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Observações sobre compensação reativa em

sistemas com cargas não lineares


Thiago M. Terrazas*, Paulo J. A. Serni*, Eduardo V. Liberado*, Fernando B. Fraissat*, Fernando P. Marafão+
*
Universidade Estadual Paulista, Departamento de Engenharia Elétrica
Av. Eng. Luiz Edmundo C. Coube, 14-01, Bauru, SP, 17033-360
tmterrazas@gmail.com, paulojas@feb.unesp.br, eduardomeca3@gmail.com, ffraissat@cteep.com.br
+
Universidade Estadual Paulista, Grupo de Automação de Sistemas Integráveis
Av. Três de Março, 511, Sorocaba, SP, 18087-180
fmarafao@sorocaba.unesp.br

Resumo- No contexto de circuitos não senoidais, a compensação FP calculado da forma tradicional não considera as distorções
de reativos apresenta comportamento diverso daquele previsto e reativos harmônicos. Neste sentido, as novas abordagens
pelas técnicas convencionais de projeto. Neste sentido novas
abordagens de Teorias de Potência têm sido propostas de forma apontam para indicadores que considerem essas parcelas de
a auxiliar a análise de tal comportamento. Este trabalho faz potência [7-9].
algumas observações sobre o comportamento de um
compensador passivo (capacitor) em um circuito com cargas não
lineares sob a ótica de duas teorias de potência voltadas à análise II. TEORIAS DE POTÊNCIA
de sistemas não senoidais. Utilizaremos, para comparação, duas formas de cálculo da
potência: a Conservative Power Theory (CPT) e a norma
I. INTRODUÇÃO IEEE STD-1459. Cada teoria propõe suas próprias formas de
se obter o FP considerando as condições não senoidais.
Não é recente o conhecimento dos benefícios do uso de
banco de capacitores (BC) para a correção do Fator de A. Conservative Power Theory (CPT)
Potência (FP). Estudos do início do século passado
comprovaram que o uso de BCs, posicionados para fornecer Esta teoria foi recentemente proposta por Tenti et al. [7] e
reativos para cargas indutivas, é uma técnica válida para tem sido constantemente revisada e ampliada. Neste artigo foi
aliviar o alimentador e diminuir perdas no sistema elétrico utilizada a sua versão mais atual [8].
[1]. Mais recentementem normas da ANEEL (Agência Inicialmente, algumas ferramentas matemáticas são
Nacional de Energia Elétrica)[2] fixaram o valor para o FP apresentadas, considerando grandezas periódicas (período T,
em 0,92 para clientes industriais e comerciais, tornando frequência f = 1 T , e frequência angular ω = 2 π f ):
bastante popular seu uso junto a motores de indução. 1 T
Porém, com os avanços relacionados à compreensão dos ◦ Valor médio: x = x = ∫ x dt (1.a)
T 0
fenômenos físicos e possíveis parcelas de corrente e potência ( dx
relacionadas [3], a definição de FP passou a ser questionada ◦ Derivada temporal: x = (1.b)
dt
em se tratando de sistemas sob condições não ideais t
(distorções e desequilíbrios). Cargas não lineares, como os ◦ Integral temporal: x ∫ = ∫ x (τ ) dτ (1.c)
0
retificadores de tensão utilizados na etapa de entrada de )
◦ Unbiased integral: x = x ∫ − x ∫ (1.d)
circuitos eletrônicos, causam distorções harmônicas na
corrente e na tensão. 1 T
Estudos vêm propondo abordagens que consideram outras
◦ Produto interno: x, y =
T ∫0 x ⋅ y dt (1.e)
componentes de potência, diferentes das tradicionais
◦ Norma rms: X = x = x, x (1.f)
potências ativa, reativa e aparente utilizadas nas normas
brasileiras. As propostas convergem para um novo sistema de ◦ Ortogonalidade: x, y = 0 (1.g)
tarifação, já que distorções causam perdas nos sistemas
elétricos e devem ser consideradas [4, 7-9, 14-16]. O termo Unbiased integral, numa tradução livre, significa
Neste cenário, a utilização de BC para correção do FP traz uma integral sem influência de valor médio.
certas preocupações. O capacitor pode excitar harmônicas e Para as grandezas vetoriais x e y de tamanho N:
entrar em ressonância com os demais elementos do circuito,
N
ocasionando sobrecorrente, atuação da proteção, diminuição
da vida útil e até mesmo destruição do BC [1, 5-6]. ◦ Produto escalar: x o y = ∑ xn yn (2.a)
n =1
Outro ponto a ser considerado, é o dimensionamento do BC
para corrigir o FP em uma instalação onde existam cargas não
lineares no mesmo Ponto de Acoplamento Comum (PAC). O
N P
◦ fator de potência λ= (7.b)
◦ Magnitude do vetor: x = x o x = ∑ xn2 (2.b) A
n =1
N A.2. Decomposição de corrente sob condições nãosenoidais
◦ Produto interno: x, y = x o y = ∑ xn , y n (2.c)
n=1
N N
Considerando ainda os vetores de tensão e corrente u e i
◦ Norma: X = x = ∑ xn , xn = ∑ X n2 (2.d) da rede polifásica, têm-se:
n =1 n =1
◦ Corrente ativa é a mínima necessária para fornecer
A norma do vetor é também chamada de valor coletivo potência ativa Pn para uma fase:
rms. u n , in P
As ferramentas definidas acima seguem as seguintes { } N
i a = ia n n=1 , ia n = 2
u n = n2 u n = Gn u n (8)
propriedades: un Un

