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CURSOS ON-LINE – ÉTICA PÚBLICA P/ CGU

PROFESSOR LEANDRO CADENAS


AULA 1

1. INTRODUÇÃO

A partir da Reforma Administrativa levada a cabo pela Emenda Constitucional


nº 19/98, tornou-se freqüente a necessidade de se estudar aspectos relativos
à Ética na Administração Pública, com vistas ao atendimento dos princípios da
Legalidade, Eficiência, Impessoalidade, Publicidade e, em especial, da
Moralidade.
Nesse sentido, a ESAF, entre outras instituições responsáveis por concursos
públicos, vem inserindo essa matéria em diversos deles, como nos casos da
Controladoria Geral da União e da Secretaria da Receita Federal.
Este curso foi preparado especialmente para o concurso da CGU, buscando
englobar totalmente o edital recém publicado, de forma a atender às
necessidades dos alunos, de maneira clara e objetiva. Assim, tentaremos
otimizar o estudo para garantir um máximo aproveitamento na hora da prova.
Nesta e nas aulas seguintes, serão exploradas todas as normas concernentes a
essa matéria, em especial as relacionadas a seguir:
I – Decreto nº 1.171, de 22 de junho 1994;
II – Decreto de 26 de maio de 1999;
III – Medida provisória nº 2.225-45, de 4 de setembro de 2001;
IV – Decreto nº 4.187, de 8 de abril de 2002.

2. CONCEITO

Ética deriva do grego “ethikos”. Segundo os dicionários pátrios, é definida


como a ciência da moral. É algo intrínseco ao ser humano, indissociável da
probidade e moralidade.
A ética, como valor moral, nos acompanha desde a tenra idade, através da
educação que cada um recebe de seus genitores, dos exemplos visíveis ao seu
redor, na sociedade em que se desenvolve.
Fácil concluir que o indivíduo é, regra geral, fruto da sociedade na qual nasceu
e cresceu, carregando em sua personalidade importante parcela dessa
influência, seja ela boa ou não.
E essa experiência de vida é levada por onde quer que ande, inclusive nas
repartições públicas, repletas de pessoas humanas, das mais diversas origens,
costumes e crenças.
E a ética na Administração Pública, então, só pode ter origem na ética dos
servidores públicos: são estes que “humanizam” o frio e fictício Estado.

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Partindo dessa premissa natural, se um Estado de Direito deseja uma
administração pautada nos valores éticos, morais, da coletividade, deve
intensificar esforços de modo a melhorar essa virtude no seu quadro de
colaboradores, seja através de critérios de seleção mais bem apurados, seja
através de oficinas de integração ou palestras de conscientização dos já
incorporados ao serviço público.
Nessa linha, tentando atingir esses objetivos, a legislação tem dado passos
largos, ainda que o resultado não seja o esperado.
Tome-se emprestada a palavra do ilustre Presidente da Comissão de Ética
Pública, o Sr. Fernando Neves da Silva, em publicação da Presidência da
República1, que muito bem sintetiza a questão:
Na sociedade do bem-estar, não poucas vezes, tem se propagado a idéia
de haver uma antítese entre eficiência e ética. Em seu Elogio da
Sinceridade, ressalta Norberto Bobbio, a idéia de moralidade pode ser tida
como uma negativa do prazer, sendo o que a defende o desmancha
prazer, que não sabe se divertir, tampouco deixando que os outros o
façam.
Há algumas décadas, não se dava a devida importância para o respeito às
normas éticas, até mesmo para os efeitos de se obter o melhor
desempenho da Administração Pública.
Chegava-se, então, ao descalabro de se aceitar práticas não éticas,
algumas das quais eram até mesmo estimuladas em algumas situações.
Não surpreende, assim, que alguns países, entre os mais desenvolvidos,
permitissem que suas empresas deduzissem, para fins de apuração dos
lucros tributáveis das empresas, as propinas pagas além de suas
fronteiras. Práticas corruptas eram, em algumas ocasiões, tidas como
necessárias para superar condições burocráticas, difíceis de serem
contornadas, segundo as normas vigentes.
O efeito perverso da falta de ética sobre a confiança dos cidadãos nos
governos e nas instituições passou a representar, no entanto, cada vez
mais, grave risco para a sobrevivência das instituições públicas, com
repercussões à garantia do regime democrático. Não apenas passou a se
demonstrar que a ética valia muito, como a falta de confiança dos
cidadãos nas instituições e a fragilidade dos governos passaram a poder
ser avaliadas nas situações de escândalos em razão de afronta aos
princípios éticos que envolveram figuras públicas, num ciclo que alcançou
tanto o setor público quanto o privado. A ética passou a ser considerada
fundamento necessário da convivência estatal e das relações sociais
havidas em todos os setores da vida em comunidade.
Inicialmente se pensou que o fortalecimento das instituições e sua
modernização fossem suficientes para o atingimento do padrão ético
necessário no Estado. Por isso é que se passou a cogitar de novas formas
de organização política, em adoção de novas tecnologias mesmo no setor
público e na capacitação dos recursos humanos para atender as

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Disponível em http://www.presidencia.gov.br/etica/.

