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Glauco Ricciele P. L. C.

Ribeiro
Historiador

Arte Tumular
Cemitério São Salvador

Mogi das Cruzes-SP


15 de setembro de 2018
Glauco Ricciele Prado Lemes da
Cruz Ribeiro nasceu em 22 de
novembro de 1987 em Mogi das
Cruzes-SP. Licenciado em
História pela Universidade Braz
Cubas (UBC) de Mogi das
Cruzes-SP. Pós-Graduação em
Dinâmica e Gestão do Ensino
Superior pela Universidade Mogi
das Cruzes (UMC) de Mogi das
Cruzes-SP e Mestre em Políticas
Públicas pela Universidade de
Mogi das Cruzes (UMC) de Mogi
das Cruzes-SP, Bolsista CAPES.
Docente no Centro Estadual de
Educação Tecnológica Paula
Souza - Etec, nas áreas de
História, Sociologia, Ética e
Cidadania Organizacional,
docente na UEB – Universo da
Educação Básica.
Pesquisador e Palestrante com foco em Políticas Públicas Culturais,
Preservação Patrimonial-Histórica e História Regional, participou como co-autor
nos seguintes livros “Políticas Públicas Estudos e Casos”, “Educação Superior:
Da Teoria à Prática; revista “Educando Mogi”; artigos científicos nas revistas
“Acta Semiótica” e “Creative Education”.
Coordenador do portal eletrônico “Dedim de História” e “Confraria Mogyana”.
Pesquisador de Arte Tumular desde 2009. Devoto do Divino Espírito Santo,
coordenador da Entrada dos Palmitos. Idealizador e Primeiro Presidente da
AMHAL - Academia Mogicruzense de História, Artes e Letras.