( ) onde Gn é a condutância equivalente por fase.


x, x = 0 x, x = 0 (3.a)
( ( ) ) ◦ Corrente reativa é a mínima necessária para fornecer
x, y = − x , y x, y = − x , y (3.b) energia reativa Wn para uma fase:
( ) ) ( )
x, y = − x , y = − x , y (3.c) u ,i ) W ) )
{ }
i r = ir n nN=1 , ir n = )n n2 u n = ) n2 u n = Bn u n (9)
un Un
A.1. Termos conservativos onde Bn é a susceptância equivalente por fase.

Um termo é dito conservativo quando é calculado a partir ◦ Corrente Void é a corrente resultante da subtração das
de tensões e correntes de uma rede que obedeça às Leis de correntes ativa e reativa da corrente total:
Kirchhoff e o teorema de Tellegen (o produto escalar entre iv = i − i a − i r (10)
um vetor com as tensões nas N fases e um vetor com as
correntes nas N fases deve ser nulo) [8]. Considerando a ortogonalidade das parcelas de corrente,
Assim, considerando uma rede polifásica e seus vetores de tem-se para os valores coletivos rms:
tensão e corrente u e i , duas grandezas conservativas são I 2 = I a2 + I r2 + I v2 (11)
definidas:
◦ Potência instantânea p = u o i (4.a) As correntes ativa e reativa também são decompostas em
) parcelas balanceadas e desbalanceadas:
◦ Energia reativa instantânea w = u o i (4.b)

E seus valores médios: ◦ Corrente ativa balanceada é a mínima (em termos


coletivos rms) necessária para fornecer a potência ativa
◦ Potência ativa P = p = u, i (5.a) total P para a rede:
)
◦ Energia reativa W = w = u , i (5.b) u, i
b P
ia = 2
u= u = Gb u (12)
u U2
A associação dessas grandezas com os componentes
passivos pode ser feita através das propriedades (3): b
onde G é a condutância equivalente balanceada para
todas as fases.
◦ resistor R : u R = R iR ⇒ PR = U R2 R , WR = 0 (6.a)
( ◦ Corrente reativa balanceada é a mínima necessária para
◦ indutor L : u L = L iL ⇒ PL = 0, WL = L I L2 (6.b) fornecer energia reativa total W para a rede:
( 2 )
◦ capacitor C : iC = C uC ⇒ PC = 0, WC = −C U C (6.c) u,i ) W ) )
i br = ) 2 u = ) 2 u = B b u (13)
u U
No caso de indutores e capacitores, a energia reativa é
proporcional ao valor médio da energia armazenada, onde B b é a susceptância equivalente balanceada para
independente das formas de onda da tensão e corrente. todas as fases.
Outros termos conhecidos, que também são apresentados
pela CPT, são a potência aparente e o fator de potência. No ◦ Corrente ativa desbalanceada é dada por:
entanto, tais termos são considerados nãoconservativos, e são
definidos como:
u b
ia = ia − ia ⇒ {i }u N
an n =1 {(
= Gn − G b un ) }
N
n =1
(14)
◦ Corrente reativa desbalanceada é dada por:
◦ potência aparente A=U I (7.a)
)
u
ir = ir − ir
b
⇒ {i }u N
{(
= Bn − B b un ) } N
(15)