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demandas sociais. Tanto não se mostrou, contudo, bastante para a
garantia de um padrão ético coerente com o que a sociedade exigia em
termos de moralidade pública. O que se mostrou mais problemático foi
que as novas formas de organização acolhidas para uma sociedade cada
vez mais ciosa da observância de limites éticos estritos passaram a
demonstrar clima de crescente insegurança por parte dos administradores
sobre que conduta seguir, sobre o que pode e o que não pode ser tido
como válido, eticamente, em termos das condutas a serem adotadas. O
mesmo sentimento pode ser notado quanto ao administrado, que não
demonstra certeza plena quanto às normas éticas a serem cobradas em
relação aos gestores da coisa pública.
Daí porque, a partir de meados dos anos 90, os governos começaram a
explicitar uma agenda mínima para promover a ética e combater a
corrupção, firmando sucessivos acordos nos âmbitos da Organização dos
Estados Americanos, da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico e da Organização das Nações Unidas, cada
um destes documentos explicitando os instrumentos específicos para o
acompanhamento e a avaliação dos comportamentos públicos ou havidos
na relação com a coisa pública.
Foi nesse contexto que se criou, no Brasil, a Comissão de Ética Pública,
com a missão de “assegurar o cumprimento do Código de Conduta da Alta
Administração Federal, proteger as autoridades que se conduzam de
acordo com suas normas e inspirar assim o respeito à ética em todo o
funcionalismo público”.
O Código de Conduta da Alta Administração Federal tem como agentes
submissos a suas normas ministros, secretários nacionais, presidentes e
diretores de empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
e autarquias, todos cidadãos a quem foi concedida a distinção de servir à
administração pública e, principalmente, aos administrados. Por isso
mesmo, têm eles o dever de dar o exemplo ético que a sociedade deles
espera a partir de sua própria conduta, o que vale, principalmente, para
os demais servidores das diferentes entidades estatais da República.
Aqueles agentes públicos, nomeados, em geral, pelo Presidente da
República, possuem alto grau de poder decisório, grande visibilidade e
estão especialmente sujeitos a conflitos de interesses. Daí porque, de
acordo com o Código de Conduta, têm o dever de revelar à Comissão de
Ética Pública todos os fatos que, efetiva ou potencialmente, podem vir a
configurar colisão entre interesses particulares e o exercício das
atribuições do cargo público, por meio da apresentação da Declaração
Confidencial de Informações-DCI.
Nos últimos anos, a ética deixou, definitivamente, de ser questão de foro
íntimo para passar a ser de interesse público. O Código de Conduta da
Alta Administração Federal tem desempenhado papel singular nesse
cenário. Esta nova edição do Código de Conduta da Alta Administração
Federal, em conjunto com normas correlatas e consolidação das respostas
às dúvidas mais freqüentes sobre a sua aplicação, conta ainda com
quadro analítico com a regulação da conduta dos agentes públicos, de

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acordo com a legislação brasileira. Pretende contribuir para que o marco
institucional da gestão da ética seja mais conhecido pelos servidores e
cidadãos. A sua publicação não teria sido possível sem o apoio decisivo da
Casa Civil da Presidência da República, que, em sua função de
coordenação de ações governamentais, entende que o desafio da
administração pública é não só assegurar resultados, mas fazê-lo com a
observância dos mais estritos limites da ética.
Fernando Neves da Silva
Presidente da Comissão de Ética Pública
Nos itens seguintes vamos explorar a legislação pertinente, de acordo com o
previsto no edital, seguindo sua ordem cronológica. Alerto para o fato de que a
legislação indicada passou por diversas atualizações, sendo indispensável seu
estudo com base nas regras vigentes atualmente, ainda que não citadas pelo
edital do concurso.

2.1 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Promulgada a Constituição Federal em 1988, cuidou ela de fixar alguns


princípios, aos quais ficaria submetida a Administração Pública. Tais princípios
estão inseridos no caput do art. 37, com sua redação atual dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 04/06/1998, a saber:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
Entre tais princípios surge a moralidade. É de observância obrigatória a toda
Administração Pública: não basta separar o bem do mal, o legal do ilegal, o
justo do injusto, o conveniente do inconveniente. Fundamental também
destacar o honesto do desonesto.
Como diziam os romanos, “non omne quod licet honestum est” (nem tudo o
que é legal é honesto).
Assim, como uma maneira de implementar de forma mais concreta esses
princípios, o legislador ordinário passou a regular a matéria. Inicialmente
surgiu o Estatuto dos Servidores Federais, positivado pela Lei nº 8.112.90 que,
em seus arts. 116 e 117, já estabelecia deveres e proibições ao servidores,
sujeitos a penalidades no caso de descumprimento.
Em 1992, surgiu a Lei nº 8.429, que trata da improbidade administrativa,
imputando sanções a quem comete atos ímprobos, com ou sem prejuízo ao
erário, como perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos, pagamento de multa civil e proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios (art.
12).

