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Waldomiro Ferreira de Freitas

HISTORIA DE PARANAGUÁ
Das srcens à atualidade
Capa:
Reprodução
Capitão-Mor, lendo adaCarta
obra Regia
de Rafael
do ReiSilva - FUNDAÇÃO
D. João DE PARANGUÁ
VI de Portugal - Representa
elevando Paranaguá Gabriel de
à categoria de Lara,
vila, em 1648,
perante os "homens bons" t o povo da vila.

Revisão:
Alceu Maron Filho, Alessandra Pires Staniscia

Planejamento Gráfico:
Halisson Roberto de Souza

Impressão:
Gráfica e Editora Vicentina Ltda.
Alameda Cabral, 846 - Alto São Francisco
H0410-210 - Curitiba - Paraná
Fone: (41) 322-7733 - Fax: (41) 223-4300

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro. SP, Brasil)

981.62 Freitas,Waldomiro
Ferreira de

F866 História
de Paranaguá:
das srcens
à atualidade. Paranaguá, IHGP, 1999
560 p.

1. Paranaguá-História I Título

1999

Todos os direitos desta edição reservados ao


Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Rua XV de Novembro, 62
1 - Caixa Postal 62
4
Telefone: 0 X
X 41 423-28 92
CEP 83203-010 - Paranaguá - Paraná

Nota do editor: Esta edição reproduz fielmente a redação do


autor, não havendo adequa
ções
a ortografia atual.
Waldomiro Ferreira de Freitas

HISTÓRIA DE PARANAGUÁ
Das srcens à atualidade

1999

Paranaguá
À Esposa:
Ruth;
Aos filhos:
Lindanil
Lúcia Helena
Waldomiro (in memoriam)
Waldir Roberto e
Lílian do Rocio.
Aos netos, bisneta, nora e genros.
Divido as alegrias do dever cumprido, nutrindo a doce
esperança que a cidade deles, seja a Paranaguá sonhada.

A Isabel e Antônio, meus pais, respeito, saudade e carinho.

O autor.
A História
verdade, a vida élembrada,
a testemunha verdadeira
a mestra dosatempos,
da vida, a luzdos
mensageira da
tempos passados.
CÍCERO, Marco Túlio (106 a. C. - 43 a. C).
De Oratore, Livro II, Capítulo IX.
60 a. C. - 58 a.C.

7
Pref ácio
Duas palavras....
Desde ostempos idos,Paranaguá e sua gente se orgulh am do patrimônio
histórico aqui construído e legado por antepassados. Se curar tal riqueza é a
tarefa dos que fazem a Paranaguá de hoje, hosanas! Ei-la publicada obra, no
mínimo, inédit a.
São seus tempos de povoado indígena, a chegada do branco
evangelizador, sua alçada àcondiçã o de Vila,a gênese e o desenv olvimento de
suas instituições, enfim, um agradável passeio pela vida de Paranaguá, como
que a convidar oleitorpara uma viagem ilustrativa da história parcial doBrasil
e do Paraná.
Na leitura daobra fica patente que adistância dos séculos não esmorece
o fervor por compreender Paranaguá. Estudar este pedaço de terra e mar é
conhecer um po uco mais deperto ociclo brasileirodo ouro e a atroz explora ção
que lhe impunha o Reino portug uês, aliás, o ditociclo o primeiro gran
de motivo
de o Império pisar Paranaguá. Descobrirque estas plagas foram pre ponderantes
para a conquista do sul brasileiro ante a conquistadores espanhóis já
estabelecidos em Buenos Aires e em exploração pelo rio da Prata afora é
confirmar a importância de Paranaguá no estabelecimento dos traços
cartográficos brasileiros. Saber que aqui nasceu o sentimento srcinário de
autonomia paranista na voz destem ida deBento Viana é encontrar com oParaná
e a sua mais exata gênese, mesmo que para tanto desafiada fosse a poderosa
capitania paulista.Tudo isto é visitad
o pelo autor com a leveza de m que
o faz
por amor antes que por dever.
Passou ele a vida como a querer nos alertar da riqueza patrimonial que
Paranaguá representa. Embora guaraqueçabano, o professor Waldomiro foi
daqueles exemplos de abnegação por uma justa causa paranagüense. A causa
de decantar Paranaguá em pro sa histórica, prosa escrita como neste livro,
bem
como verbalizada nas aulas de história na Faculdade Estadual de Filosofia,
Ciências e Letras de Paranaguá, onde fez despertar em tantos acadêmicos o
espírito de pesquisa sobre a vida por aqui vivida.
Mesmo que esta publicação seja "post mortem" do autor, não menospreza
o preito que ora se materializa à tarefa diuturna do brilhante Professor. Na
verdade, sente-se o Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá deveras
lisonjeado pelaonfiança
c demonstrada pelos familiares do autor com entrega
a

9
dos escritos srcinais à publicação. Homenagem, sobretudo, à gente parnanguara
que agora dispõe de um verdadeiro inventário histórico a se gabar.
O autorque
informações nãodenotam
foge a rigorismos
à obra aindahistoricistas, registrando
mais uma serventia: eventoslivro
é também e de
consulta de dados históricos da cidade.
No entanto, além da descrição defatos e condensaç ão de dados históricos,
a obra encontra seu limiar quando das digressões analíticascom o que brinda o
leitor. Em determin ados mom entos, oautor interro
mpe a viagem peloseventos
para ater-se à análise meticulosa do pesquisador histórico. Neste instante, o
livro nos oferece sua quintessência: o ineditismo analítico na bibliografia
histórica de Paranaguá.
Assim, se conhecer a história é compreender o presente desvendando o
futuro, aqui vai o material bibliográfico necessário
a tal determinação. Não se
fazem os povos senão pelos livros. A educação histórica da gente parnanguara
recebe com esta um reforço supremo. Muito do que não se entende sobre
Paranaguá poderá ser escl arecido através da precisa
descrição defatos passad os
que acabaram por determinar situações presentes.
Fica, portanto, Paranaguá completada com estesescritos.A partir deles,
a cidade
hoje sua passa a terficou
memória referência
cingidabibliográfica sobre
a pulverizadas sua história,
publicações isto porque
de diversos até
autores
que não trataram exclusivamente da história de Paranaguá.
Assim, e por fim, doravante fica à disposição do grande público - e não
somente da elite estudiosa -, o que Professor Waldomiro entendeu como
necessário acompreender nossa história. Com este ivro,
l dúvida não se tenha,
todos estaremos servidos pela maior obra historiográfica já escrita sobre
Paranaguá. Vem daío orgulho do Insti tuto Históric
o e Geográfico de Paranaguá
pelo inestimável trabalho de seu ilustre associado, cuja contribuição à memória
parnanguara os pósteros haverão de aplaudir.

Um homem, uma obra. Ambos imorredouros!

Paranaguá, primavera de 1999.

Alce u Mar on
Presidente do IHGP.

10
INTR ODU ÇÃO
A História é um camp o do conhecimen to que investiga ontecimentos
ac
e experiências, não somente do passado, mas também do presente.
Logo,a História é abusca daverdade a fim de explicar aos outros, oque
realmente aconteceu.
É o conhecimento da sociedade através do tempo.
A História é indispensável à formação e informação do cidadão
consciente de sua função na sociedade.
Possibilitaras pesquisas para oalargamento da História Regional- que
aparentemente aparece como fragmento minúsculo - é importante, necessário
e fundamental ao enriquecimento cultural e à busca de um futuro planejado e
construído racionalmente.
O município não é somente a menor unidade de caráter político-
administrativa doEstado.É a própria alma da Pátria.
O patriotismo é inerente ao regionalism
o. Aquele não existesem este.O
alto sentido de nacionalismo, nativismo, brasilogia, espelham-se na raiz
mu nicipal,
natura is, comnaligação
a so físi
mbra cadase emotiva do ho
antigüida
des, me
quemresp
com o ber
iram ço,osferas
atm com ascívicas,
paisagens
com recor dações vivenciais, povoando os pensam entos.
Através do município, numa tentativa de compreender, valorizar e
encerrar a História como um processo dedesenvolvimento sócio-econômico-
político, desencadeado pelo homem, seu agente propulsor, cada um pode e
deve envidar esforços para solução dos problemas que se apresentam em
conseqüência do progresso. Ajudando nessa construção, teremos um novo
retrato do município, do Estado, do Bra sil.
Paranaguá, cidademarítima,lembra muita História e nesta geoambiência,
onde reside e resplandece a sua formação, com preâmbulo no contexto da
História do Brasil, com santo orgulho a alma regozija-se e se enaltece com
riquezas mentais e espirituais, consagradas aos mais nobres sentimentos e
elevados pela inteligência, que apaixona a vontade.
A presente História, apresentada em termos de comunicação, foi
planejada em unidades, autônomas e seqüentes. A primeira unidade, trata da
privilegiada localização geográfica e dos meios de acesso, destacando-se a
vasta e bela baía de Paranaguá - que identifica o município - e à sua margem
direitameridional, encontram-se as complexas estru turas da instalação docais
do porto,denominado porto Do m Pedro I, por proposição do vereador Joaquim
Mariano Ferreira, em sessão da Câmara Municipal de Paranaguá, em 10 de

11
janeiro de 1874, ao antigo porto do Gato, importante porta marítima do Estado
do Paraná, aberta às grandes rotas do alto comércio brasileiro e internacional.
Em seguida,
Nas unidadesuma noção global
seguintes, com os dosvestígios
primeirosdatempos da terra. de
era sambaquiana
Paranaguá, da presença do indígena carijó, da grande família tupi-guarani, que
habitava todo o litoral rumo ao sul, segue-se após o descobrime nto do Brasil, a
conquista da costa meridional.
Com as primeiras medidas, nos momentos iniciais, para a colonização
do Brasil, intensif
icaram-se aspenetrações no gran de alagado, conhecido omo
c
Saco do Mar, pelos vicentinos.
Com a chegada das canoas cananeenses pelos caminhos marítimos, à
frente audazes pioneiros,aportando, inicialmente,na ilha daCotinga, por volta
de 1550, balizando a vinda do homem branco, movidos pelas notícias da
existência de ouro nas terras chamadas deSant'Ana, aosul de Cananéia , começa
realmente, a história escrita de Paranaguá.
Ao final de cada unidade, como apêndice, sob a rubrica de "Rápidas
Referências", são focalizadas citaçõesautore
de s, comunicações, informações ,
provisões, cartas-forais, alvarás, atas, termos, leis, os quais, embora não
constando
entendimentodos dos
textos, são essenciais
assuntos tratados eeimportantes
representampara ajudar
sólido a completarào
embasamento
veracidade histórica, já que História é compreensão da base sobre a qual se
estruturam as sociedades.
Entrecortada pelagrande baía,a região deParanaguá oferecia condições
favoráveis para ser o centro do povoamento já que, inexistindo caminhos
terrestres, a ocupação realizava-se por via marítima, tendo o mar como única
grande via de comunicação.
A população, na faseinicial, localizara-senas ilhas, desemb ocaduras de
rios, recôncavos da enorme baía e dependera das ligações marítimas com as
povoações de Cananéia, Iguap e, São Vicente, Santos,Rio deJaneiro.
Basicamente,os primeiro s povoadores, a se fixarem na região,atraídos
pelas buscas do ouro, também o fizeram levados pela segurança aos veleiros
que percorriam asparagens dacosta meridion al doAtlânticoSul, proporcionad a
pelo bom e seguro porto de Paranaguá.

As sociedades têm o dever de preservar a tradição através do


respeito ou pelo menos do conhecimento das gerações entre si. Por
isso, a História se torna mais complexa, mais obrigatória, mais
pedagógica, mais patriótica, à medida que a cultura se aperfeiçoa e que
as exigências acompanham a ambição social... (CALMON, Pedro. 902-985).

12
Das Origens à Atualidade

Sem dispensar veleidade, a presente História representa também


esforços exaustivos e estafantes de pesquisas realizadas nas fontes primárias,
bem como consultas
Os esforços, as
pon obra
rém sodign
, nã as de
mfé
atingira escorreta
seu citações
objetivos, sem bibliográfic
as.
o apoio recebido,
e que todo
s - pessoas ou Instit
uições -encontrarem aqu i, o reconhecimento e o
muito obrigado.
O autor.

13
Das Origens à Atualidade

O atual porto Dom Pedro 11 - o porto de Paranaguá -


vendo-se ao alto a majestosa Ilha da Cotinga.
Planta da Baía de Paranaguá
niMurut ut rurufiuguu
Das Origens à Atualidade

Planta da baía de Paranaguá, mostrando os locais onde se encontram os


sambaquis. Reprodução.
Apud Posse, Zulmara Clara. Dissertação de Mestrado UFPR,
Curitiba, 1978, População Pré-Histórica do Litoral
Paranaense. Trabalho não publicado.

17
Desenho da baía de Paranaguá, de 1653, mostrando os locais das minas de
ouro, publicadas por Moisés Marcondes, em 1923.
Autoria atribuída a João Teixeira Albernás.

18
NOÇÕ ES PREL IMIN ARES
IDENTIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO
O território do município portuário de Paranaguá, situa-se no litoral do
Estado do Paraná.Tem uma área de 665 km e se limita:
2

Norte: Guaraqueçaba
Sul: Matinhos
Oeste: Morretes e Antonina
Leste: O ceano Atlântico.
A área municipal ocupa uma planície caracterizada por formações
arenosas e por terrenos de aluviões terrestres, às margens do rio Itiberê e
meridional da baía de Paranaguá.
Latitude - 25°. 3 1 ' 1 5 " - Sul.
Longitude - 4 8 °. 3 1 ' 0 0 " - Leste do meridiano inicial de Greenwich.
Fuso horário + 3h
Temperatura máxima - 37 °. C
mínima - 7, 6°. C.
média anual - 21,1 °. C
Precipitação plu viométrica anual : 2.0 19, 7mm
Altitude 5m - a.n.m.
População: De acordo com os dados premilinares do recenseamento
realizado em 19 91 :
Total de moradores urbanos 94 .632
Total de moradores rurais 12.969
107.601
Sendo:
Homens 53.563
Mulheres 54.038
107.601

Observações: Latitude é a distância em graus a partir da linhado Equador,


variando de 0 a 90°, para o norte e 0 a 90° para o sul.
o o

Longitude
Greenwich, é a de
variando distância empara
0 a 180°,
o graus
lestea epartir
de 0 do
o meridiano
a 180° Inicial de
para oeste.

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MEIOS DE ACESSO
O litoraldo Estado doParaná começa em Ararapira, divisanorte como
Estado de São Paulo, e termina na barr
a do rio Saí, divisa sul com o Estado de
Santa Catarina.
Calculada em função das coordenadas geográficas, o litoral tem 96,7
km de extensão e se divide em três segmentos naturais: o do norte, entre
Ararapira e Superagüi, é denominado Praias Desertas, que se estende por 20
km; o central, denominado Praias de Leste; e o do sul, denominado Praias do
Sul.
Baía de Paranaguá
A baíade Paranag uá - o tradicionalcaminho marítimo do povoam ento -
inicia entre aponta do Suraperagüi, aonorte (barra norte),
e a de Ibopetuba ao
sul (barra du l ou canal da Galheta), com a com a exten são de 17,7 km,
ingressando cerca de 50 km mar adentro:
Os três canais de acesso são:
1. - Canal Norte ou Barra Norte - situa-se entre a ponta do Superagüi,
ilha das Peças
Palmas (acosta dessa
e Rochedos ilha de
Itapemas do um lado),
outro, eaté
o Parcel dosdo
a altura Ciganos,
faroleteilha
da das
ponta do
Bicho, na ilha do Mel.
2. - Canal sueste ou barra Sueste - aproximadamente ao meio das barras
norte e sul, entre a ponta das Conchas, na ilha do Mel ao norte, a ilha das
Palmas, Rochedos Itapemas e a costa sueste dailha das Peças.
3. - Canal sul -Ibopetuba - ou barra Sul,conhecido como cana l da Galheta,
situa-se an ponta sul da ilha do Mel,a ilha Rasada Cotinga e, no continen te, o
Pontal doSul.
A boca deacessotem uma pequena ilha -a Galheta. Ocanal tem 20 0
m de largura e 12 m de profundidade, permanentemente sinalizado. O percurso
até o porto Dom Pedro II é de 15 milhas. Presentemente, é a principal via de
acesso utilizada pela navegação de cabotagem e longo curso.
A baía de Paranaguá, circundada pela planície costeira até encontrar
os contrafortes da Serrado Mar,obstáculo natu ral que limita esepara o litoral
do primeiro planalto, recortada de majestosos e caprichados arabescos,
fascinando a imaginação,
o céu sem limite, o volumetem
dasuma paisagem
águas tranqüila,
e o verde lindo daserena, destacando-se
Mata Atlântica.
O Diário Oficial da União, edição n.° 186, de 26 setembro de 1990,
publicou o decreto número 99.547, de 25 do referido mês e ano, no qual, no
artigo 1.°, diz:

20
Das Ungens a Atualidade

"...Ficam proibidos, por prazo indeterminado,


o corte e a respectiva exploração da vegetação
Anativa
baía deda Paranaguá,
Mata Atlântica".
por suas características srcinais, agasalha e
generaliza, indentificando com seu nome outras baías menores, a saber:
1. - Baía de Pinheiros, amais setentrional, situa
da entre a costa
ocidental
do Superagüi, a oriental dailha dasPeças eo município de Guaraqueçaba.
2. - Baía de Laranjeiras, a mais central, entre a costa ocidental da ilha
das Peças e o litoral, no continente. A partir da ponta do Pasto, estende-se ao
rumo norte, às costas sul e interiores do município de Guaraqueçaba, onde se
localizam as enseadas do Itaqui e do Benito.
3. - Baíade Ibopetuba, situad
a entre a pon ta sul da ilha do Me
l, ilha Rasa
da Coting a e, no continente, o Ponta
l do Sul, conhecida como canal da Galheta.
4. - Baía de Paranaguá, propriamente dita, situada a sudeste da baía de
Laranjeiras.
5. - Baía de Antonina.
Na parte mais ocidental dagrande reentrância, a baíade Paranguá vaiao
encontro da baía de Antonina.
Cerca
- ilhade trinta
dos ilhas
Valadar pontilham
es, ponta norte;a grande baía. Entre elas:
- ilha da Cotinga;
- ilha Rasa da Cotinga;
- ilha das Cobras;
- ilha do Mel;
- ilha das Peças.
Outros meios de acesso
1. - Ferroviário
A Rede Ferroviária Federal liga Paranaguá a Curitiba, Ponta Grossa e
demais cidad es do Leste; ao sul, atravessaEstado
o de Santa atarin
C a ligando-
se à Viação Férrea dooRiGrande do Sul;ao norte, encontra astrada
E de Ferro
Sorocaban a, em Ourinhos, permitindo a ligação com oEstado deSão Paulo.

2.- Rodoviário
BR - 277 - Paranaguá - Curitiba;
BR - 376 - Rodovia do Café;
BR - 466 - Curitiba - Florianópolis;
BR - 116 - Curitiba - São Pau
lo - Porto Alegre;
PR - 408 - Estrada da Graciosa, Paranaguá-Curitiba;

21
PR - 407 - Paranaguá - Praia de Leste; Sul - Matinhos;
PR - 508 - Alexandra - Matinhos.

3. - Aéreo
Aeroporto de Paranaguá.
RIOS
Os que se srcinam na Serra do Mar, cruzam a planície costeira e
desembocam diretame nte no Oceano, fazemarte
p da h c amada Bacia Atlântica.
Os outros num erosos ri
os que deságuam na baíade Paranaguá , constituem
a sua bacia hidrográfica. Entre eles:
• Rio Itiberê, à esquerda banha a cidade de Paranaguá e, à direita, a
ilha dos Valadares.
• Rio dos Correias,ao lado direito da ilha
osdValadares.
• Rio dos Almeidas, paralelo ao rio do
s Correias.
• Rio Guaraguaçu, que tem um braço de embocadura formando outro
rio com nom e de
•• Rio
Rio Maciel.
Perequê.
Estes rios correm paralelos, marginais à costa oceânica, estendendo-se
ao rumo sul-norte desem
e bocando em frente dalhai daCotinga,na importante
baía de Paranaguá, e são influenciados pelos fluxos e refluxos da marés.

22
uas ungens a niuauauae

Barra sul ou canal da Calheta

Mapa de João Teixeira Albernús, datado de lóòó.


Mapoteca do Ministério das Relações Exteriores.
IDENTIDADE HISTÓRICA
Território
A área territorial do Município fazia parte integrante da porção meridional
do continente e os limites entre a América portuguesa e América espanhola,
estavam idealmente estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas firmado entre
as duas coroas, a 7 de junho de 1494.
Dom João III, o Colonizad or, 1 5.° rei de Portugal ( 1 52 1- 15 57 ), em 1.°
de setembro de 1534, criou a capitania de Sant'Ana, de 40 léguas, que
principiava a 12 léguas ao sul de São Vicente, abrangendo todo o litoral de
Paranaguá, em direção do sul. Assinando a carta de doação, naquele dia, para
Pero Lopes de Sousa (15 10 -1 53 9).

Povoação
O povoamento do litoral de Paranaguá começou, por volta de 1550, na
ilha da Cotinga, servindo mais de ponto referencial no processo de investigação
e buscas auríferas. Duas décadas depois, os pioneiros, à frente Domingos
Peneda, natural de São Paulo, temido e conhecido como "Regulo e Matador",
considerado o fundador da povoação, conquistaram a margem esquerda do rio
Taguaré (Itiberê) habitado pelo indígena Carijó.

Vila
Com a chegada de Gabriel de Lara (1600-1682), em 1640, nomeado
capitão-povoador, desde o início, não poupou esforços em obter licença para
erigir o Pelourinho, simbolizando a justiça portuguesa e, de fato, ereto em 6 de
janeiro de 16 46 .
O capitão-povoador Gabriel de Lara, atento à defesa das novas exigências
dos moradores, que vieram atraídos pela garimpagem, valendo-se de seu
prestígio, obteve o foral, com força de carta Regia, por ter sido passado em
nome de Dom João IV, o Restaurador, 21.° rei de Portugal (1640-1656), pelo
qual elevou o povoado ao predicamento de vila - Vila de Nossa Senhora do
Rosário de Paranaguá - em 29 de julho de 1648.
Estava criado, na primeira metade do século XVII, o município de
Paranaguá.

Cidade
A Assembléia Legislativa Provincial decretou e o Presidente da Província
de São Paulo, José da Costa Carvalho (1 79 6- 18 60 ) - Barão, Visconde e Marquês
de Monte Alegre - sancionou a Lei n.° 5, de 5 de fevereiro de 1842, elevando a
vila de Paranaguá à categoria de cidade.

24
Das Origens a Atualidade

PRIMEIROS TEMPOS DA TERRA


Historiadores antigos e modernos têm se preocupado em reconstituir a
geogenia, acreditando-se que a terra ultrapassa 4,5 bilhões de anos.
A formação do globo terrestre compreende seis grandes eras; as eras,
dividem-se em períodos; os períodos, em épocas. As eras são:
1. - Azóica - do grego a = sem + zóe = vida.
2. - Arquezóica - arche = começo + zóe.
3. - Proterozóica - proteros = prim
itivos +zóe.
4. - Peleozóica - palaio = antigo
+ zóe
5. - Mesozóica -meio = intermediário + zóe
6. - Cenozóica -kainos = recente+ zó e
Era Azóica
Indica a primeira crosta do globo. Nela ainda não se encontrou vestígio
de organismo. Daí adenominação azóica.
E r a Arqueozóica
Divide-se em dois
períodos:
1. - Arqueano;
2. -Algonquiano:
1. - Período Arqueano:
A magma - matéria pastosa, espessa,viscosa, de srcem pr ofunda, em
estado de fusão, com oresfriamento da crostaterrestre eo constante movimento
da terra, transforma-se em rochas plutônicas (granitos) e as modificações
ocorridas na estrutura das rochas - modificações cham adas metamórficas -
produziram os xistos cristalinos, mámores, gnaisses.
Um conjunto de fenômenos complexos, conhecido pelo nome de
movimentos orogênicos, produziu o er levodos mon tes emodificou asuperfície
do solo.No Arqueano formou-se a gran de parte do centrogeográficobrasileiro
- o Planalto Central.
2. - Período Algonquiano
Apresenta-secomformaç õessedimentarese rochasmenos metamórficas.
A formação
no de minerais,
algonquiancomo
Brasilas jazidas o ferro,
as nas Gera manganês,
is, Mato Grosso,ouro
Ama pá. e outros, destacando-se
Era Proterozóica
Alguns autores designam de era primária ou pré-Cambriano, as eras

25
azóica, arqueozóica e proterozóica, somando a duração calculada de quatro
bilhões de anos. O início da era ainda é pouco conhecida. Modificações
metamórficas,
srcinaram umamovimentos
grande faunaorogênicos e glaciações.
de metazoários, Muitos
- pequenos protozoários
invertebrados
marinhos.
Er a Paleozóica
Com duração de 320 milhões deanos, divide-se emnco ci períodos:
1. - Cambriano - derivado deCâmbria, designação céltica da antiga Gales
do Norte - Inglaterra. Subdivide-se em: inferior, médio e superior.
2. - Siluriano -deriva do nome de povos habitantes de Gales,Inglaterra.
Subdivide-se em: ordoviciano e gotlandiano,
3. - Devoniano - derivado do omen do cond ado de Dev onshire - Grã-
Bretanha.Subdvide-se em: Eodevoniano
, mesodevoniano e neodevoniano .
4. - Carbonífero - nome dado em 1821, por W. D. Conybeare às jazidas
de carvão da Inglaterra. Subdivide-se em: carbonífero inferior e carbonífero
superior.
5. - Permiano - derivado do nome Perm - URSS. Subdivide-se em:
Permacarbonífero, permiano médio e permiano superior.
1. - Período Cambriano
E a mais antiga formação da era paleozóica. Foram encontrados
numerosos animais fósseis, excetuando os vertebrados. Os mares não eram
profundos, daínão existirem grandes fósseismarinhos.A distribuição uniforme
sucessiva de formas fósseis, deu condições de subdividir o período cambriano
em três grupos:
Grupo inferior- camada de maior extensão, encontra-se na América do
Norte. As rochas sedime ntares variam de 300 a 400 m de espessu ra.
Grupo médio - o mar invadiu uma porção européia, ao passo que
aumentou o continenteamericano.
Grupo superior hou
- ve a ampliação do mar . As zonas climáticas, devido
às rochas e a fauna, diferenciaram-se.
2. - Período Siluriano
Terreno do segundo período do paleozóica, onde existem camadas
fossilíferas.
No orodev
iciano silú
ricojá o climapredominante era mais quente,
seco, observando-se ausência de formação glaciárias. Fauna marinha bastante
rica. No gotlandiano, apareceram os primeiros vertebrados.

26
Das Origens à Atualidade

3. - Período Devoniano
No devoniano apareceram fósseis de plantas terrestres. O período é
marcado pelo desenvolvimento dos batráquios e dos peixes.
4. - Período Carbo
nífero
Grandes características do carbonífero são as jazidas de carvão. Vigorosas
e opulentas florestas, em lugares quentes, úmidos, pantanosos, propiciaram a
formação de carvão mineral. A terra experimentou muitas alterações. As
contrações dacrostasrcinaram ascadeiasde montanhas e no final doperíodo
,
invasões glaciaresextensas.
5. - Período Permiano
O terreno permiano constituia transição entrecha
a mada eraprimária e
a secundária. Por toda a parte, lagunas e mares não tão profundas alagaram as
depressões entre montanhas.
E r a Mesozóica
Com duração de 120 milhões de anos,divide-se em três períodos:
1. - Triássico;
2. - Jurássio;
3. - Cretácio.
1. - Período Triássico
Representa o sistema e a idade mais antigas da era secundária ou
mesozóica.Denomina-se triássico, porque ao lugar onde mais se car
acteriza -
Alemanha - pode ser dividido em três grupos de estratos.

2. - Período Jurássico
Indica o nome do sistema de terrenos acumulados durante a segunda
época daera secundá ria ou mesozóica. O sistema de rochas formado é bastante
variado. As formações jurássicas tomaram este nome devido à cadeia de
montanhas Jura, entre França, Suíça e Alemanha, com cerca de 300 km de
extensão. As formas continentais começaram a existir nesta idade. Na fauna,
entre osanimais vertebrados,destacaram -se os grandes sáurios, da ordem dos
répteis, pele revestida de escamas epidérmicas, indicando um desenvolvimento
de vegetação. A ave mais antiga Archaeopteryrx
- lithographica -se conheceu
neste tempo. Abu ndantes quantidade de peixes.Na flora,alguns deseus gêneros,
como o pinus, araucária e sequóia,ainda hoje sãoconservad os.

27
3.- Período Cretácio
E o último período da era secundária ou mesozóica e do sistema de
rochas. Deve ou
greda branca o seu
cré.nome ao desenvolvimento de formação calcária chamada
Os achados restos orgânicos eram predominantemente marinhos. A
decomposição destes animais evegetais,soterrado
s no fundo dos mare
s e lagos,
durante milênios, com os movimentos naturais da crosta e sob temperatura e
pressão muito altasnas camadas rochosas,transformou-se em um óleo
, formado
pela combinação de moléculas de hidrogênio e carbono, conhecido pelo nome
de petróleo. As diversas formas em que o petróleo se apresenta, são chamadas
de hidrocarbon etos.
E r a Cenozóica
Com duração de60 milhões deanos, divide-se em dois
períodos:
1. Terciário
;
2. Quaternário;
1. Período terciário
Subdivide-seem:
1) Eoceno,do grego eo = aurora + kaino s = recente:
2) Oligoceno- oligo = pouco + kainos = recente:
3) Mioceno- meio = menos + kaino s = recente:
4) Plioceno - pleion = mais + kainos = recente.
Nas subdivisões do período terciário, registraram-se o grande
desenvolvimento dos mamíferos, o desaparecimento dos enormes répteis, o
delineamento dos atuais contornos dos continentes e oceanos, rochas
sedimentares.
Os movimentos orogênios desenvolveram as cadeias de montanhas, os
sistemas vulcânicos,os aspectos gerais da flora,na fau
e climáticas.
No hemisfério meridional ocorreu a fragmentação do anel continental
de goduana, a delimitação dos continentes africano,indo-malaio,australian
oe
sul-americano.
Os movimentos orogênicos produziram o relevoe modificaram a superfície
do solo, destacando - se:
• Andes e Rochosas, na Amé rica;
Alpes, Apenin
• Him os, Pirineus, Cárpatos,na Europa;
• alaia, naÁsia;
• Atlas, na África:
As formaç ões sedimen tares,de procedêncialitorânea esublitorâ
nea, na
série marinha, são freqüentes. A espessura sedimentar é calculada entre 6 e 18
quilômetros.

28
Das Origens a Atualidade

2. - Períodoquatern
ário
Subdivide-se em:
= recente; 1)- Pleistoceno ou glacial - do grego pleistos = mais + kainos
2) - Holoceno - ou aluvial - holo = completo + kainos, isto é,
vida completam ente recente.
1. - Subperíodo Pleistoceno
Compreende a subdivisão mais antiga do período quaternário e caracteriza-
se:
• aspecto aprox imado datopografia atual;
• fases glaciárias;
• desaparecimento dos grandes mamíferos;
• aparecimento de outros gêneros de mamíferos;
• aparecimento do homem primitivo.
A denominação pleistoceno é entendida também como sinônimo de
glacial ou diluvial. Alguns autores separam um pleistoceno continental,
subdvidindo em glacial ou diluvial epós-glacialou aluvial.
A flora e a fauna relacionam-se com as atuais, diferenciando-se pela
distribuiç
2.-ão geográfica. holoceno
Subperíodo
As alternações das fases glaciárias e interglaciárias da subdvisão
pleistocena, marcaram os diferentes níveis dos terraços costeiros e de praias
ao longo das costa
s.
Diversos hominídeos têm sido descritos e oHomogênero
conhecido
com segurança, classificando-se, então, as fases pré-históricas.
E no holoceno ou aluvial, com terrenos aluviões recentes, que vive o
Homo sapiens, ou seja, o homem dos nossos dias, coroando a grande obra de
Deus.
3.- Cronolo gia do período quater
nário
Pleistoceno ou Glacial:
1) - Inferior - 2.° período interglaciário.Glaciação de Risz
2) - Médio - 3.° período interglaciário. Glaciação de WURM
3) - Superior - período pós-glaciário. Clima frio.
Holoceno ou Aluvial:
1) - Aluviões recentes
2) - Clima quase idêntico ao atual. 1

(1) - A VILA, José Bastos de - Antropologia Física - Edição P ontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
- Livraria e Editora Agir Limitada - Rio de Janeiro - 1958 - p. 213.

29
Reprodução. Boletim volume XXX, IHGEP.
Das Origens a Atualidade

I - RÁPIDAS REFERÊNCIAS

BAÍA DE PARANAGUÁ
"As três barras de Paranaguá, que dão entrada às grandes e formosas
baías, são formadas por duas ilhas de desigual grandeza, chamadas do Mel e
das Peças. A barra de Ibopetuba, vulgarmente chamada do Sul, fica entre o
pontal do Sul e a mencionada ilha do Mel. A barra grande, fica colocada entre
a ponta setentrional da ilha do Mel e a meridional da ilha das Peças. A barra do
Superagüi, entre a ponta setentrional das Peças e a praia denominada Superagüi."
O nome de Pernagoá, significa mar grande e redondo, nome que deram
a esse lago espaçoso, e de que a vila recebeu o mesmo título."
Vieira dos Santos, Antônio ( *1 3. 12 .1 78 4, Porto , Portugal. +4 . 7 .1 8 5 4,
Morretes-Paraná) - Memória histórica da cidade de Paranaguá e seu município
- Edição Prefeitura Municipal de Paranaguá - Lei n.° 16 4, de 3 0. 8.1 90 9, decreto
n.°16, de 9.4.1921, p. 57 ss.

RIO TAGUARÉ
"Taguaré - denominação primitiva do rio Itiberê, que banha a cidade de
Paranaguá, também antigamente chamado rio da Vila. Os provimentos do
Ouvidor Pires Pardinho, empregam a grafia Taguaré, dizendo que o rocio de
Paranaguá ficava:
"entre o rio Emboguaçu e o rio Taguaré, que pelo pé dela
corre, ambos de água salgada ."
Antônio Vieira dos Santos, no capítulo 4.° de sua notável Memória
Histórica, descrevendo os rios, assim se expressava:
"é o Taguaré, que é o rio que ora banha a cidade...."
A palavra Taguaré corresponde a Taquara e muitas penas de Guará, ave
aquática muito abundante na baía de Paranaguá. Assim, pois, até 1850 o rio
Taguaré não tinha outra denominação, pois Antônio Vieira dos Santos em todas
as suas obras faz referências ao rio sem jamais designá-lo pelo nome Itiberê.
Recorda-nos que certa vez estando em Paranguá na nossa meninice em
companhia do meu saudosopai, este indagou do seu primo e amigo Dr. Leocádio
José Correia, qual o motivo pelo qual mudaram o nome do rio. O ilustre e
humanitário clínico narrou que foi encontrado em Paranaguá um antigo
documento, pelo qual se verificava que os indígenas o denominavam Itiberê e
não Taguaré. Em virtude dessa descoberta, o jornal que ele dirigia, órgão do

31
Club Litterario de Paranaguá e atualmente a revista, receberam o nome de
Itiberê."
na mesmLeão, Ermelino
a cidade deAgostinho
em 27 fevere de. - (*
iro de1932) 14.01.1871,
- Dicion em Curitiba,
ário Histórico e ográfParaná,
Ge ico faleceu
do Paraná - Edição IHGEP, Curitiba, 6.° volume, 1968 - p. 2.273 e ss.
RIO ITIBERÊ
"Toda a costa, de Cananéia até a barra de São Francisco, pertencia
então à nação Carijó. Muitas eram as tribos desta grande e poderosa gente,
fixadas pelas costa,ilhas e ribanceiras de rios.
Cada tribo tinha seu cacique, mas todos prestavam obediência irrestrita
ao grande cacique,o chefe da nação.
As grossas crostas dos sambaquis eram a pedra solarenga dos grão-
caciques. O chefe supremo não era eleito como os caciques comuns, porque
ele eraa tradição
.
Os tambaquibas eram o livro aberto de sua genealogia e quanto mais
camadas, mais nobre a estirpe.
A vara de chefe passava de pai a filho numa perfeita dinastia. E o grão-
cacique erasempre a voz doúltimo conselho,a voz da sabedoria e da decisão,
porque era voz da história Carijó.
Pernagoá era a sede (capital) da nação por ser ali naquelas altas
ribanceiras a moradia do chefe e seus descendentes.
O Ytim-Berêtambém lhe pertencia só
e os das sua descendên
cia podiam
carijar naqueles mangais. Isso era sabido de todos, pôs o nome já dizia:
Y =rio;
TIM = baixios;
BERE = Grande cacique.

Isto é, rio de baixios pertencentes ao chefe da nação, daí


o nome atual de Itiberê,legítimo e histórico."(...)*
* Vilarinho, Sully da Rosa - ( * 17.2.1912, em Paranaguá e faleceu na mesma cidade, em
22 de julho d e 1985) - "Coisa s Nossa s", ediç ão do Con selho Municipa l de Cu ltura , Paran aguá,
5.°Vol.,p. 126.
Obs.: As citações estão conforme os textos dos autores. Alteramos somente algumas
palavras em obediência à ortogr afia atual.

32
Das Urigens ã Atualida de

II
VESTÍGIOS DA OCUPAÇÃO
ORIGEM
As Sagradas Letras e a Ciência Antropológica ensinam que a humanidade
procedeu de um só e único tronco. As modificações mesológicas exerceram
profundas influê
nciasnos elementosraciais, srcinando osvários tipos
humanos.
Aceitando a teoria do monogenismo, a primeira família teria surgido
na Ásia, porém para o homem primitivo poder atingir o continente, depois
chamado América,question ou-se oproblema das rotas.Surgiram as hipóteses.
Atualmente, as hipóteses avançaram à categoria de teorias. Entre elas:
Teoria Asiátic a
Para algum
as estudiosos,
muitos hom
ens primitivos teriam
vindo daÁsia.
Estudando os tipos humanos e os costumes dos indígenas americanos e asiáticos,
ambos apresentam
amarelada olhos mongólicos, cabelos negros, lisos, pele ligeiramente
, pouca barba.
Ao norte do Novo Mundo, a América e a Ásia se aproximam bastante.
Devido aos fluxos migratórios sucessivos, o homem teria penetrado ao norte
da América através do estreito de Bhering.
Teoria Malaio-Polinésia
Nem todos os habitantes da América, porém, apresentam as
características dos asiáticos. Entre eles, uma parte tem crânio pequeno, rosto
curto e largo, pele escura, testa estreita, estatura baixa.
A semelhança existe entre alguns indígenas americanos e habitantes
das ilhas daOceaniaassim como nosostum c es e em algu ns instrum
entos, como
pilão de madeira, tambor de pele,casa sobre estacas, e outras.
Estas segunda teoria, chega à conclusão de que o homem americano
também procedeu da Poli nésiaque, navegando a extensão doPacífico, aportou
na costa andina da América.
Teoria Australiana
Os estudiosos têm argumentos e chegado à conclusão também, de que
alguns indígen
as são descendentes pov
de os australianos.
Costum
es parecidos,
mantos de peles, casa de formatos semelhantes, embarcações de cascas de

33
árvores, reforçam os argumentos.
A teoria sustenta que o homem também veio da Austrália e que,
navegando de ilha emilha,teriachegado à América do sul através daAntártida
,
em época que o continente oferecia condições climáticas favoráveis.
Baseado nos estudos dos fósseis encontrados em várias partes do
continente americano, inclusive na Patag
ônia, em 1839, Samuel Morton1809-
(
1851), lançou, ainda, a hipótese do autoctonismo do ameríndio
. 2

Contudo, a teoriaconsiderada mais acertada eaceitapela gran


de maioria,
atualmente, é a asiática, que coloca a primeira migração em cerca de 8.000
anos antes de Cristo, na altura em que as condições climáticas tornaram-se
favoráveis à vida do homem ao norte do continente americano.

SAMBAQUIS
A ocupação pré-histórica do território de Paranaguá encontra-se
documentada pela presença física dos sambaquis, que parece um arquivo
arqueológico.
Sambaquis - são sítios arqueológicos artificiais encontrados em toda a
costa das Américas, África, e em algumas regiões européias e asiáticas.
No Brasil, localizam-se princip
almente na zona litorânea, ilhas,
ao longo
dos rios, regiões lacustres e estão presentes na Amazônia, Maranhão, Bahia,
Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
Os sambaquis no Pará e Amazonas, chamam-se minas; Maranhão,
sernambis; Bahia e São Paulo, ostreiras; Paraná sambaquis; Santa Catarina,
berbigueiras
; Rio Grande do Sul,casqueiros.
Os sambaquis constituem grande riqueza arqueológica do litoral do
Estado doParaná e,em Paran aguá, apresentam-se sob aforma de colinas, base
oval, compostos de conchas de moluscos Ostrea
- e Mytilus - resultados da
abundante coleta dos recursos malacológicos utilizados na alimentação,
mostrando, claramente, numerosa evidência de ocupação humana, inclusive
cemitério, datando não só do paleolítico, mas também do neolítico.
Os sambaquis do litoralparanaense, atéa década de1950, representaram
lucrativa atividade econômica. Eram explorados, vandalicamente, por
particulares
na produção e exportação de cal de conchas e por entidad
es públicas
nos revestimentos de ruas e estradas.
Os sambaquis, em Paranaguá, começaram a ser pesquisados a partir de
1950. A designação tupi - guarani - tamba - Ki - Significa amontoados de
conchas. Os pesquisadores, aplicando métodos e técnicas específicos e
(2) - M1CHALANY, Douglas, História das Américas, vol. 1.2.°ed. Ed."A Grande Enciclopédia da Vida", Ltda.
São Paulo, 1966, p. 126.

34
puramente científicos, apreenderam as evidências culturais do passado não
escrito da propositada ação hu mana, através dos vestígios
materiais observados
na indústria lítica,óssea, conchífera ou cerâmica.
Os sambaquis
variáveis. apresentam-se
Talvez como monturos
pudéssemos considerar comodepequenos
dimensões
os
que têm volume a 2.000 m , médio ao redor de 10.000 m e
3 3

grande os que de volume superior. A altura para os tipos


baixos está compreendida entre 0,5 a 3,00 m, nos médios
entre 3,00 e 7,00 e nos altos de 7,00 a 15,00 (sic!) . 3

"Em rela ção àplanícielitorân


ea, os samb
aquis podem serclassificados
como:
- costeiros;
- lagunares;
- fluviais;
- continentais; (sic!) 4

As pesquisas os e estudos posteriores


têm demonstrado que as populações
têm demonstra do que aspopulações dossambaquis eram heterogêneas, não se
podendo classificá-las como ohomem do sambaqui,

atantouniformidade
não se pode,antropofísica
entretanto, afirmar categoricamente
dos construtores dos
sambaquis do litoral e do interior do Brasil. Seria uma
atitude por demais simplista fazer-se generalizações de
dados oriundos de uma vintena de sambaquis proveniente
de uma só área.
Os sambaquis variam grandemente no tempo e no espaço e
diversas populações podem ser responsáveis, portanto,
pela construção desses sítios arqueológicos as
características morfológicas, peculiares à população de
vários sambaquis dos Estados do Paraná e Santa Catarina
são idênticas às encontradas em outros sítios
arqueológicos da mesma área, e que indubitavelmente, não
são sambaquis (sic!) s

(3) - B1GARELLA, João J., Nota prévia sobre a composição dos sambaquis do Paraná e Santa Catarina. Arq.
de Biol. e Tecnol., Curitiba, Inst. de Biol. e Pesq. Tecnológicas, 4, 1949, p. 105. Apud POSSE, Zulmara Clara
Sauner, Dissertação de Mestrado - UFPR, 1978.
(4)- POSSE, Zulmara Clara Saune r - A População pré - histórica do litoral paranaense, vista através dos
Sambaquis. Dissertação de mestrado, UFPR, Curitiba, 1978, p.18.
(5)- ALV1M, Marília CM. e.. Populações e Culturas pré-históricas do Brasil. Brasília, Assessoria de Relações
Públicas da FUNA1, 1972, P.14, APUD POSSE, Zulmara Clara Sauner, op.cit. p.74.

35
Nos limitesque abrange a áreade Paranag uá, omapeamento registrou
59 (cinqüenta e nove)sambaquis, localizados nos seguintes pontos:
6

• região adjacente à mar


gem direita
da baía de Paranaguá ; 33
• região entre os riososdCorreias,dos Almeidas,
Guaraguaçu, Maciel e Pontal; 11
• Ilhado Mel: Ponta sul 03
Ponta norte; 01
• IlhadaCotinga; 02
• Ilha das Cobras; 01
• Região adjacente à margem esquerda da
baía de Paranaguá. 08

Total 59
Possivelmente,outros sambaquis ainda poderão serencontra
dos nafaixa
costeira do município deParanaguá.
Os sambaquis constituem importante material para estudo o hom
d em
pré-histórico
pub dooslitoral
licados,farem paranaense.
uma ligeira Entre
apreciação os um
sobre quedeles.
já foram pesquisados e

Sambaqui do Macedo
Localização- a 520 m a noroeste do distrito de Alexan
dra, mun
icípio de
Paranaguá - Estado do Paraná.
Data da pesquisa - 1958.
Pesquisado res: Wesley R. Hurts
Oldemar Blasi
Publicado
s - Arqueologia n.° 2,Conselho de Pesquisa da UFPR,1960.
O sambaqui mede 55 m de escavação 8 m base sobre um tabuleiro
arenoso. A área escavada foi de 16 m de comprimento por 8 m de largura. O
sítio tem a for
ma de uma colina e foi dat
ado entre 3700 e 1660 a.C.
Em nenhum lugar houve uma quebra estratigráfica,
desconformidade ou camadas estéreis, as quais poderiam
indicar que mais do que um complexo cultural esteve
esteve presente
intervalo de tempo,no
nãomonte, ou que, durante
houve acumulação grande
de depósitos
(sic!) 1

(6)- POSSE, Zulmara Clara Sauner, op.cit. p.20.


(7)- HURT, Wesley e BIAS1, Oldemar, O sambaqui do Macedo. Cons. de Pesq. da UFPR, 1960. p.26, Publicações
do Conselho de Pesquisas, Arqueologia 2. APUD POSSE, Zulmara Clara Sauner - op.cit. p.137.

36
Das srcens a Atualidade

Em posição flectida, foram encontrados oito sepultamentos, sendo:


uma criança esete adu ltos. Coletaram-se 654 artefatos, dos quais, 480 da indúst
ria
lítica, 45 ósseas e 62 de conchas.
O material lítico refere-se a lâminas de mach ados, batedores,cunhas,
trituradores, moed ores obtidos através de lascamen to sob pressão,percussã oe
polimento.Artefatos ósseos obtidos de mamíferos refere-sea facase pontas de
flechas. As conchíferas, obtidas de moluscos, eram usadas preferencialmente
para adornos.
Baseado na análise geológica da fauna malacológica, os autores
procuram situar o sambaqui no tempo, através da classificação dos sambaquis
em três fases, "A","B" e "C", estando o sambaqui do Macedo na fase "B",
corresp ondente ao período do ótimo climático, ocorridoaproximadamente entre
cinco etrês mil anos antes de Cristo.
A coleta de moluscos era a principal atividade
econômica dos povos responsáveis pela acumulação do
sambaqui do Macedo, pelo menos no período que
permanecera, no sítio. A pesca, aparentemente, foi a
segunda mais comum das atividades, pois os ossos de
peixes estavam espalhados através dos leitos. Nenhum
artefato associado a esta atividade por ex: anzóis
foram, contudo, encontrados. Julgando pela pequena
quantidade de ossos de animais e pássaros encontrados no
monte, a caça foi a menor das atividades (sidf
"Durante a fase inicial da ocupação do sítio, o máximo
da área disponível foi de cerca de 1.870 m ...
2 9

Os resultados da análise alcançada em diferentes níveis permitiu aos


pesquisadores:
"...estabelecer a história do mb
sa aqui do Macedo qu
e pode ter sido a
seguinte:
Fase "A"
Cercade 3.700 anos atrás foi iniciada aconstrução domonte, tendo sido
dispendido mais ou menos cem anos entre início da construção eo seu abandono.
Nesse período os índios pré-históricos da área tinham na pesca e na coleta de
mariscos as fontes básicas de sua alimentação. Confeccionavam entre outros
artefatos machados semipolidos, facas e raspadores, objetos de osso e adorno
de conchas.Sepultavam osmortos em posiçãoflexion ada,envolvidos em porções
(8)- Id., ib., 59Apud. ld., ib., p.139.
(9)- id., ib., 65 Apud id., p.139.

37
de ocre e hematita. Desconheciam os processos de elaboração de peças
cerâmicas.
Fase "B"
Os indícios parecem mostrar que o sambaqui voltou a ser ocupado, ainda,
durante o período pré-his
tórico, por uma nova cultura, porém, porocert
espaço
de tempo. Tais indícios são as peças líticas polidas, de diferentes feituras; os
dentes de porco do mato modificados intencionalmente e as pontas de ossos.
Talvez tenham ocupado o monte somente para sepultar os mortos, desde que
seis dos oito enterramentos foram registrados quase à superfície. Provavelmente
não eram ceramistas e tinham como elemento básico de sua dieta alimentar, a
caça, a pesca e coleta de mariscos.

Fase "C"
Esta fase caracteristicamente histórica está representada por evidências
cerâmicas tais como cacos de pote. cachimbos, pesos de rede. Esses indícios
são muito semelhantes aos que ainda hoje são confeccionados por caboclos,
pescadores e cultivadores da região." (sic!) 10

O INDÍGENA BRASILEIRO
Em 1500, Dom Manuel I, o Venturoso, 14.°rei de Po rtugal (1495-1521),
confiou o comando da esquadra que se di rigia,em missão comerc ial,diplomática
e política,à índia,ao fidalgo Pedro Álv
ares Cabral (1
467-1526). Durante a viagem,
foi descoberto o Bra sil. A teoria mai
s aceita,porque reforçada com um elenco de
irrefutáv
eis argumen tos,é a da intencionalidade,porém, faltam docume ntos que
provem o propósito deste fato.
Os portugueses encontraram a terra brasileira habitada por numerosas
tribos,aos quais cham aram de "índios".O nome havia sidodado por Cristóvão
Colombo (1451-1500) que, tendo chegado à América em 1492, julgou haver
atingido a índia.
Na primeira viagem de exploração geográfica do litoral brasileiro,
ordenada pelo mesmo rei Dom Manuel I, em 1501, sob o comando de Gonçalo
Coelho, (que viveu em fins do século XV e começo do XVI), pai de Duarte
Coelho, donatár
(1451 -1512), ioe,dacom
qu capitan
ia deNo
o Ato Pernlam
taria debuco,enveio
Val tamb
tim Fe ém
rnandesAmé
de rMoráv
icoVes
ia,púcio
tabelião
dos mercadores alemães de Lisboa, divulgado depois do descobrimento do Brasil,
declara:
(10)- BLASI, O. Cronologia absoluta e relativa do Sambaqui do Macedo. Ar. Do Mus. Paranaense. N.S.
Arqueologia, 1963, p.5 e 6. Apud POSSE Zulmara Clara Sauner, op. cit. p. 141.

