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Pr. A. Carlos G. Bentes
DOUTOR EM TEOLOGIA
PhD em Teologia Sistemática
O LÍDER EFICAZ
ESCOLA DE MINISTÉRIO
“A sabedoria é a coisa principal; adquire pois, a sabedoria; sim com tudo o que possuis
adquire o conhecimento” (Pv 4.7)
“Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem
bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino” (1Tm 5.17).
SUMÁRIO
EPÍGRAFE.......................................................................................................................3
COMO SER UM LÍDER EFICAZ? ................................................................................4
DEFININDO LIDERANÇA............................................................................................4
O Líder Eficaz e a Administração Científica...................................................................5
Planejamento....................................................................................................................9
Organização......................................................................................................................9
Direção.............................................................................................................................9
Controle..........................................................................................................................10
COORDENAÇÃO.........................................................................................................12
AS CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER EFICAZ....................................................13
O CARÁTER DO LÍDER QUE DEUS USA................................................................16
JESUS, O MAIOR EXEMPLO DE LIDERANÇA.......................................................19
A ESPIRITUALIDADE DO LÍDER ............................................................................21
Por uma liderança eficaz: se for preciso, mude os métodos! ........................................24
A EFICÁCIA DO LÍDER NO MINISTÉRIO ..............................................................27
O LÍDER E A BÍBLIA ..................................................................................................30
O LÍDER E A ORAÇÃO (1 Ts 5.17) ............................................................................32
A CONDUTA DO LÍDER ............................................................................................33
O LÍDER TEM QUE SER PESSOA OTIMISTA ........................................................33
O LÍDER E O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO......................................................35
GRÁFICOS EXPOSITIVOS.........................................................................................46
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................48
2
EPÍGRAFE
“Se vi mais longe do que os outros homens, foi porque estava de pé sobre ombros de
gigantes” (Sir Isaac Newton).
3
COMO SER UM LÍDER EFICAZ? 1
DEFININDO LIDERANÇA
1
CARMO, Waldyr Silva do. Liderança Eficaz. CASA DE ORAÇÃO CEHAB, 2011, p. 5-13.
2
ALMEIDA, Silas Leite de. O Líder Cristão para hoje. Brasília – DF. 1ª ed. Editora LERBAN.
4
O Líder Eficaz e a Administração Científica
Princípios da Administração Científica 3
A adm inistração
científica é um modelo de administração criado pelo americano Frederick Winslow
Taylor no fim do século XIX e início do século XX e que se baseia na aplicação
do método científico na administração com o intuito de garantir o melhor custo/benefício
aos sistemas produtivos.
Assim, em 1903, ele publica o livro “Administração de Oficinas” onde expõe pela
primeira vez suas teorias. Taylor propõe a racionalização do trabalho por meio
do estudo dos tempos e movimentos. O trabalho deveria ser decomposto, analisado e
testado cientificamente e deveria ser definida uma metodologia a ser seguida por todos os
operários com a padronização do método e das ferramentas.
Os operários deveriam ser escolhidos com base em suas aptidões para a realização
de determinadas tarefas (divisão do trabalho) e então treinados para que executem da
melhor forma possível em menos tempo. Taylor, também, defende que a remuneração do
trabalhador deveria ser feita com base na produção alcançada, pois desta forma, ele teria
um incentivo para produzir mais.
3
TAYLOR, Frederick Winslow. Principles of Scientific Management. 1911.
5
PRINCÍPIOS VIVIDOS PELO LÍDER EFICAZ 4
Organização
O líder não precisa ser exagerado em sua organização, mas não pode viver sem ela.
Para liderar, ele tem materiais, os mais variados possíveis, que são compostos de livros,
apostilas, agendas telefônicas, computador com seus periféricos, blocos de anotações e
outros. Bom, se não houver organização, tudo isso irá virar um verdadeiro “ninho de
gato”. Portanto o segredo está na organização. Na verdade, a estrutura para a organização
já está pronta, o que o líder precisa fazer é, efetivamente, aplicá-la. Agindo dessa forma,
seu conceito crescerá diante dos liderados e todo o grupo ganhará em muitos aspectos.5
Liderança é um tópico importante na Bíblia. Muitas Bíblias não usam a palavra líder
quando discutem o assunto. Por isso, o tópico liderança é deixado para os oradores
motivacionais e outros interesses seculares. Contudo, [ter] uma compreensão das
diferentes palavras e vocábulos usados para a palavra ‘líder’ é útil para reconhecermos
esse tópico na Bíblia. Os versículos a seguir revelam as descrições diversas de líderes na
Bíblia.
1. Liderança é chamada de governo pelo apóstolo Paulo. Por [sua] inclusão nesta
lista, a liderança é considerada um dom ministerial de Deus.
“Ou que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o
que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria” (Rm 12.8).
4
CARMO, Waldyr Silva do. Liderança Eficaz. CASA DE ORAÇÃO CEHAB, 2011, p. 29.
5
Ibid.
6
CARMO, Waldyr Silva do. Op. Cit., p. 33.
7
MILLS, Dag Heward. A Arte da Liderança. 1ªed. Em Português. Rio de Janeiro: Editora ADHONEP, 2011, p. 19,20.
6
Προΐστημι – proistemi. Verbo. 1) estar à frente: 1a) colocar sobre, 1b) estar sobre,
superintender, presidir sobre, 1c) ser um protetor ou guardião, 1c1) dar ajuda, 1d) cuidar,
dar atenção a, 1d1) professar ocupações honestas (Strong).
“Mas vós não sereis assim; antes o maior entre vós seja como o mais novo; e quem
governa como quem serve” (Lc 22.26).
Governa. ἡγέομαι — hēgéomai. 1. liderar, guiar part. pres. ὁ ἡγούμενος líder, chefe
Mt 2.6; Lc 22.26; At 7.10; Hb 13.7,17,24. ὁ ἡγούμενος τού ἡγέομαι.
Hegeomai - ἡγέομαι. Voz média de uma (suposta) forma consolidada de 71; TDNT
2:907,303; verbo: 1) conduzir, 1a) ir a diante, 1b) ser um líder, 1b1) governar, comandar
1b2) ter autoridade sobre, 1b3) um príncipe, de poder real, governador, vice-rei, chefe,
líder no que diz respeito à influência, que controla em conselho, supervisor ou líder das
igrejas, 1b4) usado para qualquer tipo de líder, chefe, comandante 1b5) o líder no discurso,
chefe, porta-voz (Strong).
4. Na Bíblia, alguém é considerado qualificado para liderar uma igreja se ele for
capaz de liderar uma mulher. Por inclusão nesta lista, liderança é considerada uma
prerrogativa de algumas pessoas (não de todos os homens).
“Pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de
Deus?” (1Tm 3.5).
Governar. Προΐστημι – proistēmi. Verbo. 1) estar à frente: 1a) colocar sobre, 1b)
estar sobre, superintender, presidir sobre, 1c) ser um protetor ou guardião, 1c1) dar
ajuda, 1d) cuidar, dar atenção a, 1d1) professar ocupações honestas (Strong).
7
A palavra cosmos - mundo (κόσμος) também denota que Deus ama a organização.
Cosmos (κόσμος) em grego significa ordem, boa ordem, ordem do universo, organização.
Temos ainda o verbo kosméō (κοσμέω). 1. colocar em ordem Mt 12.44; Lc 11.25;
preparar Mt 25.7.—2. enfeitar, adornar, decorar lit. Mt 23.29; Lc 21.5; 1 Tm 2.9; Ap 21.2,
19; talvez Mt 12.44; Lc 11.25. Fig. tornar belo ou atraente 1 Pe 3.5; adornar Tt 2.10.*
[cosmético].8
Planejamento
O Planejamento é a primeira função administrativa, que determina quais são os
objetivos a serem atingidos e o que deve ser feito para alcançá-los. Nenhuma empresa
pode trabalhar na base do improviso.
