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O estudo da história é fundamental para entendermos que, esta mesma, é feita por nós a cada dia,
caso contrário nossa identidade não se constrói. A história da educação nos mostra como se deu
o processo educacional, como a quem de fato era dirigido, a quem privilegiou, e principalmente,
entendermos o porquê da realidade atual educacional ser como é, haja visto que somos produto
direto do que uma vez foi.
As primeiras salas de aula nas terras brasileiras foram criadas pelos jesuítas, com o objetivo
principal de catequizar os índios. Na perspectiva jesuíta, a educação era religiosa e também
"civilizatória", ou seja, a apresentação de disciplinas que faziam parte da educação da civilização
européia ocidental, de modo a fazer com que os nativos saíssem da condição "primitiva" para
adentrar ao mundo europeu, fazendo parte da Tradição.
O ato de ensinar, de educacar por parte dos jesuítas, se dava também devido a uma necessidade
básica de comunicação das escrituras sagradas. Sem comunicação, não há catequese e,
consequentemente, não há conversão ao evangelho.
A educação nessa época se destinava aos chamados "curumirins", que eram os filhos dos índios,
e órfãos portugueses. Mais tarde aos filhos dos senhores de engenho e fazenda de gado, e por
fim, aos filhos dos escravos.
Até 1759 mais de 20 colégios foram implantados. Ano este que o Marquês de Pombal ordenou o
fechamento das escolas e expulsou os jesuítas para implantar o seu sistema educacional. As
chamadas "Aulas Régias". Esta era inspirada no sistema fabril inglês. Acabou não dando certo no
território brasileiro.
Em 1760 ocorre o primeiro concurso para professores públicos. Mas oficialmente se deu apenas
no ano de 1774.
Nesta época os estudos se davam na etapa inicial, chamados estudos menores onde eram
ministradas as aulas de: leitura, escrita, operações fundamentais da matemática e humanidades (
latim, grego, gramática...)
É a primeira vez que no Brasil a educação passa a ser Estatal e laica, muito embora o catolicismo
fosse muito presente.
Em 1777, Maria I demite o Marquês de Pombal. Nesta época as chamadas "Aulas Régias"
passam a se chamar "públicas".
Em 1792 D. João VI assume o Estado, e com a ameaça de invasão francesa, sob os comandos de
Napoleão, a família real embarcou para sua principal colônia, o Brasil. Com isso a cultura e a
educação do Brasil se impulsionaram.
Para se cumprir a determinação da constituição de 1824, deputados e senadores aprovam uma lei
em 15 de outubro de 1827 para se criar escolas de primeiras letras em todas as cidades e vilas.
Em 1834, um "ato adicional" alterou a constiuição e deu poder a cada província para definir as
regras educacionais. Os governantes das províncias eram nomeados pelo imperador.
O método Lancaster foi o primeiro método de ensino utilizado no Brasil. O imperador, Dom
Pedro I do Brasil, em 1823.
Primeira Repúlica (1889 – 1930)
Na educação foi um período de grandes reformas. O mundo também passava por um período de
transformações sociais, na indústria, força de trabalho, as greves operárias, na arte, no sistema
financeiro.
Na constituição de 1891 a união passa a ser responsável pela educação no Rio de Janeiro, apenas.
O Brasil passava por uma falta de orientação nacional. Nesta época surgem movimentos de
reforma como: o "positivismo", que priorizava disciplinas cinetíficas como a matemática, física,
etc. Em detrimento das disciplinas da área humana. Outro movimento dessa época foi o
"escolanovismo", da "escola nova" visava um ensino público, livre e aberto. Visava combater as
desigualdades ocasionadas até mesmo pela geografia do país.
Neste período o movimento da "escola nova" ganha força. Em 1932 é encabeçado o moviemnto
dos pinoneiros da "educação nova" que constava com nomes como: Lourenço Filho e Anísio
Teixiera. Que combatiam um modelo escolar restrito e elitista e ligado a religião. Defendiam o
modelo escolar laico, gratuito e público.
Isso decorria devido a um contexto educacional no Brasil onde 80% da população era analfabeta.
E o manifesto promoveu o debate sobre o modelo escolar para todos independente de classe
social.
Nesta época é criado o ministério da educação. o primeiro a assumir foi Francisco Campos. Este,
por ser católico fervoroso insitui o ensino religioso nas escolas públicas. O que ajudou a
promover a massificação da religião católica no país.
Em 1942 é promulgado leis orgânicas do ensino, onde ele se mostrou divido em:
Ainda em 1939, recomendava-se a separação de gênero entre os alunos. No primário ao seu final,
turmas mistas. Para os mais velhos, recomendava-se organizar classes separadas.
Inicia-se o regime militar no Brasil. Sua forma ditatorial se instaura no ano de 1968 com o AI-5,
onde fechou-se o congresso e concentrou-se poder no executivo.
Nesta época temos o educador Paulo Freire exilado. Processo de industrialização e ensino
técnico, acelerado.
Nas escolas a presença da educação moral e cívica, o patriotismo, marcam forte presença.
Pela Lei nº5.692, se estabelece o 1º e 2º graus, em substituição dos antigos primário, ginásio e
colegial.
Muitos programas surgiram nos governos posteriores para a alfabetização como o "alfabetização
solidária" no governo FHC e levado adiante no governo Lula como "Brasil alfabetizado".
Paulo freire
Um dos educadores mais importantes para a educação do Brasil e do mundo, é Paulo freire.
Autor da obra "pedagogia do oprimido", defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler
o mundo" para poder transformá-lo.
Paulo freire detém reconhecimento mundial, com muitos escritos traduzidos para outras línguas.
O pensamento dele era assumidamente político, de mudança efetiva, ou seja, para parcelas
desfavorecidasda sociedade, leva-las a entender essa condição e agir em favor da própria
libertação.
Criticava muito o que ele qualificou como "educação bancária", onde o professor age como
quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. A crítica é a um sistema que
aliena. Onde se fragmenta a curiosidade, espírito investigativo ea criatividade.
O papel do professor é ser diretivo e informativo. Portanto existe autoridade, mas não
autoritarismo. Deve-se ensinar conteúdos mas não de forma absoluta.
• Investigação
• Tematização
• Problematização
"Pedagogia freiriana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo."
SCACHETTI, Ana Ligia. Série especial: História da Educação no Brasil. Nova Escola, 2018.
Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/1910/serie-especial-historia-da-educacao-no-
brasil