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SUMÁRIO

1. Apresentação .................................................................................................. 2
2. Fontes ............................................................................................................. 3
2.1. Fontes Escritas - Tratados ............................................................................ 3
 Tratado do Amor Cortês ................................................................................. 3
 Do Elogio à uma Nova Cavalaria ................................................................... 4
2.1.2. Romances .................................................................................................. 6
 O Romance da Rosa ....................................................................................... 6
 O Romance de Tristão e Isolda ...................................................................... 7
 Lancelote, o Cavaleiro da Carroça ................................................................. 8
 A Demanda do Santo Graal ............................................................................ 8
2.2. Fontes Iconográficas ..................................................................................... 9
2.2.1. Ilustrações dos Manuscritos ...................................................................... 10
 Manuscrito do Roman de la Rose ................................................................... 10
 Breviário do Amor [Le Bréviaire d'Amour] .................................................... 11
3. Considerações Finais .................................................................................... 11

Nome: Luan Lucas Araújo Morais (1208861)

Profª: Dra. Zilda Maria Lima

Disciplina: Metodologia da Pesquisa Histórica II


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1. Apresentação

A partir do período que os historiadores denominam de Idade Média Central (séculos


X-XIII), o ocidente medieval passa por um conjunto de transformações culturais e sociais que
permitiram o surgimento de um quadro favorável para um processo gradual de remodelação
dos costumes e comportamentos dos homens e mulheres no medievo. Além disso, a retomada
de uma produção cultural escrita1, sobretudo no século XI, é ampliada de maneira a se fazerem
surgir as primeiras obras sobre a temática cortesã para o amor, cuja variedade narrativa na
literatura medieval é notória.

O “fino amor” descrito em tais textos é visualizado como sendo o ideal cortesão para o
ato de amar, em que a retórica, os símbolos e os gestos em torno da sensibilidade, docilidade,
elegância e refinamento destacavam-se como parte da etiqueta e do código de vida da
aristocracia francesa entre os séculos XII e XIII. Presentes em sua maioria nas obras literárias
do medievo - os romans -, tais concepções encontram-se também em diversos tratados oficiais
publicados na Idade Média, além figurarem entre códices, iluminuras e outras manifestações
artísticas do período

Com base na pluralidade da documentação acerca da temática do Amor Cortês e de suas


representações, o presente trabalho busca a análise problemática que envolve o pesquisador no
intuito de perceber se os ideais de cortesia e os valores cavalheirescos representados nesses
escritos demonstravam as variantes de comportamento existentes no espaço das cortes
francesas, perpassando no questionamento de como os medievais sentiam e associavam as
figuras literárias retratadas sobretudo nos romans, como um modelo a ser seguido, além de
questionar quais as relações deste amor com o ethos cavaleiresco estabelecido na temporalidade
em voga.

Perceber na fonte literária medieval as nuances que marcaram o cotidiano dos homens
e mulheres desse período é o que torna viável a proposta aqui pretendida, que munida dos

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A apropriação da cultura escrita como aporte teórico para o estudo das representações femininas e masculinas
nos romans medievais é pertinente seguindo a discussão proposta pela História Cultural, cuja principal assertiva é
senão a aproximação e incorporação da produção de uma cultura presente na própria linguagem e nos discursos
proferidos por seus produtores – intelectuais ou leigos – nos substratos da vida social, visto que que em História,
o documento escrito possui como premissa objetiva uma “compreensão da História como uma narrativa que
constrói uma representação sobre o passado, e que se desdobra nos estudos da produção e da recepção de textos”
(PESAVENTO, 2004: 69), além de buscar observar nos próprios textos literários e na cultura escrita propriamente
dita, “mecanismos de produção de objetos culturais” (DUBY, 2011: 147).
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aportes teóricos sobre o imaginário e mentalidade feudais2 e o estudo das representações


literárias3 fornecerá um quadro mais claro acerca daquilo que entretinha, disciplina e por que
não, “fazia amar” aos medievais.