Contato: glaucoricciele@gmail.com
HISTÓRICO
No Brasil, até o século XVIII, o hábito de enterros ficava sob a tutela da
Igreja Católica, realizando-os dentro ou em torno dos templos. Esta ação,
considerada segregadora, por anos, fomentou um comércio em que a opulência
garantia locais dignos aos enterramentos.
Com o advento do Império, sob o governo de Dom Pedro I, foram inseridas
leis que passam a proibir os enterramentos em igrejas e os destinam aos
Cemitérios, lugares públicos. Nesses textos das leis, manifesta-se um discurso
que tem como sistema de valores, além do religioso, o do exercício da cidadania,
o direito ao enterro em um lugar digno.
A atribuição de zelar pelos cemitérios passou para as câmaras municipais,
a partir de 1828. A lei de 1º de outubro de 1828, que regulamentava a atuação
das câmaras municipais, atribuía a essas câmaras o estabelecimento dos
cemitérios fora dos templos, de acordo com Titulo II das Funcções Municipaes e
Titulo III das Posturas Policiaes (BRASIL, 1885).
Em prestação de contas da câmara municipal de Mogi das Cruzes, no ano
de 1843, havia gastos como os reparos no portão do cemitério, com plano e
orçamento detalhado (forro, caibros, pregos, vigas, vigotão, etc.) e de uma
capelinha dentro do cemitério. Em 11 de fevereiro de 1871, a Assembleia
Legislativa Provincial examinava o regulamento enviado pela Câmara de Mogi
para a nova organização do Cemitério
Público Municipal, estabelecendo ser, no artigo I, de exclusiva
administração da Câmara Municipal (MOGI DAS CRUZES, s/d). O discurso
religioso estava presente e no artigo IV, das Funções Municipaes (BRASIL,
1885), estabelecia-se que haveria um espaço para a exumação dos acatholicos
ou dos, a quem a Igreja catholica recusasse a sepultura eclesiástica.
Um muro o distinguiria do terreno sagrado. Mas no artigo XXXVIII, em
dúvida se o cadáver era de cathólico ou acatholico, prevaleceria a presunção de
que seria cathólico.
No artigo XXXIII, estabelecia-se que toda a renda do cemitério pertenceria
à câmara municipal, exceto 10%, e isto gerava manifestações de
descontentamento por parte da Igreja. Neste regulamento, pode-se perceber no
discurso da lei, que se caracteriza pela modalização do dever-fazer, o início de
uma tensão nas relações Igreja-Estado com a perda gradual de influências da
Igreja e a laicização contínua da vida.
Benzido de acordo com o rito romano, em 27 de junho de 1871, a
localização do Cemitério São Salvador indicava uma preocupação sanitária, pois
desde meados do século XIX se questionava, em vários locais da província, a
localização dos cemitérios. Mesmo sendo posterior, o Código Sanitário de 1894
(SÃO PAULO, 1894) dá pistas sobre a localização que deveria ter um cemitério,
apresenta-se outro discurso, o da saúde pública: ”Deverão ser construídos
sempre que possível, em pontos elevados e contra-vertente das águas” (SÃO
PAULO, 1894).
Em Mogi das Cruzes, com a evolução urbana, em meados do século XIX,
o espaço dos mortos estava na cidade e integrava um espaço comunitário. Desta
forma, com as discussões em torno da saúde pública, houve um distanciamento
da comunidade dos vivos, com o deslocamento do cemitério para o “alto do
campo santo”.
Atualmente, o Cemitério São Salvador é composto por 150 mil metros,
9.500 mil jazigos e mais de 20 mil sepultados. Fica evidente, em suas alamedas,
a visão por etnias, credos e elevação social. Os túmulos expressam uma ideia
ou conceito do mundo dos vivos sobre o mundo dos mortos, ou seja, o texto
arquitetônico manifesta um discurso. Nesse sentido, eles podem ser
considerados como objetos que representam a identidade cultural. Estes
elementos ficam claros nos trabalhos de arte tumular em mármore, granito e
alvenaria. Estes sistemas de símbolos, ou melhor, processos de significação, ou
discursos, fortalecem a representação da identidade cultural, em que o cemitério
é um espaço de representações sociais cabendo hoje estudos profundos de suas
significações. No Brasil, a concepção de se visitar ou mesmo estudar os
cemitérios não é como o que acontece em alguns países como no cemitério
Père-Lachaise, em Paris, na França, o cemitério de La Recoleta, em Buenos
Aires, na Argentina e Arlington, em Virginia, nos Estados Unidos.
Nesses cemitérios os visitantes são conduzidos por guias que os levam
para conhecer os jazigos de famosos e obras de artes assinadas por renomados
escultores;verifica-se um discurso de memória e patrimônio. Atualmente, no
Brasil, apenas o Cemitério da Consolação, na cidade de São Paulo contempla
esta ação de preservação de sua memória. Este último foi fundado em 1858 e
em seu interior há personalidades sepultadas e monumentais jazigos
construídos por artistas como Victor Brecheret, Bruno Giorgi, Rodolfo
Bernardelli, Nicola Rollo entre outros. Os cemitérios guardam em sua essência
a memória individual de cada sujeito.
De acordo com Eclea Bosi (1987), lembrar significa aflorar o passado,
combinando com o processo corporal e presente da percepção, misturar dados
imediatos com lembranças. A memória permite a relação do corpo presente com
o passado e, ao mesmo tempo, interfere no processo atual das representações.
A autora ainda declara que “cada memória individual é um ponto de vista sobre
a memória coletiva, que muda conforme o lugar que algo ocupa e que este lugar
mesmo muda segundo as relações que mantenho com outros meios” (BOSI,
1987, p.42).
INDICE DE SIMBOLOS

CRUZ
A Cruz é um símbolo originalmente pagão, e posteriormente adotado pelo
cristianismo. Seu significado oscila de acordo com a cultura em que está
presente; podendo representar amor e fé, ou morte e terror.

Cruz Cristã – Latina – Calvário: É a maior representação da paixão e fé cristã.


