Está en la página 1de 6

Educação no Brasil

O estudo da história é fundamental para entendermos que, esta mesma, é feita por nós a cada dia,
caso contrário nossa identidade não se constrói. A história da educação nos mostra como se deu
o processo educacional, como a quem de fato era dirigido, a quem privilegiou, e principalmente,
entendermos o porquê da realidade atual educacional ser como é, haja visto que somos produto
direto do que uma vez foi.

Brasil Colônia (1500 – 1815)

O processo de colonização do Brasil desencadeou um outro subsequente ao de colonização das


terras. Liderado pelos jesuítas da companhia de jesus, deu-se então os primeiros passos na
educação dos povos que colonizavam o território brasileiro, entorno do ano de 1549.

As primeiras salas de aula nas terras brasileiras foram criadas pelos jesuítas, com o objetivo
principal de catequizar os índios. Na perspectiva jesuíta, a educação era religiosa e também
"civilizatória", ou seja, a apresentação de disciplinas que faziam parte da educação da civilização
européia ocidental, de modo a fazer com que os nativos saíssem da condição "primitiva" para
adentrar ao mundo europeu, fazendo parte da Tradição.

O ato de ensinar, de educacar por parte dos jesuítas, se dava também devido a uma necessidade
básica de comunicação das escrituras sagradas. Sem comunicação, não há catequese e,
consequentemente, não há conversão ao evangelho.

A educação nessa época se destinava aos chamados "curumirins", que eram os filhos dos índios,
e órfãos portugueses. Mais tarde aos filhos dos senhores de engenho e fazenda de gado, e por
fim, aos filhos dos escravos.

A educação se limitava a ser apresentada aos meninos.

Nas casas de formação moravam padres e meninos órfãos de portugual. O processo de


aprendizagem dos meninos órfãos portugueses era um instrumental para aguçar a curiosidade dos
indígenas-meninos para as aulas. Consequentemente as crianças educadas e catequizadas
auxiliavam no processo de conversão religiosa familiar. As aulas eram feitas no idioma
português e tupi (língua indígena litorânea).

Os jesuítas se utlizavam de muitas recursos para a educação/catequização. Pe. Anchieta se


utilizou dos usos e costumes indígenas como a música, a dança e cantos usados nos ritos e festas,
e adaptou para a educação. O teatro e a poesia também eram utilizados como ferramenta
pedagógica.
As casas de formação jesuíticas foram dando lugar aos colégios, e o foco do ensino mudou dos
curumirins aos filhos dos colonos. Os filhos de escravos também eram alfabetizados para serem
convertidos.

Até 1759 mais de 20 colégios foram implantados. Ano este que o Marquês de Pombal ordenou o
fechamento das escolas e expulsou os jesuítas para implantar o seu sistema educacional. As
chamadas "Aulas Régias". Esta era inspirada no sistema fabril inglês. Acabou não dando certo no
território brasileiro.

Em 1760 ocorre o primeiro concurso para professores públicos. Mas oficialmente se deu apenas
no ano de 1774.

Nesta época os estudos se davam na etapa inicial, chamados estudos menores onde eram
ministradas as aulas de: leitura, escrita, operações fundamentais da matemática e humanidades (
latim, grego, gramática...)

É a primeira vez que no Brasil a educação passa a ser Estatal e laica, muito embora o catolicismo
fosse muito presente.

Em 1777, Maria I demite o Marquês de Pombal. Nesta época as chamadas "Aulas Régias"
passam a se chamar "públicas".

Em 1792 D. João VI assume o Estado, e com a ameaça de invasão francesa, sob os comandos de
Napoleão, a família real embarcou para sua principal colônia, o Brasil. Com isso a cultura e a
educação do Brasil se impulsionaram.

Brasil Império (1822-1889)

Brasil em 1822 se torna de fato independente de Portugal.

Em 1824 se outorga a primeira constituição. Nesta a educação passa a ser gratuita.

