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Referencial Teórico

A NBR 15575(ABNT, 2013) que se dedica a atender as exigências dos usuários nas
edificações, promovendo a habitabilidade, qualidade e duração das edificações que,
neste ponto de vista, são encaradas como construções duradouras, determina que as
construções devem ser encaradas como produto de uso seguro e eficiente do usuário.

Ainda Segundo Müller (2010) que discorre sobre NBR 9575(ABNT, 2010) as
construções são elencadas para atender os usuários em condições adequadas a utilização
do ambiente e, quando analisados os pontos de vista econômico e ambiental, as
construções não podem ser encaradas como descartáveis.

No tema abordado nesse projeto, a “biodeterioração”, se trata de um termo que já está


em uso há mais de 40 anos (Allsopp, 2004), que retrata a interação indesejada de micro
e macro-organismos e diversos materiais como, metais, vidro, madeira, concreto,
argamassas, óleos e combustíveis, entre outros. Assim no concreto e argamassa os
danos podem ser encarados como estrutural, estético ou funcional (Gaylarde, 2003).

Ainda na literatura biodeterioração é definida como: “qualquer indesejável mudança na


propriedade de um material, causada por uma atividade vital de organismos”; e como “o
processo o qual agentes biológicos (organismos vivos, etc.) são a causa de uma queda
na qualidade da estrutura ou em sua utilidade” (Rose, 1981).

Quando analisamos os agentes ambientais, a água pode ser determinada como um dos
principais agentes, estando diretamente relacionada a manifestações de patologias em
todo tipo de construção (Lins et al., 2017). Essa afirmação conflui com VERÇOSA
(1991) que retrata a umidade como não sendo apenas uma causa de patologias, mas age
também como meio para proliferação de grande parte das patologias em construções.
Assim é um fator essencial para o eflorecimento de ferrugens, mofo, bolores, perca de
pinturas, de rebocos e até causa de acidentes estruturais.

Têm-se as seguintes origens as umidades nas construções, conforme VERÇOZA


(1991):
• Trazidas durante a construção;
• Trazidas por capilaridade;
• Trazidas por chuva;
• Resultantes de vazamentos em redes hidráulicas;
• Condensação.

A água é encarada como elemento vital nos processos de biodeterioração e de


deterioração por micro-organismos, sendo que nenhum organismo vivo é capaz de se
desenvolver e proliferar em ambiente com sua ausência. Constata-se que ambientes
úmidos tendem a ter uma maior propensão do desenvolvimento desses processos (Filla
et al., 2010).

Após a cura do concreto, que se trata do aumento da resistência da pasta de cimento


após a pega, a água se torna um dos agentes que mais influenciam a degradação do
concreto. É por meio de seus poros que há frequentemente o ingresso de agentes
agressivos, tendo como vetor a água, onde a capilaridade se torna o mecanismo de
ingresso de água no corpo do concreto (Helene, 1993).

Conforme FILLA (2010) os micro-organismos são os agentes de deterioração menos


abordados no meio acadêmico, devido à maior abordagem ser no âmbito da deterioração
causada por ataques químicos de cloretos e sulfatos, ciclos de gelo e degelo, tensões
térmicas e álcali-agregado. De acordo com METZ et al. (2004), diversas outras
aplicações do concreto têm sido estudadas no tocante à biodeterioração de elementos de
fundações, redes de esgotos e mais recentemente à barragens.

Segundo WEI et al. (2013), a biodeterioração da estrutura do concreto é causada por


organismos que crescem em ambientes na superfície do concreto que oferecem
condições favoráveis (disponibilidade de água, baixo pH, etc.).

Ambientes que contribuem para a proliferação são aqueles com elevada umidade
relativa (portanto, entre 60% e 98%), com longos ciclos de umidificação e secagem,
gelo e degelo, alta concentração de dióxido de carbono (carbonatação em atmosferas
urbanas), grande concentração de íons de cloreto ou outros sais (portanto, ambientes
marinhos), ou grande concentrações de sulfatos e pequenas quantidades de ácidos
(tubulações de esgoto ou resíduos do tratamento de plantas) (Wei et al., 2013). Essa
informação se completa com a de FILLA (2010) que determina que a quantidade de
nutrientes para os micro-organismos são um dos fatores que determinam o
desenvolvimento do processo de biodeterioração dos concretos, como aditivos
orgânicos que são utilizados na confecção de concretos e argamassas e de matérias
orgânicas derivada da reação de outros micro-organismos. O nutriente existente define o
micro-organismo que inicia o processo acima citado.

A biorreceptividade está relacionada com o potencial de um determinado material


permitir a fixação e o desenvolvimento de micro-organismos em sua superfície, a qual
deriva de vários fatores, sendo ele: rugosidade, composição da camada superficial e
umidade presente no ambiente. (FILLA etal., 2010).

As ações de micro-organismos afetam o concreto principalmente na contribuição para a


erosão da face exposta do concreto, reduzindo sua camada protetora, acrescentando uma
maior porosidade no concreto, e acrescentando o transporte de materiais degradantes
para o concreto que acelera sua fissuração, ruptura, e outros danos além de reduzir a
vida útil da estrutura (Sanchez-Silva and Rosowsky, 2008).

