Bento Prado Jr. A retérica de Rousseau € outros ensaios Organizagio e apresentagio Franklin de Mattos r . RAR, 7 ws COSACNAIFYrica quanto de sua recente recuperagio, seja no 0, seja no ambito E nio é certo que os teresse, para seu préprio em reler Rousseau. Aqui também, talvez, como no ambito da Lévi-Strauss, Rousseau ainda é Mestre. Antes de examinar a unidade da organizagio retdrica do di politico e das Belas-Letras, a continuidade entre o que chamamos de teoria e de tural procurar, na teos fandamento ¢ a justficagao filosdfica desta forma particular de organi- benefic zat os argumentos. | conchusio docnsaio deL. Al 1967,em que malogro Seno eesia mais ser, "Sure Contras Scil”, Cahiers pour daly, 9 de Roustens€ desert. Deslocamento (Dice joe Viveu apenas dest i problemas em sua soluedo at encontro do problema ra ‘mais para nada ordem te para fe ‘no encanto um recurs, mas de outra nature: un tanfirénsta da mpossive cexpara outro da tora, ‘de concordar com esta oposigio e coma de ature”. Durem menos no universo do pensamento de Rousrea, sno em ioda a Idade Cl 128 Operig ineinceco uA forga da linguagem Existem mais linguagens do gue se imaggina F. Nietzsche! A diferenga na linguagem “Para 0 gramiticos, a arte da palavra quase se esgota na arte da esc! ‘que se vé ainda mais pelo uso que fazem dos acentos, muitos dos quais fazem alguma distinggo ou evitam algum equivoco para os olhos mas rio para os ouvidos.”* Neste texto Rousseau nos sugere que, para bem, & preciso prestar ouvidos 8 voz original, adivinhar as diferengas de acento que a articulam © que se tornaram imperceptiveis no espaco homogéneo da escrita. Na leitura, 0 olho treinade do Gramético ou do Légico deve subordinar-se a um ouvido atento a melodia que dé vida 405 signos: estar surdo & modulagdo da voz significa estar cego as modae lidades do sentido. Na oposigdo que o texto faz entre a arte de falar e a arte de eserever, podemos encontrat no apenas as razbes da desquali- ficagio da concepgio gramatical da linguagem, mas também a slo do estatuto que Rousseau confere & linguagem. © que é importante * notar aqui é que a oposigao entre falar e escrever no se funda mais na oposigo entre presenea ¢ auséncia: no é a austncia do sujeito falante que desqualifica a escri » Mas a atonia ou a homogeneidade dos sig- nnos visuais. Se a esséneia da linguagem eseapa a Gramitica, 6 porque esta desdobra a linguagem num elemento essencialmente homogéneo. A fora da linguagem reside, para uma perspectiva oposta 3 da Gramé- 139