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Com base nas duas leis já referidas, o Presidente da República, munido da
competência que lhe foi atribuída pelo art. 84, IV e VI da Carta Magna, fez
baixar o Decreto nº 1.171, em 1994, aprovando o Código de Ética Profissional
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.
Em seguida, adveio o Decreto de 26 de maio de 1999, criando a Comissão de
Ética, a Medida Provisória nº 2.225-45, de 4 de setembro de 2001, que criou a
chamada quarentena no Serviço Público, e o Decreto nº 4.187/2002, que a
regulamenta.
Enfim, nos termos publicados no edital do concurso, aqui serão analisados os
seguintes instrumentos legislativos, seguindo sua ordem cronológica:
I – Decreto nº 1.171, de 22 de junho 1994, que aprova o Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal;
II – Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética Pública
e dá outras providências;
III – Medida Provisória nº 2.225-45, de 4 de setembro de 2001, que
altera as Leis nºs 6.368, de 21 de outubro de 1976, 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, 8.429, de 2 de junho de 1992, e 9.525, de 3 de
dezembro de 1997, e dá outras providências;
IV – Decreto nº 4.187, de 8 de abril de 2002, que regulamenta os arts.
6º e 7º da Medida Provisória nº 2.225-45, de 4 de setembro de 2001, os
quais dispõem sobre o impedimento de autoridades exercerem atividades
ou prestarem serviços após a exoneração do cargo que ocupavam e sobre
a remuneração compensatória a elas devida pela União, e dá outras
providências.

3. DECRETO Nº 1.171, DE 22/06/1994

3.1. INTRODUÇÃO

Como se observa, o Decreto nº 1.171/1994 não é o Código de Ética


propriamente dito, mas sim o instrumento através do qual se aprova seu
Anexo, este sim o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal.
Note que tal norma de conduta está direcionada exclusivamente aos servidores
do Executivo Federal, afastando, portanto, sua aplicação dos servidores dos
demais Poderes, bem como dos militares.
Inclui, no entanto, não só a Administração direta, mas também a indireta, é
dizer, autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista, todas da União.
Prevê, ainda, que sejam tomadas as providências necessárias à plena vigência
do Código de Ética, num prazo de 60 (sessenta) dias, inclusive mediante a
constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores
ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente, não

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exigindo que sejam estáveis.
De forma a centralizar as informações e controlar o cumprimento das regras, a
constituição da Comissão de Ética deverá ser comunicada à Secretaria da
Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos
respectivos membros titulares e suplentes.
Assim estão redigidos os artigos de tal Decreto:
Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor
Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.
Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal
direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências
necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante
a constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três
servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego
permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será
comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da
República, com a indicação dos respectivos membros titulares e
suplentes.
Para fins de concurso, as questões cobradas acerca deste tema e dos que se
seguem tendem a concentrar-se na literalidade das previsões dessas normas,
não havendo muita margem para cobrança de doutrina. Assim, importante a
familiarização com o texto legal, destacando seus aspectos mais importantes.

3.2. REGRAS DEONTOLÓGICAS

O CÓDIGO DE ÉTICA principia relacionando uma série de regras de conduta,


dando-lhes o nome de “regras deontológicas”, que são aquelas da moral, que
regem o comportamento dentro de uma determinada profissão.
A seguir a relação com todas as treze regras do Código, com destaques para
facilitar a compreensão:
I. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor
público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que
refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos,
comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da
honra e da tradição dos serviços públicos.
II. O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético
de sua conduta. assim, não terá que decidir somente entre o legal e
o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o
oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o
desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4º, da
Constituição Federal.
III. A moralidade da Administração Pública não se limita à

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distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que
o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a
finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a
moralidade do ato administrativo.
IV. A remuneração do servidor público é custeada pelos
tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e
por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade
administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em fator
de legalidade.
V. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio
VI. A função pública deve ser tida como exercício profissional
e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.
Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida
privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida
funcional.
VII. Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou
interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem
preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos
termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
VIII. Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode
omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria
pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode
crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da
opressão, ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a
dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
IX. A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados
ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal
uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa
causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem
pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou
má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que
dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços
para construí-los.
X. Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução
que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a
formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou
ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários
dos serviços públicos.

