Plenária do Grupo de Acção
Financeira Internacional Roma, Itália Junho
Acompanhamento e Avaliação de
Jurisdições sobre Processos de
Implementação de Sistemas de Combate Cape Town, África do Sul 17 a 18 de Janeiro
ao Branqueamento de Capitais e
Financiamento ao Terrorismo
ICRG
Acompanhamento e Avaliação de
Jurisdições sobre Processos de
Implementação de Sistemas de Combate Doha/Qatar 14 a 16 de Maio
ao Branqueamento de Capitais e
Financiamento ao Terrorismo
b. Comunicação Institucional
Com o objectivo de autonomizar, especializar e potenciar os serviços de comunicação do BNA, no decorrer do mês de Setembro de 2012, a Divisão
de Comunicação Institucional foi segregada do Gabinete do Governador - GGV, dando origem ao Gabinete de Comunicação Institucional - GCI,
sob dependência directa do Governador.
O GCI tem como missão assegurar a implementação da estratégia de comunicação do Banco Nacional de Angola, contribuindo para a consolidação
e renovação contínua da sua notoriedade.
As suas funções visam prestar assessoria no domínio da comunicação institucional, assegurando a gestão da comunicação interna e externa de
acordo com as linhas de orientação estratégica de comunicação.
Para assegurar o cumprimento das suas funções, o referido gabinete tem na sua estrutura duas divisões, nomeadamente a Divisão de Comunicação
e Imagem e a Divisão de Gestão Web,
Tendo em consideração a relevância crescente das actividades do BNA, sobretudo num contexto de profundas reformas estruturais e de
crescimento significativo da informação a ser veiculada ao público, o BNA procedeu a uma reestruturação do website para melhor disponibilização
da informação, nomeadamente Estatísticas, Mercados, Políticas Monetárias, Normativos, Estudos e Relatórios Económicos.
c. Desenvolvimento Organizacional
Revisão e Adequação da Estrutura Orgânica e Funcional do BNA
Visando consolidar o processo de reestruturação em curso no Banco, e considerando a necessidade de ajustar a estrutura orgânica e funcional da
área de supervisão, à evolução e complexidade do sistema financeiro, foi adoptada uma nova estrutura orgânica para o departamento competente
que passou a designar-se Departamento de Supervisão Prudencial das Instituições Financeiras.
A nova estrutura orgânica do Departamento de Supervisão Prudencial permitirá que este departamento responda aos novos desafios inerentes
a um paradigma financeiro mais evoluído. Realça-se a junção das actividades de supervisão directa (on-site) e indirecta (off-site) e a criação
de uma nova unidade responsável pela análise de risco sistémico e de sensibilidade (stress test). Adicionalmente, regista-se a entrada em
funcionamento da Central de Informação e Risco de Crédito.
No domínio da supervisão comportamental foi criada uma unidade de estrutura vocacionada para a defesa dos consumidores e para o rigor
e transparência das relações entre os bancos e os seus clientes.
Decorrente da necessidade de se redefinirem as funções, os processos de trabalho e as responsabilidades, foi reestruturado o Departamento de
Operações Bancárias.
Ao nível do sistema de controlo interno deu-se início ao projecto de reestruturação do Departamento de Gestão de Risco, visando a sua
consolidação, e foi reformulada a função de Auditoria Interna, da qual decorreu a aprovação de um conjunto de instrumentos fundamentais para
sua efectiva implantação, nomeadamente a Carta de Auditoria Interna, definindo e precisando o posicionamento, o papel e as responsabilidades
da função e dos seus colaboradores, bem como do Código de Ética do Auditor Interno do Banco Nacional de Angola.
Em consonância com a evolução dinâmica das tecnologias de informação nas suas diferentes vertentes foi definido e aprovado o novo modelo de
organização administrativa do Departamento de Tecnologias de Informação (DTI).
Do mesmo modo, foram criadas as bases para a reestruturação do Departamento de Controlo Cambial, visando o ajustamento do seu modelo
orgânico e funcional, adequando-o aos requisitos do negócio.
Foi igualmente estabelecido o novo modelo de Estrutura Orgânica das Delegações Regionais, sendo a sua implantação efectuada de acordo com
o contexto geográfico e económico em que cada delegação está inserida.
Tendo em consideração a importância e o carácter estratégico da comunicação e da influência das suas acções no fortalecimento da imagem
corporativa e desenvolvimento institucional do Banco, foi criado o Gabinete do Comunicação Institucional, o que implicou um ajustamento das
atribuições do Gabinete do Governador e do Departamento Administrativo.
Ao nível dos recursos humanos foram desenvolvidas e implementadas políticas específicas nesta matéria que contribuíram para o fortalecimento
da cultura e partilha de valores ao nível institucional.
Foram criadas as bases para a reorganização da função de organização, assente em cinco pilares: planeamento estratégico, governação por
processos, modelo de gestão de projectos, revisão do modelo orgânico e funcional e respectivos processos, bem como a capacitação de quadros.
Na sequência do processo de revisão do Sistema Normativo do Banco, foi actualizado e aprovado o manual de instruções para a emissão de
normativos relacionados com o sistema financeiro.
d. Gestão de Risco
O Departamento de Gestão de Risco (DRI) foi criado através do Despacho nº 43/11, o que faz com que seja um dos departamentos mais recentes
do BNA. A sua missão está consubstanciada no fornecimento ao Governo do BNA do suporte informacional necessário para assegurar o alcance
dos objectivos do Banco de um modo eficaz e eficiente. O âmbito das suas funções consiste no acompanhamento permanente de toda a actividade
do Banco, no sentido de identificar as áreas geradoras de risco, procurando de imediato evitar, transferir ou atenuar os seus efeitos.
e. Recursos Humanos
No ano de 2012 as acções do DRH prosseguiram com a criação de novos instrumentos e com a optimização de procedimentos de gestão
e desenvolvimento dos recursos humanos da instituição.
No âmbito das referidas actividades destaca-se a implementação do novo modelo de avaliação de desempenho. Este modelo é uma ferramenta
completamente on-line que foi bem recebida por todos os intervenientes dadas as acções de informação e formação que foram realizadas.
Uma outra actividade de grande destaque foi o lançamento do programa voluntário de adesão à pré-reforma. No total 190 colaboradores
recorreram a este programa para se reformarem, 20% dos quais estavam ligados a funções de áreas de missão do Banco e os restantes 80% a
áreas de suporte. Em termos de departamentos, o DTI foi o que registou o maior número de aderentes, num total de 12 colaboradores.
