Em algum momento de nossa historia entramos perdemos a
perspectiva da importancia do conceito e da vivencia de lei e ordem e se não bastasse isso, a pratica ética da vivencia deixou de ser uma expressao individual para tornar-se uma irresponsabilidade social. Inicialmente queriamos mais liberdade e com a idéia de que a repressão é algo que nos tolhe e destrói a nossa personalidade, caímos no engano de que a Lei a ordem a disciplina são coisas ultrapassada que serviram apenas para os nossos antepassados viverem de forma arcaica, sem usufruírem das coisas “boas” da vida. O movimento dos anos 60 embalado pelo ideário socialista de que a anarquia e o modo de vida libertario era a melhor solução para os problemas da sociedade capitalista, embalados pelo romantismo revolucionário da esquerda marxista, que não conheceu de perto o stalinismo, levou milhões de jovens estudantes e operários a protestarem nas ruas de todos os países do mundo com gritos de liberdade, contra a opressão econômica, social e sexual a plenos pulmões. As comunas eram o ideal utópico de todos que marcharam contra as hostes do capitalismo que ainda não era considerado selvagem. Filósofos e pensadores, em uníssono batalharam contra a filosofia que defendia a interiorização a lei da, norma e da ordem, isto era abominável o que viesse a ser tido como regra deveria ser execrado em praça publica, assim é que todas as instituições como a família a pátria e etc., o que restou das barricadas do desejo se tornou o solo fértil para que uma verdadeira onda anti norma, contra ordem silenciosamente fosse crescendo com um tsunami, agregando todos os setores excluídos do “normal”, do ético, do que é considerado um comportamento socialmente aceito. Essas forças de alguma forma foram se agregando e minando sutil e continuamente uma e talvez a instituição que é o sustentáculo da sociedade, a família. Não estou querendo fazer juízo de valores ou defender aqui a sociedade judaico-cristã ocidental, estou apenas convidando você para uma reflexão, para que pare e olhe para o homem interior e sua busca que é uma exteriorização do seu ser, o ser que se constrói, diferentemente do animal, o homem tem a capacidade de escolha, de se tornar tanto quanto o quiser ou não. Os anos 70 nos levaram à revolução do silício o microchip mudou as nossas vidas de forma mais radical do que a prensa de Gutemberg, somos hoje escravos do computador, já não nos pensamos mais sem ele todos os habitantes do planeta direta ou indiretamente são afetados pela informática. Subjacente porem à transformação tecnológica que vivemos o processo de desagregação familiar continua ocorrendo de forma exponencial, atingindo indiscriminadamente todas as nações do mundo ocidental. Estamos em um momento contraditório e nem nos damos conta da profundidade deste fosso, de um lado o microchip nos levando a realizar proezas jamais imaginadas pela ciência e tecnologia e por outro lado a destruição do tecido social nos colocando em situação de risco de existência. O que esta acontecendo, onde iremos parar? Podemos construir robôs menores que uma cabeça de alfinete e não podemos sair a rua a noite para comer uma pizza sem corremos o risco de sermos assaltados e ate mortos, de que vale tanta tecnologia, se corremos o perigo de sermos extintos pela violência que campeia. A violência esta em todas as classes sócias e atingem a nós como um todo, vivemos prisioneiros dentro de nossos próprios lares. A tecnologia agora esta voltada para garantir a nossa integridade física, são os mais sofisticados equipamentos desenvolvidos para nos dar segurança. Onde começou esta onda, qual realmente pode ser o núcleo do problema que nos afeta. A economia preconiza que a desagregação familiar e devido a escassez de emprego e a abundancia de mão de obra que gera em todos uma violência sem precedentes. Fazem até experiências com ratos superlotando uma gaiola para provar que isto é a causa da violência, só que não levaram em conta que nós não somos animais porem seres humanos, que tem a capacidade de escolher e se tornar o individuo de sua escolha. Para mim o que realmente aconteceu é que em algum lugar perdemos o paradigma da lei interior onde a honra palavra e a honestidade eram valores inquestionáveis. Nossos pais nos haviam equipado para a vida com a honradez a força de caráter a capacidade de assumir a responsabilidade por todos os nossos atos, onde está o homem palavra não era questionada? Ocorreu em algum momento de forma muito sutil essa mudança do caráter interior para a aparência das coisas, o que acontece hoje é que o ser humano é aquilo que ele mostra para os outros, somos aquilo que fazemos os outros verem, assim a mídia cria os monstros chamados, celebridades instantâneas, que reproduzem nos adolescentes um ideário idolatra de quere ser o que não se é, ser famoso é mais importante que ser honesto, a integridade de caráter foi substituída pela exposição às câmeras onde sua vida intima e exposta de forma degradante. O que se ganha com isso, um papel em uma novela, se fotografado em uma revista pois assim você vai ganhar dinheiro, e isto é o que importa, “ dinheiro trás felicidade”, a honestidade não.