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SIMPLES
Resumo
Com o objetivo de constatar as percepções dos órgãos dos sentidos, foram desenvolvidas
atividades práticas com alunos de sétima série (oitavo ano) do Ensino Fundamental. Na
tentativa de aproximar as ciências do cotidiano utilizou-se de material alternativo e
experiências simples. Os alunos da turma foram divididos em dois grupos distintos,
denominados monitores e perceptores. Os alunos do grupo de monitores organizaram-se em
quatro grupos menores. Cada grupo escolheu um dos órgãos dos sentidos que representaria.
Prepararam o material para a experiência, demonstraram para os demais alunos e preencheram
um relatório no final da atividade. Os alunos perceptores participaram das experiências
promovidas pelos grupos de monitores e no final responderam questões para o grupo de
monitores. Desta forma proporcionou-se aos alunos a oportunidade em desempenhar funções
diferentes, o que gerou responsabilidades para cada um deles, independente do grupo em que
estavam. Para essa atividade foram utilizados quatro dos sentidos básicos (gustação, paladar,
olfato e tato).
Introdução
Para Krasilchik (2000, p.88): “as aulas práticas no ensino de Ciências servem a
diferentes funções para diversas concepções do papel da escola e da forma de aprendizagem”.
Daí decorre então, a importância de serem proporcionadas tais atividades, que além de
favorecer a aprendizagem, ajudam na fixação de conteúdos, despertam o interesse dos
educandos para as Ciências, além de melhorar o relacionamento entre o professor e o aluno.
Para que ocorra esse desenvolvimento dos educandos, os Parâmetros Curriculares
Nacionais – PCN’s afirmam que:
Criar alunos autônomos, que saibam pensar, tomar as próprias decisões e estudar
sozinhos, é uma das metas do ensino. Muito se tem falado que um dos principais
objetivos da escola é levar o aluno a aprender a aprender, mas para alcançar esse
objetivo é necessário redefinir as relações professor-aluno na sala de aula.
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Os sentidos são importantes para que os seres humanos percebam o ambiente ao seu
redor. A partir dos órgãos sensoriais, as sensações são levadas até o cérebro onde são
decodificadas.
Sobre as definições básicas dos órgãos dos sentidos, Junqueira e Carneiro (1990,
p.356) explicam que:
[...] Na porção inicial desses órgãos existem estruturas especiais, os receptores, cuja
função é converter diferentes formas de energia em alterações do potencial de suas
membranas. A isso chama-se potencial gerador. Posteriormente, as fibras nervosas
aferentes transformam esse potencial gerador inicial em potenciais de ação que são
transmitidos ao longo dessas fibras até o sistema nervoso central, levando, dessa
maneira as informações recebidas. Os receptores agem, pois, como transdutores que
transformam um tipo de energia em outro. São, geralmente terminações nervosas ou
células especializadas para essa atividade. São várias as formas de energia que
podem ser assim convertidas, pois há receptores sensíveis à energia mecânica
(pressão e tato), à térmica (calor e frio), à eletromagnética (luz) e à química (olfação,
gustação e teor de CO2 e O2 do sangue) [...]
Desta forma, os órgãos dos sentidos recebem do ambiente informações, que são
transmitidas ao cérebro, através de fibras ou terminações nervosas, e este devolve em forma
das sensações.
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Sobre a audição, Guyton (1988, p.194) comenta que: “o mais baixo murmúrio que
podemos ouvir possuiu apenas cerca de um milionésimo de energia sonora da voz falada
normal, o que demonstra a extrema sensibilidade do ouvido para detecção do som”. Apesar do
ouvido humano ser muito sensível, existem outros animais que possuem audição muito mais
aguçada, como exemplo, o morcego, que se orienta a partir da emissão de sua vibração
sonora.
Com relação ao paladar, esse mesmo autor contribui explicando que:
A mesma autora contribui dizendo que é possível perceber com esse sentido formas,
pesos, texturas além da temperatura, devido ao grande número de receptores existentes na
pele (BELARMINO, 2008).
Desta forma é possível perceber a importância de todos os sentidos, eles auxiliam a
decodificar o ambiente que nos rodeia e onde estamos incluídos. Para Machado (2003, p.19)
“perceber é identificar algo conhecido, previsível, uma mudança no meio ambiente que leva a
uma mudança no comportamento de quem percebe”. Assim, os nossos sentidos nos permitem
perceber o meio ambiente em que nos encontramos e, a partir dele, tomar um posicionamento
ou atitude.