De acordo com a tradição, representa o local em que Cristo foi crucificado e é
símbolo de sorte e de esperança. Muito usada em todos os tipos de túmulos, é
atributo de inúmeros santos como Santa Helena e São Jorge.
Cruz pontiaguda: A cruz de três pontas nas extremidades das hastes é uma
alusão à Trindade do cristianismo.
Cruz Celta – Iônica: Nas culturas pagãs, a cruz significava, entre outros, os
quatro pontos cardeais, ou quatro elementos da natureza, ou ainda as quatro
estações. Associada ao círculo, esta variação da cruz representa a divindade e
imortalidade da natureza na cultura celta. Com a influência cristã, a cruz celta
teve suas hastes estendidas além do círculo.
Cruz Grega: É uma variação
da Cruz Celta sem o círculo e
com hastes de mesmo
comprimento. Atualmente,
está associada ao
cristianismo. No paganismo,
esta variação da cruz
representa os quatro
elementos.
Cruz e Coroa: Significa a
Soberania Divina.
Cruz e Âncora: Esta combinação refere-se a fé em Cristo. Neste caso, Cristo é
a âncora (segurança) da alma.
Cruz e Espada: Refere-se à morte em batalha.
Cruz e Mulher: A figura de uma mulher apoiada numa cruz (pode ser também
âncora ou coluna) representa a fé. É uma alusão de que o falecido teve uma vida
pautada na fé e religiosidade. É comum encontrá-la em túmulos pertencentes
aos Maçons.
OSSOS E ESQUELETO

Estas representações trazem a ideia de que a morte acompanha todos os


seres.

Esqueleto: O esqueleto está associado à figura passiva da morte. Quando


retratado em posse de armas como a lança, machado ou foice, significa a
personificação da morte; uma ameaça presente. Os detalhes anatômicos são
esculpidos de acordo com a habilidade e o conhecimento do artesão.
Crânio: No século XVII, o crânio foi esculpido de perfil associado a um fêmur,
ou frontal sobreposto aos ossos cruzados. É muito comum encontrá-lo
acompanhado da inscrição latina Memento Mori, ou Lembra-te que hás de
morrer. Os artesãos do século XVIII criaram variações: faces em perfil parcial,
com ou sem mandíbula, nariz triangular ou em forma de coração, órbitas rasas
ou fundas etc. Em todas
as representações, é
mais uma variação da
morte personificada.
Crânio Alado: O crânio
alado faz referência à
ação divina responsável
pela morte. As asas
também estão
incorporadas aos anjos,
arcanjos, serafins e
querubins. A ampulheta
faz alusão ao tempo de
vida que se esvai.
ANJOS

Num aspecto geral, simbolizam os mensageiros ou emissários de Deus.


Existem várias representações de Anjos na arte tumular que assumem
significados paralelos.

Arcanjo Miguel: O Arcanjo Miguel é distinguido através de sua lança em


combate ao demônio, que é representado por um dragão ou uma serpente. Esta
figura refere-se a fé do falecido.
Anjo Triste: Um anjo com feições pesarosas e aflitas refere-se a lamentação
pela morte.
Anjo Mensageiro: A figura de um Anjo carregando uma pessoa, significa que o
Mensageiro de Deus conduz o falecido aos céus.
Anjo Voando: Um anjo voando solitariamente representa a Ressurreição.
Querubim: Os Querubins são usados para identificar túmulos de crianças.
ARMAS

As armas são usadas para compor a representatividade das figuras que


simbolizam a morte.

Foice, lança e machado: Geralmente, estas armas estão associadas aos


crânios e esqueletos, compondo a ideia da morte.
Arco e Flecha: A combinação de arco e flecha representa a relação entre vida
e morte. Apenas o arco significa a vitória da vida sobre a morte. Enquanto a
flecha significa a imprevisibilidade da morte.
Espada: A espada é uma representação de que o falecido era militar. Espadas
cruzadas significam a morte em batalha.
FLORES

Além de ser um elemento de composição e adorno da arte tumular, as flores


compõem diversas representações. Num aspecto geral, referem-se à
fragilidade e singeleza. Mas a combinação é tão ampla que as espécies, e
mesmo a quantidade de pétalas possuem significados específicos. Flores com
cinco ou doze pétalas representam as chagas de Cristo, ou fazem alusão aos
apóstolos. A utilização das flores se popularizou a partir de 1800.