38
Uma armada do mes mo cristianíssimoi,redestin ada a esse fim, tendo
seguido olitoraldaquela terra porquase 760 léguas, encontrou nos povos uma só
língua, que batizou a muit
os e, avançando para o sul,chegou até aaltura dopólo
1

antártico
a 53 grau
O século s Ie represe
XV tendo nta
encon otmar
radocogra
nd
de es frios
ocup açãonodomar
, vol
l tpelos
Brasi ou para apátria.
gue'ses,
portu
os quais consideraram os naturais divididos doisem
grandes grupos:
Tupi - habitante do litoral
Tapuia - habitante do interior.
Dada a extensã o do territórioainda em grande parte igno rado e emfase de
reconhecimento, a ligeira classificação foi um tanto apressada.
As inform ações sobre os indígenas,nos momentos iniciais e subseqüentes,
nos sãofornecidas:
Pero Vaz de Caminha (....-1500) que informou sobre o estágio cultural do
grupo Tupinambá, da família Tupi, do litoral baiano, e quem primeiro os
descreveu:
"A feiçãodeles éserem pardos , à manei ra deavermelhados, de bons rostos
e bons narizes, bem feitos.", em cartarita esc do Brasil.
Paulmier de Gouneville, em seu Voyage
livro du...au Brésil(1503-1505).
Antônio Knivet, em seuNotável livro Viagemque fez no an o de 1591, da
Inglaterra ao Lery,
Jean de mar donosul.
Viagem à Terra do Brasil.
livro
André Thevet,no livroSingularidades daFrança Antártica,a que outros
chamam de América.
Hans Staden, no Meu Cativeiro entre os Selvagens do Brasil.
seu livro
Tanto homens como as mulheres estavam tão nus quanto ao saírem do
ventre materno, mas para parecer mais garrido tinham o corpo todo pintado e
manchado depreto.Os homens usavam o cabelocortado nafrente à maneira de
coroa de frade e comprido atrás aparado em torno do pescoço. 12

Quanto à sua cor natural, apesar da região quente que habitam, não são
negros, mas more nos como osespanhóis ou osprovenç ais.Têm pêlos comonós
mas apenas lhesreponta em qualq uer parte docorpo,mesmo nas sobrancelhas e
pálpebras, arrancam-nos. 13

Embora não observemoras h de jantar, merenda ou ceia, como o fazemos,


nem trepidem em comer à meia-noite ou ao meio-dia, só o fazem quando têm
fome. 14

(11)- MORÁV1A, Valentim Fernandes, Cartas da Ilha de Cabo Verde - 1506-1508. publicada por COSTA. "
Fontoura, Agência Geral das Colônias, Lisboa, Portugal, 1939. Apud V1ANNA, Hélio, História do Brasil. r.ed.V .I.,
Período Colonial, Ed. Melhoramentos, São Paulo, 1965, p.2/0.
(12)- LERY, Jean de. Viaeem à terra do Brasil. Cia. Editora Nacional, Rio de Janeiro, 1926, p.68. apud POSSE,
Zulmara Clara Sauner, Dissertação de Mestrado, UFPR, Curitiba, 1978, p.2.
(13)- lbidem, p.100 e op. cit.
(14)- lbidem, p. 116 e op. cit.

39
As raízes de aipim e mandioca que servem de principal alimento aos
selvagens são tão utilizados no preparo da bebida usual os homens não se
está a cargo
envolvem deda
smane
mulheres.
ira alguma na prepa
15
ração da bebida,
a qual,como afarinha,
O alemão Karl Friedrich Philipp Martius (1794-1868), distribuiu o
"índio" brasileiro em nove grupos:
Tupi-Guarani
Jê ou Gran (cabeça)
Gue ou Coco (tio)
Crem ou Guerem (velho)
Pareci ou Poragi (de cima)
Goitacá (corredor da mata)
Aruaque (gente de farinha)
Guaicuru (cavaleiro)
Outros, em transição para a cultura e a língua portuguesa.
Outro alemão, Karl von den Steinen (1855-1929), em 1884, propôs a
seguinte classificação do"índio" brasileiro:
I - Tupi
n -Jê
m - Caraíba
IV
- Nuaruaque
V
- Goitacá
VI
- Pano
VII
- Miranha
vin - Guaicuru.
O grande historiador brasileiro, notável pesquisador, João Capistrano
de Abreu (1853-1927) classificou o indígena brasilíndio em nove grupos, a
saber:
I - Tupi, srcinário dovale do Parag
uai e doParaná, espalhado por
toda a costa, do sul até a foz do Amazonas, divididos em numerosas tribos:
• Potiguar - desde o Ri o Grande do Norte até aParaíba.
• Caeté - em faixas próximo ao Rio São Francisco.
• Tupinambá - habit avam ao lon
go do rio Real até Ilhéus.
• Tupiniquim - deIlhéus e Porto Segu ro até o Espírito Santo.
•• Temiminó - vivia no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
Tamoio - ocupava a região do Rio de Janeiro e sob a liderança de
Cunhambebe, as tribos confederaram-se contra os portugueses.

(15)- lbidem, p.119 e op. cit.

40
Das Origens à Atualidade

• Carijó - dominava o litoral mais ao sul.


II - Cariri -estendia-se pelo interior, desde o rio São Francisco até o
rio Parnaíba.
III - Jê - também chamado tapuia, ocupav
a o planalto central br
asileiro.
IV - Caraíba - o centro de di spersão localizava-se no vale do rio
Madeira e do rio Tapajós.
V - Maipuri - O nuaruaque de Steinen, espalhou-se por extensa
zona geográfica da fronteira brasileiro-venezuelana.
Além desses ci nco grupos,encontram-se outr
os menores:
• Guaicuru
• Charrua
• Minuano.
Na Bacia Platina e Pano, na Amazônia.
Na primeira metade do século XX, conta-se com o monumental mapa
etno-histórico-lingüístico de Curt Nim
uendaju Unkel,que abrang e quase todos
os nomes tribais conhecidos, sendo o primeiro mapa elaborado para o
Smithsonian Institution, dos Estados Unidos da América, 1942. O segundo,
para o Museu Paraense Emílio Goeldi,943.0
1 terceiro,para o Museu Nacional
do Rio de Janeiro,
Brasileiro 1944, o equa
de Geografia l serviu de-bas
Estatística e para
em a publicaçã
cooperação o doaIns
com tituto
Fundação Pró-
Memória - 1981 - onde estão ampeados 1.400 grup os indígenas.
Curt Unkel era praticamente brasileiro. Nasceu em Iena, Turíngia,
Alemanha Central,em 17 de abrilde 1883. Em companhia de outro s emigrantes,
veio para o Brasilem 1903. Dois anos depois, em 1905, estabeleceu conta tos
com os Guarani do oeste de São Paulo. Em 1907 foi aceito como membro da
tribo, recebendo o nome indígena NIMUENDAJU, isto é,
"aquele que fez residência entre nós".
Ingressou no Serviço deProteção aos índios, em 1911, fundado no ano
anterior pelo vice-pres
idente em exercício Nilo Procópio Peçanha (14.06.1909
al5.11.1910)e confiado ao grande sertanista Cândido Marian o da Silva Rond on
(1865-1958).
Em 1922adquiriu a cidadan ia brasilei
ra e passou a adotar oficialmente o
sobrenome Nimuendaju. Em 1945, sob os auspício do Museu Paraense, Emílio
Goeldi e do Mu seu Nacional, a despeito as d recomendaçõesédicas,
m viajou
ao Alto Solimões, em prosseguimento às suas pesquisas sobre a língua e a
mitologia Tukuna.
No mesmo ano, a 10 de dezembro, em Santa Rita, Amazonas,
repentinamente, faleceu.

41
O INDÍGENA CARIJÓ
O monumental mapa Etno-Históri co-Lingüístico Nimuendaju, map a para
todo o litoral de Paranaguá e também para o sul, a presença da valorosa e
aguerrida tribo Carijó,da grande família tupi-gu
arani. Caahijo -na velha versão
jesuítica - quer dizer - filho da mata.
Fazer-se uma investigação realmente verdadeira da população indígena
Carijó, que há mais de três séculos existiu e habitou nos contornos dos rios e
da baía de Paranaguá, é querer o impossível, mormente porque não houve
escritores das histórias brasileiras que escrevessem sobre tal matéria. Por isso,
uma questão sujeita a cálculo e este pode se verificar realmente que então
poderia haver uma população de 6 a 8 mil habitantes. 16

Contar é um a práticamoderna, o método antigo eraupor.


s 17

O grupo tribal Carijó,do litoralde Paranaguá, vivia um estágioultural


c
diferente daq uele gru po tribal primitivo,
pré-históric
o, construtor de
sambaqui.
O nativo Carijó conhecia uma agricultura mais desenvolvida, menor
obsessão pela guerra e não praticava a antropofagia. A lavoura, mesmo
rudimentar, desempenhou importante papel ao lado da caça, pescae coleta.
pássaros diversos,
A caça pescados
da capivara, porco-doabundantes, siri,, paca
-mato, veado, tatu mexilhões, ameijoas,
, cotia,quati,raposa, ostras,
caranguejos, bacurus, camarões e outros moluscos; a coleta de frutos, como
banana, abacaxi, mamão, laranja, tucum, indaiá, brejaúva, jabuticaba, jaca,
pitanga, araçá, goiaba, batata, cará, inhami, abóbora, aipim, milho, mandioca,
feijão, formava o conjunto da dieta básica dos nativos, incorporado na
complementação alimentar dos brasileiros.
Dentre os produtos da lavoura a que mais impressionou pela larga
utilida
de e por sua
s características, foi a mandioca. Planta arbus tiva, asdiversas
variedades produziam raízes de tamanho e grossura variáveis.
Alimento básico dos índios, exigia cuidados especiais, já que só podia
ser consumida depois de descascada, ralada e espremida a fim de eliminar o
ácido venenoso. A farinha obtida era consumida sozinha ou com mistura -
carne,peixe,caldos -podendo ser transformada em pão, biju,biscoito,bolo e
mingau.
Tanto os homens como as mulheres, acostumados desde a infância a
comê-la
barro ouseca em lugar outro
em qualquer do pão, tomam-na
recipiente e acom os quatro
atiram, mesmo dedos na vasilha
de longe, com de
tal

(16)- VIEIRA DOS SANTOS, A. -Memória Histórica da Cidade de Paranaguá e seu Município. Ed. Prefeitura
Municipal de Paranaguá, 1922, p.81.
(17)- DOBYNS. Henrt. Apud POSSE. Zulmara Clara Sauner, Dissertação de Mestrado - UFPR -1978, p.25.

42
Das Urwenx ã Atualidad e

destreza na boca que não perdem um só farelo. E se nós os franceses


quiséssemos imitar, não estando com eles acostumados, sujaríamos o rosto,
18

ventas, bochechas
ha degueerra"
A "farin barbas.
que os índios usavam emsuas viagens eexpedições,
tornou-se a principal provisão das bandeiras.
A divisã
o do trabalho determ inava para o homem, além da ca ça, pesca e
coleta, a construção de canoas, armas, cabanas, limpeza do terreno para a
lavoura. A mulher, além de plantar e preparar o alimento, colher os frutos e
raízes comestíveis, cuidava as crianças,
d confeccionava as peças de cerâmica,
fazia far
inha de mandioca, trançava a rede.O trabalho damulher era diário.O
do homem, ainda qu e pesado,era espaçado. Daí,no primeiro mom ento, jul
gar-
se o índio indolente.
Os traços físicos do indígena Carijó e a sua cultura estão presentes na
maioria dos habitantes litorâneos do Paraná, nos vocábulos designativos dos
acidentes geográficos, nos hábito
s e costumes, como sentar de cócoras,comer
em cuia,tomar banho diário eoutros.
O clima quente, a abundância oferecida pela natureza, a facilidade de
obtenção do mínim o necessário àsobrevivência,den a sa vegetação, os imensos
manguezais,
marítimos e perto de uma
fluviais, centena deàrios,
fundamentais três dezenas
penetração, de ilhas,
tornaram os caminhos
possível a
consolidação do povoamento da região de Paranaguá, auxiliado pelo trabalho
e a experiência dohabitante,o audaz Caahijo - o filho damata.

(18)- LERY, Jeaii de. Viapem à terra do Brasil. Cia. Editora Nacional, Rio de Janeiro, 1926, Apud op.cit.

43
II - RÁPID AS REF ER ÊNC IA S

A FERTILIDADE DA TERRA
O clima quen te e úmido, tipicamente tropical,
permitia colheitasvariadas
e abundantes. As terras da região litorânea apresentavam-se bastante férteis.
Em toda a costeira desde a barra do sul e rios Maciel, Guaraguaçu,
Almeidas, Correias, Taguaré (hoje Itiberê), Emboguaçu até o rio das Pedras,
são terras areentas e só próprias para plantações de mandioca que nelas
prosperam otimamente.
As margens situadas na baía, desde oeste até o nordeste, são terrenos
barrentos,terrasnegras,gordurosas, adubadas como estrumes das matas Iodeos
das enchentes dos rios e por isso mais próprias para plantação de cana, milho
arroz, café, feijão.
Produz o terreno muito bem bananeiras de todas espéci
as es. Tem cachos
que necessitam de ser carrega
dos apau e corda.Tem pencas com mais de04a
50 bananas. O feijão é regulada sua produção 80 a 100 alqueires por um. O
arroz multiplicacom maior abundância nos riosdos Medeiros,Itaqui,Tagaçab
a,
Borrachu
do, Serra
O café, estaNegra e Gu
planta araqueçab
produz a.
otimamente nos terrenos barrentos.
Em terrenos areentos, produz bem toda espécie de plantas farináceas,
como aipim, araruta, batatas, carás, inhames, taiás, mangaritos, abóboras,
morangos.
É portanto o solo do município de Paranaguá, igual a este paraíso de
éden que os poetas nos pintam ou outra nova terra da promissão.
(VIEIRA DOS SANTOS, Antônio, Memória Histórica da Cidade de Paranaguá e seu
Município. Ed. Pref. Munic. Parana guá, 1922 , p. 75. )

44
uas ungens a Atualidade

A CONQ UISTA DAI ICOSTA


I MER IDION AL
O TRATADO DE TORDESILHAS
Os limites entre Ama éricaportuguesa e aAmérica espanhola, na porção
meridional do continente, estavam idealmente estabelecidos pelo Tratado de
Tordesilh
as, firmado em 7 de junho de 1494. Os dois países,entretanto, nã
o se
preocupavam em definir os contornos dos seus domínios^;>'
Portugal considerava legítima a ocupação da parte meridional do Brasil
até Laguna, hoje Estado de Santa Catarina.
A Espanha, entretanto, contestava e considerava que o meridiano de
Tordesilhas, naaltura da ingressão da baía
de Paranaguá, perdia-se noAtlântico.
Além de Cananéia,a Espanha desconhecia qualq uer pretensão portuguesa. Os
mapas marinhos espanhó is da épocada expedição de Alvar Nun ez Cabezade
Vaca - 1541 a 1600 - designam a baía de Paranaguá como:
"Baya de la Coron
a de Castilla".
OS NAVEGANTES
Focaliza este tópico a navegação da costa brasileira na primeira metade
do século XVI, que ultrapassou as barras da baía de Paranaguá.
Estudos de notáveis pesquisadores, entre eles, Jaime Cortesão,
comandante A. Teixeira da Costa, Max Justus Guedes e outros, concluiu-se
nova cronologia para as viagens de reconhecimento e exploração do litoral
brasileiro, no primeiro lustro do referido século, assim resumida:
1501-1502 - Viagem realizada sob o comando de Gonçalo Coelho.
Participou Américo Vespúcio.
1502-1503 - Viagem realizada em conseqüência do arrendamento do
Brasil ao consórcio encabeçado por Fernando de Noronha.
1503-1504 - Outra viagem realizada por Gonçalo Coelho. Novamente
dela participou Américo Vespúcio.
GonçaloCoelho
Em 13 de maio de 1501, Gonçalo Coelho pa rtiu de L
isboa com ma u
frota derês
t navios.Em Cabo Ver de encontrou-se com algunsios nav
daesquadra
de Cabral, que retornavam da índia.
Por volta de17 de agosto, a frota atingiu a costa brasileira,
na altura do

45
Rio Grande doNorte. Os trechos melhor reconhecidos fora
m os da proximidades
do rioSão Francisco,baía de Todos os Santos, Porto Seguro, São Tome, rio
Cananor (Cananéia),
festividades religiosas.batizados
Entre eles:com nomes de santos de cada dia e das
1501: 16/8-Cabo São Roque
28/8 - Cabo Santo Agostinho
29/9 - Rio São Miguel
4/10 - Rio São Francisco
1711 - Baía de Todos os Santos
21/12-Cabo São Tome
1502: 171 - Rio de Janeiro
6/1 - Angra dos Reis
20/1 - Ilha de São Seb astião
22/1 - Porto de São Vicente
A frota avistou, em latitude próxima dos 50° S, algo que pareceu uma
terra gela
da, terrivelmente inóspita . l9

BinotPaulmier deGouneville
O navio
capitão Binotfran cês UEspoi
Paulmier der,Gouneville,
de cento evin te toneladas,
com sobcom
dois armadores, o ando
dois do
portugueses,
Bastião deMoura e Diogo do Couto, esessenta tripulante s, deixou o porto de
Honfleur, em 24 dejunho de 1503.
O objetivonicial
i do capitão Go uneville não era o Brasil. Açoitado p or
fortíssim
o tempo, desviou-se até um a terra aonde chegou , cerca de seismeses
após a partida, a 5 de janeiro de 5104, no localem São Francisco do Sul.
Permaneceram seis meses no lugar, onde praticaram escambos (trocas)
com osindígenas Carijó, repararam o navio e embarcaram rodu p tos daregião,
entre eles, peles,penas e raízes.
Efetuado um levantam ento topográfic o, erguida uma grand e cruz coma
gravação dos nom es do papa Alexandre VI, do reida França, Franc isco I, do
próprio capitão Gouneville e dos demais membros da tripulação, partiram em
3 de julho leva ndo com eleso índio Essome rique, filho do cacique Arosca.

Dom Nuno Manuel


O navegador português, Dom Nuno Manuel, em viagem realizada no ano
de 1513, percorreu a costabrasileira, alcançan
do, prov
avelmente, o rio da Prata.

(19)- GUEDES, Max Justo, As primeiras Expedições de Reconhecimento da Costa Brasileira. História Naval
Brasileira, Ministério da Marinha. Serviço de Documentação Geral da Marinha, Primeiro Volume, Tomo I, Rio
de Janeiro, 1975, p. 236.

46
uas Origens a Atualidade

João Dias de Sólis


Navegador português a serviço da Espanha.
Patos,Em 1515,
a atual João Dias de porq
Florianópolis, Sóli
ues descobrim
aliviviau aosilha que deno
índios mi
Pato,
umnoudo
de ilha dos
s ramos da
família tupi-guarani.
Aleixo de Garcia,
participan
te desta expediçã o, em 1516, partiu do litoral
da ilha dos Patos, embrenhando-se pelos sertões, penetrou no território hoje
Estado do Paraná e atingiu o rio Paraguai.
Cristóvão Jaques
O navegador português, Cristóvão Jaques, realizou três viagens àcosta
brasileira.A primeira está situada no períod
o compreendido entre osmeses de
junho de 1516 e maio de 1519, em missão policiadora. Percorreu o litoral, mas
não ultrapassou as barras da baía de Paranaguá.
A segunda viagem, situada no período compreen dido entreos mesesde
setembro e dezembro de 1521, além de per correr aoitoral
l brasileiro, navegou
o rio de Prata e penetrou o rio Paraná, procurando interessar ao monarca a
colonização.
A terceira
fevereiro e junhoviagem,
de 1527,situada
cumpriunoaperíodo
missão compreendido
de combater osentre osfranceses
navios meses de
que viessem aolitoralbrasileiro.Esta viagem ta
mbém não ultrap
assou as barras
da baía de Paranaguá.

Fernão de Magalhã es
A frota composta de cinco navios, sob o comando de Fernão de
Magalhães, português a serviço de Castela, partiu do porto de Sanlúcar de
Barrameda, Espanha, a 20 de setembro de 1519, a fim de realizar o antigo
projeto de atingir o Oriente, navegando pelo Ocidente.
Magalhães concebeu a idéia de atingir as ilhas Molucas e procurou
demonstrar ao reiCarlosI, mais tarde imp erador daAlemanha, como títulode
CarlosV, que aqu elas ilhas se encontravam dentro dos domín ios espanhóis,
de
acordo com o Tratado deordesilhas.
T
A frota atingiu ao cabo de Santa Maria - hoje Punta dei Este - em 10 de
janeiro de 1520. Explorou a foz do rio da Prata, percorrendo as costas
meridionais da Patagônia, à procura de uma passagem que ligasse ao Oceano
Pacífico.
Vencidos os maiores perigos e sufocado uma revolta dos capitães
espanhóis, que se negavam a continuar a viagem, Fernão de Magalhães penetrou
no estreito, no dia 1.
° de novem bro, que, em sua honra, hoje se chama Estrei
to
de Magalhães.
47
Em menos de ummês depois, conseguiu dob
rar ocaboDesejad o, avistando
as águas doOceano Pací
fico. Encontrara,finalmente, outro camin
ho maríti
mo
que levava
Em 6 de às març
índias.
o de 1521, atingiu as ilh
as Marianas. Em abril, anç
alcou o
arquipélago, depois chamados deFilipinas,quando foimorto pelos indígenas.
A tripulação, sob o comando de Sebastião Elcano, prosseguiu e pelo
caminho português, conseguiu regressar à Espanha, somente um navio, em 6
de setembro de 1522, trazendo a glória dehaver realizada a primeiragemvia
de circunavegação do globo.
Escreveu o D r. J. Cotesão:
E considerada por quase todos os geógrafos e historiadores
como sendo não somente a mais audaciosa de todas as viagens
marítimas mas, ainda, segundo a expressão de Draper, a maior
exploração dos anais da humanidade. As virtudes características
do herói, a fé numa idéia, a obstinação na vontade de a realizar, o
espírito de sacrifício, raras vezes são encarnadas num tão forte
exemplar humano e encontram tão dramáticas circunstâncias para
se afirmar. Graças a Magalhães, o esforço das navegações
portuguesas caracterizadas pelo rigor do método científico, acabava
de
comdar a volta
toda do globo.
a evidência. A esfericidade
O projeto da oterra
de atingir era demonstrada
Oriente pelo caminho
do Ocidente havia-se realizado pela primeira vez. O problema
geográfico da distribuição das terras e dos mares, tão discutido desde
a Antigüidade, esclarecia-se, em grande parte, após a travessia do
mais extenso e menos habitado dos oceanos.

Sebastião C aboto
O navegador veneziano, Sebastião Caboto, a serviço de Castela, com
quatro navios e cerca 200 tripulantes,partiu de Sanlúcar deBarrameda, Espanha,
a 3 de abril de1526, em busca da serra daPrata. Qu ando Caboto tenta
va penetrar
na baía da ilha dos Patos, por ele, a partir d e então, deno
minada de ilha de
Santa Catarina, 28a de outubro, o navio capitania foi de encontro a um baixio
e soçobrou.
Caboto pe rmaneceu na ilha de Santa Catarina três meses, em 15 de
fevereiro de 1527, seguiu para o rio da Prata.

Diego de Garcia
Navegador português a serviço de Castela.
Com dois navios, tripulados por cem homens, partiu de Corumbá,
Espanha, em agosto de 1527. Em 10 de abril de 1528, Garcia navegou o rio
Paraná e em 7 de maio houve o encontro com Sebastião Caboto.

48
L/LIA isrigens a ntuiutuuuc

Depois dealguns desentendimen


tos,finalmen
te os navegantes Caboto e
Garcia, concordaram em unir sua forças para empreenderem juntos a busca da
Sierra de la Plata.
Martim Afonso de Sousa - ('1500-1571')
Dom João III, o Colonizador, 15.° rei de Portugal (1521-1557), pela
Carta Regiade 20de novembro de 1530, concedeu a Martim A fonso de Sousa
o comando daexpedição colonizadora,om c amplos e excepcionaispoderes de
organizar e tomar posse da terra.
A Frota
1) - Capitan
ia - Pero Lopes deSousa
2) - São Miguel - Heitor de Sousa
3) - São Vicente- Pero Lobo Pinheiro
4) - Rosa -Diogo Leite
5) - Princesa - Baltazar Gonçalves
6) - N. S. das Candeias, francesa, incorporada à frota em Pernambuco
7) - Santa Maria do Cabo - ia para Sofala; Martim Afonso resolveu
incorporar à frota na Bahia.
A Tripulaçã
o
Dentre os quatrocentos tripulantes e passageiros embarcados, merecem
referência alguns futuros povoadores do Brasil. Entre eles:
Pero de Góis eseus irmãos Luís eGabriel deGóis.
Rui e Francisco Pinto.
Padre Gonçalo Monteiro.
Ferramentas,sementes,plantas, anima
is domésticose outras mercadorias
faziam parte da carga.
A Missão
1)- Assegurar o efetivo domínio português na América.
2)- Combater e afugentar o navios franceses que viessem à costa
brasileira.
3)- Explorar o litoral entre o Maranhão e o rio da Prata.
4)- Tomar posse do rio da Prata.
5)- Estabelecerum ou mai s núcleos de povoamento mais estáveis que
as anteriores feitorias para resgate de pau-brasil, dando-lhes caráter político-
administrativo.
Martim Afonso deSousa partiu de Lisboa em3 de dezem bro. Em finsde

49
janeiro de 1531, atingia Pernambuco, onde apresou três navios franceses.
Queimou um, o outro enviou a Portugal e o outro incorporou à frota com o
nome de N. S. das Candeias.
Destacou da frota dois
navios - Rosae Princesa-sob asordens de Diogo
Leite, ao qual ordenou explorar acostanorte até o Maranhão.
Em 13 março, chego u à Bahia. Encontro u Diogo Álvares Correia -o
Caramuru - que, segundo o "Diário de Navegação" de Pero Lopes de Sousa
(1510-1539), irmão do capitão-mor, fazia vinte e dois anos que estava nessa
terra.
Em 30de abril,a frota entrou no por
to doRio de Janeiro,onde permaneceu
três meses. Durante esse tempo montaram uma casa, com cerca em redor,
intalaram um a oficina e construíram doisbergantins para quin
ze homens cada
um. Quatro homens fora m enviados ao interior,
os quais,em dois meses, teriam
andado cento e quinze léguas. Na volta, um cacique os acompanhou para
informar pessoalmente Martim Afonso a existência de ouro e prata no rio
Paraguai.
Em 1.° de agosto,a frota zarpou do porto do Rio de Janeiro. No dia 12,
clareando o tempo e se dissipando a névoa, reconheceram a ilha de Cananéia
(atual Em
ilhade Bom Abrigo).
bergantim sob as ordens de Pedro Anes, enviado para falar com os
índios, na volta trouxe o bacharel que, de acordo diário,
com ofazia trinta ano s
que se encontrav a desterr
ado nesse lugar. Vierambé tam
m Francisco de Chaves,
o grande língua, e mais cinco ou seiscastelhanos.
Em vista das informações que prestar am, asquais, emparte, confirm avam
as do cacique no Rio de Janei ro, e diante da pro
messa de Francisc o de Chaves,
dizendo que entre mais ou menos dez meses voltaria a esse porto com
quatrocen tos escravoscarregados deouro e prata, Martim Afon so, polarizados
pelas miríficas riquezas, atingíveis através dos caminhos pré-cabralinos do
Peabiru, decidiu enviar PeroLobo terraadentro, com oitenta home ns - quarenta
besteiros e quarenta espingardeiros.
Os caminhos do Peabiru, ou de São Tome - Pai Zumé - dos silvícolas,
eram bastante utilizados pelos índios mateiros em suas andanças.
A "estrada" partia dolitoralsul paulista, atravessava osontra
c frontes da
Serra doMar,penetravam osvales Ribeirado Iguap e, Açungui e Iguaçu, atingia
o rio Paraná na região das Sete Quedas, alcançavam o território paraguaio e,
transpondo a cordilheira dosAndes,termin ava na costa peruana. Possuía várias
trilhasque se ramificavam na direção Norte/Sul,
A bandeira partiu a 1.° de setembro de 531,
1 e o seus partici
pantes foram,
seguramente, os primeiros europeus a palmilhar o território paranaense.

50
Das Origens à Atualidade

Infelizmente, ninguém regressou.


Entre o rio Paraná e o rio Iguaçu, os índios mataram os portugueses
que Martim Afonso de Sousa enviou a descobrir aquela terra ". 2

Depois de quato rze diasem Cananéia,em 26de setembro,a frota ru mou


para o sul, chegando a 16 de outub ro perto da atual Pu
nta dei Este, onde a nau
capitania naufragou e o capitão-mor e a tripulação salvaram-se a nado,
perecendo, poré m, setetripulantes.
Reunido em conselho, no qual tomaram parte pilotos e marinheiros
experientes, ficou resolvido que Pero Lopes de Sousa, com o prazo de vinte
dias,num bergantim, navegasse o rio da Prata.Partiu em23 de novem bro com
trinta homens. Em 1.° de dezembro atingiu o estuáriorio doParaná. Remontando
o rio encontrou, segundo as informações dosíndios,a terrados Caradim.
No esteirodos Carad im determinou a colocaçãode doispadrões com as
armas de Portugal e tomou posse da terra.Como vencia o prazo de vinte dias,
resolveu voltar.
Em 27 de dezembro, depois de tantos esforços e sacrifícios, finalmente
Pero Lopeschegou à ilha das Palmas, reunindo-se com Martim Afonso.
Durante
do Brasil. Em quatro dias permaneceram
1.° de dezembro partiram donesta
portoilha
depreparando
Maldonado,ade volta à costa
regresso,
tendo por capitania a nau Nossa Senhora das Candeias, onde viajaram dois
irmãos.
No dia 7avistaram a serra do mar e 8,
a ao pôr-do-sol, chegaram à ilha
de Cananéia (ilha de Bom Abrigo), onde ficaram até o dia 16, reparando o
rombo por onde a nau capitania fazia
água. Em 20 de janeiro, avistaram enseada
de São Vicente.
A terra de São Vicente pareceu tão em condições a todos que Martim
Afonso resolveufundar ali uma povoaç ão. Nasceu SãoVicente, primeira vila
do Brasil, fundada a 22 de janeiro de532.
1
Depois dequatro meses em São Vic ente,partiu Pero Lopes de Sousa a
22 de maio, no galeã o São Vicente,ao Riode Janeiro, ond e juntou-se a elea
nau Nossa Senhora das Candeias. Partiram do porto do Rio de Janeiro a 4 de
julho.
A vista da ilha de Santo Aleixo, na costa pernambucana, Pero Lopes
atacou umadeembarcação
carregado francesa, apoderando-se
munições destinadas deladee Pernambuco.
ao fortim francês de outro navio
Este
fortim havia sido construído pelos tripulantes da nau La Pélerine e estava
guarnecido com setenta homens, no mesmo lugar da feitoria portuguesa, que
(20)- HERNANDEZ, Pero, Comentários de Alvar Nune? Cahe7a de Vaca. Madri, 1922, cap.ll, p.182. Apud TRÍAS,
Rolando A. Laguarda, A viagem de Martim Afonso de S ousa. História Naval Brasileira, Primeiro Volume, Tomo 11,
Ministério da Marinha, Serviço de Documentação Geral da Marinha, Rio de Janeiro, 1975, p.379.

51
fora destruída, situada no rio Igaraçu.
Os portugueses, após dezoito dias de assédio, apoderaram-se do fortim.
Pero
brasil.Lopes
Depois construiu novo forte
desses valiosos e firmou
serviços o domínio
prestados, lusitano
partiu na costa dorumo
de Pernambuco pau-
a Portugal, chegando em princípios do mês de janeiro de 1533. Não retornou
mais ao Brasi l.
A nau francesa LaPélerine,carregada de pau-brasil, algodão, papaga ios,
macacose outras mercadorias, naaltura da costacastelhana de Anda luzia, em
15 de agosto de1532, foi aprisionadaela p armada portuguesa composta de
mais de dez navios, sob o comando de Antônio Correia.
Em São Vicente, prosseguia a obra colonizadora, de Martim Afonso.
Fundou duas vilas: a primeira, denominada São Vicente, no litoral; a segunda,
no planalto, à margem do rio Piratininga.
Em setembro de 1532, o rei Dom João III, em carta trazida por João de
Sousa, comunicava a Martim Afonso os estudos da divisão do Brasil em
capitanias hereditárias, concedendo-lhe liberdade de permanecer na terra ou
voltar para Portugal.
Resolvidoa regressar, deixougo overno deSão Vicenteao padr e Gonçalo
Monteiro enome
Em mar çoou
de João
1533,Ramalho,
partiu para"Capitão-mor
Portug dacaravela
al, onde, na borda
dalém
e Santa
do campo".
Maria
do Cabo, chegou em Lisboaem agosto do mes mo ano.
Enquanto de outrasviagens portug uesas apenas são conservados alguns
dados, daexpediçã o de Martim Afon so deSousa chego u aténós uma cronologia
circunstanciada, registrada por Pero Lopes de Sousa, no seu "Diário de
Navegação".

52
Das Origens à Atualidade

III - RÁPIDA S REFE REN CIA S

MARTIM AFONSO DE SOUSA


Fidalgo portu
guês delinhag em real, era primo de Dom Antônio de Ataíde,
Conde de Castanhe ira,grande valido do rei Dom JoãoIII.
Martim Afonso nasceu em 1500, em Vila Viçosa. Casou-se com Ana
Pimentel,em Espanh a, aonde havia idocom acomitiva darainha Dona Leonor.
Esteveno exército deCarlos Vno sítiode Fuemterrabia. Regressou a Portugal
cerca de 1525. Depois de sua via
gem ao Brasile ao rioda Prata, foi desig
nado
capitão-mor do mar na índia,para onde partiu em1534. Retornou a Lisboaem
1539. Foi nomeado governador da índia em 1541 e deixou esse governo em
1545.
Foi-lheconcedida, em de6 outubro de 1534, quando estava na índia, a
capitania de SãoVicente,constituída dedois quin hões, sendo cinqüenta ecinco
léguas no Rio de Janeiro equarenta ecincoléguas, em São Vicente, num total
de cemléguas.
Participo
u do Conselho Re al, redigiu uma pequena históriade suavida
21

e morreu aos 71 anos de idade.


PERO LOPES DE SOUSA
Fidalgoportuguês delinhagem real, era primo de Dom Antônio de Ataíde,
Conde de Castanheira, grande valido do rei
Dom João II.
Pero Lopes deSousa nasceu, supõe-se,r po voltade 1510. Tinha, portan
to,
uns vinteanos quando acompanhou o irmão Martim Afonso de Sousana viagem
ao Brasil e ao rio da Prata. É o autor do "Diário de Navegação", registro
cronológico de tudo o que ocorreu nesta viagem.
Depois de retornar do Brasil, chegando a Lisboa em fins de 1532, foi
enviado numa caravela,com Tome de Sousa,à costa da África.
Foram-lhe concedida, em 1.° de setembro de 1534, as seguintes
capitanias: Itamaracá,dezde légu
as; Santo Am aro, de trintaléguas; e Sant'
Ana,
de quarenta léguas, totalizando oitenta léguas.
Foi capitão de um dos navios da armada de Dom Antônio de Saldanha.
Esta armad
almiran a, unid
te genovêsaAàs
ndgaleras egaleões
réa Dória, daEspan
dirigiu-se, h35,
em 15 a esob
àsquatrocenta
o comandos de
naves do
Carl
os
V, para bater o almirante turco Bar
ba-Roxa,apoderou-se de Goleta e de Túnis
e resgatou vinte mil prisioneiros.
(21)-TRÍAS,Rolando A. Laguarda. Viagem de Martim Afonso de Sousa. História Naval Brasileira, Primeiro Volume,
Tomo II, Ministério da Marinha, Serviço de Documentação Geral da Marinha, Rio de Janeiro, 1975, p.350.

53
De regresso a Portugal, casou-se com Isabel de Gamboa. Serviu,
durante dois anos, na armada guarda-costa do reino e apresou vários navios
franceses,
Em entre
24 deosmarço
Açores
de e1539,
Berlengas.
partiu para a índia como capitão-mor de
uma armada . Ao regresso destaviagem, capitaneand
o a nau Esperança Galera,
veio a encontrar a morte próximo da ilha de Madagascar, lado oriente do
continente africano, em
plena juventude, tendo po
r túmulo o Oceano Índico.
22

(22)- lbidem. op. cit. p. 351.

54
uas ungens a niuatiaaae

IV
POV OAM ENTO DO LITOR AL
Paranaguá, logo após os primeiros anos dos viagens exploradoras, foi a
primeira região da costa meridional a ser percorrida pelos portugueses. A
penetração ocorreu através dos primeiros morad
ores de Cananéiavicenti
e nos,
náufragos ou desterrados,
nos período
s compreendidos entreos anos de1501 e
seguintes, os quais atingiram o Superagüi, norte da baía de Paranaguá,
navegando pela li
gação conhecidacomo canal doVaraduro.

CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
Coube ao Rei Dom João IIIa soluçã o colonizadora aplicada ao Brasi l,
apoiada na iniciativa particular controlada pelo estado. Era a experiência
portuguesa praticada na Madeira,Porto Santo,Açores,Cabo Verde, São Tome
e Príncipe.O sistema de capitanias editárias,
her ado
tada no Brasil se incluiu na
política econômica do mercantilismo,visando à implan tação de um a estrutura
de produção
nacional, . Ouobjeti
a qualq vo A
er preço.doteoria
mercan
dotilismo era oo hoje
mercantilism fortalecim
podento do esta
e serenten do
dida
como a infância do capitalismo moderno. O que se concedia aos donatários
visava favorecer o desenvolvimento econômico. A coroa não alienava as
propriedade da terra, somente a posse útil.
As terras da osta
c brasil eira,no sentido norte/sul, foram divididas em
quinze faixas, doadas a doze donatários, partindo do litoral rumo ao sertão até
o limite idealmente estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas.
Carta de Doação
Pela Carta de Doação, a coroa doava certo número de léguas de terras
e sua jurisdição ci
vil e criminal e atribuía aodonatário opoder para tomar posse
do lote, das suas rendas e de todas as coisas compreendidas na doação.
Os direitos mais importantes:
1.- distrib
uir justiça;
2.- conceder asilo;
3.- escravizar índios e vendê-los em Portugal, em número de trinta e
nove, anualmente;
4.- doar sesmarias a cristãos;
5.- participar dos privilégios fiscais da coroa;
6.- transmitir a capitania por herança;
7.- reservar sesmarias

55
Carta foral
Os direitosmais importantes:
1.- oconceder
2.- sesmarias,
monopólio real do exceto a parentes
pau-brasil próximos;
e das especiarias;
3.- o direito aodonatário de explora
r minas, reserv
ando à coroa o quinto
dos metais preciosos;
4.- concessão ao donatário da dízima do referido quinto;
5.- reserva à Ordem de N. S.Jesus Cristoda dízim
a de todo opescado;
6.- liberdade de comunicação e trocas entre as várias capitanias;
7.- isenção de taxas no comércio interno;
8.- concessão ao donatário dos impostos devidos pelos tabeliães;
Deveres dos donatários
1.- promover a colonização;
2.- defender a terra;
3.- preservar a fé;
Direitos da Coroa
1.- cunhagem de moedas;
2.- monopólio das drogas, especiarias e pau-brasil;
3.- arrecadação do quinto dos minerais preciosos e dos dízimos dos
demais produtos, como direito da coroa sobre a terra da qual era soberana.
As capitanias de Pero Lopes de Sousa
Em 1.° de setembro de 1534, o rei Dom João III assinou as cartas de
doações e as cartas forais correspondentes, doando a Pero Lopes de Sousa, a
seguintes capitanias, no total de oitenta léguas:
1.- Itamaracá - trinta léguas entre as capitanias do Rio Grande e
Pernambuco;
2. - Santo Amaro - dez léguas, entre o Riode Janeiro ea capitania de
São Vicente;
3.- Sant'Ana -quarenta léguas - principiava a doze léguas da capitania
de São Vicente, ao sul, abrangia todo o litoral de Paranaguá até o limite
idealmente estabelec
ido pelo Tratado de Tordesilh as - Laguna.

A
EmCapitania de Martim
6 de outubro Afonso
do mesmo de Martim
ano, Sousa Afonso de Sousa recebia a
capitania de São Vicente, que se constituía de cem léguas, sendo cinqüenta e
cinco léguas no Rio de Janeiro entre ascapitanias deSão Tome -depois Campos
dos Goitacá- e Santo Am aro, quarenta e cinco léguas em São Vicente
, entre as
capitanias de Santo Amaro e de Sant'Ana.

56
O sistema de capitanias reflete, em essência, os esforço oficial para a
colonização, que seria executada por particulares. A colonização consistia,
basicamente,na montagem de uma estruturaprodu
de ção açucar eiradependente
à Europa, com o desenvolvimento das "Plantations", que se destacou,
representadas pelas grandes lavouras canavieiras e mão-de-obra escrava
determinando o tipo agrário adotado - a grande propriedade e a escravatura.
As donatárias, não obstante se apoiassem na agro-indústria voltadas
para o mer
cado externo,com a exportação do açúcar,
visavam, também, criar
núcleos de penetração exploradora em buscas de metais preciosos, um dos
objetivos do metalismo português.
Causas do relativo fracasso do sistema
As Capitaniasexcetu
- ando Pernambuco eSão Vicente- não alcançaram
o desenvolvimento remotamente previsto. Apontam-se as causas:
1.- escassez de recursos financeiros na maioria dos donatários;
2.- silvícolas ferozes;
3.- enorme extensão dos lotes;
4.- desinteresse;
5.- faltas de terras férteis
em algumas capitanias;
6.- dificuldades de comunicação;
7.- grande distân cia entre Port
ugal e o Brasil.
Capitania de Sant'Ana
A Capitania de Sant
'Ana,doada a Pero Lopes de Sousa, que principiava
a doze léguas ao sul da capitania de São Vicente, abrangia todo o litoral de
Paranaguá, e o donatá
rio nem tev
e tempo para dar iníci
o à colonização eao
povoamento. Em 1539, pereceu em um naufrágio (v. item 2.0, de III Rápidas
Referências).

ALVAR NUNEZ CABEZA DE VACA


Em 29 demarço de1541, partindo de terras norte-am
ericanas, onde se
encontrava, o espanhol Alvar Nunez Cabeza de Vaca, nomeado governador do
Paraguai, chegou à ilha de Santa Catarina, com quatro navios, quatrocentos
homens e quarenta cavalos. .

catarinen
Decidindo
se e trilhandoviajar
os passo
por
s deterra
Aleixo
até de
a Garcia
sede -do
que,cargo,
como já
partiu
se disse,
do litoral
realizou a inc
rível façanh a de romp er os sert
ão, em 1526, atingindo o Paraguai
- Cabeza de Vaca, guiado por índios mateiros, atravessou o território do atual
Estado do Paraná, vencendo ermos, montanhas e matas, habitados por tribos
hostis e quatro meses e nove dias depois, chegava a Assunção, no Paraguai.

57
No caminho da demorada travessia, depararam comuma visãoimpression ante
que Alvar Nun ez apenas pôde excl
amar:
"Santa Maria!",
dando assim nome à fabulosas cataratas do Iguaçu.
GOVERNO GERAL DO BRASIL
Em 29 demarço de 1549 - data comemorativa da fundação da cidade
de Salvador chego
- u à BahiaTome de Sousa, nomeada o primeiro govern ador
do Brasil.
A criação dogoverno geral não elimin ou o sistema de donatária s, já que
a finalidade era centralizar ogoverno, e prestar favor e ajuda às capitanias.
HANS STADEN
Em 18de novembro (1549), de um dos nav ios daexpedição do gov ernador
espanhol do rio da Prata, Diego de Senábria, data o primeiro relato da baía de
Paranaguá.
O navio, procedente Sevilha,
de Espanh a, na altura doSuperagüi enfren tou
fortíssimo tem
po, que obrigou a refugiar-se nacosta, entrando em contato com
os luso-brasileiros de São
Vicente, que, na região praticavam escam bo (troca),
permutando, mascateando, certamente trafic
ando com
O episódio érelatado por uma figura curiosa os indígenas.
e esquisita de aventureiro,
que figurav
a nas páginas da História doBrasil - o alemão Ha ns Staden.
Começou a soprar fortemente o vento e então tivemos receio de ser
lançados sobre as rochas. Continuamos costeando, mas não nos serviu de nada,
porque o vento nos levou sobre as rochas ... tivemo s que nos dirigi r à terra,
com a convic ção de que iríam os perece r. Mas quis Deu s que quando che gamos
bem próxim o das roch as nossos comp anhe iros disting uiram um porto, no qual
entramos. Então vimos um pequeno navio que fugiu de nós e se escondeu
atrás de uma ilha, onde não podíam os v er nem saber qu e na vio era, pelo que
não o seguim os...v eio uma grand e embar cação com selvag ens, que queria m
falar conosc o, mas nenhum de nós entendi a a língu a deles. ..veio mais uma
embarcação com dois portugueses. Estes nos perguntaram de onde vínhamos.
Respon demos que vínham os d a Espanh a. A isto, respo nderam que devíam os
ter um bom piloto, porque , apesa r de conhec erem bem o porto, com uma
tempes tade daquel as não po deriam ter entrado ... Quando nos escutar am, se
admir aram mui to, deram gra ças a Deus e disseram que o porto onde está vamos
era Superagüi, e que estávamos a dezoito léguas de uma ilha chamada São
Vicente, que pertencia ao rei de Portugal, e lá moravam eles. Os que havíam os
selvagnoensnavio
visto pequeno
do porto fugiram
eram porque
seus amig os, pensaram
de modo que
queéramos franceses...
não corría Os .
mos perigo 21

(21)- STADEN, H., Verdadera historiav de.icripció n de un pais de selvqies... In: BIBLIOTHECA indiana; viajes
e viajeros; viajes por America dei Sur. Madrid, Aguil lar, 1962, t.2, p.215-217.

58
Das Origens à Atualidade

POVOAÇÃO DA ILHA DA COTINGA


Atraídos pelas notícias existênc
da ia de ouro qu
e se presumia existir nas
chamadas terras de Sant'Ana,ao sul da Capitania deSão Vicente,vicentinos e
cananeenses intensificaram a navegação em busca de riquezas que o território
talvez pudesse oferecer.
Na década de 1550, através de Ararap ira e Superag
üi, penetrando e
navegando a vasta ebelabaíade Paranag uá, ascanoas vicentinas
aportaram na
ilha daCotinga,próxima do continen te.
Admirados de ver em derredor muitas habitações de índios carijó, e
receosos talvez de que lhe fizessem alguma traição, foram em direitura da ilha
da Cotinga,para o ladodo furado que a divide dailhaRasa,onde princip iaram
as suas habitações. 22

Primeirapovoação foina ilha daCotinga,depois mudaram para o lugar


da ribanceira onde oraestá,talvez porque achassem o terreno mais apropriado
para formarem apovoação, serarenoso,ert uma formosa planíci e onde acharam
uma fonte de água nativa e oferecendo o rio Taguaré um seguro fundeadouro,
abrigado dos ventos e dos piratas em suas baías. 23

baía, descobrindo,
Os cotinganos finalmente,
exploraramouro
recôncavos,
de lavagem
riosnos
e sertões
vários que
rios circundam
que depoisase
chamaram rio dos Almeidas, rio dos Correias, rio Guaraguaçu, ficando
conhecidascomo minas de Paranaguá.
As boas relações de amizades e de esc
ambo com os carijó, provocaram
o processo de povoamento de ilhas, desembocaduras de rios, recôncavos.
A notícia do aparecimento de ouro correu logo,
além da s barras.Outros
faiscadores, procuraram, sem demora, apressadamente, à região, reunindo-se
aos grupos que labutavam combateias.
Porque desde 1554 já ossantistasentretinham seu comércio marítimo
com porto de Paranaguá, levando resgates de ferramentas, anzóis e fazendas
que permutavam por algodão que os índios Carijó plantavam e colhiam e do
Rio de Janeiro haveria tam
bém algum comércio. 24

Desde 1549 a 1556, os valorosos missionários jesuítas já haviam


percorrido os ínvios sertõesIguap
de e, Cananéia e Parana
guá, até os planaltos
da Serra do Mar. O martírio e a morte dos jesuítas Pedro Correia e do
companheiro
quando de missãododeu-se
eles voltavam em sertão
perigoso 1556, nas
dosfraldas
Carijó.da mesma Serra do Mar,
25

(22)- VIEIRA DOS SANTOS, Antônio.- Memória histórica da cidade de Paranaguá e seu Município. 1850, Ed.
Prefeitura Municipal de Paranaguá, p.9.
(23)- Ibidem, op. cit. p.19.
(24)- Ibidem, op.cit. p.18.
(25)- DAMASCENO, O.A.C.C.. Vila de Paranaguá. I.H.G.E.P.,Vol. XVII, Curitiba, 1972, p. 48.

