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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

CÂMPUS PROF. FRANCISCO GONÇALVES QUILES


DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CLAUDECI DA SILVA TOMASZESKI

ESTUDO DAS MUDANÇAS NAS DEMOSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA


PETROBRAS S/A PUBLICADAS EM 2014 APÓS RELATÓRIO DEAUDITORIA

Trabalho de conclusão de curso


Projeto científico

Cacoal – RO
2016
CLAUDECI DA SILVA TOMASZESKI

ESTUDO DAS MUDANÇAS NAS DEMOSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA


PETROBRAS S/A PUBLICADAS EM 2014 APÓS RELATÓRIO DE AUDITORIA

Projeto apresentado à Fundação


Universidade Federal de Rondônia – UNIR
– Campus Prof. Francisco Gonçalves
Quiles como requisito parcial para a
elaboração do Trabalho de Conclusão de
Curso na disciplina de Projeto de Pesquisa
em Ciências Contábeis/Controladoria sob a
orientação da Profa. Ma. Liliane Maria Nery
Andrade

Cacoal – RO
2016
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Título:
Estudo das mudanças nas demonstrações financeiras da Petrobras S/A
publicadas em 2014 após relatório de auditoria

Autor:
Claudeci da Silva Tomaszeski

Finalidade:
O artigo tem por finalidade identificar as mudanças autorizadas pela
governança corporativa nos relatórios da Petrobras S/A no terceiro trimestre de
2014, após recusa da auditoria em assinar o balanço, e verificar se houve o uso de
Earning Management (Gerenciamento de resultado) por meio da Contabilidade
Criativa.
Chefe do Departamento do Curso de Ciências Contábeis:

Profa. Dra. Suzenir Aguiar da Silva Sato

Professor orientador, solicitado pelo acadêmico:


Professora Ma. Liliane Maria Nery Andrade
Instituição:
Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
CÂMPUSPROF. FRANCISCO GONÇALVES QUILES
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

O projeto intitulado Estudo das mudanças nas demonstrações financeiras da


Petrobras S/A publicadas em 2014 após relatório de auditoria, elaborado pelo
acadêmico Claudeci da Silva Tomaszeski, foi avaliado pela banca examinadora em
____ de ______ de 2016, tendo sido a orientadora Professora Ma. Liliane Maria
Nery de Andrade.

Profa.Dra. Suzenir Aguiar da Silva Sato


Chefe do Departamento Acadêmico de Ciências Contábeis

Profª..Drª. Suzenir Aguiar da Silva Sato


Professora da disciplina

Cacoal– RO
2016
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
2 TEMA ....................................................................................................................... 8
2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA .................................................................................... 8

3 PROBLEMATIZAÇÃO ............................................................................................. 8
4 OBJETIVOS ........................................................................................................... 10
4.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 10

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 11

5 JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 11
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 13
6.1 AUDITORIA ......................................................................................................... 13

6.1.1 Obrigatoriedade de Publicação de Demonstração Financeira com


Relatório da auditoria ............................................................................................. 15

6.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA ........................................................................ 16

6.2.2 Princípios da Governança Corporativa ........................................................ 18

6.2.3 A Petrobras e a Governança Corporativa .................................................... 20

6.2.4 Teoria da Agência .......................................................................................... 20

6.4 EARNING MANEGEMENT ................................................................................. 26

7METODOLOGIA ..................................................................................................... 29
8 CRONOGRAMA .................................................................................................... 31
9 RECURSOS ........................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33
6

1 INTRODUÇÃO

Abordar-se-á no contexto dessa pesquisa a importância da auditoria,


considerada fundamental para preservar o usuário da informação contábil de
relevantes distorções, protegendo investidores, fornecedores, entidades financeira
dentre outras. Também será abordado a governança corporativa, com a função de
proteger o acionista e também preservar o capital da empresa, dentro de um
conjunto de princípios que regula as ações dos gestores, com o intuito de preservar
a atividade econômica e o capital.
Governança Corporativa é um sistema de controle e monitoramento que são
determinados por acionistas que controla uma determinada corporação, esse
controle permite que os gestores tomem suas decisões sobre determinação de
recursos de acordo com os interesses dos proprietários, os stakeholders, e ainda
tem como finalidade minimizar potenciais conflitos de agência, onde o principal, no
caso o acionista da empresa, tem interesses distintos do agente, nesse caso o
gestor da empresa. (IBGC, 2016)

O problema de Governança Corporativa se tornou notoriedade no mundo


quando conhecidas corporações como Enron Corporation, MCI Wordcom e outras
que tiveram grandes problemas relacionados à sua Governança Corporativa,
fazendo com que acionistas perdessem bilhões em investimentos.

Essas empresas foram condenadas por fraudes nos Estados Unidos, e uma
delas, a Enron Corporation, utilizou de artifícios contábeis para “maquiar” suas
demonstrações, dando uma visão distinta da realidade contábil da empresa. Esse
artifício contábil ficou conhecido como Earning Management que é o gerenciamento
de resultado, no caso em questão por meio da contabilidade criativa.

Desta forma a pesquisa irá examinar se a demonstração contábil da


Petrobras referente ao terceiro trimestre do exercício de 2014 contém evidencias de
gerenciamento de resultado e se esse gerenciamento poderá ou não caracterizar
como Contabilidade Criativa em razão do mesmo ter sido publicado primeiramente
sem o relatório da auditoria.

A Governança Corporativa no Brasil é uma adequação da Lei SarbanesOxley


– SOX, que foi criada a partir dos casos de Contabilidade Criativa praticada por
7

empresas norte-americanas e europeias. A SOX também determina a adequação de


algumas empresas no Brasil às normas de regulamentação internacional, a
Petrobras S/A se enquadra como uma dessas empresas. (DRIMEL, 2006)

A Petrobras S/A, estava entre as 10 (dez) maiores companhias do mundo no


ano de 2012, já no ano de 2014 passou listar na posição 416 (Quatrocentos e
dezesseis) do mesmo ranking, teve sua Governança colocada em cheque quando
uma corrupção sistêmica foi exposta no ano de 2014. (G1GLOBO, 2014)

Nesse sentido a pesquisa buscará identificar quais as mudanças autorizadas


e realizadas pela Governança Corporativa da Petrobras S/A nas suas
demonstrações contábeis por determinação da auditoria após escândalo de
corrupção que abalou a Estatal no ano de 2014, tendo a mesma publicada
anteriormente sem o relatório da auditoria.

Com intuito de responder aos objetivos da pesquisa, será realizada uma


comparação entre as demonstrações financeiras da Petrobras S/A publicadas no
terceiro trimestre de 2014, sem o relatório de auditoria e também com o relatório de
auditoria com vistas a identificar e quantificar as rubricas e os valores contábeis que
sofreram modificações, ainda analisar se houve gerenciamento de resultado, e se
caracteriza como contabilidade criativa.
A Petrobras S/A foi suspensa do Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC) pelas praticas não condizentes com o que determina o órgão. A
estatal divulgou no ano 2014 seu balanço sem o relatório de auditoria, e depois de
sucessivos atrasos divulgou outro balanço esse respaldado pelo relatório de
auditoria com valores distintos do primeiro. (G1 GLOBO, 2014)
O Caso teve projeção internacional em virtude da magnitude da empresa face
aos escândalos que envolveram. Além da corrupção, houve a quebra de princípios
regidos pela Governança Corporativa, como transparência, prestação de contas,
responsabilidade corporativa entre outros. (FARIA, et al., 2015)
Para o desenvolvimento do trabalho será utilizadas pesquisa bibliográficas,
baseando em publicações cientificas das áreas de Auditoria, Normas, Legislação,
Governança Corporativa e Gerenciamento de resultado. O estudo será desenvolvido
e analisado à luz da Earning Management, buscando identificar as modificações que
alteraram os resultados da Petrobras S/A..
8

2 TEMA

As mudanças ocorridas no balanço da Petrobras S/A pela Governança


Corporativa, atendendo uma determinação da Auditoria independente.