Dentro desta função, totalmente voltada para o futuro ter-se algum tipo de controle
sobre o futuro, colocam-se atividades como a elaboração de previsões, fixação de
objetivos, programação, ornamentação e a definição de políticas e procedimentos.
Organização
É essencial estabelecer os resultados futuros que se pretende atingir, dentro de um
certo espaço de tempo, e aplicando-se certa quantidade de recursos. Devem ser
estabelecidos objetivos mais gerais, amplos e genéricos a serem perseguidos pela empresa
como um todo, e cujo monitoramento fica a cargo do dono da empresa ou de seus
dirigentes maiores.
É a partir desses objetivos organizacionais que a empresa pode determinar metas a
seus funcionários e estes possam dedicar seus esforços para alcançá-las.
Dentro desta função, estão as atividades de definição da estrutura: unidades
orgânicas a serem criadas, para desempenhar as diversas finalidades; a definição das
responsabilidades a serem atribuídas a cada uma dessas unidades; as relações hierárquicas
e funcionais entre as mesmas.
Direção
A Direção, como uma das funções administrativas, está relacionada com colocar as
pessoas em ação. É a atribuição gerencial ligada ao exercício da liderança, exercendo
influência sobre os funcionários.
9
Esta função engloba atividades como a tomada de decisão, a comunicação com os
subordinados, superiores e pares, a obtenção, motivação e desenvolvimento de pessoal.
Controle
O Controle como função administrativa tem a finalidade de assegurar que os
resultados daquilo que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto
possível aos objetivos estabelecidos.
Como as organizações não operam na base da improvisação e nem ao
acaso, elas precisam ser devidamente controladas. Elas requerem considerável esforço
de controle em suas várias operações e atividades. O controle constitui a última das
funções administrativas, vindo depois do planejamento, da organização e da direção.
Controlar significa garantir que o planejamento seja bem executado e que os objetivos
estabelecidos sejam alcançados adequadamente. O controle é a função administrativa que
monitora e avalia as atividades e resultados alcançados para assegurar que o
planejamento, a organização e a direção sejam bem-sucedidos.
O controle é a última função do processo administrativo, e visa assegurar que as
ações sejam realizadas de acordo com as expectativas ou conforme o que foi planejado,
organizado, dirigido e coordenado assinalando as faltas e os erros com a finalidade de
repará-los e evitar sua repetição (CHIAVENATO, 1989).
É importante lembrar que em todos os momentos de nossas vidas estamos sujeitos a
alguma forma de controle e avaliação, seja na família, na escola, no trabalho, no trânsito,
no clube ou igreja estamos constantemente verificando, controlando, comparando,
medindo, e o nosso comportamento está sendo sempre verificado por alguém, avaliado,
fiscalizado, ou monitorado. E fazemos isso tendo por base os nossos próprios pontos de
vista, os nossos esquemas de valores e de expectativas (CHIAVENATO, 1989;
CHIAVENATO, 1994).
Muitas vezes, quando se fala em controle, à idéia que vem a mente é a de alguém
que verifica ou vigia as ações que estão sendo realizadas, mas o controle como função
administrativa tem como finalidade analisar o trabalho que esta sendo desenvolvido
comparando o que foi feito ou está sendo feito com o que deveria ser feito ou alcançado,
com o objetivo de apontar as falhas, mas também evitar e propor formas de superar as
dificuldades encontradas (KWASNICKA, 1991; KRON;GRAY 1994).
A função de controle está intimamente relacionada com o planejamento, a
organização e a implementação de modo que fica difícil identificar onde uma função
termina e outra começa, sendo muitas vezes esses conceitos utilizados concomitantemente
e não separadamente. No entanto, é importante ressaltar que o controle, ou as medidas de
controle são necessárias tanto no início como ao final de alguma atividade, pois para que
se possa estar avaliando os resultados alcançados é importante que antes se tenha definido
quais os critérios de avaliação a serem utilizados (KRON;GRAY 1994).
Através do controle o administrador completa o seu trabalho, fecha o círculo das
atividades administrativas (CHIAVENATO, 1989; KRON;GRAY 1994).
10
Objetivos da Função de Controle
O controle tem como objetivos:
- Corrigir as falhas ou erros considerando todas as fases do processo administrativo,
ou seja, o planejamento, a organização e a direção, indicando medidas de correção;
- Prevenir novas falhas ou erros, sugerindo meios de se evitá-los no futuro.
A teoria proposta por Taylor e que causou uma verdadeira revolução no sistema
produtivo seguiu sendo aperfeiçoada ao longo dos anos apesar das críticas e é sem dúvida
alguma a precursora da Teoria Administrativa. Contribuíram para o desenvolvimento da
administração científica: Frank e Lilian Gilbreth que se aprofundaram nos estudos dos
tempos e movimentos e no estudo da fadiga propondo princípios relativos à economia de
movimentos; Henry Grant que trabalhou o sistema de pagamento por incentivo;
Harrington Emerson que definiu os doze princípios da eficiência; Morris Cooke que
estendeu a aplicação da administração científica à educação e às administrações públicas;
e Henry Ford que criou a linha de montagem aplicando e aperfeiçoando o princípio da
racionalização proposto por Taylor.
11
COORDENAÇÃO
Coordenação
1 2
Planejamento Organização
Coordenação
Coordenação
Controle Direção
4 3
Coordenação
COORDENAÇÃO
Segundo Henri Fayol, “a coordenação tem por fim ligar, unir e harmonizar todos os
atos e esforços”. A coordenação deve estar presente em todas as fases da administração,
isto é, quando se planeja, organiza, dirige e controla uma empresa.
Coordenação é “Função do Administrador” [do Líder]? 9
Para responder esta pergunta, é preciso antes reafirmar que função é uma
aglutinação de atividades e que ela tem a tendência de se unir, ocasionando assim uma
dificuldade de identificação dos limites de uma função administrativa.
A coordenação está presente ao desempenho de todas as funções administrativas.
Ela não faz parte das características de cada função, mas representa o exercício das
funções. A coordenação pode ser definida como a harmonização dos vários esforços
necessários para atingir os objetivos almejados. A necessidade de sincronia entre as
funções é importante para que cada elemento na empresa compreenda melhor a forma de
se atingir os objetivos propostos.
9
http://www.cefetsp.br/edu/natanael/Apostila_ADM_parte1.pdf.
12
A coordenação só surtirá efeito quando todos os elementos conhecerem o objetivo
dominante da empresa. Cada um então, poderá trabalhar em prol desse objetivo dosando e
aplicando os esforços no momento melhor ou no momento exato que for preciso. Assim, a
ação individual será frutífera e permitirá que os planos se transformem em resultados de
forma mais natural e eficiente.
13
Deve também procurar criar em seus colaboradores não apenas um senso de equipe,
mas de relacionamento, fazendo com que a equipe se transforme numa rede de
relacionamento onde exista harmonia e auxílio mútuo, mas onde seja estimulada também
uma competição saudável para que todos busquem sempre criar novos patamares de
excelência.
15
O CARÁTER DO LÍDER QUE DEUS USA
Pessoal
Cada líder tem uma identidade própria. Assim sendo, naturalmente, estará
influenciando seus liderados. Daí a importância daquele que lidera se preocupar com as
qualidades pessoais. Com sua vida o líder estará direcionando o grupo, pois é observado
por todos. É importante que ele estabeleça alvos para si e para o grupo que está liderando
(Fp 3.14). É necessário que ele tenha em mente que sua vida pessoal deverá refletir, de
fato, o que crê e defende como líder. Deve haver em sua vida a personalização de seus
projetos. Isso trará credibilidade aos liderados.
