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História da Igreja: O Renascimento


POR PROF. FELIPE AQUINO 1 DE AGOSTO DE 2018 HISTÓRIA DA IGREJA  

Visão Geral – Introdução à História Moderna

Convencionalmente chamamos  “História Moderna da Igreja” o período que vai de 1450


(início do Renascimento) até 1929 (Tratado do Latrão entre o Vaticano e o Estado Italiano).
Examinemos algumas características desse período.

Marco inicial e consequências

Como linha divisória entre a  Idade Antiga e a Idade Média, assinalamos as invasões
bárbaras, que modificaram  o cenário humano no qual a Igreja teve que exercer sua ação
evangelizadora; ver capítulo 16. – No limiar da Idade Moderna, porém, não se pode registrar
um acontecimento militar paralelo ao das invasões bárbaras, mas nota-se uma mudança de
mentalidade que faz a divisa entre a época medieval e a moderna. Essa mudança se deve ao
Renascimento, que, aliás, foi preparado na baixa Idade Média pelas críticas ao Papado e pela
afirmação clamorosa de interesses nacionais da França, da Alemanha, da Inglaterra (…).

Com outras palavras: na Idade Média reinou uma certa unidade entre Os povos ocidentais –
unidade de  cultura e de aspirações, fomentada pelo ideal da cidade de Deus, em que
o  Papado e o Império colaborariam entre si. Na Idade Moderna, esta vasta unidade  se dissolve sob os golpes do nacionalismo e até do individualismo. A nova  mentalidade
desfere sucessivamente três golpes contra o universalismo da Idade Média:

1. O Não à Igreja Católica é dito pela Reforma protestante (séc. XVI). Muitos homens continuam a crer no Evangelho e em Jesus Cristo, não,
porém, na Igreja fundada por Cristo. O princípio subjetivo do “livro exame” estabelecido por Lutero deu lugar a um esfacelamento crescente da
Cristandade pela multiplicação de novas “igrejas”;

2.  No século XVIII foi dito  um Não à religião revelada por parte do Racionalismo; este, aliás, teve sua  expressão mais pujante na Revolução
Francesa (1789). Muitos pensadores passaram a professar o deísmo (crença em Deus como ser reconhecido pela razão natural apenas), em
lugar do teísmo (crença em Deus que se revelou pelos profetas bíblicos e por Jesus Cristo).

3. No século XIX registrou-se finalmente o Não ao próprio Deus oriundo do ateísmo em suas diversas modalidades (positivismo, socialismo,
marxismo…). A tomada de consciência da  história e da sua influência, tal como Darwin e os evolucionistas a propuseram,  contribuiu para
disseminar o historicismo, isto é, o apelo para a história, que  parece opor-se à verdade perene e inabalável. Daí o relativismo e o
ceticismo, que impregnaram muitas correntes de pensamento de então até os nossos dias.

A mudança de mentalidade foi se realizando em velocidade crescente, principalmente a partir de meados do século passado 1850): o desenvolvimento das ciências e da técnica
deixou os homens mais ou menos atordoados diante de perspectivas inéditas, sem que soubessem, de imediato, fazer a síntese dos novos valores com os clássicos.

4. Em nossos dias, já na Idade contemporânea, registra-se um retorno aos valores perenes, que a Igreja guardou fielmente através da borrasca. Muitos se dão por desiludidos
do  cientificismo e do tecnicismo, e procuram de novo no Transcendental os grandes  referenciais do seu pensar e viver. A guinada para o ateísmo cede lugar de novo  à
consciência do mistério de Deus e dos valores místicos, sem os quais a vida humana se auto-destrói.

Leia também: Uma história que não é contada nas escolas

O catolicismo através da história

A face visível da Igreja

A Reforma protestante fez que o cenário da história da Igreja na Europa se restringisse, pois uma parte dos povos anglo-saxônicos e germânicos se tornou protestante. – De
outro lado,  porém, esse cenário se dilatou enormemente, pois as novas terras descobertas ao  Ocidente, ao Oriente e na África se tornaram campo da ação missionária da
Igreja, com novos e novos desafios para a evangelização.