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XI. O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de
seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim,
evitando a conduta negligente Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo
de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até
mesmo imprudência no desempenho da função pública.
XII. Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho
é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz
à desordem nas relações humanas.
XIII. O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura
organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e
de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande
oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

3.3. PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO

O Código de Ética, em seguida, enumera vários deveres do servidor público,


que não se confundem com os deveres previstos no art. 116 do Estatuto do
Servidores Federais (Lei nº 8.112/90), o qual lança seus efeitos apenas aos
servidores estatutários. Os destaques são nossos, para facilitar o
entendimento.
XIV. São deveres fundamentais do servidor público:
a) Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou
emprego público de que seja titular;
b) Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e
rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver
situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de
qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em
que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
c) Ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade
do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas
opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
d) Jamais retardar qualquer prestação de contas, condição
essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu
cargo;

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e) Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços,
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;
f) Ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;
g) Ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção,
respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários
do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de
raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição
social, abstendo- se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;
h) Ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de
representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em
que se funda o Poder Estatal;
i) Resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores,
benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações morais, ilegais
ou aéticas e denunciá-las;
j) Zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências
específicas da defesa da vida e da segurança coletiva;
k) Ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua
ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente
em todo o sistema;
l) Comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato
ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências
cabíveis;
m) Manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho,
seguindo os métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
n) Participar dos movimentos e estudos que se relacionem
com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a
realização do bem comum;
o) Apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
exercício da função;
p) Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço
e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
q) Cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções
superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível,
com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
ordem;
r) Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem
de direito;
s) Exercer, com estrita moderação, as prerrogativas
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo
contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e
dos jurisdicionados administrativos;

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t) Abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público,
mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer
violação expressa à lei;
u) Divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a
existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
cumprimento.

3.4. VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO

De igual forma que o art. 117 da Lei nº 8.112/90 prevê vedações para os
estatutários, o Código de Ética também cuidou de relacionar uma série de
proibições, a saber:
XV. É vedado ao servidor público:
a) O uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição
e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para
outrem;
b) Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores
ou de cidadãos que deles dependam;
c) Ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com
erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua
profissão;
d) Usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício
regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou
material;
e) Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu
alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
f) Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o
público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas
hierarquicamente superiores ou inferiores;
g) Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de
ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem
de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o
mesmo fim;
h) Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
encaminhar para providências;
i) Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
atendimento em serviços públicos;
j) Desviar servidor público para atendimento a interesse
particular;

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k) Retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado,
qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;
l) Fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito
interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou
de terceiros;
m) Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
habitualmente;
n) Dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
o) Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
empreendimentos de cunho duvidoso.

3.5. COMISSÕES DE ÉTICA

Esta deve ser uma das partes mais importantes no estudo deste Código, para
fins da prova. Assim determina:
XVI – Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal direta, indireta, autárquica e fundacional, ou em qualquer
órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder
público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no
tratamento com as pessoas e com o patrimônio público,
competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de
procedimento susceptível de censura.
Relembrando, o art. 2º do Decreto nº 1.171/1994, que aprovou este Código,
determinou que, em 60 dias, deveriam os órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta e indireta, ou qualquer órgão ou
entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, criar
suas comissões de ética.
De forma resumida, temos as seguintes atribuições da comissão de ética:
I – orientar e aconselhar o servidor sobre
a) a ética profissional;
b) o tratamento com as pessoas;
c) o tratamento com o patrimônio público.
II – tomar conhecimento
a) de imputação (autoria) de ato susceptível de censura;
b) do procedimento susceptível de censura.

3.6. COMPOSIÇÃO DAS COMISSÕES DE ÉTICA

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Seguindo as regras do Código, a comissão de ética será composta de três
servidores, estáveis ou não, com seus respectivos suplentes.
O procedimento de apuração dar-se-á:
I – de ofício;
II – através de denúncias, representações ou consultas formuladas.
A comissão de ética apura fatos imputados contra:
I – o servidor;
II – a repartição;
III – o setor.
As denúncias, consultas ou representações podem ser formuladas por:
I – autoridades;
II – servidor;
III – jurisdicionados administrativos;
IV – qualquer cidadão que se identifique (vedada, então, denúncia
anônima);
V – quaisquer entidades associativas regularmente constituídas.
Assim está redigido:
XVII – Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores
públicos e respectivos suplentes, poderá instaurar, de ofício,
processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de
infringência a princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda
conhecer de consultas, denúncias ou representações formuladas
contra o servidor público, a repartição ou o setor em que haja
ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis
para atender ou resguardar o exercício do cargo ou função pública,
desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados
administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer
entidades associativas regularmente constituídas.