Flores e Folhas mortas: Significam tristeza, melancolia.


Flor Quebrada: Significa a fragilidade da vida.
Acácia: Simboliza a imortalidade da alma.
Flor-de-lis: Significa chama, paixão e ardor.
Lírios: Principalmente encontrados em túmulos de
mulheres, os lírios significam a inocência da alma restabelecida após a morte.
Também está fortemente associado à Virgem Maria.
Copo-de-leite: Significa a união, o matrimônio.
Margarida: Simboliza a pureza, ou inocência infantil. Também é uma alusão a
infância de Cristo.
Amor-perfeito: Simboliza a memória e humildade do falecido.
Papoula: É uma alusão a morte, ou sono eterno da paz.
Rosa: A rosa vermelha representa o martírio de Cristo, e a rosa branca significa
pureza e virgindade. Rosas entrelaçadas significam um forte elo afetivo entre o
falecido e um familiar (mãe e filho, por exemplo). Um ramalhete de rosas indica
beleza e virtudes que o falecido possuia.
Broto de Rosa: Um broto de rosa representa uma morte prematura, na infância
ou puberdade.
Rosa Mística: É uma representação maternal. Geralmente associada à Virgem
Maria.
Girassol: Simboliza a fé em Cristo
Grinalda – Guirlanda: O uso de grinaldas e guirlandas tem origem na civilização
grega. Geralmente representa a vitória, ou redenção no cristianismo. A grinalda
de louro é encontrada em túmulos daqueles que atingiram destaque nas artes
ou na carreira militar. A grinalda de hera simboliza alegria e jovialidade. A
Grinalda nupcial é encontrada no túmulo de um jovem noivo, ou noiva. A grinalda
adornada com um livro e uma luva, era usada nos túmulos de jovens moças. A
grinalda de rosa representa a beleza e virtudes do falecido.
PLANTAS

Desde os tempos pré-cristãos, as plantas são combinadas com as flores para


adornar os túmulos e compor significados distintos. Algumas estão presentes
apenas na cultura de determinados povos. Assim, por exemplo, pode-se
distinguir a origem do falecido.

Acanto: Representa o Jardim Divino, ou o Jardim do Céu.


Cardo: Está associado à tristeza. Também é uma variação da coroa de Cristo;
ou representa a Escócia como país de origem (devido à Antiga Ordem do Cardo).
Açafrão: Simboliza a alegria juvenil.
Hera: Representa a memória do falecido, imortalidade ou afeto eterno.
Samambaia: Simboliza a sinceridade e a tristeza.
Trevo: Indica que o falecido era
irlandês.
Musgo: É uma representação dos
méritos conquistados.
Trigo: É um símbolo tipicamente
cristão. Geralmente está
combinado com pão e vinho,
representando a ressurreição.
Espiga de Milho: Era um costume
rural mandar espigas de milho aos
familiares de um fazendeiro que
falecia, em sinal de respeito e
lamentação. Geralmente, é
encontrado em túmulos de famílias
rurais.
ÁRVORES E FRUTAS

A representatividade das árvores e frutas é muito ampla na simbologia tumular.


De acordo com a situação que é encontrada, trazem significados específicos
da cultura e crença do falecido.

Árvore: A árvore significa o amor divino que abriga todos. Também pode
representar a Árvore da Vida. Uma árvore com galhos cortados significa a morte
precoce. Uma árvore brotando representa a vida eterna.
Carvalho: Possui várias representações, entre eles: hospitalidade, força, honra
e eternidade. O carvalho era adorado pelos pagãos como sendo a Árvore da
Vida; algumas vezes é encontrado com este significado.
Salgueiro: É a representação da
tristeza e lamentação da natureza.
Parreira: Representa os
Sacramentos e o sangue de Deus.
Palma: Para os antigos romanos é
símbolo de vitória. Para os cristãos,
significa a glorificação celestial,
representando o triunfo dos mártires
sobre a morte. Quando Cristo
segura um ramo de palmeira
significa sua vitória sobre o pecado e
a morte.
Figo e Abacaxi: Representam
prosperidade e vida eterna.
Uvas: As uvas representam Cristo.
Associada às folhas, alude à fé
cristã.
ANIMAIS

Os animais são figuras muito comuns na simbologia cemiterial. A conotação de


cada espécie varia de acordo com a cultura e a época em que foram aplicadas.