Diante das questões lançadas pelos acontecimentos modernos, a Igreja teve que tirar do seu bojo as respostas adequadas, entre as quais:

1. Organização cada vez mais minuciosa e com tendência a centralizar sempre mais o governo da Igreja; em consequência, no ano de 1870 foi definido o primado de jurisdição e
de magistério do Romano Pontífice (de acordo, aliás, com as convicções vigentes desde a Idade Antiga da Igreja);

2. Especialização das forças da Igreja para atender aos novos problemas – o que se deu especialmente pela fundação de novas famílias religiosas, de objetivos bem definidos (a
Companhia de Jesus, as Congregações Missionárias, as dedicadas ao ensino, aos doentes, à infância abandonada…)

3. A distinção sempre mais nítida entre a missão espiritual (perene) e as funções temporais ou políticas (passageiras) do Romano Pontífice. O Estado Pontifício caiu em 1870,
ano preciso em que se afirmava o primado espiritual do Papa, e só se reergueria em termos diminutos no ano de 1929;

4.  A teologia passou a  preocupar-se com o rigor das fórmulas de fé; tomou também um caráter  apologético (ou defensivo) diante das objeções de cristãos não católicos e
de ateus;

5. A expansão da Igreja na América, na África e no Oriente deu nova vitalidade à Igreja, garantindo-lhe o apoio de povos jovens.

Como as demais épocas, a fase moderna da História da Igreja teve seus traços luminosos e seus momentos sombrios. A Igreja se viu aos poucos despojada do apoio do braço
secular (que muitas vezes a sufocou) e de recursos humanos, para ter que agir mais e mais a partir da sua vitalidade própria; esta veio à tona especialmente na figura de santos e
heróis, que souberam dar coerente testemunho de Cristo nesses quatro séculos.

Renascimento

Renascimento ou Humanismo

O nome Renascimento designa a redescoberta da cultura clássica greco-latina, que parecia ter adormecido na Idade Média e que nos séculos
XIV/XV vieram de novo tona.

Houve na Idade Média mais de  um Renascimento; assim o anglo-saxão, com S. Beda o Venerável (673-735); o  carolíngio, sob Carlos Magno
(século VII 1/1 X); o do Direito Romano, em fins do século XII. O Renascimento, porém, dos séculos XV/XVI diferia dos anteriores pelo fato de que
os eruditos não somente descobriam e estudavam manuscritos e monumentos da cultura greco-latina pré-cristã, mas também queriam viver
de acordo com a mentalidade que eles inspiravam, mentalidade pagã, naturalista e antropocêntrica. – A natureza humana, como tal, tornou-se o
critério ou o Supremo Arbitro de todos os valores; era considerada com otimismo. Os estoicos, no fim da Idade pré-cristã, exclamavam: “Segui a
natureza!”; tal era o seu ideal de vida. Ora os renascentistas do século XVI proclamavam: “Voltai a natureza!”. Isto significava um adeus em grau ora maior, ora menor, aos valores
cristãos, que apregoam a salvação pela Cruz e pela renúncia aos apetites desregrados da natureza.

É esse culto a natureza  humana que explica a designação “Humanismo” dada ao Renascimento; esse humanismo  tinha por modelo, em grande parte, o homem antigo pré-
cristão.

Renascimento: traços típicos

A Itália foi o principal berço e cenário do humanismo renascentista, pois já estavam guardados em bibliotecas empoeiradas os manuscritos e documentos dos homens greco-
romanos. A navegação frequente da Itália para a Grécia e o Oriente facilitou, já na Idade Média, a entrada de homens e valores bizantinos em Veneza, Gênova, Florença. Alguns
italianos foram, nos séculos XIV/XVI, estudar em Constantinopla a filosofia e a literatura gregas. Mais: o Concílio de Ferrara-Florença (1438-42) fez que muitos eruditos gregos e
bizantinos fossem para a Itália; a queda de  Constantinopla, sob os golpes dos turcos, em 1453, obrigou vários sábios bizantinos  a emigrar para o Ocidente. A invenção da
imprensa, no século XV, facilitou  enormemente a difusão dos textos clássicos. Em consequência, foram-se formando  Acadêmicos em Roma e em Florença, cujos membros
continuavam a professar o  Cristianismo, mas viviam, ora mais, ora menos, segundo os costumes do  paganismo, especialmente no tocante à libertinagem sexual: em lugar
da humildade cristã manifestava-se a consciência do próprio eu, árbitro de todas as coisas; em lugar do transcendente e do Reino dos céus, procurava-se o terrestre com sua
beleza ou a eternidade realizada na fama de um nome célebre; em lugar da meditação e da oração, tomaram voga a ação e a violência.