59
O FUNDADOR DOMINGOS PENEDA
O topônimo indígena cotinga,significa:
Coo - roça, lugar, povoação;
Tinga - branca ou de branco.
Conscientes de que o âmbito insular, após duas décadas, não oferecia
muita condição para plan
tar ecriar, tendo em vistauma população que crescia,
convencidos de que uma convivência pacífica com os Carijó, já pelas relações
de amizades ede escambos exist entes,parte dos moradores irradio
u para outros
pontos da região.
Paulatinamente, dent
ro da década de570,
1 processou-se a mud ança para
o continente, em ponto elevado, à margem esquerda do rio Taguaré (Itiberê).
Antigo docum ento conservado no British Museum Lybrary, em Londres ,
Inglaterra, p. 4362, Códice n.° 13981, cuja cópia autêntica foi apresentada no
Congresso Histórico, realizado em 1948, comemorativo do tricentenário da
elevação do povoado de Paranaguá ao predicamento de vila, aponta que
Domingos Peneda é incontestavelmente, o fundador de Paranaguá.
Movidos pela fé e esperança, em busca dos resplandecentes metais
preciosos, os faiscadores chegavam procedentes de Cananéia, São Vicente,
Santos, Rio de Janeiro, em barcos de propulsão velática, cujos mastaréus
descansavam ao redor dailha daCotinga eno rema nso do rioTaguaré (Itiberê)
que, em eterna serenidade, rola suas águas em direção da grande baía de
Paranaguá.
Os primeiros povoadores, a princípio, viviam rudemente em ranchos
próximos aos locais de garimpo. Espalharam-se ao longo dos rios, entraram
pelos sertões, subiram morros, espiando, pesquisando, bateando, numa faina
esperançosa do enriquecimento, com pertu rbada avidez.
Havendo necessidade de um teto, a golpes de machados, derrubaram
árvores; com o facão, golpearam palmeiras; com vasilhas, transportaram barro
vermelho da redondeza, necessário à construção de paredes de estuques.
Habitações irregulares, toscas, sítios, famílias, escravos índios, surgiram
disseminados, mas próx
imos entresi noterritórioconquistado. Apaisag em e o
meio ambiente, em todos os arredores, em processo de transformação. Ao
silênc
de io ença
espera solidão damata
, ecoando , aeles
naqu palavra em língua
ltura portug
sítios. Agricu de uesa
, num vozerio
subsistência, repleto
caça, pesca
e frutos, eram os suportes desta nascente sociedade que, somando esforços e
com árduo trabalho, forjava um povoado em ritmo de progresso.
O garimpo nas margens dos rios dos Almeidas, dos Correias, do
Guaraguaçu, do Cubatão (Nhundiaquara), nos ribeirões, montes, serras,

60
Das Origens à Atualidadi

61
prossegu
ia despertando inusitado interesse.Os faiscadores tinha
m conhecimen
to
de que as enxurradas pluviais que desciam dos montes, das serras, escavavam
enum
corroíam,
trabalhocarregando
de milharespara
deoanos.
leito A
dos rios os não
natureza minerais jacentes no subsolo,
dá salto.
A crescente cata de ouro fazia-se extra oficialmente, livremente, visto
que, nos momentos iniciais, Paranaguá ainda não havia sido elevada ao
predicame nto devilae, conseqüentemente, não possuía Câmara, o é,
istgovern
o,
autoridade apra arrecadar o into
qu de our o de Sua Majestade. .
Nesse ano de 1578, já muito se trabalhava nas minas de Paranaguá, por
ser antiga tradição
que o ouro que Portugal viu da costa do Brasil, fora mandado
ao rei, cardeal Dom Henrique, um frasco cheio dele, talvez pelo primeiro
provedor ou administrador que as governava, porque estas lavras e exercício
de minera ção delas,se conta detempos mais antig os que o deMinas Gerais.
Estas minas tiveram superintendentes que sempre eram os governadores do
Rio de Janeiro... 26

O falecimento de Dom Henrique, cardeal, 17.° rei de Portugal (1578-


1580), em 31 dejaneiro de1580, sem deixar herdeiros, provocou uma crise
dinástica,já que seapresentaram seiscandidatos ao trono português. Venceu o
mais
1598).poderoso
A dinas- tia
Felip
dee Avi
II,s,reifunda
da da
Espanha13
em (Felipe
85, por 1,
18.°
Do m rei de I,Por
João tugal -1580-
Mestre de Av
is
10.° rei de Portugal (1385-1433), chegara ao final. A nova dinastia Filipin a,
com reis espanhóis, começava no Brasil impropriamente chamado domínio
espanhol.

(26) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio, op.cit.p.Il

62
Cópia fotostática do códice do n.° 13981, no British Museum Library, no qual figura o
nome de Domingos Peneda como fundador de Paranaguá.
A cópia foi obtida por intermédio do Conselho Britânico do Rio de Janeiro, em julho de
1948.
AS BANDEIRAS

1.- Jerô
Em 10nim
de oabril
Leitão
de 1585, moradores de São Vicente, Santos e São Paulo,
repres
entados pelosVereadores dasrespectivas Câmaras, requereram aopitão-Ca
Mor e Governador da Capitania de São Vicente, Jerônimo Leitão (1571-1592),
um dos grandes e eficientes guerreiros de índios da região no século XVI,
autorização para que fosse feita guerra de preação aos Carijó de Paranaguá.
A bandeira de Jerônimo Leit ão, a primeira lan
çada no sertão dos Car
ijó,
foi formada com o pretexto de vingar a entrada mandada por Martim Afonso
de Sousa e trucidada entre o rioParaná e o rio Iguaçu em 1531.
O fato, entretanto, é que os representantes vereadores, ao requererem a
organização dabandeira,assim term inaram alonga petição:
É o que queremos ao sr. capitão enão o querendo fazer,prometemos de
largar aterrae nos iremos viver ond e teremos remédio de vida, porquanto não
nos podemos sustentar sem escravaria, e ele, sr. Capitão, dar disso conta a
quem o casocom direito pertencer, e de tirarmos de sua mercêum instrumento,
ou osque necessários forem; e de como assim lhe requere mos, com sua resposta,
outsem
per encer.ela,
se a10
Hoje, darde
não quise
abrilder,1585.
para oOsen
quhor daiterra,
al aqu ouos.
assinam pera nte qu
Pero em o caso
Leme, Pero
Colaço,Paulo de Veres,Pero daLuz, Simão Machad o, Diogo Rodrigues, Afonso
Pelais e João Francisco. 27

Na quin ta-feira, dia


25 deabril desse mes mo ano, o Capitão-Mor Jerônimo
Leitãonão somen te autoriz
ou como elepróprio colocou- se à frente dabandeira,
determinando que os interessado s se reunissem paradiscussão dos pormenores,
"com abrevidade possível, porque o tempo é pouco".
Na Vila de São Paulo, em 1.° de setembro, escri
o vão da Câmar a, Diogo
de Unhate, lavrou um auto, onde foi aprovado, também, a organização da
bandeira para fazer guerra aos Carijó de Paranaguá.
Como dirigentes, fizeram parte da bandeira:
O Capitão-Mor Jerôn imo Leitão
O Escrivão da Câmara de São Paulo - Diogo de Unhate.
Como participantes:
Diog
AfonosoTeixeirade Carvalh
Sardinha o
Antônio Proença
Sebastião Leme
(27)- DAMASCENO, O. A. C.C. - Os Cargo.. I.H.G.E.P., v. XVII
, p.55.

64
Das Origens à Atualidade

Manuel Ribeiro
PauloRodrigues
Manu el Fernan
Domingos Diasdes Ramos
Padre Sebastião de PaivaVig- ário da Vila deSão Vicente
Salvador Pirese
Afonso Dias.
Com suas pessoas, armas, mantimentos e escravos. 28

Partindo de Santos, em meados de novembro, velejaram rumo a


Paranaguá, onde desembarcaram. Do litoral para os sertões dos Carijó, a
bandeira passou por Curitiba,em direção do
s cursos dos rios
Tibagi,Cinzas e
Paranapanema. Durante seis longos anos a bandeira assolou toda a região dos
carijó. Chegaram a ser trezentas as aldeias, com cerca de trinta mil indígenas,
os quais, ou foram exterminados ou arrastados ao cativeiro.
Diogo Unhate, em 1614, 29 anos depois de ter participado da bandeira
,
"alegando os encontros e batalhas" que cóm os índios tivera muitas vezes,
requereu: uma data de sesmarias de terras na parte que se chama Paranaguá,
começando na barra do rio de Ararapira, costeando a rumo de nordeste pela
costa até a barra do Superagüi, costeando a rumo de sudoeste toda a terra que
houver dentro destesdois riose duas léguas pelo mato adentro,
estendendo
-se
esta data desde a ponta de Iguacetuba, correndo ao norte até dar no primeiro
rio grande. 29

Na região, tem um morro, conhecido como morro do Unhate.


2.-JorgeCorreia
Uma bandeira sob ocomando de JorgeCorreia,em 1594, participan do
Sebastião de Freitas, dirige-se contra os Carijó do litoral de Paranaguá.

3 .-Manuel Soeiro
Em 1595, uma bandeira de preação , sob o comando de Manue l Soeiro,
na qual participou também Sebastião de Freitas, que havia tomado parte na
bandeira de Jorge Correi
a, foi organ
izada contra osindígenas Carijó do litoral
de Paranaguá.
4.- Lázaro da Costa
Em 1615, o capitão-mor Lázaro da Costa,tendo como alferes Lou
renço
de Siqueira e auxiliar João Pereira, à frente de forte expedição com grande
(28)- Arquivo Municipal de São Paulo - Livro Tombo.
(29)- Livro de Registro de Sesmarias. Cartório da Delegacia do Tesouro em São Paulo.

65
acompanhamento de paulistas e índios mansos, investe contra os Carijó nos
sertões do sul.
5.-Antônio Pedroso deBarros
Em 1616, sob o comando do bandeirante Antônio Pedroso de Barros,
foi organizada uma bandeira de preação e pesquisas auríferas nos sertões do
litoral de Paranaguá e dela participaram alguns dos futuros povoadores. Entre
eles:Gabriel deLara,Crisóstom o Alves, Afonso de Gaia.
Essas bandeiras, grandes conquistadoras do indígena Carijó e de
descobertas auríferas,
foram também as desbravadoras dos sertões.
LITÍGIO ENTRE OS HERDEIROS
Lopo de Sousa, herdeiro de Martim Afonso de Sousa, por sucessão
hereditária dona
tário dacapitania deSão Vicente,tornou
-se,também, donatário
da capitania de Santo Amaro, uma vez que foi instituído herdeiro direto de
Dona Izabelde Lima deSousa Miranda,que faleceusem deix ar herdeiro.
Em 1610, Dom Álvaro Pires deCastro e Sousa, °6.Conde de Monsanto,
depois 1.° Marquês
descendente que Lopo de Cascais
de Sousa, (....porém,
- 1674),mais
provando
velho emser idade,
do mesmo grau de
começou um
litígio e, de pronto, impetrou uma ação judicial para reaver, como legítimo
herdeiro que era, as capitanias de Itamaracá, Santo Amaro e Sant'Ana.
A momentosa questão prolon gou-se por cinco anos.Em 20 de maio de
1615, o 1.° Marquês deCascaisobteve sentença favoráv el, todavia, somente a
10 de abril de 1617, foi lavrada a confirmação, passada por Dom Felipe II -
19.° rei de Portugal -(III da Espanha) (1598-1621).
Em junho de 1629, ol.° Marquês de Cascaisdelegou poderes a Manuel
Rodrigues de Morais, para tomar posse das três capitanias, no total de oitenta
léguas nas costasbrasileiras,doadas em 1534, para Pero Lop es deSousa.
Manuel Rodrigues de Morai s veio aoBrasil para execução ao mandado.
Após tomar posse da capitania de Itamaracá, dirigiu-se à Bahia, conseguindo
do Governador Geral, Do m Luís de Sousa, Con de do Prado, (1617-1621), uma
provisão ordenando à Câmara da Capitania de São Vicente, e às demais
autoridades, que dessem posse da terra ao1.° Marq uês de Cascais, representado
no atoGovernava
por Manuel Rodrigues
a capitania dede Morais.
São Vicente - c.1620 - o capitão-mor João de
Sousa Fogaça, representante da quarta, legítima e verdadeira donatária, Dona
Mariana de Sousa da Guerra, Condessa de Vimiero, irmã e sucessora
de Lopo
de Sousa.

66
uas ungens a muauaaae

Manuel Rodrigues de Morais apresentou-se à Câmara de São Vicente


em 21 de janeiro de 1621, exibindo os poderes e requerendo a posse. No dia
seguinte,a Câmara deferiu favorave lmente e o 1.° Marq uês de Cascais por
intermédio de seu representante, tomou posse da Capitania de São Vicente.
O Capitão -Mor,Loco-Tenente da Condessa deVimiero, emp regou todos
os esforços na defesa dos interesses da donatária, sem resultados.
A Casa dos Vimieros era das mais ilustres de Portugal, ramo dos
Braganças, instituída por Dom Francisco de Faro, 1,° Conde de Vimiero. Dom
Sancho de Faroe Sousa,2.° Cond e de Vimiero, filho deDiogo de Faro eSousa,
foi Governador Geral do Brasil (1717-1719). Faleceu na Bahia, em 13 de
outubro de 1719.
A Casa dos Monsantos - depois marquesado de Cascais - igualmente
das mais ilustresde Portugal, descendente de Pero Lopes de Sousa.
Com o termo de posse lavrado, a Câmara de São Vicente intimou o
Capitão-Mor João de Moura Fogaça a desistir dos cargos que exercia e, não
havendo outro recurso,transferir-separa a Vilade Itanhaém, onde sua autorid
ade
não sofria contestação.
Em conseqüência da questão entre D om Álvaro Pires deCastro eSousa,
6.°
SouCon deGu
sa da deerra,
Monsa nto, depois
Condessa de 1.°iero,
Vim Marq uês udeo território
passo Cascaiseda Dona Mariana
antiga de
Capitania
de SãoVicente aser considera do como deSanto Amaro.
A partir de 6124, a Capitania deSão Vicente,impropriamente intitulada
de Santo Amaro, permaneceu na posse do 1.° Marquês de Cascais e mais a
Capitania deSant'Ana,entre Paran aguá e Laguna, enqua nto Dona Mariana de
Sousa da Guerra, Condessa de Vimiero forç era ada acontentar-secom anova
Capitan ia de Nossa Senh ora da Conceiçãode Itanhaém, entre SãoVicente e
Cananéia, nominalmente tida como São Vicente. 30

(30)- VIANNA, Hélio, História do Brasil. v.I, 3°.ed., Edições Melhoramentos, São Paulo, 1965, p.347.

67
IV - RÁPIDA S REF ER ÊN CIA S

AS MINAS DE PARANAGUÁ E CURITIBA


"Com o povo amento, no litoralvicentino,de Nossa Sen
hora da Conceição
de Itanhaém, Iguape e Cananéia,aproximavam-se os luso- brasileirosdas terras
da capitania deSant'Ana,situadas entre abaía deParanaguá e Laguna", dura nte
a primeira metade do século XVI.
"Descoberto algum ouro de lavagem também na região de Iguape,
constituiuesse fato um incentivo para a extensão desse povoam
ento, além da
preação de indígenas destinados à escravidão".
Assim, em fins daquele século e início do século XVII, "começou o
devassamento da zona entre Paranaguá e Curitiba". 31

Antonil-Andreoni,referin
do-se antesao ouro descobertoem SãoVicente,
disse que: muito mais, e por muitos anos se continuou a tirar em Paranaguá e
Curitiba,primeiro por oita
vas,depois por libras,que chegaram aalguma arroba,
posto que com muito trabalho para ajuntar, sendo o rendimento no catar limitado;
até que se largaram, depois de serem descobertas pelos paulistas as Minas
Gerais. 32

AUTO
Lavrado na vila de São Paulo, pelos oficiais da Câmara, sobre o mesmo
fim de se fazer a guerra ao gentio Carijó- 1585:
Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1585 anos, ao
primeiro dia do mês de setembro do dito ano, nesta Vila de São Paulo, da
capitania de São Vicente do Brasil, de que é Capitão e Governador, por sua
majestade, Pero Lopes de Sousa, nesta dita vil
a, em as pousadas de SãoSebastião
Leme se apresentaram em câma ra aspessoas seguintes,istoé: Sebasti
ão Leme,
vereador deste presente ano, e Antônio deProença,vereador do ano passado, e
Diogo Teixeira,juiz ordinário emdita vila,e assim Afonso Dias,procurador
do conselho desta,e outrossim,se ajun taram na dita câmara trasou pessoas,
homens bons da câmara e do governo da terra, e sendo todos juntos foram
lidos e vistos o assento e capítulos feitos pelas vilas de Santos e São Vicente,
com o Sr. Jerônimo Leitão, capitão da dita capitania, sobre a entrada que ora
quer fazer ao gentio
que licitamente do sertão
se puder da dita
trazer, capitania,
conforme ao Carijó e Tupã ee outro
dito assento, ouvidoqualquer
e
compreendido tudo pelos oficiais e pessoal, disseram, que aprovam e haviam
(31)- Ibidem. p.216.
(32)- ANTONIL, André João ( João Antônio Andreoni, S.J.), Cultura e Opulênc ia do Brasil por suas Drogas e
Minas. São Paulo, 1923, p.206.

68
por bons os ditos assentos e capítulos e os ratificavam e eram contentes que
houvessem efeitointeira ecumpridamente; e sendo presente na dita câmara o
dito Sr.capitão,que aí foi chamado, com eleficou tu
do concluíd
o e assentado
tudo da maneira que dito é, e todos assinaram aqui. Eu, Diogo de Unhate,
escrivão da câmara da vila, que o escrevi,
(aa) Jerônimo Leitão, Diogo Teixeira
de Carvalho, Afonso Sardinh a, Antônio de Proença,SebastiãoLeme,Manuel
Ribeiro, Paulo Rodrigues, Manuel Fernandes, Domigues Dias, Sebastião de
Paiva, Salvador Pires, Afonso Dias. 33

DIOGO DE UNHATE
"Sr.Capitão e Ouvido
r.
Diz DIOGO DE UNHATE, morador na Vila de Santos, Escrivão da
Ouvidoria e fazenda Capitania
, que há perto dequarenta anos é morador nesta
capitania, emcujo temp
o tem servido Sua
a Majestade com mu ita fidelidade e
verdade, em tudo quanto a ele tem sido possível e assim ao Governador e
Capitão daerra,
t ajudando a defendê-la dos inimigos inglesese holand eses,que
a vieram saquear e destruir, e assim também aos índios rebelados contra os
moradores dela e de que nos encontros e batalhas que com eles tivera muitas
vezes,aleijado,
ficou lhederaempomuitas
rqu flechadas
e tem em seu
muitos varões e corpo
seis e uma
fêmeas no braço
delegítimo to,direi
deônque
matrim io,
e como quem é, os havia de sustentar e amparar, e não tem terras onde fazer
suas roças e mantimentos onde possa trazer seus gados e criações; pede uma
data de terras
sesmarias,na parte que se chama Paran aguá, a saber: o
c meçando
da barra do orique se chama Ararapira, correndo mo rudo nordeste, pelacosta
do mar, até a barrado Superag üi, cortando o ru
mo de sudoeste, em toda a terra
que houver dentro desses dois rios e duas léguas pelo mato adentro, e se
estenderá estadata,desde a ponta Iguacetuba, corren
do norte,até darno primei ro
rio gran
de, pelo que receberá merc ê. 34

Despacho. Dou ao suplicante as terras que pede e se passe carta.


Santos, 1.° de junho ed 1614.
Assinado, Pedro Cubas".

(33) DAMASCENO, O. A. C. C, Auto, I.H.G.E.P., Vol.XVII, 1972. p. 58, Curitiba.


34)- GEBRAN, Ginés. Diogo deUnhate e a Fundação de Paranaguá. Coisas Nossas, Pref. Munic. Paranaguá,
1966, p.18.

69
V
ORGANIZAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA
RESTAURAÇÃO DA MONARQUIA PORTUGUESA
Desde 1580, uma dinasti a espanhola -filipina- governou Portuga l durante
sessenta anos, até 1640. - Foram os seguintes os soberanos da chamada união
das Coroas Ibéricas:
Filipe I - (Filipe II,da Espanha), 18.° rei de Portugal - (1580-1598).
Filipe II - (Filipe III, da Espanha), 19.° rei de Po
rtugal - 1598-1621)
Filipe III - (Filipe IV,da Espanha), 20.° rei de Po rtugal -(1621-1640)
Durante o governo de Fi lipeIII (IV da Espanha), os holandeses inva diram
o Brasil. Na primeira invas ão, o localescolhido foi a Bahia,em 1624, sendo
expulsos no ano segu inte.A segunda invasã o, o localfoi Pern ambuco, em 1603,
onde fundaram o Bras il Holandês.A capitulação ocorreu em 54,16já nogoverno
que restaurou a Monarquia Portuguesa.
Em 1640, despontou o final do domínio espanhol, com a restauração da
Monarquia Portuguesa e a fundação da dinastia de Bragança, tendo sido
aclamado em 1.° de dezembro desse mesmo ano Dom João, coroado a 15 do
mesmo mês e ano, com o título de Do m João IV , o Restaurador (1640-1656).
Durante o período compreendido entre 1580-1640 (União das Coroas
Ibéricas), os limites do Brasil, na região sul, permaneceram desconhecidos,
apesar de idealmente estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. E como tudo
pertencia ao mesmo soberano, a questão não apresenta naturalmente especial
interesse.
Depois da restauração da monarquia, o governo português procurou
estender sua soberania sobre o território da porção meridional, fixando-lhe as
fronteiras e procurando preencher o vazio existente entre a Capitania de
Sant'Ana e Buenos Aires.
As cores de uma sociedade paranagüense ganhavam tonalidade e já se
esboçavam na primeira metade do século XVII.
Famíliasconstituíram-se, algumas miscigen adas.Os Carijó, amalgamando-
se com osconquistadores, nom es de "hom ens bons",omeç
c aram a se destac ar,
entre eles, figuravam João Gon çalves de Peneda, JoãoMaciel Bazan, Estevão
de Fontes,
Uzeda,Crisósto
mo Alves,João
André Magalhães,e maGo nça
is alg
unlves Martins,
s outros. Domingos Pereira,Pedro
O povoado em ritmo de progresso, fundado na cata do ouro de aluvião e
nas plantações de arroz,
mandioca, eijão
f , milho, banan a e na pesca abundante,
mas preocupante, porque de segurança precária, numa terra onde a lei e a
autoridade nãonha
ti m morada.

70
GABRIEL DE LARA (1600-1682)
Participante de bandeiras de descobertas auríferas e de preação de
indígenasdedestin
o litoral ados
Paranaguáàe,escravidão,
em torno
no decorrer 1640,dapar
de baía,
Gabriel
a aqu de Lara
i residir. explorou
No cargo deCapitão-Pov oador,chegou coma incumbência de povoar,
fortificar e defender a povoação, mantendo a ordem pública.
Gabriel de Lara nasceu na Vila
de Sant'Ana deParnaíba, São Paulo, no
limiar do século XVII, filho de Diogo de Lara ede Dona Antônia de Oliveira.
Casado com uma paranagüense, Dona Brígida Gonçalves. Desse consórcio,
nasceram dois filhos: Maria de Lara, casada com Antônio Rodrigues Side e
Antônio de Lara, casado em Curitiba com Antônia Luís de Marins.
Órfão de pai ainda menino, foi-lhe, contudo, ministrada razoável
instrução primária, que o preparou para exercer no futuro o tipo de vida da
época.
Maistarde,a sua mãe casaranovamente com ocapitão And ré Fernandes,
e este levou o enteado, jovem adulto, pelas aventuras do sertão, nas quais
desenvolveu a personalidade, percorrendo terras e conhecendo gente.
Em 1616, Gabriel de Lara participou da bandeira, sob o comando de
Antônio Pedroso
Explorou os recortesde Barros,osde
e recôncav daprocura de minas
baía deParanaguá, oserios
de e,preação de
certamente,indígenas.
não imaginou que estava palmilhand o uma regiãoonde o destino lhereservar ia
alta missão histórica.
Anos dep ois, entre 1628 a 1632, fixado me Iguape, para exploração
de minas, organizou, com velhos companheiros de aventuras de 1616, e de
outros elementos, expedições auríferas em vários rumos.
Em uma dessas expedições, demandando o sul, foram parar nas
encostas da Serra Negra, norte da baía de Paranaguá, onde descobriram ricas
lavras de ouro de lavagem. As minas auríferas chamadas de Ibituruna.

O PELOURINHO
Em Paranaguá, Gabrielde Larateve cert
eza da importância da povoação
como último reduto do avanço português na costa meridional do Brasil.
Empreendedor, arguto na vontade, compromissado com o futuro,
responsável velhos
moradores, e de iniciativa,
companheiros
observou
das ejornadas
estudou nos
a comunidade,
sertões do Carijó;
alguns desses
nutriu
uma doce esperança nas plantações de arroz, mandioca, milho, feijão, milho,
banana,pescaabundante e o desenvolvimento fundado sobre acata de ouro,a
privilegiad
a situação geográfica,a vasta ebela baía,os quase oitenta rios
que
descem da Serra do Mar e assumiu consigo mesmo e com muita fé garantir a

71
expansão colonial alicerçada no desbravamento, tutelado pela ordem
administrativa, sociale política.
Se bem pen sou, melhor o fez.Começou um trabalho junto as autoridades
pleiteandomelhoramento parao lugar. As mensage ns expu nham a importância
do povoado nascente, as necessidades de força militar, de recursos materiais,
de justiça,de lei e deordem.
Finalmente, a insistência de Gabriel de Lara encontrou eco. O Governador
do Riode Janeiro, Duarte Correia Vasqu eanes, emnome do reiDom João IV,
autorizou o levantamento do pelourinho, cuja ereção, em cerimônia solene,
realizou-se a 6 de janeirode 1646, no local on de se encon tra o largo do an
tigo
mercado.
O pelourin ho, constituído de um a coluna de pedra, trabalho em cantaria,
sextavad a, colocada sobreuma base també m em cantaria, encontra-se no museu
do Instituto Histórico e Geográfico deParanaguá.
A ereção dopelourinho simbo lizava aposse real eefetiva dapovoação,
sempre em nome doei. r
A instalação do pelourinho, precedendo o predicamento da vila, constitui
um ato atípico. Entretanto, o pelourinho, como símbolo dajustiça social, Gabriel
de
anoLara, comoou
descobriu roguarda-mor
delavagem em dascinc
minas e autoridade
o ribeiros nos campospara fiscalizar,
de Curitiba, no mesmo
sertões
e Paranaguá.
Em 27 de novembro desse mes mo ano, Gabriel de Lara foia São Paulo,
comunicou ofato registrou oficialmentemin asas de ouro de Paranaguá. Ficou
também, no direito de conceder sesmarias, repartir terras auríferas e zelar pela
ordem pública.
A manifestação sobre as minas de ouro descoberta nos sertões de
Paranaguá, realizada por Gabriel de Laraem SãoPaulo,atraíra m muitos home ns
do garimpo, osquais incentiv aram ainda mais opovoamento, com explorações
de antig
as e de novas lavras.
As minas de Paranaguá, localizavam-se ao norte, ao oestee também ao
sul da baía,rio Serra Negra, rio Tagaçaba, rio Nhundiaquara, rio dos Almeidas,
foram os locais mais importantes,onde osfaiscado res exploraram os cascalhos
dos rios, usando como ferramenta de trabalho a bateia.
O rio dos Almeidas, foi um dos locais da marinha paranaense que primeiro
recebeu o influxopela
Povoado danova civilizdos
família ação,implantadaque
Almeidas, no país
foramdepo
is da
os descoberta.
primitivos moradores
da zona,apresentou riquezas auríferas e foram
qu em tempos remoto s, extraídas
e aproveitadas.Das suas lavras antigas devem ainda restarvestígiosmateriais,
como ainda se depa ram emoutras par agens coetaneamente exploradas.

72
LSUA istigcriA a niuiiiiutiuc

É de crer, porém, que o ouro do rio dos Almeidas fosse de aluvião, ou


como se dizia na época, de lavagem e que extraído do leito do rio, não
necessitava de valas e lavras que em outros locais ainda se observavam
assinalando os esforços de passadas gerações.
35

Na região dos camp os de Curitiba,ficavam as minas do ArraialGrande,


Arraial Queimado, Atuba, Vilinha, Canguiri, Tindiquera, Barigüi.
Na região do vale do rio Ribeira, distinguiram-se as minas dos rios
Assungui e Ribeirinha, sendo as de Itambé e Furnas, as mais produtivas.
Bem vasto o território conhecido como Minas de Paranaguá, onde os
homens do garimpo arrancavam as riquezasseio do da terra.
A cata do ouro teve então grande impulso, despertando o governo que
tomou medidas do interesse do erário real.
O Provedor Perpétuo da Real Fazenda do Rio de Janeiro, Pedro de
Sousa Pereira,pela provisão de 2 de abrilde 1647, nomeava Mateus de Leão,
provedor das Minas de Paranaguá.
A VILA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE
PARANAGUÁ
Gabrielde Lara,com prestíg io e coragem em toda s as situações, atento
na defesa dos interesses da povoação,ntou alimea idéia de conseguirriaçãoac
da vila, para poder realizar eleições, instalar Câmara e constituir governo para
administrar e fazer justiça, já que os moradores não tinham a quem recorrer e
a vila mais próxima era Cananéia, distando quatorze léguas.
Contando somente com o seu prestígio e importância social na
comunidade, Gabriel de Lara requereu logo a instituição oficial do povoado a
margem esquerda do rio Taguaré (Itiberê), com a denominação carinhosa e
cristã de Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá.
O memorial que dirigiu ao rei Dom JoãoIV, retratava estad
o o em que se
encontrava o litoralde Paran aguá, e a sua justificação eeloqüência aserviço
do progress o e da verdade , impression aram osoberano tantoque aproveitou a
presença do ouvidor geral com alçada no Estado do Brasil, desembargador
Manuel Pereira Franco, que se encontrava em São Paulo, sindicando as
acusações contra os bandeirantes pelos excessos nos combates às reduções
jesuíticas, autorizando-o a proceder a criação da vila, como se havia solicitado.
O Foral, com força de Carta Regia, por ter sido passado em nome do
monarca, perpetua 29 de julho como a data da elevação do povoado ao
predicamento de vila - Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá.
(35)- LEÃO, EA. -Apud Narrativas históricas de Paranaguá. SANTA R1TTA, Júnior, Revista O Itiberê, n." 134,
1930,p. s/n.

73
A posteridade admiradora, desde então, comemora a grande vitória
alcançada, com efusiva alegria, respeito e carinho, porque a data significa um
símbolo de fraternidade, congraçamento, despertando no âmago de todos,
principalm
ente dos paranagüen
ses,as puras enobres emoções,
envolvendo-os
em terno, alegre e indefinível sentimento: em 29 de julho de 1648 nasceu o
berço do Paraná.
Desde então, Paranaguá - e o Paraná - inseriu-se, oficialmente, no
contexto da História do Brasil, participando da vida dinâmica da nação.
PRIMEIRA ELEIÇÃO EM PARANAGUÁ
Em 26 de dezembro, Gabriel de Lara convocou os moradores e, em
frente de suacasa,leu oForal deSua Majestad
e, elevando o povoado àdignidade
de vila.
Pauta da eleição- termo de eleição
que o capitão G
abriel de Lara com o
povo juntoem 26 dedezembro de 1648:
Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual termo, fiz eu
Antônio Viana, Escrivão do público, para onde fui mandado, e logo o dito
Capitão as notar por haver eleitos, como abaixo se vê, onde assinou comigo
Escrivão -Gabriel
Capitão deu de Lar
a. Doming
o juramento os Pinto
dos Santos de
u voto pa
Evangelhos raque
eleitor
bema que
m o dito
e verdadeiramente
desse voto em seis homens que lhe parecesse de sã consciência para eleitos,
nomeou porseu juramento.
CapitãoJoão Gon çalves ePneda - 16 votos
Capitão João MacielBazan - 17 votos
Estêvãode Fontes - 15 votos
CapitãoCrisóstomoAlves - 14 votos
João GonçalvesMartins - 5 votos
Domingos Pereira - 15 votos
Pedro de Uzeda - 15 votos
PedroAndré - 2 votos
Saíram eleitos:
Capitão João Maciel Bazan
Capitão João Gonçalves Peneda
Estêvão
DomingosdePerei
Fontes
ra
Pedro de Uzeda
Capitão Crisóstomo Alves. 36

(36) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Memória Histórica da Cidade de. Paranaeuá e seu Município. 1850, Ed.
Prefeitura Municipal de Paranaguá, 1922, p. 433.

IA
Das Origens à Atualidade

Gabriel de Lara foi o coordenador da primeira eleição verificada em


territórioparanaense, realizad
a em Paran
aguá, a 26 de dezem
bro de 1648, sendo
es eleitos
assim empossados na Câmara qu
constituída: e se instalou a 9 dejaneiro de 1649, ficando
JuizesOrdinários:
Capitão JoãoGonçalves Pene da e
Pedro de Uzeda
Vereadores:
Domingos Perei
ra
Manuel Coelho
AndréMagalhães
Escrivão:
Antônio de Lara
Procurador:
Diogo de Braga

GENERAL ELEODORO ÉBANO PEREIRA

Eme a1648,
Janeiro Duarte Correia
administração Vasqueanes
das minas assumiu
da repartição o governo do Rio de
do sul.
Informados de que nos sertões de Paranaguá, no ribeiro das Pedras,
campos de Curitiba, foram descobertas certas pedras com algumas oitavas de
ouro, pelocapitão Gabriel deLara,designou pelaCarta Paten te de 10 de setembro
desse mesmo ano, o general Eleodoro Ébano Pereira, comandante da armada
das canoas deguerra das costase mares dosul, averiguar a mina onde haviam
colhido "certas pedras de que tiraram algumas oitavas de ouro", dizendo:
ei por bem eleger e nomear, como pelo presente faço, para que, por
mim e em meu nome, vá fazer a dita jornada e assistência? 1

Em 4 de março de 1649, o General Eleororo Éban o Pereira comun icava


o capitão Gabriel da Lara:
De ordem do administrador das minas, Governador Duarte Correia
Vasqueanes:
Faço saber ao Capitão-Mor desta Vila de Nossa Senhora do Rosário, e
aos oficiai
s da Câmara dela,que por serviço deSua Majestad e se meencarregou
38

o exame das minas


A vistoria tevedeste
lugardistrito como
no ribeiro daem qualquer
Mina outro.com a presença do
das Pedras,
General Ébano Pereira,
do descobridor, Capitão Gabriel
de Lara,dos Vere
adores

(37) MOREIRA, Júlio Estreita. Eleodoro Ébano Pereira.... I . edição, Curitiba, 1972, p.35.
a

(38) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio, Op. cit. p.437.

75
e demais participantes. A 20 de setembro desse mesmo ano, a comitiva retornou
à Vila de Paranaguá, lavrando-se, então, um auto, onde se relatou tudo o que
ocorrera nos campos
Quando de Curitiba.
o general Eleodoro Ébano Pereira chegou à região, a vila de
Paranaguá jáhavia sido criada ea câmara instalada e essesprimeiros passos da
ordem administrativa, soci
al e política, foram obrado Capitã
o Gabriel deLara,
inigualável e indiscutível patrono da Vila de Nossa Senhora do Rosário de
Paranaguá.

76
Das Origens à Atualidade

V - RÁPIDAS REFERÊNCIAS

A CARTA REGIA
DOM JOÃO, POR GRAÇA DE DEUS, REI DE PORTUGAL E
ALGARVES, D AQUÉM E D ALÉM MAR EM ÁFRICA, SENHOR DE GUINÉ,
DA CONQUISTA, NAVEGAÇÃO, COMÉRCIO DA ETIÓPIA ARÁBICA,
PÉRSIA E DA ÍNDIA & & &
"A todos os correged ores, prove
dores, juizese mais just
iças a quem esta
minha carta for apresentada e o conhecimento dela com direito deva e haja de
pertencer e seu cumprimento de se pedir e requerer.
SAÚDE. - Faço saber que, a mim e ao me u ouvidor geral com alçada no
Estado do Brasil, vinha a dizer por sua petição Gabriel de Lara, capitão e
povoador da vilade Nossa Senhora do Rosário deParanaguá, que nela haven do
numerosos moradores ... com suas casas efamílias e nela nã
39
o havia justiça, e
nem oficiais da câmara que a governassem, e por assim 40
...bárbara e
confusamente, sem tenção a quem recorrer, era que lhe fizesse justiça, na
Câm ara qu
que dista e os
qua governas
torze sem;
léguas; e e anece
era Vila que mai
ssário s perto
que fic
se lhe ava,era a de
acudissem Cananéia,
com o reméd
io
competente para que se faça na dita Vila a eleição de juizes, vereadores,
procurador e almotacéis para que governassem a terra, administrassem a Justiça,
me pedia em seu nome, e dos mais moradores, lhe mandasse passar carta para
que na dita Vi la, os moradores dela fizessem eleiçãodos oficiais da Câmara, e
Justiça que nela haviam de servir, como se faziam nas mais vilas, o meu Ouvidor
Geral do Estado mandei que se passasse carta como pedia, para se fazer esta
eleição eas mais que pelo tempo em diante por bemedo se pa
qussou a presente,
indo primeiro assinada e passada pela minha chancelaria. Vos mando: Que
visto as causas alegadas pelo dito capitão Gabriel de Lara e a distância e o
lugar a se não saber com certeza os limites dele e distrito em que ficavam,
deixeis ao dito Capitão e mora dores da ditaVila fazer eleiçãoem Câmara; e os
ditos juizes, vereadores e procuradores do conselho almotacéis,
e que naquela
República for necessário para administrarem justiça e para o bom governo
dela, o qual assim feito na forma de minhas Leis e o oficiais forem eleitos se
obedeçam a estes tais. sua Jurisdição, nem vos intrometais nelas: mas lhe
Não encontrardes
deixareis exercitar seus cargos quando as dita Vila e seu distrito, sob pena de

(39) Ilegível.
(40) Ilegível.

11
vos mandar proceder contra vós. El-Rei Nosso Senhor o mandou pelo Dr.
Manuel Pereira Franco,
de seu desem
bargo e desembargador da casa do Porto,
Ouvidor
sindicanteGeral com alçadado
das Capitanias dosul,
Estado
comdo Brasil,
ordem auditor
gerais dos exércitos
e especiais para odele
Reale
Serviço. - Dada nesta Vila de São Paulo aos vinte e nove de julho - Manuel
Coelho da Gama a fez por Antônio Raposo da Silveira, Escrivão da correição
e Ouvidoria Geral do estado, ano de nascimento de Nosso or Senh
Jesus Cristo
de 1648anos. - Eu,Antônio Raposo da Silveira , da Ouvidoria Geral do Estado,
e correição nestasapitanias
c do sul o fez escrever
sub
escrevi - Manuel Pereira
Franco. Selo 600 réis. -SemseloEx-Causa valerá." 41

(41) -VIEIRA DOS SANTOS, Antônio, op. cit. p. 432.

78
uas ungens a muaiiauae

V I SENHORA DO
CAPITANIA DE NOSSA
ROSÁRIO DE PARA NAGUÁ 1660 -171 0
O rei dePortugal, Dom João IV, pelo Alvar
á Régiode 17 de setemb
ro de
1651, autorizou a Dom Diogo de Faro o poder de conceder como dote de
casamento à sua irmã Dona Mariana de Faro e Sousa, as cem léguas de terras
que tinha na costa brasileira. Ela estava contratada para casar com Dom
Francisco Luís Carneiro, Conde da ilha do Príncipe.
42

O preposto de Dom Diogo de Faro, na capitania de Nossa Senhora da


Conceição de Itanhaém, Diogo Vaz Escobar, acumulava os cargos de Capitão-
mor, Govern ador, Sesmeiro, Ouvidor, Corregedor e Provedor das minas, vindo
a Paranaguá tratou logo de justificar sua presença, tentando obter o apoio dos
moradores e a simpatia do Capitão Gabriel de Lara, a quem passou patente de
Capitão-mor em 12de outubro de 1653.
Patente
Escobar, que teveeoOuvidor
capitão-mor Capitão-mor Gabrielnesta
com Alçada de Lara
Vilapassada por Diogo
e Capitania, Vaz
Governador
das minas e quintos reais.
43
...*
Nos aposentos de Dom Afonso de Faro, em Lisboa, a 5 de janeiro de
1654, presentes Dom FranciscoLuís Carneiro , Conde da ilha doPríncipe; Do
m
Diogo de Faro e Sousa, filho de Dom Sancho de Faro e, por isso, herdeiro e
sucessor de sua casa, Morgados de Vimieiro e de Alcoentre; Dona Izabel da
Cunha, sua mãe; Dom Afonso de Faro e Sousa, como tutor de Dona Mariana
de Faro e Sousa, sua irmã e de seus sobrinhos menores, em seu nome e no de
cada um deles; e de outros que estavam presentes, como o Dr. Pedro Paulo de
Sousa, desembargador dos Agravos e da Casada Suplicaçãoe do Dr. Francisco
Ferreira, Jui
z de órfãos das Repartiçõ
es dacidade de Lisboa edos ditos meno
res
que estavam presentes; lavrou-se a escritura de dote, arraes e obrigação,
concedendo-se as cem léguas de terra na costa brasileira, como dote de
casamento de Dona Mariana de Faro e Sousa, contratada para casar com
Dom Francisco Luís Carneiro, Conde da ilha do Príncipe.
44

Dom FranciscoLuís Carneiro, Conde da ilha doPríncipe,agora esposo


de Dona Mariana de Faro de Sousa, foi o sétimo donatário da capitania de
Nossa Senh
ora da Conceição deItanhaém. Ao recebero dote,tratou de valorizá-
(42)-Ibidem. p.19.
(43) - Ibidem p. 20.
(44) - Ibidem p. 440.

79
lo, escolhendo para presposto o mesmo Diogo Vaz Escobar.
Na qualidade de Ouvidor, Escobar, em 30 de deze
mbro de 1654,
despachou
Em 15ade demarcação
fevereiro dedos terrenos
1655, DiogodaVazCâmara
Escobarde tomou
Paranaguá.
posse da capitania
de Nossa Senhora da Conceição de Itanhaém, em nome de Dom Francisco
Luís Carneiro, Conde da ilha do Príncipe.
Em 22 do mesmo mês e ano, o ajudante Francisco Nunes tomou posse
da Vila de Iguape, domínio daquela Capitania, em nome do Conde da ilha do
Príncipe.
Em 25 do mesmo mês e ano, tormaram posse da ilha de Paranaguá, em
nome de Dom Francisco Luís Carneiro, Conde dailha do Príncipe, assinando
Manuel de Lemos, João Maciel Antão, Manuel Lopes, João Rodrigues Ribeiro.
45

Em 8 de março de 1655, em vista da procuração apresentada, Diogo


Vaz Escobar,Capitã o-mor e Ouvidor da capitania de Nossa Senh ora daConceição
de Itanhaém, Câmara
a de Paranaguá confirmo u a posse, lavrando-se um termo
em nome de Dom Francisc o Luís Carneiro, Conde da ilha doPríncipe.Assinaram
o termo de posse capitão
o Bartolomeu de Trales,Juiz ordinário; Vereadores -
João Veloso de Miranda, Capitão João Rodrigues Cortes, Manuel Coelho;
Escrivão
Escobar e-Francisc
mais vintoe eMoreira. Assinaram também o Capitão-m
cinco cidadãos.
46
or Diogo Va z
Com ofalecimento de Diogo zVa Escobar,ocorrido em Itanhaém, no
começo de1656, no governo da Capitan ia assumiu Simão Dias de Moura. E
como lhe competia, veio a Paranaguá.
Em 20 de fevereiro desse mesmo ano, a Câmara de Paranaguá,
constituíd
a pelos Juizesordinários JoãoGonçalves Pen eda eAntônio de Lara;
procurador Bartolomeu Sanches; Vereadores - Salvador Gomes, Sebastião Alves
do Couto eDomingos Dias Viana, reconheceram oSimã Dias deMoura, capitão-
mor e Ouvidor daCapitania deItanhaém, lavrando -se termo de posse emnome
de Dom Francisco Luís Carneiro, Conde da ilha do Príncipe, "reconhecendo
ao mesmo comosenhor absolu to desta Vila".
47

Houve realmen te muita confusão em tudo isso. As terrasda Capitania


de Itanhaém, entre São Vicente e Cananéia, não atingiam as quarenta léguas
da Capitania de Santa'Ana,do herde iro-donatário Dom Álvaro Piresde Castro
e Sousa, 6.° Conde de Monsanto e 1.° Marquês de Cascais.
Repelindo ao expansionismo de Itanhaém, no mesmo ano do
falecimento do Rei Do m João IV, ocorr ido em 1656, oi." Marquês de Cascais
criou a Capitania de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, tornando-a
(45)-Ibidem. p.23.
(46) - Ibidem p. 23.
(47) - Ibidem p. 25.

80
uas ungens a /wuauuuue

independente, oc nseguindo separar o termo Vila


da , dentro das quarenta légu
as
ao sul da costa brasileira, da chamada Capitania de Sant'Ana.
Valendo-se de m ais esta vitória,
ol.°Marquês deCascaisprocurou atrair
o apoio dos moradores e pelo seu Loco-Tenente, nomeou Gabriel de Lara,
Capitão-mor, Ouvidor e Alcaide -mor daVila,que já exercia o cargo de capitão-
mor das minas de Paranaguá.
A Câmara, porém, sob pressão e sem condições políticas, não tinha
ambiente para aprovar a lavratura do termo de posse.
Gabriel de Lara, confiante na causa que abraçara, apoiando as medidas
tomadas pelo1.° Marquês de Cascais, tinha a consciência tranqü ila do dever
cumprido e uma consciência tranqüila do dever facilmente. Absteve-se de
intervir, preferindo acompanhar a evolução dos acontecimentos.
Desde a criação da Capitania de Paranaguá, quase quatro longos anos
se passaram, sem que a Câmara tivessecondições polític as para dar possedos
novos postos a Gabrielde Lara.
Mas, um fato nov o aconteceu.O Provedor Perp étuo da Real Fazenda do
Rio de Janeiro,Pedro deSousa Pereira, veio pessoalmente aParanaguá, a fim de
repetir elevar índios paraRioo de Janeiro, cumprindo orden s do Governador.
PedroEm de 2Sousa
de outub ro de 1659,
Pereira a nãoo executar
povo paranas
agüen se se amotim
ordens. ou eo intimou
Quando levante assumia
proporções alarmantes e ameaçadoras, Gabriel de Lara julgou oportuno e
político intervir,acalmando osânimos exaltados e prometendo um enten dimento
junto ao Governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e Benavides,
tendo em vista o interesse público, já que a retirada de braços tornaria a terra
sem condições ne e m haveria qu em trabalhasse nas minas, além do calabro
des
na agricultura.
O sólido prestígio e a eloqüência de
Gabriel deLara, contiveram os ânim os
e, à frente do povo, dirigiu-secasaà ond e estava Pedro de Sousa Pereira. Ali,
proferiu um discurso, interpretando os sentimentos de sua gente e demonstrando
o desacerto damedida, faze ndo sentir que onãeraconveniente reti
rar das minas
o braço indígena que as trabalhava.
A habilidade de Gabriel de Lara, evitando a violência e defendendo
veementemente o interesse de sua gente, despertou a simpatia até mesmo do
lado que estava a serviço do Conde da ilha do Príncipe e contribuiu
poderos
Oamente para
levante dea 2polític
a que abraç
de outubro deara aolad
1659 o do 1.°concretamente
decidiu Marquês deCascais.
o futuro da
capitania deN. S. do Rosáriode Paranaguá.
Em 15 de maio de 1660, em Vereança, a Câmara aprovou e lavrou o
termo de posseao Capitão -mor, Ouvidor e Alcaide-mor Gab riel de Lara,em
nome de Dom Álvaro Pires de Castro e Sousa,1.° Marquês de Cascais.

81
Firmaram oauto de posse Bartolom
eu Sanches,Manuel Duarte,Francisco
Jácomo, Afonso Antô
nio, Franci
sco de Ramos,Francisc
o Pinto,Antônio N
unes,
Cristóvão
Valentino dadeCunh
Uzeda, Manuel
a, Estêvão Coelho,
de Fontes João Veloso de Miranda, Antônio Duarte,
e outros.
A vigorosa demonstração de apoio mais se valorizou com a decisão da
Câmara de Paranaguá, incorporada, dirigir-se à residência do Capitão-mor
Gabriel de Lara à frente de numerosos partidários de sua causa, para dar-lhe
posse dos cargos de Capitão-mor, Ouvidor e Alcaide-mor em nome de Dom
Álvaro Pires de Castro e Sousa,1.° Marquês de Cascais.
48

A retumbante vitória deGabrielde Lara,como não podia deixar de


ser,
causou um profundo constrangimento àqueles mais comprometidos com os
interesse
s do Conde dalha i doPríncipe.Realmente,a Câmara de Paranaguá
reconheceu a existência da Capitania de Nossa Senhora do Rosário de
Paranaguá e das quarenta léguas de costas ao sul. Podia agora realizar os
planos de administração.
Entretanto, subs
o tituto deSimão Diasde Moura, no gove rno da Capitania
de Itanhaém, Capitão-mor Antônio Barbosa Soto-Maior, tendo conhecimento
da posse de Lara,quis esboçar uma reação, apressando-se com seus hom
ens de
guerraamedrontá-la
para em chegarVila,à e submetê-la
talvez acreditando equ
ao domíniosomen
deteItanhaém.
bastari
a a sua presença
No ato do desembarque em Paranaguá, conservou sempre as insígnias
de Capitão-mor e seus home ns em armas,com abusiva demon stração deorça,
f
com o único objetivo de intimidar os partidários de Gabriel de Lara e
reconquistar a Vila.
A ostentaçã o de força,ao contrário,irritou a comunidade. A Câmara, a
7 de junhodo mesmo ano,intimou Antônio Barbosa Soto-Mai or a compare cer
à sua presença para exigir a exibição dos títulos que tinha e declarar quais os
propósitos que oraziam
t a Paranag
uá. Soto-Maior respondeu que era Capit ão-
mor de Itanhaém e que se achava na Vila a serviço real para embarque de
índios das companhias de minas. Pediu que lhe permitissem usar as insígnias,
para que tantobrancos comoíndios o reconhecessem eo respeitassem .
A Câmara, nessa Vereança, nã
o deferiu o pedido,da naresolvendo, mas,
a 30 do mesm o mês,notificouo Capitão-mor de Itanhaém para que não usasse
mais as insígnias, declarando que quem exercia esse cargo em Paranaguá era
Gabriel de Lara.
Soto-Maior respondeu que o reconhecia como Capitão-mor e Ouvidor
desta Vila e alegou que não tinha outra missão a não ser a serviço de Sua
Majestade.
(48) - Ibidem. p.27.

