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UnB – Universidade de Brasília

IdA – Instituto de Artes


MUS – Departamento de Música
Disciplina: Análise 2
Professora: Flávio Santos Pereira
Alunos: Bárbara Carvalho, Emanuel Costa, Gabriel Shimura, Henrique Ourofino, Luiz Barros,
Marina Gonçalves, Noemi Porto, Taita Varela Freires.

Análise da Sonata K 330

A forma sonata, muitas vezes chamada de sonata-allegro, possui suas raízes no século XVI e
XVII, com a sonata da chiesa e sonata da câmara, possuindo um tema apenas e seções
contrastantes em caráter. A introdução de um segundo tema surgiu na Escola de Manheim, na
segunda metade do século XVIII, sendo utilizado por Stamitz, C.P.E. Bach e Richter. Tal forma
foi amplamente utilizada nos períodos Neo-Clássico e Romântico, sendo fortemente ligada ao
primeiro movimento de diversos gêneros, como a sinfonia, a sonata e o quarteto de cordas.
É caracterizada pela sua estrutura dividida em três elementos básicos: exposição,
desenvolvimento e recapitulação. A exposição possui ênfase no contraste entre tonalidades,
gerando duas áreas distintas dadas por um tema ou grupo de temas principal se contrapondo à um
tema ou grupo de temas secundários, sendo comumente o primeiro na tônica e o segundo na
dominante ou relativa. Há uma repetição da exposição.
O desenvolvimento caracteriza-se como trecho modulatório, onde se faz referê cia ao material
dos temas previamente expostos. Possui ênfase na subdominante e por vezes o estilo fugato é
utilizado. Uma retransição o liga à recapitulação, que age como síntese, onde ambos os temas são
reexpostos na tônica, gerando uma nova relação entre eles. A recapitulação pode variar
grandemente a sua fidelidade em relação à exposição, podendo diversos trechos serem alterados,
acrescentados ou omitidos. Essa segunda seção é repetida.
Outros elementos comuns são uma introdução, transição entre os temas, uma codetta ao final da
exposição e uma coda ao final da recapitulação. O material da codetta também pode ser
explorado no desenvolvimento.

A Sonata K330 compõe um grupo de quatro (K.330 - 333) que, icicialmente, pensava-se terem
sido compostas em 1778 durante a estada de Mozart em Paris mas, no entanto, são conhecidos
por datar entre 1781 e 1784 depois que Mozart rompeu com o arcebispo de Salzburgo e se
mudou
para Viena.

O primeiro movimento da sonata k 330 de Mozart configura uma forma-sonata. A exposição


acontece do compasso 1 ao 58. O primeiro grupo temático é apresentado na tônica, dó maior,do
compasso 12 ao 25 acontece a transição,é importante observar que o motivo apresentado no
compasso 13 caracteriza momentos transicionais e, como iremos observar, será retomado em
alguns outros momentos durante a peça. Na transição ocorre a modulação para a tonalidade da
dominante, Sol maior,a partir do compasso 19 pode-se observar um trecho afirmação desta nova
tonalidade. Após esta transição, o segundo tema é apresentado na dominante, sol maior, do
compasso 26 ao primeiro tempo do 54, há uma mudança de caráter e a apresentação de um novo
motivo de acompanhamento, explorando as tercinas na mão esquerda. É interessante observar
que o arpejo sob o o quarto grau, no compasso 27, pode confundir o ouvinte, remetendo à
tonalidade do grupo 1, dó maior. A partir do compasso 42 podemos observar uma nova transição,
dessa vez para uma seção final do segundo tema, esta caminha até a codetta, compreendida entre
os compassos 54 e 58.

