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1.

Nelson Roberto da Sorte, brasileiro, separado, nascido em 02/05/1966, contratado


como vendedor, pela empresa Serviços Contábeis Santa Cruz Ltda. Que com dois
anos foi promovido a Gerente financeiro, função na qual permaneceu por mais de
dez anos, com uma jornada de 6 horas, de segunda a sexta, trabalhando de 7 às 15h,
e sábado de 7 às 13h, com um salário de 12 mil reais. Que não tinha intervalo e nem
suas horas trabalhadas a mais não eram, nem compensadas e nem pagas. Que foi
dispensado em junho de 2018 e não recebeu nenhuma hora extra, nem férias de
todo período laborado, que ainda eventualmente trabalhava aos domingos sempre
que fosse solicitado pelo seu empregador. Declarou ainda que o seu empregador o
obrigava continuamente a realização de cursos de extensão, sendo apresentados 37
certificados de cursos, que tinham tempo de realização, sob pena de perda de
qualitativo na sua avaliação de desempenho e que tais cursos sempre eram
realizados no turno da noite, razão que comprometeu sobremaneira seu casamento,
levando assim, ao seu processo de separação, visto que sua cônjuge não suportou os
contínuos períodos de solidão. Que em janeiro de 2017 foi rebaixado para vendedor,
sendo-lhe retirada sua gratificação. Informou ainda que a rescisão foi homologada na
empresa, sem a presença do Sindicato, tendo recebido o valor em cheque visado.
Declara ainda que não recebeu a liberação do FGTS, nem as guias do seguro
desemprego, bem como o 13.º salário o qual faria jus em todo o período laborado.
2. O empregador de Nelson declarou que o mesmo foi demitido por justa causa em
20/06/18, porque deixou de comparecer ao serviço 20 dias antes do Natal, sem dar
quaisquer explicações. Informou que a empresa concedeu 15 dias de férias coletivas
para todos os seus empregados, inclusive o mesmo, e que deveriam retornar as
atividades em 10/01/18. Que o empregado trabalhava no horário de 7 às 13h, de
segunda à sexta, e sábado de 7 às 11h. Que eventualmente cumpria horas extras
considerando que foram acordadas através de Banco de horas ajustado de forma
tácita entre as partes. Que as demais horas alegadas que o mesmo permanecia no
local de trabalho deu-se por iniciativa própria do mesmo, que permanecia no local
para prática de utilização das redes sociais para relacionamento pessoal, assim como
descanso, lazer, higiene pessoal e alimentação. Declarou que o empregado
regularmente chegava de 20 a 30 minutos atrasado e que sempre teve o
cumprimento do intervalo para descanso. Quanto ao não pagamento das férias de
2017 declara que o empregado teve licença remunerada por mais de 30 dias. Que no
ato da sua rescisão foi pago o saldo de salário correspondente ao que teria
efetivamente laborado, conforme previsão legal. Quando a realização de cursos de
extensão, o empregador apresentou declarações, assinadas de próprio punho de
Nelson, onde o mesmo declara estar realizando os cursos de maneira facultativa, não
restando assim nenhuma imposição por parte do empregador para com o fato
apresentado, igualmente responsabilidade quanto ao término do rompimento, vez
que tomou conhecimento do acontecimento em virtude do mesmo ser um
companheiro infiel, fazendo assim, com que sua cônjuge não mais permanecesse na
relação por tal motivo. Não restando, portanto, nenhum pagamento de verbas
rescisórias.

Resposta:

Com relação ao cargo de Gerente ocupado por Nelson, a partir vigência da Lei n.º
13.467/17, não é assegurado ao empregado que exerce função de confiança o direito à
manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada,
independentemente do tempo de exercício da respectiva função (art. 468, §2°, da CLT). Logo,
tendo em vista que o empregado foi retirado do cargo de gerente em janeiro/17 e que a nova lei
ainda não estava em vigor, é importante considerar a Súmula 372 do Tribunal Superior do
Trabalho, na qual entende que não poderá ser retirada a gratificação de função após dez anos do
exercício de cargo de confiança, no caso de reversão ao cargo efetivo, sem justo motivo.
No tocante ao intervalo intrajornada, a Lei 13.467/17 dispôs que a não concessão ou a
concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados
urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido,
com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de
trabalho (art. 71, §4°, da CLT). Antes da reforma, o empregador era obrigado a remunerar todo o
período correspondente.
Já as horas extras, um eventual dia trabalhado no domingo poderia ser compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um
ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo
de dez horas diárias (art. 59,§2°, da CLT). Além disso, o trabalhador terá direito ao pagamento
das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão
(art. 59, §3°, da CLT).
Destaca-se que com a nova Lei trabalhista, é possível a criação de um banco de horas
mediante celebração de acordo individual escrito, e que a compensação ocorra no período
máximo de seis meses (art. 59,§5°, da CLT). Antes, o banco de horas só poderia existir mediante
acordo ou convenção coletiva. Dessa forma, um banco de horas ajustado de forma tácita,
conforme alegado pelo empregador de Nelson, não é válido.
Em relação aos cursos de extensão, considera-se como de serviço efetivo o período em
que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens (art.4, da
CLT). Logo, se o empregador obrigava Nelson a realizar os cursos fora da jornada de trabalho, o
empregado tem direito a hora extra. Caso a realização do curso fosse facultativa, conforme
alegado pelo empregador, o empregado não teria direito a hora sobrejornada.
Com a reforma trabalhista, não é obrigatória a homologação da rescisão de contrato junto
ao sindicato da categoria profissional, mesmo se tratando de desligamento de empregado com
mais de 1 (um) ano de serviço, visto que o §1° do art. 477, da CLT foi revogado.

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