82
uas ungens a Atuauaaae

Este foi oúltimo episó


dio praticado pelos prepos
tos do Conde da ilha
do
Príncipe e representou uma capitulação das autoridades de Itanhaém.
ficou A
circunscrita
Capitania de
às Vilas
Nossade
Senh
ora
Itanhaém,
daConceição
Iguape
de Itanhaém
e Cananéia.
, na parte sul,
GOVERNO DE GABRIEL DE LARA
Firmada a autoridade deGabrielde Lara,pelo seu pró prio valor e prestígio
junto aos moradores, não tardou que Paranaguá recebesse a visita do Governador
do Rio deJaneiro.
Governador Salvador oCrreiade Sá e Benavides
Salvador Correia de Sá e Benavides, (1594-1668), Governador do Rio de
Janeiro, era net
o de Mem de Sá, terceiro G
overnador Geral do Brasil1556-1572).
(
Salvador Correia de Sá,em 1637, foi provido, por carta-pa
tente, no cargo
de Capitão-mor e de Governador do Rio de Janeiro e, ainda, investido na
superintendência das Minas.
Em 1645, viajou a Portugal, passando as funções ao tio, Duarte Correia
Vasqueanes, e a Armada das Cano as de Guerra das Costase Maresdo Sul,ao
general Eleodoro Ébano Pereira.
Em 1652, assumiu novamente os governos do Rio de Janeiro e da
repartição do Sul, e a administração das Minas.
Em atenção à representação que o próprio Gabriel de Lara promovera,
pedindo para sust
ar o emba rque de indígenas, em 30 de novembro de 1660,
veio pessoalmente aParanaguá, a fimde examina r as lavras existentes
e resolver
sobre oembarque dosCarijó, das camp anhias de minas.
Gabrielde Larao recebeu com ma a ior atenção log
e rou captar asimpatia
da importante personalidade.
Os Correiasde Sá eram afeiçoado s à causa do1.° Marquês de Cascais,
donatário das Capitanias Itamaracá,
de Santo Am aro ea de Nossa Senhora do
Rosáriode Paranaguá. Logo não seria de estran
har que oGovernador Benavides
manifestasse simpatias à causa defendida por Gabriel de Lara e tratasse de
consolidar seu poder.
Observou também que uma das causas do escasso rendimento da
periodicam
mineração ente
eraperturb
a opinião
avam a vida
dividida,
da peque
no
na litígio
Vilaporentre
meio os
dasnterfer
herdeiros,
i ênciasque
praticad
as pelos prep
ostos de Itanhaém
. Nessas condições,
determinou:

83
"Que a vila se conservasse em nome de Sua Majestade, como se tinha criado...
...que não se reconhecesse nenhum dos donatários pleiteantes a sua posse,
visto eles próprios duvidarem dos seus direitos" (sic).
O Governador Benavides examinou as lavras e verificou que eram
ilusórias as esperanças da descoberta de ouro de beta.
A Vila deParanaguá ficou,assim, com todos os órgãos políticosque se
haviam constituído anteriormente, om autorida
c des regiaso Capitão-mor,Ouvidor
e Alcaide-mor Gabriel dea,Lar os Juizes ordinários, os Vereadores, viven
do por
si mesma, apenas obedecendo à jurisdição dos Governadores do Rio de Janeiro.
Ficava, assim, mantida na Vila de Paranaguá, sede da Capitania, as
autoridades existentese reconhecidaspelo Gov erno Geral da repartiçãodo sul,
assinalados nas quarenta léguas da posse do 1.° Marquês de Cascais.
Gabriel de Lara comunicou a determinação do Governador Salvador
Correia deSá e Benavides aDom Álvaro Pires deCastro eSousa, 1.° Marqu ês
de Cascais, donatário da capitania de Nossa Senh ora do Rosário deParanaguá,
que respondeu:
"...Vá V. m. servindo assim e avise-me, mandar-lhe-ei nova provisão
para V. m. continuar em sua vida o governo dessa capitania, em meu nome,
49

pois éVerifica-se,
certo que em estáresu
namo,
minha marcação,
que Para como
naguá, a par todos
tir de 1653,sabem"...
esteve sob a
jurisdição indébita da capitania de N. S. da Conceição de Itanhaém, tendo sido
Capitãe s-mores Diogo V az Escobar até1656 e Simão D ias de Moura, de656 1
a 1660.
Somente depois de firmada, consolidada e reconhecida sua situação de
Capitão-mor da capitania, pôde Gabriel de Lara dar maior atenção às demais
povoações sob sua responsabilidade.
Em 1665, autorizou a ereção do pelourinho de São Francisco do Sul. 50

Em 1668, Gabriel de Lara, atendendo a requerimento dos moradores,


com todas assolenid ades necessárias e em lugar decente, presid
iu, pessoalmen te,
a cerimônia dereção
e dopelourinho deCuritiba,a 4 de novembro dessemesmo
ano de 1668, nomeando Mateus Martins Leme, Capitão-po voador e sesmeiro
da nova povoação. 51

Até o ano de 1672, Gabriel de Lara exerceu todos os altos cargos de


Capitão-mo r, Governador, Sesmeiro, Ouvidor geral eAlcaide-mor oman (c dante
da guarnição), da Capitania de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá.
Sentindo-se para
designando avançado
exercer emo idade,
cargo denesse ano passou provisão a João Beside,
Ouvidor. 52

(49) PILOTTO, Osvaldo. Sinopse Histórica do Paraná Guia Globo, Porto Alegre, RS, 1953, p. 7
(50) LEÃO, E. A. Capitania de Ness a Senhora do Rosário de Paranaguá. Coisas Nossas, Publ. IHGP, 1967, p. 150.
(51) Boletim n.° 161, Arquivo Público do Paraná, Curitiba, 1985, p. 7.
(52) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio, op. cit. P. 30.

84
Uas ungens a Atualidade

PROVEDOR MANUEL DE LEMOS CONDE - (...?...-1681).


Manuel de Lemos Conde surgiu na história quando assinou, com outros, o
Termo de Posse, repres
entando o Capitão-mor Itanhaé
de m, lavrado pela Câmara
de Paranaguá, em 25 de fevereiro de55,16 a favor do Cond
e da ilha do Príncipe.
Era natural de Borba, Portugal, casado em São Paulo com Ana Matoso
Morato. Desse consórcio, nasceram os seguintes filhos:
1) Antônio Morato,casado com Joana de Couto e Castro.
2) Capitão Francisco de Lemos Matoso.
3) Manuel de Lemos Matoso.
4) Catarina de Lemos, casada com Pedro de Morais Monforte. 53

Em 1673, o Príncipe Dom Pedro (Regente: 1667-1683; Dom Pedro II -


23.° rei de Portugal (1683-1706), nomeou o perito castelhano em mineração
argentífera, Dom Rodrigo Castel Blanco, Administrador Geral das minas do
Brasil, famoso sucessor de Dom Francisco de Sousa - Governador Geral do
Brasil, 1591-1602 - no sonhado marquesado das Minas.
Don Rodrigo veio ao Brasil encarreg
ado:
...de desc
obrir as minas de Itabai
ana, que se acreditavam uito
m rica
s em
prata....
54

...em 1673, Dom Rodrigo Castel Blanco chegou à Bahia com luzida
comitiva e brilhante escolta comandada pelo mestre-de-campo, ad general
honorem,Jorge Soares Macedo... 55

Manuel de Lemos Conde, no cargo de Provedor das minas de Paranaguá,


sabia que a fama das minas de prata não eram, na época, nenhuma novidade.
Aproveitou o estado que dominava os governantes e anunciou saber das
paragens das minas de prata de Paranaguá.
Comunicou, nesse sentido, o Governador Geral do Brasil, Afonso Furtado
de Castro do Rio Mendonça, Visconde de Barb acena (1671-1675), e ao próprio
Príncipe Regente Dom Pedro, do reino de Portugal.
O Capitão-mor e Governador da Capitania de São Vicente, Agostinho
de Figueiredo, veio a Paranaguá verificar a existência das minas de prata, que
se diziahaver e, em 26 demarço de 1674, dirigiu um ofícioa Manuel deLemos
Conde e, entre outras coisas, afirmou:
"...achei
as destaooficina,
das min capitão Man
pro uel
vid de Go
o pelo Lemos estar
vern servind
o Geral o oEstado,
deste cargoodequal
provedor
cargo
me consta servir com muita satisfação e zelo no serviço e fazenda de Sua
(53) Ibidem, p. 32.
(54) S1MONSEN, Roberto C.História Econômica do Brasil,
Ed. Companhia Editora Nacional, 6.°ed., São Paulo,
1969, p. 263.
(55) LEÃO, E. A. Capela de N. S. do Rosário de Paranaguá.
Coisas Nossas, IHGP, 2.°vol, 1967, p. 150.

85
Alteza e játer servido outros muit
os anose acham o dito prov
edor com muita
vontade e grande zelo para me acompanhar aos serros
e minas desta Vil
a, com
sua pessoa,
que sabe asfilhos neg
e rosonde
paragens, de seuseserviço, sua
a custa,
há de fazer como pessoa que
as experiências inteligente
pretendo fazer
para efeito de se descobrirem minas de prata. 56

O Príncipe Regente Dom Pedro, em ofício escrito em Lisboa e datado


de 7 de setembro do mesm o ano,dirigido aoprovedor Manuel de Lemosonde, C
entre outras, disse:
"...por haver muito tempo que não tenho notícia do rendimento dessas
minas e do estado em que se acham... vos encomendo que me deis de tudo
notícia, com toda a distinção..." 57

Em outro ofício, escrito também em Lisboa,datado de 30 de novembro,


dirigido a Manuel de Lemos Conde, disse oPríncipe Dom Ped ro:
"...pelas vossasartas
c epelas do Gov ernador do Estado,Afonso Furtad o
me fez presente o zel o que tendes do me u serviçono descobrimento das minas
de prata de Paranaguá e fico com lembrança para vos fazer as mercês que
houver por bem..." 58

Em 5 de dezembro oRegen te Dom Pedroassinou provisão nomeando o bacharel


PedroDesde
Unhão de Castelo
1660, Branc
Lemos o, Ouvido
Conde r geralna
possuía dasede
capitania
do Rio750
da Vila, de Janei
ro. quadradas
braças
de terrenos, representados por Carta de Data. 59

Entendendo-se com a Câmara, Gabriel de Lara fez com que esta


requeresse ao Ouvidor geral uma Ação de Aviventação dos marcos das terras,
propriedades do Município, já que pesava fortes acusações sobre Manuel de
Lemos Conde de ter arrancado os mesmos correspondentes à primitiva
demarcação realizada em 1654 e ter invadido terrenos do Conselho.
Em 1675, em visita decorreição, veio aParanaguá o Ouvidor, Dr. Pedro
Unhão de Castelo Branco, e por queixas de terem arrancado os marcos de
demarcação, ordenou tornassem a medir e a fazer nova demarcação.
Em virtud
e dessamedida, cujaexecução foi favorável à Câmara, Manuel
de Lemos Cond e impetrou açã
o judicial contra oConselho, que se arrastou por
muitos anos.
Em 1676, Manuel de Lemos Conde conseguiu da Câmara que ametade
da ilha da Cotinga fosse concedida ao patrimônio de Nossa Senhora das Mercês.
De posse dessa concessão, tratou de obter ordem eclesiástica para edificar
uma Capela, sob a invocação da Santa.
(56) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. p. 46.
(57) Ibidem, p. 47.
(58) Ibidem, p.69.
(59) Medida brasileira antiga: braça quadrada = 4,84m
2

86
Das Origens à Atualidade

Em 1.° de junho de 1677, o padre Francisco da Silveira Dias, Vigário


Geral e Administrador do Bispado do Rio de Janeiro, concedeu ao Provedor
Manuel Ade ilha
Lemos da Conde, licença
Cotinga, para edificar
histórica um
por ter a sido
capelaonaberço
ilha da
dosCotinga.
primitivos
moradores, partindo do local chamado de Ponta da Cruz, segue rumo leste em
direção do oceano Atlântico, e compõe-se de três longas elevações de altas e
destacadas cumeadas, com cobertura vege tal vigorosa e exuberante.
A capela foi construída pelo Provedor Manuel de Lemos Conde, no
pico da terceira cume ada e sob a invocação de Nos sa Senhora das Mercês,
cuja imagem viera de Portugal. A capela serviu aos moradores da ilhas por
mais de dua s décadas.
O Administrador Geral das Minas do Brasil, o castelhano Do m Rodrigo
Castel Blanco,que permaneceu na Bahia por mai s de cinco anos, partiuadvila
de Santos, por terra,a 14 de fevereiro de 1679, com 123 índios , para as minas
de ouro das vilasde Iguap e, de Cananéia, de Paranaguá e de Curitiba.Em 6 de
abrilencontrava- se em Paranaguá , quando passou pa tente ao Provedor Manuel
de Lemos Conde, de Capitão -mor dagente que ia em diligência do descobrime nto
das minas.
Quase
Francisco um mês
Jácome depois,
Baiarte, no em 4 de
posto demaio, Dompara
Capitão, Rodrigo passou
comandar as patente
entrada ade
descobrimento das minas.
Gabriel de Lara, devido à avançada idade, não podendo prestar ao
fidalgo espanhol uma eficaz colaboração pessoal, lembrava, porém, que a
presença de Dom Rodrigo não diminuía sua autoridade.
Assim, no edital de 4 de junho desse mesmo ano, que determinava a
todos os sesmeiros apresentaram as Cartas Forais, assinava pomposamente:
Gabrielde Lara,Alcaide-m or, Capitão-mor, povoado daVilade Nossa
Senhora do Rosário da Capitania de Paranaguá, em nome de Sua Alteza, e
com os mesmos poderes Lugar-Tenente e como Procurador de Marquês de
Cascais das quarenta léguas da parte do sul, etc. 60

As bandeiras determinadas por Dom Rodrigo Castel Blanco,


organizadas parapenetraros sertõesem buscasdas minas depratas transp useram
a Serra do Mar, penetraram nos Campos Gerais, derivaram para o sul até o
Iguaçu e o Uruguai e nada descobriram. Entretanto, a esse tempo, era corrente
61
em Paranaguá a existência de prata além da serraaté e mesmo na própria serra.
Manuel de Lemos C onde, como pessoa inteligente que sabe para
asgens,
onde se há de fazer as experiências, como atestara Agostinho de Figueiredo,
(60) - VIEIRA DOSSANTOS, Antônio. Memória Histórica da Cidade de Paranaguá e seuunicípio.
M 1850, Puhl.
Secção de História do Museu Paranaense, 1951, p. 53.
(61) - ROMÁRIO MARTINS, Alfredo. História do Paraná. Ed. Guaira Ltda., 3° ed, Curitiba, s.d., p. 151.

87
não descobriu nad
a, voltou à Vil
a desiludido.
Dom Rodrigo Castel Blanco: em menos de um an
o lheé bastante para
pôr termo
havia, à sua
nem em missão,
Parana guá, nemcom veredicto
em Curitiba, francamente
onde efetua desalentador.
va contínuas ediligentes Prata não
buscas. 62

Dom Rodrigo Castel Blanco - que havia gasto uma fortuna da coroa
com penetrações - irritado, furioso, desenganado, prepotente, destituiu Manuel
de Lemos Conde do cargo de Provedor das Minas de Paranaguá, prendeu-o,
nomeou para substituí-lo Tomás Fernandes de Oliveira, e levou-o preso para
São Paulo.
Dom Rodrigo,antes de seguir para os ões sertdo Sabarabuçu , seqüestrou-
lhe os bens. Manu el de Lemos Co nde suicidou-se na prisão, em 1681. 63

Os fatos,em sua crueza, apresenta-nos Manuel de Lemos Con de sob um


prisma, que lheé pouco favoráv el. Provedor das minas, delas não dá notícias e,
quando censur ado por siso, anuncia odescobrim ento das deprata, que, defato,
não existem.
A prepotênciados que sejulgam pode rosos traz nefastas conseqüências.
O Príncipe Regente Dom Pedro, pela carta regia de 23 de dezembro de 1682,
edestituiu
ordenouDom que Rodrigo CastelaoBlanco
se recolhesse reino. de administrador geral de minas do Brasil
...por já se ter gasto considerável fazenda na averiguação das minas. 64

O fidalgo castelhano nem tevetempo detomar conhecimento daordem


regia,já que àmargem do rio das Velhas,
então chamado deGuaicuí,encontrou -
se o Administrador das Minas com Manuel de Borba Gato, que aí havia
permanecido e, desavindo-se os dois, por recusar-se o vicentino a fornecer
provisões a Dom Rodrigo, daí resultou, nesse momes
ano de 1682, o assassinato
deste por Martinho Dias, mas com responsabilidade indireta daquele
bandeirante, que, por esse motivo, manteve-se homiziado até 1699. 65

As minas do rio das Velhas revelou, com a promessa de seu perdão,


Manuel de Borba Gato,que em vários lugares havia rman
pe ecido homiziado. 66

O próprio Borba Gato, que se achava foragido no sertão, obteve do


Governador, Arthur de Menezes, que para as minas partiu, em 1700, o seu
perdão em troca da indicação de novos e ricos descobertos das minas de
Sabarabuçu. 67

(62) - BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. História Geral da Civiliração Brasileira. Tomo I, vol. Ed. Difusora
Européia do Livro, São Paulo, 1968, p. 257.
(63) - MARCONDES, M. Documentos para a História do Paraná. Ed. Anuário do Brasil, Rio de Janeiro, 1923,
p. 199.
(64) - CARNEIRO, David. Efemérides Paranaenses, sep. Boi. N." 31, do 1HGEP. Curitiba, 1976, p.299.
(65) _ VIANA, Hélio. op. cit. p. 289.
(66)- Ibidem. p. 291.
(67) - SIMONSEN, Roberto C. op. cit., p. 273.

88
Das Origens à Atualidade

A família de Manuel de Lemos Conde procurou os meios legais para


reabilitar sua memória e impetrou uma ação no juízo dos feitos da fazenda da
corte,
pelo reipara
Domreaver osAbens
Pedro II. confiscados.
esposa efilhos ga A sentença,
nham favorável,
a ação erecebem, com foi confirmada
falta,
a herança. O espólio, em bens econômicos efinanceiros,somou a quan tia de
793$860, (setecentos e noventa três mil, oitocentos e sessenta réis). Valor
irrisório,mesmo naquele tempo , para quem exerceupor longos anosinvejáv
o el
cargo de Provedor das Minas de Paranaguá.
Gabriel de Lara, que desde a ereção do pelourinho em 1646, durante
trinta e seis anos prestou, oficialmente, relevantes e inestimáveis serviços a
Paranaguá, agora, em1682, conta com uma cansada existência,mas encontra -
se satisfeito pelo dever cumprido e, assim entregou os cargos que havia ocupado
com tanto zelo e dedicação. Nesse mesmo ano de 1682, fechou os olhos para
sempre.
A pedra angular da vida de um povo, de estudo e trabalho, de
desenvolvimento moral, espiritual e material, tem suas raízes nos exemplos
daqueles que fizeram de sua passagem pela terra, um grandioso monumento.
Gabriel de Lara continua vivo, na sucessão dos paranagüenses, nas
páginas douradas de sua história.
Obrigado, Gabriel de Lara, patrono de Paranag
uá, pela tua grandiosa e
notável obra, civilizadora patriótica.
e
EXTINÇÃO DA CAPITANIA
1. - O segundo capitão-m
or
Em 1.° de janeirode 1683, a Câmara de Para
naguá declarou, em edital,
achar-se vago o car
go de Capitão-mor e elegeu Tomás Fernan
des de Oliveira,
que foi soldado, Alferes e Capitão de Infantaria em Iôloro, Angola, Capitão-
mor da Capitania de São Vicente,Capitão de Mar-e-
Guerra de um naviousee
Provedor das minas e quintos reais da Oficina de Paranaguá e seus distritos.
68

Ao ser nomeado Capitão-mor da Capitania de Paranaguá, Tomás


Fernandes deOliveira continuou exercendo cargo
o deProvedor das minas na
vaga aberta pelaprisão e destituiçãoManoel
de de Lemos Conde, por nomeaç ão
de Dom Rodrigo Castel
Blanco.
2.- A peste grande
No govern o do segu
ndo capitão-mor, olitoralbrasileirofoi assolado por
uma tremenda epidemia denominada bicha, que atingiu Paranaguá, aqui
conhecida como peste grande, vitimando famílias inteiras em poucos dias. Os
moradores recorrem aoauxílioe proteção do
alto,apelando para Nossa Senhora
(68) - VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. p.40.

89
GABRIEL DE LARA
Símbolo criado por Dicesar Plaisant
E João Turin, para significaro capitão -
povoador de Paranaguá.
Reprodução. Ver. n." 8, 1940, Apl.

A vila de Paranaguá ao tempo de Debret.

90
UUS isfigens u /ímuuuuue

do Rosário e Nossa Senhora do Rocio para que as protegessem da terrível


epidemia. Esta é a mais antiga referência que se conhece aoculto edevoção a
Nossa Senhora do Rocio, desde o recuado ano de 1686, apenas trinta e oito
anos após a elevação de Paranaguá à dignidade de vila.
3. - O Terceiro Capitão-mor
Sucedeu Tomás Fernandes de Oliveira, tanto no governo, como na
Provedoria das minas, o Capitão-mor Gaspar Teixeira de Azevedo, nomeado
pelo Governador interino do Brasil, Arcebispo da Bahia,
Manuel daRessurreição,
a 7 de maio de 1689, confirmando no cargo pelo rei Dom Pedro II, a 20 de
novembro de 1690.
Gaspar Teixeira de Azevedo distinguiu-se como severo exator dos
quintos de ouro, tendo remetido para Portu gal mais de6.000 oitavas deouro,
significando uma produção de 30.000 oitavas. 69

4. - Origem do futuro Colégio dos Jesuítas


Em 1690, a Câmara solicitou aoSuperior da Companhia deJesus avinda
de padres jesuít
as para a Vila de Paranaguá, com a prome ssa de fazer olégi
c o,
casas de residências e outros recursos, desde que dessem aulas de ensino
primário, delatinid
ade eministrasse m os conhecimentos religiososaos jovens
paranagüenses.
Em 1699, o provincial da Companhia de Jesus, em atenção às
representações da Câmara, enviou alguns jesuítas para a vila de Paranaguá.
5. - A RealCasa de Fun dição de Ouro
Em 2 de outubro de 1655, a Câmara reun iu-se, em vereança, para atend
er
ao apelo dos moradores, os quais pediam providências a fim de que pudessem
marcar aqui em Paranaguá o ouro que apresentassem para pagar o quinto, já
que para satisfazer o tributo, levavam o ouro para ser quintado na Casa de
Fundição de Iguape, viagem que representava riscos perigosos.
Apesar dasustas
j razões que haviam apres entado, a RealCasade Fundição
de ouro de Paran aguá somen te foi instalada em697,1 por ord em do reiDom
Pedro II,cuja oficina se estabeleceuà rua do Colégio, hoje ru
a 15 de Novembro.
Cabia, inicialmente, à Casa de Fundição de Ouro de Paranaguá - a
terceira que se instalou na costado Brasil - à fundição, marcação e quin
tagem
do ouro da Vila,dos campos de Curitiba, dos Campos Gerais ede SãoJosé dos
Pinhais.
Haviam transcorrido quarenta e dois anos, desde o dia em que os
moradores tinham pedido à Câmara, em 1655, que o ouro fosse fundido, marcado
e quintado em Paranaguá, terminando assim as longas, perigosas e demoradas
viagens à Casa de Fundição de Iguape.
(69) - Oitava, medida antiga, que corresponde à oitava parte da onça. I onç a = 28,691 grama.

91
6. - Antônio Morato
O padre João de Sousa da Fonseca, visitador do Bispado do Rio de
Janeiro, a 19 de outubro de 1699, autorizou ao filho prim
ogênito de Manuel de
Lemos Conde, Antônio Morato, a demolir a capela de Nossa Senhora das
Mercês,edifiçada na terceiracumeada da ilha daCotinga, em 1677, pelo pai.
Antônio Morato aproveitou o material - que transportou para a vila -
dando início, em 1701, à construção de outra capela, sob a invocação dama mes
santa, na rua daGamboa, hoje Conselheiro Sinimbu.
No mês de agosto de 1704, a Câmara, em nome do povo, prometeu à
Companhia deJesus, para efeitode fundar um convento na Vi la, quando Antô nio
Morato fez doação dos bens e alfaias da capela.
O provincialda Companhia de Jesus,padre JoãoAntônio Andrio ni, tendo
enviado doispadres jesuítas, os mesmos chegar am à vila deParanaguá no dia
14 de maio de 1708. Eram eles: padres jesuítas Antônio da Cruz, superior, e
Tomás de Aquino, companheiro, recebidos pela população com calorosa
manifestação de carinho e alegria e, debaixo de palio, conduzidos à igreja
matriz, onde foi celebrada a missa.
A data 14 de maio de 1708, é considerada como o dia da fundação do
Colégio7. -dos Jesuítas
A extinção dade
CapParanaguá.
itania
Quando, em 1709, pretendeu o rico vicentino José de Góis e Morais
adquirir por compra as donatárias de São Vicentee de Parana guá, do herdeiro
Dom Luís de Ataíde de Castro Nor onha e Sousa,2.° Marquês de Cascais, mais
pela hon ra que proveito da aquisição, prefe
riu Dom João V,o Fidelíssimo,24.°
rei de Port ugal (1706-1750), adquirir para a Coroa, criando
, nesse mesmo ano,
a nova Capitania Real de São Paulo e M inas de Ouro, ultim
ando a transferên
cia
com o pagamento de 44.000 cruzados, em 1711, assinada por José Correia
Barreto, procurador 2° doMarquês de Cascais.
Paranaguá perdia a regalia de sede de Capitania, passando para a
jurisdição da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro.
Em 2 de dezembro de 1720, criou-se a Capitania de Minas Gerais,
separada da de São Paulo. Paranaguá permaneceu fazendo parte integrante da
Capitania de São Paulo, cuja sede era a cidade do mesm o nome, elevada uqe
foi em 11 de julho de 171 1.
Emde1725,
Capitania entretanto, Paranaguá tornou-se sede da 2." comarca da
São Paulo.

92
Gabriel de Lara anunciando a Carta Regia que elevou o povoado de Paranaguá ao
predicamento de vila.
Óleo sobre tela - Rafael Silva.

PlantaHistór
Reprodu ção. Anai s do Instituto de Paran
ico eaguá
Geogr- áfico
Séculode XVIII.
São Paulo , volume XX - 1918,
Marin ha n.°79, 1948.

93
Cais às margens do rio Itiberê, defronte o antigo mercado. 1907. Reprodução. O Itiberê
n." 43, novembro - 1922.

13 - maio - 1920.

94
Das Origens à Atualidade

Cais do Porto - Rio Itiberê - 1904. Reprodução.

Barcos atracados às margens do no ltiberê. Reprodução. O Itiberê n.° 17, setembro,


1920.

95
Trecho da rua General Carneiro (rua da Praia), marginal rio Itiberê. Os sobradões
atestam os recursos produzidos com o comércio marítimo.
VI - RÁPIDAS REFERÊNCIAS

AUTO DO LEVANTAMENTO DO PELOURINHO DE


CURITIBA
Saibam quantos este público instrumento de posse e levantamento de
pelou rinh o virem e mesm o aos qua tro dias do mês de nove mbro de mil
seis cento s e sess enta e oito ano s nes ta vila de Noss a Senh ora da Luz dos
Pinh ais, estan do o Capitã o-m or Gabr iel de Lara nesta vila, em pres ença de
mim tabeli ão, fizer am os mor ador es desta vila requ erime nto pera nte ele
dizen do todo s a uma voz que esta vam neste s cam pos de Curi tiba em terra s e
limites da demarcação do senhor Marquês de Cascais e assim lhe requeriam
como Capitã o-mo r e proc urad or basta nte do dito senh or man dass e levan tar
pelou rinh o em seu nome por conv ir assi m ao serv iço Del-R ei e
acre scen tame nto dos dona tário s e nisto o requ erim ento dos mor ador es ser
justo , man dou leva ntar pelou rinh o com toda s as solen idad es nece ssár ias as
para gens e luga r dece nte nest a praça de que man dou pass ar este term o por
mim tabeliã o, ond e todo s se assi nara m com igo Antô nio Mar tins Leme que
escrevi.
Gabriel de Lara, Mateus Martins Leme, Gaspar Carrasco dos Reis,
Luísteus
Ma de Góis
Mar ,tins,
I nocêo ncio
MoçFo,erna ndes
João Mar, An dréLeme
tins Fern.and
" es do s Reis , Ama ro P erei ra,
7

CARTA DE AGOSTINHO DE FIGUEIREDO DIRIGIDA AO


PROVEDOR MANUEL DE LEMOS CONDE
Agos tinho de Figue iredo , Capit ão-m or e Gov erna dor da capita nia de
São Vicente, Administrador Geral destas minas da repartição do sul, por sua
Altez a, e com issão do Gov ern o Ger al deste Estad o, porq uant o, vindo a esta
Capitania de Paranaguá a tratar de com efeito obrigar o descobrimento das
mina s de prata que se diz hav er, ach ei o Capit ão Man uel de Lemo s Con de
estar servindo o cargo de Provedor das minas desta oficina provido pelo
Governo Geral deste Estado, o qual cargo me consta servir com muita
satis fação e zelo no serv iço e fazen da de Sua Altez a, que Deus guar de, e já
tem serv ido outr os muito s anos , e acha ram o d ito prov edor com muita vont ade
e grande zelo para me acompanhar aos serros e minas desta vila, com sua
pess oa, filho s e negr os de seu serv iço, à sua cust a, com o se há de faze r as
experiências que pretendo fazer, para efeito de se descobrirem minas de prata,
e ficando eu do dito provedor, que se haverá em tudo o que do serviço de Sua
Altez a for nece ssár io muito conf orm e a con fianç a que dele faço - hei por
bem de o conf irma r como pela pres ente fa ço, da serv entia do dito carg o de
Prov edor das mina s desta Vila e seus distr itos, para que cont inue na fo rma

(70)- Boletim n". 16, Arquivo Público do Paraná, I9H5, p.7.

98
Das Origens à Atualidade

da dita provisão. Em firmeza do que lhe mandei passar esta provisão de


confirmação por mim assinada e selada com o sinete de minhas armas, a
qual se cumprirá tão inteiramente como nela se contém, sem dúvida,
contradição ou embargo, e registrará nos livros dos registros o que tocar.
Dada nesta vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, aos 26 de
março de 1674. Selo das armas - Agostinho de Figueiredo. 71

CARTA QUE O PRÍNCIPE REGENTE DOM PEDRO DIRIGIU


AO PROVEDOR MANUEL DE LEMOS CONDE
PROVEDOR DAS MINAS DE PARANGUÁ.
Eu, o Príncipe, vos envio saudar. Por haver muito tempo que não tenho
notícia do rendimento dessas minas e do estado em que se acham e haver
nisso muito o que se tem obrado nas ditas minas e do seu rendimento e a que
oficiais se têm entregue, e de que anos a esta parte e quantos assistem na
vossa repartição, que ordenado tem cada um, e por quem são providos e o
estado em que acham de presente as ditas minas, e se haverá de beta ou se
não só de lavagem o ouro que delas se tira e muito vos encomendo que me
deis de tudo notícia com toda distinção para o terem entendido. Escrita em
Lisboa a 7 de setembro de 1674. - Príncipe. 72

CARTA QUE O PRÍ NCIPE REGENTE DOM PEDRO DIRIGIU


AO PROVEDO R MANUEL DE LEMOS CONDE
MANUEL DE LEMOS CONDE:
Eu, o Príncipe, vos envio saudar. Pelas vossas cartas do Governador
do Estado, Afonso Furtado, me fez presente o zelo que tendes do meu serviço
no descobrimento das minas de prata de Paranaguá, efico como lembrança
para vos fazer as mercês que houver por bem, tendo efeito seu entabolamento
e ao Governador do Estado, mando escrever-vos deixe continuar no exercício
do cargo que tendes, mandando assistir com ajuda de custo que lhe parecer
conveniente, enquanto aí estiveres nessas ocupações. Escrita em Lisboa, a
30 de novembro de 1674. Príncipe™

(71)- VIEIRA DOS SANTOS. Antônio. Op.cit. 1922, p.443.


(72)- Ibidem. p.32.
(73)- Ibidem. p.54.

99
VII
A IGREJA
A JURISDIÇÃO EM PARANAGUÁ
O Brasil, sob o ponto de vista religioso, desde o descobrimento, ficou
pertencendo à Ordem de N. S. Jesus Cristo, coordenadora das navegações
portuguesas dos séculos XV e XVI, ligada ao Prior do Convento de Cristo, em
Tomar.
O Papa Leão X - (1513-1521), pela bula PRO EXCELLENTI
PRAEEMINENTIA, de 12 de junh o de 1514, criou a dioces
e de Funchal, na
ilha da Madeira. A jurisdição da América Portuguesa passou ao bispado da
nova diocese.
O Papa Júlio III -(1550-1555), pela bulaSUPER SPECULA MILITANTIS
ECCLESIAE, de 25 de fevereiro de551, 1 criou a diocese daBahia, nom eando
o primeiro bispo, Dom Pedro Fernandes Sardinha com a cláusula de que,
enquanto não fossem criadasoutras dioceses,se intitulava Bi
spo deSalvador e
comissário geral em todas do Brasil. 74

O Papa Gregório XIII -(1572-1585), por breve de 19 de julho de 1575 ,


estabeleceu a prelazia de São Sebastião do de RioJaneiro.A jurisdição desta
prelazia, abran gia acosta marítima , desde o rio Jequitinhonha, naCapitania de
Porto Seguro, até o rio da Prata e, em direção ao interior, até as terras
pertencentes à Américaspanhola.
E
O Papa Inocêncio XI - (1676-1689), pelaROMANIPONTIFICIS,
bula
de 22 denovembro de 1676, criou a diocese do Rio de Janeiro,abrangendo o
território da antiga prelazia.
Paranaguá, desde os primeiros tempos da ocupação, estava dentro dos
limites do bispado da Bahia, passando depois para a jurisdição da prelazia e,
mais tarde, bispado do Rio de Janeiro.
O Papa Bento XIV - (1740-1758), pela bulaCANDOR LUCIS
AETERNAE, de 6 dedezembro de 1745, criou a diocese de São Paulo , com
jurisdição aos territórios dos atuais estados de São Paulo, sul de Minas Gerais,
Paraná, SantaLeão
O Papa Catarina
XIIIe-Rio Grande dopela
(1878-1903), Sul.AD
bulaUNIVERSAS ORBIS
ECCLESIAS, de 27 de abril de1892, criou várias dioceses,entre as quais, a

(74)-AVELLAR, Prof. Hélio de Alcântara. História Administrativa e Econômica do Brasil. M inistério da Educação
e Cultura, Rio de Janeiro, 1." Ed. 1970, p.40.

10 0
diocese de Curitiba, sendo escolhido o cônego José de Camargo Barros, primeiro
bispo da diocese. A paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá,
passou para a jurisdição da nova diocese.
O cônego Joséde Camargo Barros foi sagr
ado em Roma,a 24 de junho
de 1894, pelo cardeal Lúcido MariaParochi, Vigárioeral
G do Pap a.
Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, bispo coadjutor
de SãoPaulo e primeiro Cardeal da Américado Sul; Dom Eduardo Duarte da
Silva, bispo de Goiás; oministro Francisc
o Badaró e outras pessoas, estiveram
presentes à sagraç
ão de José de Camargo Barros.
Em 26 de setembr o desse mesmo ano,às 14h30min.desembarcou do
navio "Desterro",fundeado defronte o largo do Est
aleiro, depois, largo gen.
Glicério, hoje largo Dr. Acioli, o primeiro bispo do Paraná, Dom José de
Camargo Barros, quando grande parte dapopulação aguard ava odesembarqu e.
Foi entre o delírio popular e uma belíssima chuva de flores,
aos sons de duas excelentes bandas musicais, e ao espoucar
barulhento de numerosas baterias que o ilustre Dom José pisou a
terra paranaense™
Acompanharam Dom José de Camargo Barros, o Dr. Vicente Machado
da Silva, José Fernandes Loureiro, Joaquim Bittencourt, Caetano Alberto
Munhoz, Francisco Brito, Ernesto Lima, Dr. José Alfredo, Afonso Correia,
padre Marcelo Anunziata, Dom Alberto Gonçalves, bispo de ibeirão
R Preto.
Desde o ponto de desembarque, por entre alas que o povo formava,
seguiu o ilustre hóspede de Paranaguá até a igreja matriz, onde foi celebrada
missa.
Na residência do Sr. Bento Munho z da Rocha,onde se hospedou Dom
José, teve lugar obanquete em suahomenagem. Discursaram vário s oradores.
Entre eles:
Dom Alberto Gonçalves, pela diocesede SãoPaulo;
O Vigário Padre Mar celo Anunziata, em nome de algumas paróquias;
Dr. VicenteMachado da Sil va, pelo Estado do Paran
á;
Sr. Caetano AlbertoMunhoz, peloGoverno do Estado;
Coronel Arthur Ferreirade Abreu , pela Comissão loc
al;
Sr. José Correia de Freitas,pelo Congresso.
Falaram ainda o médico,Dr. Mello e o coronel João Eugênio Gonçalves
Marques.Dom José de Camargo Barros, usando da palavra, agradeceu o
espontâ
neo acolhimento e demonstrou quan ta satisfaçãoexperim
entava dever
se rodeado deum povo pacíficoe ordeiro,fazendo votos pela felicidade
de seus
diocesanos.
(75)- ALVAREZ, Álvaro. Páginas Passadas. Revista O Itiherê, n."51, 1923, p. s/n.

101
A comunidade ofereceu à Suaxcelência
E um valioso álbum
, no qual
se incluiu um a belíssimasaudação, assinada por gran
de número de pessoas.A
capa deste riquíssimo álbum foi trabalhada em couro lavrado e veludo azul
celeste, com estas palavras:
"Ao Exmo. Dom Joséde Camargo Barros,primeiro Bispo doParaná.
O povo paranagüense".
No dia seguinte - 27 de setembro - às 7 horas, Dom José visitou o
hospital da Santa Casa de Misericórdia,na época situado na quad
ra onde hoje
estão as seguintes vias públicas:
Frente - largo Côneg o Alcindino.
Lateral Direita -travessa 9 de Agosto .
Lateral Esquerda - rua Dr. Leocádio.
Fundos - praça Fernando Amaro.
Em seguida, o primeiro bispo do Paraná dirigiu-se à Capela de Nossa
Senhora do Rocio, onde celebrou a primeira missa no Estado do Paraná,
experimentando: grande satisfação em celebrar na Capela que encerra tantos
dados históricos
Nesse mesmo dia,às 10h30min, emtrem especial,seguiu para Curitiba.
Dom José de Camargo Barros tomou posse solene da Diocese de
Curitiba, na Catedral, no dia 30de setembro de 1894.

ARQUIDIOCESES DO PARANÁ
1. - Arquidiocese deCuritiba
ADbula
A Diocese de Curitiba foi criada a 27 de abril de 1892, pela
UNIVERSAS ORBIS ECCELESIAS, do Papa Leão XIII - ( 1878-1903),
desmembrada da então diocesede São Paulo. A 10
de maio de 1926, pela bula
QUUM IN DIES NUMERUS,do Papa Pio XI - (1922-1939), a diocese de
Curitiba foi elevada a Arquidiocese e Sede
etropolitana
M . 1.° BispoDom José
de Camargo Barros (1894-1904). 2.° Bispo D om Duarte Leopoldo e Silva 1( 904-
1907). 3.° Bispo e 1.° Arcebispo Dom João Francisco Braga. 2.° Arcebispo
Dom Ático Euséb io da Rocha(1935-1950). 3.° Arcebispo Dom Manuel da
Silveira D'Elboux1950-1970).
( 4.° Arcebispo Dom Pedro Antônio Marchett i
Fedalto (1970 - atual), (nascido 11.8.1926,em Antônio Rebouças, Campo Largo,
Paraná), ordenado 6.12.1953, elevado Bispo Titular Castellum
de Trataportus
e Auxiliar de Curitiba 30.5.1966, sagrado 28.8.1966, promovido Arcebispo
28.12.1970.
2. - Arquidiocese de Londrina
A Diocese de Londrina foi criada a1.° de fevereir
o de 1956, pela bula
LATISSIMAS PART1RE ECCESIAS, do Papa Pio XII - (1939-1958),

10 2
desmembrada da Diocese de Jacarezinho.A 31 de outubro de 1970, pela bula
AETERNAE ANIMARUM do Papa Paulo VI - ( 1963-1978), foi elevada a
Arquidiocese Dom Geraldo Fernandes, CMF.- (1956-1982). 2.° Arcebispo Dom
Geraldo Majella Agn
ello (1982 - atual).
3.- Arquidiocese de Maringá
A diocese de Maringá foi criada a 1.° de fevereiro de 1956, pela bula
LA TI SSIMA S PAR TIRE ECCLESIAS, do Papa Pio XII - ( 1939-1958)
desmembrada da Diocese de Jacarezinho.A 16 de outubro de 1979, pelabula
QUAMQUAM EST MUNUS, do Papa João Paulo II - (16.10.1978 - atual), foi
elevada a Arquidiocese eaede metropolitana.1.° ArcebispoDom JaimeLuís
Coelho, promovido a 30.11.1979.

4.- Arquidiocese de Cascavel


A Diocese deCascavel foi criada a 5de maio de 1978, pela bula CUM
TOLETANUS, do Papa Paulo VI- (1963-1978), desmembrada da Diocese de
Toledo. A 16de outubro de 1979, pela bulaMAIORICHRISTIFIDELIUM,do
Papa João Paulo II - (16.10.1978 - atual), foi elevada a Arquidiocese e Sede
Metropolitana. 1.° bisp
o Dom Armando Círio, OSJ, promovido a 30.11.1979
DIOCESES
1.- Diocesede Apucarana
Criada a 28.11.1964, pela bulaAD MAIOREM DOMINICIGREGIS, do
Papa Paulo VI- (1963-1978), desmembrada da então Diocese de Lond rina e
Diocese de Campo Mourão .
2. - Diocese de Campo Mourão
Criada a 20.6.1959, pela bulaCUM VENERABILIS,do Papa João XXII I
- (1958-1963), desmembrada da extinta prelazia de Foz doIguaçu.
3. - Diocese de Cornéliorocóp
P io
Criada a 26.5.1973. pela bulaVOTIS ETPRECIBUS,do Papa Paulo VI
- (1963-1978), desmembrada da Diocese de Jacarezin ho.
4. - Diocese de Foz de Iguaçu
Criada a 5.5.1973,
VI - (1963-1978). pela bulaDE
Desmembrada CHRISTIANIPOPULI,
da Diocese de Toled
o. do Papa Paulo
5.- Diocese de Guarapuava
Criada a 16.12.1965, pela bulaCHRISTI VICES,do Papa Paulo VI - (1963-
1978), desmembrada das Dioceses de Ponta Grossa, Campo Mourão e Toledo.

10 3
6. - Diocese de Jacarezinho
Criadaa 10.5.1926, pela bulaQUUM IN DIES NUMERUS" do Papa
Pio XI - 1( 922-1939), desmembrada da então D iocese deCuritiba.
7. - Diocese de Palm as - Francisco Beltrão
A prelazia de Palm as foi criada a 19de dezembro de 1933, pela bula A
D
MAIUS CHRISTIFIDELIUM BONUM, do Pa io XI -(1922-1939),
pa P
desmembrada das dioceses de Lages e Ponta Grossa. A 14.1.1958, pela bula
QUOMIAM VENERABILIS FRATER, foi elevada
doPapaPioXII-1919-1958),
a Diocese.A 7.1.1987, pelo decretoCUM URBS, da Sagrada Congregação
para os Bispos, passou a den
ominar-se Diocese dePalmas - Francisco Beltrão.
8. - Diocese de Paranavaí
Criadaa 20.1.1968, pela bulaNIHIL GRATIUS, do Papa PauloVI -
(1963-1978), desmembrada da então Diocese de Maringá.
9. - Diocese de Ponta Grossa
Criadaa 10.5.1926, pela bulaQUUM IN DIES NUMERUS, do Papa
Pio XI - (1922-1939), desmembrada da então Diocese de Curitiba.

10. - Diocese
Criada de Toledo
a 20.6.1959, pela bulaCUM VENERABILI S, do PapaJoãoXXIII
- (1958-1963), desmembrada da extintarelazia
p ed Foz do Iguaçu.
11.- Diocese de Umuarama
Criada a26.5.1973, pela bulaAPOSTÓLICO OFFICIO, do Papa Paulo
VI - (1963-1978), desmembrada da Diocese de Campo Mourão.
12. - Diocese de União da Vitória
Criada a 3.12.1976, pela bulaQUIDIVINO,do Papa Paulo VI - (1963-
1978), desmembrada da Arquid iocesede Curitiba da
e s Diocesesde Guarapuava
e Ponta Grossa.
13. - Diocese de Paranaguá
Criada a21.7.1962, pela bulaECCLESIA SANCTA, do PapaJoãoXXIII
- (1958-1963), desmembrada da Arquidiocese de Curitiba . A sede e domicílio
da Diocese é a cidade de Paranaguá, tornando-se Catedral a até então Igreja
de Nossa Sen hora do Santíssimoosário.
R
A Diocese de Paranaguá compreende os seguintes municípios civis:
Antonina
Adrianópolis
Bocaiúva do Sul
Campina Grande doSul

104
Cerro Azul
Guaraqueçaba
Guaratuba
Morretes
Matinhos
Paranaguá
PRIMEIRO BISPO DA DIOCESE DE PARANAGUÁ
1- Dom Bernardo José Nolker, CSSR
Pela bula de 7 de janeiro de 1963, Papo a João XXIII -(1958-1963),
nomeou comoprimeiro Bis po daDiocesede Paran aguá o padre Bernardo Jos é
Nolker, que até a referida data ocupava o cargo de pároco da Paróquia de
Nossa Senhora do Santíssimo Rosário, em Paranaguá.
Dom Bernardo Jos é Nolker na sceu a 25de setembro de 1912, na cidade
de Baltimore (Mariland), Estados Unidos da Amé rica.Foi ordenado a 18.6.1939,
elevado a bispo a 7.1.63.
No dia 25 deabril de 196 3, festa de São Marcos,Evang
o elista,em sua
cidade natal, Balt
imore, o padre Bernardo José N olker, recebeu a sag ração
episcopal das mão s de Dom Lawrence Shean, Arcebispo de Balt imore,sendo
co-consagrantes Dom Edward Harper, CSSR, e Dom Manuel da Silveira
D'Elboux, Arcebispo deCuritiba , Paraná.
Em Paranaguá, o pároco substituto, padre Dênis Quilty, CSSR, e a
sociedade local, organizaram comissões para prepararem a recepção de Dom
Bernardo José Nolker, ficando assim constituídas:
Pároco substituto - padre Dênis Quilty
Párocos cooperadores - padre Eduardo Moriarty
Padre Armando Russo
Padre Flávio Farrel
Padre Geraldo Finn
1.- Comissão de recepção:
Dr. Joaquim Tramujas, prefeito do município de Paranaguá.
Dr. Hugo Pereira Corrêa
Dr. Anníbal Ribei ro Filho
Sr. Núncio Montingelli.
2. - Comissão milita r:
Capitão dos Portos do Estado do Paraná, Luís Fernando da Silva e
Sousae Senhora.

105
3.- Comissão de convites:
Dr. Antônio José SanfAna Lobo Neto.
Sr. Jaly Fóes
Sr. João Fernand
es.
4. - Comissão de hospedagem:
Sr. Manuel Tramujas
Dr. Alceu Tramujas
Sr. Genelício Marques Porto.
5. - Comissão do banquete:
Dr. Nelson de Freitas Barbosa
Sr. João Fernandes
Sr. Joaquim Domingues deSousa.
6 - Comissão de ornamentação:
Dr. Arthur Miranda R
amos
Dr. Joaquim Tramujas.
7 - Comissã
o do patrimônio:
Dr. Joséde Mello
Dr. Clodoaldo Santos Porto
Sr. Luís Varese Veiga
Sr. Sílvio Machado de Oliveira
Sr. Emílio Albertotti
Capitão dos Portos do Estado do Paraná, Luís Fernando da
Silva e Sousa.
Dr. Arthur Miranda Ramos
Sr. Núncio Montingelli
Sr. JoãoEugênio Cominese
Sr. Ignacio Reuter Soto
Maior Ped
roso
Dr. Dídio Augusto de Camargo Viana
Sr. Adail de Matos Faria
Dr. Hugo PereiraCorrêa
Dr. Joaquim Tramujas
Dr. Nelson de Freitas Barbosa,
pároco da paróquia de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário.

2 - Programa
Dia :de Recepção
6.6.1963 - quinta-feira:
6:00 h - Alvorada com repique de sino
9:00 h - Recepção -Dom Bernardo José Nolker chego
u por via marítim
a,
tendo viajado de Santos a Paranaguá a bordo do contra-torpedeiro

106
"BENEVENTE", gentilmente cedido pela gloriosa Marinha do Brasil. De acordo
com o decreto do Prefeito mu nicipal de Paranaguá, dia 6 de junho de 9163 foi
feriadomunicipal.
Presentes aoaisc do porto Dom Pedro II estavam toridade
au s religiosas,
civis e militares
.
Do Cais do Porto até o centro da cidade - Estação Ferroviária - Dom
Bernardo José Nolker e demais autoridades vieram de automóvel. Da Estação
Ferroviária até a frente da Catedral onde estava a solenidade da tomada de
posse, o cortejo veio a pé, sendo aclamado em todo o percurso por grande multidão.
Chegou até o palanque, passando por entre duas largas fileiras de estudantes.
9h30 min - Solenidade de toma da deposse.
Autoridades presentes:
Manuel da Silveira D'Elboux, arcebispo de Curitiba, representante
autorizado do Núncio Apostólico do Brasil, Dom Armando Lombardi.
Dom Jerônimo Mazzarotto, Bispo Auxiliar de Curitiba.
Dom Inácio Kraus e, Bispo Aux iliarde Curitiba eBispo das Dioceses do
interior do Estado do Paraná.
Representando os Poderes Civil e Militar: Dr. Agostinho José Rodrigues,
Governador interino do Estado doParaná ePresidente da Assembléia Legislati va
Estadual.
Dr. Joquim Tramujas, prefeito do Município de Paranaguá.
Comandante Luís Fernando da Silva e Sousa, Capitão dos portos do
Estado do Paraná, Dr. Arthur Miranda Ramos, superintendente da
Administração do Porto de Paranaguá.
Além desses, grande número de outras autoridades:
Padre Vice-Provincialda Vice-Província Redentorista de Camp o Grande,
Mato Grosso, padre Francisco Freel, representantes do Padre Geral dos
Redentoristas:
Padre Tarcísio Ariovaldo do Amaral, consultor secretário e procurador
geral da Congregação.
Representante provincial
da provínciaredentoristade Nova Iorque, USA,
padre Martinho Maerz,consultor secretário da Província.
Padres William Smith, procurador da província e Henry Brogan,
ecônomo.
Provincial da província redentorista de São Paulo, padre José Ribolla,
acompanhado de seu consultor-secretário, padre Miguel, de Manaus.
Vários padres vindos dos Estados Unidos da América - doze ao todo -
especialmente para solenidade de tomada de posse.
Grande número de padres provenientes de todas as paróquias
redentoristas do Estado do Paraná e Mato Grosso, párocos das paróquias de

107
Morretes, Guaratuba, Campina Grande do Sul, já agora pertecentes à nova
diocese de Paranaguá.
Representantes dos padres franciscanos, de Curitiba, frei Pedro Claver,
OFM. Veio também dos Estados Unidos da América especialmente para a
solenidade, o monsenhor 0'DWYER, da cúriade Baltimore, USA, qu e se fez
acompanhar pelo redatordo semanário católi co de Baltimore. Mr. David
0'Brian, que deu ampla cobertu
ra à sagração episcopa
l de Dom Bernardo José
Nolker, em Baltimore .