1
r n n =1 n=1

     

Assim, a decomposição completa do vetor de corrente fica:


i = i ba + i br + i ua + i ur + i v (16) (21)

e considerando a ortogonalidade dos termos: Porém, a STD1459 também considera a decomposição das
2 2 2 2
tensões e correntes do sistema em componentes
I = I ab + I rb + I au + I ru + I v2 (17) fundamentais, fundamentais de sequência positiva e
componentes harmônicas e para cada uma destas
A.3. Decomposição das potências sob condições não componentes, é calculada uma potência ativa média, cuja
senoidais fórmula é idêntica à definida acima. Sendo assim, define-se:
- 1 : Potência Ativa Fundamental Total;
A partir de (7.a) e (17) a potência aparente pode ser - 1 : Potência Ativa Fundamental de Sequência
decomposta como: Positiva, considerando as tensões e correntes fundamentais de
2 2 2 2 sequência positiva;
- ' : Potência Ativa Harmônica, dada pela diferença
A2 = U 2 I ba + U 2 I br + U 2 I ua + U 2 I ur + U 2 I v2 =
123 123 123 123 {
entre  e 1 .
P2 Q2 N a2 N r2 V2
(18)
2 2 2 2 2 2 2 2 2
= P + Q + N + N +V = P + Q + N +V
a r
As demais parcelas de potência são definidas em função do
14243 valor efetivo da tensão e da corrente, que são obtidas por:
N2
onde:
2  2  2
  
◦ P é a potência ativa;
(22)
9
◦ Q é a potência reativa;
◦ N é a potência de desbalanço (que pode ser dividida em
desbalanço devido à corrente ativa e desbalanço devido à
2  2  2
corrente reativa);
  
(23)
3
◦ V é a potência void.

Vale ressaltar, que a potência reativa definida pela CPT


não é um termo conservativo, sendo influenciado pela Tais valores efetivos representam um sistema equivalente
frequência da linha (ω) e a distorção harmônica total (DHT) ao original (para sistemas trifásicos com três condutores),
da tensão, como indicado em (20.a). Neste caso, o projeto do porém senoidal e equilibrado. Sendo assim, a potência
banco de capacitor para compensação de reativos pode ser aparente efetiva é definida como em (24).

  3  
feito de duas formas: considerando-se a tensão como sendo
senoidal, de forma que (20.a) resulte em (20.b), ou (24)
diretamente através de (6.c), considerando-se o efeito das
São calculados valores efetivos para as componentes
fundamentais (1 e 1 ), fundamentais de sequência positiva
distorções.

U
Q = ) W = ω.W
1 + ( DHT ( U ))2
(20.a) ( 
1 e 1 ) e harmônicas (' e ' ), que resultam as


U potências aparentes (25), (26) e (27) para estas componentes.


1 + ( DHT ( Û ))2
QC = ω WC = −ωCU C2 1  31 1 
1  31 1 
(20.b) (25)
  

'  3' ' 


(26)
Para fins de comparação com a STD, também foi definido (27)
um “fator de potência parcial”, como a razão $ 
/&"  " .
A parcela de potência reativa considerada é da fundamental
de sequência positiva, dada por (28).


 !
1  # 1 
"  2
B) IEEE STD1459 (28)
1
Esta é uma recomendação do IEEE (Institute of Electrical
and Electronical Engineers) elaborada pelo grupo de trabalho São definidas também parcelas de potência relativas à
para situações não senoidais. Foi publicado inicialmente em tensão harmônica efetiva (29) e à corrente harmônica efetiva
2000 como uma “versão de avaliação”, sendo publicada
(  3' 1 
(30).
novamente em 2010 [9] com o status de norma. (29)
A potência ativa média P é definida de forma semelhante à
CPT, como em (5.a). (  31 '  (30)
Na tabela 2, são apresentados os resultados obtidos
As parcelas de potência consideradas “não ativas” são segundo as duas teorias, comprovando em ambos os casos
definidas como Potência Não Ativa (31), Potência Aparente que o FP atende a norma. Convém observar, que as potências
Efetiva Não Fundamental (32) e Potência Harmônica Não de desbalanço foram omitidas dos resultados, devido ao fato
Ativa (33). de o circuito ser balanceado, logo tais componentes são nulas.
Notar, também, que as várias definições de fator de potência
são coincidentes, enquanto as parcelas de potência
)  &*"  " (31) relacionadas a distorções e não linearidades são
aproximadamente nulas.
)  !(2  (2  2' (32)
TABELA 1
ELEMENTOS DO CIRCUITO
Alimentador 127/220 VRMS