3.7. INCUMBÊNCIA DAS COMISSÕES DE ÉTICA

Dentre as incumbências da comissão de ética há dever de prestar informações


que subsidiem a gestão do quadro de carreiras dos servidores, instruindo, por
exemplo, a promoção por merecimento prevista no plano de carreira.
XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos
encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os
registros sobre sua conduta Ética, para o efeito de instruir e
fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos
próprios da carreira do servidor público.

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3.8. RITO DOS PROCEDIMENTOS DA COMISSÃO DE ÉTICA

O rito a ser seguido pela comissão, no que concerne aos seus procedimentos, é
o sumário, que, ao contrário do processo ordinário, tem uma seqüência de
atos resumida, rápida.
Através dele, ouve-se apenas o autor da denúncia, queixa, e o servidor
acusado. Se a apuração advém de conhecimento de ofício, ouve-se apenas o
servidor, já que não existe queixoso.
Importante frisar a possibilidade de recurso, a ser apresentado ao respectivo
Ministro de Estado a que estiver subordinado o órgão.
XIX – Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética,
para a apuração de fato ou ato que, em princípio, se apresente
contrário à ética, em conformidade com este Código, terão o rito
sumário, ouvido apenas o queixoso e o servidor, ou apenas este, se
a apuração decorrer de conhecimento de ofício, cabendo sempre
RECURSO ao respectivo Ministro de Estado.

3.9. COMISSÃO PERMANENTE DE PROCESSO DISCIPLINAR

Dependendo da gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, o


Código prevê a possibilidade de envio da decisão da Comissão de Ética à
Comissão Permanente de Processo Disciplinar do respectivo órgão, se houver.
Assim, a comissão de ética deverá encaminhar a sua decisão nos seguintes
casos:
I – gravidade da conduta;
II – reincidência da conduta.
Ademais, a decisão deverá ser encaminhada para:
I – Comissão Permanente de Processo Disciplinar do órgão, se houver;
II – Entidade profissional a que o servidor esteja inscrito (OAB, CREAA,
CRC, CRM etc.).
No caso de a comissão de ética não adotar os procedimentos prescritos nesse
item XX, a seguir reproduzido, caberá à comissão de ética do órgão
hierarquicamente superior adotar as providências devidas.
XX – Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua
reincidência, poderá a Comissão de Ética encaminhar a sua decisão e
respectivo expediente para a Comissão Permanente de Processo
Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e, cumulativamente, se
for o caso, à entidade em que, por exercício profissional, o servidor
público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis. O
retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará
comprometimento ético da própria Comissão, cabendo à Comissão
de Ética do órgão hierarquicamente superior o seu conhecimento e

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providências.

3.10. DECISÕES DA COMISSÃO DE ÉTICA

De forma a divulgar entre todos os servidores as decisões da comissão, estas


devem ser resumidas em ementa e publicadas, tanto internamente como
também entre as diversas comissões.
No entanto, para preservar a identidade do interessado, seu nome deve ser
omitido.
Essa previsão visa à divulgação apenas dos fatos e decisões, e não dos
envolvidos, como maneira de formação da consciência ética na prestação de
serviços públicos.
Em resumo, tem-se que as decisões da comissão de ética são:
I – em resumo (ementa):
a) divulgadas dentro do próprio órgão, com a omissão dos nomes dos
envolvidos;
b) remetidas às demais comissões de ética.
II – por cópia completa
a) enviadas à Secretaria da Administração Federal da Presidência da
República.
É o seguinte o teor do item XXI:
XXI – As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato
ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão
resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos
interessados, divulgadas no próprio órgão, bem como remetidas às
demais Comissões de Ética, criadas com o fito de formação da
consciência ética na prestação de serviços públicos. Uma cópia
completa de todo o expediente deverá ser remetida à Secretaria da
Administração Federal da Presidência da República.

3.11. PENALIDADE APLICÁVEL PELA COMISSÃO DE ÉTICA

A única penalidade que pode ser aplicada pela comissão de ética é a


censura. Assim, a comissão se limita a, se for o caso, censurar o ato
praticado, divulgando, como se viu, o resultado de sua análise.
Relembre-se que, no âmbito do Estatuto Federal (Lei nº 8.112/90), são
possíveis, entre outras, as penalidades de advertência, suspensão e demissão,
não aplicáveis aqui.
Na decisão da comissão de ética deve constar:
I – a fundamentação da pena aplicada;

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II – assinatura dos integrantes da comissão de ética;
III – ciência do faltoso.
Assim prevê o item XXII:
XXII – A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é
a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer,
assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.