3 - No Palanque Oficial
1. - Saudação ao novo bispo, pelo prefeito municipal, Dr. Joaquim
Tramujas.
2. - Leituras da
s bulas pontifí
cais emlatim e emportuguês - criaçãoda
Diocese e nomeação de Dom Bernardo José Nolker, feitas pelo padre secretário
Nelson Torres.
3. - Palavras de Dom Manuel da Silveira D'El boux, arcebisp o de
Curitiba.
4. - Palavras deDom Bernardo JoséNolker ao povo presente.
5. - Na Igreja Matriz, jáCatedral: obediência do clero aonovo Pastor.
6. - Solene TE DEUM, cantado pelo Coral Santa Cecília.
7. - Assinatura das atas.
Estava prog ramado para o dia da posse,um grande banqu ete, às13 horas,
no Club Litterario. Mas, devido o falecimento de Sua Santidade o Papa João
XXIII - (1958-1963), ocorrido no dia 3 de junho corrente, julgou-se oportuno
adiar por uma semana. Dom Bernardo José Nolker e os demais bispos, com
alguns dosreverendos padres, almoçaram no restau rante do Palácio do Café.
Na Catedral, a partir das 16 horas, o novo bispo recebeu os
cumprimentos da família paranagüense.
Em seguida e ao lado direito de quem entra na Catedral, realizou-se a
cerimônia de inauguração da placa de bronze, comemorativa do de gran
evento,
na qual fora m gravadas estas seguintes palavras:
"A D. Bernardo Jos é Nolker, primeiro bispo de Paranag uá, no diade
sua posse, ashomenagens de seus diocesanos, 6de junho de 1963".
As 17horas, missaelebrada
c por Dom Bernardo No lker. Muitos padres
estiveram presentes.
também todos Alguns já haviam regressado a Curitiba, assim como
os bispos.
O banquete, que haviasido adiado, realizou-se13
node junho domesmo
ano, ás 20h, nos salões do Club Litterario. Estava ali representante toda a
sociedadeparanagüense.Acompanharam D om Bernardo ao banquete os
padres
Dênis Quilty, pároco substituto, Eduardo Moriarty, Flávio Farrel, Nelson Torres,

10 8
todosredentoristas.
Autoridades civis e militares estiveram presentes e no final discursou o
Dr. Ann íbal Ribeiro Filho, enaltecendo pao pel da Igreja edos bispos no mu ndo
atual.
Agradece ndo ahomenagem, disc ursou Do m BernardooséJ Nolker. Disse
o que esperava do povo católico de sua Diocese, mormente de Paranaguá, e o
muito que se propunha fazer em prol deste mesmo povo. A renda do banquete
(casal Cr$ 7 mil rcuzeiros antigos. Individual Cr$ 4mil), deduzidas as despesas,
ficou para a comissão do patrimônio incorporar ao valor já arrecadado, a fim
de construir o palácio episcopal.
Em sessão solene realizada na câmara municipal de Paranaguá a 29 de
julho de 1967, Dom Bernardo José Nolker, foi agraciado com o título de Cidadão
Honoráriode Paranagu á.
SEGUNDO BISPO DA DIOCESE DE PARANAGUÁ
1. - Dom Alfredo Ernest Novak, CSSR
No Palácio de Esportes "Albertina Salmon", em um palanque
artisticamente preparado, realizou-se a solenidade de tomada de posse do
segundo Bispoda Dioces e de Paranaguá, Estado doParaná, Dom Alfredo
Ernest Nova k, nomeado por Sua aSntidade o Papa João Paulo II (1978-atual
- ),
no dia 15 de março de 1989.
Na solenidade de tomada de posse, realizada ás 15 h, dia 13 de maio
de 1989, foi lidoo decreto de Dom Carlos Furno, Núncio Apostólicono Brasil,
em lugar da bula pontifícia. O decreto foi apresentado ao clero, que prestou
obediência ao seu novo pastor.
Dom Alfredo Ernest Nov ak, nasceu a.6.1930,
2 em Dwight (Nebraska)
Estados Unidos da América, ordenado a 2.7.1956, elevado a bispo titular de
Vardimissa e auxiliar de São Paulo a 19.4.1979. Sagrado a 27.5.1989.
Estiveram presentes Dom Paulo Evaristo Arns, Cardeal Arcebispo de
São Paulo,como tam bém Dom Pedro Fedalto, Arcebispo de Curitiba e outras
autoridades religiosas, civis e militares. Ainda presentes, estiveram 21 bispos,
36 padres e o pastor presbiter
iano.

2. - Parti da de Dom Bernardo José Nolker


No dia 26 de junho de 1989, Dom Bernardo deixou a Diocese de
Paranaguá com destino
aos EstadosUnidos da América
, onde passará aesidir,
r
depois de longos anos servindo ao povo de Deus no Brasil, como padre
missionário e depois como Bispo da Diocese de Paranaguá por mais de 25
anos, até sua aposentadoria.

109
A Igreja de Paranaguá testemunha, por tantos anos, a atitude de Dom
Bernardo,que se colocou a ser
viço, como sacerdo te e como Bispo.
No dia28 dejunho,Dom Alfr edo ErnestNovak, assumiu definitiv
amente
a Diocese de Paranaguá, passando a residir na Casa Episcopal.
O intervalo entre a tomada de posse e o assumir definitivo, foi para
deixar Dom Bernardo mais à vontade em preparar-se para sua retirada da
diocese.
Tão logo Dom Bernardo Jos é Nolker viajou para osEstadosUnidos da
América,o novo BispoDom Alferdo N ovak transformou a Casa Episcopal
em Centro de Pastoral da Diocese. A residência episcopal mudou-se para a
rua Vieira dos Santos,
365, Paranaguá - Paraná.
PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE
PARANAGUÁ
A capela sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá
foi edificada em576 1 no mesmo lugar on de depois seconstruiu a Igreja Matriz,
elevada em nível deatedral
c qua
ndo da criaçãoda diocesee posse do primeiro
bispo residente, 1963.
Tratando-se de portugueses, espanhóis e seus descendentes, todos
católicos, nada mais natural que cogitassem de prover o novo aglomerado
humano, de autorid ade eclesiástica e construís
sem um temp lo dedicado ao culto
do orago escolhido -Nossa Sen hora do Rosário -o que sucedeu em 1578, pela
necessidade de socorros espirituais a uma população pelo povoado e sítios
marginais da baía e rios que nela deságuam. 76

Em 23 de janeirode 1655, apresentou-se na Câmara de Paran aguá o


padre Dionísio de Mello Cabral que havia sido nomeado primeiro vigário
encomendado daVila,por provis ão passada pelo padre Joãoda RochaFerraz,
Vigário da Vila deananC éia e visitador da prelazia de São Sebastião do Rio de
Janeiro e,por isso, possuía primazia de jurisdi
ção.
Em 5 de abril do mesmo ano, pela provisão eclesiástica passada por
Dom Antônio Mariz Loureiro, por mercê da Santa Sé Apostólica, prelado e
Administrador da Cidade do Rio de Janeiro e sua prelazia e das Capitanias da
repartição do sul,referendou e confirm ou o padre Dionísiode MelloCabral no
cargo deVigário.
A paróq uia de Nossa Senhora Rosário
do de Paranaguá foicriadaem
1655, contando, em1990,com335 anos deexistência, sendo a primeira paróquia
dedicada a Nossa Senhora do Rosário em território paranaense.
(76) - NASCIMENTO JÚNIOR, Vicente. História da Paróquia de. Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá,
inédito, Apud Ribeiro Filho, Anníbal, Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, IV Centenário -1578-
1978, p. I.

110
1.- Nomínata dos párocos
1655 a 1665 - Padre Dionísio de Mello Cabral
1665 a1671 - FreiJoãode Guarnica
1671 a1672 - Padre Manuel Godino
1672 a1677 - Padre JoãoFaria
1677 a1678 - Frei Manuel de Santa Quitéria
1679 - Padre Antôniode Alvaren
ga
1679 a 1696 - Padre João da RochaPedroso
1696 a 1704 - Padre Domingos GonçalvesPadilha
1704 a 1719 - Padre João de Sousa Coutinho
1719 a 1730 - Padre Pedro da SilvaPereira
1730 a 1732 - Padre Cristóvão da Costae Oliveira
1732 a 1755 - Padre GregórioMendes Barbuda
1755 a 1782 - Padre Francisco Meira Colaço
1782 a 1804 - Padre Domingos PaesLeme
1804 a 1807 - Padre Joaquim Júlio da RessurreiçãoLeal
1807 a 1811
1811 PadreJoaq
- Padre Joãouim
Carneirodos
Júlio Santos
da Ressurreição Leal
1811 - Padre João Martinsde Araújo
1812 - FreiFranciscode São Pedro
1812 - Padre João Carneirodos Santos
1813 a1820 - FreiManuel de São Tomás
1821 a 1829 - Padre Joaquim Júlio da RessurreiçãoLeal
1830 a 1833 -Padre João Crisóstomo de Oliviera Salgado Bueno.
1833 a 1838 - Padre JoãoBatistaFerreira
1838 - Padre Vicente Ferreirade Oliveira
1838 a 1841 - Padre Joaquim José de Sant'Ana
1841 a 1845 - Padre GregórioJosé Lopes Nunes
1846 a 1849 - Padre JacintoManuel G. de Andrade
1849 a1850 - Padre Domingos Leitede Mesquita
1850 - Padre JoãoCrisóstomo de OliveiraSalgado
Bueno
1850
1857 aa 1857
1876 -- Padre
PadreAlbin
Agostinh
o Machad
o José da Cruoz Lima
1876 a 1880 - PadreJúlio Ribeirode Campos
1880 a 1883 - Padre Aníbal Fiaturoni
1883 a 1894 - Padre MarceloAnunziata
1895 - Padre José Garsirank
1895 a 1904 - Padre SebastiãoGastaldi
1904 a 1909 - Frei Redempto Kulmann e Frei Círíaco
Hieluck
1090 a 1913 - Padre José Teixeira da Silva
1914al916 - Padre José Ladurnas
1916 a 1919 - Padre Manuel Pinheiro
1920 - Padre LadislauKula
1920 a 1945 - Padre JoséAdamo e Oblatos de São Joséde Asti.
A partir de 19 de abril de 1945, por provissão especial deDom Ático
Eusébio da Roc ha, arcebispo da arquidiocese de Curitiba, aparóquia de Nos
sa
Senhora do Santíssimo Rosário de Paranaguá passou para a Congregação do
Santíssimo Redentor - CSSR.
Os padres da vice-província deCampo Grande, Estado de M ato Grosso
do Sul, naquela data ainda dependente da província de Baltimore, com casa-
mãe em Brooklyn,Nova Iorque, E stados Unidos da América,que iniciaram a
comunidade redentorista de Paranaguá, foram :
Padre Carlos Langhirt
Padre Clemente MariaPinark
Padre Guilherm
e Connors.
2. - Nominata dos párocos - CSSR
1945 a 1950 - Padre Carlos Langhirt
1951 a 1956 - Padre Bernardo José No lker
1956 a 1961 - Padre G uilherme Connors
1961 a 1962 - Padre Bernardo José Nolker
1963 a 1967 - Padre Eduardo Jackson
1968 a 1970 - Padre Nilo Sheridan
1970 a 1972 - Padre Armando Russo
1975 a 1980 - Padre Egídio R. Gardiner
1981 a 1984 - Padre Jorge Poux
1985 a 1986 - Padre Afonso W. Maggs
1987 a 1991 - Padre Donald Roth.
A partir de 4de março de 1991, a coordenação pastora
l e administrativa
da CatedralDiocesana deParanaguá foi entregu
e ao primeiro pároco diocesano:
4.3.1991 - atual - Padre Diocesano Miguel de Oliveira.
3.- As Capelas da Paróquia
As capelassob ajurisdiçãoda paróquia de Nossa Senho
ra do Santíssimo
Rosário, são as seguintes:

112
1.-Capela da Costeira
:
Padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
2.- Capela da vila -Gregório:
Padroeira Santo Antônio.
3.- Capela da il
ha Valadares:
Padroeira - Nossa Senhora dos Navegantes;
4.- Capela do rio Macie l:
Padroeiro -Senhor Bom Jesus.
5.- Capela da ilha das Peças:
Padroeiro - São Sebas
tião:
6.- Capela doPiaçagü era:
Padroeiro -Senhor BomJesus
7.- Capela do Amparo:
Padroeiro -Senhor Bom Jesus.
4.- A Nova Igreja Matriz
Em 29 de junho de 1857, dia dos Apóstolos Pedro e Paulo, foram
transladados o de todas demais imagens, da Igreja Matriz para a Igreja da
Orde
do m Tercei
Rosário, ra de
padro São
eira daSantíssimo
e Sacramen
cidade, Francisco to,
dasaChag
imagem de Nossa
as, a fim Senhor
de se dar a
início
à construção da nova Igreja Matriz, que se achava em ruínas.
Em 24de setemb ro de 1863, procedeu-se à bênção da nova Igreja Matriz
e, com provisão do Bispado de São Paulo, realizou-se no dia seguinte - 25 de
mesmo mês - às llh, a procissão solene de trasladação, saindo da Igreja a d
Ordem Terceira para a nova Igreja Matriz.
Transcrevemos, convertido para a linguagem atual, o termo lavrado para
perpetuar memória, referente ao evento:
"Termo para perpetuar memória da procissão de trasladação do
Santíssimo Sacramento e a sagrada imagem de Nossa Senhora do Rosário,
padroeira desta cidade, e das demais imagens, da Igreja da Ordem Terceira,
para a nova Igreja Matriz desta cidade.
Ano do nascimen to de Nosso Sen hor Jesus Cristo,de mil oitocentos e
sessenta e três, aos vinte e cinco dias do mês de setembro, sexta-feira de São
Firmino, nesta cidade de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, Província
do
SanParaná, teve lugar, àsde
tíssimo Sacramento, 11Nossa
horasSenh
do dia,
ora do Raosário,
procissão solene
padroeira, e dede trasladação
todas as do
sagradas imagens, da Igrejada Ordem Terceira, desta cidade,para onde foram
trasladadas as mesmas imagens, em 29 de junho de 1857, para o fim ser
construída a Igreja Matriz, que se achava em ruínas, nesta cidad e de
Paranaguá. A bênção teve lugar ontem, 24 do mesmo mês. Solenemente

113
autorizada pelo bispo desta Diocese, como consta da respectiva provisão.
Tendo a Câmara Municipal feito à custa de seus cofres a solene
trasladação, com toda a solenidade e com o maior regozijo e esplendor, ao
publicar no Comércio do Paraná, folha que se edita nesta cidade, do teor
seguinte:
Programa para regularidade, esplendor e boa ordem na trasladação da
imagem da Virgem Senhora do Rosário, padroeira desta cidade, para o seu
novo templo:
A bênção da nova Igreja Matriz será feita com toda a solenidade, às 4 h
da tarde do dia 24 de setembro corrente e assistência da Câmara Municipal,
autoridades e todas as pessoas que quiserem concorrer ao ato.
O Secretárioda Câmara Municipa l lavrará no respectivo livro,
um termo
circunstanciado desta solenidade, no qual assinarão o Vigário, Sacerdotes,
Câmara Municipal, autoridades e os cidadãos presentes que quiserem.
Nessa noite haverá iluminação geral em toda cidade, cuja hora
determinada o sinal de repique de sinos, emtodas astorres das igrejas da cidade.
No dia 24 de setembro, da manhã, será destinado para todos preparativos
necessárioscoloc
- açãoda imagem no andor,arranjo dos dema is andores das imagens
que têm defazer parte daprocissão etrasladaç ão, devendo ficarsem and ores, no
corpo da Igrejada Orde m Terceira,pela ord em em qu e tiverem desair.
A aurora do dia 25 de setembro será anunciada por salvas de artilharia
ou baterias, com uma grande girândola de fogos e ao toque de matinas; uma
banda de música, percorrerá as ruas da cidade.
Às 8 horas da manhã desse mesmo dia, dará em todas as igrejas o
primeiro sinal da procissão; às 8 horas e meia, o segundo; e às 9, o terceiro;
desde a uma horadeverã o estar congreg adas todasas irman dades e mais devotos
e dará começo a procissão.
Trajeto daprocissão -Da igreja da Orde m Terceira,seguirá em direitura,
pela rua da Ordem , Cadeia , descendo pela rua do Rosário
1 2 3
e subindo pela da
Gamboa, voltará e findará seu curso ao entrar no novo templo.
4

Ordem processional -1Todas as pessoas decentes , 2." A Irmandade de


São Benedito e suas insígnias. A 3.Irmandade de Santo Antônio e as alas da
a

qual irão osandores de São Joãoe São Sebastião. 4." A Irmandade deN. S. do
Rosário, cujas alas ocup arão os andores de N. S. do Carmo, das Dores,
Conceição eN. S. do Terço.5." A Irmandade do Santíssimo Sacram ento, com
suas insígnias e pali
Diante das o, cujas
alas dosvaras serão distribuíd
sacerdotes, as pelos
ver-se-ão vereador
o juiz de es da câmara.
direito da comarca,
juiz municipal do termo, delegado de polícia, subdelegado e os quatro juizes de
(I) e (2) - aluai rua 15 de Novembro.
(3) • Atual rua Professor Cleto
(4) - Atual rua Conselheiro Sinimbu.

114
paz, comas suas dev idas insígnias.
Os andores deverão ser carregados pelos irmãos respectivos e aquele
que os irmãos não tiverem por devotos, decentemente vestidos.
Logo que o and or deN. S.do Rosário transp user o limiar daporta, uma
girândola de fogos subirá ao ar, repicarão os sinos em todos os lugares da
cidade,partindo ao mesmo tempo fogos aoar.
Quatro anjos, dois à direita e dois à esquerda do limiar da porta, em
lugar elevado, espargirão flores por sobre o andor e palio, depois do que,
imediatamen te, irão ornar as alasdos sacerdotes e Santíssimo Sacramento.
Do último lugar do descanso, se adiantarão a ocupar iguais lugares à
entrada do novo templo, para fazerem o mesm o que,à saídada igreja daOrdem
Terceira e ao entrar o andor de N. S. do Rosário, se repetirão as mesmas
demonstrações da saída e então uma girândola de trinta dúzias de fogos ao ar
anunciará aos fiéisque a sua protetora,tomou o lugar que lhecompete noseu
templo.
Nesse ato, a recolhida a procissão, será celebradaTe Deum
umLaudamus,
com exposiçã o do Santíssimo Sacramento, em ação graças,
de por tão assinalado
motivo.
Na frente dosguiões dasIrmandade, irãotrêsanjos,os quais apresentarã o
três diversas formas; um, deverá ir vestido de São Pedro; outro,
Batista e outro, de São Miguel, irão os três a par; o primeiro sendo no de São João
meio,
levará na mão direita a chave do novo templo; o 2.° à direita deste, a bandeira
do precursor; e o 3.° à esquerda, conduzirá a chave do sacrário.
Além destes anjos particularmente já notados, serão admissíveis todos
aqueles que a devoção dos fiéis quiserem prestar.
Os sacerdotes e as alas levarão tocheiros e todos os devotos que não
conduzirem insígnias das irmandades.
O Fiscal da Câmara prevenirá a todos os proprietários a deixarem as
frentes das casase ruas,no mais apu rado estado de limpeza, desde o diaaté 25
o dia da festa da padroeira e pelas ruas que tem de passar a procissão, serão
estas alcatifadas de flores e folhas, assim como, de todos os sobrados, espera
que se espargirão florespor meninas emeninos.
A Comissão encarregada pela Câmara Municipal, para direção dos
festejos,convidará a todos os negociantes, a fechare
m suas casasde negócios,
Te Deum,esperando que assimse prestarão,
no dia daprocissão, até finalizar
em atenção à religiosidade
Igual convite fará às do ato.
autoridades consulares e aos comandantes das
embarcações ancoradas no porto, para embandeirarem estas e as portas do
consulado.
Nas noites dos dias 25 e 26 continuarão as iluminações públicas e
espontâneas.

115
Paranaguá, 17 de setembro de 1863.
Cônego Gregório José Lopes Nunes
Caetano deSouza Pinto
José Gonçalves Marques
José Ferreira Pinheiro.
Às onze horas da manhã, desse dia anunciado, com as formalidades
prescritas no programa, saiu da Igreja da Ordem Terceira, a solene procissão,
levando adiante das alas, um número maior de cem tochas acesas, entre os
irmãos de diversas irmandades fiéis devotos, três anjos ricamente vestidos,
representando'um, São Pedro, trazendo namão direitauma rica chave deouro,
do novo templo; um, São João, com abandeira do precurs or; outro, SãoMiguel,
com a chave do sacrário.
No meio das alas seguiam mais quatro anjos e seis virgens ricamente
vestidos. A ustódia
c foi cond
uzida pelo Vigá
rio da Igreja daVila deMorretes,
padre Domingos Leite de Mesquita, acompanhado pelo Vigário colado desta
cidade, Cônego Gregório José Lopes Nunes, Vigário da vara, padre Albino
José da Cruz eVigário daVila deGuaratuba, JoãoManuel Pereira;segurando
as varas do palio, os vereadores da Câmara Municipal,João Timóteo de Simas,
João Necipal, João Timóteo de Simas, João Nepomuceno Pereira da Costa,
Carlos
PinheiroAugusto de Melo
e a seu lado Franco,Joaquim
o vereador Francisco
tônio Derio Cárdenas
AnPereira Alves e José Ferreira
e o Presidente
da Câmara, Caetano de Souza Pinto; atrás do palio acompanharam de todas
acesas,o Juiz deDireito daComarca,Aprígio FerreiraGomes; o Juiz Municipal,
doutor Luiz Antônio Coelho da Silva; o Juiz Municipal de Antonia, doutor
FranciscoFerreira Correia;o delegado suplente, em exercício,Manuel Leocádio
de Oliveira, subdelegado Ricardo José da Costa; juizes de paz, Ricardo
Gonçalves Cordeiro, Jos é Leandro da Costa e rTistão Ecline Wadwal; capitão
do Porto desta Província,Capitão-Tenente João Pedro de Carvalho Raposo; o
inspetor interino da
Alfândega, Franci
sco José Pinheiro;Provedor deSaúde do
porto, doutor Ricardo Augusto da Silva Rego; e os cônsules e vice-cônsules
das nações estrangeiras, residentes nesta cidade.
Fazia a guarda de honra, o corpo de artilharia da guarda nacional,
comandada pelo respectivo Major Antônio da Costa, levando à sua frente a
música.
As ruas estavam alcatifadasde florese folhas verdes, emdiversas partes
havia bandeir
as casas dosascônsules
deum ladoembandeiradas
e outro da rua: um
e asarco em
frente à casa
embarcações doVigário:
surtas no porto; os
sinos de todas as torres das igrejas anunciavam tão almejada trasladação,
foguetes, baterias, girândolas, se ouviram sucessivamente em quase todas as
ruas e como porfia,mostravam o contentamento ealegriaque reinava em todos
os semblantes, esparg
indo-se flores nos ando
res epalio detodas as janelas que

116
estavam aglomeradas de senhoras e meninas.
Ao meio-dia, em ponto, abriu a porta do novolotemp e a procissão tendo
feito seu trajeto pelas ruas marcadas no programa, fez sua entrada na igreja
Matriz e nesse ato
espantosamente, tocante,
subindo as um
ao ar vivas
semdemonstrações foram ereproduzidas
número de foguetes uma girândola de
30 dúzias, colocadas para esse fim, no largo da igreja.
Colocada a sagrada imagem da padroeira no altar-mor, ricamente
adornado e sendo exposto o Santíssimo Sacramento, subiu ao púlpito do lado
do evangelho, o vigário da vara, pad
re Albin
o José da Cruz,e recitou um discurso
alusiv
o à sublimidade do ato,findoo qual, foielebrado
c Te
umDeum Laudamus,
em ação degraças, por tão assinalado fav or.
A igreja ficou apinhada de povo, que se confundia na multidão, o largo
da igreja e todas as ruas contíguas a ela; à noite, houve iluminação em toda a
cidade,disting
uindo-sea que a Câmara Municipa l mandou fazer naporta grande
da igreja, cuja iluminação espontânea teve lugar três dias consecutivos.
Na madrugada do dia 25, uma banda de música percorreu a cidade e
uma salva de 21tiros e diversasgirândo las de foguetes, anunciavamrora a au
desse dia; desde então, choveu copiosamente até às 10 horas da manhã, ao
tocar o terceiro eúltimo sinal da procissão, que ocom por um encanto o sol
radiante até de
alcatificado recolher-se, que continuou uma noite serena e bela e o céu
estrelas brilhantes.
Nessa noite esteve a Igreja Matriz aberta à exposição dos fiéis que,
aglomerados, sucediam, famílias umas às outras, a visitarem o templo.
Tendo-se feito a trasladação, pela forma exarada, foi lavrado o presente
termo, no qual assino o mesmo, para perpetuar a memória de tão sublime ato,
de verdadeiro contentamento para uma cidade, eeu, Manoel Ináci
o de Simas,
o escrevi.
Caetano de Souza Pinto - Presidente da Câmara municipal.
José Gonçalves Marques
José FerreiraPinheiro
Joaquim Antônio Pereira Alves
Francisco Derio Cárdenas."
A igreja - hoje catedral - de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário, é
monumento tombado da cidade e figura como patrimônio histórico e artístico
do Estado
n.° 18/67. doParaná, devid
amente inscritono livro do tombo histórico,processo
A imagem de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário é, igualmente,
monumento tom bado da cidadee figura ocmo patrimônio histórico e artístico do
Estado do Paraná, devidamente inscrito no livro do tombo histórico, processo
n.° 13/66.

117
La rg o da Ma tri z, Re prod uç ão . O Itibe rê n. 6. outubro, 1919 .
PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DO ROCIO
A devoção a Nossa Senhora do Rosário do Rocio è antiqüíssima,
remontando à segunda metad e do séculoXVII.
Relata a tradição que a imagem miraculosa da Virgem do Rocio, foi
encontrada nas mal has da rede de pesc
ar dePai Berê, humilde epobre pescador
que vivia à margem costeira da baía de Paranaguá, chamada Rocio, por ser
pertencente aos bens do Conselho do Município.
Instituiu Pai Berê,com os dem ais comp anheiros, o culto à imagem ,
colocada em tosco oratório, em sua choupana, onde passaram a se reunir para
rezar o terço e muito especialmente durante a primeira quinzena do mês em
que foi recolhidaa imagem.
O culto a imagem se difundiu, aumentando a fé e a esperança em
Nossa Senhora do Rosário do Rocio, atraindo os devotos, não somente das
redondezas, mas, també m da Vila.
Historicamente,a referência mais antiga, sobre a existênciade Nossa
Senhora do Rosário do Rocio, data do ano de 6186, contando Paranaguá com
38 anos de elevação ao predicamento de Vila - a criação da Vila foi em 1648 -
quando uma tremenda epidemia, denominada de peste grande - ou peste da
bicha -(cólera), assolou o litoral,vitimando família
s inteiras em pou
cos dias.
A população recorreu à proteção divina, apelando para a Virgem do
Rocioque a livrasse da terrível doenç a.
Muitos anos depois do desaparecimento de Pai Berê, a milagrosa
imagem estava colocada em uma casa de palha, em um decente altar e era
pertencente ao devoto cidadão Tenente Faustino José da Silva Borges, com
mais de 80 anos de idade. 77

Nesta costeira coberta de manguezais, aparece uma nova capelinha


dedicada a milagrosa imag em de Nossa Sen hora do Rosáriodo Rocio, a quem
o povo paranagüense e outras partes, tributam grande devoção.78

A Capela de Nossa Senhora do Rosário do Rocio foi feita no ano de


1813, debaixo da protetoria dorepad frei Manu
el de São Tomás.
A nova Capela está à margem da grande baía, em lugar aprazível.
79

Em 18 de agosto de1857, na Capela de No ssa Senhora do Rosário do


Rocio, pre
Manuel sente
da s os Ver
Cunha eadores daoCâm
Pacheco, ara Municipal,
Vigário Joaqu
im Féli
da Vara, padre x da Silva,
Albino José da Cruz, o
protetor da capela,major Ricardo Gonçalves Cordeiro,
o doutor JoséMatias
(77). - VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. 1850, p. 450.
(78) - Ibidem, p. 61.
(79) - Ibidem, p. 450.

119
Ferreirade Abreu, e muitos out
ros cidadãos dacidade, morad ores do Rocio, os
mestres pedreiros Claudin
o e Claro eoutros operá rios daobra, procedeu -se ao
lançamento da primeira pedra para a construção de uma nova capela.
O vigário Albino José da Cruz, na forma do cerimonial, procedeu à
bênção de uma cruz que foi colocada no centro onde há de ser o altar-mor da
capela,e de uma pedra,a primeira assentada no fundo do alicerce, no lugar em
que deverá ficar a porta principal de entrada do templo.
O termo,para perpetuar a memó ria, foilavrado po r Raimun do Ferreira
de Oliveira Mello e assinado pelos seguintes:
Joaquim Félix da Silva
RicardoGonçalves Cordeiro
O vigário davara padre Albin o José da Cruz
Manuel Ricardo Carneiro
Manuel da Cunha Pacheco
Manuel Pereira da Costa
João Antônio de Miranda. 80

Em 4 de novembro de 1870, às dez horas, na capela de Nossa Senhora


do Rosário doRocio, teve lugar a bênção da nov a igreja,com toda a solenidade
religiosa,
Asspelo vigário
istiram ao atopad
re Albino
religioso oJos
juizédedacapela
Cruz edopadre o,
term José Gomes
Câmar da Cunh
a.
a Municipal,
autoridades civis, militares, consulares e numerosas pessoas.
Terminada a solenidade de bênção do templo, o padre Pedro José da
Cunha celebroumissa cantada.Quando ossinos anun ciaram abênção dotemplo
subiram aos céus numerosos foguetes.
A reconstrução do templo esteve desd e o mês demaio sob adireção do
atual protetor Caetano Gomes Henrique, e administração do tenente Barnabé
de Carvalhaes Pinheiro. Foi reconstruído o corpo da igreja, capela-mor, novo
altar, trono e sacristia.
O termo, para perpetuar mem ória, foilavrado pelo Sec retário da Câmara
Municipal,EvaristoJosé Cárdenas, e assinad o pelos seguintes:
Manuel Leocádio deOliveira
Pedro de Alcântara Correia
Manuel do Rosário Correia
Manuel Ricardo Carneiro
Joaquim
O VigárioCândido
da Vara daCorreia
Igreja pad
re Albino Joséda Cruz
Padre Pedro José Gomes da Cunha
Caetano Gomes Henrique. 81

(80) - FONTE: Revista o ltiberê, n.° 108 e 109, 1928.


(81) - FONTE: Revista o ltiberê n.° s. 117 e 118, 1929.

120
Em 1902, o vigário da par óquia de Nossa Senhora do Rosáriode
Paranaguá, padr e Sebasti
ão Gastal di, cumprindo solenevoto feitode erigiruma
nova igreja, apelou para Nossa Senhora do Rosário do Rocio que fizesse
desaparecer apeste bubônica que ameaça va a população. Assim, foi lançada a
pedra fundamental do atual santuário, planta do famoso pintor, pai da pintura
paranaense - Alfredo Andersen. A torre foi inaugurada em 1920. Depois da
sagração do altar, em 1922,o templo foiaberto ao culto.Benfeitorias e reformas
posteriores, ampliaram as dimensões do santuário, transformando no seu atual
aspecto.
Em 1939, a Virgem do Rocio, em trem especial, viaj ou a Curitiba para
presidir ojubileu daCongregação Mariana da Catedral de uritiba.
C
Em 1948, no jubileu de sagração episcopal do arcebispo, Dom Ático
Eusébio da Rocha, realizou-se o primeiro Congresso Mariano do Paraná e
novamente Nossa Senhora do Rosário do Rocio, em trem adredemente
preparado, seguiu a Curitiba para presidir trabalhos,
os nacondição dePadroeira
do Paraná.
Em 1953, quando das comemorações do Primeiro Centenário da
Emancipaç ão Política do Paraná, pela terceira vez milag
a rosa imagem foi a
Curitiba para presidir oCongresso Eucarí stico Provincialdo Paraná, realizado
de 26 a 29 de novembro desse mesmo ano, pelo Arcebispo Metropolitano do
Paraná, Dom Manuel da Silveira D'Elboux.Nessa oportunidade, a Virgem do
Rocio peregrinou durante 105 dias pelo interior do Estado.
As mãos do Arcebispo D'Elboux, começaram a chegar numerosos
pedidos para solicitar a Sua Santidade, o Papa que declarasse Nossa Senhora
do Rosário do Rocio Padroeira do Paraná.
Em 1964, Dom Bernardo José Nolker, BispoDiocese da deParanaguá,
criou a paróquia deNossa Senhora do RosárioRocio,do confia da à Congregaçã o
do Santíssimo Redentor - CSSR.
Nossa Senhora do Rosário do Rocio - Padroei
ra do Estado do Paraná
Dom Bernardo José Nolker, com muita alegriae satisfação,comunicou,
oficialmente, na 24." Assembéia dos Bispos do Estado do Paraná , que a antiga
aspiração do episcopado e do povo do Paran á. Foi finalmente concretizada.
Nossa Senhora do Ros ário doRocio fora proclam ada Padroeira Perpétua
do Estado do Paraná, no dia 11 de março de 1977, atendendo-se à solicitação
feita por dois arcebispos e 22 bispos do Estado do Paraná, além dos pedidos
formalizados pelo Governo do Estado, sendo governador Jayme Canet Júnior;
pelo Poder Legislativo Estadual o deputado Ivo Tomazo ni; peloPoder Judiciário,
representado pelo Desembargador Ariel Ferreira do Amaral e Silva,
Presidentedo Tribun al deJustiça doEstado doParaná; pela Pref eitura Mun icipal

121
de Paranaguá, sendo Prefeito o Dr. José Vicente Elias, pela câmara municipal
de Paranaguá, sendo Presidente o Sr. Pedro Claro Chaves.
1.- O Decreto
O decreto, protocolo CD 768/77, da Sagrada Congregação para os
Sacramentos e o Culto Divino, declara, em nome do Papa Paulo VI, Nossa
Senhora do Rosário do Rocio eleita Padroeira do Paraná, junto a Deus. O
protocolo fez-se acompanhar de breve apostólico (carta) com data de 30 de
julho de 1977, assinada pelo Cardeal Jean Villot, Secretário de Estado do Vaticano,
declarando Nossa Senhora do Rocio Padroeira do Paraná para o presente e
futuro,ad aeternum.
O processo-pedido encaminhado ao Vaticano, que resultou no decreto
de proclamaçã o de Nossa Sen hora do Rosário do Ro cio Padroeira do aPraná,
foi montado pelopadre Thomaz Sheehan, pároco da paróqu ia de Nossa Senhora
do Rosário do Rocio.
Tornou-se maravilhosa e feliz realidade o antigo sonho do primeiro
arcebispo de Curitiba, Dom João Francisco Braga, falecido em 13 de outubro
de 1936, quando expressava:
Que Senhora
de Nossa a Província
do EcRosário
lesiásticado
deRocio
Mariaten
deha o seu san
Paranaguá.tuário no Santu
ário 82

2.- Festa em homenagem a Nossa Senhora do Rosário do Rocio


A partir do dia 4 até o dia 12do mês de novembro de 1977, celebraram-
se as novenas preparatórias para a grandiosa festa em honra de Nossa Senhora
do Rosário do R ocio, realizada no dia 13do mesmo mês e ano.
As novenas dos dias 4 e 5, as pregações foram feitas por Dom Jaime
Luís Coelho, Bispo de Maringá.
A novena do dia 6, a pregação foi feita por Dom Efraim Kremvey,
coadjuntor do esparcado apostólico ucraniano.
A novena do dia 7, a pregação foi feita por Dom Bernardo José Nolker,
Bispo de Paranaguá .
As novenas dos dias 8e 9, as pregaçõ es foram feitaspor Dom Frederico
Holmel,Bispo de Guara puava.
A novena do dia 10, a pregação foi feita por Dom Pedro Fedalto,
Arcebispo de Curitiba.
A novena do dia 11, a pregação foi feita por Dom Albano Cavallin,
Bispo Aux
iliar deCuritiba.
A novena do dia 21, a pregaçã
o foifeita por Domernardo
B Jos
é Nolker.
No dia 13 de novembro de 1977, dia da solen ização da festa em
(82) - VÍTOLA, cônego Vicente. Nossa Senhora do Rocio, Separata de "Vida Claretiana" Curitiba, 1954, p. 13.

122
homenagem a Nossa Senhora do Rosário do Rocio - dia importantíssimo, de
muita alegria,porque neste diahouve a oficialização dotítulo deNossa Senhora
do Rosário do Rocio, como Padroeira do Estado do Paraná.
Dom Bernardo José Nolker fez comun
a icação namissa das 17 horas,
quando leu oato oficial, com tradu
ção feitapor Dom Jerônim o Mazzarotto, Bispo
Auxiliar de Curitiba, do decreto daSagrada Congre gação para os Sacramentos e
CultoDivino.
3.- Nominata dos párocos
10.8.64 a 1970 - Padre Geraldo Finn
1971 a 1973 - Padre Thomé Joyce
1973 a 1975 - Padre JoãoO'Connor
1975 a1984 - Padre Thomaz Sheehan
1984 a 1990 - PadreWenceslau Smunty
1991 -atual - Padre CarlosHergenroeder.
4.- Capelas da paróquia
As capelas sob jurisdição
a daparóquia, são:
1.- Capela da Vila Guarani:
Padroeira -Nossa Senh ora doCarmo.
2.- Capela do Porto do
s Padres:
Padroeiro - Espírito Santo.
3.-Capela Serraria doRocha:
Padroeiro - Santíssimo Redentor.
4.- Capela Vilade Alexandra:
Padroeira- Nossa Senhora Auxiliadora.
5. - Capela do Rio das Pedras:
Padroeiro - São Sebastião.
6.- Capela da Colônia Quin tilha:
Padroeira - Nossa Senhora da Conceição .
7.- Capela Colônia Maria Luíza:
Padroeira - Nossa Senhora de Lourdes.
8.- Capela Colônia Pereira:
Padroeiro -Santo Antôn io.
9.- Capela São Luiz (sítioDr. Fontes):
Padroeiro - São Sebastião.
No dia 15 de novembro de 1992, festa em honra de Nossa Senhora do
Rosário do Rocio, foi inaugurado um painel doado pela Associação Comercial,
Industrial e Agrícola de Paranaguá e pelo Centro do Comércio de Café de
Paranaguá, com osdizeres seguintes:
"Comemorando os500 anos de evangelização na América,
um grupo de
12 3
espanhóis em visita a este santuário, trouxe uma réplica da imagem de Nuestra
Senora deiRocio, que é venerada em Almo
nte, Espan
ha desde o século XIII.
Paranaguá, 15 de nove
mbro de1992".
5.- Distrito de Alexandra
A antiga colôniaAlexan dra, hoje próspero distri
to, situada no mu
nicípio
de Paranaguá data asua fundação de1871, sendo o seu fundador SabinoTrípodi,
italiano, agrimensor, que contratou com o Governo Imperial, o assentamento
de 200 famílias italianas, com cerca de
203pessoas.
Alexandra era onome da esposa deSabino Trípodi.
Grande parte dos imigrantes,
trazidos por Sabinorípodi,
T que o governo,
nos termos contratuais, deixou de auxiliar, abandonou os lotes que lhes foram
destinados, alegando ataques de febres e outras doenças.
Umas poucas famílias, entretanto, permaneceram e trabalharam no
amanho da terra e, mais tarde, mostraram pequenas indústrias para fabricação
de tijolos, telhas, manilhas, aguardente, em pequena e resumida escala.
Com a estrada derodagem ligando Paranag uá-Morretes ae inauguração
da estrada de ferroParanag uá-Curitiba, em1885, o distrito de Alexandra
conseguiu dilatar as possibilidades econômicas e sobreviver socialmente,
apresentando nos dias atuais um desenvolvimento econômico em ascensão.

Capela de NossaSenhora Auxiliadora


Devoção constituída em 1935 pelo irmão leigo da Ordem dos Oblatas,
Pietro Cuffini,
que na incipientevila de Alexandra cons
truiu uma linda capela
dedicada a Nossa Senhora Auxiliadora, construção iniciada aos dois dias do
mês de janeiro de 1933, com recursos obtidos pelo trabalho desenvolvido por
aquele irmão.
Em 24 de maio de 1936, domingo, Alexandra teve um grandioso dia.
Inaugurava-se a linda capela de Nossa Senhora Auxiliadora.
De Curitiba,às 7h40min, partia um trem especiale uma composição de
11 carrosde passageiros,
conduzindo a Santa Nossa Senh ora Auxiliado
ra, além
dos numerosos romeiros que seguiram pelo trem expresso. Desde cedo, pelo
trem misto de Paranaguá, centenas de pessoas rumaram ao local da festa.
O trem
estava toda movespec
ime ial
ntadade
e, Curitiba, chegou
entre osruid às horas
11
osos sinaisde aleem Alexan
gria, dra.
Nossa A vila
Senhora
Auxiliadora deixara o carro que a conduzira e sob o som de cânticos sacros,
acompanhados por uma banda musical e milhares de fiéis, foi conduzida para
a nova e definitiva capela.
Monsenhor Francisc o Torres,representando Dom Ático Eusébio da

124
Rocha, Arcebispo de Curitiba, benzeu o santuário e, logo depois, triunfante,
entrou Nossa Senh ora Auxiliadora,em meio dos cântic
os das filhas deMaria
de Paranaguá e numeroso povo, que de toda parte prestigiou o grande evento.
Em seguid a, foi rezada missa solene,
cantada, elebrada
c por Monsenh
or
Torres, padre Natal Brusasco e padre Carlos Gnero. Pietro Cuffini chefiou o
movimento e o reverendo padre Adamo, dirigiu o coro de Paranaguá,
acompanhado pelo prof. Randolfo Arzua.
Com a celebração da primeira missa, organizou-se a vida católica e
Nossa Senhora Auxiliadora, desde então, reconhecida como padroeira da vila
de Alexandra.
A festa em honra de Nossa Senhora Auxiliadora, é realizada em
Alexandra no dia 26de maio celebrada comgrande participação de devotos.
A imagem de Nossa Senh ora Auxiliadora,
uma lindae perfeitaobra de
escultu
ra, foi doada à Capela pelo Sr.
LúcioFreitase Senhora,tendo perte
ncido
à família curitibana Francisco de Almeida Torres, que mandara vir de Paris,
nos fins do século XIX.
O numeroso povo que participou da inauguração da linda capela,
imprimiu na vila de Alexandra um ambiente realmente festivo e por todos os
lados viam-se
saboreando agrupamentos
apetitosos de romeiros à sombra de frondosos arvoredos,
churrascos.
Ao entardecer, com a passagem do primeiro trem saído de Paranaguá
com destino a Curitiba e, depois, com a partida do trem especial, Alexandra
voltou avida habitual,na convivência de
sua gente simp
les e boa.
Afinal, Alexandra representa 120 anos de vida e desenvolvimento.

125
Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Rocio
Padroeira do Paraná.

127
PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA PAZ
Em 17 de janeiro de 1974, Dom Bernardo JoséNolker criou aParóquia
de Nossa Senhora
abrangendo da Paz situada
as comunidades da Paz,à do
rualtiberê,
Manecodo Viana, bairroe Alvorada,
Emboguaçu do Araçá.
A festa em homenagem a Nossa Senhora da Paz realiza-se no primeiro
domingo do mês de junho de cada ano.
1.- Nominatas dos párocos
17.1.1974 a 9.5.1976 - Padre Donald Toner, CSSR
10.5.1976 a 3.9.1977 - Padre Afonso Sullivan, CSSR
4.9.1977 a 15.9.1979 - Padre Antônio Konkel, diocesan o.
20.4.1980 a 16.1.1983 - Padre Jorge Blisser, CSSR
13.2.1983 a12.2.1984 - Padre Miguel do Nascimento Netto, CSSR
13.2.1984 -atual -Padre Alexandre Júlio Troscianczu
k, diocesano.
2.- Boletim Informativo
O pároco, padre Alexandre, fez nascer um importante boletim mensal,
impresso tipograficamente,
denominado "Mensageiro da Paz" e o número 1,
data de 1 de fevereiro de 1985, com tiragem inicial de 3.500 exemplares,
desejando serum porta-voz daParóquia,propondo-se el var atodos um
a palavra
de fé e esperança, além de comentários e comunicações.
Desde então, a circulação tem sido ininterrupta e a última edição é o
número 76, de 1.° de maio de 1991
, agora com tira
gem de 4.500 exemplares.
3.- Igreja de Nossa Senhora da Paz
No dia 25 de novembro de1986, foi entre
gue ao Prefeito Municipa l de
Paranaguá, um abaixo-assin
adocontendo 3.480 assinaturas, representado 18.600
membros que na época compunha a paróquia.
O poder público, representado pelo Prefeito, Dr. Waldyr Salmon, e o
Presidente da Câmara de Vereadores, prof. Albino Tramujas, doou o terreno
no bairro Alvorada, frente para a praça Duque de Caxias, rua Maneco Viana,
nesta cidade,
sendo que aescritura pública
foi outo
rgada em nom e da Associa ção
da Paz, entidade civil fundada pelos paroquianos, destinada à construção do
Centro Comunitário da Paz que, conforme projeto, constará de uma creche,
salas para catequese, salão para cursos e palestras, residência sacerdotal,
pavilhão de festas e Igreja de Nossa Senhora da Paz.
No dia 26 de fevereiro de 1988, teve início a construção da primeira
etapa do centro eno dia 11 de outubro de 1989, a Comissã o de Assuntos
Econômicos da Paróquia aprovou por unanimidade o propósito de dar

128
imediatamente início à obra da nova igreja, que mede 18 metros de largura por
39 metros decomprimento, no totalde 702 metros quadrados, com um projeto
simples, funcional, porém, espaçosa, sólida, de alvenaria e em fase adiantada
de construção, fazendo crescer o entusiasmo em toda a comunidade paroquial
e extraparoquial.
4. - As Capelas da Paróquia
As capelas sob a jurisdição da Paróquia de Nossa Senhora da Paz são
as seguintes:
1. - Capela do Embogu açu:
Padroeiro -Bom Jesus.
2. - Capela da Vila ltiberê:
Padroeira - Nossa Senhora Aparecida.
3.- Comunidade Jardim Araçá:
Padroeira - Nossa Senhora da Fátima.
ÁREA PASTORAL SÃO JOÃO BATISTA
A área pastoral SãoJoão Batista tem sede no bairroosto
p fiscal.
Em maio de1991, respondia pela áreaastoral
p o padr
e Anton Hõller,
CSSR.
Capelas soba jurisdição da área pastoral
1.- Capela do Posto Fiscal:
Padroeiro - São João Batist
a.
2.- Capela Jard
im América:
Padroeiro - São Judas Tadeu.
A PRIMEIRA CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS MERCÊS
DA ILHA DA COTINGA
Em 1676, o Provedor das Minas de Paran
aguá, Manue
l de Lemos Conde,
conseguiu da Câmara uma escritura concedendo a metade da ilha da Cotinga
em nome de Nossa Senhora das Mercês, com o pretexto de que tivesse terras
próprias e alguns rendimentos, mas que sempre os moradores da Vila pudessem
tirar os materiais que fossem necessários para construírem suas casas.
De aposse
eclesiástic da concessão,
para edific tratou
ar uma capela, logoilha,
naquela Lemos Conde
sob a invo de da
cação obter autorização
mesma
santa.
Em 1.° de junho de 1677, o padre Francisco da Silveira Dias, vigário
geral e administrador do Bispado do Rio de Janeiro, concedeu ao provedor

129
Manuel deLemos Conde
, licençapara exigira capela.
Construída a capela no pico da terceira cumeada da ilha da Cotinga,
dedicada a Nossa
aos moradores Senh
desde ora dasaté
1677 Mercês,
1699.cuja imag
em viera de Portugal, atendeu
Manuel de Lemos Conde, suicidou-se em 681.
1 Antônio Morato,seu
filho primogênito, em19 de outu bro de 1699, conseguiu do pa dre João de
Sousa Fonseca,visitador do bispado do Rio de Janeiro, autoriz
ação para demolir
a capela.
Com o material que se pôde aproveitar, transpo
rtado para a la,
vi Antônio
Morato deu início à construção de outra capela, na rua da Gamboa - hoje
Conselheiro Sinimbu - também sob ainvocação deNossa Senh ora das Mercês.
1700 a 1701- Antôn io Morato neste ano ou nouinteseg d eu começo (na
Vila de Paranaguá à rua da Gamboa, no lugar onde hoje está a igreja de São
Benedito) a fundação de nova capela de Nossa Senhora dasês, Merc
não sendo
de tão pequena dim ensão, pois nela havia um altar do Senh or dos Passos,e
onde havia a irmandade da mesma Senhora. 83

A SEGUNDA CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS MERCÊS


DA ILHA DA COTINGA
O Governo do Paraná, sendo Governador no período compreendido entre
1950 e 1955, o ilustre paran aense nascido em Paranaguá, Dr. Bento Munh oz
da Rocha Neto (17.12.1905 -12.11.1973); o Secretário de Estado dos Negócios
da Fazenda, o não menos ilustre cidadão Eugênio José de Sousa,também filho
de Paranaguá; o Superintendente da Administração dos Portos, Dr. João
Guimarães da Costa - tetraneto do Manuel Antônio Pereira, último Capitão-
mor deParanaguá - o Prefeito Municipal, JoãoEugênio Comin ese eo Presidente
da Câmara, Antônio Morais Pereira da Costa (Tonhá), nas festividades
comemo rativas do vigésimo aniversário do to por
Dom Pedro II, como parte
das solenida
des, realizou-se,a 17 de março de 1955,a traslad
ação da históric
a
imagem de Nossa Senhora das Mercês, da Igreja do glorioso São Benedito,
onde se encontrava desde o ano de700,
1 para ser recolocada em nova capela,
edificada no pico da mesma terceira cumeada da ilha da Cotinga.
O grande cortejo, encabeçado pela irma
ndade do glorioso São Benedito
acompanhou,
Arcebispo pelas ruas de Paranaguá,
Metropolitano, Dom Manuel a veneranda imagem.
da Silveira D'Elboux, vindo
especial mente de Curitiba, testem
unhou a trasladação, em proc
issão marítima,
até a liha da Cotinga, ealizado
r com uit
ma solenidade.