2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A Petrobras S/A publicou no terceiro trimestre de 2014 duas demonstrações


financeiras, a primeira sem o relatório de auditoria, posteriormente com o relatório de
auditoria havendo consideráveis mudanças, quanto aos valores autorizadas pela
Governança Corporativa.

A presente pesquisa se delimita a analisar as rubricas contábeis que sofreram


modificações na publicação das demonstrações financeira com o relatório da
auditoria, comparado ao que fora publicado sem o devido e obrigatório relatório,
ainda determinar se houve Earning Management por meio da contabilidade criativa.

3 PROBLEMATIZAÇÃO

O crescimento do mercado de Capitais no Brasil, o investimento estrangeiro


em empresas Brasileiras e a manipulação de resultados envolvendo grandes
corporações, fizeram da auditoria uma ferramenta essencial, para salvaguardar o
investidor, fornecedor entre outros usuários externos da contabilidade.

A auditoria é parte importante de um conjunto de princípios da Governança


Corporativa que busca proteger o investidor, dando credibilidade e transparência às
ações da empresa. A Governança Corporativa se tornou quesito fundamental
principalmente para empresas que tem sua captação de recursos por meio de ações
na Bolsa de Valores. Um conjunto de normas e procedimentos adotados pela
Governança Corporativa tem por finalidade evitar fraudes, minimizar conflito de
interesses entre principal e agente e também a redução de custos. (PEREIRA,
2011)

Dentre um conjunto de ações, normas e princípios da Governança


Corporativa, o conselho de administração é parte integrante desse mecanismo e a
esse conselho de administração cabe à função de determinar a posição da empresa
frente aos acionistas, é ainda objeto do conselho de administração zelar pelos
9

valores, crenças e também propósitos dos acionistas na atividade da empresa, como


determina o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. (IBGC, 2016)

Segundo Silveira (2004) o conselho de administração é de fundamental


importância para a governança corporativa, funcionando como um mecanismo
interno atuando na redução de conflitos de agencia, ainda para o autor o conselho
deve trabalhar nas relações entre acionistas e gestores.

A lei 6.404/76 e alterações que rege as sociedades por ações, em seu Art.
142 atribui as funções do conselho de Administração;

Art. 142. Compete ao conselho de administração:


I - fixar a orientação geral dos negócios da companhia;
II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições,
observado o que a respeito dispuser o estatuto;
III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os livros
e papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou
em via de celebração, e quaisquer outros atos;
IV - convocar a assembleia-geral quando julgar conveniente, ou no caso do
artigo 132;
V - manifestar-se sobre o relatório da administração e as contas da
diretoria;
VI - manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, quando o estatuto
assim o exigir;
VII - deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações
ou de bônus de subscrição;
VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de
bens do ativo não circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de
garantias a obrigações de terceiros;
IX - escolher e destituir os auditores independentes se houver. (BRASIL,
1976)

Como competência do conselho de administração descrito na Lei, está o de


orientar de uma maneira geral os negócios, então quaisquer decisões de relevante
impacto na corporação devem ser deliberadas pelo conselho e não somente pela
diretoria de forma monocrática.

A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) determinou que a Petrobras S/A


publicasse suas demonstrações no dia 14 de novembro de 2014, porém após
reunião com o conselho de administração da Estatal, foi deliberado que essa
publicação seria adiada (G1 GLOBO, 2014). A referida decisão ocorreu em razão da
empresa de auditoria independente, a PriceWalterHouseCooper1 (PwC), ter se

1 Empresa que detém o contrato de auditoria independente da Petrobras S/A, conhecida

como uma das Big Four


10

recusado a assinar o relatório da auditoria na forma que as Demonstrações


Financeiras da companhia estavam evidenciadas.

A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) atribuiu uma multa de R$ 500,00


reais por dia de atraso na publicação das demonstrações, mesmo diante da
imposição da CVM a diretoria da Petrobras S/A respaldada pelo Conselho
Administrativo deliberou pelo adiamento por duas vezes ignorando o prazo
determinado pela reguladora. A CVM abriu processo de investigação administrativo
contra ex-integrantes do conselho de administração da companhia por indução do
investidor a erros. (G1 GLOBO, 2015)

No dia 28 de janeiro de 2015 a Empresa publicou o seu balanço depois de ter


adiado por duas vezes, porém a publicação se deu sem o relatório de auditoria.
Esse fato causou indignação entre a sociedade em geral, foi tema de notícia dos
principais jornais e telejornais do país, e na academia tornando-se discussão de sala
de aula e teve como consequência uma desvalorização das ações da Petrobras S/A,
de 37,9% e perdeu R$ 87,182 bilhões em valor de mercado, caindo de R$ 214,688
bilhões em 2013 para R$ 127.506 em 2014. (G1 GLOBO, 2015).

Em entrevista ao portal de noticias G1 o analista da Gradual investimento


Paulo Cabral comentou que o balanço da forma como foi divulgado não trazia
nenhuma credibilidade. No mesmo dia as ações da estatal caíram em torno de 10%.
(G1 GLOBO, 2015)

Face ao exposto, busca-se com essa pesquisa entender e evidenciar por


meio de artigo científico a resposta ao seguinte problema: Quais as modificações
autorizadas pela governança corporativa da Petrobras S.A nos relatórios contábeis
após o escândalo público no que tange a publicação das demonstrações financeiras
sem relatório da auditoria?

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Comparar as demonstrações financeiras da Petrobras S/A publicadas com e


sem o relatório da auditoria com vistas a identificar as rubricas contábeis que
sofreram modificação
11

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Examinar as Demonstrações Financeiras da Petrobras S.A referentes ao


terceiro trimestre do exercício de 2014 que foram publicadas sem relatório da
auditoria.

b) Examinar as demonstrações financeiras da Petrobras S.A terceiro trimestre


exercício 2014 que foram publicadas com relatório da auditoria.

c) Identificar as rubricas contábeis que sofreram modificações


d) Analisar as mudanças contábeis à luz da Earning Management

5 JUSTIFICATIVA

A Petrobras S/A foi fundada em 03 de outubro de 1953 pelo então presidente


Getúlio Vargas, apresentou lucros expressivo a partir do ano de 2003 com uma
média nos oitos anos seguintes de R$ 25,5 bilhões, obtendo um recorde de R$
35,19 bilhões no ano de 2010, nenhuma empresa brasileira teve durante tanto
tempo lucros tão expressivos. 2011 e 2012 a média de lucros passou a ser de R$
27,25 bilhões. (BRASIL 247, 2013)

A referida empresa foi citada pela revista Forbes demostrando que no ano de
2012 figurou entre as dez maiores companhias do mundo, e passou para posição,
416 (Quatrocentos e dezesseis) do ranking, perdendo a metade do seu valor de
mercado em apenas um ano, de US$ 86,8 bilhões para US$ 44,4 bilhões. (G1
GLOBO, 2015)

Obteve ainda a segunda colocação no Ranking das Empresas mais


responsáveis e com melhor governança corporativa no Ano de 2013 (EXAME, 2013)
e em 2014 esteve envolvida em um grande escândalo relacionado a fraudes e
corrupção e por fim publicou suas Demonstrações Financeiras do terceiro trimestre
de 2014 sem o relatório da auditoria.

