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Sar aco esti ‘A esetita compreende etapas distintas e integradas de realizacao (planejamento, operacdo e revis8o), a5 ‘quais, por sua ver, implicam da parte de quem escre- ve uma série de decises. Elaborar um texto escrito é uma tarefa cujo sue ccesso nao se completa, simplesmente, pela codificagao das idéias ou das informagdes, através de sinais grficos, (Ou seja, produzir um texto escrito ndo € uma tarefa que implica apenas 0 ato de escrever. Nao comeca, portanto, ‘quando tomamos nas mos papel ¢ lipis. Supée, 20 con- trio, virias etapas, interdependentes e intercomplemen- tares, que vao desde o planejamento, passando pela escri ta propriamente, alé o momento posterior da revisio e da reescrita, Cada etapa cumpre, assim, uma fungi espect- fica, e a condigio Final do texto vai depender de como se respeitou cada uma destas fungées A primeira etapa, a etapa do planejamento, corresponde todo o cuidado de quem vai escrever para: Tara aprofundar esta questo da relagoente false escrits vate a pena, ene outras letras, a consulta @ Marcuschi (200%), Jrincpelmente 0 prineiro capitulo, onde © autor apresenta uma tcne dae varias perspectivas cm que a fala ea excita sto obser wads. .delimitar o tema de seu texto e aquilo que The dara unidade; bicleger 0s objetivas; c.escolher 0 género; d.delimitar os eritérias de ordenagdo das idéias; .prever as condigbes de seus leitores © a forma lingasstica (mais formal ou menos formal) que seu texto deve assumir [Na escolha dos critérios de ordenagao das idéias, 6 relevante prever como a informacao vai ser distribut- da ao longo do texto, isto é, por onde se vai comegar, {que seqtincia se vai adotar, como se vio dividir os t6picos em subt6picos e em que ordem eles vao apar cer. Eo momento de delinear a planta do edificio que se vai constr: A segunda etapa, @ etapa da escrita, comesponde 2 tarefa de par no papel, de registrar 0 que foi planeja- do. E a etapa da escrita propriamente dita, do registro, quando coneretamente quem escreve vai seguir a plan {a esbocada e dar forma ao objeto projetado (imagine © que € fazer uma construgao sem planejamento!). & quando aquele que escreve toma as decisdes de ordem lexical (a escolha das palavras) © de ordem sintico- semantica (a escolha das estruturas das frases), conformidade com o que foi anteriormente planejado e, evidentemente, em conformidade, ainda, com as condigdes coneretas da situagdo de comunicagso. Sem pre atento, sempre em estado de reflexdo, para garantir sentido, coeréncia, reevancia. A terceira etapa, a etapa da revisdo e da reescrita, cortesponde © momento de anilise do que foi escrito, Assos ssi srencion suntan | 85 para aquele que escreve confirmar se os objetivos fo- ram cumpridos, se conseguiu a concentragao tematica desejada, se hai coeréncia e clareza no desenvolvimento das idéias, se ha encadeamento entre os varios segmen- tos do texto, se ha fidelidade as normas da sintaxe e da semantica — conforme prevéem as regras de estrutura dda lingua — se respeitou, enfim, aspectos da superficie do texto, como a ortogralia, a pontuagao € a divistio do texto em pardgrafos. E, como disse, a hora da revisao (da primeira, talvez), para decidir sobre 0 que fica, o que sal, ‘9 que se teformula, Como afirmou Hemingway: “A cesta de papéls é © primeiro mével na casa de um escritor”. A nnatureza interativa da escrita impde esses dife rentes momentos, esse vaivém de procedimentos, cada ‘um implicando analises ¢ diferentes decisoes de alguém aque é sujeito, que 6 autor de um dizer e de um fazer, para outro ou outros sueitos, também ativos e coope- rantes. Carlos Drummond de Andrade parecia bastante consciente das exigéncias de uma escrita cuidadosa (que supde tempo e disposicao para planejar, fazer e refa- zer), quando anotou em seu diatio: Margo 12, Tanto trabatho para redigir a carta de res posta a wma diretora de servigo publico que me man- dou observagoes sobre uma crOnica que publiquet no Jomal do Brasil, Problema: ackar 0 tom adequado, a palavra justa, a expresso medida e insubstitufvel, nem ‘0 mesmo Hemingway registrou: "Reesrev nts vers 0 ‘lime pardgrafo de Adeus as Armas antes deme semi satis" [Voltaire €atribuida 8 sepuintectagéo: “Pentoe-me, senor, $e ‘sere carts tio comprida, NSo ve tempo de fazéla cust S| Aca Porucies nase Asrones ‘mais nem menos. Chego & conclusto de que escritor & aguele que ndo sabe escrever, pois quem ndo sabe escre ‘ve sem esforgo, 14 Manuel Bandeira era de outta opi nig: “Se voce faz uma coisa com dificuldade, é que rio tem jeito para ela.” Duvido,(grifo meu) Carlos Drummond de Andrade, 0 obsersador no escritrio A realidade de nossas salas de aula mostra exata- mente 0 contrério, pois a falta de esforgo, a improvisa- ‘cdo & a pressa com que nossos alunos escrevem pare-

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