3.12. OBRIGAÇÃO DE FUNDAMENTAR O JULGAMENTO

A comissão de ética é obrigada a fundamentar sua decisão (art. 502, Lei nº


9.784/99), ainda que não haja previsão no próprio Código. Nesse caso, deve
usar da analogia, dos costumes e dos princípios éticos e morais de outras
profissões, de maneira a preencher a lacuna, de forma semelhante à do
Processo Civil (art. 1263, CPC).
Analogia é a interpretação extensiva ou indutiva do texto legal, pela
semelhança com outra lei ou com outro texto. Dessa forma, quando, pelas
omissões ocorridas, não exista previsão expressa para solver determinado
caso, utilizam-se disposições relativas a casos semelhantes.
Costume é o princípio ou a regra não escrita que se introduziu pelo uso
reiterado, com o consentimento tácito de todas as pessoas que admitem a sua
força como norma a seguir na prática de determinados atos.
Veja o item XXIII:

2
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e
dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de
pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações,
decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio
mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique
direito ou garantia dos interessados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais
constará da respectiva ata ou de termo escrito.
3
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou
obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as
havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.
(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º/10/1973)

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XXIII – A Comissão de Ética não poderá se eximir de fundamentar o
julgamento da falta de ética do servidor público ou do prestador de
serviços contratado, alegando a falta de previsão neste Código,
cabendo-lhe recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios
éticos e morais conhecidos em outras profissões;

3.13. DEFINIÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO

Para os fins do Código, define-se servidor público nos seguintes termos:


XXIV – Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se
por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de
qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder
estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia
mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
Atenção, isso é matéria comum em diversos concursos públicos! Ficou
estabelecido que, ao tomar posse em cargo ou emprego público, ou ser
investido numa função pública, qualquer cidadão deverá prestar um
compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas,
na presença da comissão de ética do órgão.
XXV – Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer
cidadão houver de tomar posse ou ser investido em função pública,
deverá ser prestado, perante a respectiva Comissão de Ética, um
compromisso solene de acatamento e observância das regras
estabelecidas por este Código de Ética e de todos os princípios éticos
e morais estabelecidos pela tradição e pelos bons costumes.

3.14. PARA GUARDAR

• Princípios constitucionais da Administração Pública: Legalidade,


Eficiência, Impessoalidade, Publicidade e, em especial, Moralidade.
• Ética: é a ciência da moral.
• Moralidade: de observância obrigatória a toda Administração Pública.
Não basta separar o bem do mal, o legal do ilegal, o justo do injusto, o
conveniente do inconveniente. Fundamental também destacar o honesto do
desonesto.
• Decreto nº 1.171, de 22/06/1994: é o instrumento através do qual se
aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal.
• Direcionado exclusivamente aos servidores do Executivo Federal,
afastando sua aplicação dos servidores dos demais Poderes, bem como dos

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militares.
• Inclui não só a Administração direta, mas também a indireta:
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista, todas da União.
• Comissão de Ética: integrada por três servidores ou empregados
titulares de cargo efetivo ou emprego permanente, não exigindo que
sejam estáveis.
• Regras deontológicas (regem o comportamento dentro de uma
determinada profissão):
• A DIGNIDADE, O DECORO, O ZELO, A EFICÁCIA E A CONSCIÊNCIA
DOS PRINCÍPIOS MORAIS são primados maiores que devem nortear o
servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele.
• ELEMENTO ÉTICO: não basta decidir entre o legal e o ilegal, o
justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o
inoportuno. Deve também considerar entre o honesto e o desonesto.
• MORALIDADE da Administração Pública: não se limita à distinção
entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre
o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade poderá
consolidar a moralidade do ato administrativo.
• REMUNERAÇÃO do servidor público: custeada pelos tributos
pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se
exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no
Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade,
erigindo-se, como conseqüência, em fator de legalidade.
• TRABALHO: desenvolvido pelo servidor público perante a
comunidade e deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-
estar.
• FUNÇÃO PÚBLICA: deve ser tida como exercício profissional e,
portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim,
os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
• Como regra, a PUBLICIDADE de qualquer ato administrativo
constitui requisito de eficácia e moralidade.
• DIREITO À VERDADE: o servidor não pode omiti-la ou falseá-la,
ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da
Administração Pública.
• A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao
serviço público caracterizam o esforço pela DISCIPLINA.
• Filas, ou qualquer outra espécie de ATRASO NA PRESTAÇÃO DO
SERVIÇO: caracteriza atitude contra a ética ou ato de desumanidade e grave
dano moral aos usuários dos serviços públicos.
• ORDENS LEGAIS de seus superiores: velar atentamente por seu
cumprimento.