A Petrobras divulgou na madrugada desta quarta-feira (28), depois de dois


adiamentos, o balanço do terceiro trimestre da companhia. O documento,
no entanto, não traz as perdas esperadas por conta das denúncias de
12

corrupção na estatal investigadas na Operação Lava Jato, conforme era


esperado pelo mercado.
De acordo com o balanço, que não tem o aval da auditoria independente
PwC, a petroleira teve lucro líquido de R$ 3,087 bilhões no terceiro trimestre
do ano passado. O valor representa uma queda de 38% em relação ao
trimestre anterior em 2014, "refletindo o menor lucro operacional", segundo
a Petrobras. (G1 GLOBO, 2014)

O caso da Petrobras S/A teve projeção internacional em razão da dimensão


da fraude que havia se instalado, houve ainda queda das ações da Estatal em
virtude dos escândalos e também a quebras de procedimentos da governança
Corporativa podendo comparar ao escândalo envolvendo a ENRON COPORATION
que abalou o mercado de capitais americano.

Segundo Santos e Lemes (2004, p. 1) escândalos de Organizações como a


ENRON contribuiu para a promulgação da lei Sarbanes Oxley – SOX

Diante das várias crises de credibilidade enfrentadas pelo Mercado de


Capitais Norte-Americano e os vários escândalos contábeis envolvendo
empresas bem conceituadas mundialmente como a Enron, WordCom,
Tycoe outras, destacados nas manchetes do mundo todo, tornou-se
necessária a ação das autoridades americanas para evitar maiores
prejuízos e a recuperação da credibilidade do mercado, fator fundamental
para assegurar que a maior economia capitalista se mantivesse como tal.
Neste cenário, foi praticamente unânime a decisão do congresso americano
ao aprovar a implementação de uma nova legislação: a Lei Sarbanes-Oxley.
(SANTOS; LEMES, 2004, p. 1)

No caso americano foi provada a utilização da Contabilidade Criativa com o


auxílio da empresa de auditoria Arthur Andersen e a conivência da Securities and
Excange – (SEC) que se equipara a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como
órgão regulador e fiscalizador do mercado de Capitais no Brasil.

A Empresa americana superestimou seus lucros e com a participação em


pequenas empresas que não constavam no balanço escondeu bilhões de dólares
em dívidas, em seu ultimo balanço publicado a empresa superestimou os lucros em
quase 600 milhões de dólares e fez desaparecer dívidas de quase 650 milhões de
dólares. A Arthur Anderson (Auditora da Enron Corporation) fechou os olhos para as
práticas contábeis pouco ortodoxas da Enron, recebendo dela US$ 25 milhões por
consultoria e US$ 27 milhões pela auditoria. (KRAEMER, 2005)

Após os escândalos envolvendo a Petrobras S/A, o Instituto Brasileiro de


Governança Corporativa (IBGC) suspendeu a Estatal do seu quadro de associados,
por considerar que as praticas adotadas pela Governança da empresa não era
13

correspondia com que delimita o órgão. (G1 GLOBO, 2014) Além disso, é possível
que os achados desta pesquisa resultem no que se chama de Earning Management.

Do ponto de vista social, político, econômico e contábil, os resultados podem


vir a contrariar a finalidade da contabilidade, que é informar de maneira justa e
fidedigna aos diversos usuários, como determina a Comissão de Pronunciamento
Contábeis no CPC 00 R1;

Demonstrações contábeis elaboradas com tal finalidade satisfazem as


necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase
todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de
decisões econômicas, tais como:
(a) decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;
(b) avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe
tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua
prestação de contas;
(c) avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e
proporcionar-lhes outros benefícios;
(d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros
emprestados à entidade;
(e) determinar políticas tributárias;
(f) determinar a distribuição de lucros e dividendos;
(g) elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou
(h) regulamentar as atividades das entidades. (CPC, 2011, p. 3)

.A relevância dessa pesquisa repousa na análise das Demonstrações


Financeiras da Petrobras S.A referente ao terceiro trimestre do exercício de 2014 à
luz da Earning Management como afirma Santos e Grateron (2003, p. 8)“[...] Earning
Management pode ser entendida como gerenciamento ou manuseio dos resultados
com a intenção de mostrar uma imagem diferente (estável no tempo, melhor ou pior)
da entidade”.

6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

6.1 AUDITORIA

Para aprofundar no tema específico e técnico convém definir o termo com


base no dicionário que expressa auditoria como “exame de operações financeiras ou
registros contábeis visando determinar sua correção ou legalidade”. (FERREIRA,
2006, p. 153).

Segundo Almeida (2003), a auditoria independente surgiu como parte da


evolução do sistema capitalista. Destaca ainda que no início, as empresas eram
fechadas e pertenciam a grupos familiares e com a expansão do mercado e ainda o
14

acirramento da concorrência, houve a necessidade de a empresa ampliar suas


instalações fabris e administrativas, investir no desenvolvimento tecnológico e
aprimorar os controles e procedimentos internos em geral principalmente visando à
redução de custos e portanto, tornando mais competitivos seus produtos no
mercado.
A auditoria de empresas começou com legislação britânica promulgada
durante a Revolução Industrial, em meados do século XIX. Avanços na tecnologia
industrial e de transportes provocaram novas economias de escala, empresas
maiores, a advento de administradores profissionais e o crescimento da incidência
de situações em que os proprietários das empresas não se encontravam presentes
no dia-a-dia das operações. Inicialmente, as auditorias tinham que ser realizadas por
um ou mais acionistas, que não faziam parte do quadro administrativo das empresas
e que recebiam delegação dos demais acionistas. A profissão contábil rapidamente
se apresentou para atender essa necessidades do mercado e logo a legislação foi
alterada, permitindo que outras pessoas, e não mais os acionistas, realizassem as
auditorias (BOYNTON; JOHNSON; KELL, 2002).
Como consequência, as demonstrações contábeis passaram a ter importância
muito grande para os futuros aplicadores de recursos. Por medida de segurança
contra a possibilidade de manipulação de informações, os futuros investidores
passaram a exigir que essas demonstrações fossem examinadas por um profissional
independente da empresa e de reconhecida capacidade técnica. Esse profissional,
que examina as demonstrações contábeis da empresa e emite sua opinião sobre
estas, é o auditor externo ou auditor independente (ALMEIDA , 2003).
A palavra auditoria deve transmitir aos usuários de demonstrações financeiras
uma mensagem de que o auditor obteve asseguração razoável de que as
demonstrações financeiras como todos estão livre de erros relevantes,
independentemente do porte, complexidade, ou tipo da entidade auditada (IFAC,
2012).