Integridade11
Integridade é ter coerência entre pensamento, sentimento e comportamento. Ou
seja, é falar o que você pensa e fazer o que você fala. Simples assim. Embora pareça fácil,
não é. É um desafio e tanto ser íntegro! Mas há uma frase que sintetiza bem o desafio:
“Jamais faça algo que não possa contar com orgulho que fez”.
É importante ser íntegro. A integridade é um apoio fundamental para quem
deseja realizar algo maior, porque só em uma mente íntegra fluem grandes idéias e
aspirações.
Não adianta viver pregando valores que você não aplica em seu dia a dia. Viva
de acordo com eles. Só assim se sentirá em harmonia consigo.
Moral
É imprescindível que o líder tenha uma vida limpa. Isso é sinal de que há o
temor de Deus nessa vida. Antes de se tornar um grande líder, José já tinha uma vida de
temor e compromisso com Deus. Diante do assédio da mulher de Potifar, vemos o
exemplo que ele nos dá de temor, não aos homens, mas a Deus, pois recusou ter relações
sexuais com ela, porque sabia que teria sua comunhão com Deus quebrada. Ele tinha a
consciência de que não poderia cometer tamanho pecado contra o Senhor (Gn 39.7-21).
Vemos, posteriormente, José sendo grandemente honrado por Deus. O Senhor confiou a
ele a missão de governar o Egito. O líder deve, então, ter uma vida limpa e digna da
responsabilidade que tem diante de Deus. Isso está diretamente ligado à sua conduta. Está
ligado ao testemunho do que lidera tanto na Igreja quanto na sociedade de um modo geral.
Espiritual
1. Vida de Santificação
Em Hebreus 12.14 lemos: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” – No contexto espiritual do líder, a santificação de sua vida deve
ser fator de extrema relevância. Deus não usa vasos sujos. E para o líder ser usado
poderosamente, a santificação deve ser uma constante em seu dia-a-dia. Santificar-se é
abster-se de tudo aquilo que contamina a vida espiritual. Santificar-se é mortificar a carne
11
CAVALCANTE, Anderson. O que realmente importa? Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2012, p. 67,68.
16
(Ef 5.18). À medida que esse processo é exercido na vida do servo de Deus, mais ele é
cheio pelo Espírito Santo. Deus, então, o encontra em condições de ser usado em sua obra.
2. Vida de Oração
Um líder precisa ter vida de oração. Ela é ingrediente fundamental para que
respostas de Deus sejam declaradas. Em Efésios 6.18 lemos: “... com toda a oração e
súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isso vigiando com toda a perseverança e
súplica por todos os santos...” É a oração que move o coração de Deus! É através da
oração que milagres são declarados à vida do líder e do ministério que Deus confiou a ele.
17
como Deus atendeu a essa oração concedendo a Salomão sabedoria para governar a nação
de Israel. Esse conhecimento e sabedoria claramente não foram humanos, mas divinos.
Aquele que se apresenta diante de Deus para liderar na obra do Senhor, necessita muito
mais do que conhecimentos humanos; ele precisa da sabedoria que vem do alto. Para isso
é necessária uma postura de humildade e submissão diante de Deus para, em oração,
clamar por esse conhecimento. O Senhor concederá essa bênção e na trajetória desse
ministério será visível o agir de Deus através da sabedoria que será concedida a essa vida.
5. Vida de Fé
A Bíblia nos afirma: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna
galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). É necessário, na vida daquele que lidera, o
elemento fé. É dessa forma que ele estará agradando ao Senhor. É assim que grandes
milagres serão declarados à sua vida e à vida do grupo que lidera.
6. Viver o Amor na prática (Mt 22.37-39)
• Amor vertical
Esse amor se inicia no coração do adorador para com Deus. É o amor que me faz
estar junto de Deus, me faz ter comunhão plena com Deus, me faz viver na vontade de
Deus. Um amor que leva o adorador a uma entrega total e plena de sua vida a Deus.
• Amor horizontal
Na sequência do texto, lemos também a expressão: “... amará o próximo como a ti
mesmo”. O amor que foi gerado de Deus na vida daquele que creu e o levou a uma vida
plena de amor e adoração ao Pai, agora é exercido para com o próximo. É impossível
alguém amar a Deus e odiar o próximo. Esse resultado é natural. Aquele que ama ao
Senhor, busca também amar de forma prática ao próximo. É desta forma que cumprimos
nossa missão, pois foi assim que Jesus viveu o seu ministério. Ele amou ao próximo a
ponto de dar sua vida para salvar os pecadores.
O líder, como modelo para os liderados, não pode se esquecer do amor que precisa
estar presente em sua vida de forma prática. Nossas ações falam mais do que nossas
palavras. O amor é evidenciado, muito mais do que por palavras, através de nossas ações.
7. Pronto para servir
O maior exemplo de servilismo que temos na bíblia é o do próprio Cristo. Ele veio
para servir e serviu até a morte. Um dos exemplos clássicos vividos por Jesus e que nos
mostra a grandeza de Deus na vida daquele que lidera através do serviço foi quando ele
lavou os pés dos discípulos (João 13.4-11). Note bem que o servilismo está diretamente
ligado à humildade. Não há como servir se não houver humildade. Os que almejam a
liderança precisam aprender a serem humildes para, então, lançarem mão da toalha do
serviço que estará satisfazendo às necessidades dos outros.
18
JESUS, O MAIOR EXEMPLO DE LIDERANÇA
Destacaremos aqui alguns princípios usados por Jesus e que devem ser praticados
pelo líder que almeja sucesso em sua liderança.
19
que se busque conhecimento geral do contexto onde se lidera para assim ser achado diante
de Deus em condições para desempenhar uma liderança eficaz.
A ESPIRITUALIDADE DO LÍDER 12
O tema da espiritualidade está na moda. Se por um lado isso é positivo por chamar a
atenção do mundo para uma perspectiva muitas vezes ignorada por outro corre-se o risco
de uma banalização e um desvirtuamento do tema. Mas, e para os líderes que implicações
o tema da espiritualidade tem?
Falar que o líder cristão precisa ser espiritual é um truísmo. Não se pode ser um
líder cristão e não ser espiritual. Como manter uma liderança cristã relevante sem manter
um vital relacionamento com Cristo?
Não basta apenas ser líder conhecer as técnicas e as estratégias mais modernas do
mundo da liderança. O líder eficaz antes de fazer, precisa ser espiritual. Muitos caem aqui.
Começaram bem como líderes espirituais, mas no decorrer da jornada se tornaram apenas
líderes firmando-se apenas em suas habilidades gerenciais, eloqüência, personalidade forte
e manipulações etc.
Fatores geradores de problemas na espiritualidade do líder:
1. Pragmatismo13 – Muitos líderes perderam o seu relacionamento vital com Deus por
conta de um comprometimento radical com o pragmatismo. Como estratégias de sucesso
passaram a pautar seus atos pelos resultados, acabaram negociando valores antes
inegociáveis. Os fins acabaram justificando os meios e com isso a perspectiva espiritual
sadia foi para o espaço.
2. Competição com outros ministérios - Uma visão competitiva extrema pode produzir
uma perda ou enfraquecimento da vivência espiritual do líder. É quando ele passa apenas a
lutar pelo seu lugar no mercado como se a sua própria sobrevivência ou dignidade humana
dependesse disso. Líderes cristãos não são competidores entre si. Somos partes de um
mesmo time.
