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Plínio Marcos
(DILMA entra começa a se arrumar. Depois de um tempo, vai até a cama e sacode
Célia)
CÉLIA : Porra!
DILMA : Botou a fuça, te viu apagada e saiu no pinote. Acho que tá a fim de te
aprontar uma.
CÉLIA : Só de caco cheio agüento essa zorra. Parece que levei uma surra do
cacete.
DILMA : Você nem lembra que tomou umas biabas da bichona? Beber assim é pra
se acabar.
CÉLIA : Que bosta! O veadão deve ter me acertado bem. Mas tem troco. Você vai
ver.
CÉLIA : Me viro.
DILMA : Como?
CÉLIA : Sei lá, porra! Eu não sou nenhuma jogada fora. Me arranjo fácil.
DILMA : É só o que eu tenho. Mas também tenho meu filho pra criar.
CÉLIA : Por ele. Pelo teu filho. Vamos meter a cara. Se a gente ferra o puto, de
DILMA : Você pensa que é tudo no “toma lá, dá cá”. E o resto? E a cana? E os
cupinchas da bicha?
CÉLIA : Cupincha é cupincha. Eles estão com quem está no mando. Se a gente fica
DILMA : É melhor você se vestir e se mandar pra rua. Eu já estou pronta e vou
firme. Sei o que faço. Estou na putaria há mais tempo que você.
DILMA : Estou criando meu nenê. Depois tudo muda. Até mais. (sai)