Almeida (2003), aduz que o investidor precisa conhecer a posição patrimonial


e financeira, a capacidade de gerar lucros e como estava sendo efetuada a
administração financeira dos recursos na empresa. Essa necessidade de informação
é para que o investidor possa avaliar a segurança, a liquidez e a rentabilidade de
seu futuro investimento. A melhor forma de o investidor obter essas informações era
15

por meio das demonstrações do resultado do exercício, a demonstração das


mutações do patrimônio liquido a demonstração das origens e aplicações de
recursos e notas explicativas.
A NBC TA (2009, p. 27) trás que os objetivos da auditoria são:

Aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos


usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo
auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos
os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório
financeiro aplicável. No caso da maioria das estruturas conceituais para fins
gerais, essa opinião expressa se as demonstrações contábeis estão
apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, em
conformidade com a estrutura de relatório financeiro. A auditoria conduzida
em conformidade com as normas de auditoria e exigências éticas relevantes
capacita o auditor a formar essa opinião (NBC, 2009, p. 27).

Um dos principais objetivos da auditoria como descrito na NBC é aumentar o


grau de confiança nas demonstrações, dando credibilidade as informações ali
prestadas, atestando a real situação da organização ao mercado.

A lei societária determina que as empresas de capital aberto, ou seja que tem
a suas ações negociada na bolsa de valores devem publicar seu conjunto de
demonstrações financeiras acompanhada por um relatório de auditoria.

6.1.1 Obrigatoriedade de Publicação de Demonstração Financeira com


Relatório da auditoria

As empresas de Capital Aberto no Brasil têm suas ações regulamentadas


pela Lei nº 6404/76 a chamada “Lei das S.A” ou “Lei Societária”. Dentre do escopo
de divulgações obrigadas pela lei das sociedades por ações estão o relatório de
auditoria, feito por auditor independente.

A Lei 6.404/76 e suas alterações atribuem algumas obrigatoriedades as


Sociedades de Capital Aberto, o Art. 176 determina que:

Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na


escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da
companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV – demonstração dos fluxos de caixa;
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
16

Dentre o conjunto de demonstrações determinados pela Lei das Sociedades


por ações, está também o relatório de auditoria, que irá atestar a fidedignidades
dessas informações, aumentando a segurança dos investidores. (NBC, 2009)

A lei das sociedades por ações (Lei 6.404/76) é clara quando define que
Companhias abertas têm que ser auditadas por auditores independentes, abaixo a
integralidade do inciso 4° da referida Lei;

§ 4º As demonstrações consolidadas de grupo de sociedades que inclua


companhia aberta serão obrigatoriamente auditadas por auditores
independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários, e
observarão as normas expedidas por essa comissão. (BRASIL, 1976)

A lei 6.404/76 em seu Art. 133 dispõe ainda que os administradores devem
publicar o relatório de auditoria até um mês antes da data marcada a realização da
assembleia-geral ordinária, deixando a disposição dos acionistas.

6.2 GOVERNANÇA CORPORATIVA

O tema Governança Corporativa ganhou grande notoriedade em virtude dos


acontecimentos que abalaram o mundo dos negócios, envolvendo diversas
companhias nos Estados Unidos na década de 80, investidores perderam grande
volumes em virtude das corporações estarem sendo administrada de uma forma que
não iria ao encontro dos interesses dos acionistas, causando prejuízos ao mercado,
chamando a atenção para a relevância do tema em questão. (BORGES; SERRÃO,
2005)

O Problema na Governança decretou a falência da sétima maior companhia


norte-americana a Enron Corporation, provocando uma forte comoção no mercado,
visto que era considerada a companhia mais admirada dos EUA, causando prejuízos
aos seus funcionários, já que grande parte dos recursos de seu fundo de pensão
estava alocado em ações da própria companhia. (SILVEIRA, 2004)

Silveira (2004) ainda argumenta que Governança Corporativa é considerada o


principal foco das discussões sobre alta gestão atualmente no mundo, aumentando
consideravelmente após o ano de 2002 com grandes problemas de Governança
corporativa que ocorreram no mercado de Capitais norte-americano, considerado
por muitos até então um exímio em se tratando de Governança Corporativa
17

comparada a outros mercados. Naquele ano, grandes empresas como Enron,


Wordcom, Xerox e outras foram condenadas por fraudes contábeis, com adulteração
de balanços contábeis e negociação de valores imobiliários das companhias por
gestores que detinham informações privilegiadas.

No Brasil o problema de Governança também se tornou evidente na


Petrobras, no desenrolar de uma corrupção sistêmica na empresa por meio de
investigação da “lava jato”, a estatal se viu obrigada a rever seus princípios e
praticas adotada quanto a Governança Corporativa. Dentre algumas medidas
tomadas pela então presidente Graça Foster foi a criação de uma diretoria de
Governança Corporativa visando estancar os desvios de recursos da empresa, que
até então passava dos R$ 20 bilhões. (GAZETA DO POVO, 2015)

Inúmeras são as definições para Governança Corporativa, o quadro abaixo


destaca as principais;

Autor Definição
CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Um conjunto de prática que tem como
finalidade otimizar o desempenho de uma
companhia ao proteger todas as partes
interessadas, tais como investidores,
empregados e credores, facilitando o acesso
ao capital.
IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Governança corporativa é o sistema pelo qual
Corporativa) as empresas e demais organizações são
dirigidas, monitoradas e incentivadas,
envolvendo os relacionamentos entre sócios,
conselho de administração, diretoria, órgãos
de fiscalização e controle e demais partes
interessadas. As boas práticas de governança
corporativa convertem princípios básicos em
recomendações objetivas, alinhando
interesses com a finalidade de preservar e
otimizar o valor econômico de longo prazo da
organização, facilitando seu acesso a recursos
e contribuindo para a qualidade da gestão da
organização, sua longevidade e o bem
comum. (IBGC, 2016)
Continua...
18

Continuação...
Autor Definição
.SiffertFilho (1998) Sistema de controle e monitoramento que são
determinados por acionistas que controla uma
determinada corporação, esse controle permite
que os administradores tomem suas decisões
sobre determinação de recursos de acordo com
os interesses dos proprietários, os stakeholders.

Pereira (2011, p. 121) Governança Corporativa “seria simples e


originariamente definida como a arte e a
tentativa de governar (regular o andamento,
conduzir, dirigir, administrar) sistemas
complexos”.
Quadro 1. Principais definições de Governança Corporativa
Fonte: Elaborado pelo autor (2016)

Para o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC (2016) é de


fundamental importância que as empresas utilizem a Governança Corporativa, cuja
finalidade é aumentar o valor da sociedade facilitando assim o acesso ao capital.

As boas práticas de Governança Corporativa convertem princípios em


recomendações objetivas aliando interesses com a finalidade de preservar e
otimizar o valor da organização facilitando seu acesso a recursos e
contribuindo para sua longevidade(IBGC, 2016, p. 16).