2. Fontes

2.1. Fontes Escritas

2.1.1. Tratados:

 Tratado do Amor Cortês

Informações:

Finalizado e publicado no final do século XII (há controvérsias sobre a data exata da publicação,
que oscila entre 1182-1186), o Tractatus de Amore, no original em latim, é um tratado filosófico
sobre o amor escrito por André le Chapelain [André Capelão], clérigo francês estabelecido no
condado de Champagne sob a tutela de Henrique I (1126-1181) à época. A obra de André
consiste em um verdadeiro manual das práticas masculinas e femininas que são desempenhadas
sobre o tema do amor, ensinando desde o modo de portar-se diante de um cortejo, à maneira
correta de se iniciar um diálogo sobre o amor e até mesmo aconselhando como os amantes
devem reagir perante os obstáculos que sua paixão por ventura venha desencadear. A versão do
tratado aqui utilizada será a tradução brasileira realizada por Ivone Castilho do texto em francês
de Claude Buridant, que por sua vez traduziu o Tractatus do latim e escreveu todas as notas e
a introdução. A edição se dá por conta da editora Martins Fontes, publicada em 2000, contendo
306 páginas.

Acesso: A obra está presente no acervo pessoal.

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Para mentalidade e imaginário, cf. FRANCO JÚNIOR, Hilário. O fogo de Prometeu e o escudo de Perseu:
reflexões sobre mentalidade e imaginário. In:______. Os três dedos de Adão: ensaios de mitologia medieval. São
Paulo: Editora da USP, 2010, p. 75-77.
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CHARTIER, Roger. O mundo como representação. In: _______. À beira da falésia: a história entre certezas e
inquietudes. Trad.: Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFGRS, 2002, p. 61-80.
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Justificativa para o uso da documentação:


Na edição utilizada, o texto divide-se em três livros. O primeiro livro é destinado ao estudo
daquilo que é o amor, suas origens, efeitos e significados. O segundo livro é intitulado “Como
Manter o Amor”, ou seja, ditará aos amantes as formas nas quais o amor após ser conquistado
deve ser mantido sem maiores preocupações. Nessa segunda parte, temos a presença dos
“julgamentos de amor” para homens e mulheres. No terceiro e último livro, “Da Condenação
do Amor”, paradoxalmente temos a exposição dos riscos e infortúnios que a vida como amante
pode oferecer. Deste modo, o uso da fonte se dará para expor e explicar em um primeiro instante
quais seriam os pressupostos do Amor Cortês, para posteriormente estabelecer uma discussão
do cenário das cortes medievais e seus códigos de etiqueta amorosa.

Trechos da documentação:
“Todos os esforços de um amante só têm um objetivo, e para ele se voltam todos os seus
pensamentos: estreitar o corpo daquela que ama, pois ele espera poder realizar com a bem-
amada todos os mandamentos do amor, ou seja, aqueles que se encontram nos tratados sobre o
assunto. Para aquele que ama, portanto, nada pode ser comparado ao ato de amor, e o verdadeiro
amante preferiria ser despojado de todas as suas riquezas ou ser privado de tudo que o espírito
humano considera indispensável à vida ao ser frustrado no amor que espera ou de que goza.”

“Acima de tudo, diz-se que o amor aumenta quando os amantes só podem ver-se raramente e à
custa de grandes dificuldades; de fato, o desejo e a paixão serão mais fortes quanto maiores
forem os obstáculos a impedirem que os enamorados façam um ao outro ternas demonstrações
de amor. O amor cresce também quando um dos dois amantes se mostra irritado com o outro,
pois este logo sente muito medo de que não cesse a cólera que tomou conta do outro. O amor
aumenta também quando um dos amantes é tomado de verdadeiro ciúme, pois o ciúme é o pai
do amor.”

 Do Elogio à uma Nova Cavalaria [De Laude Novae Militiae ad Milites Templi Liber]
Informações:
Escrito no século XII (entre 1120 e 1136, não se sabe ao certo) por São Bernardo de Claraval
(1090-1153), abade francês e um dos doutores da Igreja. Tal tratado foi direcionado ao líder e
co-fundador da ordem, Hugo de Payens, sobretudo para elevar o moral dos cavaleiros
templários durante a Segunda Cruzada. Os templários questionavam se estaria correto que uma
ordem religiosa se envolvesse em combate militar, contrariando assim os dogmas e
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pressupostos da religião cristã. São Bernardo divide o tratado em duas partes: na primeira
compara os cavaleiros templários aos cavaleiros comuns, e critica estes por se deixarem levar
pela vaidade, luxúria e violência gratuita, colocando assim os templários em um patamar
superior de virtude. Na segunda parte, São Bernardo descreve os lugares sagrados da Terra
Santa e exorta a nova cavalaria cristã a agir como os guardiões da herança sacra cristã.

