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- a glicólise ocorre no citoplasma.

- esta via compreende dois estágios:


estágio 1: é a fase de retenção e preparação.
nenhum ATP é produzido neste estágio.
começa com a conversão de glicose em frutose 1,6-bisfosfato, que
consiste em três etapas: fosforilação, isomerização e uma segunda reação de
fosforilação.
- a estratégia dessas etapas iniciais da glicólise é reter a glicose na célula
e formar um composto que pode ser prontamente clivado em unidades fosforiladas de
três carbonos.
- o estágio 1 termina com a clivagem da frutose 1,6-bisfosfato em dois
fragmentos de três carbonos. Estas unidades resultantes de três carbonos são
prontamente interconversíveis.

estágio 2: forma-se ATP quando os fragmentos de três carbonos são oxidados a


piruvato.

1ª reação
A glicose entra nas células graças a proteínas transportadoras específicas e tem um
destino principal: é fosforilada pelo ATP para formar glicose 6-fosfato.
Esta etapa é notável por dois motivos: (1) a glicose 6-fosfato não consegue atravessar
a membrana, pois não é um substrato para os transportadores de glicose e
(2) o acréscimo do grupo fosforila desestabiliza a
glicose, facilitando assim o prosseguimento do seu metabolismo. A transferência do
grupo fosforila do ATP para o grupo hidroxila no carbono 6 da glicose é catalisada pela
hexoquinase.
2ª reação
A etapa seguinte da glicólise é a isomerização da glicose 6-fosfato em frutose 6-fosfato.
Lembre que a forma de cadeia aberta da glicose tem um aldeído no carbono 1,
enquanto a forma de cadeia aberta da frutose tem uma cetona no carbono 2. Portanto,
a isomerização da glicose 6-fosfato em frutose 6-fosfato é uma conversão de uma
aldose em uma cetose. A reação catalisada pela fosfoglicose isomerase ocorre em
várias etapas, porque tanto a glicose 6-fosfato quanto a frutose 6-fosfato estão
presentes principalmente nas formas cíclicas.
A enzima tem de inicialmente abrir o anel hexagonal da glicose 6-fosfato, catalisar a
isomerização e a seguir promover a formação do anel pentagonal da frutose 6-fosfato.

3ª reação
Uma segunda reação de fosforilação segue-se à etapa de isomerização.
A frutose 6-fosfato é fosforilada à custa de ATP à frutose 1,6-bisfosfato (F-1, 6BP).
O prefixo bis- do bisfosfato significa dois fosfatos separados, enquanto o prefixo di- no
difosfato (como na adenosina difosfato) significa que dois fosfatos estão presentes
unidos por uma ligação anidrido.
Esta reação é catalisada pela fosfofrutoquinase (PFK), uma enzima alostérica que
regula a
velocidade da glicólise.
4ª reação
A frutose 1,6-bisfosfato recém-sintetizada é clivada em gliceraldeído 3-fosfato (GAP) e
dihidroxiacetona fosfato (DHAP), completando o estágio 1 da glicólise.
Os produtos das etapas restantes da glicólise consistem em unidades de três carbonos
e não de seis carbonos
Esta reação, que é prontamente reversível, é catalisada pela aldolase.

5ª reação
O gliceraldeído 3-fosfato está na via direta da glicólise, mas não a di-hidroxiacetona
fosfato.
A não ser que exista uma forma de converter a di-hidroxiacetona fosfato em
gliceraldeído 3-fosfato, será perdido um fragmento de três carbonos utilizável para
produzir ATP.
Estes compostos são isômeros que prontamente se interconvertem: di-hidroxiacetona
é uma cetose, enquanto gliceraldeído 3-fosfato é uma aldose.
A isomerização desses carboidratos fosforilados com três carbonos é catalisada pela
triose fosfato isomerase

- a importância da isomerização da glicose 6-fosfato em frutose 6-fosfato e sua


fosforilação subsequente para formar frutose 1,6-bisfosfato: Se a clivagem aldólica
ocorresse na glicose (aldose), resultariam um fragmento de dois e um de quatro
carbonos. Duas vias metabólicas diferentes, uma para processar o fragmento de dois
carbonos e a outra para processar o de quatro carbonos seriam necessárias para
extrair energia. A isomerização da frutose (cetose) seguida pela clivagem aldólica
origina dois fragmentos fosforilados de três carbonos interconversíveis que serão
oxidados nas etapas tardias da glicólise para capturar energia na forma de ATP.
6ª reação
As etapas anteriores da glicólise transformaram uma molécula de glicose em duas de
gliceraldeído 3-fosfato, mas até agora não houve a extração de energia.
Pelo contrário, foram “investidas” até aqui duas moléculas de ATP.
A reação inicial nesta sequência é a conversão de gliceraldeído 3-fosfato em 1,3-
bisfosfoglicerato (1,3-BPG), uma reação catalisada pela gliceraldeído 3-fosfato
desidrogenase.

7ª reação
O 1,3-bisfosfoglicerato é uma molécula rica em energia com maior potencial de
transferência de fosforila do que o ATP.
Assim, 1,3-BPG pode ser utilizado para promover a síntese de ATP a partir de ADP.
A fosfogliceratoquinase catalisa a transferência do grupo fosforila do acilfosfato do 1,3-
bisfosfoglicerato para o ADP.
ATP e 3-fosfoglicerato são os produtos.

8, 9 ª reações
Nas etapas restantes da glicólise, 3-fosfoglicerato é convertido em piruvato e uma
segunda molécula de ATP é formada a partir de ATP.
A primeira reação é um rearranjo. A posição do grupo fosforila muda na conversão de
3-
fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato, uma reação catalisada pela fosfoglicerato mutase.
Em geral, uma mutase é uma enzima que catalisa o deslocamento intramolecular de
um grupo químico, como um grupo fosforila.
A reação da fosfoglicerato mutase tem um mecanismo interessante: o grupo fosforila
não é simplesmente movido de um carbono para outro. Esta enzima demanda teores
catalíticos de 2,3-bisfosfoglicerato (2,3-BPG) para manter um resíduo de histidina do
sítio ativo na forma fosforilada. Este grupo fosforila é transferido para o 3-fosfoglicerato
para formar novamente o 2,3-bisfosfoglicerato.

