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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA - PPGEEL

PROTEÇÃO DIGITAL DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA – EEL 5102969

DIOGO VINICIUS JOÃO


VITOR ANTUNES

CONFIGURAÇÃO DAS FUNÇÕES DE PROTEÇÃO


DE SOBRECORRENTE DO RELÉ SEL 451 E
SIMULAÇÃO EM UM SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

FLORIANÓPOLIS
11/2017
Índice
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 3
2 SISTEMA ANALISADO .......................................................................................................... 4
3 DIMENSIONAMENTO E CONFIGURAÇÃO DAS PROTEÇÕES ................................... 6
3.1 Dimensionamento da relação de transformação dos TCs pela ANSI ..................... 6
3.2 Dimensionamento dos ajuste dos relés dos sistemas de proteção ......................... 7
3.3 Configuração do Religador ............................................................................................. 8
3.4 Resumo dos Ajustes ....................................................................................................... 9
4 TESTES E SIMULAÇÕES ................................................................................................... 10
4.1 Conjunto de Testes A – Variação de Carga .............................................................. 11
4.2 Conjunto de Testes B – Atuação dos Relés .............................................................. 11
4.3 Conjunto de Testes C – Avaliação da coordenação do relé ................................... 14
4.4 Conjunto de Testes D – Sistema de Religamento .................................................... 15
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 18
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 19
1 INTRODUÇÃO

Visando garantir a segurança em sistemas de energia elétrica, há a


necessidade de se implantar sistemas de proteção, de maneira a possibilitar o
isolamento e o controle de possíveis faltas que possam vir a ocorrer, evitando
assim, o surgimento de problemas ocasionados por tais eventos.

Dentre os equipamentos utilizados em sistemas de proteção, os relés


exercem função fundamental, isolando uma falta ao comandar disjuntores
conectados em seus terminais de saida. Dos vários tipos de relés existentes,
destacam-se os relés de sobrecorrente, cujo os quais atuam na iminência de
excesso de corrente nos seus terminais de entrada. Estes equipamentos
detectam os elevados niveis de correntes no sistema, (geralmente ocasionadas
por curtos circuitos), e se for necessário, acionam os disjuntores que irão isolar
o problema. Assim a existência destes equipamentos e seu correto
dimensionamento é essencial para que se consiga, em casos de faltas na rede
elétrica, prover a segurança do sistema.

O presente trabalho tem como objetivo analisar um sistema teste,


desenvolvendo um sistema de proteção que consiga garantir a segurança do
sistema na presença de curtos-circuitos na rede, através de relés de
sobrecorrente. Para tanto, cálculos preliminares das correntes nominais da rede
elétrica e os limiares de operação dos equipamentos de proteção foram
realizados, dimensionando de forma mais segura possivel, o projeto de proteção
para a rede. Deste modo foi possível analisar a operação do sistema de proteção
através de diferentes curtos-circuitos no sistema, com variadas tipologias,
magnitudes e intensidades.

Por fim, foram propostos testes à serem realizados em laboratório com o


relé digital SEL-451 da Schweitzer Engineering Laboratories (SEL), pertencente
ao LAPSE (Laboratório de Proteção e Automação de Sistemas Elétricos) na
Universidade Federal de Santa Catarina. Nas simulações, o sistema e o relé
digital foi testado, a fim de comprovar os cálculos computados e confirmar os
devidos acionamentos de proteção em momentos oportunos.
2 SISTEMA ANALISADO

O sistema teste utilizado na realização deste trabalho é o sistema de


analise de faltas do IEEE (Istitute of Electrical and Electronics Engineers) de 13
barras apresentado na Figura 1, o qual se refere a uma rede de distribuição.

Figura 1 – Sistema utilizado

Para esta rede de distribuição, foram projetados dois sistemas de


proteção. Uma proteção encontra-se na saída do alimentador e outra ao fim do
ramo entre as barras 632-671. Na saída do alimentador, a proteção é constituida
de um relé SEL 451 com as funções 50 (religador automático), 51 (religador
temporizado), 50N (religador automático de neutro) e 51N (religador temporizado
de neutro). Já no ramo 632-671, a proteção constitui-se de um relé SEL 451
apenas com a função 50.