Borboleta: Embora bastante rara, a borboleta é encontrada geralmente em


túmulos infantis. Seu significado está atrelado a ressurreição de Cristo.
Representa também três fases: lagarta, crisálida e borboleta; ou nascimento,
morte e renascimento.
Cachorro – Cervo: Significam
lealdade e fidelidade.
Dragão: É retratado sendo
derrotado por São Jorge. Esta
associação significa o triunfo
do bem sobre o mal.
Peixe e Pomba: Indica a fé.
Rã: Descreve os pecados e
prazeres mundanos. Também
representa ressurreição.
Cavalo: Indica coragem ou
generosidade. Um atributo da arte Cristã à São Jorge, São Martin e outras
representações à cavalo.
Cordeiro: Este é um dos símbolos mais comuns em túmulos de crianças
significando pureza e inocência. Também é uma representação do aspecto
sacrificatório de Cristo. Porém, o cordeiro já era encontrado na cultura egípcia
do período pré-cristão. Numa visão geral, significa bondade e humildade.
Esquilo: O esquilo com uma noz representa a devoção e meditação religiosa.
Leão: O leão simboliza poder e ressurreição. Sua figura sugere proteção ao
túmulo em que estiver esculpido. Também recorda a coragem e determinação
das almas que eles abrigam.
Serpente: Quando esculpida engolindo à si própria, representa a eternidade.
Golfinho: Significa a ressurreição.
AVES

Numa visão ampla da simbologia cemiterial, as asas estão associadas às


intervenções divinas e à libertação dos vínculos terrestres. Portanto, os anjos,
as aves e os animais alados da mitologia são considerados seres livres e
mensageiros de Deus; além de possuírem um significado específico para cada
espécie.

Pássaro: Representa a alma alada; uma alusão de que ao desligar-se do corpo,


a alma do indivíduo recebe asas para que possa voar ao reino divino.
Pomba: A Pomba é um
importante símbolo
cristão que representa o
Espírito Santo.
Associada a um galho de
oliveira, alude à
esperança e vida eterna.
Águia: Simboliza a
coragem e uma possível
carreira militar. É
também um símbolo de
São João.
Coruja: Simboliza a
sabedoria.
Galo: Significa a ressurreição.
Pavão – Fênix: Simboliza a incorruptibilidade da carne, ressurreição, beleza de
alma e imortalidade.
ANATOMIA

As partes do corpo humano são muito comuns em representações tumulares.


Em posições específicas e associadas à objetos ou formas geométricas,
sugerem uma grande diversidade de informações sobre o falecido.

Mãos: Simbolizam o último adeus, ou a mão divina interferindo na existência


humana.
Aperto de mãos: O aperto de mãos significa união; ou matrimônio entre o
falecido e seu cônjuge. Neste caso, uma mão masculina está associada a uma
mão feminina guiando a outra para o céu.
Mãos apontando: A mão apontando para cima representa a recompensa; a
confirmação de vida após a morte e ascensão para o céu. A mão apontando para
baixo significa uma morte súbita. Possivelmente também é uma saudação
maçônica secreta.
Mãos espalmadas: Significam uma saudação do povo Judeu. Portanto, o
falecido era judeu.
Mãos unidas: Representa a devoção religiosa do falecido.
Coração: O coração significa amor divino e coragem.
Coração sangrando e com espinhos: Refere-se ao sofrimento de Cristo pelos
pecados da humanidade.
Coração flamejante: Significa fervor religioso.
Coração perfurado: Um coração perfurado por objetos ou armas, representa a
caridade, ou a
profecia relacionada
ao nascimento de
Cristo.
Braço: Uma figura
com os braços
estendidos
representa pedido
de clemência.
Olho: Significa a
Onipresença Divina,
ou O Olho que tudo
vê. Também é
representado
emanando raios de
luz.
CRIANÇA

Esculturas representando crianças não significam exatamente que o falecido


era uma criança. Geralmente, estas figuras são associadas à inocência,
precocidade e imaturidade.