3. Visão materialista do ministério - Quando um líder desenvolve uma visão
materialista do ministério é um sinal forte de que a sua espiritualidade encontra-se extinta
ou em vias disso. Quando o homem perde a visão espiritual da vida ele precisa substituí-la
por outras realidades e a mais comum é o apego às coisas materiais e a aparente segurança
que elas promovem.
12
ABREU, Ednilson Correia de. Ministério Tudo Pelo Reino. Espírito Santo – Brasil, 2007.
13
Doutrina filosófica que adota como critério da verdade a utilidade prática, identificando o verdadeiro como útil; senso
prático.
21
4. Perda do cultivo de um relacionamento real com Deus - Creio que a raiz disso tudo
está na perda de um relacionamento diário real e equilibrado com Deus. Quando o líder se
deixa enredar por uma rotina dura e fria e ignora a necessidade de se manter na presença
do Senhor como um estilo de vida isso terá um efeito decisivo sobre o seu poder e
relevância.
22
encorajamento. Deus usará os seus meios maravilhosos para nos mostrar que ele está lá ao
nosso lado para nos fortalecer.
8. Vitória espiritual – Um líder espiritual obterá vitórias espirituais e estas são as mais
importantes da vida, pois elas fundamentarão todas as outras que poderemos ter no
trabalho, na família, nos relacionamentos e etc.
MÉTODOS, ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS 14
MÉTODOS
A palavra método vem do grego metá (µετά) e hodós (ὁδός), que significa no
caminho. Daí, “direção que se imprime aos próprios pensamentos a fim de investigar e
demonstrar a verdade”.
Em termos práticos, método é o caminho que se usa para se chegar a um
determinado objetivo; é a maneira de se fazer algo. Assim, se quero atingir pessoas
com o ensino da eleição, posso fazê-lo dando ênfase à soberania divina, se quero falar de
santificação devo me prender ao dever de cada pessoa individualmente.
Em qualquer dos dois métodos, podemos empregar duas formas de raciocínio pura o
trabalho do ensino: o método dedutivo e o indutivo.
14
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990, p. 45-47.
23
problemas daquela mulher: a sede, os pecados que ela tinha, e partiu para apresentar-lhe a
água da vida (João 4).
Por uma liderança eficaz: se for preciso, mude os métodos! 15
Êxodo 18.1-27
O povo de Israel tinha acabado de sair do Egito. Moisés aconselhava o povo desde o
amanhecer até o anoitecer. Numa atividade exaustiva tanto para ele como para o povo que
buscava uma orientação. Devido a grande procura, a maioria saía sem conseguir falar com
ele. Apesar de ser um homem de Deus, Moisés não estava conseguindo enxergar o seu
erro. Precisou que seu sogro Jetro aparecesse para lhe chamar a atenção e assim mudar o
método de liderança que estava utilizando para aconselhar o povo. Baseado neste episódio
da vida de Moises queremos refletir alguns pontos importantes para uma liderança eficaz
junto ao povo de Deus.
1. A Repetição de métodos antigos e ortodoxos não significa necessariamente
que estamos no caminho certo.
O tempo e as pessoas mudam, sendo necessário à utilização de novos métodos e
recursos que venham a levar o povo a uma direção segura. Moisés usava o método
patriarcal em que toda a decisão passava pelo chefe do clã. Ele não se deu conta que eles
já não eram uma pequena família, mas sim uma grande família. Portanto, o método
patriarcal era por si só ineficiente para atender a todos.
4. Um bom líder sabe ouvir. Esta deve ser uma das características de um grande
líder, de um verdadeiro homem de Deus. Isto é fruto da humildade. Moisés soube ouvir os
conselhos de seu sogro , por sinal, também era um líder. As experiências dos mais antigos
são sempre bem vindas. Imaginemos se Moisés não desse ouvido aos conselhos de seu
sogro!
15
Oséias Beppler Penido – http://www.institutojetro.com.
24
5. Um bom líder é aquele que divide tarefas. Agindo assim, faz discípulos. O
método que empregava Moisés não só matava a liderança natural que existia no grupo
como impedia que nossas lideranças surgissem ou fossem formadas.
6. Por menor que seja o nosso grupo de liderança haverá sempre pessoas com
capacidade para nos ajudar. Cremos que esse dom vem de Deus, ele mesmo se
encarrega de levantar pessoas idôneas para estar ao nosso lado. Elas nos ajudarão a
cumprir a tarefa que nos ordena o Senhor.
Moisés descobriu que o método utilizado não era o melhor. Ainda que as intenções e
o propósito eram dar o melhor para o povo. Não temos que ter medo de mudar no meio do
caminho quando descobrirmos que o método que estamos utilizando não seja o melhor
para o povo. Descobrindo o erro, é melhor mudar do que, por teimosia e prepotência, levar
o grupo à ruína.
25
ESTRATÉGIA16
Um núcleo de estudos bíblicos nos lares é uma estratégia. Uma série de conferências
é uma estratégia. A igreja em células é outra estratégia.
TÉCNICA19
A técnica é o recurso material que usamos para executar o método. A maneira como
abordo a pessoa, como arranjo o plano de salvação; se uso o argumento dedutivo ou
indutivo, tudo isto são técnicas. Contar histórias em flanelógrafos para crianças é uma
técnica. Usar slides ou Data Show para uma aula de EBD é uma técnica.
Para fins didáticos, apesar de estratégias e técnicas fazerem parte da execução do
método, em termos específicos, cada parte dessa execução tem seu próprio nome.
Ao trabalharmos nestas conceituações, temos que entender o espírito no Novo
Testamento sobre metodologia. Poderemos filtrar do Novo Testamento várias amostras de
métodos, estratégias e técnicas. Mas vamos notar uma variação muito grande de caso para
caso. Notamos que o Espírito Santo usava uma grande variedade de recursos. Mas não
podemos evitar a compreensão de que o Espírito Santo usava os discípulos como seres
humanos e não como seres “celestiais”.
20
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990.
27
EXPERIÊNCIA DE CONVERSÃO 21
Parece absurdo mencionar este fato, mas um líder tem que ter, inequivocadamente, a
consciência de que é uma pessoa convertida. É muito fácil alguém nascer numa família
cristã, engajar-se na igreja e no seu sistema, aprender educação religiosa, e pensar que por
isso está salva. Isto é tremendo engano. Cada pessoa tem que ter sua experiência com
Deus. Pode ser que as experiências variem de pessoa para pessoa, mas haverá um
convicção inconfundível de que ela é convertida, é salva. Se alguém não nasceu de novo,
não pode liderar ou ensinar nada a outrem. Não importa que essa experiência tenha vindo
na infância, na adolescência, na juventude ou na vida adulta. Importa que cada um que
ensina possa dizer com convicção que Cristo o salvou e que ele é uma nova criatura (2 Co
5.17).
Uma outra convicção que deve estar posta inconfundivelmente no líder é a sua
relação com o Espírito Santo. Hoje encontramos muitos movimentos confusos sobre a
doutrina do Espírito Santo. Temos que entender, de uma vez por todas, que não há crentes
sem o Espírito Santo; não há conversão sem o Espírito Santo (João 16.7-11). Também
ninguém pode ter um terço ou dois terços de Deus. Se alguém tem o Pai, tem o Filho e tem
o Espírito Santo também. Quando alguém se converte, arrependendo-se de seus pecados,
crendo em Jesus como seu Salvador, recebe o dom do Espírito Santo, que é o próprio
Espírito Santo (At 2.37,39; João 7.37,39). Daí, a pessoa é selada pelo Espírito Santo (Ef
1.13,14); o Maligno não lhe toca (1 João 5.18); ninguém o arrebata das mãos do Senhor
(João 10.28); ele passa a ser habitado pelo Espírito Santo (1 Co 6.19,20). O Espírito Santo
lhe é dado como garantia da vida eterna e isto é uma promessa irreversível. Muita gente há
hoje vivendo numa fé que é um mar de dúvidas e incertezas. Tais pessoas acham que
podem perder a salvação e assim vivem no desespero. O líder precisa ter convicção do seu
relacionamento com Deus, com o Espírito Santo e seu Filho Jesus. Necessita da divindade
dentro de si e por onde for tem que pensar assim. Sua vida é um santuário e ele possui
todas as garantias divinas para o seu ministério.