Acesso:
A versão que será utilizada é a compilação dos escritos de São Bernardo presente na publicação
“In Praise of the New Knighthood: A treatise on the knights templar and the holy places
of Jerusalem”, organizada e comentada pelo medievalista britânico Malcolm Barber,
especialista na Ordem do Templo. A tradução do latim para o inglês foi realizada por Conrad
Greenia, cuja publicação se deu pela Cistercian Publications em 2000, contendo 95 páginas no
total. A obra está presente no acervo pessoal.

Justificativa para o uso da documentação:


Ao tratar especificamente da Ordem do Templo e seus cavaleiros, o tratado servirá como um
direcionamento complementar quando a abordagem do ethos cavalheiresco na sociedade
medieval dos séculos XII e XIII por posto em evidência. Devido à valorização dos valores
cristãos presentes no elogio aos templários, os questionamentos sobre as diferentes variantes da
cavalaria feudal serão analisados, dando visão às formas diferentes de organização e dos
objetivos de seus respectivos representantes.

Trecho da documentação:

“[...] Go forth confidently then, you knights, and repel the foes of the cross of Christ with a
stalwart heart. Know that neither death nor life can separate you from the love of God which is
in Jesus Christ, and in every peril repeat, ‘Whether we live or whether we die, we are the Lord's.’
What a glory to return in victory from such a battle! How blessed to die there as a martyr!
Rejoice, brave athlete, if you live and conquer in the Lord; but glory and exult even more if you
die and join your Lord. Life indeed is a fruitful thing and victory is glorious, but a holy death
is more important than either. If they are blessed who die in the Lord, how much more are they
who die for the Lord!”4

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“Marchai confiantes, pois, cavaleiros, e combatam os inimigos da cruz de Cristo com um coração abrasado.
Saibam que nem a morte e nem a vida podem separá-los do amor de Deus, que se faz presente em Jesus Cristo, e
proclamem diante do perigo: ‘Quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor!’. Gloriosos ao retornar vitoriosos
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2.1.2. Romances:

 O Romance da Rosa [Le Roman de la Rose]

Informações:

O Roman de la Rose [Romance da Rosa] é um poema em verso originário do século XIII que
está dividido em duas partes de diferente autoria. A primeira parte do Roman é escrita na década
de 1230, quando Guillaume de Lorris poeta francês e cortesão do rei de França, elabora cerca
de 4000 versos para seu poema, descrevendo que nele “estará contida toda a arte do amor.” A
segunda parte do Roman é retomada e terminada por Jean de Meung poeta e literato francês que
a escreve por volta de 1268-1285, dando sua contribuição para cerca de 17000 versos ao poema.
As duas partes do poema diferem quanto à estrutura narrativa e também quanto às concepções
de mundo dos autores. Se na primeira parte Lorris dedica seus versos a um sonho alegórico do
amor cortês, Meung em sua parte descreve minuciosamente quase todos os aspectos da vida
medieval, passando desde as relações amorosas até mesmo ao sistema jurídico do medievo.
Entretanto, ambas as partes focam sua ideia principal na narrativa cortesã e na descrição dos
efeitos que o “fino amor” provoca naqueles que por ele são atingidos. A versão do Roman a
qual trabalharemos é a versão em prosa do poema, traduzida do francês para o português
lusitano por Lucília Maria de Deus, publicada em 2001 pela editora portuguesa Europa-
América, possuindo 355 páginas.

Acesso: A obra está presente no acervo pessoal.

Justificativa para o uso da documentação:

Como fontes principais para o trabalho, os romances fornecerão a maior gama de informações
sobre as representações dos modelos masculinos e femininos a serem estudados. O Romance
da Rosa, especificamente entrará como um divisor no projeto visto que demarcará uma
diferenciação no estilo narrativo literário entre as obras do século XII e XIII. Desse modo, por
intermédio da estrutura deste, a proposta de discutir o maior alcance dessa literatura cortesã na
sociedade feudal poderá ser melhor empreendida.

de tal batalha! Abençoados ao perecerem ali como mártires! Alegra-te, bravo combatente, se vives e conquistas
no Senhor e exalta-te ainda mais se morres e te juntas a Ele. A vida, de fato, é algo fortuito e a vitória é gloriosa,
mas uma morte sacra é mais valorosa que ambas. Porque bem-aventurados são aqueles que perecem no Senhor,
mas mais ainda aqueles que sucumbem por Ele!” Tradução nossa.
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Trecho da documentação:

“Possuía todas as boas qualidades pois não era nem escura nem morena, antes tão
resplandecente quanto a lua, que faz com que todas as estrelas se assemelhem a pequenas velas.
A pele tinha a frescura do orvalho, e ela era tão modesta quanto uma noiva, tão branca quanto
um lírio, com um rosto macio e delicado. [...] Juro por Deus que meu coração se enche de
grande doçura sempre que recordo as formas perfeitas de cada um dos seus membros, tudo
porque não havia no mundo mulher mais bela. Resumindo, era jovem e loura, simpática e
agradável, delicada e elegante, de formas esguias e modos animados e atraentes.”