O IBGC fala de princípios que se tornam em recomendações para práticas de


Governança Corporativa, princípios necessários para o cumprimento do objetivo
esperado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

6.2.2 Princípios da Governança Corporativa

O código das Melhores Práticas de Corporativa já se encontra em sua quinta


edição (2016), ele propõe praticas e também recomendações para o sistema de
Governança das organizações, propõem ainda padrões de conduta, politica e
praticas que possam evitar conflitos de interesses e ainda o mau uso de recursos
bem como informações da organização (IBGC, 2016)

As praticas de Governança Corporativa é um mecanismo que direciona os


princípios básicos da transparência por meio da divulgação das informações
contábeis, equidade entre as partes interessadas, e também a prestação de contas
e a responsabilidade corporativa (PELEIAS; SEGRETI; COSTA, 2009)

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa IBGC determina em seu


Manual de Governança princípios norteador para uma boa prática de Governança
19

Corporativa, são princípios básicos, necessários para o cumprimento do Objetivo:


Transparência, equidade, prestação de contas (accontability) e a responsabilidade
corporativa. (IBGC, 2016).

Transparência – É o desejo de disposição dos usuários externos e internos


as informações que sejam de seu interesse e não somente aquelas determinada por
dispositivos legais. Não deve apenas limitar essa transparência a apenas
desempenho econômico-financeiro da organização, mas também todos os demais
fatores inclusive o intangíveis que direcionam a ação gerencial e levem a
preservação e à otimização do valor da organização. IBGC (2016)

Equidade - É o tratamento justo e isonômico de todos os sócios e demais


partes interessadas, de uma forma que venha impedir qualquer atitude e politica
discriminatória, levando em consideração seus diretos, deveres, necessidades,
interesses e expectativas. (IBGC, 2016)

A equidade é um senso de justiça contra as transgressões promovidas por


majoritários e gestores, que sejam prejudiciais a acionistas minoritários. É
tratamento justo e igualitário para os stakeholders.(OLIVEIRA; RIBEIRO; SAMPAIO,
2004)

Prestação de Contas (accountability) – Cabe aos agentes da governança


(sócio, administradores, conselheiros fiscais e auditores) prestar contas de seus atos
e omissões, mesmo quando não solicitado respondendo de forma integral a eles.
(IBGC, 2016).

Responsabilidade Corporativa – Sustentabilidade bem como a manutenção


das organizações são quesitos que os agentes de Governança devem priorizar. O
IBGC (2016) recomenda que os agentes de Governança devem zelar pela
viabilidade econômico-financeira das organizações e minimizar as variáveis
negativas de seus negócios e operações aumentando as positivas no curto, médio e
longo prazo.

A Governança Corporativa da Petrobras S/A teve a sua credibilidade posta


em cheque quando a corrupção se tornou notoriedade em todo o mundo.
20

6.2.3 A Petrobras e a Governança Corporativa

A Petrobras S/A mediante ações dos gestores infringiu um principio


fundamental para a Governança Corporativa, o da transparecia. Dentro do grupo de
demonstrações importantes ao investidor destaca-se o Balanço Contábil, por meio
dele a organização mostra que está cumprindo com seus deveres legais, e no ano
de 2014 a Estatal adiou por duas vezes a divulgação do seu balanço, divulgou
somente em 2015 e ainda o fez sem a revisão dos auditores independentes havendo
cometido um grave atentando ao principal principio da Governança Corporativa.
(FARIA, et al., 2015)

Como justificativa apresentada pela então presidente da Estatal Graça Foster,


em matéria divulgada pelo G1 (2014) disse que o motivo da demora em divulgar era
em virtude da investigação que poderia comprometer economicamente a empresa,
atingindo aqui mais um principio importante da Governança Corporativa o da
Prestação de Contas, quando eximiu de si a responsabilidade pela demora da
divulgação, comprometeu o principio que preza pela responsabilização dos agentes
de Governança por eventuais atos e omissões, mesmo não solicitados. (FARIA, et
al., 2015)

Um desencadeamento de corrupção abalou a Governança da Petrobras,


como consequência o IBGC suspendeu a Estatal do seu quadro de associados, a
suspensão foi de um ano, a findar-se em julho de 2016, foi uma clara comprovação
de que os princípios estabelecidos pelo Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC) haviam sidos quebrados pela gestão da entidade.

Os princípios norteadores da Governança Corporativa são parte de um


mecanismo na qual as empresas são dirigidas e monitoradas através de um
conjunto de princípios e praticas que procuram minimizar os potenciais conflitos de
agencias, descrito na teoria da agência, visando maximizar o valor da empresa,
aumentando o retorno ao acionista. (SILVA; ANDRADE, 2008)

6.2.4 Teoria da Agência

A Teoria da Agência analisa as relações entre os que participam de um


sistema organizacional, cuja propriedade e controle são designados a pessoas
21

distintas, podendo gerar um “Conflito de Agência”, ou conflito de interesses, a teoria


da Agência busca examinar esse conflito e custos, que é resultado dessa
segregação que há entre propriedade e o controle do capital. (PEREIRA, 2011)

Silva e Andrade (2008) argumentam que o problema de agência vislumbra


quando o bem-estar de uma parte, definida aqui como principal é estritamente
vinculado às decisões que são tomadas por outra, aqui denominada de agente.
Ainda salienta que embora o agente deva tomar medidas em benefícios do principal,
muitas vezes apresenta situações que os interesses dos dois são distintos, abrindo
uma margem para comportamento oportunista advindos do agente.

Jensen e Meckling (1976) diz que a possibilidade de se contratar gestores,


que não participam do capital da organização trás um ônus, a separação entre
propriedade e controle. O proprietário e o Controlador da organização agem sempre
em vista da majoração de suas utilidades pessoais, levando a acreditar quem nem
sempre o agenda irá agir visando o interesse do principal. Segundo os autores no
caso da relação que há entre acionistas reais proprietários e gestores há formas de
limitar o conflito monitorando as atividades dos executivos e determinar incentivos
contratuais que são apropriados a eles.

Jensen e Meckling (1976) ainda afirmam que há um custo para alinhar os


interesses dos acionistas aos dos gestores, são os chamados custos de agência.

Custos de criação e estruturação de contratos entre o principal e o agente


CUSTO DE AGÊNCIA

Gastos de monitoramento das atividades dos gestores pelo principal

Gastos promovidos pelo próprio agente para mostrar ao principal que seus atos não serão
prejudicados ao mesmo
Perdas residuais, decorrentes da diminuição da riqueza do principal por eventuais
divergências entre as decisões do agente e as decisões que iriam maximizar a riqueza do
principal.

Quadro 2 - Custos de Agência


Fonte: Jensen Mecking (1976) Adaptado pelo Autor

Silveira (2002) afirma que na relação entre o principal (acionistas) e os


gestores (agentes), as “perdas residuais” um dos custos de agência manifesta-se de
forma muito clara com decisões que visa a não maximização de riquezas tomadas
pelo agente.
22

Os principais custos do problema de agência dos gestores são dados pelo


autor na seguinte ilustração:

Figura 1 - O problema de agencia dos Gestores e a Governança Corporativa


Fonte: Silveira (2002, p.14)

A teoria da agencia estuda o conflito de interesses entre acionistas, que são


os reais proprietários do capital e gestores, podendo eventualmente o gestor tirar
proveito da posição advindas do seu cargo. O código das Melhores Práticas do
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2016, p. 97) diz que “há
conflito de interesses quando alguém não é independente em relação à matéria em
discussão e pode influenciar ou tomar decisões motivadas por interesses distintos
daqueles da organização”.