21
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990, p. 40
22
Ibid., p. 40.
23
FERREIRA, Damy. Op. Cit., p. 64-65.
28
Em Atos 1.8 temos a grande promessa: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o
Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e
Samária, e até os confins da terra”. A palavra grega para “poder” é dynamin, que vem de
dýnamis, que quer dizer “poder”. Daí vem nossa palavra “dinamite”.
Testemunhar de Cristo, evangelizar, fazer discípulos, liderar são atividades especiais
que exigem poder especial. Só o Espírito Santo pode providenciar esse poder, e, se o
crente já recebeu o Espírito Santo, já tem Ele habitando dentro de si, todavia necessita do
“batismo no Espírito Santo”. O líder precisa crer no poder do Espírito para a sua tarefa.
Ele não deve tentar substituir isso por nada neste mundo.
2. A Motivação
O texto de 2Pe 1.21: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos
homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos [φερόµενοι] pelo Espírito
Santo, na tradução de Almeida nos fala de crentes movidos pelo Espírito Santo”. Qualquer
líder: evangelista, missionário, pregador e pastor são movidos pelo Espírito Santo. O
paráclito trabalha na vontade deles. Esta é a manaeira como o Espírito Santo trabalha em
nós. Aliás, muitos de nós, talvez por influência do alto grau de superstição que existe na
nossa gente, somos tentados a pensar que, na hora de sermos usados pelo Espírito Santo,
tem que haver um ambiente espetacular, de fogo caindo do céu, de “monte fumegante”
como no sinai, e coisa semelhante. Uma vez selado, batizado no Espírito Santo, a coisa
natural e normal que há é o Espírito agir em e através de nós. Em Atos 16.6,7 lemos que
“Atravessaram a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de
anunciar a palavra na Ásia; e tendo chegado diante da Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas
o Espírito de Jesus não lho permitiu”. O mesmo podemos notar quando, em atenas, o
Espírito de Paulo se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria (At
17.16). Não há dúvida de que o Espírito Santo em nós nos move e motiva na área da
liderança. É como se fôssemos duas pessoas – e na verdade é assim – que andassem juntas
o tempo todo, só pensando e planejando sobre como posso ser um líder eficaz. Não foi
sem razão que Paulo disse que nós temos a mente de Cristo (1Co 2.16). E não é realmente
isso que Jesus quis dizer em Jo 17.21: “Para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és
em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me
enviaste”? Grife as expressões: “para que eles sejam um em nós” e “para que o mundo
creia que tu me enviaste”. Aqui está o segredo: a Trindade Santíssima, que é uma unidade,
se entrelaça conosco e forma uma unidade conosco. Daí, sempre trabalhamos juntos com
Ele.
Alguém pode perguntar: Se ficarmos elaborando esboços de sermões, consultando
grego, hebraico, comentários, dicionários teológicos, não estaremos impedindo a ação do
Espírito Santo em nós? Podemos responder: “Pelo contrário, nós estamos trabalhando com
o Espírito Santo. Nós sempre trabalhamos juntos. Ele nos ajuda nas nossas pesquisas e
trabalha com o nosso entendimento e devemos nos alegrar por este tremendo privilégio, de
trabarmos juntos.
29
3. Direção
Também o líder é guiado pelo Espírito Santo. Ele guia na verdade (Jo 16.13), e guia
também nos empreendimentos de liderança (evangelísticos e missionários: At 16.16-
8,9,10). Em Trôade, notamos como o Espírito Santo atuou no entendimento de Paulo para
guiá-lo à Macedônia, pela expressão: “(...) concluindo que o Senhor nos chamava para
lhes anunciarmos o evangelho” (At 16.10). O grande evangelista Filipe foi guiado pelo
Espírito para encontrar aquele eunuco no caminho de Gaza. O Espírito Santo nos guia na
liderança eficaz.
O LÍDER E A SANTIFICAÇÃO 25
O LÍDER E A BÍBLIA 26
1. O líder deve ler constantemente a Bíblia (Ap 1.3; 1 Tm 4.13). Existe hoje
muita gente que tem pouco convívio com a Bíblia, e muitos crentes nunca leram a Bíblia
toda pelo menos uma vez. O líder deve dar-se à tarefa de ler, pelo menos uma vez, a Bíblia
toda. O ideal seria o líder ler a Bíblia toda uma vez por ano. Durante muitos anos, tive o
privilégio de fazê-lo assim, competindo com meu pai, e foi muito salutar.
2. O líder deve ouvir a leitura da Bíblia (Rm 10.17; Ap 2.29; Ec 5.1). Quando
lemos, podemos estar desligados na nossa atenção ou até podemos ler sem ênfase um
ponto que deveria ser ressaltado. Quando ouvimos, podemos ser despertados, para
aspectos nunca notados por nós. A leitura da Bíblia em alta voz deve ser cultivada nos
cultos. Seria bom até haver fitas gravadas com voz solene e fundo musical, para que se
pudesse ouvir a mensagem bíblica. A igreja pode elaborar programas de leitura da Bíblia
de maneira a torná-la mais viva. Grupos lendo a Bíblia em estilo de jogral podem tornar o
momento altamente edificante.
3. O líder, ainda mais, precisa memorizar a Bíblia (Sl 119.11; Dt 6.6; Pv 7.1-
13). O líder deve saber muitos textos de cor, não só para servir-se deles no ensino em
certas circunstâncias, como também para lançar mão deles em momentos de lutas e
conflitos espirituais. No passado, os pais crentes costumavam ensinar longos textos a seus
filhos e tinham orgulho de exibir, a qualquer visitante do lar, a capacidade das crianças em
recitar textos bíblicos. Hoje este hábito tão salutar está desaparecendo das famílias. De
qualquer maneira, o líder deve primar por fazer isso. Antes de mais nada, ele deve decorar
todos os versículos que possam expor o plano de salvação de maneira prática e simples.
31
estudá-la sob todos os aspectos. Depois de conhecê-la razoavelmente bem, o líder deve
estudá-la em relação a outros ramos de conhecimento humano e religiões comparadas.
A oração deve fazer parte da vida do líder. Ele deve ter um programa pessoal de
oração, juntando este programa com o seu programa de santificação. O líder deve
conservar uma mente de oração. É pela oração que estamos na presença de Deus e, no
convívio com ele, vamos assimilando a sua maravilhosa maneira de ser. O líder deve fazer
da oração o seu estilo de vida. Como ele vai enfrentar o poder das trevas ao evangelizar,
deve estar devidamente reforçado espiritualmente para a luta. E é pela oração que o
reforço vem. Não somente o líder deve cultivar uma vida de oração para manter seu poder
espiritual, mas ele deve orar pelas pessoas que pretende liderar. E sua vida de oração vai
passar para aqueles que ele ensinar. Eles serão seus imitadores.
Sabedoria. Esta era uma das qualidades de Filipe, o evangelista líder, juntamente
com os demais diáconos (At 6.3; 8.26-40). Sabedoria, todavia, não pode ser confundida
com escolaridade. Uma pessoa pode ter vários diplomas universitários e não ser sábia.
