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MEMÓRIA
Miiller Silveira,Celoni
Costa-Hübes, Terezinha da Conceição
1 Introdução
Sendo assim, conforme a autora, tanto a fala como a escrita (ou outras
forma de linguagem) dentro de um processo interlocutivo deve corresponder-se
ao seu contexto de uso.
Mas o que significa conceber a linguagem como forma de interação? E
de que maneira essa compreensão pode repercutir no trabalho com a língua na
sala de aula? É o que tentamos responder na seção seguinte:
1
Disponível em: http://www.kboing.com.br/daniel-e-samuel/1-1030171/ Pesquisado em 05 mar.
2016.
2
texto A: O valentão que engolia meninos e outras histórias de Pajé (Autora: Keli Carolina
Bassani); Texto B: Minha vida de menina (Autora: Helena Morley); Texto C: A descoberta
(Moacir Sclier); Texto D: Quem viu o Matheus que Balance, Que Dance, Que Encante (Evellyn
de Almeida Santos); Texto E: Os automóveis invadem a cidade (Marinho).
acompanhassem melhor a leitura e, posteriormente, o desenvolvimento das
atividades. Essas atividades exploraram o conteúdo temático, o estilo e a
construção composicional do gênero discursivo Memória.
Para explorar mais especificamente o estilo do gênero e do autor, recorri ao
texto “Quem viu o Mateus que balance, que...”, de autoria de Evellyn de
Almeida, extraído do caderno de Língua Portuguesa, a partir do qual trabalhei o
verbo no pretérito perfeito, locução adverbial e o tipo de narrador predominante
em textos do gênero discursivo memória. Esses conteúdos foram selecionados
para explorar o estilo do gênero porque ao mesmo tempo em que narram a
realidade vivida também se aproximam do romance. Nesse sentido, os
aspectos da narrativa estão presentes e organizados a partir de algo
vivenciado num passado definido. Os conectivos e locuções também foram
abordados, mostrando como são fundamentais para a sequência e coesão do
texto.
No sexto momento, como o foco principal era a produção e reescrita dos
textos produzidos, os alunos começaram a escrever, retomando a escrita inicial
(1ª versão) não esquecendo que o tema do texto tinha que apresentar as
características do gênero Memória. Entendemos que é importante criar um
distanciamento temporal entre o término da produção inicial de um texto e a
sua revisão por meio da leitura. Só assim solicitei a revisão do texto pelo aluno.
Para auxiliar na revisão, entregamos uma tabela de constatação que poderia
orientá-los, amparando-nos nas proposições de Gonçalves (2013) que
apresenta a lista de constatações para auxiliar na revisão de um texto.
No sétimo momento, a partir de sua própria correção (2ª versão), levei
os alunos à sala de informática para digitalização dos textos para que não
desanimassem ao reescrevê-lo mais uma vez. Depois de digitado, recolhi todos
os textos, corrigi cada um individualmente, usando a tabela apresentada por
Costa-Hübes (2012), apontando as maiores dificuldades dos alunos,
diagnosticando, assim, os problemas predominantes na produção.
Após esse momento de correção, no oitavo momento fiz a devolução
dos textos aos alunos e a partir de alguns trechos selecionados que
apresentaram problema em relação ao emprego do tempo verbal que marca o
relato (pretérito imperfeito), refletimos coletivamente. Em seguida, destaquei
outro trecho com problemas no emprego da primeira pessoa do singular e
procedemos da mesma forma. Reportamo-nos ainda a fragmentos de textos
que apresentavam dificuldades no emprego da locução adverbial.
Em um nono momento, promovi a reescrita coletiva porque entendo que
esta prática é muito importante, pois o aluno percebe melhor os erros
existentes no texto. Para que o texto ficasse pronto, novamente dirigiram-se à
sala de informática para retomarem os textos, procederem às correções
necessárias que foram apontadas pela professora e desenvolverem, assim,
mais uma reescrita (3ª versão). Depois disso, entendi que os textos estavam
prontos para cumprir seu papel social.
Assim, para cumprir o propósito da SD, conforme proposto por Costa-
Hübes (2008), de que o texto produzido deve circular socialmente, propiciei
para que as produções dos alunos pudessem ir além da sala de aula, a fim de
que outras pessoas pudessem conhecê-los e valorizá-los. Para isso, os textos
foram divulgados no site da escola3. O objetivo era a divulgação no Jornal
Impresso, só que isso não foi possível.
4 Considerações finais
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disponível em https://www.facebook.com/escola.delima?ref=br
gêneros discursivos, mais especificamente no gênero Memória. Minha
professora orientadora foi fundamental nesse processo de execução e
desenvolvimento da proposta.
Posso afirmar com segurança que foi uma experiência maravilhosa,
mesmo com todas as dificuldades encontradas.
Através da aplicação do projeto, notei que o aluno da escola pública
pode sim escrever bons textos do gênero discursivo Memória; basta o
educador estar mais preparado para desenvolver o trabalho. Para isso,
programas de formação continuada devem acontecer continuamente para que
tenhamos oportunidade de nos atualizarmos constantemente, aprimorando,
assim, nosso conhecimento teórico-metodológico.
REFERENCIAS