Com a configuração de proteção realizada, o sistema teste pode ser


dividido em duas zonas de proteção, conforme apresentado na Figura 2. A zona
de proteção 1 é regida pela proteção existente no ramo 632-671, protegendo os
componentes à jusante de sua posição. A zona de proteção 2 é regida pela
proteção localizada na saida do alimentador. Esta proteção protege os
equipametos localizados à jusante de sua posição e é coordenada com o sistema
de proteção da zona 1. Desta foma, o sistema de proteção na zona 2 é uma
proteção de retaguarda para a proteção da zona 1.
Figura 2 – Zonas de proteção para o sistema estudado

Vale resaltar que o sistema teste possui propriedade radial com


terminações de ramos monofásicas, bifásicas e trifásicas, caracterizando um
sistema de distribuição de energia elétrica condinzente com a realidade. Este
fato proporciona um desiquilibrio natural no alimentador, sendo este um dos
pontos críticos para a configuração do sistema de proteção proposto.

Os valores de curtos-circuitos foram obtidos de [3], e os valores de


corrente nominais foram calculadas de acordo com a teoria de soma das
potências dos estudos de fluxo de potência em análise de redes de distribuição
de energia elétrica. Os dados gerais do sistema teste pode ser encontrado em
[4].
3 DIMENSIONAMENTO E CONFIGURAÇÃO DAS PROTEÇÕES

O projeto de um sistema de proteção com relés de sobrecorrente


implantadas, leva ao dimensionamento de limiares de corrente para sua atuação
e o dimensioanemnto dos Transformadores de Corrente (TCs) que alimentam os
relés. A coordenação das zonas de proteção utilizam a curva inversa de atuação
dos relés e o religamento da proteção é realziado pelo relé 79. O
dimensionamento e as configuração destas propriedades são descritas nesta
seção. Salienta-se que todos os dados utilizados foram retirados da referência
[3], e o procedimento realizado seguiu os princípios contidos nas referências [1]
e [2], seguindo o enunciado proposto para este trabalho cedido pelo professor
da disciplina.

3.1 Dimensionamento da relação de transformação dos TCs pela ANSI


Iniciam-se o dimensionamento dos equipamentos de proteção pelos TCs.
Esses equipamentos devem ser corretamente dimensionados, pois são esses
que alimentam os relés que irão comandar os disjuntos isolando as faltas. Desta
forma, busca-se uma relação de transformação adequada que consiga
reproduzir no seu secundário, a corrente do primário em menor escala.

A relação de transformação de TCs pode ser obtida segundo a análise de


dois critérios, sendo eles: critério de carga e de sobrecorrente. Uma análise
comparativa é realizada sobre as correntes nominais e de curto circuito a fim de
utilizar a maior corrente para o dimensionamento. Para a corrente de curto-
circuito analisada, leva-se em consideração um fator de sobrecorrente (FS),
padronizado como FS=20. Este fator relaciona a máxima corrente de curto-
circuito que pode passar pelo primário do TC e a corrente primária nominal. Sua
finalidade é manter uma precisão de classe pré-definida. Matematicamente, a
corrente em questão é dividida por FS.

As correntes nominais e máximas de curto-circuito por fase (considerando


a influência do fator FS=20), obtidas nos cálculos realizados são apresentados
na Tabela 1.
Zona de proteção 1 Zona de proteção 2
𝑰𝑨𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝟒𝟑𝟑, 𝟒 𝑨 𝐼𝐴𝐶𝐶 = 167,5 𝐴 𝐼𝐴𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 519,0𝐴 𝐼𝐴𝐶𝐶 = 240,1 𝐴
𝑰𝑩𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝟏𝟗𝟏, 𝟓 𝑨 𝐼𝐵𝐶𝐶 = 163,5 𝐴 𝐼𝐵𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 473,9 𝐴 𝐼𝐵𝐶𝐶 = 235,3 𝐴
𝑰𝑪𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝟑𝟎𝟐, 𝟗 𝑨 𝐼𝐶𝐶𝐶 = 148,2 𝐴 𝐼𝐶𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 421,3 𝐴 𝐼𝐶𝐶𝐶 = 219,6 𝐴