No âmbito do projecto de lançamento do centro de formação do BNA iniciou-se a recolha das necessidades de formação com vista à materialização
do programa global de formação. Os primeiros drafts relacionados com a criação dos Normativos sobre a Admissão de Pessoal no BNA. O Manual
de Acolhimento e Integração e do Regulamento Interno de Pessoal foram igualmente produzidos.
Finalmente com relação ao reforço dos programas de protecção e promoção social, o DRH foi integrado na equipa encarregue pela elaboração
dos estatutos e definição do modelo de funcionamento do Fundo Social e do lançamento da Cooperativa de Crédito dos trabalhadores do BNA.
Caracterização da Força de Trabalho
A 31 de Dezembro de 2012 o Banco contava com um total de 1.771 trabalhadores activos e 1.539 reformados que estavam abrangidos pelo Plano
de Pensões do BNA. Comparativamente aos dados a 31 de Dezembro de 2011 verificou-se no total de trabalhadores activos um decréscimo de
cerca de 60 trabalhadores. Para além destes, o Banco conta hoje no seu quadro com um total de 17 avençados dos quais 10 a prestar serviços no
Centro Infantil e os demais 7 em diferentes áreas de serviço do Banco, sendo que destes 5 já na condição de reformados.
Formação e Capacitação
Durante o ano de 2012 realizaram-se 87 eventos de formação e capacitação técnica, no país e no exterior, envolvendo um total de 947
trabalhadores.
As acções de formação estiveram maioritariamente viradas para matérias e conteúdos ligados à actividade de missão do Banco, sem contudo
descurar as ligadas a matérias transversais tais como as comportamentais e as técnicas gerais.
Assim, nas acções específicas dirigidas às áreas de missão destacam-se as seguintes: estágio de Contrafacção de Notas, e análise de mercados
financeiros; cursos de Planeamento e Gestão Estratégica, Estatística Monetária e Financeira, Emissão de Tesouraria e Informática.
f. Tecnologias de Informação
No domínio dos sistemas de informação, o BNA concentrou os seus esforços no estabelecimento de estratégias para a gestão e uso das
tecnologias de informação e comunicação, dentro das boas práticas universais e consequentemente procedeu ao alinhamento destas à sua
estratégia e responsabilidades de curto e médio prazos no mercado financeiro nacional.
Esses esforços consubstanciaram-se na definição e aprovação de um novo modelo tecnológico para o BNA, que é baseado na plataforma SAP,
e que visa a implementação de uma arquitectura integrada e escalável, constituída por soluções SAP e outras criteriosamente seleccionadas. Este
modelo proporciona um maior desempenho das aplicações e controlo dos riscos e a redução do custo de manutenção do Sistema de Informação
da instituição. Dada a dimensão da actividade do Banco, o roadmap de evolução tecnológica estabeleceu que o modelo será implementado
de forma gradual até ao ano 2017.
Além da nova metodologia de desenvolvimento aplicacional implementada, foram adoptados onze processos de Tecnologias da Informação (TI)
com base na framework ITIL - Information Technology Infrastructure Library, dos quais sete são de gestão e quatro são operacionais. Estes onze
processos serão suportados pela ferramenta de Service Desk adquirida para o efeito, criando um único ponto de entrada dos pedidos de suporte
e manutenção de serviços de TI, com particular incidência, numa primeira fase, nos processos de gestão de incidentes, problemas, alterações
e pedidos. Em 2013, a eficácia e eficiência na operacionalização desta ferramenta proporcionará um maior controlo dos incidentes e problemas
registados no sistema de informação do Banco e o restabelecimento da operação normal dos serviços num mais curto período de tempo,
minimizando assim o impacto nos negócios causado por falhas de TI.
O ano de 2012 foi ainda caracterizado pela aprovação e início da implementação da Política de Segurança do Sistema de Informação do Banco
Nacional de Angola. Esta política formalizou as directrizes e normas de segurança que contribuirão para a salvaguarda dos activos informáticos
do Banco contra potenciais ameaças e incidentes. Com a adopção desse instrumento ficaram definidas as responsabilidades e os mecanismos
de participação de todos os utilizadores na gestão da segurança da informação, dentro dos critérios de confidencialidade, integridade
e disponibilidade, inerentes ao seu uso correcto.
g. Gestão do Património
A função Património e Serviços (DPS) tem como missão assegurar o bom funcionamento do BNA através do fornecimento de bens e serviços,
e execução de acções que dotem as unidades da instituição de espaços e instalações apropriados à sua actividade. Essas acções incluem
a supervisão e acompanhamento de diversos projectos de obras, dos quais se destacam: o projecto de implantação do Centro de Formação do
BNA em Benguela; os projectos de construção do Museu da Moeda e de Restauro do Edifício Sede em Luanda; e o projecto de modernização do
sistema de recontagem e adaptação das casas fortes em todas as regiões onde o BNA está representado.
Nos últimos meses do ano, foi activada e parametrizada a solução informática SAP-MM que possibilita não só efectuar a gestão dos materiais,
compras e armazéns, mas também a gestão dos contratos de empreitadas e de fornecimento de bens e serviços em geral, que será melhor
potenciada a partir de 2013.
Ainda que uma parte da dotação aos serviços do Banco, em material de uso corrente, equipamentos, instalações, máquinas, veículos e outros
materiais necessários ao seu funcionamento, seja ainda realizado com o concurso de serviços próprios do Banco, a instituição enveredou por
um processo de terceirização paulatina, que culminará com uma intervenção cada vez mais reduzida desses serviços, quer na operação como na
manutenção.
Demonstrações Financeiras
Em 31 de Dezembro de 2012, o Activo do Banco apresenta um saldo de Kz 3.643.107.373 mil, traduzindo um acréscimo de Kz 364.349.028 mil,
comparativamente ao activo de 31 de Dezembro de 2011.
Esta variação é explicada essencialmente pelo acréscimo de 16% da rubrica “Activos sobre o exterior”, através do aumento das reservas
internacionais e da continuidade de investimento em ouro e títulos de dívida soberana estrangeira.
O Passivo do Banco apresenta um saldo de Kz 3.312.762.878 mil, que se traduz num acréscimo de Kz 381.826.739 mil face a 31 de Dezembro de
2011, explicado essencialmente pelas seguintes situações:
i. Um incremento da rubrica “Notas e moedas em circulação” de cerca de 17% para fazer face às necessidades do mercado;
ii. Um aumento de 15% da rubrica “Depósitos de residentes”, que se deve essencialmente ao aumento do saldo da Conta Única do Tesouro
em moeda estrangeira;
iii. Uma redução de 49% no stock da carteira de Títulos do Banco Central que reflecte uma menor intervenção do Banco no controlo e gestão
da liquidez por via deste instrumento;
iv. Um aumento de cerca de 26% da rubrica “Outros passivos”, que decorre de um maior número de operações de revenda de títulos realizadas
com as instituições financeiras bancárias e de um reforço no valor das provisões de pensões de reforma e sobrevivência.