Quando no ano de 2006 a Petrobras S/A então presidida pela Dilma Rousseff
comprou uma refinaria de Petróleo em Pasadena, Texas (EUA) por US$ 1,18 Bilhão
e mais tarde por meio de investigações verificou-se que o preço da refinaria era de
US$ 42 milhões, havendo aí uma clara supervalorização da compra. (G1, Globo,
2014) Nesse episodio específico é exemplo material de Conflito de interesse descrito
na teoria da agência, A Gestão da Estatal comprou um “Produto” Com um preço
muito superior ao de mercado, gerou no caso um conflito de interesse, pois aos
acionistas não era interessante comprar com um preço supervalorizado, porém para
23

o gestor convenientes a fatores pessoais distintos do principal era interessante a


efetivação da compra.

A solução dos conflitos de agência é uma das propostas previstas no Manual


de práticas da Governança Corporativas desenvolvida pelo IBGC, face à criação da
Lei Sarbenes-Oxley em 2002, para readequar essas práticas as organizações
Brasileira visando à atração e a continuação de investimentos estrangeiros.

6.3 LEI SARBENES-OXLEY - SOX

As fraudes financeiras que houve entre as décadas de 2001-2005 por muitas


empresas, fez com que o Congresso norte-americano a aprovasse Lei Sarbenes-
Oxley - SOX em 2002 na intenção de trazer maior transparência e credibilidade nas
praticas de Governança Corporativa.

A Lei norte-americana SOX foi criada com a finalidade de evitar fugas dos
investidores que a partir dos escândalos envolvendo grandes companhias ficaram
inseguros quanto a praticas de governança corporativa adotada pelas empresas.
(JAIN; REZAEE, 2004).

Entre os anos de 2001-2005 alguns escândalos abalaram o mundo


empresarial, fazendo razão para a criação de uma lei específica que desse
segurança aos investidores. Abaixo alguns das empresas que viraram manchetes e
deram celeridade a criação da Lei Sarbanes-Oxley - SOX

Empresas Fato
Empresa que atua no setor de energia empregou artifícios
Escusos como mecanismos de fraude, denominados de contabilidade
criativa ausência de transparência com a confirmação da utilização
Enron
de subsidiárias de propósito específica, não controlada ou
consolidada diretamente pela holding, que possuíam passivos
significativos.
Atua no ramo de telecomunicações a longa distancia, sendo a
primeira operadora mundial em serviços da internet, manipulou
Wordcom
resultados por intermédio da contabilização de despesas com ativo
que fazia gerar lucros maiores ou omitir prejuízos.
Empresa farmacêutica utilizou-se de informações privilegiadas na
venda antecipada de ações que estavam em crescente valorização
Imclone Systems
em função do desenvolvimento do remédio contra o câncer, cuja
autorização para comércio ainda não fora concedida.
Tida como empresa modelo na área de auditoria, esteve envolvida
com todas as implicações do escândalo Enron. Considera partícipe
Arthur Andersen
de um mega grupo conhecido no mercado como Big Five
considerada de renome, dado à sua eficiência e confiabilidade.
Continua...
24

Continuação.
Empresas Fato
Sexta maior empresa de TV a cabo dos EUA, sonegou informações
de suas dívidas aos acionistas, bem como foi constatado desvio de
Adelphia verbas da empresa para negócios particulares de seu fundador e
presidente da companhia. Avaliados US$ 60 bilhões de prejuízos
para os acionistas.
Admitiu ter inflado seu faturamento em US$ 1,9 bilhão, contabilizando
de uma única vez vendas de equipamentos que seriam pagos em
Xérox
longo prazo.

Empresa italiana manipulou seus relatórios contábeis, mascarando


um grande esquema de fraudes em que o próprio controlador da
empresa vinha desviando recursos. Com intuito de omitir sua precária
Parmalat situação financeira, informava que tinha direitos a receber, que não
correspondiam à verdade. Em 2005, a empresa contava com uma
dívida global de US$ 900 milhões, sendo que, US$ 150 milhões junto
a seus fornecedores.
Quadro3 - Fatos que motivaram a criação da SOX
Fonte: (PLAZA; SANTOS; TARREGA, 2008) – Adaptado pelo autor

Quando do inicio da criação da lei Sarbanes-Oxley - SOX pensava-se que iria


atingir somente as empresas nos Estados Unidos ou estrangeiras que negociassem
nos mercados de valores norte-americanos. Porém observou que o efeito dessa lei
era interessante na medida em que restaurava o equilíbrio do mercado a empresas
e investidores, por meios de mecanismos que asseguravam a responsabilidade da
gestão de uma empresa no que tange à confiabilidade da informação por ela
fornecida. (PLAZA; SANTOS; TARREGA, 2008)

A SOX (como é conhecido a Lei Sarbanes-Oxley) surgiu dentro do contexto


da Governança Corporativa como forma de promover aperfeiçoamentos e também
aumentar a responsabilidade dos executivos, desenvolver a transparência,
assegurar mais independência aos auditores e inserir novas regras que iram
permear os trabalhos desses profissionais (VASCONCELOS, 2012).

Empresas Brasileiras com suas ações negociadas na Bolsa de Nova York


tiveram que se adequar a SOX, além disso, todas as empresas brasileiras
subsidiariam de empresas com registro na SEC – Securities and Excange,pois
essas empresas estão sujeitas ao controle da matriz.

A Petrobras S/A teve que se adequar aos padrões da SEC - Securities and
Excange, uma vez que tinha suas ações voltadas também para o mercado de
Capitais norte-americano. Uma das Praticas adotadas pela Estatal em atendimento
a SOX, foi a determinação que um dos nove membros do Conselho de
25

Administração, eleitos na Assembleia Geral é especialista financeiro. Outra medida


adotada em virtude da adequação a Lei Sarbanes-Oxley foi a Certificação de
controles internos, feitas por auditores independentes. (CORDEIRO, 2011)

A seguir um quadro comparativo com alguns itens da Sarbanes-Oxley e a


Legislação brasileira:

Sarbanes-Oxley Legislação Brasileira


Certificação pelo presidente da Empresa (CEO) Administradores e controladores devem assinar
e pelo diretor financeiro (CFO) dos relatórios os balanços. Os administradores assumem as
anuais. responsabilidades pela precisão das
declarações.
Todas as empresas deverão ter comitês de Não há exigência para formação de comitês de
auditoria formados apenas por membros auditoria, apenas uma recomendação da CVM
independentes. Para as empresas estrangeiras, na cartilha de governança corporativa. Existem
a SEC permite que o conselho fiscal substitua o os conselhos fiscais, cujos membros não
comitê de auditoria. pertencem necessariamente ao conselho de
administração e não precisam ser
independentes.
Empresas estarão proibidas de conceder Não há proibição de empréstimos para
empréstimos a executivos. conselheiros e auditores, se contratados a taxas
de mercado.
Controles internos deverão ser divulgados em Não há previsão para divulgação de controles
relatórios específicos, junto com os relatórios internos.
anuais.
Auditores de empresas abertas não poderão A CVM estabelece que auditores não podem
fornecer serviços de consultoria e outros oferecer serviços que prejudiquem a objetividade
serviços proibidos pela legislação às empresas e independência da atividade de auditoria.
por eles auditadas.
Empresas serão obrigadas a revezar o sócio Empresas são obrigadas a revezar as empresas
auditor a cada cinco anos de auditoria a cada cinco anos.
Advogados que venham, a saber, de uma Não há previsão legal da obrigatoriedade do
violação legal por parte de seus clientes terão de relato.
relatar o ocorrido ao diretor jurídico, CEO e ao
comitê de auditoria ou outros conselheiros.
Quadro 4. Comparativo Sarbanes-Oxley x Legislação brasileira
Fonte: (CORDEIRO, 2011, p. 164)

Observa-se que a SOX é mais rígida em seus padrões nos Estados Unidos,
uma das diferenças em relação à Legislação Brasileira como mostra o quadro é a de
que no Brasil não há a necessidade de criação de um comitê de auditoria para
auditar os fatos da empresa, sendo que nos EUA essa criação é exigida na SOX.