10ª reação
Na reação seguinte, a desidratação do 2-fosfoglicerato introduz uma dupla ligação,
formando um enol.
A enolase catalisa a formação do enolfosfato fosfoenolpiruvato (PEP).
Esta desidratação eleva substancialmente o potencial de transferência do grupo
fosforila. Um enolfosfato tem um alto potencial de transferência de fosforila, enquanto
o éster fosfato de um álcool comum, como o 2-fosfoglicerato, tem um baixo potencial.
Regeneração do NAD+

Frutose e galactose são convertidas em intermediários glicolíticos


A frutose pode seguir uma de duas vias para adentrar a via glicolítica. Boa parte da
frutose
ingerida é metabolizada pelo fígado, utilizando a via da frutose 1-fosfato.
A primeira etapa é a fosforilação da frutose em frutose 1-fosfato pela frutoquinase.
A frutose 1-fosfato é, a seguir, clivada em gliceraldeído e di-hidroxiacetona fosfato, um
intermediário na glicólise.
Esta clivagem aldólica é catalisada por uma frutose 1-fosfato aldolase específica.
O gliceraldeído é, a seguir, fosforilado a gliceraldeído 3-fosfato, um intermediário
glicolítico, pela triose quinase.
Em outros tecidos, a frutose pode ser fosforilada em frutose 6-fosfato pela
hexoquinase.

A galactose converte-se em glicose 6-fosfato em quatro etapas. A primeira reação na


via de interconversão galactose-glicose é a fosforilação da galactose a galactose 1-
fosfato pela galactoquinase.
A galactose 1-fosfato então adquire um grupamento uridila da uridina difosfato glicose
(UDPglicose), um intermediário ativado na síntese de carboidratos.
Pontos de entrada da frutose e da galactose na via glicolítica
Nas vias metabólicas, as enzimas que catalisam as reações essencialmente
irreversíveis são locais potenciais de controle.
Na glicólise, as reações catalisadas pela hexoquinase, pela fosfofrutoquinase e pela
piruvato quinase são praticamente irreversíveis, portanto, essas enzimas devem
desempenhar funções reguladoras, bem como catalíticas.
De fato, cada uma delas serve como um local de controle. Essas enzimas tornam-se
mais ou menos ativas em resposta à ligação reversível de efetores alostéricos ou de
modificação covalente.
Além disso, as concentrações destas enzimas importantes variam de acordo com a
regulação da transcrição para suprir as variáveis necessidades metabólicas.

A glicólise no músculo é regulada para atender às demandas de ATP


A glicólise no músculo esquelético fornece ATP basicamente para promover a
contração. Em consequência, o controle primário da glicólise muscular é a carga
energética da célula, a razão entre ATP e AMP.

Fosfofrutoquinase.
A fosfofrutoquinase é o local de controle mais importante na via glicolítica de
mamíferos. Altos níveis de ATP inibem alostericamente a enzima.
O ATP liga-se a um sítio regulatório específico distinto do sítio ativo. A ligação com o
ATP abaixa a afinidade da enzima pela frutose 6-fosfato.
Portanto, uma alta concentração de ATP converte a curva de ligação hiperbólica da
frutose 6-fosfato em uma curva sigmoidal.
AMP reverte a ação inibitória do ATP, de modo que a atividade da enzima aumenta
quando a razão ATP/AMP diminui.
Assim sendo, a glicólise é estimulada quando cai a carga energética.
A queda do pH também inibe a atividade da fosfofrutoquinase por aumentar o efeito
inibidor do ATP.
O pH poderá cair quando o músculo está funcionando de modo anaeróbico, produzindo
quantidades excessivas de ácido láctico. O efeito inibitório protege o músculo de lesão
que resultaria do acúmulo de muito ácido láctico.

Hexoquinase.
A hexoquinase, a enzima que catalisa a primeira etapa da glicólise, é inibida pelo seu
produto, a glicose 6-fosfato.
Altas concentrações desta molécula sinalizam que a célula não necessita mais de
glicose para fins energéticos nem para a síntese de glicogênio, uma forma de
armazenamento de glicose e a glicose será deixada no sangue.
A elevação da concentração de glicose 6-fosfato é o meio pelo qual a fosfofrutoquinase
comunica-se com a hexoquinase.
Quando a fosfofrutoquinase está inativa, eleva-se a concentração de glicose 6-fosfato.
Por sua vez, o nível de glicose 6-fosfato se eleva, porque está em equilíbrio com a
frutose 6-fosfato.
Portanto, a inibição da fosfofrutoquinase leva à inibição da hexoquinase.

Por que a fosfofrutoquinase, e não a hexoquinase, é o marca-passo da glicólise? O


motivo torna-se evidente quando se observa que a glicose 6-fosfato não é só um
intermediário glicolítico. Por exemplo, no músculo, a glicose 6-fosfato pode também
ser convertida em glicogênio. A primeira reação irreversível específica da via glicolítica,
a etapa limitante, é a fosforilação da frutose 6-fosfato em frutose 1,6-bisfosfato. Assim,
é extremamente adequado que a fosfofrutoquinase seja o local de controle primário na
glicólise. Em geral, a enzima que catalisa a etapa limitante de uma sequência
metabólica é o elemento mais importante de controle da via.
Piruvato quinase.
A piruvato quinase, a enzima que catalisa a terceira etapa irreversível da glicólise,
controla a saída dessa via.
Esta etapa final produz ATP e piruvato, um intermediário metabólico fundamental que
pode ser oxidado ou utilizado como elemento estrutural.
O ATP inibe alostericamente a piruvato quinase de modo a reduzir a velocidade da
glicólise quando a carga energética for alta.
Finalmente, a alanina (sintetizada em uma etapa a partir do piruvato) também inibe
alostericamente a piruvato quinase, neste caso, para sinalizar que existem muitos
elementos estruturais.
Quando o ritmo da glicólise aumenta, a frutose 1,6-bisfosfato, o produto da etapa
irreversível precedente da glicólise, ativa a quinase, capacitando-a a manter o ritmo
com o elevado influxo de intermediários.