Os Capitais Próprios do Banco apresentam um saldo de Kz 330.344.495 mil, que se traduz num decréscimo de Kz 17.477.711 mil face a 31 de
Dezembro de 2011, em consequência de:
i. Um aumento de 72% da rubrica “Reserva de reavaliação cambial”, referente ao incremento do valor das valias cambiais potenciais associadas
aos activos e passivos denominados em moeda estrangeira;
ii. Uma redução em cerca de 77% da rubrica de “Outras Reservas”, referente à realização de uma parte do capital social em dívida, por
incorporação de reservas;
iii. Um resultado líquido do exercício de Kz 10.116.440 mil, reflectindo uma diminuição de 49% face ao exercício de 2011.
b. Demonstração de Resultados
Os proveitos do exercício diminuíram cerca de 12% face aos de 2011, ascendendo a Kz 88.748.753 mil (por comparação com o valor de Kz 100.938.284
mil registado no exercício findo em 31 de Dezembro de 2011), decorrente essencialmente da redução dos lucros em operações financeiras.
Os custos do exercício registaram igualmente uma redução, ao passarem de Kz 81.236.749 mil (em 31 Dezembro de 2011) para Kz 78.632.313
mil (em 31 de Dezembro de 2012), decorrente essencialmente de uma redução de 20% verificada na rubrica “Juros e custos equiparados”. Esta
redução está relacionada com o menor volume de emissões de Títulos do Banco Central e com a redução das respectivas taxas de remuneração.
Adicionalmente, registou-se em 2012 uma redução de 21% na rubrica de “Custos com o pessoal”, resultante do facto de, a partir de 2012,
os pagamentos a reformados serem deduzidos directamente à provisão para pensões de reforma e sobrevivência.
O resultado do exercício findo em 31 de Dezembro de 2012, que ascende a Kz 10.116.440 mil, evidencia uma redução de 49% face ao exercício
anterior, que decorre sobretudo da diminuição do resultado de operações financeiras e de um aumento das provisões constituídas para as pensões
de reforma, em consequência dos resultados do estudo actuarial, apesar de se ter verificado um aumento expressivo da margem financeira.
Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Caixa e seus equivalentes” apresenta a seguinte composição:
De referir que teve já início o estudo da aplicabilidade de algumas normas internacionais, bem como a reestruturação do Plano de Contas com
vista à sua adequação às Normas Internacionais de Contabilidade.
As demonstrações financeiras do BNA em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, encontram-se expressas em milhares de kwanzas, tendo os activos
e os passivos denominados em outras divisas sido convertidos para a moeda nacional, com base nas taxas de câmbio médias indicativas que se
seguem:
g) Provisões
As provisões criadas com vista à cobertura das desvalorizações dos activos são apresentadas no balanço a deduzir especificamente ao valor
contabilístico destes, sendo que as destinadas à cobertura de riscos contingentes futuros e das responsabilidades com pensões de reforma (ver
Nota 2.3, alínea i) são apresentadas no balanço como rubricas passivas.
A definição dos montantes referentes a estas provisões, resulta da melhor estimativa apurada pela gestão do Banco para as perdas associadas
aos activos, de cálculos actuariais para as pensões de reforma e critérios de prudência para outros elementos patrimoniais e extrapatrimoniais.
h) Imobilizações Incorpóreas e Corpóreas
As imobilizações incorpóreas, que correspondem essencialmente aos custos de desenvolvimento e despesas com software, são registadas ao
custo de aquisição, deduzido das amortizações linearmente reconhecidas ao longo do período de vida útil, estimado em 3 anos.
As imobilizações corpóreas são registadas ao custo de aquisição reavaliado ao abrigo do disposto no Decreto-Lei nº 6/96, de 26 de Janeiro, de
modo a reflectir o efeito da desvalorização da moeda nacional, sendo deduzido das respectivas amortizações. As depreciações são calculadas
globalmente de acordo com o critério das quotas constantes anuais às taxas máximas fiscalmente aceites como custo, de acordo com o Código
de Imposto Industrial, que correspondem aos seguintes anos de vida útil estimada:
O imobilizado em curso, que corresponde essencialmente a edifícios em construção e ao respectivo mobiliário, encontra-se registado pelo valor
total dos custos já facturados ao BNA, sendo transferido para imobilizado firme quando efectivamente entra em funcionamento, iniciando-se
então a sua amortização. Os custos incorridos com a manutenção e reparação de imobilizado corpóreo são reconhecidos como custo do exercício.
i) Responsabilidades com Pensões de Reforma
Em matéria de pensões, o BNA tem dois tipos de responsabilidades. Por um lado, concede aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações
pecuniárias a título de complementos de reforma por velhice, invalidez, reforma antecipada e pensões de sobrevivência, relativamente as
pensões a que os trabalhadores têm direito pelo facto de estarem inscritos no regime da Segurança Social. O BNA criou um plano de benefícios
definidos, assegurando um complemento para a pensão de reforma por velhice. As responsabilidades por serviços passados à data de referência
são calculadas utilizando o método do crédito unitário projectado e registadas integralmente na rubrica de provisões, enquanto o Fundo de
Pensões não for constituído.
Por outro lado, e de acordo com a Lei nº 2/2000 e os artigos 218º e 262º da Lei Geral de Trabalho, a compensação a pagar pelo BNA no caso de
caducidade do contrato de trabalho por reforma do trabalhador, determina-se multiplicando 25% do salário base mensal, praticado na data em
que o trabalhador atinge a idade legal de reforma, pelo número de anos de antiguidade.
Estas responsabilidades encontram-se reconhecidas na rubrica “Provisões” (Nota 13) e foram calculadas com base num estudo actuarial
efectuado por um actuário independente com referência a 31 de Dezembro de 2012.
j) Obrigações do Tesouro de Carteira Própria
As Obrigações do Tesouro, adquiridas a valor descontado, são registadas pelo valor de reembolso (valor nominal). A diferença entre o custo de
aquisição e o valor nominal destes títulos, que corresponde ao desconto verificado no momento da compra, é reconhecida contabilisticamente
como proveito entre a data de aquisição e a data de vencimento dos títulos. Os juros corridos relativos a estes títulos são contabilizados na rubrica
de “Proveitos a receber”.