Um dos motivos que levaram a criação da Sarbanes-Oxley - SOX, como já


verificado nesse artigo foi o artifício contábil chamado de Earning Manegement,
(Gerenciamento de Resultado) muitas vezes por meio de praticas conhecidas como
Contabilidade Criativa.
26

6.4 EARNING MANEGEMENT

O objetivo da contabilidade como ciência social é informar a situação


econômica e financeira das empresas, seja para usuários internos que iram utilizar
dessas demonstrações para tomada de decisão, seja para usuários externos, como
investidores, tributação entre outros. (DAPONT, 2012)

A contabilidade como sendo uma ciência social aplicada, e não exata é regida
por normas que devem ser respeitadas, porém essas normas podem ser em
determinado aspecto subjetiva, ou seja, passiva de interpretação, Cordeiro (2003)
observa que apesar da empresa constituir uma única realidade, que é representada
através das informações contábeis, deve compreender que a mesma situação pode
ser entendida de distintas maneiras de acordo com o que a observa.

Nesse cenário de interpretações, de subjetividade é que surge a


Contabilidade Criativa expressão do termo anglo-saxônico Earning Management
Santos e Grateron (2003, p. 8)afirmam que:

A expressão earningsManagement deve ser desmembrada nas duas


palavras que compõem. De um lado a palavra management, que em
português significa gerencia ou manuseio, e, por outro, a palavra earnings,
cujo significado é, fundamentalmente, o resultado. Assim
earningsmanagement poder ser entendido como gerenciamento ou
manuseio de resultados, com a intenção de mostrar a imagem diferente
(estável no tempo, melhor ou pior) da entidade.(SANTOS e GRATERON,
2003, p. 8)

O Resultado é o produto mais importante para os vários usuários da


contabilidade, é com base nesses números que se avalia o desempenho da
empresa, ocorre que parte desse resultado pode ser manipulado por meio de ajustes
contábeis, esses ajustes levam os seus executivos a “gerenciar” os resultados
contábeis na direção em que se deseje. (MARTINEZ, 2001)

Martinez (2001) endossa ainda que Earning Management ou gerenciamento


dos Resultados é a caracterização de alterações propositais dos resultados
contábeis de forma intencional, com a intensão de alcançar, anteder motivação
particular. A Gestão “maneja” artificialmente os resultados com propósitos bem
definidos, que não expressa à realidade de fato no negócio.
27

São inúmeros autores que têm escrito sobre a tênue barreira que separa o
Gerenciamento de Resultado por meio da Chamada Contabilidade Criativa da
Fraude contábil, incluindo alguns que tratam Contabilidade Criativa como fraude
propriamente dita.

Alguns autores divergem sobre o real significado que há entre o limite da


Contabilidade Criativa e a Fraude Contábil, como apresentado no quadro abaixo.

Autor Definição
Todas as empresas deste país, Reino Unido,
manipulam os seus resultados. Todas as contas
que se publicam baseiam-se em livros que foram
retocados com maior ou menor delicadeza. Na
Griffiths (1988)
realidade, se trata de artimanhas que não
infringem as regras do jogo. Estas alterações
são totalmente legítimas, tratando-se
simplesmente de contabilidade criativa.
A contabilidade criativa é um processo de uso de
normas, onde a flexibilidade e as omissões
dentro delas, podem fazer com que os estados
Jamerson (1988)
contábeis pareçam algo diferente ao que estava
estabelecido pelas normas. “Consiste em dar
voltas às normas para buscar uma escapatória”.
Contabilidade criativa é o resultado da
transformação das cifras contábeis de aquilo que
realmente são para aquilo que aqueles que a
KamalNaser (1993)
elaboram desejam que sejam, aproveitando-se
das facilidades que as normas existentes
proporcionam, ou mesmo ignorando-as.
Transformar as contas anuais do que tem que
ser no que se prefere que seja, onde para a
Monterreu (1997) implantação deste tipo de prática se requer
encobrir os princípios e normas contábeis, ou
abandonar a uniformidade na sua aplicação.
Prática contábil que está no limite entre o que é
permitido legalmente, pelas próprias opções que
Cordeiro (2003) as normas e leis estabelecem, e o que é
considerado fraude/manipulação, para lesar a
terceiros.
A contabilidade criativa é uma arte onde os
grandes artistas da contabilidade – os
contadores e os auditores – se aproveitam das
brechas oferecidas pelas rigorosas normativas
para imaginar um enredo fiscal ou financeiro que
José María Gay Saludas (1999) lhes permita espelhar a imagem fiscal ou
societária desejada para suas companhias.
Assim, a contabilidade criativa pode ser
catalogada como uma magnífica falsidade de
obras de arte contábil demandadas de estruturas
de verdadeira engenharia contábil.
Quadro5. Conceituação de Contabilidade Criativa
Fonte: (CORDEIRO, 2003)
28

Kraemer (2005) diz que são varias as razões que levam as empresas a
praticarem a Contabilidade Criativa, dentre elas:

 Manutenção do fluxo de caixa constante de receitas: as empresas


gostam de demostrar uma tendência estável de crescimento do
faturamento, e não oscilações bruscas.
 Alta dos preços das ações: pode se utilizar de mecanismos de
gerenciamento de resultados e assim reduzir aparentemente o
endividamento ou aumentar as receitas
 Atrasar a chegada de informações ao mercado financeiro: beneficiando
assim alguns investidores que tenham acesso privilegiado a tais
informações.