A regulação da glicólise no fígado ilustra a versatilidade bioquímica do órgão


O fígado tem funções bioquímicas mais diversas que o músculo.
De modo significativo, o fígado mantém os níveis sanguíneos de glicose: armazena
glicose como glicogênio quando a glicose é abundante e libera glicose quando o aporte
é baixo. Ele também utiliza a glicose para gerar poder redutor para a biossíntese, bem
como para sintetizar uma gama de compostos bioquímicos.
Assim, embora o fígado apresente muito das características reguladoras da glicólise
muscular, a regulação hepática desta via é mais complexa.
Fosfofrutoquinase.
A regulação em relação ao ATP é a mesma no músculo e no fígado.
Baixo pH não é um sinal metabólico para a enzima hepática, porque o lactato não é
normalmente produzido pelo fígado. De fato, como veremos, o lactato é convertido no
fígado em glicose.
A glicólise também fornece arcabouços de carbono para as biossínteses e, por isso,
um sinal que indique se elementos estruturais são abundantes ou escassos também
deve regular a fosfofrutoquinase.
No fígado, a fosfofrutoquinase é inibida por citrato, um intermediário inicial do ciclo do
ácido cítrico.
Um alto nível de citrato no citoplasma significa que há muitos precursores
biossintéticos e, por isso, não é necessário degradar mais glicose para este fim.
O citrato inibe a fosfofrutoquinase ao ampliar o efeito inibidor do ATP.
A glicólise no fígado responde a variações nas concentrações sanguíneas de glicose
por meio da molécula sinalizadora, a frutose 2,6-bisfosfato (F-2, 6BP), um ativador
potente da fosfofrutoquinase.
No fígado, a concentração de frutose 6-fosfato eleva-se quando a concentração
sanguínea de glicose é alta e a fartura de frutose 6-fosfato acelera a síntese de F-2, 6-
BP.
Portanto, a abundância de frutose 6-fosfato leva a uma maior concentração de F-2, 6-
BP. A ligação da frutose 2,6-bisfosfato aumenta a afinidade da fosfofrutoquinase pela
frutose 6-fosfato e diminui o efeito inibidor do ATP.
A glicólise é, assim, acelerada quando a glicose é farta. Este processo é conhecido
como realimentação positiva (feedforward stimulation).
Hexoquinase
A reação da hexoquinase no fígado é controlada como no músculo.
Contudo, o fígado, responsável pelo monitoramento dos níveis sanguíneos de glicose,
possui outra isoenzima especializada da hexoquinase, denominada glicoquinase, que
não é inibida pela glicose 6-fosfato.
A glicoquinase fosforila a glicose apenas quando esta é abundante, porque a afinidade
da glicose pela glicoquinase é cerca de 50 vezes menor do que a da hexoquinase.
O papel da glicoquinase é fornecer glicose 6-fosfato para a síntese de glicogênio e
para a formação de ácidos graxos (Seção 22.1). A baixa afinidade da glicoquinase pela
glicose no fígado faz com que músculos e cérebro sejam os primeiros a receberem
glicose quando o aporte for limitado e assegura que a glicose não será desperdiçada
quando abundante. A glicoquinase também é encontrada nas células β pancreáticas,
nas quais a formação aumentada de glicose 6-fosfato pela glicoquinase, quando os
níveis sanguíneos de glicose estão elevados, provoca secreção do hormônio insulina.
Esta sinaliza a necessidade de remoção de glicose do sangue para armazenamento
como glicogênio ou para a conversão em gordura.

Piruvato quinase
Várias isoenzimas da piruvatoquinase (um tetrâmero de subunidades de 57 kDa)
codificadas por diferentes genes são encontradas em mamíferos: o tipo L predomina
no fígado e o tipo M, no músculo e no cérebro. As formas L e M da piruvato quinase
compartilham muitas propriedades.
De fato, a enzima hepática comporta-se de modo muito semelhante à forma muscular
no tocante à regulação alostérica. Contudo, as isoenzimas diferem em suas
suscetibilidades à modificação covalente. As propriedades catalíticas da forma L, mas
não as da forma M, são também controladas por fosforilação reversível.
Quando o nível sanguíneo de glicose está baixo, a cascata de AMP cíclico disparada
pelo glucagon leva à fosforilação da piruvato quinase, o que diminui a sua atividade.
Esta fosforilação hormônio-deflagrada impede o fígado de consumir glicose quando
esta é mais necessária para o cérebro e os músculos.
1. GLUT1 e GLUT3 presentes em quase todas as células de mamíferos, são
responsáveis pela captação basal de glicose. Seu KM para a glicose é de
aproximadamente 1 mM, significativamente menor do que o nível sérico normal de
glicose, que tipicamente varia de 4 a 8 mM. Assim sendo, GLU1 e GLUT3 transportam
glicose continuamente para dentro das células em uma velocidade essencialmente
constante.

2. GLUT2, presente no fígado enas células β pancreáticas, é diferente por ter um KM


muito elevado para a glicose (15 a 20 mM). Por isso, a glicose penetra nestes tecidos
com velocidadebiologicamente significativa apenas quando há muita glicose no
sangue. O pâncreas consegue detectar o nível de glicose e ajustar, de acordo com
isso, a secreção de insulina. Um KM alto do GLUT2 também assegura que a glicose
penetre rapidamente nos hepatócitos apenas quando for abundante.

3. GLUT4, que tem um valor de KM de 5 mM, transporta glicose para as células


musculares e para os adipócitos. O número de transportadores GLUT4 na membrana
citoplasmática aumenta rapidamente na presença de insulina, que sinaliza o estado de
saciedade. Assim, a insulina promove a captação de glicose pelo músculo e pelo tecido
adiposo. O treinamento de exercícios de resistência aumenta a quantidade desse
transportador nas membranas musculares.
4. GLUT5, presente no intestino delgado, funciona basicamente como transportador
de frutose.

1) Descrever histofuncionalmente o pâncreas endócrino (produção/ secreção/


sinalização da insulina e glucagon)

- Está ligado ao duodeno por tecido conjuntivo


- Uma fina camada de tecido conjuntivo frouxo forma uma cápsula ao redor da
glândula.
- A partir dessa cápsula, estendem-se septos até a glândula, dividindo a em lóbulos
mal definidos.
- Nos lóbulos, um estroma de tecido conjuntivo frouxo circunda as unidades
parenquimatosas.
- Entre os lóbulos, quantidades maiores de tecido conjuntivo circundam os ductos
maiores, vasos sanguíneos e nervos.
- Além disso, no tecido conjuntivo que circunda o ducto pancreático, há pequenas
glândulas mucosas que se esvaziam no ducto.
O componente exócrino sintetiza e secreta no duodeno enzimas essenciais para o
processo de digestão no intestino.
O componente endócrino sintetiza e secreta os hormônios insulina e glucagon no
sangue. Esses hormônios regulam o metabolismo da glicose, dos lipídios e das
proteínas no corpo.

ilhotas de Langerhans
- As ilhotas de Langerhans, o componente endócrino do pâncreas, estão dispersas
por todo o órgão em agrupamentos celulares de tamanho variável.
- Estima-se que 1 a 3 milhões de ilhotas constituam cerca de 1 a 2% do volume do
pâncreas humano.
- Cada ilhota pode conter apenas algumas células ou muitas centenas delas.
- Suas células poligonais estão dispostas em cordões irregulares e curtos, que são
profusamente envolvidos por uma rede de capilares fenestrados.
- As células endócrinas definitivas das ilhotas desenvolvem-se entre 9 e 12 semanas
de gestação

- aparecem como agrupamentos de células de coloração pálida, circundadas por


ácinos pancreáticos de coloração mais intensa.
- é possível identificar três tipos principais de células, que são denominadas células A
(alfa), B (beta) e D (delta)

Cada ilhota de Langherans é formada por dois componentes:


1. Cordões anastomosados de células endócrinas - células A (ou células alfa) células B (ou células
beta), células D (ou células delta) e células F - cada uma secretando um único hormônio.
2. Um componente vascular, o sistema porta ínsulo acinar, o qual é formado por uma arteríola
aferente que dá origem a uma rede de capilares revestidos por células endoteliais fenestradas.
Vênulas que saem das ilhotas de Langerhans fornecem sangue aos ácinos pancreáticos adjacentes.
Este sistema porta possibilita a ação local de hormônios insulares sobre o pâncreas exócrino
As células B constituem cerca de 60 a 70% do total das células das ilhotas nos
humanos e, em geral, estão localizadas na sua porção central; secretam insulina. As
células B contêm numerosos grânulos secretores de cerca de 300 nm de diâmetro com
um cerne poliédrico denso e matriz pálida. Acredita-se que o cerne poliédrico seja
formado por insulina cristalizada.