(83) - VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op.cit.1850, p.45.

130
Sua Excelência subiu a escadaria, recebeu a "chave" das mãos do
Superintendente da Administração doo,Port
abriu a porta abençoou e entregou
a novaEste
capela àreligião
grande actóli
e históric ca e à responsa
o evento fa bilidade
z apenas doApov
35 anos. o. encontra-se
capela
em ruínas. E, o pior, a veneranda imagem - herança colonial - uma das mais
antigas do Paraná, onde se encontra?
Só Deus sabe...

131
Imagem de Nossa Senhora das Mercês da Cotinga, que perman eceu na igreja do
glorioso São Benedito, durante 255 anos.

132
Capela de Nossa Senhora das Mercês da Cotinga, construída na terceira cumeada da
ilha do mesmo nome, em 1955.

133
IGRE1 A DO GLORI OSO SÃO BE Nbüi.w
A devoção ao glorioso São Benedito, em Paranaguá, é antiqüíssima e
itiu efetivamene comotítulo de Irmandade de Nossa Senhora do Rosário
; Pretos, reunindo-se naSacristiadaIgreja Matriz,congregando escravose
ertos.
No ano de 1694, foi juiz João de Carvalh o Soares e, em 1696, Manoel
Carvalh o Siqueira.
Em 1706, o visitador, padreGaspar Gonçalves, permitiu
que se fizessea procissãono diado santo, atend endo ao pedid Vigário,
o do
ias com a declaração de que na Igreja, nem noAdro, não se fizessem alaridos,
núsicas e danças.84

Mais tarde,passou a denom Irmandade do Glorioso São


inar-se Benedito.
Em que ano ela se trasladou para a Capela deNossa Senhora das Mercês,
não se sabe.85

Os estatuto s da Irmandade do Glorioso SãoBenedito,alterados em 1957,


indicam o ano dede1710,
A Capela Nossa como oora
Senhde das
sua M
fund ação
ercês, . ruída porAntônio Morato,
const
entre 1700 e 1701, apresentava-se em má s condições pa ra o culto,e a Irmandade
necessitava demolir. Em 2 de novembro de 1782, a Irmandade assinou um
termo de obrigação para oprotetor daCapela doSenhor Bom Jesus dos Perdõ es,
Sargento-mor João da Silva Pinheiro, tomando por empréstimo, provisoriamente,
as instalações pelo tempo necessário à construção do novo templo.
A Capela do Senho r Bom Jesus do s Perdões, ereta entre 1711 e 1712,
situada naquadra onde hoje estão
Frente -largoCônego Alcendino
Lateral direita - travessa 9 de Agosto
Lateral esquerda - rua Dr. Leocádio
Fundos - praçaFernando Amaro
Foi entãoocupada pela Irmandade do GloriosoSão Benedito, que
assumiu a responsabilidade pelo inventár io levantado, até o ano de 1796.
O juiz da Irmandade do Glorioso São Benedito, Ricardo Carneiro dos
Santos,
em 23 deodezembro
tesoureiro,
Joaqu
de imnaAraújo
1783, de Morais
Igreja Matriz, e outros
deliber
ando-se oreuniram-se
irmã
os
ajuste com o
mestre-pedreir
o MatiasGomes, para dar começo à obra,conforme planta qu e
apresentou da Igreja,Sacristiae Campanário, pelo preç o de 400$ mil réis,devendo
nagos em três parcelas iguais - a 1 n o início, a 2."no meio e a última no
1784 - neste ano se deu princípio à obra da igreja de São Benedito, feita
de cantaria ao gosto mais moderno, com altura proporcionada; a sua largura,
seu frontispício não é desairoso, sua porta principal é larga com os umbrais de
cantaria lavrada, bem como as duas portas travessais, e as duas janelas do
coro, sua sacristia é pequena, mais airosa. Ornam esta Igreja dois altares, o
mor em que está colocada a imagem de São Benedito, orago da Igreja e da
Irmandade, e outra imagem antiga de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. O
outro altar colateral da parte do Evangelho, nele está colocada a antiqüíssima
imagem de Nossa Senhora das Mercês, que esteve na demolida Capela da ilha
da Cotinga.
A diretoria da Irmandade é composta de
um juiz
uma juíza
um rei
uma rainha
um escrivão
um tesoureiro
um procurador

doze irmãosdedemastro,
um capitão mesa esmoleres, etc. 86

O compromisso da Irmandade do Glorioso São Benedito mais antigo


que se conhece é documento datado de 17 de maio de 1860 e encontra-se no
Arquivo Público do Paraná. 87

A Igreja do Glorioso São Benedito - que teve o trabalho de restauro


iniciado em 1965 e encerrado em 1967 - é monumento tombado da cidade e
figura como patrimônio histórico e artístico do Estado do Paraná, devidamente
inscrito no Livro do Tombo Histórico, processo n.° 2/62 .
A imagem do Glorioso São Bendedito é, igualmente, monumento tombado
da cidade e figura como patrimônio histórico e artístico do Estado do Paraná,
devidamente inscrito no Livro do Tombo Histórico, processo n.° 12/66.

(86) Ibidem, op. cit. p. 107.


(87) Boletim n." 10, do Arquivo Público do Paraná, Curitiba, 1982, p. 5.

135
Igreja do Glorioso São Benedito, construída em 1784, restauro em 1967.
CAPELA DO SENHOR BOM JESUS DOS PERDÕ ES
Principiava o século XVIII. Corria o ano de1710. Um grupo de moradores
da Vilade
edificarumaPara naguá,em
capela encabeçado pelo devoto
honra do Senhor Bom José Silva
Jesus
dosda Barros, resolveu
Perdões.
A Câmara Municipal, às instâncias deste devoto, deferiu, a 1.° de
dezembro, a cessão do terreno situado próximo às casas do alferes João da
Veiga de Silveirae, no dia 27do mesmo mês e ano,expediu a competen te carta
de Data, especificand o o lote de terreno:
28 braças, principiadas a medir atrás da mesma capela para a parte do
norte e para a do oeste à frente da mesma, e mais duas braças até as casas de
Diogo da Paz, de charco aharco. c 88

Pelo juiz ordinário, alferes João da igaVe de Silveira, junto com o alcaide
João Carneiro, foi dada posse e domínio do terreno a José da Silva Barros,
como devoto e protetor reconhecido da capela a ser erigida e, de fato, ereta
entre 1711 e 1712, com a devida autorização eclesiástica, conforme provisão
do Bispo do R io de Janeiro,Dom Francisco São Jerônimo .
A situação atual do lote de terreno é a seguinte:
Frente - largo Cônego Alcendino 37,45m
Lateral direita- travessa 9 de Agosto 75,70m
Lateral esquerda - rua Dr. Leocádio 75,70
Fundos - praçaFernando Amaro 37,45.
José da Silva Barros,fundador e primeiro protetor da capela,esteve à
frente do protetorado até 1730. Com o seu falecimento, sucedeu-lhe a viúva
que, embora alegasseexclusivapropriedade dotemplo e terreno, permitia fosse
administrada por provedores eleitos.
A Câmara, a 12 de junho de1732, endereçou ao provincial da Orde m
Seráfica de São Francisc o, do Rio de Janeiro,um ofício,informando:
...na vila havia uma pequena capela do Senhor Bom Jesus dos Perdões
e o protetor dela faleceu com o desejo de doar a mesma à ordem Seráfica e
que agora pertencia à viúva e que seria fácil alcançá-la... 89

O tabelião de notas, Gaspar Gonçalves de Morais, que gozava de alto


prestígio na comunidade, foi o 2.° protetor, exercendo longo protetorado, de
1730 até 1774.
A Ordem Francisca na, no ano de 755,
1 projetou constru ir um convento
e pleiteou junto àâmarC a, parte do terreno perten cente à Capelado Bom Jesus
dos Perdões.
(88) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio, op. cit. ed. 1951, p. 64. Braça - medida antiga que corresponde : 1 braça =
2,20m
(89) Ibidem, p. 140.

137
Os franciscanos, vendo o estado de abandono em que se encontravam
os terrenos, onde eram sepultados os mortos de varíola, tentaram obter por
carta de data, ignorando a cessão outorgada ao fundador José da Silva Barros,
45 anos atrás.
O protetor, Gaspar Gonçalves de Morais, opôs-se à pretensão e,
requerendo ao Bispado, moveu ação no juízo eclesiástico de Paranaguá. O
Vigário da Vara, padre Francisco Meira Colaço, a 2 de março desse mesmo
ano, após discussãoe debate damomentosa ques tão, julgoua favor da Capela
do Senho r Bom Jesus dos Perdões.
No decorrerda segu nda metade doséculoXVIII, devidamente autorizado
pelo protetor, a capela foi ocupada pela Ordem Terceira de São Francisco,
durante 30 anos, de1752 a 1782. Cedida também à Irmandade do Glorioso São
Benedito,que a ocupou durante o tempo necessário à construç
ão de sua igreja,
de 30 denovembro de 1782 a 1796.
Na última protetoria, gestão do comendador Manuel Francisco Correia
Júnior, em1835, a Sociedade Patriótica dos ensorDef es da Independência e
Liberdade Constitucional, fundada a 9 de outubro de 1831, em conseqüência
da abdicação do Impe rador Dom Pedro I, por prop
osta domesmo CorreiaJúnior,
transformou-se
A história em
da Irmandade
fundação dadaSanta
SantaCasaCasanarrar-se-á
de Misericórdia de Paranaguá.
na unidade XIII.
Entretanto, cabe esclarecer, desde já, que a recém-fundada instituição
necessitava de um templo para o centro de sua devoção, dedicada a Nossa
Senhora da Conceição,e do terreno anexo àcapela,para neleconstruir ohospital
respectivo. Nesse sentido, houve comum acordo entre ambas as irmandades.
Com recursos do governo Provincial - o Paraná ainda era paulista -
donativos, doações materiais,
de campanhas, empréstim os, foia obra concluída
em fins de1842, e a Santa Casapassou a ocup ar todaa propriedade da Irma
ndade
do Senhor Bom Jesus dos Perd ões, até o final do século XIX.
Concluída aconstrução, em 1900, do novo edifícioà praça Pires Pard inho
(Campo Grande), a Santa Casa, mediante entendimento com o Governo do
Estado, o recebeu por doação, para nele instalar o hospital, em melhores
condições de atendimento.
Em 3 de junho desse mesmo ano, teve lugar a inauguração do novo
hospital, com a procissão da sua padroeira, Nossa Senhora da Conceição, da
capela
io,do
edifíc Senhor-se
celebrando Bom Jesus
solen dos
e missa,e oPerdões,
hospital para
ou aem
entr capela provisória
funcio
namento até do novo
os dias atuais.
As antigas instalações, a partir de 1902, foram cedidas à Congregação
das Irmãs de São José, onde funcionou o col
égio até1936, quando mudou para
prédio novo.

138
A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, em 1938, obteve ação
declaratóriade domínio por usucapião seme, nenhuma possibilidadenanceira
fi
para a reforma e restauração dos antigos bens patrimoniais, vendeu para o
senhor CarlosLamberg, conforme escriturapública lavrad a no 1.° Tabelião
Bernardino Pereira Net
o, pelo preço de 55.000$000 (cinqüenta e cincocontos
de réis). 90

O novo proprietá
rio apressou-se em provid
enciar ademoliçã o da capela,
hospital e outras benfeitorias existentes, sob a alegação de que o local se
destinaria à construção de prédios.
A simpática quadra, objeto da cessão do poder público municipal, em
1710, ao primeiro protetor José da Silva Barros, é hoje considerada uma das
mais nobres, loc
alizada no miolo da cidade eabriga um posto decombustível,
uma loja de eletrodomésticos e a Caixa Econômica - agência de Paranaguá.
A Prefeitura Municipal está conseguindo desapropriar uma parte na
frente dolargo Cônego Alcendino, para o alargamento da rua Correia Defreit
as.
São asimpiedosas picaretas,em nome do progresso.

(90) Livro de atas das sessões da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá, sessão re alizada em
6 de janeiro de 1937.

139
Capela do Senhor Bom Jesus dos Perdões, construída entre 1711 e 1712, demolida em
1938.

140
Fundos da capela do Senhor Bom Jesus dos Perdões.
IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO DAS
CHAGAS
Em 25 de junho de 1674, atendendo ao requerido pelo provincial da
Ordem do Patriarca São Francisco, do Rio de Janeiro, frei Eusébio da
Expectação, nesse ato representado pelo frei João da Conceição, que, para
isso, veio aParanaguá, a Câmara Municipal oncedc eu um lote de terreno pa ra
o levantame nto de um ocnvento:
começando na quebrada que está na entrada desta vila, onde
chamam barreiros, correndo para o norte de toda a quadra que lhe
fosse necessário para o edifício do mesmo convento. 91

A posse do terreno não foi suficiente, e o convento, nessa tentativa, não


foi fundado.
Entre 1700 e 1701, Antônio Morato deu início àconstrução, na vila,da
capela de Nossa Senhora das Mercês, na rua da Gamboa, atual Conselheiro
Sinimbu, com o aproveitamento do material da demolida capela da ilha da
Cotinga:
não sendo de tão pequena dimensão, pois nela havia um altar
do Senhor dos Passos... 92

O protetor da referida capela, Sargento-mor Roque Dias Pereira, cedeu


à Ordem Terceira de São Francisco, a capela e o altar do Senhor dos Passos
para a celebração do culto.
O padre João de SousaCoutinh o, Vigário daparóquia deNossa Senhora
do Rosário entre os anos de 1704 e 1719, tentou impedir que os irmãos da
Ordem exercessem o direito de uso da cessão.
O atrito deu srcem ao requerimento e aquOrdem encaminhou ao bispo
do Rio de Janeiro.
limo.e Exmo Senh
or:

Diz Gaspar Teixeira de Azevedo, Provedor das Minas de Paranaguá e


neste ano ministro de uma congregação da Ordem Terceira de São Francisco,
que ele com outros constituíram na dita a,
Viltrazida lic
ença doreverendo padre
provincial desta Província, na
Ermida, deque é Protetor o Sargento-mo r Roque
Dias que
pelo Pereira,
pedeo aqual deu
lheaos
V. Ilm. suplicantes
faça a capela
mercê mandar
a
e altar
passar doexecutória
carta Senhor dospara
Passos,
que o reverendo vigário não impeça e perturbe os suplicantes no uso da capela
e nela faça
m seus exercícios...
(91) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. ed. 1922, p. 31.
(92) Ibidem, p. 45.

142
Despacho - Damos licença para os devotos terceiros continuarem os
seus exercícios nesta ermid
a e nela se dizer missa como se fazia
continu
e ará a
procissão dos
Rio de Passos14
Janeiro, ede
danov
maneira
embro deque até- agora
1705 seselo
lugar do fez. -bispo - e logo
se achava o cumprimento do visitador. - Cumpra-se o despacho de sua
Ilustríssima moco nele se contém. Paran aguá, em visita a 8de abril de1706.
Araújo... 93

A venerável Orde m Terceira de São Francisco das Chagas, em Paranaguá,


foi instituíd
a peloProvedor das Minasde ouro,Gaspar Teixeirade Azevedo e
outros irmãos, entre 1700 e 1705, conforme se comprova do requerimento
atendido pelo bispo do Rio de Janeiro.
Em 1732, o frei Luís de Santa Rosa, provincial do convento dos
franciscanos, do Rio de Janeiro,enviou a Paranaguá, frei Pedro de SantaRosae
frei José de Jesus, com a finalidade de angariar recursos para a fundação de um
convento, idéia comunicada em anos anteriores à Câmara, sem obter resposta. 94

Nesse mesmo ano, a Câmara comunicou ao provincial que havia na Vila


uma pequena capela doSenhor Bom Jesus dos Perdões, qual a seria fácil obtê-
la da viúva do ProtetoroséJ da Silva Barros,e que a Câmar a e povo ajudariam
com
onderecursos para ativessem
os religiosos construção
ondedomorar.
pequeno hospício, com seus dormitórios,
O hospício dos franciscanos realmente existiu. Ao atual trecho da rua
15 de Novembro, compreendido entre a rua Prisciliano Corrêa e o largo Dr.
Acioly, era dado o nome de rua do Hospício até o ano de 1807, porque existia
a casa denominada hospício, onde se hospedavam os padres jesuítas e
comissionados, no local em que está a ruína da casa residencial de Alberto
Gomes Veiga.
Na época, o termo "hospício" não tinha a moderna acepção de casa de
loucos,mas dehospedagem e tratamento depobres eperegrin os, sendo, portanto,
um hospital,o primeiro erigido emterras paran
aenses pela caridade dos filhos
de São Francisco da
s Chagas. 95

Frustrada a iniciativa de os franciscanos obterem o terreno pertencente


à capela do Senhor Bom Jesus dos Perdões, para a construção de uma casa
maior, devi
do ao resultado do processo clesiásti
e co movido pelo Protetor Gasp ar
Gonçalves deMoraes,desinteres saram-se tamb ém do pequeno hospício.
Em 31 de maio de 1746, a mesa da venerável Ordem Terceira de
Paranaguá, organizou os estatutos provisórios, enquanto não se adotassem as
(93) lbidem, p. 465.
(94) lbidem, p. 128.
(95) NASCIMENTO JÚNIOR, Vicente M. Santa Casa de Misericódia.
Poliantéia Comemorativa da Fundação e
1° Centenário, em 8 de dezembro de 1935, p. 3.

14 3
regras dos estatutos de São Francisco, da cidade de Lisboa.
A Ordem Terceira de São Francisco das Chagas firmou com o protetor
da capela do Senhor Bom Jesus dos Perdões um acordo e passou a ocupar a
referida capela durante 30 longos anos, de 1752 a 1782.
Em 28 deoutubro de 1764, o irmão ministro José Carneiro dos Santos e
o comissário frei João de Santa Ana Flores tentaram dar princípio à capela e
obras da venerável Ordem Terceira.
Em 29 de deze mbro de 1769, a Mesa da Orde m Terceira deliberou de se
dar princípio à nova obra da capela-mor, combinando com o irmão Francisco
Xavier da Costa, para tirar toda a pedra que fosse necessária, pela quantia de
Rs. 150$000 (cento ecinqüenta mil réis). 96

A Igreja da venerável Ordem Terceira de São Francisco das Chagas é


feita de ped
ra de cantaria,e teve seu começo no ano de 1770, inclusive, ao de
1784. 97

A pequena torre daIgreja foi constr


uída em1841e o sino instalado em 1842.
A venerável Ordem Terceira, em 28 de agosto de 1806, comunicou ao
frei Joaquim das Santas Virgens Salazar, provincial do Rio de Janeiro,
informando que oabandonado hospíci o encontrava-s
e em totalruína e a Ordem
poderia executar
residência os
reparos, comissários,
dos religiosos desd
e que lhe concedesse direito
o
já que o mesmo de
foiposse e para com o
construído
auxílio da mesma e dos moradores desta Vila. 98

Em 1830, tendo a Câmara Municipal adq uirido a frente, mur


os e pilares
do extinto hospício, por escritura lavrada pelo provincial, frei Henrique de
Santa An a, desejando abrir arua que segue da Orde m Terceirapara a ribanceira,
pediu ao Presidente da Província que autorizasse venda
a em hasta públicados
terrenos:
olhando sempre para o melhoramento, aformoseamento e prosperidade
do seu município. 99

Em 16 de fevereiro de 1833, a Câmar a recebeu do pro vincial frei Hen


rique,
um ofício declarando a cessão de todo e qua
lquer direito sobre o que existi
a do
antigo edifício, considerando-se inteiramente como de propriedade do
município.
Em 1842, José da Cunha Mendes Guimarães e Antônio Luís Nascimento
requereram terrenos de marinha, abrangendo parte da área fronteiriça à igreja
de São Francisc o das Chagas.
(96) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Memória Histórica da Cidade de Paranaguá e seu Município.
1850, Publ.
Secção de História do Museu Paranaense, 1." vol., 1951, p. 158.
(97) lbidem. 2." vol., 1952, p. 123.
(98) lbidem. l."vol., 1951, p. 184.
(99) FONTE: Revista O Itiberê n.° 34, 1922.
(100) ABREU, Aluísio de.O Pátio da Ordem Revista
III. n.° 3, I.H.G.P., 1953, p. 22.

14 4
A Câmara se opôs fortemente à concessão da faixa requerida,
"por tirar o aformoseamento do pátio e diminuí-lo",
além deimemorial
"posse a isso se opor,
sobre também, a Ordem Terceira, que alegava o direito de
todo o espaço".
100

O aforamento, entretanto, foi concedido somente dos terrenos situados


na ribanceira, sem atingir a parte alta, considerada patrimônio da Ordem.
Em 14 de julho dei 855, a Câmara mandou executar o calçamento da
ladeira da atual rua Prisciliano Corrêa, à época chamada rua da Conceição.
A Igrejafoi construída em terreno atualm
ente situado, de
quem na rua olha:
frente 20 m rua 15 de Novembro
lateral direita 35 m rua Prisciliano Corrêa
A Igreja:
frente: 14m
comprimento 35 m
A sacristia:
frente 6m
comprimento 15 m
Jardim gramado:
frente
comprimento 6m
15 m,
A Igreja daOrdem Terceirade SãoFranciscodas Chagas, hoje destitu ída
de imagens e altares, passou por vultoso, demorado e paciente trabalho de
restau ro, mostrando-se amajestosa, augu sta,ampla, espaçosa,construção sólida,
com paredes de pedras, com mais de um metro de espessura, toda branca,
destacando-se a entrada principal e as laterais em pedra de cantaria.
A Igreja, no presente utilizada pela Fundação Cultural Dr. Nelson de
FreitasBarbosa, sucessora do Conselho Municipal Cultu de ra, para promoções
culturai s, tem à frente praça
a Ne wton Deslan des deSousa,inaugurada a 29 de
julho de 1980, onde se destaca o artístico painel em alto relevo, obra do artista
plástico Emir Roth.
Adiante desta praç
a e da tradicional rua da Praia, oficialmente rua Gene ral
Carneiro,rolam, em seren idade, as águas do rioItiberê- o primitivo rioTaguaré
- e a igreja, noalto daribanceira, descortina maulinda, bela,simples e tranqü ila
paisagem, onde se destacam a suavidade das águas e o verde lindo da mata da
ilha fluvial Valadares.
A igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, reforçada e
imponente construção do colonial brasileiro, estilo barroco, figura na relação
dos monumentos tombados da cidade,como patrim
ônio históricoe artístico do
Estado do Paraná, devidamente inscrito no livro do tombo histórico n.° 1/62.

14 5
Igreja da Ord em Te rc eir a de Sã o Fr an cisc o da s Ch agas , co nstruíd a en tre 17 70 e 17 84 ,
estilo barroco. Reprodução. Folha de S. Paulo, 23.3.1988.

146
AS DEMAIS ASSOCIAÇÕES RELIGIOSAS
O Brasil é um país essencialmente católico. Em Paranaguá, o catolicismo
predomina, porém, dada a liberdade de religião assegurada pela Constituição
Federal e, nesta histórica cidade, amplamente evidenciada, encontram-se templos
espalhados por todo o município, representativos das mais diversas associações
religiosas.
Entre elas:
1. Igreja Batista, templo situado à rua Professor Cleto, esquina com
rua Júlia da Costa
2. Igreja Adventista, templo situado à rua Mestre Leopoldino.
3. Centro Espírita Paz e Luz, situado à rua Mestre Leopoldino.
4. Centro Espírita São Miguel Arcanjo, situado à avenida Comandante
Santa Ritta.
5. Centro Experimental de Estudos Espíritas Dr. Leocádio José Correia,
situado à rua José Gomes.
6. Igreja Presbiteriana, templo situado à rua Ada Macaggi.
7. Igreja Cristã do Brasil, templo situado à avenida Comandante Santa
Ritta.
8. Mesquita Muçulmana, templo situado à rua Nestor Victor.
9. Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, templo situado à
avenida Gabriel de Lara.
10. Templo Evangélico - Exército da Salvação, situado à rua Marechal
Floriano.
11. Assembléia de Deus - Congregação da Costeira, templo situado à
rua Ermelino de Leão.
12. Sociedade Espírita Ramatis, situada à rua Manoel Bonifácio.
13. 1 . Igreja Quadrangular - capela da bênção, situada à rua Maneco
a

Viana.
14. Templo Batista, situado à rua Samuel Pires de Melo.
15. Seicho-no-ie do Brasil, situado à rua Baronesa do Serro Azul.
16. Igreja deNosso Senhor JesusCristo, templo situado no km 1, BR -27 7.
17. Assembléia de Deus, templo situado à rua Conselheiro Corrêa,
marginal à BR - 27 7 , km 1.
18. Igreja Pentecostal Brasil para Cristo, templo situado à avenida
Governador Manoel Ribas.
19. 1 . Igreja Batista Independente, templo situado à avenida Governador
a

Manoel Ribas.
20 . Igreja Batista Betei - templo situado à avenida Dr. Roque Vernalha.
21. 2. Igreja do Evangelho Quadrangular, templo situado à avenida Dr.
a

Roque Vernalha.

147
22. Igreja Evangélica Pentecostal Fonte da Vida, templo situado à rua
Frei José Tomás.
23. Igreja Pentecostal Filadélfia, templo situado à avenida Dr. Roque
Vernalha.
24. Templo Igreja Batista, situado à avenida bento Rocha.
25. Igreja Presbiteriana, templo situado à rua Dr. Odilom Mader.
26. Centro Espírita Dr. Leocádio, situado à estrada do Correia, o Velho.
27. Diversas Tendas de Umbanda.

A Constituição Federal
A Constituição da República Federativa do Brasil, em vigor de 5 de
outubro de 1988, no Título II, Capítulo I, determina:

Art. 5.°...

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado


o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e as suas liturgias.

Não obstante a liberdade de crença em vigor desde a proclamação da


República, segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB -
órgão da Igreja Católica Apostólica Romana, em 1991, os católicos
representavam 87,89% (oitenta e sete vírgula oitenta e nove por cento) da
população brasileira.

CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA


A criação do Conselho Municipal de Cultura de Paranaguá foi idealizada
pelo paranagüense Antônio Morais Pereira da Costa (1893-1973).
O prefeito, Dr. Nelson de Freitas Barbosa (1926-1990) - que dispensou
especial atenção à educação e cultura - apoiou integralmente a iniciativa,
confiando ao mesmo cidadão os estudos, detalhes e elaboração do anteprojeto,
para fazer nascer um órgão máximo de aconselhamento no plano cultural.
Buscando elementos e informações junto ao órgão federal, no Rio de
Janeiro, o senhor Antônio Morais Pereira da Costa montou o anteprojeto que o
prefeito, sem nenhuma emenda, assinou e encaminhou ao poder legislativo
municipal.
Apresentado, discutido e finalmente aprovado pela Câmara Municipal,
foi sancionado pelo Prefeito e convertido na Lei Municipal n.° 695, de 14 de
maio de 196 8.

14 8
De acordo com a lei, o Conselho Municipal de Cultura possuía autonomia
no âmbito domunicípio e, dentre asinúmeras atribuições de
que estava investido,
determinava o artigo 2.°, letra "r":

Promover, incentivar patrocina


e r convênios que possibilit
em a realização
no Municíp io deexposições, festivaisde cultura artística
e congressos de caráter
científico, artístico e literário, assim como promover e patrocinar exposições,
espetáculos, conferências e debates, projeções cinematográficas e demais
atividades conexas que interessem à cultura municipal. 101

1. - Os primeiros Conselheiros
Criado o Conselho Municipal de Cultura, regulamentado pelo decreto
n.° 531, de 5 de setembro do mesmo ano, competia ao Prefeito escolher e
nomear os conselheiros para exercerem o cargo, dentre as personalidades
eminentes e de reconhecida idoneidade (sic!) 102

Os Conselheiros não recebiam subsídios, nem auferiam proventos


materiais, para exercerem as elevadas funções, consideradas de relevante
interesse municipal.
O Conselho estruturava-se em quatro câmaras:
Câmara de Artes
Câmara de Letras
Câmara de Ciências Humanas
Câmara de Patrimô nio Histórico Artístic
e o.
O decreto n.° 538, de 25.9.1968, do Poder Executiv
o Municip
al, nomeou
os primeiros Conselheiros:
1. Antônio MoraisPereira da Costa
2. Dr. Anníbal Ribeiro Filho
3. Professor Manue l Viana
4. Dr. Antônio Joséde Sant'Ana Lobo N eto
5. Reverendo padre Nelson Torres
6. Professora Florita Dellabianca Mano
7. Dr. Nilson Cardoso de Miranda
8. Professor Waldomiro Ferreira de Freitas
9. Professora Maria Angela Lopes do Prado.

(101) Lei Municipal n.° 695, de 14.5.1968, letra "r".


(102) lbidem, artigo 1.° §1.'.

149
2. - Posse e Instalação do Conselho
No dia 28de setembro de 1968, às 11 horas, no audi
tório da Biblioteca
Pública Municipal, nesse diaauginurado, realizou-sea sessão solene par aa
tomada de posse
Presidiu dos senhores
a solenidade o Conselheiros e instalação
Senhor Prefeito do Conselho.
que convidou as seguintes
autoridades para fazerem parte da mesa:
Dr. Alceu Maron, Presidente da Câmara Municipal
Dr. José de Mello, juiz de Direito da 1Vara do Fórum da Comarca de
Paranaguá.
Dr. Ignacio ReutterSottomaior Pedroso, Promo tor Público.
Dom Bernardo Jos é Nolker, bispo dadiocesede Paranag uá.
O Prefeito Dr. Nelson de Freitas Barbosa, tendo o auditório repleto de
autoridades, professoresdem
e ais pessoas gradas,representativas dasociedade
local, pronunciou brilhante e oportuna palestra, ressaltando a alta significação
do Conselho Municipal Cultura
de , os elevados objetivoso eimportante trabalho
de planejamento e coordenação que desempenhará para melhor atender às
exigências da Educação e Cultura, inclusive publicando trabalhos culturais
que ressaltem a querida cidade de Paranaguá.
Em seguida, determinou à diretora do Departamento de Educação e
Cultura do município,professora OzíliaBuckman de And rade, que procedesse
à chamada nominal dos nomeados para aproximarem-se da mesa e anunciasse
ao mesmo tempo os principais traços biográficos curriculum
e vitae do
Conselheiro.
Sob calorosos aplausos dos presentes, foram sendo chamados um a um,
quando o Prefeito solenizouposse
a dos seguin
tes Conselheiros:
Antônio MoraisPereira da C osta,Anníbal Ribeiro Filho, Manuel Viana,
Antônio José de Sant'Ana Lobo Neto, Nelson Torres, Nilson Cardoso de
Miranda, Waldomiro Ferreira de Freitas, Maria Ângela Lopes do Prado.
O Conselheiro, vereador Dr. Antônio José de Sant'Ana Lobo Neto, em
nome dos demais, agradecendo, manifestou votos de sucesso às atividades que
serão desenvolvidas pelo Conselho e pela feliz escolha dos seus membros,
entre tantos valores da cidade, ressaltando a profícua administração do Dr.
Nelson de Freitas Barbosa à frente do Executivo Municipal.

3. - O primeiro Presidente do Conselho


No dia 4de novembro desse me smo ano,às 17 horas, na sede do Instituto
Histórico e Geográfico de Paranaguá, realizou-se a primeira reunião do
Conselho, dando efetivo início às atividades culturais.
O prefeito, Dr. Nelson de Freitas Barbosa, presidiu a reunião que, após
considerar instalados os trabalhos
Conselho,
do declarou que a finalidade desta

15 0
primeira reunião, de acordo com o artigo 8.° da Lei n.° 531, de 5.9.68, seria para
escolher o primeiro presi dente do Conselho Municipal deultu C ra.
Procedida a votação, realizada por escrutínio secreto, foi eleito para o
cargo
Pereiradeda
presiden te, como
Costa, eraobteve
o qual, natura
l, o8 conselheiro
(oito) votos,idealizado
r, AntôniojáMorais
unanimidade, que o eleito
depositou seu voto em outro nome.
Para o carg o de vice-presidente, o elei to foi oconselheiro,padre Nelson
Torres.

Nominata dos Presidentes


De 4.11 68 a 21.5.73 Antônio Morais Pereira (+21.5.73).
De 28.5.73 a 28.9.78 Dr. José de Mello
De 11.12.78 a 7.3.79 Dr. Nelson de FreitasBarbosa
De 21.3.79 a 8.10.80 Prof. Manuel Viana
De 12.10.80 a 28.9.80 Dr. Algacyr Morgenstern
De 16.10.84 a 9.11.88 Prof.Odette Agari Algodoal
a

De 2.12.88 a 23.6.89 Dr. JoãoRicardo de Castilho Pereira.


5. - Nominata dos demais Conselheiros
Dr. Veríssimo Gonçalves Pereira Neto, decreto n.° 532, de 10.4.72
Dr. Jos44e-Mello,decreto n.° 643, de 6.12.72
Dr. Hugo Pereira Corrêa,decreto n. 643, de 6.12.72
Sr. Caetano Gomes Corrêa, decreto n.° 643, de 6.12.72
Prof. Thereza Regina de Camargo Vianna Mansur, decreto 643, de
a

6.12.72
Sr. Túlio Lapagesse de Pin
ho, decreto n. 116, 17.5.73
Sr. Daysi Barbosa Budant, decreto n.° 124,de 30.5.73
a

Prof. Waldomiro Ferreira de Freitas, decreto n.° 898, 21.9.76, 3.°


mandato
Prof. Futin Buffara Antunes, decreto 898, 21.9.76
a

Dr. Nelsonde Freitas Barbosa, posse 28.9.78


Dr. Algacyr Morgenstern, posse: 28.09.78
Prof. Romeu Stival, posse: 28.
9.78
Prof. Regina Vernalha de Pinho, posse: 28.9.78
3

Prof. Vera LúciaVieira Toledo, decre


a
to n.° 553/79
Prof." Zélia Simeãooplad
P e, decreto n.° 55 3/79
Sr. Swami Vivekananda, decreto n.°569/79
Dr. Waldyr Salmon, posse:1980
Dr. Antônio Joséde Sant'Ana Lobo Neto, posse:980 1
Prof. Eloyr Blanck, decre
to n.° 1242, de 28
.9.82

151
Prof. Abrão Mateus Celestinho, decreto 1242, de 28.9.82
Prof. Leônidas Boutin, decreto 1242,de 28.9.82
a

Prof.
Dr. AdyRicardo
João Tramujas Samways,
edCastilho decreto,
ePreira, eto 520,
decr dede
n.° 555, 16.7.84
26.9.84
Prof. Ivone Elias Marqu
a
es, decreto 555, de 26.9.84
Prof. Odette Agari Algodoal, decreto 555, de 26.9.84
a

Prof. Neide Cury da Paz, decreto 561, de 10.10.84


a

Prof. Edite Lobo dos Santos, decreto 578, de 13.11.84


3

Prof. José Carlos Ro hn, decreto 636,de 2.4.85


Dr. José Maria Far ia de Freitas, decreto 714, de 30.1.85
retificado pelo decreto 738/85 e decreto 871, de 29.8.86
Sr. Emir Roth, decreto n.° 713, de 13.10.85
Prof. Maria Ângela Lopes do Prado, decreto n.° 871, de 29.8.86
a

Daysi Barbosa B udant, decreto n.° 871, de 29.8.86

6. - Livros Editados pelo Conselho Municipal de Cultura


1969
1 - Conferência - Conceito antigo e moderno de Lingüística, Filologia
e Gramática.GEBRAN, Ginés, 24 págin
as.
1970
2 - Coisas Nossas - volume III - 240 páginas.
3 - Crônicas do Cotidiano, LAPAGESSE DE PINHO, Túlio. 216
páginas.
1971
4 - Coisas Nossas - volume IV - 118 páginas.
5 - Coisas Nossas - volume V - 180 páginas.
6 - Velas Pandas, ABREU, Aluízio Ferreira de. - 87 páginas.
7 - Torneio de Trovadores , promoção do Conselho - 55 páginas.
8 - Pesquisa sobre Fernando Amaro de Miranda, FERREIRA DE
FREITAS,Waldomiro.3 volumes.
1972
9 - Coisas Nossas - volume VI - 140 páginas.
1973

Corrêa 10
de.-20
Aspectos
p. Folclóricos do Paraná, AZEVEDO, Prof. Fernando
11 - A CriançaExcepcional,GEBRAN, Ginés. -34 págin
as.
12 - Contribuição para o Estudo dos Usos e Costumes do Praieiro do
Litoralde Paranaguá, LANGOWISKI,Vera BeatrizRibeiro- 25 páginas.

152
13 - Alma e Coração de Nestor Víctor, VIVEKANANDA, Swami -
125 páginas.
197414 - Aspectos Históricos de Paranaguá,edição,
2.
a
87 páginas,
FERREIRA DE FREITAS, Prof. Wal domiro.
15 - Confúcio Dou
trina, GEBRAN,Ginés, 150 páginas.
1975
16 - Acalanto, BUDANT, Daysi Barbosa- 76 páginas.
17 - Calidoscópio LAPAGESSE DE PINHO, Túlio, 198 páginas.
18 - Sesqüicentenário deDom Pedro II, RIBEIRO FILHO, Ann
íbal -
30 páginas.
1976
19 - Boletim - volume I - Conselho Municipal de Cultura - Diversos
autores - 285 páginas.
20 - Paranaguá na História
e na Tradição,VIANA, Prof.Manuel Viana
- 374 páginas.
1978
21 - Crônicas , EVANGELISTA, Caetano - 271 páginas.
22 - Perfis Célebres GEBRAN,
- Giné
s - 151 páginas.
1979
23 - A vida do Dr. Leocádio Corrêa - HOERNER JÚNIOR,
Valério -
193 páginas
1980
24 - História,Crônicase Lendas, NASCIMENTO JÚNIOR, Vicente -
418 páginas
25 - História de um PríncipeVIA- NA, Prof.Manuel Viana - 76 páginas.
1984
26 - Os Brasilíadas- VIANNA, Prof. Manue
l Viana - 144 páginas.
1985
27 - Meng -Tse (Mêncio) - GEBRAN, Ginés - 155 páginas.
1986
28 - Toada em Sol Maior - BUDANT, Daysi Barbosa & SAAD
GEBRAN,MariaAparecida - 97 páginas.

Swami29 - Crônicas
-130 e Poemas que Paranaguá meInspirou -VIVEKA
páginas. NANDA,
1987
30 - Momentos de Reflexão série
- 3. - GEBRAN, Ginés - 50 páginas.
a

1988
31 - Brumas doPassado -CORRÊA, Rubens - 224 páginas.

153
32 - O Último Capitão-Mor - GUIMARÃES DA COSTA, Samuel -
237 páginas.
1990
33 - Retalhos de Uma Vida - LOBO,Elfrida Marcon
des - 203 páginas.
7. - A Sede do Conselho Municipal de Cultura
A casa que serviu de sede do Conselho durante os anos de 1973 a 1991
localiza-se no antigo largo da Matriz, hoje largo Monsenhor Celso, esquina
com a antiga rua João Alfredo, hoje rua João Régis.
No passado, a rua João Régis era das mais comerciais da cidade e no
decorrer do tempo recebeu as seguintes denominações:
Rua do Porto da Matriz
Rua da Matriz
Rua João Alfredo
Atual rua João Régis.
A referida casa foi construída, possivelmente, no final do século XVIII
e, nela,nasceram , filhos do Dr
. João Manoel daCunha e Dona MariaLourença
Munhoz da Cunha:
1 - BrasílioItiberê da Cun ha, nascido em .1° de agosto de 1846 e falecido
em 11 de agosto de 1913, notável musicista, bacharel em Direito e, como
diplomata, serviu em Berlim, Roma, Vaticano, Paris, Bruxelas, Bolívia, Peru,
Paraguai, Portugal, no cumprimento de sua missão, desde o Secretariado de
Legação até o alto posto de Ministro Plenipoten ciário em Berlim, onde faleceu.
Era amigo pessoal de Liszt. A variedade de suas produções, onde se mesclam
estudos, melodias, rapsódias, valsas, concertos, merece destaque a conhecida
"A Sertaneja". É considerado expoente das qualidades cívicas e intelectuais
que tanto enaltecem as sólidas tradições culturais de Paranaguá.
2 - Celso Itiberê da Cunh a, nascid
o em 11de setem bro de 1848, falecido
em 11 de julho de 1930. O jovem Celso, por vocação, seguiu a carreira
eclesiástica, obedecendo aosdesígnios deseus sentimen tos debondade e amor
ao próximo. Ap ós ordenar-se emSão Paulo,haver celebrado aprimeira missa
em 1873, na cidade de Curitiba , exerceu o sacerdócio em Serro ul,AzIguape e
Curitiba, sendo mais tarde elevado ao cargo de cônego.
O ilustre
12.11.1875 paranaense,
- + 6.6.1928), nascido
durante os anosem
deParanaguá,
1927 e 1928,Dr.
fixouNilo Cairo
residê da Silva (*
ncia em
Paranaguá e residiu nesta velha casa.
A fundação daprimeira unive rsidade brasil
eira,em 1912 - a Universid ade
do Paraná - resultado de um acalentado sonho, deve-se à tenacidade e energia
deste notável paranagüense, que exerceu, além do cargo de secretário geral, o

154
de professo
r de várias disciplinas
do cursomédico.
Na primeira década deste século, o imóvel pertencia a José Souto
Domingues e José Manuel Souto Santos, os quais, em 8 de julho de 1912,
venderam para Nicolau Barbosa Santos. Em 29 dejunho de 1943, o espólio de
Joaquim de Sousa Pita, vendeu para JoãoDemétrio Kotzias.
Em 25 de agosto de 1969, Antônio Morais Pereira daosta C sub meteu à
apreciação da Câmara do Patrimônio Histórico e Artístico do Conselho
Municipal de Cultura, uma proposição sobrea possibilidad
e de desapropriação
do imóvel, que se encontravam em verdadeiro estado de ruína.
Em 18 de setembro desse ano, os Conselheiros FloritaDallabianca Mano,
Nelson Torres, Nilson Cardoso de Miranda e Waldomiro Ferreira de Freitas,
componentes da referida Câmara, assinaram e apresentaram um parecer
favorável que, discutido em plenário, foi aprovado por unanimidade.
Em ofíciodatado de 26do mesmo mês e ano, proto colado sob n.° 78 12/
69, a proposição eo parecer for
am encaminhados ao então Intervento r Federal
no Município deParanaguá, General-de-Divisão Joãoda SilvaRebello(1901-
1987), cujo governo durou de 12.8.69 a 31.3.1973 .
O Interventor, apoiando a iniciativa e considerando a ação inexorável
do itempo,
patr determinou
mônio histórico. medidas legais cabíveis para a expropriação desse
O decreto municipal n.° 500, de 20 de janeirode 1972, declarou o imóvel
de utilidade pública para fins de desapropriação.
O inventariante do espólio de João Demétrio Kotzias,concordando com
a avaliação feita, concorreu para que o processo de desapropriação amigável
fosse concluído com a velocidade desejada.
A escritura pública foi lav
rada no dia 24de janeirode 1972, no 2.° Tabelião
de Notas de Paranaguá, livro n.° 77, fl. 18. No Cartório do Registro de Imóveis
recebeu a matrícula n.° 27.737, Livro 3-Z, fl.245.
O decreto municipal n.° 505, de 28 do referido mês e ano, incorporou o
imóvel aopatrimônio doMunicípio.
As obras de restauro, executadas pela empresa Aresta - Construção e
Planejamento Limitada,iniciadas a5 de outub ro, ficaram concluídas em ulho
j
de 1973.
A casa figura na relação dos monumentos tombados da cidade como
patrimônio históricoe artístico do Estadodo Paran á, inscrito no livrodo tombo
histórico, n.° 40/72.
Pelo decreto municipal n. 693, de 18 de janeiro de 1973, a casa foi
denominada de "Casade Monse nhor Celso" e pelo decreto n.°94, 6 da mesma
data, estabeleceu a casa como sede do Conselho Municipal de Cultura.

155
FUNDAÇÃO CULTURAL NELSON DE FREITAS BARBOSA
Pela leimunicipal n.° 1573, de 21 de novembro de 1989, o prefeito, Dr.
José Vicente
Cultural Elias tran
Nelson de sfo
rmou oBarbosa,
Freitas Conselh o sendo
Municipal de
Culturpresidente
nomeado al emFundaçã
o osenhor José
César Berlim e pelo decreto n.°3,65 de 20 de julho de 1990, foram nomeados
membros do Conselho Deliberrat ivo:
Senhora Daysi BarbosaBudant
Dr. Hugo PereiraCorrêa
Dr. Veríssimo Gonçalves Perei ra Netto
Prof.Waldomiro Ferreirade Freitas.

FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO NELSON DE FREITAS


BARBOSA
A leimunicipal n.° 1649, de 21de dezembro de 1990, alterou o nome da
Fundação Cultural Nelson de Freitas Barbosa, passando a denominar-se
Fundação de Cultura e Turismo Nelson de Freitas Barbosa, e para o cargo de
presidente
A Fundação
da mesmade Cultura
foi nomeado
e Turismo
o senhor
realizou
Paulo
na Emmanuel
igreja da Ordem
do Nascimento.
Terceira
de São Francisc o das Chag as, entre 22 e 27 do
mês de abril de 991,
1 a Semana
de Cultura,com aseguin te programaçã o:
Dia 22 -Abertura e Exposição
Dia 23 - Noite dos Clássicos com brilhante apresentação de
renomadas pianistas locais.
Dia 24 - Música Popular Brasileira
Dia 25 -Noite dos Corais
Dia 26 -Teatro de Fanto ches
Dia 27 - Noite da Seresta.
Em todas as apresentações, o público superlotou o local, inclusive na
parte externa, com imagens geradas e projetadas em telão adredemente instalado.
A igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, durante a
Semana de Cultura, passou a denominar-se Teatro da Ordem.
O Dr. José Vicente Elias, Prefeito Municipal, em2 de julho desse me
smo
ano, autorizou a ceder, sob aforma de direito real deuso, aoServiço Nacional
de Aprendizade
Municipal gemCultura,
Comerci al - SENAC como
conhecida - a propriedadede
"Casa ond
e foi sede doCelso"
Monsenhor103
Conselho
A sede da Fundação de Cultura e Turismo Nelson de Freitas Barbosa
passou para a casa que pertenceu à fam
ília Lobo,localizada à rua Dr
. Leocádio,
também expropriada pela Prefeitura.
(103) - Lei Municipal n.° 1.676, de 2 de julho de 1991.

156
VII - RÁPIDAS REFERÊNCIAS

AS
1. -LENDAS
A lendaDEdas
NOSSA
Rosas SENHORA
Loucas DO ROSÁRIO DO ROCIO
Manuel do Rosário1844-1915)
( narra emuma de suas crônicas,a lenda
das rosas loucas.
Estranha poesia e indizível encanto reveste esta lenda. Assim, é que os
antigos diziam existir no terreiro de um sítio de pescadores, no mesmo local
onde hoje se ergue o Santuário, uma moita de rosas loucas.
Pleno novembro, as roseiras desabotoadas em flor, enchiam de suave
fragrância as cercanias.
Chegada a noite, saíam os pescadores para seue rud ofício naságuas da
majestosa baía fronteira ao Rocio. Vendo, porém, com grande assombro que,
ao ponto demeia-noite, umarão, cl como seuma grande estrel a fosse, espargindo
luz suave, se elevava do mar, descrevendo uma parábola, ia desaparecer na
moita das rosas loucas.
Tornou-os a curiosidad e de descobriro mistério aque ligavam a idéia da
existência de um tesouro oculto ecombinaram apra no diaseguinte averiguar
o estranho caso. Assim o fizeram e qual não foi suaresa surpao,desbastand oà
foice, a moita de rosas loucas, encontrarem a imagem de Nossa Senhora que,
ou ali se achava há muito, sendo sua existência denunciada pelo fenômeno
luminoso, ou, segundo a crençadessa gente simples,Ela mesma , transformada
em fulgurante estrela, vinha todas as noites de ignotas paragens do infinito,
mas em aparência saindo do mar, para revelar-se aos homens, aos humildes
pescadores. 104

2. - A lenda do Pai Berê


No local onde hojese ergue o Santuá
rio da Virge
m residiam, namargem
da baía, humildes pescadores, que se dedicavam aos afazeres da pesca.
Certa vez um deles, de nome Pai Berê, lutava tenazmente lançando a
rede ao mar sem conseguir nem um só peixe para mitigar a fome dos filhos e
estava para desanimar quando suplicou aos céus que não o desamparassem
nessa luta ingrata.
Pela últimapeixe
Não havia vez, lançou
s, mas, nasamalh
rede e, rede,
as da ao puxá-la, percebeu
encontrava-se um algo. a
a pequen
imagem de Nossa Senhora.

(104) VITOLA, Cônego Vicente. - Nossa Senhora do Rocio,


sep. "Vida Claretiana", Curitiba, 1953, p. 4.

157
Com piedos a devoção recolh
eu a imagem à sua modesta choça,colocando-
a num tosco oratório.
Conta a lenda que, desse dia em diante, os humildes pescadores não
mais passaram privações, pois a pescaria se tornou farta e abundante para
todos.
Pai Berê e os outros pescadores passaram a se reunir diante da imagem,
para rezar e agradecer os favores concedidos pela Providência Divina, por
intercessão da querida santinha.
Das duas lendas, ado PaiBerêrecebeu a ocnsagração dacrençapopular
por ser mais verossímil, condizente e natural pelas circunstâncias do achado
da imagem, recolhidanas malh as da rede deum pobre pescador, simples devoto
e temente a Deus. 105

(105) RIBEIRO FILHO, Anníbal (1906-1988). História de Nossa Senhora do Rocio.