O desenvolvimento ocorre entre os compassos 59 e 87. Inicia-se na tonalidade de sol maior,


mas logo muda seu centro tonal, compasso 71. São feitas algumas citações à motivos de ambos
os temas, como a alternância entre mão esquerda e direita, a primeira em colcheias, a segunda
em fusas, no compasso 81, presente no primeiro tema, compasso 13, no entanto, os motivos já
apresentados não são explorados além destas citações. Neste trecho ocorrem duas sequências de
notas pedais em escala descendente, por meio de uma polifonia composta, como nos compassos
59 a 63, onde o baixo desce de sol a si,e nos compassos 71 a 76, área com maior instabilidade
tonal,onde o baixo desce do sol ao dó. No compasso 69 o quinto grau com sétima na primeira
inversão do segundo grau age como acorde pivô para lá menor, agindo como uma tétrade do
quinto grau na primeira inversão. No compasso 71, outro acorde pivô, dessa vez sobre o sexto
grau,encaminha a tonalidade para fá maior, primeiro grau. No compasso 74, a tétrade do quinto
grau na segunda inversão do sexto grau torna-se tétrade do quinto grau na segunda inversão do
segundo grau de dó maior , há uma mudança brusca para a tonalidade homônima menor no
compasso 76, onde o primeiro grau, dó maior, torna-se dó menor. A partir do compasso 79 é
feita uma nova transição, inicia-se um pedal sobre a nova tônica, sol, que
posteriormente, no compasso 84 serve de pivô para a tonalidade da recapitulação,
dó maior. Podemos observar também que neste trecho é re-apresentado o motivo de transição,
por exemplo no compasso 81. Os compassos 86 e 87 provocam um desaceleração, conduzindo à
recapitulação.
O primeiro tema é re-exposto novamente em dó maior, tônica. No entanto de forma reduzida, a
repetição de sua segunda semi-frase, no compasso 96, é variada em relação à exposição. A
recapitulação afirma a divisão de grupos de temas proposto na exposição, visto que a transição,
iniciada no compasso 93, novamente encaminha para sol maior, entretanto, um
acorde pivô modula novamente para dó maior, onde se inicia o segundo grupo de temas,
compasso 113. No compasso 106 há uma breve citação do segundo tema em sua tonalidade
original, sol maior, entretanto serve apenas como uma ponte para sua real reexposição, em dó
maior. Segue, então, conforme a exposição, mas diversos trechos são alterados. Ao final, no
compasso 141 a codetta é expandida por mais seis compassos, configurando uma coda, podemos
observar que no compasso 145 é citado o primeiro motivo apresentado no desenvolvimento, com
pedal sobre a tônica, agora como tema de fechamento.

Ao iniciarmos este texto, observamos as características da forma sonata no que se refere à


modelagem aparente da música, então, foi feita uma análise do primeiro movimento da Sonata
K330, de Mozart, escrito dentro deste modelo. Pudemos observar que a definição de forma,
apenas como um modelo de composição musical, não é capaz de abranger os diversos processos
gerais subjacentes. Ao analisarmos o primeiro movimento da sonata K330 pudemos perceber a
interação da forma sonata, e os elementos que identificam sua estrutura, com estes processos
subjacentes, motivo de acompanhamento, motivo de transição, organização harmônica, entre
outros constituintes da peça que caracterizam este movimento e fazem com que este tenha uma
identidade sonora que vai além da grande forma.

Bibliografia

INSTRUMENTS, On Period. ​Mozart - Piano Sonata No.10 K.330​ (On Period Instrument). 2015.
(17m39s). Disponível em: <​https://youtu.be/zoeNV2Bl20k​>.
JACOBSON, Bernard​. Sonata Form.​ In.: Encyclopedia Britannica. Disponível em:
<​https://www.britannica.com/art/sonata-form​>. Acesso em: 26 out. 2018
COOK, Nicholas. A guide to musical analysis. Oxford University Press: Oxford, 1994.
DARWIN, Chris. Piano Sonata No 10 in C , K.330 (1784). Disponível em:
&lt;http://www.lifesci.sussex.ac.uk/home/Chris_Darwin/WebProgNotes/pdfs/MozartPianoSona
taK330.pdf&gt;. Acesso em 04 nov. 2018

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