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DISCIPLINA: FILOSOFIA
PROFESSORA: GLEIDE ALCÂNTARA
2. Os Sofistas
Com as mudanças ocorridas em Atenas na passagem de um poder aristocrático para a
democracia, surge uma nova Areté. Esse novo modo de vida é marcado profundamente pela
figura do cidadão, que deve cultivar os valores cívicos, principalmente a democracia, de forma
que os cidadãos possam governar a cidade discutindo e tomando decisões em conjunto na
Ágora. Para que essa discussão fosse possível, para que os homens pudessem efetivamente
participar dessa democracia, era essencial que os cidadãos tivessem as habilidades necessárias
para tal discussão.
Era essa
a função dos sofistas: ensinar o cidadão a falar. Os sofistas eram mestres na retórica e na
oratória, ambas entendidas como a arte de falar bem. Eram professores, muitas vezes
itinerantes, que, passando de cidade em cidade, ensinavam àqueles que podiam pagar por sua
arte e suas lições. Eram profissionais que ensinavam os jovens e davam mostras de sua
eloquência ao manipular as palavras no meio do povo, e só o faziam por meio de pagamento.
Quem soubesse falar melhor, quem soubesse levar o outro ao convencimento, quem tivesse
habilidade e astúcia nas palavras ganhava a discussão em praça pública.
Sofista vem de sophos, que significa sábio. A palavra tem a mesma raiz do termo filosofia, sendo
ambas procedentes de sophia (sabedoria).
2.1 Relativismo
Para os sofistas, o que importa não é o conteúdo da ideia, mas sim a maneira como ela é
argumentada, podendo ser convincentemente defendida como certa ou errada, dependendo das
intenções de quem as defende ou as contradiz.
Como, para os sofistas, é possível argumentar persuasivamente contra ou a favor de qualquer
ideia, isso significa que eles não acreditam na existência de verdades únicas e absolutas.
Será que realmente existe uma natureza, uma essência, uma verdade única e determinante que
é exclusiva para todos os homens? Ou será que as verdades não passam de convenções
humanas sobre temas variados que podem se alterar de acordo com o argumento?
Os sofistas acreditavam que os valores e as ideias são muitos e variam de acordo com cada
povo e de lugar para lugar, assim, defendiam não existirem normas, ideias e valores únicos e
absolutos para todas as pessoas. Por isso, os sofistas são considerados relativistas.
Para eles, as verdades morais, políticas, religiosas, a natureza dos homens – divididos como
melhores ou piores –, a origem dos estados e das cidades, tudo isso é pura convenção, não é
natureza, não é physis, mas tão somente manifestações da vontade humana em algum tempo
anterior. Desse modo, se tudo é convenção, se tudo é opinião criada e não determinada pela
natureza, tudo pode sofrer alterações. Para isso, basta que se argumente, que se convença, que
se apresentem as razões. É este, aliás, o significado de retórica: a arte de oferecer argumentos
que possam persuadir os homens daquilo que é melhor e útil para eles e para a cidade. A arte
da retórica fundamenta-se, então, na dialética, que é a arte de discutir e confrontar ideias.
Dentre os mais importantes sofistas, temos Protágoras de Abdera e Górgias de Leontini,
conhecidos como os primeiros pensadores da sofística. Falemos destes dois expoentes da arte
da argumentação.
3. Sócrates
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Niilismo: Termo usado, na maioria das vezes, com intuito polêmico, para designar doutrinas que se
recusam a reconhecer realidades ou valores cuja admissão é considerada importante. Teoria filosófica
que se fundamenta na ideia de que não existe o ser. Sendo assim, alcançar a verdade sobre alguma coisa
é impossível. Niilista é aquele que não acredita nas verdades e que rejeita a possibilidade de alcançá-las.
Sócrates é considerado o fundador da chamada filosofia clássica. Sócrates não possui nenhuma
obra escrita. Tudo o que sabemos a seu respeito provém de fontes indiretas, principalmente das
obras de Xenofonte, Aristófanes, Platão e Aristóteles.
A filosofia socrática se baseia, fundamentalmente, nas ideias do “Conhece-te a ti mesmo” e do
“Só sei que nada sei”. A preocupação central de Sócrates, e o que é mais importante de toda a
sua filosofia, foi pensar o homem tal como os sofistas já faziam. Sócrates não se interessa pelo
conhecimento da origem do Universo, como era típico do pensamento pré-socrático, nem mesmo
pelas técnicas do bom discurso, o que irá criticar nos sofistas, mas a intenção do pensamento
socrático é encontrar a verdade que irá servir como critério das ações dos homens que vivem
em sociedade.
Perguntando sempre “o que é ...?”, Sócrates se põe a serviço da verdade em busca de definições
claras e únicas sobre aquilo que determina a moral humana.
Sócrates sabia que não sabia nada, ou seja, percebeu que os outros acreditavam saber sobre
todas as coisas e por isso se fechavam ao conhecimento, enquanto ele admitia que aquilo que
conhecia era muito pouco ou insignificante em relação a tudo o que se pode conhecer. Sócrates
reconhece que, a cada conhecimento obtido, uma nova ignorância surge. Dessa forma, Sócrates
resume o próprio espírito da Filosofia, que se constitui na busca incessante pela verdade por
meio da investigação, da crítica, do questionamento. Em Sócrates, a Filosofia é vista mais como
atitude do que como um conjunto de conhecimentos e saberes prontos e acabados sobre o
homem e o mundo.