('  !2' # 2' (33) Impedância da linha L = 213,912 µH

Motor 3 CV (ligado em Y)
Finalmente, definem-se os fatores de potência como Fator Carga 10 Nm (constante)
de Potência Efetivo (34), Fator de Potência Fundamental (35) BC 56,6µF (ligado em Y)
e Fator de Potência de Sequência Positiva (36).

Em seguida, acrescentou-se o quarto medidor e um
$ 

(34) retificador com uma carga RC (30Ω e 4,7µF) no mesmo
PAC. Esta carga foi escolhida por representar a etapa de

1
entrada de potência de diversas cargas eletrônicas [13].
$1  (35)
1 TABELA 2
COMPONENTES DE POTÊNCIA


1
$
1 
CPT PAC capacitor motor

1
(36) P 1950,22 0,00 1950,22
Q 828,16 -1034,07 1862,23
A 2118,80 1034,15 2696,63
III. ESTUDO DE CASO
V 0,08 0,08 0,01
Utilizou-se um circuito contendo um motor de indução λ 0,92 0,00 0,72
trifásico (MIT) e um BC dimensionado para a correção do
fator de potência. O capacitor foi calculado segundo as duas

STD PAC capacitor motor
teorias, de forma que, em ambos os casos, o fator de potência 1950,22 0,00 1950,22
1
corrigido fosse de 0,92.
1947,95 0,98 1945,66
1
No caso da CPT utilizou-se a equação (20.b), e no caso da
STD foram utilizados o fator de potência de sequência 1947,95 0,98 1945,66
positiva (36) e a potência reativa fundamental de sequência ' 2,27 -0,98 4,57
positiva (28). 
1 833,46 1034,13 1867,10

Na Tabela 1 são apresentados os dados destes elementos.
2118,80 1034,15 2696,63
1
Posicionaram-se medidores de potência em três pontos do
circuito (Figura 1) para verificar seu comportamento. 2118,81 1034,15 2696,63

1 2118,77 1034,13 2696,60
' 0,01 0,00 0,01
) 14,12 6,52 14,44
( 14,09 6,51 14,40
( 0,85 0,41 1,08
(' 0,00 0,00 0,00
) 828,22 1034,15 1862,37
$1 0,92 0,00 0,72
$1 0,92 0,00 0,72
$*
Fig. 1. Circuito completo, mostrando alimentação, impedância da rede e
PAC com motor, banco e retificador. Indicando também as posições dos
0,92 0,00 0,72
medidores de potência para os dois casos, CPT e STD1459.
linearidades, além dos reativos do motor. De fato, neste caso
Este cenário se aproxima da realidade das indústrias, com o BC só agravaria o problema.
conversores de frequência trabalhando ao lado de cargas Comparando as Tabelas 3 e 4 (com o circuito contendo
lineares. As alterações nas leituras de potência são apenas o MIT e o retificador), os resultados confirmam que o
apresentadas na tabela 3. BC não seria necessário, considerando-se o “FP parcial”, o
Por fim, foi retirado o BC, permanecendo apenas o MIT e o qual ficou dentro do limite, somente com o crescimento da
retificador para verificação do comportamento do PAC sem o potência ativa do retificador. No entanto, o fator de potência
compensador (tabela 4). total (λ) praticamente não se alterou, com ou sem BC.

A. Análise com base na CPT B. Análise com base na STD


Observando os resultados na coluna do capacitor (Tabela Os resultados obtidos nesta abordagem foram similares aos
3), nota-se que a componente de potência Void sofreu um anteriores.  e , tiveram resultados próximos a  , e os
acréscimo considerável, demonstrando a influência da carga reativos , tiveram valores próximos de da CPT. Isto se
não linear no PAC. A potência aparente + do capacitor reflete explica, devido ao fato do circuito ser equilibrado e com
o aumento da componente Void. tensões pouco distorcidas.
A potência aparente * obteve valor próximo ao da
potência + da CPT, mesmo sendo calculada de forma
TABELA 3

diferente. Já as potências * e *


COMPONENTES DE POTÊNCIA
,
, por não considerarem
CPT PAC capacitor motor retificador harmônicas, ficaram abaixo da potência aparente efetiva total.
 5078,04 30,77 1951,34 3095,93
1001,82 -1051,82 1862,88 190,76 TABELA 4
+
COMPONENTES DE POTÊNCIA
6411,91 2442,17 2714,65 4364,36
 CPT PAC motor retificador