As células A constituem em torno de 15 a 20% da população de células das ilhotas


humanas e, em geral, estão localizadas perifericamente nas ilhotas; secretam
glucagon. As células A contêm grânulos secretores com cerca de 250 nm de diâmetro.
São de tamanho mais uniforme e estão densamente organizadas no citoplasma, em
comparação com os grânulos das células B. Os grânulos são os locais de
armazenamento do glucagon.

As células D constituem em torno de 5 a 10% do tecido endócrino pancreático total e


estão também localizadas perifericamente nas ilhotas. As células D secretam
somatostatina, que está contida em grânulos secretores maiores que os das células A
e B (300 a 350 nm) e que contêm material de elétrondensidade baixa a média.

As células menores das ilhotas constituem cerca de 5% do tecido da ilhota.


Evidências sugerem que algumas células podem secretar mais de um hormônio. Por
meio de reações imunocitoquímicas, foi possível localizar diversos hormônios, além do
glucagon, no citoplasma das células A, que incluem o peptídio inibidor gástrico (GIP)
a CCK e o hormônio adrenocorticotrópico (ACTH )endorfina.

Insulina
- É a secreção endócrina mais abundante.
- Seus principais efeitos são observados sobre o fígado, o músculo esquelético e o
tecido adiposo. Exerce múltiplas ações individuais em cada um desses tecidos. Em
geral, a insulina estimula:
- A captação de glicose a partir da circulação. Os transportadores de glicose
específicos da membrana celular (GLUT4) são suprarregulados e inseridos na
membrana celular das células musculares esqueléticas e dos adipócitos
- O armazenamento de glicose pela ativação da glicogênio sintase e inibição da
glicogênio fosforilase nas células musculares e no fígado. Essas ações levam à síntese
subsequente de glicogênio (glicogênese).
- A utilização da glicose pela promoção de sua glicólise nas células. Isso é obtido pela
piruvato desidrogenase e fosfofrutoquinase nas células musculares esqueléticas e no
fígado
- A degradação dos quilomícrons e de outras LDL em ácidos graxos livres pela ativação
da lipoproteína lipase (LPL). O nível aumentado de ácidos graxos livres aumenta os
triglicerídeos, levando à formação de gotículas de lipídios (lipogênese)
- A síntese de proteínas nas células musculares esqueléticas e nos hepatócitos pelo
aumento da captação celular de aminoácidos e ativação da via do alvo da rapamicina
em mamíferos (mTOR) – responsável pelo aumento da produção de ribossomos e
diminuição da proteólise celular.
Glucagon
- As ações do glucagon são essencialmente opostas àquelas da insulina.
- O glucagon estimula a liberação de glicose na corrente sanguínea e estimula a
gliconeogênese (síntese de glicose a partir dos metabólitos dos aminoácidos) e a
glicogenólise (degradação do glicogênio) no fígado.
- O glucagon também estimula a proteólise para promover a gliconeogênese, mobiliza
a gordura das células adiposas (lipólise) e estimula a lipase hepática.

Somatostatina
- A somatostatina é secretada pelas células D das ilhotas.
- É idêntica ao hormônio secretado pelo hipotálamo que regula a liberação de
somatotropina (hormônio do crescimento) pela adenohipófise.
- Embora o papel preciso da somatostatina nas ilhotas ainda não esteja esclarecido,
esse hormônio demonstrou inibir a secreção tanto de insulina quanto de glucagon.
- Além disso, suprime a secreção exócrina do pâncreas.

Regulação da atividade das ilhotas


- Um nível de glicemia acima do normal de 70 mg/dℓ estimula a liberação de insulina
pelas células beta, levando à captação e ao armazenamento de glicose pelo fígado e
pelo músculo. A consequente redução do nível de glicemia interrompe a secreção de
insulina.
- Alguns aminoácidos também estimulam a secreção de insulina, isoladamente ou em
associação a níveis elevados de glicemia.
- Os níveis sanguíneos elevados de ácidos graxos também estimulam a liberação de
insulina, assim como a gastrina, a CCK e a secretina circulantes.
- A CCK e o glucagon, que são liberados nas ilhotas pelas células A, atuam como
secreções parácrinas estimulando a secreção de insulina pelas células B.

- Os níveis de glicemia abaixo de 70 mg/dℓ estimulam a liberação de glucagon,


enquanto níveis de glicemia significativamente acima de 70 mg/dℓ inibem a sua
secreção.
- O glucagon também é liberado em resposta a baixos níveis de ácidos graxos no
sangue.
- A insulina inibe a liberação de glucagon pelas células A; no entanto, em virtude da
circulação em cascata nas ilhotas, essa inibição é afetada por uma ação hormonal da
insulina transportada na circulação geral.

As ilhotas apresentam inervação tanto simpática quanto parassimpática.


- Cerca de 10% das células das ilhotas dispõem de terminações nervosas
diretamente na membrana plasmática.
- Existem junções comunicantes bem desenvolvidas localizadas entre as células das
ilhotas.
- Eventos iônicos desencadeados por transmissores simpáticos nas terminações
nervosas são transportados de uma célula para outra através dessas junções.
- Os nervos autônomos podem exercer efeitos diretos sobre a secreção hormonal
pelas células A e B.
A estimulação parassimpática (colinérgica) aumenta a secreção tanto da
insulina quanto do glucagon, enquanto a estimulação simpática (adrenérgica)
aumenta a liberação do glucagon, mas inibe a da insulina. Esse controle neural
da insulina e do glucagon pode contribuir para a disponibilidade de glicose
circulante em reações ao estresse.