Paranaguá, 1977, p. 5 .

158
VIII
O COLÉGIO DOS JESUÍTAS
OS JESUÍTAS EM PARANAGUÁ
Tome de Sousa, prime iro Governador Geral do Brasil
(1549-1553), chegou
à Bahia em 29 de março de 1549, trazendo seis jesuítas, os primeiros que
vieram à América, chefia dos por Manuel da Nóbrega (1517-1570). Os cinco
restante
s eram: Aspicuelta Navarro , Antônio Pires,Leonardo Nunes e os irmãos
Vicente Rodrigues e Diogo Jácome.
Outra levade religiososjesuítas veiocom o segu ndo Governador, Dom
Duarte da Costa (1553-1557) e, entre eles,o irmão José de Anch ieta, futuro
apóstolo etaumaturgo das terrasbrasileiras,hoje elevado dig
à nidade dosaltares,
com o título de Beato.
José de Anchieta nasceu em San Cristóbal de la Laguna, capital de
Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha, em 1534 e morreu em Reritiba, Espírito
Santo, a 9 de junho de 1597.
Apenas nove anos após a fundação da Companhia de Jesus, por Santo
Inácio de Loyola, e o Brasil já contava com a presença destes heróicos e
abnegados sacerdotes, e o país seria realmente a "empresa", como
profeticamente escreveu o superior provincial Manuel da Nóbrega. Entre 1549
e 1598, 128 jesuítasvieram para o Brasil.
O jesuíta português Leonardo Nunes (...1554) exerceu o apostolado
primeiramente na Bahia , sendo depois enviadorpo Nóbrega a SãoVicente,em
companhia do irmão Diogo Jácome, a fim e iniciar a catequese dos índios.
Leonardo Nunes foio primeiro rel igiosoque percorreu as
praias da região
de Paranaguá, em 1550, quando da viagem realizada entre São Vicente e Lagoa
dos Patos, a fim de conseguir a liberdade de algumas famílias de fidalgos
espanhóis que se dirigiam ao rio da Prata .e haviam sido aprisionadas pelos
índios.
O talento dese locomover, deu ao ubíquo Leon ardo Nunes o nome tupi-
guarani Abarebebê , que significa"Padre Voador".LeonardoNunes conquistou
àingressar
causa danaIgreja,
Compa
nhoiaantigo caçador
deJesus. de índios Pedro Correia, o qual chegou a
A presença estóica destes religios
os que se dedicaram inteiramente à
catequese eivil
c ização dos índios,à instruçã
o e moralização dos costumes dos
povoadores, foram os primeiros ensin amentos cristãospraticados naserras
t ao
sul de São Vicente.

159
Para o desempenho da missão dos jesuítas, na região da baía de
Paranaguá, era hábito seestabelecerem emasas
c de missão estável ou volante.
Em SãoVicente levan
Cananéia. tou-se a primeira casa de missão estável.A segunda, em
Periodicamente, ao tempo de Leonardo Nunes, desta casa de missão de
Cananéia, faziam os jesuítas missões entre os Carijó e primitivos povoadores
da margem esquerda do rio Taguaré (Itiberê), como a dePedro Correia eJoão
de Sousa que deveria durar sete anos, porém, ao chegarem até os planaltos,
foram flechados e mortos nas fral
das da Serra do Mar, sertões do
s Carijó, em
1556.
Em fins de1553, Leonardo Nu nes foienviado a Roma para pessoalmen te
informar Inácio de Loyola, os resultados da missão jesuítica no Brasil. A nau
em que viajava naufragou, e o padre pereceu afogado.
Com o desaparecimento de Leonardo Nunes e o massacre de Pedro
Correia e João de Sousa, a ação jesuítica, nos sertões de Paranaguá,
aparentemente, ficou enfraquecida.
Após o trágico massacre desses heróicos missionários, a missão
evangélica do litoral ficou paralisada por algum tempo e só foi reencetada
depois que os padres José de Anchieta e Manoel da Nóbrega estabeleceram
armistício epaz com osTamoio deUbatuba, istoé, em1566, em diante , quando
José de Anchieta, já ordenado sacerdote, empreende, de novo, e com mais
ardor evangélico,a grande, a extraordinária missão doseu gloriosoapostolado
na capitania de São Vicente, antes de sua partida para as demais capitanias do
norte. 106

Em 1605, o padre superior Fernão Cardim (1540-1625) enviou nova


missão aos sertões dos Ca
rijó,composta dos religiosos JoãoLobato e Jerônimo
Rodrigues, os quais estiveram na povoação de Paranaguá. Os esforços para
civilizar os Carijó foram sustentados até o ano de 1640. Nesse ano deu-se a
primeira expulsão dos religiososde São Paulo e de toda a Capitania.
Entre osanos de 1606 e 1640, os rríiss
ionários jesuítasque deviam operar
em Paranaguá, resolveram instalar no Superagüi, junto ao Varadouro Velho, a
primeira casa de missões. 107

O padre Melchior de Pontes, na derradeira década do século XVII,


realizou proveitosa missão em Paranaguá, conquistando, com habilidade e
virtudes cristãs no trato com indígenas e povoadores, as simpatias e
considerações dos paranagüenses.
(106) DAMASCENO, Orlando Álvares de C. de C.Ae.Capitania de Paranaguá.Boi. 1HGEP. Vol. XVII, Curitiba,
1972, p. 72.
(107) CARNEIRO, David. Convento dos Jesuítas.
Revista Marinha, n."34, julho de 1940, Paranaguá,.

160
1. - O colégio dos jesuítas de Paranag uá
Em 1690, a Câmara de Paranaguá, por estesanos unida à represen
tação
do povo, da
religiosos solic
itaram do provincial
mesma Com Com
da pa
panhia, prometen nhde
do ia de Jesus,
lhes fazeracolégio,
vinda depar
seis padsres,
a sua
residências às custas dos povos, dar-lhes dinheiros para compra de escravos e
doações de terras para os seus estabelecimentos de agricultura, uma vez que
eles dessem aulas deensino prim ário ede latinidade eensinassem àmocidade
os dogmas da religião. 108

O missioná rio,padre Melchior dePontes, portad or do pedido da câmara


de Paranaguá, foi mais tarde consagrado pela Igreja com o título de bem-
aventurado. 109

Em 1699, o provincial da Companhia de Jesus, atendendo às


representações daCâmara epovo,mandou algun s religiosos,em diversostempos
e lhes deram seis escrituras para seus estabelecimentos. 110

Em 1704, mês de agosto, aCâmara de Paran aguá, em vereança, fez um


termo de promessa, em nome do povo, à Compan hia de Jesus, para a fundação
de um colégiona Vila,no qual constou adoação feita por An tônio Morato,filho
do provedor Manuel de Lemos Conde, dos seguintes bens:
• a padroeira de Nossa Senhora das Mercês com uma coroa de prata e
seus mantos;
• dois ornam entos, um de carmezim e outro de seda;
• quatro castiçais- dois de latão e dois de estanh
o;
• um missal, um cálice e uma patena de prata e outras alfaias;
• a metade da ilha da Cotinga;
• a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, na rua da Gamboa, hoje rua
Conselheiro Sinimbu, que havia sido mudada da ilha da Cotinga.
Paranaguá, 3 de agosto de 704.
1
Antônio Morato.
• Em dinheiro - 842$240 (oitocento s e quarenta e dois mil,duzentos e
quarenta réis);
• cem cabeças de gado nos campos deCuritiba;
• uma casa assobradada, com quatro cubículos;
• todas as terras do Varadouro;
• igreja ecasa para residir
em os outros dois padres, durante o tempo de
construção."
1

(108) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Memória Histórica Cronológica. Topográfica e Descritiva da Cidade de
Paranaguá 1850. Pref.Municipal de Paranaguá, 1922, p. 41.
(109) LEÃO, E. A. de.Os Jesuítas em Paranaguá.O Itiberê n.°s 95 e 96, 1927, Paranaguá, s/d.
(110) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Ihidem p. 45.
(111) lbidem. p. 448.

161
O padre jesuíta Antônio da Cruz, do colégio
de Santos, erao missioná
rio
volante das costas sul, compreendendo da ilha Grande até Laguna.
Aquino,Em foram
14 de maio de 71e08,
festiva Antônio da Cruz
solenemente e seu compa
recebidos nheiro Tomá
em Paranaguá se,dedebaixo de
palio, conduzidos à igreja Matriz, com grande alegria da população, onde se
cantou um Te Deum,em ação de graças.
Em 27 de maio os jesuítas receberam uma parte das doações feitas ao
colégio e aobra, em alicercesque já existiriam esd d e o século XVII, embora
lenta,prosseg uia.
Antônio Morato e sua mulher que se intitulavam protetores da nova
capela de Noss a Senhora das Mercês, em 14 de junho de 1708, revalidaram a
promessa feita aos reverendos padres da Companhia de Jesus, com toda a sua
fábrica e imagens e também com a metade da ilha da Cotinga. 112

O doutor JoãoSaraiva deCarvalho , ouvidor da repartição do sul, oficiou


de Santos em 3 de fevereiro de 1709, à Câmara para que ela não consentisse
principiar-se a obra do colégio, sem que primeiro se obtivesse faculdade de
Sua Majestade. 113

Embora embargada a obra,construç ão e serviços paralisados, os padres


jesuítas não deixaram de ensinar. Ao contrário, intensificaram o trabalho escolar,
procurando ter o apoio da população, neutralizando a tristeza que se apossou
de todos, pela formalidade da licença real.
O doutor Rafael Pires Pardinho - conhecido como Ouvidor Pardinho -
4.° Ouvidor Geral daCapitania de São Paulo, entre mea dos do mês de fevereiro
e 30 de agosto de 1721, na visita de correição à Vila de Paranaguá, entre os
valiosos serviços prestados, determinou a demarcação dos terrenos do rocio, e,
a requerimento do Procurador âmara, da C An tônio França, invalidou a doação
da metade da ilha da Cotinga, considerando como doada ilegalmente, dando
posse à Câmara, cujo termo foi lavrado no local a 25 de julho do mesmo ano.
Concluiu o Ouvidor Pardinho que a primeira povoação nesta baía foi na
ilha da Cotinga, para o furado que a divide da ilha Rasa, daí tornar sem efeito
uma doação valiosa.
Quando foi criada a Comarca de Paranaguá, o primeiro ouvidor e
corregedor, doutor Antônio Alves Lanhas Peixoto, que entrou em exercício a
24 de agosto de 1724, reformou os provimentos do Ouvidor Pardinho,
reconhecendo como válidas as doações feitas aos jesuítas.
A Câmara deParanaguá repre sentou juntoà coroaportuguesa,no sentido
de manter a posse sobre a ilha da Cotinga, considerada legalmente parte do
patrimônio do município.
(112) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. p. 47.
(113) Ibidem, p. 48.

162
Dom João V, o Fidelíssimo, 24.°Rei de Portugal (1706-1750), atendendo
à representação, em 1731 mandou restaurar os provimentos do Ouvidor Pardinho
e anulou as decisõesde Lanhas Peixoto .
Vereança de 2 de dezembro de 1739, nela apareceu o reverendo padre
Antônio da Cruz, religioso da Companhia e onde concorreram as pessoas da
governança, fazendo ver que Sua Majestade foi servida conceder licença para
fazer o colégioe desejando logo dar princípio àobra, precisava dos materiais,
que se deveriam ajuntar, mas isto se dificultava por se ter dado ao hospício e
suas rendas se achavam empenhadas; para abreviar e darprincípio,pedia um a
ajuda decusto;dissessem se queriam ou não concorrer. Responderam aspessoas
presentes,que nenhuma dúvida pun ham, por ser uma obratão pia, declarando
uns que dariam canoas de pedras e outros o que pudessem.
114

Recapitu
lando, é necessárioesclarecerque o Alvará Régio, autorizando
oficialmente a construção do colégio, datado de 25 de setembro de 1738, foi
apresentado em vereança de 2 de dezem bro de 1739, porém a data exata da
fundação do Colégio dos Jesuítas
, em Paran aguá, é 14de maio de 1708, com a
chegada dospadres Antônio da Cruz eTomás de Aquino.
Com a presença do doutor Manoel dos Santos Lobato, Ouvidor da
Comarca
subscriçãode Pa
rana
volun guáa, afavor
tária, Câmara, em19do
das obras deColégio
maiodosdejesuít
1740,as.promoveu uma
Desse ano em diante, as obras prosseguiram e teriam levado dez longos
anos para o prédio ficarem condições de abrigar os religiosose seus discípulos.
O imponente, vetusto, sólido e augusto Colégiodos Jesuítasde Paran aguá,
que simboliza oesforço da omunc idade, localiza-se:
Frente -rua General Carneiro, onhc ecidacomo rua daPraia,marginal
rio Taguaré (Itiberê).
Lateral direita - de quem da rua olha -antiga ladeira da Alfân dega.
Lateral esqu erda - dequem da rua olha -inícioda rua Professor Cl eto.
Fundos -rua15 de Novem bro.
Ao lado,com frente para a rua de 15 Novembro, próxima à rua Professor
Cleto,existiu aigreja do oclégio que, por encon trar-se em estado de ruína, foi
demolida em 1898.

2. - Ex puls ão do s jesuítas
da EspEm
anha1749, Dom João
(1746-1759), V, rei
devido de vitáv
às inePortugal, sogro dedeDom
eis violações bas Fernando
am as partes VI, rei
nas fron
teiras dos seus domínios,
na América,e com preponderância da opinião
do Secretário de El-Rei, o brasileiro Alexandre de Gusmão, foi mandado a
Madri, especialme
nte encarre
gado de negociar um tratado, o Visconde de Vila
(114) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. p. 135.

16 3
Nova de Cerveira, Tomás da Silva Teles.
O resultado das negociações foi o "Tratado de Limites das Conquistas
entre os muito Altos e Poderosos Senhores Dom João V, rei de Portugal, e
Dom Fernando
de janeiro de 1750VI,
. rei da Espanha", conhecido com Tratado de Madri, de 13
A Espanha, para aceitar o doUti Possidetis -formulado
o princípio jurídic
e defen dido por Gusmão, que atribuía a posse das regiões desbravadas ao
ocupante efetivo -alegou como condiçãoque Portugal desocupa sse a Colônia
do Santíssimo Sacramento do rioPrata, da hoje acidade uru guaia de Colônia,
em troca do s Sete Povos das Missões. As Missões eram , em ordem alfabética:
Santo Ângelo, São Borja,São João, São Lourenço, São Luiz Gon zaga, São
Miguel e São Nicolau.
No reinado de Dom José I,o Reformador, 25.° Rei de Portu gal (1750-
1777), ascendeu ao posto de Secretário de Estado, uma das figuras mais
discutidas dahistória por
tuguesa - Sebastião José de Carvalh
o e Melo, Conde
de Oeirase Marquês de Pombal (1699-1782) que conseguiu dominar todo o
período de governo.
Alegando o Marquês de Pombal que os jesuítas tinham dificultado as
tentativas de demarcação, quando os indígenas do Sete Povos das Missões
revoltaram-se contra as forças luso-castelhanas, na denominada "Guerra
nobres,
Guaranítica"
contrae oque
rei,também
o poderoso
teriamministro
participado
atacou
da acpnspiração,
Companhia ao de lado
Jesus,
dos
providenciando a expulsão dos padres do reino e domínios portugueses,
inclusive o Brasil.
Não obstante os indispensáveis e relevantes serviços prestados à coroa
portuguesa, não somente em Paranaguá, mas diversas regiões das terras
brasileiras, principalmente quanto à catequese e civilização dos índios e a
abnegada ação escolar, a Carta Regia de4 de julho de1759, ordenou a expulsã o
dos heróicos padres, confiscando-lhes os bens.
O desembargador doutor Serapião dos Anjos Pacheco de Andrade,
executor e comissário do confisco dos bens dos jesuítas,e o capitão An tônio
Ferreira Matoso, depositário geral dos bens do mesmo confisco, em vereança
realizada a 4 de junho de 1760, compareceram à Câmara e entregaram um
cofre, para nele guardarem os mandados e autos o confisco e dois livros de
receitae despesa para serem escritos à boca do cofre.
O cofre tinha três fechaduras, de maneir
a que,para abrí-lo, seriasempre
preciso que estivessem presentes o juiz ordinário, o depositário e outro
funcionário.
Os livros de receitas e despesas do confisco deviam ser entregues ao
desembargador Serapião quando regressasse ao Rio de Janeiro."5

Entre os bens confiscados, achava-se o velho prédio onde funcionou o


colégio e a igre^qu^Ube ficava anexa, os quais, não haviam sido até então
(115) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. p. 137.

164
concluídos e foram incorporados ao patrimônio real.
Os padres Cristóvão Costa, Antônio Sousa,JoséRodrigu es, Pedro Santos
e o irmão Manoel Borges, embarcaram com destino ao Rio de Janeiro, e a
viagem durou 18 dias.
Houve quem propusesse aos padres jesuítas, como único meio de se
livrarem do banimen to, a saída daCompanhia deJesus. Ninguém, porém aceitou
a proposta e os inacianos foram embarcados com destino a Portugal. Na hora
da partid
a do navio, faltaram dois: os padres Antônio Correia José
e Machado,
do Colégiodos Jesuítasde Paran aguá.
Antes de instalar-se em edifício próprio, o colégio dos jesuítas de
Paranaguá teve dois superiores:
Padre Antônio da Cruz 1704 a 1726
Padre João Gomes 1726 a 1727
Padre Antônio da Cruz, novamente, até 1740.
Depois, foram superiores:
Padre Lourençode Almeida 1740 a 1749
Padre Cristóvão da Costa Rosa 1749 a 1753
Padre Antônio Correia 1753 a 1758
Padre José Machado em 1759, ano do banimento.
Influenciados pelo ministro Marquês de Pombal, Portugal, França e
Espanha não perm itiram apermanência dosjesuítasem seus domínios. Premido
pelas circunstâncias, após ter contemporizado durante quatro anos, Sua
Santidade, o Papa Clemente XIV (1769-1774), só em 21 de julho de 1773,
publicou obreveDOMINUS ACREDEMPTOR NOSTER,com oqual extinguiu
a Companhia de Jesus, restabelecida, entretanto, no ano de 1814, por Sua
Santidade o Papa Pio VII 1( 800-1823).

3. - Os ocupant es do velho prédio


Após o confisco, a partir de 1760, o velho prédio ficou vazio, sob a
responsabilidade dogoverno local, em nome do Capitão-Gen
eralda Capitania
de SãoPaulo.
A Câmara de Paranaguá, cumprindo a solicitação de Afonso Botelho
Sampaio eSousa, encarregado daconstru ção dafortale
za nomorro das Baleias,
ilha do Mel, baía de Paranaguá, inaugurada com o nome de Fortaleza Nossa
Senh
de ora dos
Araújo , quePrazeres,
nomeou
se encarreg almoxarife
ou dos e das obrasalferes
ono Colégio
livros escriturações Custó
dioJesuítas,
dos Martins
a 9 de setembro de1768. Daí, conclui-se que Afonso Botelho oc
upou o espaços
o
colégio, instalando nele os trabalhos de administração da obra da fortaleza da
Barra. Até 1774, o velho prédio foi Palácio do Governo efetivo de Afonso
Botelho.

165
Pela portaria de 10de junho de 8121, o general da Província ordenou que
o vigário Joaquim Júlioda Ressurreiç ão Lealdespejasse a casa do colégio de
Paranaguá, ordenando a Junta da Real Fazenda ao coronel Miguel Reinaldo
Bistein, que imediatamente aquartelasse no dito colégio, a tropa que guarnece
a Vila, enquanto não mandasse o contrário. 116

A Real Junta da Fazenda de São Paulo, em 18 de junho de 1827, criou a


Alfândega de Paranaguá.
O serventuário da fazenda, Luís Antônio Neves de Carvalho, designado
pelo presidente daProvíncia de SãoPaulo, a 6 de agosto domesmo ano presidiu
ao ato de instalação da Alfândega, ocupando uma parte do velho prédio do
Colégio dos Jesuítas.
O pessoal, empossado nessa data, era composto de:
Juiz - Capitão Francisco Alve s de Paula
Tesoureiro -Tenente-coro nel Manuel FranciscoCorrêa, oVelho.
Escrivão - José Luís Pereira
Meirinho - Manuel Mariano da Rocha.
Em 1837, cumprindo determinação do presid ente da Província de São
Paulo, o Inspetor da Alfân
dega oficia à Irmandade da Santa aCsa deMisericórdia
de Paran
colégio anão
guá,ocupada
fundada em
pela1835, colocando
repartição. àsua disposição
A Santa uma parte
Casa, entretanto, do
considerando
as despesa s de instalação,preferiu alu
gar uma casa para o iníciodas atividades
nosocomiais, enquanto cogitava da construção do seu próprio hospital em
terreno anexo à capela daIrmandade doSenhor Bom Jesus dos Perdões.
Em 1838, sob o comando do tenente-coronel Manuel Francisco Corrêa
Júnior, uma parte do velho colégio dos jesuítas foi ocupada pelo batalhão da
guarda nacional.
Corrêa Júnior, nesse ano, preparou um orçamento para o conserto da
parte que servia de quartel e da parte dos fundos da igreja que apresentava
estado deruína, importando em 8:540$0OO ito (o contose quinh entos e quarenta
mil réis). 117

Em 1903, realizou-s e a cerimônia dolançam ento da pedra fundamental


da construção do edifícioda Alfândega de Paran aguá, no porto Dom Pedro I,
obra do governo federal.
Em 28 de outubro de 1911, foi solenemente inaugurado o edifício da
Alfândega e a definitiva instalação dos serviços aduaneiros.
O velho prédio do C olégio dos Jesuítas, além de servir para a Alfân
dega
até 1911 ede quartel e deposito de mate rial em 1838 e 1867 - Guerra do Paraguai
- serviu, também durante a Revolução federalista e, mais recentemente, ao
(116) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. p. 234.
(117) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. p. 281.

166
uus uugens a mucuiaaae

serviçode embarque e desembarque de cargas da5.Região Militar,apesar do


a

péssimo estado de conservação.


RochaUm pouco antes
(1879-1944), da Revolução
ex-Prefeito de 1930, oe doutor
de Paranaguá Caetano do
ex-Governador Munhoz da
Paraná,
eleito Senador da República, apresentara um projeto para que o Colégio dos
Jesuítas,patrimônio federal,passass
e à jurisdiçãodo municíp io, com o objetivo
expresso denele seinstalarum museu, perpetuando, assim, as sólidastradições
histórico-culturais da cidade de Paranaguá.
Em 1948, sendo prefeito João Cominese (11904-1988), Paranaguá
comemorou o tricentenário da Carta Regia que elevou o povoado ao
predicamento de vila, promovendo, também , o I Congresso Regional de História
e Geografia do Paraná, coordenado pelo Instituto Histórico e Geográfico de
Paranaguá. Presente, entre outros,conv
o idado especi al, doutor Luís Saia
, chefe
do 4.° distrito daDiretoria do Patrim
ônio Histórico e Artístic
o Nacional, o mesm o
muito contribuiu, na corrente de opiniões,fava or do Colégiodos Jesuítas.
Em 1952, o Governador do Paraná , doutor BentoMunhoz da Rocha
Netto (1905-1973), ilustre paranaense, nascido em Paranaguá, em apelo à
DPHAN, solicitou que envidasse todos os esforços para o início das obras de
restauro
importante do museu,
velho colégio,
aspiraçãoemdecujas dependências
inegável poderiam abrigar um
valor cultural.
Iniciada a obra e quando corria o risco de paralisação, devido ao
esgotamento da verba, socorre o senhor Prefeito Municipal, Roque Vernalha
(1894-1956), devidamente autorizado pela Câmara, conseguindo os recursos
necessários ao término do restauro, em fins de 1953.
Inicialmente,a DPHAN confio u ao Instituto HistóricoGeog e ráfico de
Paranaguá a guarda da chave do prédio, autorizando a ocupar uma das salas.
Comunicada ao DPHAN que goteiras e parasitas estavam estragando o
madeiramento, decidiu a instituição assegurar a manutenção do Colégio dos
jesuítas por meio de um convênio, e aproveitar o espaço para instalar exposições
museológicas. Em reunião realizada a 17 de junho de 1958, no Palácio da
Cultura, Rio de Janeiro, presentes o doutor Jurandir Lodi, diretor do Ensino
Superior,professor FlávioSuplicy de Lacerda,reitor daUniversidade Federal
do Paraná, e o professor Rodrigo Mello Franco de Andrade, diretor do
Patrimônio Histórico eArtísticoNacional, concordarm em firma r um convênio,
confiado
JesuítasdeàParana
guarda
guá,da Universidade
para Federal
sernele instalado o dou Paraná,
Muse o antigo
de Arqueolog Colégio dos
ia e Artes
Populares.
Finalmente, real
iza-sea inauguração do museu, em 29 dejulho de1963,
homenageando o 315.° aniversário de Paranaguá, data em que foi aberto à
visitação pública.

16 7
O museu, além de ser um dos mais importantes do sul do Brasil, é, sem
dúvida, um dos pólos histórico-culturais da sociedade paranagüense que, com
seus recursos,
Em 1968,edificou
o museu,este imponente
frente monumento
a dificuldades colonial.
financeiras, encontrava-se em
riscos de fechar suas portas.
Tendo conhecimento da situação, o senhor Prefeito, doutor Nelson de
Freitas Barbosa (1926-1990), admitiu - desde que autorizado pela Câma ra - a
possibilidade de firmar um convênio. A lei municipal n.° 754, de 30 de dezembro
de 1968, autorizou a assinatura do convênio.
Após um termo de re-ratificação, firmado em janeiro de 1969, pelo
interventor federal no Município de Paranaguá, General-de-Divisão João da
Silva Rebello (1 901-1989), o convênio foi assinado em 18 de maio de 1970,
com interveniência da Universidade Federal do Paraná e o Conselho Municipal
de Cultura, órgão da prefeitura do município de Paranaguá.
A portaria n.° 6.848, de 4 de agosto de 1970, do reitor de Un iversidade
Federal do Paraná, ratificou o convênio e designou o senhor Antônio Morais
Pereira da Costa1893-1973),
( presidente do Conselho Municipal de Cultura,
para responder pelo expediente do Museu, nos impedimentos do seu titular.
Com a reforma universitária, finalmente, a portaria n.° 9.245, de 24 de
novembro de 1972, do reitor da UFPR, professor Algacyr Munhoz Mãder,
confirmou oficialmenteo Museu deArqueolog ia e Artes Populares,como órgão
suplementar da Universidade Federal do Paraná.
Quando da viagem ao Paraná de Suas ajestades
M Imperiais,Dom Pedro
II e Dona Teresa Cri stina,os quais deram amplitude, brilho,vibração e esplend or
à inaug uração dos trabalhos da construção da estrada deferro,trechoParanaguá-
Curitiba, o antigo colégio dos jesuítas, então ocupado pela Alfândega de
Paranaguá, teve a honra de receber a augusta visita do Soberano, no dia 19 de
maio de 1880, mostrando, na oport unidade, conhecer o histórico do velho pré dio.
O Colégio dos Jesuítas de Paranaguá é monumento tombado como
patrimônio histórico e artístico nacional, também, como monumento tombado
do Estado do Paraná, devidamente inscrito no livro do tombo histórico, processo
n.° 38/72.
Para atender àsnovas exigênciasdo trabal ho técnico-científico,de acordo
com o regimento institucional aprovado em novembro de 1990 pelo Conselho
Universitário e pelo Conselho de Administração da UFPR, o Museu de
Arqueologia e Artes Populares passou a denominar-se Museu de Arqueologia
e Etnologiade Paranaguá.

168
Das Origens ii Atualidade

U colégio dos jesuítas em 1890, antes da demolição em 1896 das ruínas da igreja
respectiva sob a invocação de Nossa Senhora do Carmo.

19381016 316F
Dr. José Maria F de20Freitas
Faria I I
CRO 1496

I6 9
Colégio dos jesuítas. Restauro concluído em 1953.
VIII - RÁPIDAS REFERÊNCIAS

Memória da srcem e quando teve princípio a Casa da Missão


da Vila de Paranaguá
No dia 25 de maio de 1755, o padre Ignacio Antunes, da Companhia de
Jesus, vindo a Paranaguá, como preposto do padre provincial, em visita ao
Colégio dos Jesuítas, escreveu um memorial sobre a história de sua fundação:

Suposta a necessidade espiritual, que padecia toda a costa, desde a ilha


Grande até Laguna, na falta de operários na vinha do Senhor, compadecendo-
se os superiores da Companhia de Jesus do estado miserável de tantas almas,
determinaram no ano de 1704 enviar missionários da mesma Companhia para
que instruindo-as dos negócios importantes da sua salvação, patenteasse a estes
povos as portas do céu, por meio da pregação evangélica e freqüência dos
sacramentos.
O primeiro nomeado para esse feliz emprego foi o padre Antônio da
Cruz, apóstolo de toda a costa, o qual residindo para esse fim no colégio da
vila de Santos, daí tomava cada ano dois companheiros com os quais saía sempre
a demandar almas para o céu.
Com estas missões volantes, continuou alguns anos e de tal arte afeiçoou
os moradores às práticas espirituais e ministérios santos da Companhia, que
desejaram eles mesmo lograr em seu próprio país para o tempo futuro, aqueles
bens que tanta emoção faziam em suas almas.
E para que esta felicidade se perpetuasse de filhos a netos, entraram na
pretensão de solicitar ao reverendo padre provincial da casa e missão estável
nesta Vila de Paranaguá, enquanto o senado da Câmara, em nome de todo o
povo, alcançava de Sua Majestade, licença para a fundação do seu colégio e
seminário, onde pudessem os moradores criar seus filhos com a doutrina da
mesma Companhia. Para este fim convocou várias vezes o senado e todo o
povo, para saber com quanto queriam contribuir cada um para a dita fundação,
côngrua e sustentação dos religiosos; o que tudo consta do termo que no livro
de vereanças desta Vila, fl. 8 5, está lançado em 2 de maio de 1 70 7, e de-cinco
escrituras de obrigações, que em nome de todo o povo fizeram os oficiais da
Câmara.
Assim pretendeu o senado, e assim o concedeu o reverendo padre Ângelo
Tamborini, e enviado o padre Antônio da Cruz por superior e Tomás de Aquino
por companheiro, os quais entraram nesta Vila a 14 de maio do dito ano de 1708
e foram recebidos por todo o povo com muita alegria e debaixo de palio
conduzidos até a igreja matriz, onde se cantouTe Deum laudamus.
Aos 27 do dito mês receberam os padres algumas coisas que tinham
prometido para esta fundação, assim em dinheiro, gado vacum e cavalar, com
algumas sortes de terras." 8

19381016 316FF 20 I I
Maria
1496 de Freitas
Dr. José CROFaria

(118) NEGRÃO, Francisco. Efemérides Paranaenses (Fundação do Colégio dos Jesuítas. O Itiberê, Paranaguá,
1928, s/n.
IX
CAPITÃES - MORES
Ao tempo das capitanias hereditá
rias,o cargo decapitão
-mor eraexercido
por pessoa que gozava de extrema confiança do donatário, ao qual, se conferia
uma provisão pessoal, outorgando-lhe amplos poderes, inclusive de conceder
sesmarias.
Gabriel de Lara exerceu o cargo nessas condições como loco-tenente,
delegado, procurador, do 6.° Conde de Monsanto e 1.° Marquês de Cascais,
Dom Álvaro Pires de Castro e Sousa.
Com a criação daCapitania de Paranaguá, a Câmara deu posse aGabriel
de Lara do cargo de Capitão-mor. De Lisboa, a 10de janeiro de 6164, o 1.°
Marquês de Cascais respondia a comunicação recebida de Lara:
Vejo que V.m. me diz,acerca do provim ento de Salvador Corrêa
e ainda
fazê-lo V.m. foidito oque puderífazerem outrem, que nos deramaior cuidado;
e como
Go V. Salvador
vernador m. tomou posse
Cor
rêa, para
vá V. mim,do primeiro
m.servin que fosse
assim eavise-me, provido pelo
mandar-lhe-
ei nova provisão para V. m. continuar em sua vida o governo dessa capitania
em meu nome, pois é certoque está emminha demarcação,como todos sabem. 119

Com a extinção daCapitania de Paranaguá, por questão de ordem militar


e caráter estratégico, as vilas marítimas ficaram subordinadas ao governo do
Rio de Janeiro, o qual nomeou os primeiros capitães-mores.
Alinhados abaixo, os nomes dos capitães-mores de Paranaguá, desde os
primórdios.
GABRIEL DE LARA
Chegou a Paranaguá no ano de 1640, investido no cargo de capitão-
povoador, com a incumbência de povoar, fortificar e defender a povoação. Em
1646, conseguiu erigir, em ato solene, o pelourinho. Em 1648, obteve a Carta
Regia, elevando o povoado à categoria de Vi
la. Sob seu olhar, a 26 dedezembro,
realizaram-se as eleições, as primeiras em terras do Paraná. A instalação da
Câmara e posse dos eleitos verif
icaram-se a 9 de janeiro de1649.
Com a criação da Capitania de Par
anaguá, no ano de 1656, pelo herdeiro-
donatário Dom Álvaro Pires de Castro e Sousa, 6.° Conde de Monsanto e 1.°
(119) LEÃO, Ermelino Agostinho de. Dicionário Histórico e Geográfico do Paramí.
vol. 2, Ed. Empresa Gráfica
Paranaense, Curitiba, 1928, p. 735.

173
Marquês de Cascais, Gabriel deLara foi nom eado capitão-mor, poré
m, a câmara
somente efetiv
ou a solenid ade de posse em 15 de maio de 1660, em nome
daquele herdeiro, reconhecendo a existência da Capitania de Nossa Senhora
do Rosário de Paranaguá e das 40 léguas de costas sul.
Firmada econfirm ada comoautoridade regiapelo govern ador doRio de
Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benavides, Gabriel de Lara semeou os
primórdios da civilização, deixando seu glorioso nom
e vinculado à história
de
Paranaguá, Curitiba e São Francisco. Faleceu a 25de dezembro de 1682 e teria
sido sepultado nos térreos da igreja de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário,
padroeira daVila.
TOMÁS FERNANDES DE OLIVEIRA
A Câmara de Paranaguá, a 1.° de janeirode 1685, em edital,anunciou
achar-se vago cargo
o deCapitão-mor. Por indicaçãopee dido da municipalidade,
os camaristas nomearam Tomás Fernandes de Oliveira, que governou desde a
posse até o ano de 1689, exercendo, também, o cargo de provedor das minas.
GASPAR TEIXEIRA DE AZEV EDO .
Gaspar Teixeira de Azevedo, nomeado a 7 de maio de 1689, pelo
governador interin
o do Brasil, arcebisp
o Manuel daRessurreição,foi o terceiro
Capitão-mor Governador da Capitania de Paranaguá, e Provedor Geral das
Minas. A Câmara, porém, recusou reconhecê-lo, negando o "cumpra-se" à
provisão e nomeou para o cargo deCapitão-mor a Franc
isco da Silva Magalhães.
Mesmo confirmado pelo rei Dom Pedro JJ, a nomeação de Gaspar Teixeira
para o posto,continuou Silva Magalhães, apoiado pela Câma
ra e população. A
dualidade de governo terminou quando a Câmara, sob severas ameaças do
general Arthur de Sá e Menezes, solenizou a posse de Gaspar Teixeira.
Gaspar Teixeira mandou reforços de índios Carijó das aldeias da vila,
sob o comando do mestre de campo Matias Cardoso de Almeida, que se
encontrava em Paranaguá, para guerrear contra os indígenas que dominavam
o Rio Grande.
Gaspar, Teixeira
Sua Majestade distinguiu-se
tendòfemetido a Portugcomo
par eficiente
al, em um arrecadador
ano, mais de dossquintos de
6.000 oitava
de ouro,equivalentes a uma produção de 30.000 oitavas,recebendo louvores
do rei pela dedicação e zelo com e exerc
qu ia o cargo.
Gaspar Teixeiraera avô do FreiGaspar deMadre Deus. Foi dono da ilha

174
Das Origens à Atualidade

do Teixeira. Natural do Adro, freguez


ia do Bayão , bispado do Porto, Portugal.
Além de Capitão-m or Governador daCapitania, Provedor Geraldas Minas
de Paranaguá, foi Gaspar Teixeira de Azevedo, um dos fundadores da Ordem
Terceira de São Francisco das Chagas, entre 1704 e 1705.
FRANCISCO DA SILVA MAGALHÃES
Em 31 de deze mbro de1692, foi nomeado peloCapitã
o-General do Estado
do Brasil, Antônio Luís da Câmara Coutinho, para o cargo
de Capitão-mor de
Paranaguá, Francisco da Silva Magalhães, que governou até 1707. A patente
de nomeação declarava:
Capitão-m or e Governador destaCapitania deParanag
uá, Curitiba eseu
distrito. 120

JOÃO RODRIGUES FRANÇA


Nomeado por Dom Fern ando Mascarenhas,em 1707, e confirmado pelo
rei Dom João V,em 19 de janeiro de1711, o rico minerador João Rodrigues
França era uma pessoa que gozava de grande prestígio na vila, onde residia
com sua num erosa eilustrefamília.
Durante seu longo governo, em 1798 as Capitanias de São Vicente e
Paranaguá foram vendidas peloherdeiro Dom Luís Ataíde
de deCastro Noronha
e Sousa, 2.° Marquês de Cascais, à coroa portu
guesa.
Com a pacificaçãodas Minas Gerais, na chamada Guerra dos Emboabas,
o governo português, nesse mesmo ano, criou a nova capitania real de São
Paulo e Minas de Ouro. Paranaguá passou à jurisdição do governo do Rio de
Janeiro.
A subordinação a das vilas marítimas ao governo do Rio de janeiro era
de ordem militar e caráter estratégico. Tornava-se necessário subordinar as
forças das vilas do sul a uma única autoridade, para ação eficaz contra os
castelhanos, já que lavrara a guerra pela Colônia do Sacramento e cabia ao
governo do Riode Janeiroos encargos da defes a do território.
As tentativas de invasão do Rio de Janeiro por parte de Du Clerc, em
1710, e Duguay Trouin , em 1811, aproveitando a guerra desucessão na Espanh
a,
na qual Portug
al se colpçara contrao pretendente francês,Filipe d'Anjou (neto
de Luís XIV), ao trono espanhol, não surtiram o efeito desej
ado. 121

(120) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Memória Histórica. Cronológica. Topográfica e Descritiva da Cidade de
Paranaguá 1850. Ed. Prefeitura Municipal de Paranaguá, 1922, p. 42.
(121) CASTRO, Therezinha de.História da Civilização Brasileira,vol. I, Ed. "O Cruzeiro", Rio de Janeiro, RJ,
1969, p. 57.

175
O governo de Portugal conservou o Capitão-m or João Rodrigues França,
no governo da terra, com os mesmos poderes, sendo mantida a autoridade do
Capitão-mor na extinta apitania
C de Nossa Senh ora do Rosário deParanag uá.
João Rodrigues França impulsionou o povoamento dos Campos Gerais,
estabelecendo prósperas fazendas pastoris e contribuiu para a instalação da
casa de missões dos padres jesuítas em Paranaguá, à qual confiou a educação
dos seus filhos.
A extinção dacapitania eo conseqüente pov oamento dosCampos Gerais,
com aexpansão e odesenvolvimento do criatório,trabalho mais compen sador
e menos incer
to que o garimpo, lavra
a of i diminuindo e aumentando as fazendas
de criação.O criatóriosubstituiu o ouro na econom ia da terra.
Paranaguá, que já se havia tornado, nessa fase, um grande produtor de
farinha de mandioca, recebeu orden s para fornecer às forças portug
uesas que
operavam no Rio de Janeiro, sob ocomando do general Antô nio deAlbuquerque
Coelho, uma grande quantidade de farinha necessária ao abastecimento.
João Rodrigues França gov ernou até1715. Faleceu em avan çada idade.
ANTÔNIO GRÁCIA'
Dom Francisco Xavier Távora, Governador do Rio de Janeiro,a 20 de
março de 1716, nomeou Antônio Grácia,para exercero cargo de Capitão-m
or
de Paranaguá, governando até 1717.
ANDRÉ GONÇALVES PINHEIRO
O novo Governador do Rio de Janeiro,Antônio Brito Freire deMenezes,
a 17 de setembro de 1717, nomeou André Gonçalves Pinheiro, para exercer o
cargo de Capitão-mor de Paranaguá, confirmado pelo rei Dom João V, o
Fidelíssimo (1706-1750), a 13 de setembro de 1718.
Navio Pirata
Logo nos primeirosmeses de governo do Capitão-mor
André Gonçalves
Pinheiro, um galeão espanhol penetrou na baía de Paranaguá e arribou ao
122

porto davilanecessitado de
refazer-se de
víveres e agua
da, para poder prosseg
uir
viagem aos portos do Chile,no Oceano Pacífic
o.
Noa notíc
traziam anoiaseguinte
da entrada- de
8 de
ummarço
veleirode 1718 - Era
pescadores
estrangeiro. vindos da barra
a mesma embarcação
espanhola, em torna-viagem, precedente de Valparaíso, Chile, transportando
rica carga deprata, destinada à Espanha, a qual, conhecedora dasegurança que

(122) - GALEÃO - Navio mercante ou de guerra,


de bordo alto, usado nos séculos XVI - XVIII.

176
oferecia o porto de Paranaguá, pela segunda vez penetrou baía adentro,
fundeando ao redor da enseada da ilha da Cotinga.
Pelas leis do reino de Portugal, a entrada de navios estrangeiros em
portos doBrasilColônia,era termin antemente proib ida para a prática de atos
de comércio mar ítimo internacional. E
quando, fato como esseocorria,aqui em
Paranaguá o acontecimento despertava receios, suspeitas, curiosidades,
apreensão, cuidado, alvoroçando o povo.
O Capitão-mor André Gonçalves Pinheiro, tomou as providências
aconselhadas diante da inesperada situação, e mandou emissários a bordo do
galeão para saber o que pretendia. A tripulação acolheu emissários
os e revelou
que o galeão sofria uma persistente perseguição de um veleiro de piratas
franceses, e pedia proteção aos paranagüenses para repelir os piratas.
Piratas eram marítimos que, sem pátria, haviam-se tornado ladrões dos
mares.
Corsários eramiratas
p que recebiam de seus ern gov
os "Cartade Corso"
e praticav
am assaltosàs embarcações e povoaçõ es inimigas deseus países,em
verdadeiros atos de guerra. Os corsários não eram apenas piratas, ladrões dos
mares, lutavam, também, pela pátria.
Na Vila,desencontrados mur múriosbrotavam no es io do povo, pertu rbando
a paz, a serenidade e os espíritos, alarmando população.
a Dizia-se que era
invasão dos franceses, a exemplo da façanha de Duguay Trouin, ocorrida no
Rio de Janeiro,em 1711. Dizia-se,também, que dep ois da abord agem, saqueariam
a Vila.
A Vila de Paranaguá, diante do temeroso episódio, nada poderia fazer
contra aartilharia dospiratas.Nenhuma fortificação garan tia a defesa dolugar.
Os habitantes, poucas armas possuíam.
Velhos, mulheres e crianças,mais sobressaltados, refugia ram-se, desde
então, na igreja de Nossa Senhora do Santíssimo Rosário, padroeira da vila,
para rogar àSanta asalvação da terra, dos perigos que a ameaçavam.
O Capitão-mor André Gonçalves Pinheiro, por sua vez, com muita
prudência, reunia os ordenanças e se prevenia para qualquer eventualidade.
Ao longo das barrancas do rio Taguaré, alinharam-se destacamentos, para
impedir possíveis tentativas de desembarques.
Alguns dos moradores, com extremados receios, debandaram, supondo
ver em cada esquina uma sombra e, em cada sombra, um pirata ameaçador.
No dia 9 de março o navio pirata transpôs a barra, penetrou na baía de
Paranaguá e se dirigiu ao fundeadouro, no encalço da cobiçada e rica presa.
Era um possante navio veleiro, acostumado aos perigos, tripulados por
audaciosospiratas.
A vila, amedrontada; o terror atingiu o grau máximo. Na Igreja Matriz,

177
Das Origens à Atualidade

DOM JOÃO FRANCISCO LAINES

Foio escolhido
empossad a 22 dejunhpela Câmara para exercer o cargo de Capitão-mor,
o de 1743.
RODRIGO FELIZ MARTINS
Exerceu o Cargo de Capitão-mor em 1751, ignorando-se o espaço de
tempo que governara.
ANTÔNIO DE SOUSA PEREIRA
Exerceu o cargo de Capitão-mor até o ano de 1762.
ANTÔNIO FERREIRA MATOSO
Nomeado a 5 de setembro de 1763, tomou posse do cargo de Capitão-
mor a 24 de dezembro dessemesmo ano.
MANUEL NUNES LIMA
Escolhidopela câm ara para exercero cargo de Capitão-mor, em 15 de
dezembro de 1765, tomou posse do cargo a15 de março de 1766.
JOSÉ CARNEIRO DOS SANTOS
Escolhido em 3de setembro de 1766, tomou posse a 8de outubro. Com
segunda nomeação, a29 de janeirode 1789, governou até 6de janeiro de 1811,
quando faleceu.

MANUEL ANTÔNIO PEREIRA


O último Capitão-mor de Paran aguá tomou posse do cargo
a 22 deabril
de 1815, governando até aextinção doargo
c e,em seguida, por portaria de 28
de agosto de 1835, assinada pelo vice-presiden
te da Província de São
Paulo,
Francisco Antônio de Sousa Quirós, o então Capitão-mor Manoel Antônio
Pereira foi nomeado prefeito da Vila de Paranaguá e, em ato solene realizado
desse
pela Câmara,
mesmo ano.
tomou posse como 1.° Prefeito de Paranaguá, no dia 7 de setembro
Manoel Antônio Pereiraera filhode Antônio José Pereira deMagalhães
e de Dona Mariana de Oliveira.Nasceu na freguezia de Ribeiros, comarca de
Guimarães, Concelho de Tafe,arcebispado de Braga,Portugal, aos 24de julho
de 1782.

179
Freqüentou aulas de primeiras letras em sua terra natal, porém, ainda
muito jovem, com cerca de 14 anos, emigrou para o Brasil, chegando em
Paranaguá a 15 de agosto de 1796.
Filho de seus próprios esforços, foi conquistando as posições sociais,
políticas e bens patrimoniais. Era um exemplo de trabalho, auxiliado pela
tenacidade e inteligência.
Contraiu matrimônio a 8 de janeirode 1805, com a senh orita Leocádia
Antônia da Cos ta, filha dosargen
to-mor Manuel An tônio da Costa Nogueira e
Dona Maria Clara de Assunção Lanóia.
O casal teve12 (doze) filhos, tronco deilustres fam
ílias do Paraná
.
Manoel Antônio Pereira,a partir de 18
20 -1857, entre os mais abastados
da cidade de Paranaguá, figurava como a quinta maior fortuna.
A partir de 1850, Manuel Antônio Pereira, o último Capitão-mor de
Paranaguá, ausentou-se davida pública.Faleceu a21 demaio de 1857.

19381016 316FF 20 I |
de Freitas
Dr. José Maria Faria
C R O 1406
Exemplar d» Assinante

180
Primeiro dia - 16 de março de 1968 - do carimbo do correio, comemorativo dos 250
anos do naufrágio do navio pirata, na ilha da Cotinga, baía de Paranaguá, ocorrido
em 9 de março de 1718. Primeira pesquisa histórica submarina. Pesquisadores:
Fernando Guerra Bittencourt e Roberto de Aquino Lordy. Pesquisa realizada em 1963.

181
IX - R ÁPID AS REF ERÊ NCI AS
Correspondência dirigida a Gabriel de Lara, pelo 1.° Marquês
de Cascais, Dom Álvaro Pires de Castro e Sousa.

Recebi a carta de Vm. posto que muito antiga, a estimei muito e que
Vm. passe comboa saúd e e alegre por mui
tos anos.
Vejo o que Vm. me diz acerca do provimento de Salvador Corrêa e
ainda fazê-lo em Vm. foi dita que o pudera fazer em outrem, que nos dera
maior cuidado; e como Vm. tomou posse por mim primeiro que fosse provido
pelo governador Salvador Corrêa, vá Vm. Assim e avise-me mandar-lhe-ei
nova provisão para Vm.Continuar em sua vida ogoverno dessacapitaniaem
meu nome, pois é certo que está na minha demarcação, como todos sabem.
Grande faltame faz An tônio Raposo da Sil
veira, que como tinha tomado
a sua conta essa demarcação, tinha notícias dela, não sei se acharemos pessoa
que nos assistaa ela com ocuidado necessário; eu escrevoSão
a Vicente aSão
Paulo que me avisem pessoa suficiente; não sei se o farão, se por sua via de
Vm. houver alguma pessoa não deixe de me avisar.

esses Não tenho que de


moradores, lheencom endarvila
que essa a Vm. o tomar mui
e capitania étominha,
a sua conta entabolar
porque quaisquer
informações que aí forem del-rei, se proponham dessa forma.
Deus guarde a Vm.
Castelo de Lisboa, 10 de janeiro de664.
1 Marquês de Cascais.
Para o capitão-mor da capitania de Paranaguá. 123

(123) - LEÃO, Ermelino Agostinho de. Dicionário Histórico e Geográfico do Paraná,


vol. 2, Empresa Gráfica
Paranaense, Curitiba, PR, 1928, p. 735.

18 2
X
OUVIDORIA DE PARANAGUÁ
ANTECEDENTES
Na História Colonial de Paran aguá, o marco dajustiça é assinalado pelo
pelourinho, ereto em nom e do rei dePortugal, Dom João IV (1 640-1656), a 6 de
janeiro de 1646, pelo Capitão-Povoador Gabriel de Lara, por ordem do governador
do Rio de JaneiroDuarte CorreiaVasqueanes.
O pelourinho de Paranaguá é constituído de uma coluna de pedra,
trabalhada em cantaria, sextavada, colocada sobre uma base. Representava a
posse real eefetiva e símbolo da tiça,jus sempre em nom e do rei.
O histórico monumento encontra-se montado no Museu do Instituto
Histórico e Geográfico de Paranaguá.
A ereção do pelourinho de Paranaguá precedeu à elevação do povoado à
categoria de vilaisso
e constitu i ufn casoatípico.