Esta é a sabedoria vem de Deus. A presença do Espírito Santo na vida dá ao crente
capacidade para fazer juízos de valores, analisar bem todas as experiências e ficar com o
que é bom. Como recomendou Paulo: “Mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom” (1
Ts 5.21).
27
FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990, p. 42.
32
Mas este aspecto de sabedoria do líder o levará também a ser um observador da vida
para tirar aprendizado. A Bíblia diz que Salomão foi o homem mais sábio do seu tempo (1
Reis 4.31), realmente, foi o que ele pediu a Deus: sabedoria. Mas notamos como o sábio
Salomão fazia: ele era um observador do mundo em redor. Constantemente vamos notar
nos seus escritos, como é o caso de Provérbios e Eclesiastes, a expressão: “E vi (...)”. Isto
indica observação (Pv 24.32; Ec 2.13,14; 4.15). O líder deve ser um observador da vida. É
aí que Deus lhe dará material, argumentos e portas abertas para o trabalho de mestre.
A CONDUTA DO LÍDER 28
O líder deve ter vida irrepreensível. Aliás, esta é a exigência para todo servo de
Deus (1Co 1.8; Ef. 1:4; Fl 2.15; 1Ts 3.13; Cl 1.22). Isso quer dizer que líder deve ter vida
moral equilibrada. Naturalmente, não se exige que seja perfeito, porque isso seria
impossível. Mas o líder deve ser uma pessoa digna, de caráter firme, de hábitos puros. Não
deve ser dado a bebidas alcoólicas e a outros vícios; não deve ser mundano; deve conviver
bem com a família e portar-se de tal maneira que não cause escândalo (1 Co 10.31,32; 2
Co 6.1-3). O que mais tem prejudicado o evangelho tem sido a conduta de líderes e
ministros de um modo geral. O povo cobra muito do líder. Todos esperam que ele seja
perfeito. É claro que isso é cobrar demais, Mas o líder, aquele que ensina a Palavra, deve
ter vida equilibrada, para que ninguém tenha motivos para acusar um servo de Deus.
28
FERREIRA, Damy. Op. Cit., p. 42.
29
FERREIRA, Damy. Op. Cit., p. 43.
30
wikipedia.org/wiki/Otimismo.
31
Ibid.
33
Ouvi contar de certo líder evangélico que, pela manhã, teve um desentendimento
com a esposa em casa. Ao sair apressado em seu carro para o trabalho, acabou abalroando
outro veículo. Diante do imprevisto, e como a culpa fora sua, viu-se obrigado a atrasar sua
ida para o trabalho a fim de procurar uma oficina, junto com o outro carro, para avaliar os
danos e pagar os prejuízos. Ao conversar com o mecânico, estava cheio de amargura e
pessimismo. Ele dizia: “Vê, meu amigo. Meu dia está negro. Saí de casa brigado com a
esposa e agora bato com o carro. É tempo perdido e é tempo que não tenho para pagar.
Estou arruinado”. Quando acabou de chorar suas mágoas, o mecânico que era crente em
Jesus, bateu em seu ombro e, sem saber que estava diante de outro crente, disse: “É, meu
amigo. O que você está precisando mesmo é aceitar a Cristo como seu Salvador para
mudar a sua vida”. Então aquele líder caiu em si e viu o erro que estava cometendo.
O líder nunca deve esboçar pessimismo. Se algo não vai bem, ele deve saber como
encarar a situação. Deus tem seus planos e seus propósitos para os seus servos.
O LÍDER TEM QUE TER ENTUSIASMO
34
O LÍDER E O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO32
Professor Aluno
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CONCEITOS
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
Para haver comunicação são necessários seis elementos básicos:
1. EMISSOR – aquele que envia a mensagem;
2. RECEPTOR – aquele que recebe a mensagem;
3. REFERENTE (ou contexto) – o assunto que envolve a mensagem;
4. CANAL – o meio material, suporte físico que leva a mensagem;
5. MENSAGEM – as informações que estão sendo transmitidas;
6. CÓDIGO - grupo de símbolos ou sinais que estruturados trazem significado para
alguém e que devem ser conhecidos tanto pelo emissor como pelo receptor. Quando se
considera a comunicação verbal, o código é uma língua em sua modalidade oral ou escrita.
Aqui se encaixa a voz humana, seja qual for o meio pelo qual ela se propague. É o
caso da pregação tradicional, em que o líder usa a sua voz. É o caso da conversa didática.
3. Comunicação Oral-Visual
36
TIPOS DE COMUNICAÇÃO QUANTO AOS OBJETIVOS
Nesta divisão, encontraremos talvez uma parte que é muito útil ao líder. As outras,
nem tanto. Mas damos a divisão clássica para que o leitor tenha uma idéia do todo.
Remeteremos o assunto para autores especializados, se necessário.
2. Comunicação Persuasiva
Esta interessa tanto ao pregador como ao líder. A persuasão procura modificar,
fortalecer ou destruir convicções do receptor. Na área profissional, entra a propaganda. Na
área do ensino, da liderança, entra a argumentação da mensagem.
3. Entretenimento
Este tipo de comunicação procura provocar experiências alegres no receptor. Inclui
principalmente o humorismo. Naturalmente, este não é o papel do líder. O líder jamais
usará meios para entreter seus liderados. Ele tem uma meta com a sua mensagem. O
mensagem do líder é sempre ultra importante. Deus não usa passatempos com o seu povo.
Agora entramos na parte que será mais útil ao líder. Nesta queremos nos demorar
um pouco mais.
1. O Emissor ou Fonte
37
1) Habilidades comunicativas
(1) Escrita - O comunicador que se comunica por escrita deve saber escrever bem.
Evidentemente, nem todos os líderes costumam escrever suas lições ou suas palestras.
Mas é usual; foi usado no passado e pode ser muito útil hoje. O líder deve desenvolver
sua habilidade de comunicar pela palavra escrita. Principalmente para aqueles que
ensinam pelo rádio, a lição deverá ser escrita.
(2) A palavra - A palavra é algo muito importante na vida do líder. Ele deve
primeiramente saber usar a palavra certa em cada raciocínio, em cada pensamento.
Palavra, inclusive, que seja bem conhecida pelos seus ouvintes. Não adianta usar
palavras difíceis, se seu auditório não vai entendê-las. Há atualmente uma certa
preocupação de alguns líderes em usar palavras difíceis. Isso não é de boa regra. A
melhor maneira é usar a palavra que o povo está usando, sem descer, é claro, à gíria e ao
ridículo. Por outro lado, a palavra deve ser pronunciada com clareza e corretamente. Há
líderes e líderes que têm o hábito de “engolir” a última sílaba de certas palavras. Outros
diminuem a intensidade de voz no meio da palavra para frente, de modo que ninguém
entende ou precisa ficar adivinhando o que ele disse. Isso prejudica o entendimento e a
comunicação. O líder, portanto, deve articular bem as palavras. Também é importante a
tonalidade da voz, a altura em que se pronuncia as palavras. Esta deve ser audível e
agradável. Alguns líderes cultivam o hábito de ensinar gritando palavra por palavra. Tal
método cansa os ouvintes. Os momentos de entusiasmo no ensino devem acontecer
naturalmente. No entanto, se um líder grita o tempo todo na mesma intensidade e no
mesmo nível, o ensino se torna insuportável para o auditório. O tom de voz do líder deve
ser agradável. E, dentro deste aspecto, o líder deve procurar desenhar com a tonalidade o
sentimento da palavra. Quando se fala “amor”, deve haver uma expressão de amor na
voz do líder. Esta é uma habilidade que muito ajuda o líder.