O suprimento sanguíneo para o pâncreas proporciona uma perfusão em cascata


das ilhotas e dos ácinos.
- As ilhotas de Langerhans recebem cerca de 10 a 15% do fluxo sanguíneo
pancreático. Existem dois padrões predominantes de fluxo sanguíneo nas ilhotas de
Langerhans.
- O padrão mais comum é observado quando o sangue entra pelo centro das ilhotas,
perfundindo inicialmente a sua porção central, e em seguida irriga a sua periferia.
- No segundo padrão, diversas arteríolas entram na periferia das ilhotas e ramificam-
se em capilares fenestrados, os quais perfundem a porção central da ilhota.
Nos humanos, é provável que os capilares perfundam primeiramente as células A e D
situadas perifericamente, antes que o sangue alcance as células B na região central.
Vasos maiores que seguem seu trajeto nos septos que penetram na porção central da
ilhota também são acompanhados de células A e D, de modo que o sangue que
alcança as células B sempre perfunde primeiramente as células A e D.
- As células B produzem a insulina, um polipeptídio que consiste em duas cadeias:
(1) a cadeia A, com 21 aminoácidos; e
(2) a cadeia B, com 30 aminoácidos.

- As cadeias A e B são ligadas por pontes de dissulfeto.


- A insulina é derivada de um grande precursor com cadeia única, a pré-pró-insulina,
codificada por um gene localizado no braço curto do cromossomo 11.

- A pré-pró-insulina é sintetizada pelos ribossomos do retículo endoplasmático granular


e é processada no aparelho de Golgi.

- O grande precursor dá origem à pró-insulina (86 aminoácidos), na qual o peptídeo C


conecta as cadeias A e B.

- A remoção do peptídeo C por proteases específicas resulta


(1) na separação das cadeias A e B, e
(2) na organização de um centro cristalino, consistindo em um hexâmero e átomos
de zinco. O peptídeo C circunda o centro cristalino.

- Um aumento da glicemia estimula a liberação de insulina e de peptídeo C


armazenados nos grânulos de secreção.

- A glicose é captada pelas células B por uma proteína transportadora de glicose


independente da insulina-2 (GLUT-2), e a insulina armazenada é liberada de uma
maneira dependente de Ca2+.

- Se os níveis de glicose permanecerem altos, ocorrerá nova síntese de insulina.


A GLUT-2 também está presente nos hepatócitos.

- A insulina é necessária para aumento do transporte de glicose nas células


(predominantemente nos hepatócitos, nos músculos esquelético e cardíaco, nos
fibroblastos e nos adipócitos). Isto é efetuado:
(1) pelo transporte transmembranar de glicose e aminoácidos,
(2) pela formação de glicogênio nos hepatócitos e em células musculares
esqueléticas e cardíacas e
(3) pela conversão de glicose em triglicerídeos nas células adiposas.

- A insulina inicia seu efeito através da ligação à subunidade alfa de seu receptor.

- O receptor de insulina consiste em duas subunidades, alfa e beta.

- O domínio intracelular da subunidade beta tem atividade de tirosina-quinase, a qual


se autofosforila e desencadeia algumas respostas intracelulares.

- Uma destas respostas é a translocação da proteína transportadora de glicose-4


(GLUT-4) do aparelho de Golgi até a membrana plasmática para facilitar a captação
de glicose.

- A GLUT-4 é dependente de insulina e está presente nos adipócitos e nas células


musculares esqueléticas e cardíacas.

- Observe a diferença funcional entre a GLUT-2 e a GLUT-4:


(1) A GLUT-2 é independente da insulina e serve para transportar glicose às
células B das ilhotas e aos hepatócitos;
(2) a GLUT-4 é dependente da insulina e serve para remover a glicose do sangue.
Ativação dos receptores das células-alvo pela insulina
Para começar a exercer seus efeitos sobre as células-alvo, a insulina, em primeiro
lugar, se liga e ativa receptor proteico de membrana.
O receptor de insulina é a combinação de 4 subunidades que se mantêm por meio de
ligações dissulfeto: duas unidades alfa que se situam inteiramente no lado externo da
membrana celular e duas subunidades beta que penetram através da membrana,
projetando-se no citoplasma celular.
A insulina se acopla as subunidades alfa do lado externo da célula, mas devido ás
ligações com as subunidades beta, as porções das subunidades beta que se projetam
para o interior da célula são autofosforiladas.
Assim, o receptor de insulina é um receptor ligado á enzima.
A autofosforilação das subunidades beta do receptor ativa uma tirosinocinase local,
que por sua vez causa fosforilação de diversas outras enzimas intracelulares, inclusive
do grupo de substratos do receptor de insulina (IRS). Tipos diferentes de IRS são
expressos nos diferentes tecidos.
O efeito global é a ativação de algumas enzimas e, ao mesmo tempo, a inativação de
outras. Dessa maneira, a insulina dirige a maquinaria metabólica intracelular, de modo
a produzir efeitos desejados sobre o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas.
---- Segundos depois que a insulina se acopla a seus receptores de membranas, as
membranas de cerca de 80% das células aumentam acentuadamente sua captação
de glicose. Isso ocorre de modo especial nas células musculares e adiposas, mas não
é verdade para a maioria dos neurônios do encéfalo. ( a maioria das células neurais é
permeável á glicose e pode utiliza-la sem a intermediação da insulina)
A glicose transportada para as células é imediatamente fosforilada e se transforma no
substrato para todas as funções metabólicas usuais dos carboidratos.
Secreção de insulina nas células beta
- A glicose é o controlador primário da secreção de insulina (aminoácidos também
podem ser metabolizados pelas células beta)

- As células beta contêm grande número de GLUT-2 que permitem influxo de glicose
proporcional á concentração plasmática na faixa fisiológica. Uma vez nas células, a
glicose é fosforilada pela glicocinase em glicose-6-fosfato. Isso parece ser a etapa
limitante para o metabolismo da glicose nas células beta e é considerada como o
principal mecanismo sensor de glicose e de ajuste da quantidade de insulina
secretada, em relação aos níveis de glicose plasmática.

- A glicose-6-fosfato é, subsequentemente, oxidada, de modo a formar ATP, que inibe


os canais de potássio sensíveis ao ATP da célula. O fechamento dos canais de
potássio despolariza a membrana celular, abrindo consequentemente os canais de
cálcio dependentes de voltagem. Isso produz um influxo de cálcio que estimula a fusão
das vesículas que contem insulina, com a membrana celular e a secreção da insulina,
no liquido extracelular por meio de exocitose.
Glucagon
Principais efeitos: 1. a quebra do glicogênio hepático
2. o aumento da gliconeogênese no fígado

- Glicogenólise
1. Glucagon ativa a adenilil ciclase na membrana da célula hepática
2. Essa ativação leva á formação de monofosfato cíclico de adenosina
3. Que ativa a proteína reguladora de proteinocinase
4. Que ativa a proteinocinase
5. Que ativa a fosforilase cinase b
6. Que converte a fosforilase b em fosforilase a
7. Que promove a degradação do glicogênio em glicose-1-fosfato
8. Que é então desfosforilada, e a glicose é liberada das células hepáticas.