Criança: Refere-se à morte intempestiva de um adulto; ou o luto para os


familiares.
Criança e Crânio: Uma criança com um crânio significa sua própria morte.
Criança dormindo: Uma criança dormindo é o elo entre a vida e a morte.
ARQUITETURA

Os elementos arquitetônicos foram incorporados aos cemitérios


contemporâneos no final do século XIX, num período denominado Art Noveau.
A arquitetura greco-romana foi uma de suas principais referências. Neste
momento, entram em cena os portais, obeliscos, colunas de sustentação e
arcos que indicavam não apenas a suntuosidade, mas significados distintos em
suas composições.

Coluna: Representa a totalidade da vida de uma pessoa. Uma coluna quebrada


(com ou sem flores), significa que a vida foi interrompida prematuramente.
Arco – Portal: É a passagem entre a vida e a morte.
Obelisco: Os obeliscos eram muito comuns na antiga cultura egípcia. O seu uso
se popularizou entre 1820 e 1840 devido ao custo menor que os mausoléus, e
por caberem em espaços reduzidos. O obelisco enaltece o falecido e simboliza
a grandeza faraônica.
FORMAS GEOMETRICAS

As formas geométricas eram usadas principalmente nos hieróglifos dos


sarcófagos egípcios. Posteriormente, foram adotas pelo cristianismo e o
ocultismo através da Idade Média até os dias atuais. Geralmente, estão
associados às divindades e à existência humana na Terra.

Círculo: O círculo foi adotado em várias religiões e tem seu significado adaptado
a cada uma. É universalmente conhecido como símbolo de eternidade, de um
ciclo interminável. Dois círculos sobrepostos representam a união entre o céu e
a terra. Assim como três círculos interconectados representam a Trindade Cristã.
Esfera Alada: É um símbolo divino da cultura egípcia que foi adotado pelo
cristianismo, representando o poder divino supremo.
Triângulo: Para os cristãos, o triângulo eqüilateral representa a Trindade. Na
cultura egípcia, representa a Mente Divina Onipresente. O triângulo também está
associado ao Olho que tudo vê.
Pirâmide: Simboliza a Eternidade. Acreditava-se que uma pirâmide no túmulo,
impedia que o Diabo se aproximasse.
Quadrado: Representa a existência humana na Terra.
SÍMBOLOS

Menorah: O Menorah é um castiçal de sete ramificações. Usado tipicamente no


judaísmo, representa os sete dias em Deus criou a Terra.
Suástica: Sua origem é desconhecida, mas é considerada um dos símbolos
mais antigos e difundidos na humanidade. Geralmente encontrada em templos
budistas representando o coração de Buda e esta doutrina. Tornou-se mais
conhecida após a Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas a adotaram
como seu principal símbolo.
Estrela de cinco pontas: Também é chamada de Pé de bruxa ou Símbolo de
Salomão. Além de representar os cinco elementos alquímicos, para os Judeus,
significa os cinco livros do Mosaico. A Estrela de cinco pontas também foi
adotada por diversos grupos maçônicos.
Estrela de seis pontas: Também conhecida como Estrela de David, é um
símbolo tipicamente Judeu. Composta por dois triângulos entrelaçados,
representa a proteção divina. Na alquimia, os dois triângulos representam água
e fogo.
Pentagrama: É um símbolo pré-cristão. Foi usado pelo filósofo grego Pitágoras,
e desde a Idade Média é usado por ocultistas como um amuleto protetor.
Também faz parte do cristianismo, sendo que suas cinco pontas representam as
chagas de Cristo.
Lua: Cada fase da Lua representa o momento da morte do indivíduo. A lua nova
significa a morte prematura, possivelmente de uma criança abaixo dos três anos.
A Lua crescente é morte na puberdade ou adolescência. A lua cheia significa
morte na juventude; e a lua minguante faz referência a morte ocorrida na terceira
idade.
Sol: Ao longo da
História, o Sol foi
retratado de várias
formas: sol
nascente, poente,
entre nuvens, atrás
de montanhas,
com asas etc.
Também possui
diversos
significados: a
alma que ascende
ao céu; morte e
ressurreição de
Cristo etc.
OBJETOS