Esses efeitos diretos causados pelo processo de biodeterioração em estruturas tem o


hábito de serem mais difíceis de correção e impossível de serem anuladas,
principalmente por fenômenos naturais, sendo necessária recorrer a proteção física ou
química que atuam sobre as causas indiretas, quais sejam, falhas por material defeituoso
ou problemas por análise e desenvolvimento do projeto e execução (MULLER, 2010).
A biodeterioração detém de ações de processos químicos, físicos e mecânicos, que
geram prejuízos que podem ser derivados de ação de micro-organismos, que utiliza
como alimento ou função metabólica o substrato como os ácidos orgânicos. Os minerais
contidos no cimento, agregados ou argamassas podem ser consumidos no processo de
metabolismo dos micro-organismos, que utilizam diretamente os nutrientes por alguns
tipos de bactérias. É comum bactérias nitrificantes gerarem ácido nítrico causando a
dissolução de cálcio pela reação e produzindo nitrato de cálcio solúvel levando ao
enfraquecimento da matriz (FILLA et al., 2010).

Segundo SAND (1987), depois de consumada a construção, o concreto é usualmente


imune a ataques biológicos por conta da sua alta alcalinidade. Apenas pequenas
atividades de microbactérias ocorrem em um alto pH. Contudo, com o tempo, o pH
alcalino da superfície de concreto é gradualmente reduzido pela carbonatação e
neutralização do sulfato de hidrogênio que se desenvolve em vários sistemas. (Lahav et
al., 2004; Matos and Arires, 1995; Nielsen et al., 2005; Zhang et al., 2008).

Quando o pH é neutralizado, o baixo pH na superfície do concreto cria condições que


favorecem uma colonização microbial por organismos neutrofílicos e/ou acidofílicos,
organismos. Tipicamente, Thiobacillus sp. (em conjunto com Acidithiobacillus sp.,
incluindo T. thioparus, T. novellus, T. neapolitanus, T. intermedius e T. thiooxidans)
desempenham papéis-chave nesses eventos de colonização (Mori et al., 1992; Parker,
1947). Assim, de acordo com Bastidas-Artega et al. (2008) a biodeterioração do
concreto é causado basicamente por bacterias, fungos, algas e liquens.

GAYLARD (2003) listou os materiais de construção, os micro-organismos, a ação


destes sobre os primeiros citados e o respectivo aspecto visual e biodeteriorado (Quadro
1). Nos estudos desenvolvidos por Gaylarde e Gaylarde (2000) sobre revestimentos
pintados em fachadas em oitos países na América Latina, se observou que as condições
ambientais mais propícias para o desenvolvimento do biofilme foi constante ciclo de
intemperes naturais, como, chuva, vento, e temperatura elevadas.
As patoligias mais comuns referente a umidade em construções, estão em mancha de
umidade, oxidação e corrosão de elementos metálicos, bolores, fungos, algas, liquens,
eflorescências, deslocamento de revestimento (desplacamento), friabilidade da
argamassa por dissolução de compostos cimentícios, fissuras e mudança de cor dos
revestimentos, tal como problemas de biodeterioração (ARAÚJO, 2003).

No quadro 2 estão descritos alguns efeitos da biodeterioração em materiais de


construção que possuem natureza mineralógica similar e podem sofrer o mesmo tipo de
ataque, como: rochas, concreto e argamassas (FILLA er al., 2010).

Segundo SILVA E PINHEIRO (2005), o diagnóstico de processos de biodeterioração é


preciso seguir o passos citados, bem como avaliar a microestrutura do concreto segundo
a associação das técnicas constantes no Quadro 3:

I – Verificar condições da estrutura (visual com documentação fotográfica de áreas


deterioradas e sãs);

II - Coleta de amostras documentadas por croquis e fotografias;

III – Avaliação geral do ambiente (na fase de execução e operação da estrutura);

IV – Informações a respeito do tipo de aglomerante, agregados, aditivos e adições


utilizados;

V – Avaliação da microestrutura do concreto ou argamassa com a utilização de técnicas


diretas e indiretas.
As técnicas de prevenção que podem ser empregadas para evitar a biodeterioração de
estruturas de concreto estão a manutenção da superfície lisa, isolamento da água
(impermeabilização), a previsão de níveis para evitar o acúmulo de água, a poda
adequada de vegetação próxima à estrutura e projetar um eficiente sistema de drenagem
do terreno adjacente à estrutura (SILVA E PINHEIRO, 2005). Segundo FILLA et al.
(2010) a remoção do resíduos como poeira, fuligem, biofilmes e crostas as técnicas mais
utilizadas para a manutenção de superfícies biodeterioradas, mas, nem sempre são
eficazes, mesmo com a utilização de lavagem sobre pressão ou vapor.

O MID é o resultado do ataque de substâncias biogênicas de grande agressividade


corrosiva, que são os produtos da atividade metabólica de microrganismos proliferantes
(Cwalina, 2008). Deve-se levar em conta que os microrganismos causam tanto a
iniciação quanto a intensificação, de processos de corrosão de concreto. Além disso, a
proteção efetiva contra o MID requer o uso de métodos de gestão, incluindo
modificações no projeto de mistura de concreto, revestimentos e tratamentos com
biocidas. As Informações atuais sobre corrosão microbiana de concreto são limitado aos
microrganismos que foram bem isolado em cultura pura de ambientes naturais,
particularmente espécies de Thiobacillus. O papel dos outros microorganismos, por
exemplo, fungos, bactérias acetogênicas, e arquéias oxidadoras de amônia, na
degradação do concreto precisa de mais investigação para melhorar o nosso
conhecimento (Gu et al., 2011). Com o desenvolvimento de técnicas moleculares
envolvidas nesta área de pesquisa, o estudo de grupos específicos de microrganismos
envolvidos no processo de degradação está andamento. No entanto, os verdadeiros
papéis da cultura bacteriana inculta atividade no concreto, especialmente em seu
ambiente natural, permanece pouco compreendido.

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