Para se cumprir a determinação da constituição de 1824, deputados e senadores aprovam uma lei
em 15 de outubro de 1827 para se criar escolas de primeiras letras em todas as cidades e vilas.

Em 1834, um "ato adicional" alterou a constiuição e deu poder a cada província para definir as
regras educacionais. Os governantes das províncias eram nomeados pelo imperador.

O colégio D. Pedro II é fundado no RJ.

O método Lancaster é inserido no Brasil. Também conhecido como Ensino Mútuo ou


Monitorial. Tinha o objetivo de nsinar um maior número de alunos, usando pouco recurso, em
pouco tempo e com qualidade

O método Lancaster foi o primeiro método de ensino utilizado no Brasil. O imperador, Dom
Pedro I do Brasil, em 1823.
Primeira Repúlica (1889 – 1930)

Na educação foi um período de grandes reformas. O mundo também passava por um período de
transformações sociais, na indústria, força de trabalho, as greves operárias, na arte, no sistema
financeiro.

O Brasil nessa época adota o federalismo.

A ideia do ensino como direito público se fortaleceu.

Na constituição de 1891 a união passa a ser responsável pela educação no Rio de Janeiro, apenas.

O Brasil passava por uma falta de orientação nacional. Nesta época surgem movimentos de
reforma como: o "positivismo", que priorizava disciplinas cinetíficas como a matemática, física,
etc. Em detrimento das disciplinas da área humana. Outro movimento dessa época foi o
"escolanovismo", da "escola nova" visava um ensino público, livre e aberto. Visava combater as
desigualdades ocasionadas até mesmo pela geografia do país.

Devido a faltade orientação nacional, foi preciso se estruturar a administração e estabelecer


relações de poder hierárquicas. O papel do diretor da escola se torna preponderante e
exclusivamente masculino. Os cargos de professores do primário são preenchidos por mulheres
na sua maioria, pois era um trabalho socialmente aceito e elas concordavam em ganhar baixos
salários, que eram pouco atraentes ao público masculino.

Ocorre a burocratização do ensino.

Era Vargas (1930 – 1946)

Neste período o movimento da "escola nova" ganha força. Em 1932 é encabeçado o moviemnto
dos pinoneiros da "educação nova" que constava com nomes como: Lourenço Filho e Anísio
Teixiera. Que combatiam um modelo escolar restrito e elitista e ligado a religião. Defendiam o
modelo escolar laico, gratuito e público.

Isso decorria devido a um contexto educacional no Brasil onde 80% da população era analfabeta.
E o manifesto promoveu o debate sobre o modelo escolar para todos independente de classe
social.

Nesta época é criado o ministério da educação. o primeiro a assumir foi Francisco Campos. Este,
por ser católico fervoroso insitui o ensino religioso nas escolas públicas. O que ajudou a
promover a massificação da religião católica no país.

Em 1942 é promulgado leis orgânicas do ensino, onde ele se mostrou divido em:

• I – 5 anos de curso primário (de 7 a 11 anos)

• II – 4 anos de curso ginasial (12 a 15 anos)


• III – 3 anos de colegial (16 a 18 anos), podendo ser na modalidade clássico ou científico
(que acabou concentrando 90% dos alunos desse nível).

Ainda em 1939, recomendava-se a separação de gênero entre os alunos. No primário ao seu final,
turmas mistas. Para os mais velhos, recomendava-se organizar classes separadas.

Regime Militar (1964-1985)

Inicia-se o regime militar no Brasil. Sua forma ditatorial se instaura no ano de 1968 com o AI-5,
onde fechou-se o congresso e concentrou-se poder no executivo.

Nesta época temos o educador Paulo Freire exilado. Processo de industrialização e ensino
técnico, acelerado.

Um povo para executar tarefas, e não para pensar sobre elas.

Chama a atenção para o decreto-lei nº477, qyue diz o seguinte:

"Comete infração disciplinar o professor, aluno, funcionário ou empregado de


estabelecimentode ensino público ou particular que pratique atos destinados à
organização de moviementos subversivos, passeatas, desfiles ou comício não
organizados."