Alguns objetos de uso cotidiano em certas culturas, assumem um significado


alegórico quando representados na arte tumular. Portanto, quanto maior for o
simbolismo de um povo, maior será a variedade de significados. Desta forma, a
posição e a combinação com outros elementos fazem referência a situações
variadas de acordo com a época e local onde foram utilizados.

Ampulheta: Retratada na posição horizontal ou vertical, simboliza o transcurso


e o escoamento do tempo de vida. A ampulheta flamejante significa a Eternidade.
Também é encontrada associada à crânios e asas.
Coroa: É a marca da vitória ou da distinção. A coroa apresenta-se de várias
formas e é atributo de inúmeros santos, como Santa Elizabeth da Hungria. Indica
também uma condição de nobreza.
Âncora: A âncora era usada pelos primeiros cristãos como uma forma
disfarçada de cruz, que demarcava o local das reuniões secretas. É encontrada
principalmente na arte funerária das catacumbas romanas simbolizando
esperança. Também é um atributo de São Nicola, padroeiro dos marinheiros,
que representa a força da fé.
Navio – Caravela – Barco: Significa que o falecido foi marinheiro, ou possuía
alguma relação com a marinha.
Corrente: A corrente significa a interrupção de uma cadeia familiar devido à
morte de um membro importante.
Cadeira: Uma cadeira desocupada está associada a morte de uma criança.
Simboliza o vazio deixado na vida dos familiares.
Bíblia: A Bíblia é encontrada aberta, representando uma pessoa religiosa.
Livro: O livro possui vários significados: pode representar o Livro da Vida; o
aprendizado; o Conhecimento ou memória do falecido.
Chaves: Representam o conhecimento espiritual. Se estiverem empunhadas por
Anjos ou Santos, referem-se às chaves que abrem as portas do Reino Divino.
Lâmpada: Significa sabedoria e imortalidade da alma.
Vela Acesa: Representa vida.
Tocha: É um dos emblemas da traição, e assim está ligada à crucificação
(paixão de Cristo). Atributo de certos mártires como Santa Dorotéia e São
Domingos. Uma tocha invertida significa a morte.
Cálice: Representa os Sacramentos Cristãos.
Vaso – Urna: Simboliza o corpo separado da alma (vazio); a eterna felicidade
(com um pássaro pousado em sua borda, saciando a sede); a Anunciação (com
lírio); a glória e a paz (com óleo santo). Também é encontrado coberto com um
manto, referindo-se à tristeza que o cobriu.
Trompete: Geralmente é encontrado sendo tocado por Anjos, significando o
Chamado do Juízo Final.
Harpa: Geralmente é encontrada em túmulos de músicos por ser o símbolo de
Sta. Cecília, padroeira dos músicos. Também é uma representação do Velho
Testamento.
Mantos – Cortinas: Um manto ou uma cortina sobre os objetos alude à tristeza
que os cobriu. Geralmente estão associados à outros símbolos, como um livro
ou uma coluna.
Folha de Papel – Pergaminho: A folha de papel significa a relação entre o
tempo e a vida. As extremidades enroladas para cima, representam a vida que
se desdobra num comprimento incerto, com o passado e o futuro não revelados.
Também pode significar uma menção honrosa ao falecido.
Concha: O uso das conchas em monumentos funerários é comum desde os
povos pré-cristãos. Geralmente, está associada à fertilidade, ressurreição e
peregrinação. Também é um símbolo das Cruzadas.

Pesquisa e Fotos: Glauco Ricciele ----- Contato: glaucoricciele@gmail.com

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