 O Romance de Tristão e Isolda

Informações:

A história de Tristão e Isolda deve suas origens às lendas celtas transmitidas por meio da
tradição oral do noroeste da Europa. Diferentes versões narram a história dos dois amantes, e a
partir do século XI temos as primeiras versões literárias do conto escritas por poetas normandos.
A versão em prosa do poema L’ histoire de Tristan et Iseult [A história de Tristão & Isolda]
aqui utilizado é aquele cuja forma mais definitiva se deu pelas mãos do poeta normando Béroul,
escrito entre 1160 e 1190 em francês antigo cuja adaptação ao francês moderno foi empreendida
por Joseph Bédier, historiador literário e erudito da literatura medieval no século XIX. O texto
tem tradução para o português de Luis Claudio de Castro e Costa, publicado em 2012 em sua
5ª edição pela editora Martins Fontes contendo 145 páginas.

Acesso: A obra está presente no acervo pessoal.

Justificativa para o uso da documentação:

A literatura cortês da época teve no romance de Tristão e Isolda seus maiores representantes de
um “amor selvagem, indomável, amor louco. Ou melhor, do um desejo louco, essa força
misteriosa que atrai reciprocamente um homem e uma mulher tomados de uma sede
inextinguível de se fundirem um ao corpo do outro” (DUBY, 2013: 78), e as respectivas
influências desse trato cortês para o amor podem ser melhor observadas na imagem de Tristão,
cujo construção e representação literárias nos moldes do Amor Cortês fazem-se presentes ao
longo de toda a narrativa do romance.
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Trecho da documentação:

“[...] Deus! – Disse Tristão – que tristeza perder-vos, amiga! No entanto, é preciso, pois o
sofrimento que suportáveis por minha causa, agora posso poupar-vos. Quando chegar o
momento de nos separarmos, dar-vos-ei um presente, prova do meu amor. [...] Isolda suspirou
e disse: (...) Amigo, tenho um anel de jaspe verde, toma-o por amor a mim, usa-o no teu dedo;
se alguma vez um mensageiro disser que vem da tua parte, não acreditarei nele, por mais que
faça ou diga, enquanto não me tiver mostrado esse anel.”

 Lancelote, o Cavaleiro da Carroça [Lancelot, le Chevalier de la Charrete]

Informações:

Poema escrito no século XII (em 1170) por Chrétien de Troyes (1135?-1183), poeta francês
estabelecido na corte dos Anjou e que foi responsável por diversas obras características da
literatura cortês como Ivain, le Chevalier au Lion [Ivain, o cavaleiro do leão] e uma versão
perdida da história de Tristão e Isolda. O caso de amor entre Guinevere e Lancelote surge pela
primeira vez neste poema, bem como a corte do Rei Artur, Camelot. A versão em prosa do
poema de Chrétien aqui utilizada é a tradução para o português lusitano publicada pelas Edições
70 em 1996, contendo 155 páginas.

Acesso: Encontra-se no acervo pessoal

Justificativa do uso da documentação:

Um dos romances do ciclo arturiano, Lancelote, o cavaleiro da carroça fornece um modelo de


cavalaria influenciada pela cultura cortês, onde as façanhas desempenhadas por seu
protagonista têm como objetivo atrair a atenção e os favores da dama cortejada. Com o
cruzamento das outras fontes existentes no inventário, poderemos analisar de que modo tais
façanhas seriam suficientes para estimular o ímpeto guerreiro nas cortes principescas da França,
além manter um reflexo dos anseios de damas e cavaleiros quanto ao receio de cultivarem
relacionamentos proibidos.

 A Demanda do Santo Graal

Informação:

A Demanda do Santo Graal é uma das novelas de cavalarias cristianizadas ao longo do tempo,
originalmente escrita em francês mas que recebeu sua primeira tradução para o galego-
português no século XIII. Sua história narra a busca dos cavaleiros da Távola Redonda do rei
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Artur em busca do Graal, o cálice bebido por Cristo na Última Ceia. Utilizaremos aqui a versão
portuguesa do século XV da Demanda, traduzida diretamente do francês, cuja organização e
modernização do texto se dá pelo professor Heitor Megale (filólogo da Universidade de São
Paulo e professor titular do departamento de letras português da mesma universidade). A obra
possui editoração da Companhia das Letras, e foi publicada em 2008 contendo 654 páginas.