Não há dúvida de que essa redescoberta dos valores clássicos beneficiou a Igreja: houve humanistas cristãos que estudaram o grego e o hebraico (línguas quase desconhecidas
na Idade Média) para poder ler os originais da S. Escritura e as obras de filosofia dos mestres antigos. Os Papas e os Cardeais tornaram-se frequentemente os patrocinadores de
obras de arte renascentista, que até hoje podem ser contempladas, mas nem sempre souberam distinguir o que havia de sadio e o que havia de deteriorado nas expressões do
humanismo, como será dito no  capítulo seguinte. O Renascimento causou defecções entre cristãos; vários  destes, empolgados pelos valores clássicos, desprezavam a Igreja,
criticando o seu latim (que não era o dos clássicos romanos) e o seu método de ensino.

Consideremos alguns dos expoentes do Renascimento.

Vultos mais famosos

1. Nicolo Macchiavelli (1469-1527) era férvido patriota italiano, que levou ao extremo as ideias do Imperador Frederico II (1215-50), da Alemanha, e de Filipe IV o Belo (1285-34),
da França: o Estado não só não está ligado à Igreja, mas também não à Moral. O Estado é soberano e constitui a medida de todas as coisas; fica, pois, relegado o ideal da “Cidade
de Deus”; as virtudes cristãs da caridade e da humildade são  fontes de fraqueza; a religião deve servir de meio para reforçar a autoridade  do Estado. Ao Príncipe é muito
desastroso ser sempre honesto, mas é muito útil parecer fiel, sincero, religioso.

“A massa considera apenas as aparências e os resultados de um empreendimento” (II Príncipe 18). Tais ideias haviam de nortear a política dos séculos XVI/XVII, embora fossem
na sua época teoricamente rejeitadas.

2. Pietro Pomponazzi (Pomponatius), 1462-1 525, era um adepto dos sistemas filosóficos de Aristóteles e dos Estóicos, contrariando assim a filosofia predominante na época,
que era o Platonismo. Professava a teoria da dupla verdade: o que é válido aos olhos da fé, pode não o ser aos olhos da razão; tal doutrina já fora proposta por seguidores de
Aristóteles na Idade Média, entre os quais o árabe Averroés (? 198). escreveu em 1516 a obra De immortalitate animae, que nega a imortalidade da alma, e De Incantationibus
(Sobre a Magia), negando a Providência Divina e os milagres. As teorias de Pomponazzi foram condenadas pelo Concílio do Latrão V em 1513.

3. Desidério Erasmo de Rotterdam (1466-1536) é o principal dos  humanistas germânicos; brilhou pela multiplicidade do seu saber, pela
vasta produção literária e pelo seu prestígio nos círculos eruditos e nas cortes dos reis. Era ótimo conhecedor do grego e do latim. Difícil, porém,
é caracterizar a sua personalidade, pois o que o distingue é precisamente a ambiguidade; diante de um dilema, dizia que nenhuma das partes
opostas exprime perfeitamente a verdade; por isto proferia simultaneamente um cético sim e não. Sentia-se fraco para confessar publicamente
a fé cristã em caso de perseguição;  justificava-se, porém, e tranquilizava-se, afirmando que houve muitos mártires  no Cristianismo, mas os
sábios e eruditos foram poucos.

Erasmo teve seus méritos,  editando o Novo Testamento em grego assim como obras teológicas gregas da  antiguidade. Mas faltava-lhe fé
profunda; era relativista; muito concorreu para  a revolução religiosa do protestantismo pela sua ironia mordaz e sua crítica a  instituições e
personalidades da Igreja.

Em síntese, as atitudes dos humanistas podiam tornar-se afetadas e artificiais como dá a entender o texto seguinte de Enéas Silvio Piccolomini, que, convertido, se tornou o Papa
Pio II (1458-64): “Somos aduladores, e não amigos… Creio que me entendes bem. Mas é preciso ser hipócrita, já que todo o mundo o é, porque mesmo Jesus parecia querer ir
mais adiante (Lc 24,28). Tomemos os homens tais como são” (carta de 28/12/1443).

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Sobre Prof. Felipe Aquino


O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-
USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova.
Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos.
Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos
finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas,
Loyola e Canção Nova.
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