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• AUSÊNCIA INJUSTIFICADA: é fator de desmoralização do serviço
público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
• Trabalhar sempre em HARMONIA com a estrutura organizacional,
respeitando seus colegas e cada concidadão.
• Deveres do servidor público:
• I – Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou
emprego público de que seja titular;
• II – Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e
rendimento;
• III – Ser probo, reto, leal e justo, escolhendo sempre, quando diante
de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
• IV – Jamais retardar qualquer prestação de contas;
• V – Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços;
• VI – Ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;
• VII – Ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção,
respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do
serviço público, sem qualquer espécie de preconceito;
• VIII – Ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de
representar;
• IX – Resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores,
benesses ou vantagens indevidas e denunciá-las;
• X – Zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas
da defesa da vida e da segurança coletiva;
• XI – Ser assíduo e freqüente ao serviço;
• XII – Comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato
ou fato contrário ao interesse público;
• XIII – Manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho;
• XIV – Participar dos movimentos e estudos que se relacionem
com a melhoria do exercício de suas funções;
• XV – Apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas;
• XVI – Manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço
e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
• XVII – Cumprir as tarefas de seu cargo ou função com critério,
segurança e rapidez;
• XVIII – Facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços;
• XIX – Exercer, com estrita moderação, as prerrogativas
funcionais;
• XX – Abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder

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ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público;
• XXI – Divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a
existência deste Código de Ética.
• Vedações ao servidor público:
• I – Usar do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e
influências, para obter qualquer favorecimento;
• II – Prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores
ou de cidadãos;
• III – Ser conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou
ao Código de Ética de sua profissão;
• IV – Procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por
qualquer pessoa;
• V – Deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu
alcance ou do seu conhecimento;
• VI – Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o
público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas
hierarquicamente superiores ou inferiores;
• VII – Pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de
ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de
qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o
mesmo fim;
• VIII – Alterar ou deturpar o teor de documentos;
• IX – Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
atendimento em serviços públicos;
• X – Desviar servidor público para atendimento a interesse
particular;
• XI – Retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado,
qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;
• XII – Fazer uso de informações privilegiadas;
• XIII – Apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele
habitualmente;
• XIV – Dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
• XV – Exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
empreendimentos de cunho duvidoso.
• Comissões de ética:
• Deve ser criada (em 60 dias) em todos os órgãos e entidades da
Administração Pública Federal direta, indireta, autárquica e fundacional, ou em
qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder

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público.
• É encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do
servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público,
competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de
procedimento susceptível de censura.
• Atribuições:
• I – orientar e aconselhar o servidor sobre
• a ética profissional;
• o tratamento com as pessoas;
• o tratamento com o patrimônio público.
• II – tomar conhecimento
• de imputação (autoria) de ato susceptível de censura;
• do procedimento susceptível de censura.
• COMPOSIÇÃO: três servidores, estáveis ou não, com seus respectivos
suplentes.
• Procedimento de apuração:
• I – de ofício;
• II – através de denúncias, representações ou consultas formuladas.
• Fatos imputados contra:
• I – o servidor;
• II – a repartição;
• III – o setor.
• Denúncias, consultas ou representações formuladas por:
• I – autoridades;
• II – servidor;
• III – jurisdicionados administrativos;
• IV – qualquer cidadão que se identifique (vedada, então, denúncia
anônima);
• V – quaisquer entidades associativas regularmente constituídas.
• INCUMBÊNCIA: prestar informações que subsidiem a gestão do quadro
de carreiras dos servidores.
• RITO DOS PROCEDIMENTOS: sumário.
• Ouve-se apenas o autor da denúncia e o servidor acusado. Se a
apuração advém de conhecimento de ofício, ouve-se apenas o servidor.
• Recurso: apresentado ao respectivo Ministro de Estado a que estiver
subordinado o órgão.
• Comissão permanente de processo disciplinar: recebe, dependendo da
gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, a decisão da comissão

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de ética.
• A comissão de ética deverá encaminhar a sua decisão nos seguintes
casos:
• I – gravidade da conduta;
• II – reincidência da conduta.
• A decisão deverá ser encaminhada para:
• I – Comissão Permanente de Processo Disciplinar do órgão, se houver;
• II – Entidade profissional a que o servidor esteja inscrito (OAB, CREAA,
CRC, CRM etc.).
• DECISÕES DA COMISSÃO DE ÉTICA: devem ser resumidas em ementa e
publicadas, tanto internamente como também entre as diversas comissões.
• O nome do interessado deve ser omitido.
• Cópia completa deve ser enviada à Secretaria da Administração Federal
da Presidência da República.
• Penalidade aplicável pela comissão de ética: censura, apenas.
• Da decisão da comissão de ética deve constar:
• I – a fundamentação da pena aplicada;
• II – assinatura dos integrantes da comissão de ética;
• III – ciência do faltoso.
• A comissão de ética é obrigada a fundamentar sua decisão, podendo
usar da analogia, dos costumes e dos princípios éticos e morais de outras
profissões, de forma a preencher eventual lacuna existente.
• Analogia é a interpretação extensiva ou indutiva do texto legal, pela
semelhança com outra lei ou com outro texto.
• Costume é o princípio ou a regra não escrita que se introduziu pelo uso
reiterado, com o consentimento tácito de todas as pessoas que admitem a sua
força como norma a seguir na prática de determinados atos.
• Servidor público: é todo aquele que, por força de lei, contrato ou de
qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou
indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as
fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as
sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o
interesse do Estado.
• Ao tomar posse em cargo ou emprego público, ou ser investido numa
função pública, qualquer cidadão deverá prestar um compromisso solene de
acatamento e observância das regras estabelecidas, na presença da comissão
de ética do órgão.