- Gliconeogênese

- Ativa a lipase das células adiposas, disponibilizando quantidades aumentadas de


ácidos graxos para os sistemas de energia do organismo.

- Inibe o armazenamento de triglicerídeos do fígado, o que impede esse órgão de


remover os ácidos graxos do sangue, isso também ajuda na disponibilidade de
quantidades adicionais de ácidos graxos para outros tecidos do organismo.

- Em altas concentrações:
aumenta a força do coração
aumenta o fluxo do sangue para alguns tecidos, especialmente os rins
aumenta a secreção de bile
inibe a secreção de ácido gástrico
2) Esclarecer a gliconeogênese (substratos que serão utilizados/ enzimas/ pontos
de regulação/ quais tecidos fazem)

Na gliconeogênese, as novas etapas seguintes contornam essas reações da glicólise


praticamente irreversíveis:
1. Fosfoenolpiruvato é formado a partir do piruvato via oxaloacetato pela ação da
piruvato carboxilase e da fosfoenolpiruvato carboxiquinase.

2. A frutose 6-fosfato é formada a partir da frutose 1,6-bisfosfato pela hidrólise do éster


de fosfato do carbono 1. A frutose 1,6-bisfosfatase catalisa esta hidrólise exergônica.

Frutose 1,6-bisfosfato + H2O → frutose 6-fosfato + Pi

3. A glicose é formada pela hidrólise da glicose 6-fosfato em uma reação catalisada


pela glicose 6-fosfatase.

Glicose 6-fosfato + H2O → glicose + Pi


- carboxilação do piruvato para formar oxaloacetato à custa de uma molécula de ATP
- essa reação ocorre dentro das mitocôndrias
- é catalisada pela piruvato carboxilase
2ª etapa
-o oxaloacetato é descarboxilado e fosforilado para originar fosfoenolpiruvato à custa
do
alto potencial de transferência de fosforila do GTP
- a reação é catalisada pela fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK)

-A piruvato carboxilase é uma enzima mitocondrial, enquanto as outras enzimas da


gliconeogênese são fundamentalmente citoplasmáticas.
- Oxaloacetato, o produto da reação da piruvato carboxilase, precisa, portanto, ser
transportado para o citoplasma para completar a via.
- Ele é transportado da mitocôndria na forma de malato: oxaloacetato é reduzido a
malato dentro da mitocôndria por uma malato desidrogenase ligada a NAD-H.
- Depois que o malato é transportado atravessando a membrana mitocondrial ele é
reoxidado a oxalacetato por uma malato desidrogenase ligada a NAD+ no citoplasma.
- A formação de oxaloacetato a partir de malato também fornece NADH para utilização
nas etapas seguintes da gliconeogênese.
- Finalmente, o oxaloacetato é simultaneamente descarboxilado e fosforilado pela
fosfoenolpiruvato carboxiquinase para produzir fosfoenolpiruvato.
- O doador de fosforila é GTP.
- O CO2 que foi adicionado ao piruvato pela piruvato carboxilase sai nesta etapa.

- Uma vez formado, o fosfoenolpiruvato é metabolizado por enzimas da glicólise, mas


no sentido reverso.
- Estas reações estão perto do equilíbrio em condições intracelulares; então, quando
as condições favorecerem a gliconeogênese, as reações reversas ocorrerão até que
seja alcançada a próxima etapa irreversível.
- Esta etapa é a hidrólise da frutose 1,6-bisfosfato a frutose 6-fosfato e Pi.
- A enzima responsável por esta etapa é a frutose 1,6-bisfosfatase. Semelhante à sua
equivalente glicolítica, ela é uma enzima alostérica que participa na regulação da
gliconeogênese
-A frutose 6-fosfato gerada pela frutose 1,6-bisfosfatase é prontamente convertida em
glicose 6-fosfato.
- Na maioria dos tecidos, a gliconeogênese termina aqui.
- Glicose livre não é produzida, em vez disso, a glicose 6-fosfato é processada de outro
modo, notadamente formando glicogênio.
- Uma vantagem de terminar a gliconeogênese em glicose 6-fosfato é que, diferente
da glicose livre, a molécula não é transportada para fora da célula.
- Para manter a glicose dentro da célula, a produção de glicose livre é controlada de
duas maneiras:
Primeiro, a enzima responsável pela conversão de glicose 6-fosfato em glicose,
a glicose 6-fosfatase, é regulada.
Segundo, a enzima é encontrada somente em tecidos cuja obrigação metabólica
é manter a homeostase da glicose sanguínea, tecidos que liberam glicose para o
sangue. Estes tecidos são o fígado e, em menor grau, os rins.

- Esta etapa final na produção de glicose não ocorre no citoplasma. Em vez disso, a
glicose 6-fosfato é transportada para o lúmen do retículo endoplasmático, onde é
hidrolisada em glicose pela glicose 6-fosfatase, que está ligada à membrana. Uma
proteína estabilizadora de ligação do Ca2+ associada a ela é essencial para a atividade
da fosfatase.
- Glicose e Pi são a seguir enviados de volta ao citoplasma por um par de
transportadores. O transportador de glicose na membrana do retículo endoplasmático
é igual ao encontrado na membrana plasmática.
- Destaca-se que são necessárias cinco proteínas para transformar glicose 6-fosfato
em glicose.
PONTOS DE REGULAÇÕA DA GLICOSE E DA GLICONEOGENESE
Três mecanismos são responsáveis pela regulação da atividade das enzimas
envolvidas no metabolismo dos carboidratos: (1) alterações na velocidade de síntese
das enzimas, (2) modificação covalente por fosforilação reversível, e (3) efeitos
alostericos.

(1) alterações na velocidade de síntese das enzimas


- As enzimas envolvidas catalisam reações que não estão em equilíbrio
(fisiologicamente irreversíveis).
- Em geral, os efeitos são reforçados, pois a atividade das enzimas que catalisam as
reações em sentido oposto varia de modo reciproco.
- As enzimas envolvidas na utilização da glicose tornam-se mais ativas quando existe
um excesso de glicose, e, nessas condições, as enzimas da gliconeogênese
apresentam baixa atividade.
- A insulina, que é secretada em resposta a um aumento da glicemia, intensifica a
síntese das enzimas essenciais na glicólise. Ela também antagoniza o efeito dos
glicocorticoides e do AMPc estimulado pelo glucagon, que induz a síntese das
enzimas-chave da gliconeogênese.