Os gestores em muitos casos se veem obrigados a introduzir modificações,


utilizando de artifícios contábeis, que são avaliados nos relatórios de auditores
independentes. Os usuários entendem essa avaliação como um valor agregado,
com um ato de credibilidade à qualidade da informação. (SANTOS; GRATERON,
2003)

Um dos casos mais conhecidos de Earning Manegement, por meio da


Contabilidade Criativa foi o da Enron Corporation, uma companhia de energia
localizada em Houston, Texas no ano de 2002, nos Estados Unidos a empresa
empregava certa de 21 mil pessoas, com um faturamento de $ 101 Bilhões de
dólares. Em 16 anos, a Enron passou de US$ 10 bilhões em ativos, para US$ 65
bilhões em ativos. Em 24 dias, foi a Falência. A Enron Corporation manipulou
receitas, utilizando método de Marcação a mercado tudo com a convivência da Artur
Anderson. A marcação a mercado permitia a Enron registrar lucros futuros no
momento em que o negocio era fechado, independente de quanto dinheiro acabasse
de fato “entrando”, O Lucro da Enron ela aquilo que ela demostrasse que fosse,
eram apenas lucros imaginários que nunca se concretizava, uma verdadeira fantasia
financeira, método atribuído a Contabilidade Criativa. (OS MAIS ESPERTOS DA
SALA, 2005)

O Caso Enron é uma evidencia da relevância social de uma empresa, o


documentário Os mais espertos da Sala (2005) mostra o impacto devastador que a
manipulação dos resultados trouxe há vida de milhares de funcionários e
29

investidores da Enron Corporation. A empresa se desfez e junto o sonho de milhares


de americanos.

7 METODOLOGIA

A atual pesquisa se configura numa pesquisa qualitativa, quanto à abordagem


do problema, pois irá verificar informações das demonstrações financeiras da
Petrobras S/A no exercício de 2014 no terceiro trimestre, segundo Marconi e
Lakatos (2008).

Na abordagem qualitativa o autor interpreta os fatos, buscando soluções para


o problema que fora proposto, podendo ser usado para, descrever a complexidade
de um problema, analisar a interação entre variáveis, compreender e classificar
processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, interpretar dados, fatos e
teorias. (SOARES, 2003) Nesta pesquisa serão estudados e analisados todos os
aspectos relacionados ao problema e em seguida são evidenciados os resultados
de forma comparativa que é o que ocorreu com o caso da Petrobras S/A no que
tange as Demonstrações Financeiras do terceiro trimestre do exercício de 2014
publicadas sem o relatório da auditoria, contrariando a legislação e toda a estrutura
normativa do país e das normas internacionais.

Trata-se de método dedutivo que segundo Silva (2008, p. 33) “transforma


enunciados universais em particulares, o ponto de partida é a premissa antecedente,
que tem valor universal, e o ponto de chegada é o consequente (premissa
particular)”. A pesquisa será realizada a partir de fontes secundárias que são das
demonstrações Financeiras da Petrobras S/A referentes ao exercício de 2014
analisadas à luz da legislação e da teoria já existente.

Visando um melhor tratamento dos objetivos e apreciação desta pesquisa, ela


se classifica como exploratória e descritiva quanto aos objetivos.

Cervo e Bervian (2005, p. 69) define pesquisa exploratória como;

Pesquisa quase cientifica ou não cientifica é, normalmente, o passo inicial


no processo de pesquisa pela experiência e um auxilio que traz a
formulação de hipótese significativas para posteriores pesquisas. Os
estudos exploratórios não elaboram hipóteses a serem testadas no trabalho,
restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informações sobre
determinado assunto de estudo.
30

Tais estudos têm por objetivos familiarizar-se com o fenômeno ou obter


nova percepção do mesmo e descobrir novas ideias
A pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer
descobrir as relações existentes entre os elementos componentes da
mesma. (CERVO e BERVIAN, 2005, p. 69)

Cervo e Bervian (2005) ainda argumenta que a pesquisa descritiva observa,


registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos sem manipulá-los, a pesquisa
descritiva pode assumir diversas formas, entre elas a pesquisa documental, onde
são investigados documentos a fim de se poder descrever e comparar usos,
costumes, tendências, diferenças e outras características(CERVO e BERVIAN,
2005).

Essa pesquisa é descritiva em razão de serem estudados, analisados e


evidenciados todos os dados obtidos que respondam ao problema e que auxiliem no
entendimento e análise do caso por outras pessoas que se venham a se interessar
pelos resultados.

Os procedimentos que serão adotados para a pesquisa será o bibliográfico e


o documental. Bibliográfico, pois buscara dados já publicados da Petrobras S/A em
revistas, periódicos e ainda em jornais e telejornais acessados por meio eletrônico. A
pesquisa bibliográfica explica e discute um tema ou problema com base em
referencias teóricas já publicadas em livros, revistas, periódicos, artigos científicos,
entre outros, esse tipo de pesquisa é um excelente meio de formação cientifico
quando realizada independentemente ou como parte da pesquisa empírica (SILVA,
2008)

Será utilizada para obtenção de dados referente ao exercício de 2014, da


Petrobras a base de dados da empresa no site oficial, seus relatórios trimestrais
publicados no site oficial da Estatal. Também serão utilizadas publicações diversas
pesquisadas em redes sociais, notícias publicadas em jornais, telejornais e revistas
nacionais e internacionais em razão da publicidade que o caso teve em todo o
mundo e documental porque feita com materiais que não recebem ainda um
tratamento analítico (documentos oficiais, reportagem, contratos etc.) ou
documentos que podem ser reelaborados de acordos com os objetivos da pesquisa
(relatório de pesquisa, relatórios de empresa e estatística) (GIL, 2006).
31

As fontes de informações do estudo são secundaria, que segundo o Guia da


UniversityLibraries (2006) fontes secundarias é a informação sobre o primário, ou
original, ou informação, que geralmente foi modificado, selecionado ou
reorganizados para um propósito ou publico especifico, são exemplos de fonte
secundarias, biografias, historias, monografias, artigos de revisão, livros entre
outros.

Desta forma com vista em analisar as alterações feitas pela Governança


Corporativa nos relatórios financeiros do terceiro semestre de 2014 será feita uma
analise do conteúdo dessas publicações que estão disponíveis no site da Petrobras
S/A, ainda será verificado matérias de sites, jornais revistas, periódicos entre outras
a fim de relacionar mudanças ocorridas na governança corporativa da Petrobras
S.A.

8 CRONOGRAMA

Período: Agosto de 2015/ Julho de 2016

Atividades Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
Escolha do tema
P X
Levantamento bibliográfico R X X X
O
Elaboração projeto X X X X X X
J
Entrega para a banca E X
Defesa Banca Examinadora T X
O
Correções propostas pela banca X
Pré-teste instrumento T X
C
Coleta dos dados C X X
Tabulação dos dados X X
Análise dos dados X X
Entrega TCC X
Defesa Banca Examinadora X
Correções propostas pela banca X

Entrega da versão final X


32

RECURSOS

R
DESRI UN QUANT R$
$
ÇÃO IDADE IDADE UNITÁRIO
TOTAL

Impres 1 R$ R
sões - 0,15 $ 3,15

Transp - R$ R
orte - 3,15 $ 10,00

Encade 3
rnação de R$ R
projeto - 0,00 $ 0,00

Revisã -
o ortográfica -

Encade -
rnação de
artigo -

- R$ R
Livros - 0,00 $ 0,00

- R
Total - $ 13,15
33

REFERÊNCIAS

ABRANTES, T. Exame.com. Exame, 2013. Disponivel em:


<http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/as-empresas-mais-responsaveis-que-
atuam-no-brasil>. Acesso em: 24 Abril 2016.

ALMEIDA , C. Auditoria Um curso Moderno e Completo. 6ª. ed. São Paulo: Atlas
S.A, 2003.

BORGES, L. F. X.; SERRÃO, C. F. D. B. Aspectos de Governaça Corporativa


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