TÓPICOS RELEVANTES

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• A quem se aplica o código de ética?


• Quais são atribuições da comissão de ética?
• Qual a composição da Comissão de Ética?
• Como a comissão de ética instaura seu procedimento de apuração?
• Como é o rito dos procedimentos da Comissão de Ética?
• Como são divulgadas as decisões da Comissão de Ética?
• Qual a pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética?

3.15. QUESTÕES DE CONCURSOS PÚBLICOS

1. (AFRF/2000) São vedações ao servidor público, previstas no Código de


Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto
nº 1.171, de 22.06.94), exceto:
a) proceder a práticas religiosas no recinto do serviço.
b) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a
empreendimentos de cunho duvidoso.
c) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em
serviços públicos.
d) desviar servidor público para atendimento a interesse particular.
e) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para
providências.

2. (AFRF/2002-1) Pelo Código de Ética do Servidor Público Federal,


aprovado pelo Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, a sanção aplicada
pela Comissão de Ética é de:
a) multa
b) advertência
c) suspensão
d) censura
e) repreensão

3. (AFRF/2002-2) No âmbito do Código de Ética do Servidor Público,


aprovado pelo Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, não é dever da
Comissão de Ética apurar representação de cometimento de falta por servidor,
mediante provocação de:
a) qualquer cidadão, inclusive anônimo.
b) autoridade.

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c) entidade associativa, regularmente constituída.
d) servidor público.
e) jurisdicionado administrativo.

4. (AFRF/2002-2) O fato de um servidor público federal, investido em cargo


que lhe confere competência legal para conceder determinado benefício fiscal e
no exercício dessa sua função, deliberadamente, concede esse benefício a
alguém, mas sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie, causando com isso lesão ao Erário:
a) comete ato de improbidade administrativa, como tal previsto em lei (Lei
nº 8.429/92, art. 10).
b) comete apenas infração administrativa, punível com a penalidade de
suspensão (Lei nº 8.112/90, arts. 117/IX e 130).
c) comete infração capitulada como crime funcional contra a ordem
tributária (Lei nº 8.137/90, art. 3º).
d) não comete nenhuma infração prevista em lei como passível de punição.
e) viola o Código de Ética (Decreto nº 1.171/94), mas isso não é tipificado
como ato de improbidade nem como crime funcional contra a ordem tributária.

GABARITO

1 – A: no inciso XV do Código de Ética – Decreto nº 1.171 de 22/06/94 –


pode-se verificar as vedações ao servidor público e das alternativas da questão
a única que não consta no código de ética é a prática religiosa no recinto do
serviço, mesmo porque o Estado Brasileiro é de natureza laica, assegurando a
liberdade de consciência e de crença (art. 5º, VI e VIII4, CF/88 e art. 2395, Lei
nº 8.112/90). Com relativa facilidade percebe-se qual a resposta certa, ainda
que nunca se tenha lido o Código, posto que é mais ou menos intuitiva.
Sabendo-se da liberdade de consciência citada, vê-se que os demais itens de
fato são proibidos. Decreto nº 1.171/94: XV – É vedado ao servidor público:
(...) h) Alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para
providências; i) Iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do
atendimento em serviços públicos; j) Desviar servidor público para
atendimento a interesse particular; (...) o) Exercer atividade profissional aética

4
Art. 5º, VI: é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias; (...)
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
5
Art. 239: por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o
servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação
em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.

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ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
2 – D: a única pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de
censura. Decreto nº 1.171/94: XXII – A pena aplicável ao servidor público
pela Comissão de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do
respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do
faltoso.
3 – A: as denúncias ou representações contra o servidor público podem ser
feitas por qualquer cidadão, desde que se identifique. Decreto nº 1.171/94:
XVII – Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e
respectivos suplentes, poderá instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou
conduta que considerar passível de infringência a princípio ou norma ético-
profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou
representações formuladas contra o servidor público, a repartição ou o setor
em que haja ocorrido a falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis
para atender ou resguardar o exercício do cargo ou função pública, desde que
formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados administrativos, qualquer
cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas regularmente
constituídas.
4 – A: ainda que não seja toda ela relativa ao Código de Ética, incluiu-se esta
questão a título ilustrativo. Segundo a Lei nº 8.429/92, art. 10, inciso VII,
constitui ato de improbidade administrativa, que causa lesão ao erário,
conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis a espécie.

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