Desenvolvimento
Para trabalhar o tema órgãos dos sentidos, com alunos de sétimas séries (oitavo ano)
do Ensino Fundamental, foram desenvolvidas atividades práticas. O sentido da visão não será
tratado nesse trabalho, pois incluído em outra atividade envolvendo a ótica.
Os alunos organizaram-se em cinco grupos. Quatro grupos, formados por quatro
alunos, escolhendo um dos órgãos dos sentidos (olfato, tato, gustação e audição). Cada grupo
desses, denominados de monitores, recebeu um pequeno roteiro contendo exemplos que
poderiam ser usados para preparar cada uma das atividades. O prazo estipulado para esta
atividade foi de uma semana.
Os demais alunos da turma permaneceram em outro grupo, denominado de
perceptores. Cada aluno participaria em todas as bancadas, na tentativa de descobrir as
percepções básicas. Outro objetivo individual era perceber qual de seus sentidos é mais
aguçado.
No dia determinado, foram formadas quatro bancadas na sala de aula, cada qual
destinada à percepção de um dos sentidos.
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Cada um dos quatro monitores ficou responsável por uma tarefa no grupo. Um ficou
encarregado em manter o material utilizado armazenado dentro de uma caixa, no intuito de
dificultar o acerto dos perceptores. O segundo era responsável em preparar o material que
seria utilizado, na ordem que o grupo determinou. O terceiro ficou responsável em vedar os
alunos perceptores e, o quarto integrante era responsável em anotar o resultado obtido por
cada um dos participantes, organizando assim um relatório.
Sentido paladar
Os monitores levaram diversos produtos que foram degustados pelos demais alunos,
um por vez. Para evitar a contaminação, dos alunos e dos produtos, utilizaram-se colheres
descartáveis.
O objetivo desse grupo era percepção dos sabores básicos.
Para isso usaram quatro copos nos quais dissolveram em água alguns ingredientes:
para perceber o sabor ácido, utilizaram limão; para o sabor doce, dissolveram açúcar; para
perceber o salgado, dissolveram sal e, para perceber o sabor amargo, dissolveram sal amargo.
A atividade iniciou com um dos monitores vendando os olhos do aluno perceptor.
Outro monitor colocou na língua, do perceptor, um dos sabores. O perceptor deveria dizer o
que estava experimentando e caso não soubesse, poderia pelo menos, identificar o sabor
básico (salgado, azedo, amargo ou doce).
Posteriormente, as respostas constaram em relatório, para futura análise no grande
grupo.
Sentido audição
O objetivo nesse grupo era que os alunos perceptores identificassem se os sons eram
produzidos a partir de batidas ou raspadas, no material determinado pelo grupo. Para isso, um
dos monitores utilizou uma régua de plástico.
O material utilizado para produzir o som era: um objeto de madeira, outro de metal e
um terceiro de vidro. Para produzir o som, a régua de plástico era, ora batida, ora raspada no
objeto.
As respostas de cada aluno foram anotadas no relatório.
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Sentido tato
Sentido olfato
Resultados e discussão
Considerações finais
Aulas que fogem do método de ensino tradicional surtem grande efeito sobre os
educandos. Utilizar-se de aulas práticas pode ser uma maneira eficaz para desenvolver o gosto
dos educandos pelo ensino de Ciências. Para isso, nem sempre é necessário utilizar um
laboratório formal, é possível mesmo com material alternativo desenvolver diversas práticas,
na própria sala de aula.
Na faixa etária trabalhada, observou-se que, quanto maior o número de práticas
desenvolvidas, mais os alunos sentem interesse pela disciplina. Isto os auxiliará muito nos
estudos futuros, porque muitas vezes a teoria eles esquecem, mas a manipulação permanece, e
auxiliando na fixação da teoria.
Outro benefício apontado pelas aulas práticas é o relacionamento entre o professor e
os alunos, que permanente por muitas aulas, aproxima-os cada vez mais.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 12ª Ed. Paz na Terra. São Paulo. 1979.
KRASILCHIK, Myriam. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. São Paulo em
Perspectiva, no. 14, volume 1, pp 85-93, 2000