3783,36 2201,69 247,95 3070,21
λ 0,79 0,01 0,72 0,71 5083,97 1949,64 3134,33
2116,30 1855,66 260,64
+

STD PAC capacitor motor retificador
6425,74 2697,91 4679,93

5078,04 30,77 1951,34 3095,93
1 5074,07 29,98 1945,86 3098,82
3310,20 169,00 3465,50

1
λ 0,79 0,72 0,67
5074,07 29,98 1945,86 3098,82
'

3,96 0,79 5,48 -2,89 STD PAC motor retificador

1 5083,97 1949,64 3134,33
1
1044,59 1043,50 1866,59 206,36
 5074,35 1944,49 3133,40
1
6411,90 2442,17 2714,65 4364,36
1 5074,35 1944,48 3133,40
'
5180,49 1043,96 2696,42 3105,69

1 9,62 5,16 0,93

5180,48 1043,93 2696,39 3105,68
' 1 2153,25 1859,62 279,32

343,53 202,17 17,69 279,82
) 6425,74 2697,91 4679,93
1
3778,25 2207,80 314,39 3066,33
( 5512,32 2690,61 3145,83

3732,27 2196,43 192,17 3040,13
( 1 5512,32 2690,61 3145,83
'
476,83 96,09 248,19 285,86
(' 127,34 6,55 133,81
)
343,51 202,17 16,82 279,81
) 3302,23 198,79 3464,90
(
3914,85 2441,98 1887,22 3076,18
$1 3292,88 169,26 3460,18
(
0,98 0,03 0,72 1,00
$1 213,17 104,05 121,66
('
0,98 0,03 0,72 1,00
$ 126,98 4,03 133,81
)
0,79 0,01 0,72 0,71
3929,80 1864,83 3475,30
O FP “parcial” parece indicar que a planta se tornou mais $1 0,92 0,72 1,00
$1
eficiente e talvez o BC fosse dispensável. Isso acontece
porque a carga do retificador contribui com potência ativa  . 0,92 0,72 1,00

No entanto o fator λ calculado para todo o circuito teve seu $ 0,79 0,72 0,67
valor reduzido em relação ao circuito original. Este fator deve
ser analisado com atenção, pois indica a presença de não
Observando os resultados do capacitor, verifica-se que, Para reduzir as harmônicas de cargas não lineares, podem-
após a inclusão do retificador houve um acréscimo em * mas
não em * e *
se utilizar indutores em série com a carga, filtros
,
.
Assim como o λ da CPT, o $* teve seu valor reduzido em
sintonizados, filtros ativos, dentre outras soluções [10-12],

relação ao circuito original. Já $ e $, apontam apenas o


levando ao acréscimo significativo dos custos da
compensação.
deslocamento de tensão e corrente, e assim como o FP Entretanto, a falta de legislação sobre a distorção gerada
fundamental, teve o valor aumentado. pela carga, torna o problema difícil de ser equacionado, no
que diz respeito principalmente, à tarifação e à atribuição de