Tabela 1 – Correntes nominais e de cada zona de proteção

Partindo desses dados, as relações de transformação são dimensionadas


para a maior corrente em cada zona de proteção. Assim os TCs 1 e 2 são
dimensionados para 433,4 e 519 𝐴, respectivamente. Para estas correntes, a
norma ANSI estabelece as seguintes relações:

600 600
𝑇𝐶1 : 𝑇𝐶2:
5 5

3.2 Dimensionamento dos ajuste dos relés dos sistemas de proteção


Dimensionando primeiramente a zona de proteção 1, cuja a qual contém
apenas um relé com a função 50 (instantâneo), avalia-se a menor corrente de
curto-circuito no ponto mais afastado de sua proteção. Palafraseando de uma
maneira mais técnica, utiliza-se a corrente de curto-circuito existente em sua
zona de proteção que provocaria a menor corrente no secundário do TC de sua
proteção. Esta corrente, para o sistema teste analisado, está presente na barra
652 para uma falta monofásica de magnitude de 1796 A (14.97 A no secundário).
Desta análise, o ajuste do relé de proteção instantâneo da zona 1, 50(1), é
configurado pára 14.97 A.

Para a zona de proteção 2, o dimensionamento dos equipamentos são


realizados de forma mais detalhada, haja visto que esta possui relés
temporizados e instantâneos, de fase e de neutro e é coordenado com a
proteção à jusante.

Iniciando com o ajuste das funções temporizadas, relé 51, o seguinte


critério de desigualdade deve ser estabelecido, onde os valores são pertinentes
ao secundário do TC2 e relacionados às correntes nominais e de curto-circuito.

𝐼𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜 𝑚𝑖𝑛𝑖𝑚𝑜 𝑛𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒𝑔𝑖𝑑𝑜


1,5 ∗ 𝐼𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 ≤ 𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 ≤
1,1
Nesta expressão, a corrente nominal de carga utilizada é a maior corrente
entre as fases no ponto de instalação da proteção e a corrente de curto-circuito
é a menor corrente existente na zona de proteção. Dessa forma, a proteção
cobre toda sua zona e atua como retaguarda para a proteção à jusante.

O menor valor da inequação é o tap do relé, que por apresentar uma


precisão de 0.01, com os calculos para 50% da corrente nominal, resultou em
um ajuste no valor de 7,1 A. Por outro lado, o ajuste superior da inequação, levou
em consideração a curva inversa do relé para um valor de delay (∆t) de 0.45s.
Utilizou-se para este ajuste a curva IEC de 10%, cedendo um multiplo M igual a
4, levando à uma corrente de magnitude 28,27 A. Destas análises, o ajuste do
relé 51 se resume conforme a inequação apresentada a baixo.

7,1 𝐴 ≤ 𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒51 ≤ 28,3 𝐴

A proteção instantânea para a zona de proteção 2, 50(2), foi ajustada de


acordo o limiar de atuação do relé 51, ou seja, seu valor de ajuste foi configurado
para 28,3 A. Desta forma, correntes refletidas no secundário do TC2 de
magnitude maior que 28,3 A, fará com que o relé 50(2) atue antes da atuação do
relé 51. Correntes com magnitudes menores que 28,3 A, supondo a necessidade
de atuação da proteção 2 (falha da proteção 1), será protegida pelo relé 51 com
tempo maior que 0,45s. Desta configuração, as duas proteções da rede são
perfeitamente coordenadas conforme solicitada no enunciado deste trabalho.

Para as proteções de neutro (50N e 51N), foi definido um ajuste para o


desbalanço entre as fases de 33%. Desta forma, a inequação apresentada a
baixo cede a relação do ajuste, onde o tap do relé de neutro é encontrado no
valor de 1,6 A. Não havendo proteção de neutro à jusante, tanto o relé 50N
quanto o 51N foi ajustado com valor de 1,6 A.

𝐼𝑐𝑐 1Ø 𝑚𝑖𝑛𝑖𝑚𝑜
0,33 ∗ 𝐼𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 ≤ 𝐼𝑎𝑗𝑢𝑠𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑁𝑒𝑢𝑡𝑟𝑜 ≤
1,1

3.3 Configuração do Religador


A configuração da proteção para o sistema teste proposto, contou com
uma função de religamento (79), de modo a realizar três tentativas de
religamento da rede ao constatar uma falta. Este religamento faz-se uso para
situações onde há a presença de faltas momentâneas, onde a falha extingue-se
antes de provocar danos a rede elétrica. Como definido no enunciado do
trabalho, utilizou-se um tempo entre um religamento e outro de 0,5s, ou seja. 30
ciclos.