(2) modificação covalente por fosforilação reversível


O glucagon e a epinefrina, hormônios que respondem a uma diminuição do nível de
glicemia, inibem a glicólise e estimulam a gliconeogênese no fígado, aumentando a
concentração de AMPc.
- Isso, por sua vez, ativa a proteinoquinase dependente de AMPc, levando a
fosforilação e inativação da piruvato-quinase.
- Além disso, o glucagon e a epinefrina afetam a concentração de frutose-2,6-bifosfato
e, portanto, a glicólise e a gliconeogênese.

(3) efeitos alostericos


A modificação alosterica e instantânea
-Na gliconeogênese, a piruvato-carboxilas, que catalisa a síntese de oxalacetato a
partir do piruvato, requer acetil-CoA como ativador alostérico.
- A adição de acetil-CoA resulta em uma modificação na estrutura terciaria da proteína,
diminuindo o valor de Km para o bicarbonato.
- Isso significa que, a medida que a acetil-CoA é formada a partir do piruvato, ela
automaticamente assegura o fornecimento de oxalacetato e, portanto, a sua oxidação
posterior no ciclo do ácido cítrico pela ativação da piruvato-carboxilase.
- A ativação dessa enzima e a inibição reciproca da piruvato-desidrogenase pela acetil-
CoA proveniente da oxidação dos ácidos graxos explicam a ação da oxidação dos
ácidos graxos na preservação da oxidação do piruvato e estimulação da
gliconeogênese.
- A relação reciproca entre essas duas enzimas altera o destino metabólico do piruvato
a medida que o tecido passa da oxidação dos carboidratos (glicólise) para a
gliconeogênese durante a transição do estado alimentado para o jejum.
- Um importante papel da oxidação dos ácidos graxos na promoção da gliconeogênese
consiste em suprir o ATP necessário.

- A fosfofrutoquinase (fosfofrutoquinase-1) ocupa uma posição fundamental na


regulação da glicólise e também está sujeita a controle por retroalimentação.
- É inibida pelo citrato e por concentrações intracelulares normais de ATP, enquanto e
ativada pelo 5’ AMP. O 5’AMP atua como indicador do estado de energia da célula.
- A presença de adenilil-quinase no fígado e em muitos outros tecidos possibilita o
rápido equilíbrio da reação.
2ADP ↔ ATP + 5’AMP

- Por conseguinte, quando o ATP é usado em processos que necessitam de energia,


resultando na formação de ADP, ocorre aumento de [AMP].
- Uma redução relativamente pequena de [ATP] provoca um aumento considerável de
[AMP], de modo que a [AMP] possa atuar como amplificador metabólico de uma
pequena alteração da [ATP] e, portanto, como sinal sensível do estado de energia da
célula.
- A atividade da fosfofrutoquinase-1 é, portanto, regulada em resposta ao estado de
energia da célula para controlar a quantidade de carboidratos submetidos a glicólise
antes de sua entrada no ciclo do ácido cítrico.
- Simultaneamente, o AMP ativa a fosforilase, aumentando a glicogenólise.
- Uma consequência da inibição da fosfofrutoquinase-1 consiste no acumulo de
glicose-6-fosfato, que, por sua vez, inibe a captação subsequente de glicose nos
tecidos extra-hepáticos por inibição da hexoquinase.

A frutose-2,6-bifosfato desempenha um papel singular na regulacao da glicolise


e da gliconeogenese no figado
- A frutose-2,6-bifosfato constitui o ativador alosterico positivo mais potente da
fosfofrutoquinase-1 e o inibidor da frutose-1,6-bifosfato no fígado.
- A frutose-2,6-bifosfato atenua a inibição da fosfofrutoquinase-1 pelo ATP e aumenta
a sua afinidade pela frutose-6-fosfato.
- Inibe a frutose-1,6-bifosfatase ao aumentar o valor de Km para a frutose-1,6-bifosfato.
- Sua concentração está sob controle do substrato (alosterico) e sob controle hormonal
(modificação covalente).
- A frutose-2,6-bifosfato e formada pela fosforilação da frutose-6-fosfato pela ação da
fosfofrutoquinase-2.
- A mesma enzima também é responsável pela sua degradação, já que apresenta
atividade de frutose-2,6-bifosfatase.
- Essa enzima bifuncional está sob controle alosterico da frutose-6-fosfato, que
estimula a quinase e inibe a fosfatase.
- Consequentemente, quando existe um suprimento abundante de glicose, a
concentração de frutose-2,6-bifosfato aumenta, estimulando a glicólise ao ativar a
fosfofrutoquinase-1 e ao inibir a frutose-1,6-bifosfatase.
- Durante o jejum, o glucagon estimula a produção de AMPc, ativando a
proteinoquinase dependente de AMPc, que, por sua vez, inativa a fosfofruto-quinase-
2 e ativa a frutose-2,6-bifosfatase por fosforilação.
- Então, a gliconeogênese e estimulada por uma redução da concentração de frutose-
2,6-bifosfato, que inativa a fosfofrutoquinase-1 e atenua a inibição da frutose-1,6-
bifosfatase. A xilulose-5-fosfato, um intermediário da via de pentose-fosfato, ativa a
proteína fosfatase que desfosforila a enzima bifuncional, aumentando, assim, a
formação de frutose-2,6-bifosfato, bem como a taxa de glicólise. Isso leva a um
aumento do fluxo por meio da glicólise e da via das pentoses-fosfato e a síntese
aumentada de ácidos graxos.

O primeiro ponto importante de regulação é a interconversão de frutose 6-fosfato em


frutose 1,6-bisfosfato.
Quando energia é necessária
- Neste caso, a concentração de AMP é alta
AMP estimula a fosfofrutoquinase, mas inibe a frutose 1,6-bisfosfatase
Portanto, a glicólise é ativada e a gliconeogênese inibida.

Quando há energia (altos níveis de ATP e citrato)


- ATP e citrato inibem a fosfofrutoquinase, enquanto o citrato ativa a frutose 1,6-
bisfosfatase.
- Nestas condições a glicólise é quase que interrompida e a gliconeogênese é
favorecida.

- Por que o citrato toma parte neste esquema de regulação? O citrato descreve o
estado do ciclo do ácido cítrico, a via principal para a oxidação de compostos
energéticos na presença de oxigênio. Altos níveis de citrato indicam uma situação rica
em energia e a existência de precursores para biossínteses.