(3) Leitura - O líder deve saber ler bem, se vai fazê-lo para ensinar. Mesmo que
não vá ler o seu ensino, a leitura da Bíblia muitas vezes significa um bom começo para o
ensino. Líderes há que não sabem ler a Bíblia. Não dão expressão à leitura, não dão vida
ao seu sentido; tropeçam aqui e acolá, e às vezes pronunciam dubiamente certas palavras
de que não se certificaram antes como são pronunciadas.
(4) Audição - A audição do comunicador deve ser boa. Se ele ouve pouco, pode
falar baixo demais ou pode tentar falar alto demais. Não sabendo controlar o nível do seu
volume de voz, ele pode criar problemas para o seu auditório.
O bom comunicador deve saber ouvir. Estudos mostram que a habilidade mais usada
na comunicação é:
OUVIR (40%)
FALAR (35%)
LER (16%)
ESCREVER (9%)
“É através da arte de escutar que seu espírito se enche de fé e devoção e que você se
torna capaz de cultivar a alegria interior e o equilíbrio da mente”. “A arte de escutar lhe
permite alcançar sabedoria, superando toda a ignorância” (Dalai Lama).
38
(5) Raciocínio - Vamos dizer que “raciocínio é a arte de pensar
ordenadamente”. Os pensamentos colocados na mensagem devem ser bem organizados
e ordenados. Se o líder não sabe como arranjar os seus pensamentos, aquilo que ele quer
comunicar, dificilmente haverá comunicação. A arte de pensar claramente ou de saber
colocar com clareza os pensamentos é muito importante para o comunicador, isso exige
do líder certo conhecimento também do seu auditório ou dos seus ouvintes, sobre até que
ponto vai a capacidade deles em compreender o tipo de raciocínio que se está elaborando
para eles.
2) Atitudes
Outro aspecto muito importante do emissor é a sua atitude como tal. Podemos
abordar o assunto sob três aspectos:
(1) Atitude para consigo mesmo - O comunicador deve ser otimista e acreditar em si
mesmo. O comunicador comunica pela sua própria presença. Se ele é uma pessoa
confiante, cônscia do que ele é e faz, naturalmente irá transmitir segurança aos seus
receptores. No fundo, isso significa que ele deve saber o que faz. Ele deve ter consciência
de que sabe fazer o que está fazendo. Por isso mesmo, o líder jamais deve pedir desculpas
por ter ensinado mal. Ele sempre ensina bem, mesmo que não tenha se sentido assim. O
líder, mais do que qualquer outro comunicador, deve ter certeza de que vai conseguir
resultados porque “tudo posso naquele que me fortalece”.
(2) Atitude para com o assunto - O comunicador deve acreditar no assunto que
assunto que está passando adiante. Imagine um líder que não crê na mensagem que está
entregando. Quando ensina sobre o céu, por exemplo, deve alimentar em si mesmo a
certeza de que ele também irá para o céu um dia.
(3) Atitude para com o recebedor - O recebedor, que está na outra linha de
comunicação, é o ponto mais importante de sua tarefa de comunicar. Ele deve ser levado a
sério e deve ser considerado de muito valor. Assim, o líder deve levar em consideração seu
status, sua cultura - pouca ou muita - suas necessidades, sua capacidade de receber sua
comunicação. O líder não deve ser fingido, simulando que o acha importante. Do
contrário, algum detalhe vai escapar da sua dinâmica pessoal, e ele não será atingido.
3) Nível de conhecimento
Merece especial atenção o nível de conhecimento e cultura do comunicador em
relação ao nível do recebedor. Há três abordagens principais a serem feitas:
Pouco conhecimento em relação ao receptor - Esse conhecimento, naturalmente,
refere-se mais à área em que a pessoa está envolvida no processo da comunicação. Mas, de
qualquer maneira, o comunicador deve ter alguma superioridade de conhecimento da
matéria que está comunicando em relação ao que está recebendo. No caso do líder, ele
deve ter mais para dar do que o povo está ouvindo. Do contrário, não haverá comunicação.
É evidente que o povo pode ter um alto nível em outra de conhecimento, mas aqui trata-se
da área específica da matéria que se está comunicando. O conhecimento do comunicador
deve ser sempre mais do que o dos seus ouvintes.
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(1) Excesso de conhecimento - Na área da teologia, todo conhecimento é pouco. No
entanto, quando o nível intelectual do líder é muito mais elevado do que o do seu
auditório, ele correrá o risco de não conseguir se comunicar. É o caso de doutores em
teologia que vão ensinar no interior e lançam mão de termos técnicos de teologia. Jamais
alcançarão os seus receptores. No mínimo, se o comunicador está consciente de que seu
nível intelectual é muito mais elevado, deverá fazer um esforço para descer. Esta questão
de comunicação em relação a níveis do conhecimento é mais ou menos como alimentar
girafas e ovelhas. Se alguém põe a alimentação na altura da ovelha, a girafa poderá comer,
porque ela tem capacidade tanto de abaixar como de levantar a cabeça. Mas se alguém põe
alimento na altura da cabeça da girafa, a ovelha jamais alcançará o alimento.
4) Contexto sócio-cultural
2. O Receptor ou Recebedor
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Aqui, a matéria se torna muito ampla, e não temos condições para nos estender
muito.
Naturalmente, o líder é ajudado pelo Espírito Santo na sua mensagem, mas certo
conhecimento ajuda.
O líder deve ter algum conhecimento ou informação sobre a situação cultural média
do seu auditório. Isso o ajudará a usar algo muito importante chamado código, que
veremos mais adiante. Trata-se da linguagem e terminologia apropriadas. Qual é o nível
médio de escolaridade do povo? primário? secundário? universitário? Isto é importante
saber sobre o recebedor. Não se deve descer a detalhes, mas é necessário que se tenha um
conhecimento mínimo acerca do receptor.
2) Contexto cultural
Por contexto cultural, quero dizer o tipo de vida que o povo leva; o que se faz
naquela cidade. A vida está mais voltada para a agricultura? Se ensinar uma ilustração
sobre plantação, semente, ceifa, o povo vai entender? Ou a vida está mais voltada para a
pecuária? Será que vão entender ilustrações e pensamentos sobre boi, cavalo, ovelhas?
Ou, então, seria um tipo de vida industrial? É gente realmente de cidade grande?
Conhecem linguagem de problemas econômicos? Ou será que estão numa Beira-mar, vida
de pescadores? É importante conhecer o nível médio cultural ou tipo de vida do
recebedor.
O bom comunicador começa sua mensagem onde o recebedor está. É ele mesmo
que o comunicador quer. Não importa onde ele esteja. Jesus foi a Zaqueu. Deixou a
multidão e descobriu Zaqueu lá na árvore e dali falou com ele. Com a mulher samaritana,
começou exatamente no ponto em que ela estava tirando água. Dali, progrediu sua
argumentação até alcançar o mais íntimo do seu coração. Filipe foi enviado ao deserto,
onde estava um homem buscando a verdade. Chegou à carruagem, conversou com o
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homem exatamente sobre o seu ponto de interesse no momento, que era a leitura do
profeta Isaías, e, a partir dali, lhe anunciou Jesus. É muito importante ao comunicador do
evangelho saber achar o seu recebedor; saber localizá-lo, tanto física como mentalmente.
3. A Mensagem
1) Conteúdo
É a essência do que se quer passar para o recebedor. Por exemplo: quero dizer ao
meu auditório que Jesus é o Salvador. Tenho que ter cuidado para que o conteúdo seja
bem definido. O que eu quero dizer é exatamente isto e nada mais. Às vezes o conteúdo se
torna complexo, e aí exige maior cuidado ainda. Mas parece que o conteúdo não é tanto o
problema.