Conforme publicado em Diário da República, as Obrigações do Tesouro emitidas em moeda nacional desagregam-se em duas categorias e são
valorizadas da seguinte forma:
i) Indexadas à taxa de câmbio do dólar dos Estados Unidos e sujeitas a actualização cambial. O resultado da actualização cambial do
valor nominal do título é registado na demonstração de resultados do exercício em que ocorre;
ii) Indexadas à variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) na cidade de Luanda, divulgado mensalmente pelo Instituto Nacional
de Estatística - INE. O resultado da actualização do valor nominal do título, de acordo com a variação do referido índice, e os juros
corridos são reflectidos na demonstração dos resultados do exercício em que ocorrem.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a desagregação da rubrica “Activos sobre o exterior” por moeda é a seguinte:
Da rubrica “Notas e moedas estrangeiras” fazem parte os meios físicos existentes nas tesourarias de Luanda e de cada uma das delegações
regionais, sendo o seu controlo efectuado regularmente por meio de inventários físicos. O saldo apresentado encontra-se maioritariamente
denominado em dólares dos Estados Unidos.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Aplicações sobre não residentes”, representa as aplicações do BNA em depósitos a prazo em
bancos internacionais que se caracterizam pela contratação por prazo até 1 ano, remuneradas a uma taxa média anual de 1,00% e 1,14%,
respectivamente.
No decorrer do exercício de 2012 foram reembolsadas as aplicações subordinadas, que respeitavam exclusivamente a depósitos a prazo numa
contraparte externa a caucionar compromissos de terceiros garantidos pelo BNA.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a composição da rubrica “Aplicações sobre não residentes” em termos de prazos residuais até ao vencimento
é a seguinte:
A rubrica “Aplicações geridas por entidades externas” diz respeito a investimentos em activos de carteira discricionária. As responsabilidades
futuras assumidas pelo BNA para chamadas de capital junto destes gestores, registadas em contas extrapatrimoniais, ascendiam em 31 de
Dezembro de 2012 a aproximadamente Kz 22.029.707 mil (Nota 16).
Durante o ano de 2012, registou-se um aumento significativo do investimento em títulos de dívida soberana estrangeira e em ouro, enquadrado
na política de investimentos vigente, com vista à diversificação das Reservas Internacionais e maximização da rentabilidade, em função do perfil
de risco definido nas linhas mestras de actuação.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a carteira de títulos de dívida soberana estrangeira decompõe-se, de acordo com o emitente e prazos
residuais até ao vencimento, da seguinte forma:
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, os títulos de dívida soberana estrangeira são remunerados a uma taxa média anual de 1,75% e 2,13%,
respectivamente.
A rubrica “Participações em moeda estrangeira” diz respeito à participação no capital do African Export-Import Bank (Afrexim Bank). Relativamente
a esta posição encontram-se registados dividendos a receber na rubrica “Dividendos Afrexim Bank” (Nota 7) e a parcela de capital subscrita não
realizada na rubrica “Subscrição de Capital - Afrexim Bank“ (Nota 12).
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011 a reserva de ouro encontra-se valorizada ao preço de mercado de 1.675,35 USD e 1.563,70 USD,
respectivamente, por cada onça de ouro.
Nota 4 - Crédito interno
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Obrigações do Tesouro” corresponde ao valor nominal dos títulos em carteira, emitidos pelo
Tesouro Nacional, subscritos pelo BNA.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o saldo da rubrica “Operações de redesconto de títulos” refere-se aos montantes solicitados pelas instituições
financeiras bancárias ao BNA, para o cumprimento das reservas mínimas de caixa por via de operações de cedência de liquidez. Nas mesmas
datas, as operações de redesconto são remuneradas a uma taxa média anual de 11,5% e 20%, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Obrigações do Tesouro” decompõe-se como se segue:
Em 31 de Dezembro de 2012, as Obrigações do Tesouro sem remuneração dizem respeito aos títulos emitidos pelo Ministério das Finanças para
realização de parte do capital social subscrito no exercício de 2011 (Nota 7).
Nota 5 - Imobilizações
O movimento nas rubricas de imobilizações incorpóreas, corpóreas e em curso durante os exercícios de 2012 e 2011 foi o seguinte:
No decorrer do processo de regularização dos registos de imobilizado, levado a cabo nos exercícios de 2012 e 2011, procedeu-se ao abate de
diversos bens de imobilizado, cujo saldo contabilístico se apresentava como nulo. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Imobilizações
em curso – Imóveis” refere-se às seguintes obras em curso, por delegação:
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o saldo da rubrica “Imobilizações em curso – Benguela” corresponde ao investimento que tem vindo a ser
efectuado na remodelação do edifício nessa delegação para a criação de um centro de formação bancária.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o saldo da rubrica “Imobilizações em curso – Luanda” inclui o investimento na melhoria das instalações do
edifício sede do Banco, nos montantes de Kz 223.709 mil e Kz 82.869 mil, respectivamente.
Nota 6 - Participações
A rubrica participações é detalhada como se segue:
O valor da quota do FMI corresponde à participação inicial da República de Angola equivalente a 286.300.000 Direitos de Saque Especiais
(“DSE”), que em 31 de Dezembro de 2012 correspondem a Kz 42.318.579 mil (Kz 43.287.556 mil em 31 de Dezembro de 2011).
Em 31 de Dezembro de 2012, a posição activa sobre o FMI engloba ainda a posição em Direitos de Saque Especiais, equivalente a 247.254.793
DSE, que corresponde a Kz 36.547.229 mil (256.128.062 DSE que equivale a Kz 38.726.664 mil em 31 de Dezembro de 2011).
Este foi um mecanismo utilizado pelo FMI de modo a possibilitar aos países membros obterem moeda. Os DSE não existem fisicamente, contudo,
os países podem trocar posições de DSE entre si e obter moeda em troca.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a taxa de câmbio de Kz para DSE corresponde a 0,006765 e 0,006614, respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o BNA continua a deter uma participação maioritária na EMIS – Empresa Interbancária de Serviços SA, cujo
objectivo social é a gestão da Rede Multicaixa e a consolidação do sistema de pagamentos de retalho em Angola.
Nota 7 - Outros Valores Activos
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
No exercício de 2012, a variação da rubrica “Outros valores activos – Subscrição de capital” decorre dos seguintes movimentos:
Valores em Milhares de Kz
Saldo em 31 de Dezembro de 2011 269.995.000
Reduções do Exercício de 2012
Emissão de obrigações do tesouro (Nota 4) 95.000.000
Afectação de Dividendos a Distribuir Relativos a Exercícios Anteriores
Exercício de 2010 (Notas 14 e 15) 20.245.682
Exercício de 2011 (Nota 15) 11.820.921
Incorporação de reservas 27.129.183
Saldo em 31 de Dezembro de 2012 115.799.214
O saldo da referida rubrica corresponde ao valor a realizar pelo Ministério das Finanças, referente ao aumento de capital social que visa
cumprir com o artigo n.º 4 da Lei Orgânica do BNA. No exercício de 2012, o Ministério das Finanças emitiu obrigações do Tesouro no valor de
Kz 95.000.000 mil para realização de parte desse capital social. (Nota 4).