3.4 Resumo dos Ajustes


Com o intuito de melhor apresentar os ajustes e configurações realizadas
na configuração da proteção da rede de distribuição analisada, a Tabela 2
resume os valores apresentados nesta seção.

Parametro Ajuste Parametro Ajuste Parametro Ajuste Parametro Ajuste


TC1(RTC) 120 50(1) 14,97[A] Tap 51 7.1[A] Tap Neutro 1.6 [A]
TC2(RTC) 120 50(2) 28.30[A] Lim 51 28.3[A] Religamento 30Ciclos

Tabela 2 – Resumo das configurações da proteção


4 TESTES E SIMULAÇÕES

A partir dos valores de ajustes calculados, o software AcSELerator


Quickset foi utilizado para carregar as configurações projetadas para o relé SEL-
451. Desta forma, um arquivo foi gerado com as configurações necessárias. Este
arquivo está anexado a este trabalho em formato ZIP para ser avaliado junto com
o conteudo deste relatório.

O processo de simulação do funcionamento do sistema de proteção em


laboratório, consiste em configurar um aplicativo com valores de corrente de pré-
falta, corrente de falta e correntes pós-falta da rede. Estas correntes são
impostas à entrada do relé e este atua conforme a configuração importada pelo
software AcSELerator Quickset. Apesar de contar apenas com uma das
proteções projetadas em laboratório, planejou-se quatro conjunto de testes a fim
de garantir a proteção da rede de modo seguro e coordenado.

A Tabela 3 descreve os testes propostos para cada conjunto. De forma


geral, o conjunto A testa variações de carga esperando que não haja atuação da
proteção. O conjunto B testa o acionamento de cada função do relé configurado
individualmente, ou seja, testa a proteção instantânea e temporizada de fase e
a proteção de neutro do sistema da zona 2. O conjunto C testa o uso da curva
inversa na coordenação das proteções através de um caso hipotético onde a
corrente de curto-circuito é muito baixa, esperando um tempo de atuação alto.
Por fim, o conjunto D testa o religador da proteção, função (79), para um caso
onde a rede é restabelecida normalmente, e outro onde o curto se mantém.

Testes Programados
1 – Carga Normal
A 2 – Carga Pesada
3 – Carga com aumento de desequilíbrio
1 – Teste Relé 50
2 – Teste Relé 50 N
B
3 – Teste Relé 51
C 1 – Relé 51 com grande tempo de atuação
1 – Religamento com falta extinguida
D 2 – Religamento com falta persistida

Tabela 3 – Relação de testes propostos


Os testes descritos na Tabela 3 são detalhados e seus resultados são
apresentados no restante desta seção.

4.1 Conjunto de Testes A – Variação de Carga


Para o conjunto de testes A, buscou-se verificar a seletividade do sistema
de proteção através das variações nas correntes nominais do sistema, de forma
a simular variações de carga. Assim, os testes A-1, A-2 e A-3 foram planejados.

No teste A-1, simulou-se a operação do sistema para a carga nominal do


sistema. Para tanto as correntes utilizadas foram:

𝐼𝐴 = 4,32 [𝐴] 𝐼𝐵 = 3,95 [𝐴] 𝐼𝐶 = 4,71 [𝐴]

Já no teste A-2, simulou-se uma operação em carga pesada. Para


representar esta configuração, aumentou-se em 20% a corrente demandada,
assim as correntes utilizadas foram:

𝐼𝐴 = 5,19 [𝐴] 𝐼𝐵 = 4,74 [𝐴] 𝐼𝐶 = 5,65 [𝐴]

Para o teste A-3, procurou-se aumentar o desequilíbrio entre as fases,


objetivando analisar se um aumento de carga em apenas uma fase provocaria a
atuação da proteção de neutro. Para isso, aplicou-se um aumento de 20% na
corrente nominal da fase mais carregada. As correntes usadas nesse teste fora:

𝐼𝐴 = 4,32 [A] 𝐼𝐵 = 3,95 [A] 𝐼𝐶 = 5,65 [𝐴]

Os testes do conjunto A comprovou a seletividade do sistema de proteção


proposto em critérios que tangem a não atuação do relé em situações de
variação de carga. Os resultados dos testes não foram registrados pelo relé SEL-
451 por não apresentar trip no sistema.

