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A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
MÉTODO DE INVESTIMENTOS E
ESTRATÉGIA OPERACIONAL PARA
ESPECULAÇÃO DE CURTO PRAZO EM
MERCADOS FUTUROS
AGROPECUÁRIOS
Joao Guilherme Penteado (UEPG )
joao.penteado@praisce.com.br
Pedro Paulo de Andrade Junior (UTFPR )
pedropaulo@utfpr.edu.br
Rosangela de Fatima Stankowitz Penteado (UTFPR )
zanza2007@gmail.com
1. Introdução
Porém, há indícios de que a alavancagem presente nos derivativos, mais precisamente nos
mercados futuros, seja alvo de especulação financeira por investidores e instituições comuns
ao mercado de capitais. Esses buscam operar a tendência de preços do mercado com o intuito
de obter lucratividade.
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Trade e especulação financeira, mesmo sem possuírem vínculo a uma instituição financeira
específica.
Visando esse mercado de alto risco e alta alavancagem permitida pela BM&FBovespa e pelas
corretoras brasileiras, o mercado de futuros chama a atenção dos especuladores. Podendo-se
utilizar alavancagem acima de vinte vezes em alguns ativos, é um mercado promissor, onde
uma estratégia de rentabilidade positiva pode trazer grandes lucros, bem como uma estratégia
que apresenta rentabilidade levemente negativa, pode fazer com que o investidor perca o
capital em um curto espaço de tempo, caso não haja um manejo de risco adequado. Nesse
contexto, surge o seguinte questionamento:
2. Referencial teórico
Para entender mercados futuros é necessário conhecer a definição de bolsa de valores. Para
Assaf Neto (2001) é um mercado organizado onde são negociadas ações (a menor parte de
uma empresa) de organizações de capital aberto, assim como outros instrumentos financeiros.
Dos negócios realizados em uma Bolsa de Valores são formados índices para
acompanhamento do comportamento dos preços de segmentos e setores de mercado, mais
conhecidos como benchmark. Segundo Fontes (2007), um índice de mercado é uma referência
para análise do comportamento dos preços de determinado grupo de ações ou setores
específicos.
O Índice Bovespa (IBOV) é uma carteira hipotética de ações que serve como principal
indicador de desempenho médio das ações mais negociadas no pregão. Para manutenção da
representatividade, há reavaliação da carteira a cada quatro meses. Para nova avaliação
utilizam-se os últimos 12 meses, quando são verificadas alterações na participação de cada
ação. (BM&FBOVESPA, 2012).
As estratégias desenvolvidas neste artigo são voltadas à operação dos contratos futuros de
commodities, sendo testadas diretamente no ativo Milho Campinas (CCM). Esse apresenta a
maior liquidez e características apropriadas às operações de Swing Trade. É um derivativo
financeiro pertencente à categoria dos Mercados Futuros. Segundo a BM&FBovespa (2012):
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Dentre os principais derivativos do mercado futuro, o Míni Índice, o Índice Futuro e o Dólar
Futuro apresentam maior liquidez e volume, sendo a cotação destes contratos definida pela
expectativa do mercado. Essa expectativa precifica o ativo de acordo com o valor esperado do
mesmo na data de vencimento do contrato, no caso, o valor teórico do Índice Bovespa e a
cotação do dólar respectivamente.
O Milho Campinas é um derivativo agrícola negociado com vencimento nos meses ímpares
do ano, que visa definir a cotação da saca de milho na data de vencimento do contrato. Para
este estudo, as operações nos contratos de Milho Campinas foram realizadas entre Agosto de
2011 e Janeiro de 2013. Portanto, o papel a ser negociado possuiu diversas siglas através dos
meses de acordo com o seu vencimento. Começando por CCMU11, onde CCM é o contrato a
ser negociado, U se refere ao mês de Setembro, e 11 ao ano de 2011. Após o contrato U11,
vieram os contratos X11, F12, H12, K12, N12, U12, X12 e F13.
Para aplicação e desenvolvimento das técnicas foram utilizados conceitos de Análise Técnica,
incluindo interpretações e estudos prévios elaborados pelos autores. De acordo com Murphy
(1986) existem três premissas básicas que fundamentam a análise técnica segundo a Teoria de
Dow: as cotações de mercado descontam tudo que envolve a empresa e o setor, seja no âmbito
político, econômico ou psicológico; os preços movem-se em tendências e, por último, a
história é cíclica, portanto, o comportamento passado das cotações se repete no futuro.
Para Ehrman (2004), a análise técnica representa a elaboração de um modelo complexo que
remove o fator humano do momento de decisão ou execução de um investimento. Sendo
assim, pode ser definida como uma linha de pensamento que defende a ciclicidade do
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Estudos de Sato (2002) e Saffi (2003) demonstram que a Análise Técnica não possui a
capacidade de, com consistência, obter retornos superiores às estratégias comuns de longo
prazo baseadas em “Buy & Hold”, ou seja, “comprar e esperar” a valorização do papel.
O suporte aos preceitos da Análise Técnica é dado por Cunha (2002), com o estudo dos
gráficos de candlesticks; Santos, Costa e Silveira (2003), com a percepção dos padrões de
dependência obtida em seus experimentos e Guimarães (2011) através da utilização de
estratégias compostas de médias móveis.