Em 31 de Dezembro de 2012, o saldo da rubrica “Outros valores activos - Custos diferidos com emissão de notas” corresponde, essencialmente,
ao pagamento associado aos custos de produção da nova família de notas e moedas do Kwanza que apenas entra em circulação no ano de 2013.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o saldo da rubrica “Outros valores activos - Devedores diversos” apresenta a seguinte composição:
O saldo da rubrica de “Depósitos para constituição de Fundo de Pensões” diz respeito à regularização efectuada nas dotações da rubrica “Provisão
para pensões de reforma e sobrevivência” (Nota 13).
O saldo da rubrica “Condomínio das Flores” corresponde ao investimento efectuado pelo BNA em 2004 num empreendimento imobiliário de
100 habitações para os seus colaboradores. Os custos suportados pelo Banco com o referido projecto serão liquidados pelos colaboradores que
beneficiam destas construções, durante um período de 20 anos, através de amortizações mensais descontadas dos seus salários.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Outras contas de regularização - Controlo de imobilizado”, refere-se à aquisição de um conjunto de
bens que aguardam a respectiva conferência física e/ou a factura do fornecedor, sendo posteriormente transferido para a rubrica de imobilizações
corpóreas. No decorrer do exercício de 2012, o Banco prosseguiu com a implementação de medidas de controlo de forma a tornar o processo de
conferência física e validação de facturas mais eficiente.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Outras contas de regularização - Diversos” apresenta o seguinte detalhe:
A rubrica “Fundo Social - Sede” diz respeito ao montante a receber referente a ajudas extraordinárias concedidas pelo Banco aos seus
colaboradores para pagamento de despesas pontuais de cariz pessoal. Estes valores são posteriormente cobrados aos respectivos beneficiários,
juntamente com o processamento salarial.
Em 31 de Dezembro de 2011, a rubrica de “Regularizações” é referente a uma transferência de um gestor externo no último dia desse ano, que
apenas foi regularizada em Janeiro de 2012.
A rubrica “Constituição capital social instituições financeiras bancárias” foi reclassificada, em 2012, para “Outros valores passivos” (Nota 14).
Esta rubrica representa a produção de notas que o Banco Nacional de Angola colocou no mercado como instrumento de troca nas relações
comerciais do País, deduzido dos valores faciais que o BNA detém nas suas casas fortes e que aguardam a entrada em circulação no mercado ou
destruição, por já não apresentarem as condições físicas necessárias para circulação.
Os custos associados à depreciação anual das notas, tal como descrito na Nota 2.3, alínea f), estão reflectidos na rubrica “Outros valores activos
– Custos diferidos com emissão de notas”, os quais são reconhecidos linearmente em resultados do exercício, após entrada em circulação,
ao longo da vida útil estimada das notas (Nota 23).
Nota 9 - Títulos do Banco Central
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, as responsabilidades do BNA pela emissão de Títulos do Banco Central (TBC’s) apresentavam a seguinte
distribuição por instituição financeira e maturidade residual:
A emissão destes títulos enquadra-se no âmbito das medidas de política monetária, servindo como instrumento de controlo dos níveis de liquidez
no mercado monetário.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a taxa de remuneração média anual dos TBC´s é de 4,38% e 7,31%, respectivamente.
A rubrica “Depósitos de residentes - Tesouro Nacional” está inserida no âmbito do protocolo sobre a gestão da política fiscal e monetária e na
correspondente Adenda (denominados “Protocolos”) celebrados, respectivamente, em 19 de Setembro de 2002 e 12 de Agosto de 2003, com
o Ministério das Finanças, referente à gestão da Política Fiscal e Monetária, na qual o Tesouro deposita, entre outras receitas, as resultantes
dos impostos da exploração de petróleo e dos financiamentos obtidos. A remuneração desta conta apesar de prevista no protocolo nunca foi
implementada, sendo convicção da Administração que a referida remuneração referente aos exercícios de 2012 e anteriores não será exigível,
dado que o protocolo se encontra actualmente em revisão.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, os depósitos em moeda nacional e moeda estrangeira efectuados pelas instituições financeiras bancárias,
visavam satisfazer as exigências legais relativas aos níveis mínimos de reservas obrigatórias definidos pelo Banco Central, os quais não são
remunerados.
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, os depósitos overnight efectuados pelas Instituições Financeiras são remunerados pelo BNA a uma taxa de
juro anual de 1,50% e 2,00%, respectivamente.
Nota 11 - Outras Responsabilidades - Residentes
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica de “Outras responsabilidades residentes” apresenta a seguinte composição:
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o saldo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) representa as responsabilidades assumidas pela
República de Angola no âmbito do Stand by Agreement. Este valor diz respeito essencialmente aos saldos das contas de depósitos à ordem nºs 1
e 2 e à atribuição dos Direitos de Saque Especiais. Durante o exercício de 2012, o BNA recebeu a última tranche acordada no Stand by Agreement
de Novembro de 2009 no montante de USD 132.900 mil, equivalente a 85,89 milhões de DSE.
A rubrica “Subscrição de Capital - Afrexim Bank” representa o montante de capital subscrito e não realizado no African Export-Import Bank
(Afrexim Bank) (Nota 3).
Nota 13 - Provisões
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica apresenta o seguinte detalhe:
O movimento das provisões nos exercícios findos em 2012 e 2011 foi o seguinte:
As provisões para pensões de reforma e sobrevivência são provisões que o Conselho de Administração decidiu constituir desde o exercício
de 2010, com o objectivo de cobertura das responsabilidades com serviços passados relativas a pensões por velhice, reforma antecipada e de
sobrevivência dos seus colaboradores, com base num plano de benefícios definido (Nota 2.3, alínea i), sendo calculada através da aplicação
de 60% ao valor do salário pensionável dos participantes elegíveis. O número de participantes abrangidos pelo Plano de Pensões é apresentado
no quadro seguinte:
As responsabilidades decorrentes do plano de pensões foram determinadas com base em estudos actuariais com referência a 31 de Dezembro
de 2012 e 2011, tendo sido utilizado o método do crédito unitário projectado.