Acesso: Encontra-se disponível no acervo pessoal.

Justificativa do uso da documentação:

O texto da Demanda auxiliará na visualização do elemento religioso na concepção de uma


cavalaria cristã incipiente que fará oposição ao modelo cortês de cavaleiro presentes em figuras
como Tristão e Lancelote.

Trecho da documentação:

“E assim como os profetas, muito tempo antes da vinda de Jesus Cristo, profetizaram sua vinda
e que ele livraria o povo dos sofrimentos do inferno, bem assim profetizaram os santos ermitães
e também muitos homens bons, a vossa vinda, muito tempo antes que vós viésseis [Galaaz]. E
diziam bem todos que jamais as aventuras do reino de Logres teriam fim, enquanto não
chegásseis. E tanto vos esperamos que, agora, por graça de Deus, já o temos.”

2.2. Fontes iconográficas:

Informações e justificativa para o uso das fontes iconográficas:

A apropriação que mais se adequa com a proposta de perceber na literatura de época as


manifestações do Amor Cortês e de seus representantes (homens e mulheres) se dará com a
utilização da perspectiva complementar existente entre o imaginário social medieval e as
representações do mesmo na literatura de época. Tendo suas bases ancoradas em uma realidade
social, as obras aqui analisadas agem como um reflexo do convívio social de homens e mulheres
da corte medieval, imaginadas e representadas nos escritos e imagens dessa temporalidade.
Hilário Franco Júnior (2010: 85-86) aponta que os signos do imaginário e sua linguagem
específica – as imagens - são uma “construção mental, realizada a partir de estímulos dos
sentidos (seres, objetos, locais, sensações) ou do aparelho visível/psíquico (visões, sonhos,
memória) que implica certa relação com o mundo e certa leitura do mesmo, materializadas na
palavra e/ou na escrita.
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2.2.1. Ilustrações dos Manuscritos

 Manuscrito do Roman de la Rose

Informações:

As versões manuscritas do Roman publicadas ainda no século XIII, cujas ilustração dão base a
narrativa descrita, apresentam elementos que apresentam uma melhor visualização do cenário
aristocrático das cortes medievais, representando damas e cavaleiros em seus ambientes de
sociabilidade.

Acesso: Disponível em meio eletrônico, no site da Bibliothèque nationale de France


(http://expositions.bnf.fr/aimer/expo/salle1/01.htm), cujo domínio possui uma exposição
dedicada somente ao Roman de la Rose e à questão do Amor na Idade Média. Outro site de
consulta é o http://gallica.bnf.fr/, de manutenção da mesma Biblioteca Francesa, onde
ilustrações, cópias e traduções do francês para o inglês encontram-se disponíveis.

Nesta ilustração vemos um dos autores do Roman, Guillaume de


Lorris, representado em seu processo de elaboração do texto. Disponível em:
http://expositions.bnf.fr/aimer/icono/index.htm

Representação de amantes se encontrando nos jardins


do Roman, observados de perto pelo Acolhimento Agradável, um dos personagens da narrativa.
Disponível em: http://expositions.bnf.fr/aimer/icono/index.htm
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 Breviário do Amor [Le Bréviaire d'Amour]


Informações:
Obra do final do século XIII (1288), elaborada pelo monge francês Matfre Ermengau, cuja
intenção era compilar seus escritos sobre a oposição do amor divino ao amor erótico presente na
poesia e literatura laica do medievo naquele período. As ilustrações são do mesmo autor.

Acesso: Disponível em http://www.musee-moyenage.fr/collection/parcours-decouverte/amour-


courtois.html, site do Museu de Cluny, especializado em artigos da Idade Média.

Guerreiros em marcha ao castelo para o cortejo das damas que se encontram à sua espera nas
torres (ao alto, na esquerda da imagem).

3. Considerações finais

O manuseio da documentação aqui selecionada busca apreender tanto no documento


escrito, quanto nas suas representações iconográficas das damas e cavaleiros medievais, o
retrato das manifestações do amor cortês no cotidiano das cortes principescas na França dos
séculos XII-XIII, além de procurar estabelecer uma ligação e compreensão das forças sociais e
históricas que impulsionaram tanto o estabelecimento de novas formas de relacionamento entre
esses homens e mulheres nobres do período, quanto o desabrochar da cavalaria medieval e suas
ramificações.

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