2) Código
Para passar o meu conteúdo, que até então está apenas na minha mente e no meu
domínio, eu preciso de certa preparação. Nesta fase, o fator mais importante chama-se
código. Esse código é o símbolo ou grupo de símbolos que vou usar. Esse código pode ser
representado pela escrita, por meio da mímica ou através de sinais luminosos. No entanto,
devo saber se o meu código é comum ao meu recebedor, isto é, se o meu recebedor
entende os símbolos que estou querendo usar. Se alguém conhece o código Morse, usado
na telegrafia, então eu posso bater sinais e serei imediatamente entendido. Se alguém sabe
ler, eu posso escrever e o meu recebedor vai entender. Se alguém conhece mímica de
surdo-mudo, eu serei entendido se a usar para me comunicar. Isto é codificação. A minha
codificação deve ser de acordo com o meu recebedor, para que ele possa “decodificar”,
isto é, interpretar a minha mensagem.
Descendo um pouco mais a detalhes: mesmo usando palavras oralmente, devo
construir idéias que possam fazer sentido na mente do povo. Se alguém vai a uma tribo de
índios que ainda não conheça televisão, não poderá ensinar a idéia que envolva televisão.
Ou se vamos ao interior, onde nunca alguém ouviu falar de computador, não podemos
dizer que “todos os nossos pecados estão registrados no sistema de computação de dados
de Deus”. Mas se estou falando com algum piloto de avião mecânico ou gente que
trabalha na área, posso falar que meu carro “entrou em pane”, que todos vão entender.
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O comunicador deve ser cuidadoso na sua codificação para que a mensagem chegue
ao recebedor clara e cristalina.
3) Tratamento
4. O Canal
Já vimos o emissor, que está no ponto inicial, e o recebedor, que está na outra ponta.
Para ser alcançado, o recebedor precisa de um canal.
O canal pode ser visto do ponto de vista do emissor e do ponto de vista do
recebedor.
Vou apenas dar o esboço da matéria, uma vez que, por si, as palavras explicam o
assunto.
(1) Exclusivamente orais: voz humana, rádio, telefone.
(2) Exclusivamente visuais: escrita, sinais luminosos, sinais manuais, música.
(3) Orais e visuais: teatro, televisão, conversação, cinema, discurso ao vivo.
Todos estes são meios que o emissor pode usar para enviar sua mensagem. O
assunto não exige, para o nosso caso, maiores comentários. No entanto, do ponto de vista
do receptor, na ponta de chegada da mensagem, os canais assumem outras características,
porque são de outra natureza.
Aqui os canais estão todos na própria natureza humana, e podem ser assim
enumerados:
(1) Audição - Este é um dos principais canais de comunicação. Se alguém não
ouve, então se terá que usar o método da mímica. O comunicador deve saber se o seu
recebedor está ouvindo bem. Pode ser que ele tenha bom ouvido, mas o ambiente
apresenta algum problema. Ou está distante demais do ponto do emissor, ou há alguma
interferência à sua volta que não lhe permite ouvir. Para o comunicador é muito
importante certificar-se de que o recebedor está ouvindo bem.
(2) Visão - A visão é outro importante canal de comunicação. Mesmo que esteja
ouvindo, a pessoa entende melhor a mensagem do seu emissor quando ela o pode ver.
Assim, o local em que a pessoa está sentada é muito importante e fundamental para a boa
43
comunicação. Por isso mesmo, um ligeiro declive no piso e a posição da plataforma do
púlpito, no caso do líder, ajudam muito na visibilidade.
A combinação da audição com a visão dá o processo chamado audiovisual, de
grande ajuda na comunicação. Nele se baseia, por exemplo, a televisão. Na mesma linha
de recurso, está o uso de slides (Data show) e de flanelógrafos.
Exclusivamente visual é o método de mímica. O surdo-mudo desenvolve uma
rapidez muito grande de ver e captar os sinais feitos com a mão do comunicador que, na
verdade, usa várias partes do corpo, além das mãos e dos dedos, para comunicar sua
mensagem.
(3) Tato - Este é um canal também muito importante. O tato é para o cego o que a
visão é para o surdo-mudo. É pelo tato que o cego consegue ler o sistema Braille. E com
grande número de cegos no mundo, este é um canal muito importante para essa população
de recebedores. Naturalmente, o cego pode usar o ouvido também. Nele, esse canal se
desenvolve para compensar a falta de visão.
(4) Olfato e paladar - Dois canais menos importantes são o olfato, que nos habilita
a captar o cheiro, e o paladar, que nos habilita a sentir o gosto das coisas. A comunicação
aqui só se dá em casos muito peculiares. Pelo olfato, você pode reconhecer certa pessoa
que usa sempre o mesmo perfume, ou notar que alguém está cozinhando carne. Pelo
paladar, você apenas pode reconhecer certa qualidade de alimento ou de líquido, Não é
muito importante para o nosso caso.
INTERFERÊNCIA
44
Conclusão:
45
GRÁFICOS EXPOSITIVOS
46
3. Gráfico com Interpretação Simplificada
47
BIBLIOGRAFIA
1. GINGRICH, F. Wilbur. LÉXICO DO NOVO TESTAMENTO GREGO /
PORTUGUÊS. 1ª ed. São Paulo: Editora: VIDA NOVA, 1984.
2. GRAHAM, Billy. O Espírito Santo. 1ª ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 1988.
3. _________. O Poder do Espírito Santo. São Paulo: Edições Vida Nova.
4. FERREIRA, Damy. EVANGELISMO TOTAL. Rio de Janeiro. JUERP, 1990.
Adaptamos este livro à linguagem do líder.
5. MILLS, Dag Heward. A Arte da Liderança. 1ªed. Em Português. Rio de Janeiro:
Editora ADHONEP, 2011.
6. SALVADOR, César Coll. Psicologia do Ensino. São Paulo: Artmed, 2000.
7. Princípios de administração – Koontz – O’Donnell – Weihrich: São Paulo – Pioneira,
2008.
8. Taylor, Frederick Wisnlow (1911). Os Princípios da Administração Científica. New
York, NY, EUA e em Londres, Reino Unido. Harper & Brothers.
9. CARMO, Waldyr Silva do. Liderança Eficaz. CASA DE ORAÇÃO CEHAB, 2011.
10. CAVALCANTE, Anderson. O que realmente importa? Rio de Janeiro: Editora
Sextante, 2012.
11. Oséias Beppler Penido – http://www.institutojetro.com.
12. www.grupoescolar.com/materia/elementos_da_comunicacao.
13. http://formacao.atwebpages.com/4_2_1_elementos_comunicacao.
14. wikipedia.org/wiki/Otimismo.
48
Biografia do autor
O pastor Antônio Carlos Gonçalves Bentes é capitão do Comando da Aeronáutica,
Doutor em Teologia pela American Pontifical Catholic University (EUA) , conferencista,
filiado à ORMIBAN – Ordem dos Ministros Batistas Nacionais, professor dos seminários
batistas: STEB, SEBEMGE e Koinonia e também das instituições: Seminário Teológico
Hosana, UNITHEO e Escola Bíblica Central do Brasil, atuando nas áreas de Teologia
Sistemática, Teologia Contemporânea, Apologética, Escatologia, Pneumatologia, Teologia
Bíblica do Velho e Novo Testamento, Hermenêutica, e Homilética. Reside atualmente em
Lagoa Santa, Minas Gerais. Exerce o ministério pastoral na Igreja Batista Getsêmani em
Belo Horizonte - Minas Gerais. É casado com a pastora Rute Guimarães de Andrade
Bentes, tem três filhos: Joelma, Telma e Charles Reuel, e duas netas: Eliza Bentes Zier e
Ana Clara Bentes Rodrigues.
Contato:
Tel. (031) 3681.4770
Cel. (031) 8661.4070
Cel. (031) 9684.9869 (TIM)
E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com
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