Os principais pressupostos actuariais e financeiros são os seguintes:
2012 2011
Pressupostos Actuariais e Financeiros
Taxa de juro 5% 7%
Taxa esperada de crescimento salarial 7% 4%
Taxa de crescimento das pensões 0% 0%
Data de retroactividade 01.01.1980 01.01.1980
Data de corte 31.12.2012 31.12.2011
Tábua de mortalidade/sobrevivência PF-60/64 PF-60/64
Momento de atribuição 60 anos de idade com mínimo 60 anos de idade com mínimo
da pensão de reforma de 5 anos de serviço de 5 anos de serviço
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a estimativa das responsabilidades por serviços prestados relativamente aos reformados e à população
activa do Banco elegível ascende a:
31.12.2012
Trabalhadores
Reformados Total
no Activo
Responsabilidades
Responsabilidades por Serviços Passados
Benefícios de reforma 48.645.351 25.936.826 74.582.177
Rubrica “Provisões para pensões de reforma
e sobrevivência” antes de reforço (42.424.285)
Reforço da provisão para pensões
de reforma e sobrevivência em 2012 (i) 32.157.892
(i) No exercício de 2012, o saldo das dotações da rubrica “Provisões para pensões de reforma e sobrevivência”, no montante de Kz 36.387.810 mil,
inclui o montante de Kz 4.229.917 mil referente a uma regularização efectuada por contrapartida da rubrica “Outros valores activos - Devedores
diversos” (Nota 7).
31.12.2012
Trabalhadores
Reformados Total
no Activo
Responsabilidades
Responsabilidades por Serviços Passados
Benefícios de reforma 32.230.662 11.423.540 46.654.202
Adiantamento efectuado em 2007
para constituição do fundo (4.229.917)
Rubrica “Provisões para pensões de reforma
e sobrevivência” antes de reforço (i) (17.095.600)
Reforço da provisão para pensões
de reforma e sobrevivência em 2011 25.328.685
(i) O saldo da rubrica “Provisões para pensões de reforma e sobrevivência”, que transitou do exercício de 2010, ascendia a Kz 18.500.000 mil,
no entanto durante o exercício de 2011 foi transferido o montante de Kz 1.404.400 mil para a rubrica provisões para compensação para reforma.
A rubrica “Provisões para riscos diversos” corresponde ao montante estimado pelo Conselho de Administração para cobrir potenciais riscos
ou responsabilidades de natureza específica, nomeadamente execução de garantias prestadas ou de outros compromissos, realização de
determinados activos, facturas não recepcionadas, cobertura de contingências relativas a operações cambiais antigas e outras responsabilidades
ou contingências legais.
A provisão para compensação para reforma corresponde ao montante a pagar aos colaboradores que atingem a reforma, conforme disposto na
Lei nº 2/2000 e os artigos 218º e 262º da Lei Geral do Trabalho (Nota 2 i).
As provisões para constituição de um Fundo Habitacional Social correspondem à estimativa do Conselho de Administração para financiar
investimentos imobiliários de cariz social, em conformidade com o disposto na Lei Orgânica do Banco. No decorrer do exercício de 2012, foi
utilizado um montante total de Kz 767.854 mil para pagamento dos imóveis situados na Cidade do Kilamba, município de Kilamba Kiaxi, atribuídos
aos colaboradores do Banco.
No decorrer do exercício de 2011, foi criado no Banco um novo modelo de avaliação de desempenho de colaboradores, que prevê a atribuição
de prémios de acordo com a performance do trabalhador. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a melhor estimativa do Banco para esta
responsabilidade é de Kz 612.402 mil e Kz 722.000 mil, respectivamente.
Durante o exercício de 2011, o Conselho de Administração do BNA decidiu utilizar as provisões para crédito concedido, constituídas em 2010 com
o seguinte detalhe: (i) para créditos concedidos a empregados no âmbito do fundo social, no montante de Kz 1.900.704 mil; e (ii) para fazer face
ao risco de crédito de uma operação antiga, considerada de difícil recuperabilidade no montante de Kz 12.738.183 mil.
Tendo por base as movimentações descritas acima, o montante de provisões registado em resultados do exercício resulta de:
Os reforços de provisões de desempenho e provisão de fundo habitacional são registados por contrapartida da rubrica “custos com pessoal”
(nota 21). Em 31 de Dezembro de 2012 o reforço destas provisões ascende a Kz 502.804 mil (em 31 de Dezembro de 2011 ascendiam
a Kz 3.222.000 mil).
Nota 14 - Outros Valores Passivos
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
As operações de tomada de liquidez em mercado aberto são referentes a operações de venda de títulos com acordo de recompra efectuadas com
as instituições financeiras bancárias. Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, as maturidades residuais destas operações são as seguintes:
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a taxa de remuneração das operações de tomada de liquidez em mercado aberto é de 11,50% e 12,00%,
respectivamente.
Em 31 de Dezembro de 2012, o saldo da rubrica “Constituição capital social instituições financeiras bancárias” corresponde aos valores recebidos
no âmbito da constituição do capital social de novas instituições financeiras bancárias. Em 31 de Dezembro de 2011, este valor encontrava-se
registado na rubrica de “Outros valores activos - Outras contas de regularização - Diversos” (Nota 7).
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, a rubrica “Operações pendentes regularização SPTR” reflecte as operações efectuadas nos últimos dias
de cada exercício no sistema SPTR, cuja regularização ocorreu nos primeiros dias do exercício seguinte.
Resultados Resultado
Capital Reservas Transitados do Exercício Total
Saldos em 31.12.2010 5.000 44.302.320 (13.385.540) 33.742.802 64.664.582
Aumento de capital social 269.995.000 - - - 269.995.000
Transferência de resultados de 2010 - 13.497.120 - (13.497.120) -
Distribuição de resultados de 2010 (Nota 7) - - - (20.245.682) (20.245.682)
Aumento de outras reservas - 35.129.358 - - 35.129.358
Diferenças de câmbio não realizadas - (21.422.587) - - (21.422.587)
Resultado líquido do exercício - - - 19.701.535 19.701.535
Saldos em 31.12.2011 270.000.000 71.506.211 (13.385.540) 19.701.535 347.822.206
Aumento de capital social - - - - -
Transferência de resultados de 2011 - 7.880.614 - (7.880.614) -
Distribuição de resultados de 2011 (Nota 7) - - - (11.820.921) (11.820.921)
Variação de outras reservas - (41.678.675) 13.385.540 - (28.293.135)
Diferenças de câmbio não realizadas - 12.519.905 - - 12.519.905
Resultado líquido do exercício - - - 10.116.440 10.116.440
Saldos em 31.12.2012 270.000.000 50.228.055 - 10.116.440 330.344.495
A transferência de resultados de 2011 corresponde a 40% do resultado líquido desse ano, tendo os restantes 60% sido colocados à distribuição
do Tesouro, conforme definido no artigo 89º da Lei Orgânica do Banco.
No exercício de 2012, a variação da rubrica de “Outras reservas” e “Resultados transitados” é explicada pela incorporação de reservas para
efeitos de realização de parte do aumento do capital social que havia sido subscrito em 2011 (Nota 7).