Dado o cunho especulativo das estratégias deste trabalho e do ditado alvo de estudo de
Wolwacz e Recziegel (2013) é necessário a conceituação do termo. De acordo com o
dicionário online Michaelis (2013), a palavra especulação tem sua origem do latim
speculatione e dentre seus significados, destacam-se: “Operação comercial que visa não
apenas ao lucro ordinário do ramo, mas, sobretudo, aos das flutuações conjeturais do preço
das mercadorias”, ou ainda, pode ser definida como “Operação financeira sobre valores
sujeitos às oscilações do mercado”.
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Sendo assim, por intermédio da especulação, busca-se antecipar a tendência de evolução dos
preços para obter lucros. Para tanto, propõe-se um método e estratégia operacional de
especulação financeira de curto prazo para alavancar a rentabilidade em mercados futuros.
3. Método proposto
O método é composto por 2 setups, que são estratégias operacionais pré-definidas, para
proporcionar segurança emocional ao investidor. É um composto de pequenas regras que
orienta o investidor a comprar ou vender a commodity Milho Campinas. Foi testado em 60
operações realizadas ao longo de dezessete meses para que a amostragem fosse adequada e a
sua rentabilidade pudesse ser analisada. A rentabilidade foi comparada aos principais índices
de referência do mercado brasileiro, o Índice Bovespa e a Taxa Selic.
O gráfico utilizado para a execução das operações foi o de Candlesticks no período diário.
Cada candle, barra que apresenta as informações de cotação durante determinado período de
tempo, equivale a um dia de pregão.
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Traça-se uma linha horizontal junto à mínima da Barra 3. A tendência é altista até que um
candle feche abaixo da linha traçada.
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Traça-se uma linha horizontal junto à máxima da Barra 3. A tendência é baixista até que um
candle feche acima da linha traçada.
Para as operações com o Milho Campinas foi alterado o conceito de Stowell para enquadrar a
estratégia ao comportamento do ativo. Para definir a tendência do Milho, utilizou-se o
seguinte padrão: delimitou-se a constituição da 3-Bar-Net-Line a sete pregões, utilizando o
gráfico diário. Formando-se a 3-Bar-Net-Line quando os preços estão subindo, no momento
em que a cotação do ativo romper a linha horizontal junto ao valor da máxima da Barra 1,
aciona-se uma compra, pressupondo que a tendência de alta foi confirmada. Da mesma forma,
se o padrão da 3-Bar-Net-Line for gerado enquanto os preços estiverem caindo, no momento
em que a cotação do ativo romper a mínima da Barra 1, aciona-se uma venda, pois a tendência
baixista foi confirmada. Quando não há padrão definido nos sete candles mais recentes, não
existe operação prevista. Assim, aguarda-se até que o padrão seja formado e então, inicia-se
uma nova operação no rompimento do padrão.
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Nesse caso, até que a formação do padrão altista ocorra, perde-se parte da nova tendência
altista, gerando entradas atrasadas e consequentemente, há redução do lucro ou mesmo
prejuízo na operação seguinte.
3.2 Estratégia (setup) 2 – canal de médias móveis
Para não perder uma mudança de tendência brusca e se adaptar rapidamente à nova realidade
durante as operações foi desenvolvida uma estratégia secundária, que serve como suporte e
auxilia a estratégia principal visando à melhoria da rentabilidade em operações com
commodities. O setup 2 é composto por um canal de duas médias móveis exponenciais de 9
períodos. Uma média móvel é traçada pelas cotações máximas e outra pelas cotações mínimas
de cada candle, de modo a captar uma mudança brusca de tendência. As entradas acontecem
da seguinte forma:
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Em ambos os casos a entrada em nova posição deve ocorrer apenas após as 15h, visto que as
negociações no Milho se encerram às 15:30h. A seguir a figura 4 ilustra um exemplo de
utilização da estratégia.
O risco, definido como qualquer medida numérica de incerteza por Duarte Júnior (2005), é
minimizado, na gestão do risco desse método utilizando duas estratégias. Uma denominada
Stop Loss, que é um controle de perdas, onde se delimita a perda máxima da operação em
andamento e o outro, útil tanto para proteção do capital perante uma grande perda quanto para
proteção dos lucros auferidos em uma operação positiva, denominado Stop Móvel.
Dentro desse método de operações, foi definido como stop loss máximo o valor de R$ 0,40
por saca, ocasionando uma perda máxima na operação de um contrato de R$ 180,00,
desconsiderando taxas, corretagem, impostos e emolumentos.
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A figura 5 demonstra uma operação vendida que resultou em lucro bruto de R$ 0,70 por saca.
4. Resultados e aplicação do método proposto
As estratégias obtiveram um índice de acerto em torno de 60%, sendo que cada operação
considerou o fechamento da posição com lucro ou prejuízo.
A Tabela 2 apresenta o resultado bruto médio por saca e o resultado financeiro médio por
operação. Apresenta ainda, a correlação entre o lucro médio e o prejuízo médio por operação.
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Multiplicando-se os valores de retorno médio por operação pelo número de trades efetuado,
chega-se aos resultados auferidos na Tabela 3. O método obteve uma elevada rentabilidade,
no entanto os custos operacionais com corretagem representaram aproximadamente 36,59%
do faturamento.
Tabela 4 – Comparativo entre faturamento e lucro líquido
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Assim, abre-se espaço para análises futuras comparativas que comprovem a rentabilidade de
longo prazo do método em anos posteriores. Também há a necessidade de desenvolvimento
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de novas estratégias para diversos ativos ou testes do mesmo modelo de operação em outros
ativos.
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