- A glicólise e a gliconeogênese também são reciprocamente reguladas na


interconversão do fosfoenolpiruvato e piruvato no fígado.
- A enzima glicolítica, piruvatoquinase, é inibida por efetores alostéricos ATP e alanina,
que sinalizam que a carga energética é alta e que os elementos estruturais são
abundantes.
- Em contrapartida, a piruvato carboxilase, que catalisa a etapa inicial da
gliconeogênese a partir de piruvato, é inibida por ADP. Da mesma maneira, ADP inibe
a fosfoenolpiruvato carboxiquinase.
- A piruvato carboxilase é ativada por acetil-CoA que, como o citrato, indica que o ciclo
do ácido cítrico está produzindo energia e intermediários biossintéticos.
- Por isso, a gliconeogênese é favorecida quando a célula se encontra rica em
precursores biossintéticos e ATP.
3) Apontar os benefícios e malefícios do jejum prolongado
Fonte: Krause, Alimentos, nutrição e dietoterapia

A glicose é um nutriente obrigatório para o cérebro, sistema nervoso, glóbulos


vermelhos e brancos e outros tecidos que dela necessitam. Para manter a sua função,
a
glicemia deve ser mantida dentro de uma variação normal a todo momento.
- Durante o início do jejum, a glicose é obtida a partir do glicogênio, pela ação dos
hormônios glucagon e epinefrina, sendo que esses estoques são esgotados entre 18
a 24 horas.
- Nesse momento, a glicose deve ser sintetizada novamente, usando a proteína como
um substrato. Os hormônios catabólicos epinefrina, tiroxina e glucagon estimulam a
liberação da proteína muscular e de outros substratos disponíveis para a
gliconeogênese. O aminoácido mais comumente utilizado como substrato para a
gliconeogênese é a alanina – quando o seu nitrogênio é removido, a alanina torna-se
piruvato. Observe que o glicogênio nunca é totalmente depletado, mesmo durante a
inanição em longo prazo. Uma pequena quantidade de glicogênio pré-formado é
cuidadosamente armazenada como um iniciador para a ressíntese de glicogênio.

- À medida que o jejum se prolonga e o corpo se adapta às condições de inanição, a


gliconeogênese hepática diminui a produção de glicose de 90% para menos de 50%,
com o restante sendo suprido pelo rim.
- Embora o músculo e o cérebro sejam incapazes de liberar a glicose livre, o músculo
pode liberar piruvato e lactato para a gliconeogênese no ciclo de Cori. Os músculos
também liberam glutamina e alanina. Esses aminoácidos podem ser desaminados ou
transaminados em α- cetoglutarato ou piruvato, respectivamente, e convertidos em
oxaloacetato e, então, em glicose.
- Durante o jejum prolongado, o rim necessita de amônia para excretar os produtos
metabólicos ácidos. A glutamina derivada dos músculos é utilizada para esse propósito
e a glutamina desaminada (α-cetoglutarato) pode então ser utilizada para produzir
glicose. Dessa forma, durante a inanição, observam-se o aumento da produção de
glicose pelo rim enquanto ocorre a diminuição da sua produção pelo fígado.

- Além da glicose, é necessária uma fonte de energia segura durante o jejum. A melhor
fonte é a gordura que está armazenada nos adipócitos, que é utilizada primeiramente
pelos músculos, incluindo o músculo cardíaco, para a produção de ATP.
- A liberação e o uso de ácidos graxos exigem baixas concentrações séricas de insulina
e um aumento dos hormônios anti-insulina, tais como o glucagon, o cortisona, a
epinefrina e o hormônio do crescimento. Os hormônios anti-insulina ativam a enzima
lipase hormônio-sensível na membrana dos adipócitos. Essa enzima cliva os
triglicerídeos armazenados, liberando os ácidos graxos e o glicerol provenientes das
células gordurosas. Os ácidos graxos são transportados para o fígado ligados à
albumina sérica e entram facilmente nas células hepáticas. Uma vez dentro da célula,
os ácidos graxos entram nas mitocôndrias do fígado, por meio do sistema de transporte
carnitina aciltransferase, que carrega os ésteres de carnitina do ácido graxo através
da membrana mitocondrial. Uma vez dentro das mitocôndrias, é formada a acetil CoA
a partir do ácido graxo CoA pelo processo de β-oxidação. Durante a inanição, as
moléculas de acetil Coa em excesso se acumulam no fígado, uma vez que esse órgão
é capaz de obter toda a energia necessária a partir do processo de β- oxidação e formar
cetonas que alcançam a corrente sanguínea e atuam como uma fonte de energia para
os músculos, poupando, assim, a proteína.
- A adaptação à inanição depende da produção de cetonas. À medida que aumentam
as
concentrações sanguíneas de cetonas durante o jejum, o cérebro e o sistema nervoso,
apesar de serem consumidores obrigatórios de glicose, começam a utilizar cetonas
como
fonte de energia. Como o cérebro está usando um combustível diferente da glicose,
diminui a demanda da proteína muscular para a gliconeogênese, reduzindo, dessa
forma, a taxa de catabolismo muscular. O catabolismo muscular reduzido diminui a
quantidade de amônia recebida pelo fígado.
- A síntese hepática de ureia diminui rapidamente, refletindo a menor taxa de
desaminação da proteína muscular. Se o jejum se prolongar por semanas, a taxa de
síntese e de excreção de ureia é minimizada. Em um indivíduo adaptado à inanição, a
ureia é excretada, aproximadamente, na mesma velocidade com que o ácido úrico é
produzido pelo rim.
- Assim sendo, em um indivíduo que está se adaptando à inanição, as perdas de
proteína
são minimizadas e a massa corporal livre de gordura é poupada. Apesar de a gordura
não
poder ser convertida em glicose, ela fornece combustível para o músculo e para o
cérebro
na forma de cetonas. Enquanto houver água disponível, um indivíduo de peso normal
pode fazer jejum por um mês. Os índices nutricionais, a função imunológica e outros
sistemas são mantidos relativamente normais. Todavia, quando os estoques de
gordura se exaurem, a proteína é utilizada, e a morte é a consequência final.
4) Classificar os níveis de glicemia capilar e venosa

5) Relacionar os sinais e sintomas com a hipoglicemia

- A hipoglicemia de jejum, ou hipoglicemia pós-absorvente, muitas vezes está


relacionada a uma doença subjacente. A hipoglicemia da privação de alimentos pode
ocorrer em resposta a um período igual a superior a 8 horas sem ingestão de alimentos
e ser causada por certas condições que prejudiquem a capacidade do organismo em
controlar a glicemia. Estas podem incluir distúrbios alimentares e outras condições
médicas graves subjacentes, incluindo estados de deficiência hormonal (p. ex.,
hipopituitarismo, insuficiência adrenal, deficiência de catecolaminas ou glucagon),
hepatopatia adquirida, doença renal, certas substâncias (p. ex., álcool, propranolol,
salicilato), insulinomas (dos quais a maioria é benigna, mas 6%-10% podem ser
malignos)
e outros tumores não pancreáticos.
-Os sintomas relacionados à hipoglicemia de jejum tendem a ser particularmente
graves e podem incluir perda de acuidade mental, convulsões epileptiformes e
inconsciência. Se o problema de base puder ser resolvido, a hipoglicemia não será
mais um problema.

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