Nota 16 - Contas Extrapatrimoniais
Estas rubricas têm a seguinte composição:
Na rubrica “Responsabilidades por prestação de serviços” encontram-se, essencialmente, as responsabilidades do BNA actuando enquanto
custodiante dos títulos emitidos pelo Ministério das Finanças (Bilhetes do Tesouro e das Obrigações do Tesouro). Esta rubrica apresenta
a seguinte decomposição:
A rubrica “Garantias prestadas e outros passivos eventuais” refere-se a promissórias assumidas pelo BNA, perante entidades estrangeiras,
as quais se encontram garantidas pelo Ministério das Finanças. Estas responsabilidades, encontram-se suportadas no Protocolo sobre a Gestão
da Política Fiscal e Monetária celebrado com o Ministério das Finanças, que refere explicitamente que esse Ministério é o responsável pelo seu
pagamento, sendo o BNA o garante da dívida em caso de incumprimento por parte do Ministério das Finanças.
Em 31 de Dezembro de 2012, a rubrica “Compromissos perante terceiros” inclui os compromissos futuros assumidos pelo Banco para chamadas
de capital junto das entidades externas que ascendem ao montante de Kz 22.029.707 mil (Nota 3).
Nos exercícios de 2012 e 2011, a rubrica “Juros de depósitos a prazo” é decomposta em:
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011 a rubrica “Juros de operações de redesconto de títulos” diz respeito aos juros recebidos pelo BNA referentes
às operações de redesconto efectuadas pelas instituições financeiras bancárias. Por sua vez, a rubrica de “Juros de operações de mercado aberto
- tomadas de liquidez” é referente aos juros pagos pelo BNA relativamente às tomadas de liquidez realizadas com as instituições financeiras
bancárias.
Nota 18 - Comissões
Nos exercícios de 2012 e 2011, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
As “Comissões recebidas” referem-se essencialmente às comissões arrecadadas em consequência das transferências bancárias efectuadas por
conta do Tesouro Nacional, nos termos do protocolo celebrado entre o BNA e o Ministério das Finanças.
As “Comissões pagas” dizem respeito a parte das comissões cobradas pelas entidades externas onde o BNA detém carteiras de gestão
discricionária.
Nota 19 - Resultados de Operações Financeiras
Nos exercícios de 2012 e 2011, esta rubrica apresenta a seguinte composição:
A partir de 31 de Dezembro de 2007, e tendo como base uma deliberação constante da acta n.º 08/A/2008 de 26 de Julho, do Conselho
de Administração, que também alterou o Plano de Contas, apenas as variações cambiais realizadas passaram a ser reflectidas nas rubricas
“Prejuízos cambiais realizados” e “Lucros cambiais realizados”. As diferenças cambiais potenciais passaram a ser registadas na rubrica “Reserva
de reavaliação cambial” (Nota 15).
Em 31 de Dezembro de 2012, o saldo da rubrica “Lucros em outras aplicações” corresponde a mais valias de valorização pelo justo valor das
carteiras geridas por entidades externas. Por sua vez, a rubrica “Prejuízos de aplicações geridas por entidades externas” evidencia as menos
valias de valorização dessas mesmas carteiras.
A rubrica “Receitas de contra-ordenações” é referente às coimas aplicadas pelo BNA às instituições financeiras bancárias e casas de câmbio,
pelo incumprimento das disposições legais em vigor.
Nota 21 - Custos com o Pessoal
Esta rubrica apresenta o seguinte detalhe:
No exercício de 2012, a rubrica “Outros encargos sociais facultativos” inclui o pagamento de um prémio adicional de Kz 1.077.885 mil
a colaboradores e reformados, alusivo ao dia da Tomada da Banca (14 de Agosto), prémio esse que no exercício de 2011 foi processado e pago
conjuntamente com a remuneração mensal, encontrando-se reflectido no saldo da rubrica “Remuneração de empregados”. Em 2012, esta rubrica
inclui ainda os custos incorridos com cabazes oferecidos pelo Banco na época festiva do Natal, no montante de Kz 537.460 mil.
Até ao exercício de 2011 as despesas de serviços clínicos dos colaboradores do Banco eram pagas às clínicas prestadoras do serviço, tendo em
2012 sido concedido um seguro de saúde, o que justifica o aumento da rubrica “Seguro de saúde” e a diminuição da rubrica “Serviços clínicos”.
No exercício de 2012, o subsídio de cantina foi extinto, passando a ser processado conjuntamente com as remunerações a empregados.
O Banco assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações pecuniárias a título de complemento de
reforma por velhice, reforma antecipada e pensões de sobrevivência. Estes encargos têm sido assumidos pelo Banco e registados como custo na
demonstração dos resultados no momento da sua liquidação.
No âmbito do artigo 262º da Lei Geral do Trabalho, o Conselho de Administração implementou um programa voluntário de pré-reformas, que
justifica o aumento do valor da rubrica “Compensação à reforma”.
No exercício de 2011, a rubrica “Seguros de acidente de trabalho”, integra os custos incorridos pelo Banco para a cobertura dos riscos resultantes
do exercício das funções dos seus funcionários, que passou a ser obrigatório a partir do exercício de 2007 ao abrigo da Lei Geral do Trabalho.
No exercício de 2011, a rubrica “Pensões de reforma” corresponde às contribuições realizadas para o Fundo de Pensões do Banco de Comércio
e Indústria, correspondente ao protocolo que define a atribuição de uma reforma complementar ao sistema nacional de segurança social para
os trabalhadores que já integraram os quadros do BNA e que transitaram para o BCI, e aos pagamentos das reformas que se encontram sob
responsabilidade directa do BNA. Em 2012, a referida rubrica apresenta saldo nulo, uma vez que os pagamentos efectuados no exercício tiveram
por contrapartida a utilização da provisão constituída para o efeito.
Nota 22 - Fornecimentos e Serviços de Terceiros
Esta rubrica apresenta a seguinte composição de saldos:
Em 2012, o aumento na rubrica “Outros fornecimentos de terceiros” decorre essencialmente da celebração de um novo contrato para a prestação
de serviços de transporte colectivo aos trabalhadores do Banco.
Nos exercícios de 2012 e 2011, a rubrica “Outros serviços de terceiros” tem a seguinte composição:
A rubrica “Serviços especializados de terceiros” regista, essencialmente, os custos de manutenção de máquinas automáticas de contagem
de moeda, bem como custos relativos a serviços de consultoria prestados durante os exercícios findos em 2012 e 2011.