O crescimento das potências A e S/ no BC indica o


C. Análises Adicionais responsabilidades.

crescimento da corrente, que era de 2,71Arms, e depois do


V. REFERENCIAS
acréscimo da carga não linear foi para 6,71Arms.
A figura 2 mostra as diferenças nas formas de onda da [1] C. E. H. von Sothen, “The application of capacitors for power-factor
correction in industrial plants”, Trans. of the American Institute of
corrente do capacitor, antes e depois da inclusão da Carga Electrical Engineers, vol. 57, pp. 505-509, September 1938.
não-linear. Nota-se que a corrente no BC foi bastante [2] ANEEL, Resolução ANEEL n°456, Brasil, 2000.
influenciada, em sua amplitude e forma, sugerindo que a [3] F. P. Marafão, E. V. Liberado, H. K. M. Paredes, L. C. P. da Silva,
“Three-Phase Four-Wire Circuits Interpretation by means of Different
interação entre as cargas resultou em ressonância no Power Theories”, Proc. of International School on Nonsinusoidal
capacitor, amplificando os harmônicos presentes no circuito. Currents and Compensation, pp. 104-109, Poland, 2010.
A corrente elevada pode ocasionar diversos problemas para [4] H. K. M. Paredes, F. P. Marafão, S. M. Deckman, L. C. P. da Silva,
o BC, como atuação da proteção e até mesmo explosão, em “Influência de Harmônicas na Tarifação de Energia Elétrica”, Anais do
Congresso Brasileiro de Qualidade de Energia Elétrica, Santos, 2007.
casos de mal dimensionamento, além da diminuição da sua [5] L. M. Burrage, G. A. Gauger, “Problems facing manufacturers’
vida útil. dielectric fluids for power factor correction capacitors”, IEEE Trans.
Electr.Insul., vol. E1-13 n°5, pp. 383-388, October 1978.
[6] T. M. Blooming, “Capacitor failure analysis: a troubleshooting case
study”, Cement Industry Technical Conference, pp. 345-356, 2005.
[7] P. Tenti and P. Mattavelli, “A time-domain approach to power term
definitions under non-sinusoidal conditions,” Proc. of the Sixth
International Workshop on Power Definitions and Measurements under
Non-Sinusoidal Conditions, Italy, 2003.
[8] P. Tenti, P. Mattavelli, H. K. Morales P, “Conservative Power Theory,
Sequence Components and Accountability in Smart Grids” Przeglad
Elektrotechniczny, Vol. 6, pp. 30-37, 2010.
[9] IEEE, “Trial-Use Standard Definitions for the Measurement of Electric
Power Quantities under Sinusoidal, Non-sinusoidal, Balanced or
Unbalanced Conditions”, IEEE Standard 1459, March, 2010.
[10] H. K. M. Paredes, F. P. Marafão, S. M. Deckman, L. C. P. da Silva,
“Tipos de compensadores e estratégias de compensação para cargas
lineares e não-lineares”, Anais do Congresso Brasileiro de Qualidade
de Energia Elétrica, Santos, 2007.
[11] F. P. Marafão, S. M. Deckman, J. A. Pomílio, R. Q. Machado,
“Selective disturbance compensation and comparisons of active
Fig. 2. Forma de onda da Corrente do BC, fase A: (A) sem a presença do filtering strategies”, Proc. of the International Conference on
Retificador; (B) depois da inserção do Retificador. Harmonics and Quality of Power, Rio de Janeiro, 2002.
[12] H. K. M. Paredes, F. P. Marafão, T. M. Terrazas, P. J. A. Serni,
“Harmonic, reactive and unbalance compensation by means of CPT
framework”, Proc. of the Brazilian Power Electronics Conference,
Brasil, 2009.
IV. CONCLUSÃO [13] T. M . Terrazas, P. J. A. Serni, “A Operação de Banco de Capacitores
na Presença de Harmônicas”, Anais do XX CIC - Congresso de
A utilização de bancos de capacitores para correção do Iniciação Científica da UNESP, São José dos Campos, 2008.
fator de potência deixou de ser uma solução trivial, [14] L. S. Czarnecki, “Currents’ Physical Components (CPC) Concept: a
Fundamental of Power Theory”, Przegląd Elektrotechniczny no. 6, pp.
requerendo certos cuidados. A abordagem do IEEE sugere o 28-37, 2008.
uso da energia (ou potência) reativa, na freqüência [15] J. L. Willems, “Critical analysis of different current decomposition and
fundamental para o projeto dos capacitores, enquanto outras compensation schemes”, in International School on Nonsinusoidal
Currents and Compensation, Lagów-Polônia, 2008.
abordagens, como a CPT, sugerem o uso da potência reativa [16] J. L. Willems, “Reflections on Power Theories for Poly-Phase
total, considerando, inclusive, a contribuição de cargas não Nonsinusoidal Voltages and Currents”, Przegląd Elektrotechniczny no.
lineares. 6, pp. 11-21, 2010.
No entanto, a interação dos capacitores, com as cargas não
lineares no mesmo PAC, pode causar sérios danos aos
capacitores, caso ocorra excitação de possíveis ressonâncias.
Além de, em alguns casos, tornar o sistema de compensação
ineficiente.

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