4.2 Conjunto de Testes B – Atuação dos Relés


O conjunto de testes B, avaliou a atuação de cada relé conforme a ação
esperada em determinados casos. Projetou-se assim três testes baseados na
análise de curto-circuito do sistema teste presente em [3]. Avaliou-se com os
resultados em [3], cenários onde a corrente de curto-circuito levaria a atuar ou o
relé 50(2), ou o relé 51, ou o relé 50N.
Com o teste B-1, buscou avaliar o correto funcionamento do relé 50(2),
para tanto foi proposto a ocorrência de um curto-circuito trifásico na barra 633.
As correntes trifásicas de curto nessa barra referenciadas ao secundário do TC2
foram:

𝐼𝐴𝑐𝑐 = 34,58 A 𝐼𝐵𝑐𝑐 = 33,53 𝐴 𝐼𝐶𝑐𝑐 = 31,68 𝐴

A realização desta simulação confirmou a atuação do relé instantâneo


50(2), resultado esperado uma vez que o ajuste deste relé foi configurado para
uma corrente de 28,3 A. A Figura 3 apresenta o resultado desta simulação onde
poder ser visto claramente a atuação do relé instantâneo no momento em que a
falta ocorre.

Figura 3 – Simulação B-1

A segunda função do relé a ser testada é a proteção de neutro, para isso


o teste B-2 foi realizado. Neste caso, uma simulação de um curto circuito
monofásico na fase A da barra 675 foi testado. As correntes desta proposta
foram:

𝐼𝐴𝑐𝑐 = 17,31 A 𝐼𝐵𝑐𝑐 = 3,9 𝐴 𝐼𝐶𝑐𝑐 = 4,7 𝐴

Neste teste, a previsão de atuação do relé de neutro foi confirmada,


conforme verificado na Figura 4.
Figura 4 – Simulação B-2

Por fim a última proteção a ser testada é a função temporizada do


equipamento (teste B-3). Para tanto, foi proposto a ocorrência de um curto
circuito trifásico na barra 671. As correntes desse curto foram:

𝐼𝐴𝑐𝑐 = 24,24 A 𝐼𝐵𝑐𝑐 = 23,66 𝐴 𝐼𝐶𝑐𝑐 = 23,00 𝐴

Nesta configuração, foi previsto um tempo aproximado de atuação de


0,49 𝑠 de acordo com a curva inversa IEC de 10%. A simulação deste caso
apresentou um tempo de 0,487 s, confirmando a configuração e os resultados
esperados para a proteção do sistema pelo relé temporizado do sistema de
proteçaõ na zona 2. O resultado da oscilografia deste caso é apresentado na
Figura 4, onde pode ser confirmado a atuação do relé 51 e o seu tempo de
atuação através dos sinais digitais na parte inferior da imagem.
Figura 5 – Simulação B-3

4.3 Conjunto de Testes C – Avaliação da coordenação do relé


Com a confirmação da correta atuação das funções dos relés
configurados, elaborou-se um teste hipotético para avaliar o tempo de resposta
do relé temporizado. Neste teste foram impostas correntes equilibradas acima
do valor de ajuste do relé 51, de tal sorte que seu multiplo estivese nos limites
de atuação da curva inversa do relé. Para tal, utilizando o tap do rele 51 no valor
projetado de 7,1 A e com a definição de um Multiplo igual a 2 na curva IEC de
10%, os valores de correntes encontrado para este teste foram os apresentados
abaixo, onde se esperou um tempo de atuação de aproximadamente 1,4s.

