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AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA – AD1

Período - 2017/1º
Disciplina: Cultura Brasileira
Coordenador: Maria Amália

Aluna: Isabela Cristina Ferreira Silveira Matrícula: 16115100090

Tipos e mitos do pensamento brasileiro

O artigo referido trata de uma ideia desenvolvida sobre a cultura brasileira. Apoiando-se em grandes
obras literárias como: o homem cordial; Macunaíma; jeca-tatu; entre outras, o autor Octavio Ianni
demonstra as possíveis ideias da construção cultural e social do Brasil. O ponto mais chamativo do
artigo seria a diversidade cultural e social do país, mas não como um país rico em diversidade
escultura, e sim como uma nação em busca de conceito. O olhar do leitor é atraído para as
contradições brasileiras, riqueza e pobreza, um país de terceiro mundo ou um país a caminho do
primeiro mundo. O ponto abordado com muita sabedoria sobre as bases culturais é a interpretação
sobre o trabalho. Em um país que viveu uma história de mais de quatrocentos anos de escravatura, é
natural que a sociedade da época tivesse uma visão repulsiva sobre os trabalhos manuais e braçais.
Essa associação negativa ao trabalho continua mesmo após a abolição da escravatura, com os
trabalhadores europeus que chegam ao Brasil para substituir a perda da mão de obra escrava. O
preconceito referente ao trabalho braçal atravessa gerações, desenvolvendo em boa parte da
população, repulsa sobre este tipo de trabalho, porém, um ponto apontado pelo autor que justifica a
contradição de identidade do Brasil é a preguiça.

Como citado na obra Jeca-tatu, “ai que preguiça”, retrata bem a situação de nossa sociedade. A
preguiça é uma consequência desta desvalorização do trabalho que apresenta grande prejuízo ao
crescimento e identidade do Brasil, que vem atravessando gerações, devido à história do trabalho no
país. As obras literárias retratam bem a repulsa sobre a condição do trabalhador, e ao mesmo tempo
satirizam o trabalho.

Da análise de mitos do pensamento e das culturas brasileiras, conclui-se que os mesmos não são
inocentes. Revelam muito do que são as configurações e os movimentos da sociedade, em
diferentes perspectivas, em distintos momentos. Mesmo em diferentes fases da história brasileira, o
Brasil sempre foi, e é, considerado um país colonizado, dependente, subordinado e/ ou associado.
No início com o mercantilismo, e posteriormente mesmo com a industrialização, ainda sim, a
economia e a produção do Brasil estavam voltados para o exterior. Assim, ocorre que o capital em
geral, se constitui no âmbito mundial e não nacional, ou seja, a produção não está preocupada em
atender as necessidades do país, mas sim, com as exigências de outros países. Nesta parte, o autor
nos aponta as influências da escravatura para a estrutura social brasileira, de modo que a escravatura
não atinge somente a economia, mas, vários setores da sociedade. Assim como ocorreu no “sentido
da colonização”, que mesmo em diferentes momentos da história brasileira encontram- se situações
muito semelhantes (para não dizer iguais), o mesmo ocorreu com “o desenvolvimento desigual e
combinado”. Podem ser vistos como coleções de figuras e figurações, às vezes famílias ou
linhagens de interpretações, com os quais se desenha e movimenta uma cartografia do Brasil, de tal
modo que este parece situado, organizado, compreendido, explicado e decantado.

Note-se que os tipos e mitos parecem bastante enraizados na formação sociocultural, político-
econômica e psicossocial brasileira. Aí entram tradições indígenas, africanas e portuguesas, além de
outras menos fortes, até fins do Século XIX. São tradições, práticas, valores, ideais, mitos e
fantasias muito presentes em uma sociedade em que se manifestam, desde os seus primórdios: o
"animismo", o "fetichismo", a "pajelança", o "candomblé", a "umbanda", a "quimbanda", o
"espiritismo" popular, o "catolicismo" rural e outros traços mais ou menos notáveis de origem não
só indígena, africana e portuguesa, mas também ibérica e mediterrânea. Há todo um vasto,
complexo e mágico substrato cultural "pagão" na formação da sociedade brasileira, entrando pelo
Século XX e continuando evidente no Século XXI. Este, muito provavelmente, o contexto histórico,
social e cultural em que se produz a "matéria" de criação de tipos e mitos, bem como das suas
articulações em "famílias" ou "linhagens". Neste sentido é que tanto "Macunaíma" como o "homem
cordial" podem pertencer à mesma "estirpe". Podem ser fórmulas mágicas de exorcismo e
sublimação, por meio das quais se decantam séculos de escravismo, castas e alienação.

Cabe reconhecer, no entanto, que esta família de tipos aponta para o descompromisso, a
informalidade, a liberdade inocente, o trabalho como atividade lúdica, o descompromisso com a
disciplina, a rejeição do trabalho como obrigação, a sociabilidade solta, imprevisível. São traços do
homem cordial, Macunaíma, Martim Cererê; convivendo com a preguiça e a luxúria, a madorra
indolente de Jeca Tatú. Sim, os tipos e os mitos podem ser formas de conhecimento, modulações do
discernimento, sem prejuízo de outros significados e conotações. Podem ser signos, símbolos ou
emblemas, conceitos ou metáforas, categorias ou alegorias, com os quais se taquigrafam situações,
acontecimentos impasses ou fabulações, exorcismos e sublimações. Em todos os casos, há sempre
alguma contribuição para o conhecimento da realidade e seu imaginário tanto para o seu
desvendamento como para o seu encobrimento. Mesmo quando uns e outros enfatizam apenas
aspectos da situação ou acontecimento, mesmo esquecendo outros aspectos, ainda assim, nesses
casos, ocorre alguma forma de esclarecimento.

Referência Bibliográfica:
Material da resenha;

IANNI, Octavio. Tipos e mitos do pensamento brasileiro. Sociologias, Porto Alegre, ano 4, n. 7, p.
178-187, jan./jun.

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