Nota 23 - Custos com Emissão de Notas
Nos exercícios de 2012 e 2011, a rubrica “Custos com emissão de notas” diz respeito aos custos de produção de notas, que são diferidos
linearmente ao longo do período de vida útil das mesmas, actualmente estimada em 5 anos (Nota 2.3, alínea f).
Nota 24 - Impostos e Taxas
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
Não obstante o Banco no geral estar isento do pagamento de impostos, verificou-se durante o exercício, tal como no passado, o pagamento de
direitos alfandegários e inerentes sobre a importação de mercadorias e de outros impostos que não se inserem no âmbito da isenção prevista
na sua Lei Orgânica.
Nota 25 - Resultados Extraordinários
Nos exercícios de 2012 e 2011, esta rubrica apresenta o seguinte detalhe:
Em 31 de Dezembro de 2012 e 2011, o saldo da rubrica “Resultados extraordinários” diz essencialmente respeito ao registo de facturas
de fornecedores.
Nota 26 - Eventos Subsequentes
O Banco não tem conhecimento de quaisquer factos ou acontecimentos posteriores a 31 de Dezembro de 2012 que afectem ou venham a afectar
as demonstrações financeiras apresentadas.
Manuel António
Administrador
Conselho de Auditoria
1. INTRODUÇÃO
O presente documento resulta do estabelecido na alínea b) do Art.º 68.º da Lei 16/10 de 15 de Julho, conhecida como Lei Orgânica do BNA.
Por Despacho N.º 2623/12 de 17 de Dezembro do Ministro das Finanças, o vogal do Conselho de Auditoria indicado pelos trabalhadores do
BNA, Dr. Francisco João da Silva, foi dado por findo o seu mandato neste órgão social. Este facto, na nossa interpretação, reduz a nossa
capacidade de funcionamento, conforme ponto 2 do artigo 72.º.
Para emissão deste documento, socorremo-nos da documentação que nos foi presente pelo Conselho de Administração do Banco Nacional de
Angola, pelo Departamento de Contabilidade e Finanças, pelo Gabinete de Auditoria Interna bem como relatórios e pareceres dos auditores
externos e ainda toda a documentação que foi internamente produzida pelo Conselho de Auditoria durante o Exercício de 2012.
2. RESPONSABILIDADES
É responsabilidade do Conselho de Administração apresentar de forma verdadeira e apropriada o Relatório de Actividades, as Demonstrações
Financeiras, que inclui o Balanço, os Fluxos de Caixa, a Demonstração de Resultados e a proposta da sua aplicação, bem como todos os
outros documentos obrigatórios, anexos às demonstrações financeiras, conforme estabelecido no plano de contas aprovado pelo Conselho de
Administração.
A responsabilidade do Conselho de Auditoria é certificar as Demonstrações Financeiras e respectivos anexos, o que se entende como tratar
de expressar uma opinião consciente, imparcial, independente e profissional alicerçada no plasmado na Lei, que contenha uma apreciação do
grau de fiabilidade daqueles documentos e da observância das normas e obrigações legais, regulamentares e contratuais aplicáveis.
3. O RELATÓRIO
No âmbito das suas competências e poderes consignados na Lei, o Conselho de Auditoria, a fim de poder acompanhar o funcionamento
do BNA, participou, sempre que convocado ou atempadamente informado, das reuniões do Conselho de Administração.
Durante o ano, e nos termos do estabelecido na alínea c) do artigo 68 da Lei Orgânica do BNA, o Conselho de Auditoria acompanhou
presencialmente ou através dos relatórios da auditoria interna e dos auditores externos na sede, e nas delegações regionais onde existem
casas fortes, especialmente no final do ano, notando que os bens e valores à sua guarda se encontravam geralmente em apropriadas condições
de armazenamento. Com excepção das situações encontradas na Delegação Regional da Huíla, cujas condições mais se degradaram, de um
modo geral as contagens efectuadas por amostragem, automática ou manualmente, proporcionaram uma base sólida e credível de avaliação
de tais bens e valores, o que foi registado em Actas.
No desempenho das suas funções, o Conselho de Auditoria emitiu pareceres e recomendações sempre que lhe foi solicitado ou entendeu
oportuno. Estes documentos estão apensos às actas das reuniões do Conselho de Auditoria.
4. A CERTIFICAÇÃO
O Conselho de Auditoria observou as Demonstrações financeiras, acompanhou os movimentos de regularização e encerramento das contas
e escrituração contabilística do exercício de 2012. Nos termos do artigo 73 da Lei do BNA, sem prejuízo da independência e das competências
atribuídas ao Conselho de Auditoria e aos auditores externos, este órgão social interagiu com aqueles sempre que tal se revelou necessário.
O Conselho de Auditoria apreciou os esforços feitos pelo Governo e Administração do BNA no sentido de anular as reservas expressas no
relatório de 2011 e relacionadas com a emissão de uma garantia, inventariação e registo do imobilizado corpóreo e risco associado ao fundo
de pensões.
Nestes termos, o Conselho de Auditoria, de acordo com os critérios geralmente aceites e os aprovados pelo plano de contas do BNA, concorda
com uma das reservas expressa no relatório dos auditores externos, com a seguinte qualificação:
4.1 A reserva relacionada com as notas e moedas em circulação é válida. Esta reserva, que se mantém desde exercícios anteriores, apenas
conhecerá o seu levantamento quando o processo de substituição das notas e moedas em circulação estiver completo e desde que
sejam assegurados os adequados processos de controlo.
5. ÊNFASE
O Conselho de Auditoria não pode deixar de dar relevo ao possível impacto sobre o apuramento e reconhecimento do saldo médio da CUT-
MN e resultados transitados do BNA, caso não seja acordado e assinado o novo Protocolo sobre Gestão da Política Fiscal e Monetária entre
o Ministério das Finanças e o BNA. Não estando em risco o equilíbrio financeiro do BNA, por garantia do Tesouro nos termos da Lei, urge
no entanto finalizar a resolução da remuneração de serviços do BNA ao Tesouro Nacional o que depende apenas do acordo entre as duas
instituições o que, segundo nos foi informado, está já em desenvolvimento.
6. OPINIÃO
Em nossa opinião, e com excepção do que foi descrito no parágrafo número 4.1 acima, as demonstrações financeiras, o resultado das operações
e dos fluxos de caixa, apresentam em todos os aspectos considerados materialmente relevantes, a posição financeira do Banco Nacional
de Angola no exercício findo a 31 de Dezembro de 2012, e estão em conformidade com as normas e princípios contabilísticos geralmente
aceites, adequadamente expressos pelo plano de contas aprovado pelo Conselho de Administração.
O Conselho de Auditoria
Ao Conselho de Administração do
Banco Nacional de Angola
Ricardo Santos
Partner
Avisos
Instrutivos
Glossário