Nas escolas a presença da educação moral e cívica, o patriotismo, marcam forte presença.

Em 1971, se dá a oficialização do vestibular classificatório.

Pela Lei nº5.692, se estabelece o 1º e 2º graus, em substituição dos antigos primário, ginásio e
colegial.

Decresceram ao longo do regime, os investimentos nas áreas de educação no quesito salário de


docentes. Desta forma se migrava para a rede privada de ensino para ensinar.

Nova república (1985-atual)

A educação, no pós-ditadura, foi repensada. Muitas mudanças aconteceram na esfera


pedagógica. Algumas das medidas foram: o piso salarial para professores, garantia essa que veio
depois de um período onde o professor tinha uma insegurança salarial. Universalização do
ensino. Inclui-se a educação infantil e básica.

Em 1988 a nova constituição foi outorgada. Percebe-se influências do movimento do


escolanovismo nos preceitos subjetivos da educação, na contituição.

Há investimentos em mais escolas e formação capacitada de docentes. Cerca de 18% da receita


de impostos da união e 25% de impostos dos estados e municípios destinada a educação.

Nesta época surgem novas leis para a educação.


Em 1996, a nova lei de diretrizes e bases da educação nacional, reforçou aspectos importantes
da constituição, como a municipalização do ensino fundamental. Formação de docentes em
nível superior e educação infantil na posição inicial da educação básica.

No lugar do 1º e 2º graus se instaura o ensino fundamental e o ensino médio.

A educação inclusiva também é pensada para a rede regular de ensino.

Em 1998, surge o ENEM.

Aumenta-se para 9 anos o tempo de ensino fundamental.

Muitos programas surgiram nos governos posteriores para a alfabetização como o "alfabetização
solidária" no governo FHC e levado adiante no governo Lula como "Brasil alfabetizado".

Paulo freire

Um dos educadores mais importantes para a educação do Brasil e do mundo, é Paulo freire.

Autor da obra "pedagogia do oprimido", defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler
o mundo" para poder transformá-lo.

Paulo freire detém reconhecimento mundial, com muitos escritos traduzidos para outras línguas.

O pensamento dele era assumidamente político, de mudança efetiva, ou seja, para parcelas
desfavorecidasda sociedade, leva-las a entender essa condição e agir em favor da própria
libertação.

Criticava muito o que ele qualificou como "educação bancária", onde o professor age como
quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. A crítica é a um sistema que
aliena. Onde se fragmenta a curiosidade, espírito investigativo ea criatividade.

Resumidamente a "educação freiriana" era baseada na inquietação. Se criticava a noção de que


ensinar é transmitir um saber. Para ele ensinar é possibilitar a criação ou a produção de
conhecimentos.

O papel do professor é ser diretivo e informativo. Portanto existe autoridade, mas não
autoritarismo. Deve-se ensinar conteúdos mas não de forma absoluta.

Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização, na região de Angicos, RN, foram


alfabetizados 300 cortadores de cana e 45 dias.

As etapas do processo eram as seguintes:

• Investigação

• Tematização
• Problematização

Algumas frases do educador Paulo Freire:

"ninguem ensina nada a ninguém, mas ninguém aprende sozinho."

"Os homens se educam entre si mediados pelo mundo."

"Não há saberes melhores ou piores, mas sim, diferentes."

"Pedagogia freiriana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo."

Através da análise da história da educação, pode-se contemplar, através do processo político e


social, à quem a educação era acessível e à quem era faltosa. Cabe a nós, atuantes presentes da
história, sabermos lê-la de fato para não cometermos injustiças e ignorarmos o passado, tão
presente.

SCACHETTI, Ana Ligia. Série especial: História da Educação no Brasil. Nova Escola, 2018.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1910/serie-especial-historia-da-educacao-no-
brasil

También podría gustarte