𝐼𝐴𝑐𝑐 = 14,2 [𝐴] 𝐼𝐵𝑐𝑐 = 14,2 [A] 𝐼𝐶𝑐𝑐 = 14,2 [𝐴]

Os resultados da oscilografia apresentada pelo relé SEL-541 confirmou


os cálculos realizados e credibilizou a proteção temporizada do sistema
projetado. O valor de tempo de atuação resultante na simulação foi de 1,34 s.
Vale destacar que o valor esperado como resultado é obtido através de curvas
logarítmicas em espécie de um ábaco de análise, desta forma, é natural haver
pequenas divergências do resultado encontrado. Entretando, os valores obtidos
foram exatamente como esperado. A Figura 6 mostra o resultado da oscilografia
para este teste, podendo ser visto em detalhes a ação do rele temporizado e seu
tempo de atuação.

Figura 6 – Simulação C-1

4.4 Conjunto de Testes D – Sistema de Religamento


O último conjunto de testes realizado, avaliou a configuração do religador
programado no relé SEL-541. Foi programado um sistema de religamento com
3 tentativas com um tempo de 0,5 s, ou 30 ciclos elétricos, para cada tentativa,
conforme abordado na seção 3 deste relatório. Este conjunto de simulações
contou com dois testes, onde o primeiro avaliou a retomada normal do sistema
após uma falta momentânea, com período de 0,3 s, e o segundo teste avaliou a
persistência de uma falta durante todas as tentativas de religamento do disjuntor.

No primeiro teste deste conjunto após enviar o sinal de trip, o relé


temporizado iniciou contagem para sua atuação, ao transpassar o tempo de
religamento, uma nova tentativa de religamento foi efetuada e o relé então
percebeu o restabelecimento do sistema normal, fechando o disjuntor e
mantendo a rede em situação normal. A Figura 7 apresenta este resultado.
Figura 7 – Simulação D-1

Com o primeiro teste desde conjunto, foi possível avaliar o religamento do


sistema de proteção antes das 3 tentativas programadas, pois para a segunda
tentativa, o sistema já havia se reestabilizado normalmente. Para o segundo
teste deste conjunto, houve a necessidade das 3 tentativas programadas, pois
este manteve o curto-circuito após os estágios de testes.

Os resultados deste teste é apresentado na Figura 8, verificando


claramente as 3 tentativas de religamento e a persistência da falta. Ao fim das
tentativas, o relé atua concretizando o trip na rede elétrica.

Figura 8 – Simulação D-2


Os resultados deste conjunto de teste, mostrou o funcionamento da
função de religamento em situações distintas e credibilizou as configurações
realizadas para o relé SEL-541 conforme solicitado no enunciado deste trabalho.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de relés de proteção de sobrecorrente é a forma mais simples


de realizar a proteção de um sistema elétrico. Este trabalho apresentou a
implementação deste tipo de relé em um sistema teste do IEEE de 13 barras,
testando-o em um relé comercial do fabricante SEL (Schweitzer Engineering
Laboratories) com as funções temporizadas e instantâneas de fase e de neutro
e avaliou a função de religamento. Os resultados encontrados em quatro
conjunto de simulações, totalizando 9 testes, credibilizou os ajustes calculados
com base nos ensinamentos da disciplina de Proteção Digital de Sistemas
Elétricos de Potência ministrada pelo professor Dr. Miguel Moreto na
Universidade Federal de Santa Catarina.

Em termos de aprendizado, a elaboração de conjuntos de testes e a


utilização prática de um equipamento comercial, proporcionou uma visão critica
em projetos de proteção em sistemas elétricos e uma percepção mais detalhada
de cada função dos relés de sobrecorrente. Ainda mais, a realização de testes
em laboratório de um sistema elétrico equivalente a uma rede real, pôde ser
realizado, cedendo aos alunos habilidades de simulações para a credibilidade
de grandes sistemas de proteção projetados.
REFERÊNCIAS

[1] MORETO, Miguel. Notas de aula da disciplina de proteção digital para


sistemas de potência. Florianópolis. Universidade Federal de Santa
Catarina, 2017
[2] KINDERMANN, Geraldo. Proteção de sistemas elétricos de
potência. Florianópolis: UFSC, 2005.
[3] KERSTING, W. H.; SHIREK, Greg. Short circuit analysis of IEEE test
feeders. Pes T&d 2012, [s.l.], maio 2012. IEEE.
http://dx.doi.org/10.1109/tdc.2012.6281539.
[4] IEEE Distribution Planning Working Group Report, "Radial distribution test
feeders", IEEE Transactions on Power Systems. August 1991, Volume
6, Number 3, pp 975-985.

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