O povoado
eleições, foioselevado
para escolher à dignidade
governante s, realiz de aVila
aram-se aos
26 de 29mde
deze brojulho deo1648. As
domesm
ano.A instalação da Câmara - velha instituiç ão portuguesa,destinada a zelar e
defender os interesses dos habitantes - realizou-se a 9 de janeiro de 1649.
A Capitania de Nossa Sen hora do Rosário de Paran aguá, criada em 6156,
em conseqüência da contenda possessória entre os herdeiros, somente foi
reconhecida, em caráter efetivo, pela Câmara, a 15 de maio de 1660, data da
posse de Gabrielde Lara noscargosde Çapitão-mor, Governador, Ouvidor, Alcaide-
mor e Sesmeiro da Vila e Capitania. ,
Com jurisdição iia Vila e Capitania de Paranaguá, a História registra os
nomes dosseguintes magistrados:
1 - Dr. Manuel Pereira Franco,Ouvidor Geral, com alçada do Estado do
Brasil, 1648. Este magistrado, em nome do "rei, outorgou a Paranaguá o foral
régio,elevando o povoado à categoria devila.
2 - Dr. Pedro de Unhão Castelo Branco, Ouvidor Geral do Brasil,
nomeado a 5de dezem bro de 1674.
3 - Dr. André da CostaPereira,Ouvidor Geral dosul do Brasil, 1692.
4 - Bacharel Sebastião Fernandes Correia, Ouv idor Geral do sul doBrasil,
nomeado a 12 deoutubro de1694.
5 - Dr. Antônio Luís Peleja, 1.° Ouv idor de São Paulo,703. 1
6 - Dr. JoãoSaraiva deCarvalho, Ouvidor de SãoPaulo, 1709.

183
7 - Dr. Antônio da Cu
nha Sotto Maior,1710.
8 - Dr. Rafael Piresardi
P nho, Ouvidor de São Pa
ulo 1719 a 1721,
organizador
9 - Dr.da justiça
Manu el de eMelo
da administração,
Godinho Manso, nas
Ouv vilas
idor de do
Sãosul.
Paulo,722.
1
O Capitão-mor Gabriel de Lara, exercendo, também , o cargo deOuvidor
da Capitania de ranag
Pa uá desde 1660, erigiu os pelourin hos de São Franci sco
do Sul, em 166 5, e o de Curitiba, em668.1 Foio primeiro a exercer a ouvid oria
da capitania, sem que a menor dúvida surgisse contra a sua autoridade, até o
ano de 1672. Nesse ano,já avan çado em idade, nomeou JoãoBeside para exercer
o cargo de ouvidor. Ainda Lara, a 2 de junho de 1682, nomeou o capitão
Franciscoda SilvaMagalhã es, para exercero cargo de ouvidor.
Em 1690, o Capitão-mor Gas par Teixeir
a de Azevedo nomeou Rafael de
Ramos, para exerc er o cargode ouvidor.
DR. RAFAEL PIRES PARDINHO (1664-1761)
Este ilustre magistrado
, conhecido como Ouvidor Pardin
ho, em 1720
percorreu, em correi
ção, as Vilas de São Francisc
o do Sul,ilha de Santa Catarin
a
Paranaguá.
(depois N.S. do Desterro , hoje Florianópolis), Laguna, Curitiba e,finalmente,
Os ouvidores, investidos dessas soberanas atribuições correicionais,
executavam uma rigorosa auditoria nos atos e fatos administrativos, com a
finalidade de corrigir o que tivesse sido praticado irregularmente nas
administrações civis, judiciais, militares e eclesiásticas.
O Dr. Pardinho, tendo percorrido as vilas referidas, em correspondência
escrita de Paranaguá, dirigia ao rei Dom João V, o Fidelíssimo (1706-1750),
declara que, vindo de Curitiba aqui chegara em meados de fevereiro de 1721,
dando inícioà correição,que foi concluída a 30 de agosto do mes mo ano,
durando sua permanência*em Paranaguá, quase sete meses.
Em 16 de junho, o Dr. Pardinho realizou uma assembléia, na oficina da
casa de fundição de ouro de Paranaguá, e na presença de 118 cidadãos
paranagüenses, expôs os 178 capítulos dos provimentos,demonstrando asaltas
qualidades de organizador dos serviços administrativos, corrigindo erros, as
deficiências e provendo, para o futuro, bases estruturais e justas, da
administração local.
Os provim entos doDr. Pardin ho, mais tarde transformados emprovisões
regias, constituíram as bases estruturais da organização social e política de
Paranaguá.
O Dr. Pardinho, pela eficaz e inteligente ação que desenvolveu, tornou-

1 84
se um vulto benemérito em Paranaguá. Os seus minuciosos provimentos,
descobertos epublicados nolivro "Docum
entos para a História
do Paraná", de
autoria do ilustre paranaense, Dr. Moisés Marcondes, têm o valor de uma
constituição
Durante política.
a permanência em Paranagu á, o Dr. Pardin
ho determin ou nova
medição do patrimônio municipal; decidiu, com sentença favorável à câmara,
a demanda sobre a ilha da Cotinga; providenciou a demarcação das áreas para
as futuras povoações de Morretes, Porto de Cima, Ararapira; abriu inquérito
sobre a decisão doCapitão-mor An dré Gonçalves Pinheiro,que não concordara
com as ordens do levantamento de uma bandeira de trezentos homens para a
abertura da estrada a partir de Laguna para Curitiba, de onde seguira outra
bandeira, ficando provada a benemerência do capitão-mor, que morreu no
elevado posto de mestre-de-campo, a que foi promovido. Mandou reabrir a
casa da fundição de ouro de Paranaguá, nomeando os seus funcionários e
permitindo a mineração de ouro que se achava proibid
a desde 1713, pela drástica
medida imposta por Dom Braz Baltazar da Silveira, capitão-general de São
Paulo:
ordenando que nenhuma pessoa,de qualquer condição que seja, tratasse
de descobrir ouro em qualquer parte dorito,distnem mesmo nos lugares onde
124

foramConsas primeiras
eguiu oDr.minas, sob
Pardinho penaade
a liberd de de
severos castigos.
comércio da erva-m
ate com a
Colônia doSacramen to; puniu criminosos poderosos, corrigiu errosforenses,
tolheu abusos, fiscalizou as contas da Câmara, cuidou da circulação para o
interior, projetou o prédio da Câmara e cadeia. O antigo paço municipal foi
iniciado a 2 defevereiro de 1731, na rua do Colégio (atual aru15 de Novembro),
frente para o atual Jardim Leocádio Pereira. A demolição ocorreu em 1912.
Construiu-se no mesmo lugar o Palácio R oial,edifíciode JorgeBarbosa, tamb
ém
já demolido. Atualmente a área serve de estacionamento particular.
As provisões regias de 4 de outubro de 1722 e de 10 de novembro de
1730, aprovaram os provimentos do Dr. Pardinho, os quais compendiavam o
histórico da fundação deParanaguá até 172Q.
Até 1721, a Vila de Paranaguá contava com duas companhias de
ordenanças, necessárias ao serviço.O Dr. Pardinho ordenou a criação dequatro
companhias, ficando assim distribuídas:
l. Companhia, constituída pe
a
los moradores da vila do Rocio,
compreendendo
Torales; a zona .entre os rios Taguaré (Itiberê) e Emboguaçu, até o
2. Companhia, constituída pelos moradores de Guarapirocaba (baía de
a

Antonina) e do rio Cubatão (Nhundiaquara);


(124) - VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. 1850, Prefeitura Municipal de Paranaguá, 1922, p. 104.

185
3. Companhia, constituída pelos moradores dos rios dos Almeidas, dos
a

Correias, do Guaraguaçu, do Maciel até a barra do sul;


4. Companhia, constituída pelos moradores de Piaçaguera, até
a

Guaraqueçaba, incluídas asilhas erecôncavos,até a barra do norte.


Em conseqü ência do levante de 1720, ocorrid
o em Vila Rica, atual Ouro
Preto, encabeçado por Felipe dos Santos Freire, um dos mineradores revoltados,
a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro foi separada, criando-se aCapitania
de SãoPaulo e a Capitania deMinas Gerais , com governos próprios.Paranaguá,
subordinada aogoverno do Rio de Janeiro,passou à jurisdição dogoverno de
São Paulo.
A Carta Regia de9 de maio de 7148, suprimiu o cargo deGovernador da
Capitania de São Paulo e conferiu aos governadores e capitães-generais do
Rio de Janeiroo govern o daquela, ficando umverngoador em Santos, sujeito ao
do Rio de Janeiro. 125

Novamente, Paranaguá subordina-se ao governo do Rio de Janeiro, via


Santos, até quando, pela CartaRegia de17 de janeirode 1765, foi restaurada a
Capitania de SãoPaulo.
Quando o Dr. Pardin ho realizou aorreição
c nas vilasdo sul,nos anos de
1720
de e 1721, perceb
Ubatuba até oeurio
desd
dae logo adifNo
Prata. iculdade deSãoque
relatório Paul
oapresentou
distribu
ir a justi
ao çConselho
a,
Ultram arino dePortugal,demonstrou asrazões necessáriasdo desmembramento
e a inadiável necessidade de criar uma nova comarca, como sede na vila de
Paranaguá.
No mesm o sentidoo Dr.Pardin ho suge riu aogovernador deSão Paulo,
Rodrigo César deMenezes, para ariação c deum juiz-de-fora em Paran aguá.
Embora o governador preferisse um juizad o em Taubaté,mais pop ulosa
e ainda com a vantagem de possuir duas vilas vizinhas - Pindamonhangaba e
Guaratinguetá - ip Conselho Ultramarino, em 17 de junho de 1723, criou a
Ouvidoria de Paranaguá, atendendo às fortes razões do Dr. Pardinho.
A Carta Regia de14 de março de 1724, nomeou oi." Ouvidor Geral da
Comarca,o malogr ado Dr. Antônio Ve Als Lanhas Pei xoto.
Em 24 de agosto desse mesmo ano, a Comarca de Paranaguá foi
solenemente instalada. As autoridades cogitaram da respectiva divisão da
capitania entre asduas comarcas.A 10 de fevereiro de 17 25, reuniram-se nas
casasdoesgovern
Ouvidor o de
Gerais São
- Dr. Paulo:
oo
Francisc Gove
da rna
Cunhador Rodrigo
Lobo César
de
eDr. Antôn Meneze
io Alves s, dois
Lanhas
Peixoto - Juizes e Vereadores: Tome Alves, Gabriel Antônio de Campos, José
Pinto Guedes, Francisco Barbosa Pires, Antônio Pedroso de Oliveira e o
(125) MARQUES, M. E. de Azevedo.A pontamentos Históricos da Província de São Paulo.Apud MARTINS, Alfredo
Romário. História do Paraná,Ed. Guaíra, 3° ed. Curitiba, PR, s/d, p. 371.

186
secretário do governo Gervásio Leite Rebelo, para proceder à divisão e a
lavratura de
um termo:
a VilaAssentaram todos
de Iguape, a Vila uniformemente
de Canan que deviam
o, ilha pertencer
éia, ade São Francisc à de Paranaguá,
de Santa Catarina,
Vila de Laguna e daí por diante até o rio da Prata; e de serra acima a vila de
Nossa Senhora dos Pinhais de Curitiba, correndo até o lugar das Furnas,
inclusive sertão
povoado e no que estava por povoar, fazendo-se daíem diante
descobrim entos ou povoações;pela marcação fic
ariam asinovadas povoações
pertencendo a Paranaguá, lançan
do uma linha imaginária do nascente aopoente
do termo em que hoje fica confinado com a última baliza e divisão entre as
terras de São Paulo e Paranaguá. 126

NOMINATA DOS OUVIDORES E CORREGEDORES


Desde sua criação -17 de junho de 1723 - e durante todo o período
colonial do Brasil, a Comarca de Paranaguá teve os seguintes Ouvidores:
1 - Dr. Antônio Alves Lanhas Peixoto, 1.° ouvidor geral da comarca de
Paranaguá. Tomou posse a24 de agosto de1724. Chamado pelo govern ador
Rodrigo César deMenezes, após ter ereto a vila deN. S. doDesterro, a26 de
março de 1725, passou a jurisdiçãoda sua com arca ao juizordinário, mais
velho emidade,seguindo paraSãoPaulo.Acompanhou o governador na viagem
realizada ao Mato Grosso. No retorno, trazendo os quintos de ouro de Sua
Majestade, foiassaltado e morto
, a 30 de maio de 1730, pelos índios Paia
guá,
na embocadura do rio Jaguari, em Mato Grosso.

2 - Dr. Antônio dos Santos Soares, em exerc


ício do cargo de 7de julho
de 1730 até 1734. S

3 - Dr. Manuel dos San


tos Lobato, em exerc
ício do cargo a partir de 4 de
maio de 1734.
4 - Dr. Gaspar da RochaPereira, em exercício doarg
c o de 1741a 1743.

5 -Dr. Manuel Tavares de Siqueira, em exercíc


io docargo de 1744 a 1747.
6 - Dr. Antônio da Silva PiresMelo Porto Carreiro,
nada se sabendo da
nomeação e posse, apenas que rubricara alguns livros em Curitiba, no mês de

(126) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. 1850, PMP, 1922, p. 116.

187
fevereiro de 1755. Esteve no exercício docargo até 1756.

7 - Dr. Jerônimo
representação ao governoRibeiro de Magalhães,
de Portugal a fim deem julho
que de 1757, fez pagassem
os mineradores uma
em dobro as custas judici
ais nas comarcas deBeira-Mar.Obteve or
dem regia a
7 de setembro de 1760, que criou o novo imposto.
8 - Dr. Antônio Barbosa de Matos Coutinho, nomeado pela provisão
regia de 8 de abril de 17
72, exercendo a judicatu
ra até 1785.
9 - Dr. Francisco Leandro de Toledo Rendon, tomou posse a21 de julho
de 1785, e esteve no cargo até 1789.
10 - Dr. Manuel Lopes Branco e Silva,entrou em exercíc
io do cargo a 9 de
outubro de 1790 até 1799. Instalou a Vila de
Antonina a 6 de novembro de 1797.
11 - Dr. João Batista dos Guimarães Peixoto, esteve em exercício do
cargo de 4de dezembro de 1799 até 1802.
12 - Dr. Antônio de Carvalho Fontes Henrique Pereira, tomou posse a
11 de fever
eiro de 1804e exerceu o carg
o até 1807.
13 - Dr. Antônio Ribeiro de Carvalho, nomeado pela provisão regia de
11 de julho de 8104. Tomou posse a 7 de mar
ço de 1807.
14 - Dr. João de Medeiros Gomes, nomeado pelo decreto de 6 de fevereiro
de 1810 e Carta Regia de 7 de março desse mesmo ano. Foi o último Ouvidor
Geral da Comarca de Paranaguá. O alvará régio de 19 de fevereiro de 1812,
ordenou que a Comarca de Paranaguá fosse denominada desta data em diante
Comarca de Paranaguá e Curitiba e que o ouvidor tivesse a sua residência na
Vila deCuritiba,sendo o Dr. José de Medeiros Gom
es o Primeiro Ouvid
or que
fixou sua residência em Curitiba, ficando em Paranaguá um juiz-de-fora. 127

Alinhada abaixo a qualificação do primeiro ouvidor da Comarca de


Paranaguá e Curitiba:
"Desembargador
corregedo de Sua
r da comarca de Para naguáAlteza Real
e Curiti Fidelíssima,
ba, com predicam seu de
entos ouvidor geral e
primeiro
banco, alçada no cível e crime, provedor das fazen das, dos defun
tos, ausentes,
capelas, órfãos e resíduos, intendente dos reais quintos e superintendente da
dízima e das terras, águ
as e minera is e suas repartições,uiz
j dos feitosda coroa
(727) - VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit., 1850, PMP, 1922, p. 382.

188
e das justificações de índia e mina, da polícia, auditor de gente de guerra e
conservador das família
s do Santo Ofíc
io e mais privilégios",tudo pelo mes
mo
príncipe-regente, Nosso Senhor que Deus guarde...
QUINTA COMARCA DA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO
Como consta, em 19 de fevereiro de 1812, pelo alvará do Príncipe-
Regente Dom João (futuro rei Dom João VI), Curitiba passou a ser sede da
Comarca de Paranaguá e Curitiba, sendo criado um lugar de juiz-de-fora, na
ex-Comarca de Paranaguá.
Em virtude das disposiçõe
s do código de processo criminal,
em 1833 a
Província de São Paulo tinha sob sua jurisdição 6 (seis) comarcas, assim
distribuídas:
1." comarca:
Areias, Bananal, Cunha, Guaratinguetá, Lorena, Pindamonhangaba,
São Luís eTaubaté
.
2. comarca:
a

Atibaia, Bragança, Jacareí, Mogi-das-Cruzes, Paraibuna, Parnaíba,


Santo Amaro, Santa Isabel, São José dos Campos e São Paulo
3 . comarca:
a

Franca, Jundiaí, Mogi-Mirim e São Carlos


(Campina
s).
4." comarca:
Araraquara, Apiaí, Capivari,
Constituição(Piracicaba), Itapetininga,
Itapeva da Faxina, Itu, Pira
pora (Tietê), Porto Feliz,Sorocaba e São Roque.
5." comarca:
Antonina, Castro, Curitiba, Guaratuba, Paranaguá, Palmeira e Príncipe
(Lapa).

6." comarca:
Bela eCanan
éia, Itanhaém, Iguape, São Vicente,Santos,São Sebastião,Vila
Ubatuba.

A Província de São Paulo, com o fim de diminuir o território da 5."


comarca que forçosamente desmembrar-se
-ia,deliberou
, então, elevar
o número

189
de comarcas, dividindo a Província em dez, com a sanção da seguinte lei:
Lei n.° 437, de 17 de julho de 1852:
O bacharel formado Hipólito José Soares de Sousa, vice-presidente da
Província de São Paulo, etc. Faço saber a todos os seus habitantes que a
Assembléia Legislativa Provincial decretou e eu sancionei a lei seguinte:
Art. 1.° - As comarcas da Provín cia ficam elevadas a dez e a sua
denominação e divisão seguinte:
§ 1,°- Comarcade Guarating uetá, compreendendo a cidade destenome,
Bananal, Queluz, Áreas, Silveiras, Lorena Cunha.
§ 2.° - Comarca de Taubaté, compreendendo a cidade deste nome, São
Luís, Pindamonhangaba e Ubatuba.
§ 3.° - Comarca de Jacareí,compreendendo esta cidade, São José, Santa
Isabel, Paraibuna, Mogi das Cruzes.
§ 4.° - Comarca da Capital, comp reendendo a cidade de São Paulo, Santo
Amaro, Parnaíba, São Vicente,Itanhaém e Santos.
§ 5.° - Comarca de Campinas, compreendendo esta cidade, Bragança,
Atibaia, Nazaré, Jundiaí e Constituição.
§ 6.° - Comarca de Mogi-Mirim, compreendendo esta cidade, Limeira,
São João
§ 7.°do Rio Claro
- Comar e Araraquara.
ca de Franca,
compreendendo a Vilade Francado Imperador,
Batatais e Casa Branca.
§ 8.° - Comarca de Sorocaba, compreendendo esta cidade, Porto Feliz,
Pirapora, Capaivari, Itu e São Roque.
§ 9.° -Comarca de Itapetininga, comp
reendendo estavila, Itapeva, Apiaí,
Iguape, Xiririca e Cananéia.
§ 10.° - Comarca de Curitiba,compreendendo esta cidade,Paranaguá,
Príncipe, Antonina, Morretes, Guaratuba e Castro.
i

Hipólito José Soares de Sousa.

190
X - RÁPID AS REF ERÊ NCI AS
Correspondência dirigidapelo Ouvidor, Dr. Rafael Pires Pardinho,
ao Rei de Portugal, Dom João V, datada de Paranaguá, 30 de agosto de
1721.
Em 7 de junho de 1720, dei conta a Vossa Maje stade de terpassado em
correição asvilas de São Francisco, ilha de Santa Catarin
a e a de Santo Antônio
da Laguna, penúltimas povoações de toda esta região, e do que nelas tinha
achado e como me parecia m, depois subi à vilade Curitiba,a fazer correição,
e voltei a fazê-la nesta de Paranaguá, em que tenho consumido este ano.
Fica a vilade Curitiba nos campo s por detrás da serra de Paranapiacaba,
e desta dista 25 léguas, das quais seis navegáveis quase até o pé da serra.
Encontreilá várias itaipavas ou cachoeiras,que exigem risco para sepassar,e
mais outras cinco até subir a serra e matos que nela há, e as últimas, mais de
campos, até chegar à vilade Curitiba,que fica em bastante acentoao pé deum
ribeirão, com as casas todas de pau-a-pique, cobertas de telha
128
s, e a igreja só
de pedra e barro que os fregueses edificaram há poucos anos.
Esta povoação se principiou há oitenta anos por alguns moradores, que
subiram
algu desta
mas égu vila
as que mulevara
eltiplicaram
m serraem
ac
ima
formaalg
euqu
meastem
cabeças de gado curra
va
hojesuficientescumis.e
É disso que comumente vivem aqueles moradores que ainda estão situados nos
arredores da vila, em distância de até sete léguas. Só pela estrada que vai para
São Paulo, do ano de 1704 a esta data,se tem fab ricado alg
uns currais,que se
multiplicam e se vão fazendo outros pelos largos campos que há por este
caminho, emque comumente gastam oshomens e festeiros20 dias atéchegarem
à vila de Sorocaba, que é uma das circunvizinhas de Curitiba, e para as minas
de catagu
ases selevaram, em vários anos e por outros caminh os, 800 a 1.000
cabeças de bois e cavalos.
Há no termo, cinco léguas para aquém ao sul da vila, uma freguesia de
São José e do Senhor Bom Jesus do Perdão, e daqui vão correndo os campos
que ficam por detrás da serra fronteira à vila do rio de São Francisco, donde
um morador tem aberto picada e pretende abrir caminho para levar gado e
fazer curral em suncampos que ficamentre aquelas serras, distantes do de São
Francisco dois dias de jornada. Logo entendi a grande conveniência que esta
picadaHaresultará para
verá nas du a vila,
esiasonde
as fregu há muito
de Curitiba gadoema
002 casas solto.
is de 1.400 pessoas
de confissão. Há, nos matos da serra de Paranapiacaba, em muita quantidade,

(128) PAU-A-PIQUE - "Técnica construtiva em que o barro é colocado num gradeado em paus, suportado por
uma estrutura, funcionando como material de vedação ".

191
faisqueiras de
ouro e lavras de lavagem
, de que setirou bastante,on
e de andaram
lavrando muitos paulistas que as largaram para irem para as minas dos
cataguases; mas alguns
freqüência, algum ouro moradores
tirram paraassecontinuaram e, ainda
remediar. Estes anosque com pouca
próximos as
freqüentaram alguns paulistas que agora as largaram com a notícia das grandezas
do novo descobrimento de Cuiabá, para onde foram.
Há nesta ditavilatradição deque têm aqueles sertõesgrandes minas que
alguns moradores têm buscado e ainda intentam buscar. Dizem aqueles que
têm penetrado o sertão para o poente que todo é de campos com seus capões e
restingas de mato, boas águas, férteis para currais e criações, nos quais se
poderão fazer grandes fazendas para eles alargarem o gado. Ao gentio muito
pouco sobra, porque apenas se acham em pequenos lotes.
Os mesmos campos vão correndo pelo pé dos matos da serra de
Paranapiacaba ealguns dizem ser fácil por eles o caminho da vila de Laguna,
donde se pode introduzir gados que se conduzam e tragam pelas praias do Rio
Grande de São Pedro, onde em breve se estabelecerão grandes fazendas de
currais.
No ano de 1693, se levantou estapovoação em vila,por aclamação dos
moradore
tanto s, vinculados
dificuldade aoterm
para lá iro adejustiça,
Paranagu á, ficando-lhes
entre si se uniramtão
distante ecomeleição de
e fizeram
juizes ordinários e oficiais da câmara, com que até agora se governam; mas
com tantos abusos, como se pode presumir de uma tão remota terra, onde não
chegou ministro algum.
Nela estive desde o mês de setembro até fevereiro, eu todo esse tempo
foi necessário para atrair a mim aqueles homens (os bons que apareciam) e
mostrar-lhes os erros em que tinham caído, encaminhando-os para no futuro
procederem com mais acerto em utilidade e pelo bem dos maus.
Fiz-lhescofre para os bens dosãos órf e arcapara o arquivo do Conselho,
que ainda não tinham. Deixei-lhes largos provimentos que respeitam tanto ao
governo da câm ara como à adm inistração da just iça civil e criminal, e bens de
órfãos.Tomei conta algu a ns tutores; emen dei inven tários e fi
z outros,de novo,
e partilhas conflitantes com as norm as. Tirei cinco devassas de mort es atrozes,
que achei sem culpados, e em outras repergu ntei algum as daqueles,com oque
se averiguaram melhor os culpados de que só pude apreender três, que remeti
para a praça deSantos.
Para esta vila de Paran aguá volteiem meados defevereiro enela tenh o
gasto estesmeses em fazer, como é possível correição.
a Sendo Paranaguá de
todas essas vilas a mais povoada e de maior comércio, foi preciso todo esse
tempo para poder reparar os erros e abusos passados por não ter havido nela
correição do ouvidor desde o ano de 1682, em que a ela veio o Dr. André da

192
CostaMoreira.
Há na entrada desta vila duas ilhas,a que cha mam do Mel e das Peças,
que lhe fazem três barras, duas baixas em que arrebenta o mar e por elas só
entram barcos pequenos; e a do meio, a maior, por onde entram embarcações
grandes, mas não de todo olote, pois tem fora um banco de areia que necessit
a
de prático. Dentro delashá duas grandes bacias com algumas ilhas,abundância
de peixes. Nelas deságuam vários rios caudalosos, dizem que navegáveis em
alguns dias, que ainda estão despovoados por estarem os moradores situados
na vila ea maior distância vai de cinco a seis léguas.
Tratam, aqui, mais que nas circunvizinhanças, da lavoura de mandioca,
de que fazem farinhas, que bastantes embarcações vêm aqui carregar e com
que provêm a vila de Santos; muita vai também para o Rio de Janeiro e há
alguns anos também ia para a Bahia.
Nos rios e ribeirões que nela deságuam, da serra de Paranapiacaba e
serra Negra, há faisqueiras e pintas de ouro em muitos trechos onde já houve
lavras;delas se tirou bastante ourofore am asprimeiras que hou
ve nestaregião,
visitad
a no ano de1660 por Salvador Correia de Sá e Benav
ides, que vedou
falar-se e tratar-se de uma cata feita ao pé da serra; tinha um Dom Jaime que
cata abaix
prometia odescobrir
, no ano denela
1699.ouro de beta, o qual mataram, deitando-o pela mesma
Nesta vila eseu termo poderá haver 360 casas emais 2.000 pessoas de
confissão.Aqui mandei agora descobrir efazer, do rio Sebuí para oArarapira,
um camin ho por onde vara m as canoas ese vaicom maior seguran ça e facilidade
para a vilade Cananéia,porque no varad ouro, por onde atéagora seserviam, o
rio por onde navegam, havia grandes demoras e manifesto perigo, por nele
arrebentar o mar da barra do Ararapira, de tal forma que se não podia entrar
nem sair detal rio senão com mei a-maré vazia.E hoje o fazem pelos ditos rios,
que são navegáveis por canoas de voga, a toda hora e tempo.
Mandei fazer cofre para os bens dos órfãos, que ainda não havia aqui,
nele tendo recolhido mais de três mil cruzados que estavam em mãos de
proprietários etutores,além de outras quantias que vão correndo juros.Tomei
conta a alguns tutores para lhes deixar método para seguirem daqui em diante
e por não terem feito até então; emendei alguns inventários e partilhas; e de
novo fiz o do capitão-mor que foi João Rodrigues França, que importou em
mais
atreverade
m setenta mil
a fazê-lo cruzados.
s desdeCom
osjuize o an as 1715,
o de colações e pelo
em que embaraço,
o capitão u. não se
morre
Tenho tirado sete devassas de mortes atrozes que alguns se não tinham
tirado quando sucederam, não havendo culpados por malícia dos juizes e dos
réus, que os ameaçavam e aterrorizavam. Entre as devassas, duas se fizeram
em diversos temp os dentro daadeia.
c Dois escravos estavam presos por mata
rem

193
seus próprios senhores, cujos parentes os foram matar na cadeia, e não foram
pronunciados pelos juizes que admitiram outra versão a julgar pelas mesmas
devassas, dizendo que o povo amotinado os tinha morto; e também a devassa
da morte deum tal José Dias,que estand
o dormindo no seu sít
io, no rancho de
uma sobrinha sua, por indústria desta foi morto por um Carijó, seu barregão, e
enterrado ali no ano de 1716, cujos ossos agora mandei desenterrar e trazer
para esta matriz. Tenho preso para levar comigo a praça de Santos o referido
barregão e dois mais que o associaram.
Em outras devassas, que achei mal inquiridas e perguntei como melhor
se averiguou, os réus de ordinário são pobres, sem ter com que pagar custas
oficiais.
Deixo-lhes aqui largos provimentos da correição que fiz, de que remeto
a Vossa Majestade a cópia, e por eles se verá melhor o estado da terra e vila,
onde também deixoajustado fazer-se uma cadeiade pedra e al
c de que também
remeto a planta. Contratei por seis
mil cruz
ados todos osalicercespara as três
casas, Ievantando-se a do meio - as duas do lado se levantarão depois. Por
último tenho demarcado as terras do rocio da vila, que lhe pertenciam e que
andavam vagas há mais de setenta anos.

real eAtendo-se àscautelas


considerando que qu e deve
"são tãoriam sertomadas,sugos
desencontradas erin
do até provisã
gênios o
e pareceres dos
homens, principalmente dos acha
b réis", augura o Ouvidor Geral a grandeza de
Sua Majestade, "que em tudo mandará o que for servido.
Paranaguá, 30 de agosto de 1721. O Ouvidor Geral de São Paulo,
(assinado) RAFAEL PIRES PARDINHO. 129

Alvará do Princípe-Regente Dom João (futuro Rei Dom João VI),


pelo qual transferiu a comarca de Paranaguá para Curitiba, passando
denominar-se comarca de Paranaguá e Curitiba -19.2.1812
Eu, o Príncipe-Regente,faço saber aos qu
e estealvará virem que tendo-
me sido presentes em onsulta
c da mesa do desemba rgador do paçoos urgentes
motivos com que o Governador e capitão general da capitania de São Paulo
tinha representado ser conveniente ao meu real serviço e a mais fácil
administração da jus
tiça o haver dois lugare
s de letras na ocmarca deParanaguá
emais
ser mais própria
central para a residência
e bastantemente dos ouvidores
populosa; a vila
sobre cuja de Curitiba,
matéria por ser
tinha mandado
proceder as informações necessárias pelo ouvidor da mesma comarca e a
audiência das Câmaras, em observância da minha real resolução de 3 de
(129) - Boletim do Arquivo Público do Paraná, Curitiba, PR, n."22, 1988, p. 6.

194
novembro de1802, tomada em consulta do Conselho Ultramarino: tendo atenção
ao referido e respostas, que sobre isso deu o desembargador procurador da
minhaQue
coroaae comarca
fazenda: sou
de servido determin
Paranaguá searfique
o seguinte:
denominado da data deste meu
alvará em diante comarca de Paranaguá e Curitiba, e a vila de Curitiba ficará
sendo a cabeça dacomarca enela será aresidên cia dos ouvidores gerais,tanto
atual, como daqueles que para o diante forem por mim nomeados.
Ei outrossim por bem criar na vila de Paranaguá um lugar de juiz-de-
fora do cível,crime e órgãos, que exercitará jurisdição
a que pela orden ação e
leis do reino por esse lugar lhe competem; e os cargos, que segundo as minhas
reais ordens estão anexos aos lugares de juízes-de-fora das outras vilas do
Estado do Brasil. §
E sou servido, que os referidos lugares de ouvidor de Paranaguá e
Curitiba, e de juiz-de-fora de Paranaguá, vençam iguais ordenados e
emolumentos àqueles que ven cem respectivamenteouv o idor ejuiz-de-fora da
cidade de SãoPaulo,vencendo cada um delesa aposentadoria qu e lhe compete,
o ouvidor pela câmara da vila de Curitiba,e o juiz-de-fora pela câmara da vila
de Paranag uá.
à mesaE este se cumprirádo
do desembargo tãopaço
inteiramente como nele
e da consciência sé contém.
e ordens: Pelo que
presidente domando
meu
real erário; conselho da minha real fazenda; regedor da casa de suplicação;
governador e capitão-general da capitania de São Paulo, de a todos os mais
governadores, magistrados, justiças e pessoas, a quem o conhecimento deste
alvará haja de pertencer, o cumpram e guardem e façam inteiramente cumprir
e guardar, como nele se contém. E valerá como carta passada pela chancelaria,
posto que por ela não há de passar e que o seu efeito haja de durar de um ano,
sem embargo da ordenação em contrário.
Dado no Rio de Janeiro, aos dezen
ove
de fevere
iro demil oitocentos
e doze.
Príncipecom Guarda.

19381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Faria
de Freitas
CRO 1496
Exemplar de Assinante

195
XI PARANA GUÁ
FORTALEZA DE
COLÔNIA DO SACRAMENTO
Nos séculos XVI e XVII, ainda não estavam definidos os limites dos
domínios portugueses no extremo sul do Brasil. Entretanto, a prioridade no
descobrimento do rio da Prata coube a navios portugueses, em 1513.
O Papa Inocêncio XI (1676-1689), pela Romani
bula Ponüficis,de 22
de novembro de 1676, que elevou a antiga Prelazia do Rio de Janeiro a Dioc
ese,
estendeu sua jurisdição:
...até o rio da Prata, pela costa marítima e terra adentro...
Dom Pedro II, o Pacífico, Príncipe-Regente (1667-1683), 23.° Rei de
Portugal (1683-1706) nas instru
ções de 1678, determinado a Dom Manuel
Lobo,novo Governador do Rio de Janeiro, que depois de emp
ossado, passasse
ao rio da Prata e fundasse umà'"nova colônia", devidamente fortificada.
costa,Obtidos
hoje uruguauxílios emjaneiro
aia, a 20 de São de
Vicente, partiu
1690 e deu iníciopara o. sul.
à fundação daDesembarcou
Colônia na
do Sacramento, em pleno estuário platino,em frente a então espanho la Buenos
Aires, com forças militares regulares, significando uma tentativa para garantir
a posse da margem esquerda do rio da Prata.
Desde sua fundação, a Colônia do Sacramento foi vítima dos dissídios
ibéricos, que repercutiam na América. Os espanhóis de Buenos Aires não
tardaram a protestar contra a gloriosa iniciativa portuguesa e, em resposta,
Manuel Lobo declarou que aquelas terras eram do domínio doPríncipe-Regente
e sem sua ordem não abandonariam a região.
A negativa impulsionou os espanhóis à preparação das hostilidades,
realizand
o, com superiorida de de forças,o ataque, ujo
c cerco durou vinte e tr ês
dias.Embora heroicamente defe ndida, apraça foi tom
ada ao 7de agosto,com
numerosos mortos e fétidos, sendo presos alguns sobreviventes, inclusive o
Governador.
O Príncipe-Regente Do m Pedro, indignado com a notí cia da tomada da
Colônia, ameaçou
maio de 1681, as duanova guerra,
s partes cheg casoa não
aram u fosse restituída
m acordo prov a povoação.
isório,assinando o A 7 de
Tratado de Lis
boa. A Colôniado Sacramento volto u aos portugu
eses.
A segundo ataque espanhol à Colônia, ocorreu em 04-1705,
17 por ter o
Rei Dom Pedro apoiade
II a Inglaterra, secular aliada, que oferecia maiores
garantias a Portugal, ferindo tratados firmados com a Espanha.

196
Diante daguerra da sucessão,os castelhan os de Buenos Aires atacaram
a Colônia com uma força superior, composta de 6.000 soldados. A resistência
durou cinco longos meses. Ogovernador Sebastiãoda Veiga Cabral, de acordo
com asordens recebidas,com a respectiva guarnição, retirou-se para oioRde
Janeiro.
Reconhecido Felipe V no Trono sEpanhol, terminou a Guerra daSucessão
Franco-Espanhola contra a Alemanha, Inglaterra e Holanda.
Com o apoio da Inglaterra, Portugal e Espanha negociaram a paz,
surgindo, de novo, a questão do direito
de Portu gal à Colônia doSacramento.
Firmado o Tratado de Utrecht, em 1715, entre osdois países ibéricos,os direitos
portugueses foram reconhecidos sobre aquela povoação.
A Colônia do Sacramento, em 1716, foi restituída aosnd fuadores na
pessoa de Manu el Gomes Barbosa.Em 1721, o Governador do Rio de Janeiro
recomendou ao Sargen to-mor daPraça deSantos,Manuel Gonçalves de Aguiar,
que se estabelecessem postos intermediários de Paranaguá para o Sul.
Os portugueses, em 1723, tentaram fundar outra povoação em
Montevidéu, região mu ito conhecida,mas até então,desabitada,porém, devido
à escassez de recursos, tiveram que abandonar.
Conhecendo os fatos, aproveitaram a oportunidade e estabeleceram-
se os espanhóis em Montevidéu, em 1724, como reação anti-portuguesa
provocadapelafundação daColôniado Sacramento, fundando definitivamente
a cidade em1726, à frente Bruno Maurício de Zabala.
A terceira tentativa de conquista da Colônia, em cinqüenta e cinco
anos de existência, ocorreu em outubro de 1735, quando um conflito entre as
Cortes deLisboae Madri,tendo como acusa um m esquinho incidente verificado
na embaixada portu guesa na capitalespanhola, chegaram os doispaíses ibéri cos
ao rompimento de relações.
O Governador, Antônio Pedro de Vascelos, pela patriótica ação
desempenhada....
...resistiu com um esforço e heroísmo que lembra algumas das mais
belas páginas da história portuguesa na" índia. 13

Durante quase dois anos, os defensores resistiram bravamente às


investidas castelhanas. Com o armistício assinado em Paris, os inimigos
desistiram.
O Governador do Rio de Janeiro ede todo o Sul do Bra sil, Gomes Freire
de Andrada, para socorrer aquela Praça, enviou uma expedição, comandada
pelo Brigadeiro José da Silva Pais, destinada, sendo possível, a recuperar
Montevidéu, fundada e abandonada pelos lusos e que, por falta de recursos
militares para tentar um aíâflue,*não pôde cumprir a determinação. Cumpriu,
(130)- ABREU, J. Capislrani). Sobre a Colônia do Sacramento. Rio de Janeiro, 1900, p. 28.

197
entretanto,a outra missão:nas
- proximidades da Lagoa do Pato,
à sua margem
direita, cerca de duas léguas da barra, fundou, a 19 de fevereiro de 1737, a
povoação do Rio Grande de São Pedro, fortificando com o presídio Jesus-
Maria-José,
tentativa deori
gem doaatual
manter Estado
Colônia do do
Rio Grande do Sul,que surgiu graças à
Sacramento.
O Rio Grande do Sul transformou-se, se desenvolveu, cresceu
rapidamente e enriqueceu, apesar dos numerosos conflitos que a região foi
vítima.
EXTINÇÃO DA CAPITANIA DE SÃO PAULO
A provisão regia de 9 de
maio de1748 criou as Capitanias de Goiás e de
Cuiabá, e extinguiu a Capitania de São Paulo, ficando seu território anexado à
Capitania do Rio de Janeiro e a administração das comarcas de São Paulo e
Paranaguá, as ordens do governo militar da Praça de Santos, subordinadas,
todavia, aoGoverno Geraldo Riode Janeiro.
Pelo Tratado de Madri, de 13 de janeiro de 1750, a Espanha, para
concord io jurídico doUTIPOSSIDETIS,formuladoe defendido
ar com princíp
pelo brasileiro Alexandre de Gusmão, que atribuía a posse das regiões
desbravadas
desocupasse aaoColônia
ocupante efetivo, alegou,
do Sacramento do riocomo condição,
da Prata, que
em troca doPortugal
território
dos Sete Povos das Missões, área contínua à povoação do Rio Grande do Sul.

RESTAURAÇÃO DA CAPITANIA DE SÃO PAULO


Com o falecim ento de Dom JoãoV, o Fidelíssimo, 24.° Rei de Portu
gal
(1706-1750), subiu ao Tron
o seu filho com o título dem
DoJoséI, o Reformador,
25.° Rei de oPrtugal (1750-1777).«
No governo de Dom José ascend eu ao posto de Secretário de Estado,o
considerado "déspota esclarecido",Sebastião José de Carvalho e Melo, depois
Conde de Oeiras e Marqu ês de Pom bal (1699-1782), que havia sido ahbilidoso
diplomata português, na Inglaterra.
O poderoso Ministro de Dom JoséI, colhendo os fru tos da experiência
diplomática, planejara um audacioso programa administrativo e entre os
projetos, figurava a restauração da capitania de São Paulo, que então fazia
fronteira
Emcom espanhóis.
1761, as cortesde Portugal e Espanha convencionaram anular o
Tratado de Madri,de 1750,j^elo Acordo do Pardo. Em virtude da Guerra dos
Sete Anos, entre a Ingkrtefra e França, reuniram-se em Pacto de Família os
monarcas da Espanha, Nápoles eParma, todos Bourbons, os quais,convidaram

19 8
a Casa Reinante de Portu gal. Preferiu o ReiDom José I permanecer fiel à
aliança com a Inglaterra, razão da Espanha, em1762, ter invadido o território
português, e, pela quarta vez, atacar a Colônia do Sacramento, na América do
Sul, por Dom Pedro Cevallos, Governador deBuenos Aires,em outubro desse
mesmo ano.
Em 19 de maio de1763, o governo português nomeou para ocargode
vice-Rei doBrasil, Dom Antônio Alvares da Cunh a, Conde da Cunh a, primeiro
Vice-Reiresidente no Riode Janeiro1763-1767),
( quando o Marquês de Pombal
mudou a sede do Estado do Brasil, da cidade de Salvador, na Capitania da
Bahia de Todos os Santos, para a de São Sebastião do Rio de Janeiro, na
Capitaniado mesm o nome.
No quadro geral das preoc upações, figurava a orde
de m militar,devido
as guerras vigentes entre Portug
al e Espanha, na Europa,omc repercussões na
América,principalmente em torno da Colôniado Sacramen to.
Para a restauração da Capitania de São Paulo, em 1765, o" poderoso
ministro deDom José I, escolheu Do m Luís Antô nio deSousa BotelhoMourão,
Morgado de Mate us (1721-1798). O tempo de paralizaç ão da Capitania de São
Paulo, foi de 1748 a 1765.

FORTALEZA DE PARANAGUÁ
O Morgado de Mateus, desde logo se preocupou com Paranaguá, cujo
litoralse encontrava semnh ne
uma condição dedefesa edeterminou aoSargento-
mor da Praça deSantos, Franc isco José Monteiro,que assumisse o Governo
Militar da Praça da Vila e, como primeira medida, ordenou a construção de
uma fortaleza, na barra grande da baía de Paranaguá, sob a invocação de
Santo Antônio,em 1764.
A Câmara de Paranaguá, a l i de junho de 1765, comunicou ao
Governador de São Paulo ter gasto avultada soma com a hospedagem do
Sargen to-mor, dec larando que não podia continuar:
...a fazer este assistimentor po
não ter dinh
eiro para a limp
eza do rocio... 131

O Governador Dom Luís Antônio, pela portaria de 5 de dezembro do


mesmo ano,ordenou, também, fun a dação de um povo ado nabaíade Guaratuba,
convidando o povo de Paranaguá, até o número de duzentos casais, para o
povoamento, e que o Sargento-mor dar-lhes-ia terras e ferramentas.
De novo,o Governador continu ou insistindo naconstrução dafortaleza,
mas que osgastos seriam custeados pelos paranagüenses. A âmara
c em vereança
tratou de responder, declarando que o povo da Vila não tinha condições para
assumir tão dispen diosaobca.
(131)- VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit. 1850, E. Prefeitura Municipal de Paranaguá, 1922, p.140

199
O Governador, a 14 de janeiro de 1766, manifestou estran heza à atitude
do povo e da Câmara, recusando-se a contribuir para uma obra de fortificação
da própria vila e concitou os paranagüenses a prestar seu auxílio a este
melhoramento militar, já que Paranaguá, sendo consideradaum dosimportantes
portos do Brasil-Colônia, não devia ficar com a enorme baía indefesa.
A câmara, a 28 de janeiro, convocou nova verea nça para ouvir a opinião
do povo e, ao ato, compareceu o Sargento-mor Francisco José Monteiro.
Deliberou-se que, em razão do miserável estado da terra, aos moradores não
convinha contribu ir com coisa alguma, para a proje tada obra, já que...
...por limitada que fosse, julgav
am violenta...
132

Justificavam que a Vila era mais populosa e farta em víveres mas, entre
os seus moradores, somente se achavam sessenta ou setenta pessoas com
algum tratamento:...
...o mais tudo gente de pé descalço...133

A produção aurífera de toda ouvidoria, abrangendo asminas deIguape,


Paranaguá, Morretes, Antonina, Curitiba, São Francisco, não excedia de cem
libras;os víveres,peixes efarinha de mandioca,eram abundantes; entretanto, o
regim
de ento das minas,
Magalhães, introduz
dispondo ido pelo
para osOuv idor e Corregedor
mineradores Dr. Jerônimo
pagarem ibeir
em dobro R oas custas
judiciais às comarcas de Beira-Mar, a partir de 1760, enfraqueceu, ainda mais,
a situação dos moradores. Dom Luís Antônio, entretanto, continuou a insistir
sobre a necessidade de fortificar Paranaguá. A câmara, em outra vereança,
com a presença de setenta e seis pessoas, mais uma vez deliberou que, tendo
em vista a pobreza da terra, nada poderia contribuir para a construção da
Fortaleza.
Os sucessos que as armas espanholas alcançavam no Sul, eram fortes
argumentos que convenciam e aconselhavam a construção da fortaleza. A
resistência de Paranaguá contudo* se justificava, dado o legítimo receio, de
locupletamento dos recursos à riqueza do Sargento-mor, pessoa de ambição
desmedida. A Câmara já conhecia este lado do comandante da Praça que não
satisfeitocom o que hav ia extorq
uido do Conselho, levad o pela insaciávelobiça,
c
casara com uma rica viúva, maior de setenta anos, acirrando, ainda mais, os
sentimentos dos paranagüenses contra o Sargento-mor.
Desconfiado
adquirida que odasacrifício
do encarregado do povoa fosse
obra, justificava aumentar
evidente a fortuna
demonstração de mal

vontade dos paranagüenses que, mais tarde, felizmente, o Morgado de Mateus
soube compreender.
Na vereança realizada a 1.° de março, o povo ainda recusou contribuir
paraa obra da Fortaleza,
alagando que, qualquer contribuição imposta seria
. *m*^ -
(132)- lbidem. p. 142
(133) - lbidem. p. 142
considerada como grande vexame.
Mesmo assim, o Morgado de Mateus comunicou ao poderoso ministro
do reiDom JoséI, dizendo que a câmara de Paranaguá, a 22 demarço, prom eteu
uma contribuição anual de250$000 (duzentos ecinqüenta mil reis), para custear
as obras da fortaleza.
Pela portaria de 22 de julho, o Marquês de Pombal mandou louvar, em
nome do Rei, aos bons vassalos parana güenses, o amor e fidelidade com que têm
concorrido para a construção da Fortaleza e para com ela...
...conheceram oscastelhanos, nossos inimigos dessas fronteiras,a difere
nça
que lhe fazem osportugueses,no amor e fidelidade ao seueiRe ao bem comum
de sua pátria... 13 4

Dom Luís de Souza Bot elhoMourão, Morgado de Mateus, Governado r


da Capitania de São Paulo, restaurada, entendendo a tenaz resistência dos
paranagüenses, movida pela animosidade contra o Sargento-mor, resolveu
mandar para Paranaguá, como seu Loco-Tenente, o primo e Ajudante-de-
Ordens Tenente-coronel Afonso Botelho de Sampaio e Sousa (1726-1793),
recebend o a incumbência deubstituir
s ao
Sargen to-mor,Comandante daPraça
de Paranaguá, Francisco José Monteiro, o qual marchou em socorro ao Rio
Grande doSul, então invadido por Dom Pedr o Antônio deCevallos, Governador
de Buenos Aires, já de posse da Colônia de Sacramento.
Em 1.° de dezembr o, o Govern ador comu nicou à câmara de Paranaguá ,
a vinda domilitar,que contava quaren ta anos deidade, recomen dado que dessem
todo o auxílio, bem como a quantia prometida.
Afonso Botelho de Samp aio e Sousa, a19 de janeirode 1767, em lugar
estratég
ico, deu inícioà construção da Fortaleza,no Morro da Balei a, Ilha do
Mel, com ampla visão da eno rme baía e da principal via deesso ac da épocaao
fundeadouro da venerável fraternade? Vila
Paranaguá, ao redor da Ilha da
Cotinga e Rio Taguaré (Itiberê). Ao mesmo tempo em qu e tratava daonstrução,
c
organizava guarn ição paraa defesa.Conseg uiu, também queo povo concorresse
com os custos da obra, tendo feito acâmara nomear, em 21 de agosto de68, 17
ao Alferes Custódio Martins de Araújo,Almoxarife dasObras.
Em 9 de setembro', Afonso Botelho aprovou a nomeação, tomou conta
dos livros e Escriturações e o Colégio dos Jesuítas passou a servir de Quartel
dos Auxiliares.
A câmara
a promessa e, atéenfrentava sériasconseguira
1769;,'somente dificuldades, quecento
pagar não elhe permitia
tantos cumprir
mil réis.
O Governador Dom Luís Antônio, a 13 de janeiro desse referido ano,
intimou a câmara a cumprir a totalcontribuição sob
pena deseus responsáveis
(134) - lbidem. p. 143

201
seguirem para São Paulo para explicar as razões do não pagamento.
O Tenente-Corone l Afonso Botelhorecebeu orde ns para tornar efetivo
o recebimento ou fazer remeter os representantes para São Paulo, caso não
cumprissem sua determin ação.Era uma contribuição forçada.Compunha-sea
câmara deAntônio Rodrig ues da Fonseca,João Viera C olasso,José Caetano
da Cruz, Domingos da Rocha Martins e João Pereira.
A construção da Fortaleza progrediu, graças a contribuição de cada
morador, de acordo com suas posses. Afonso Botelho, em cerca de vinte e
cincomeses de trabalho, partindo de janeirode 1767, já havia colocadoparte
da artilharia,
a qual,compunha-se de dua s peças calibre 24, duas de 18 e duas
de 12.
Concluída aapela,
c benta sob a inovação de Nossa ora Senhdos Prazeres,
a 23 de abrilde 1769, todos aqueles canhões salv
aram em ho nra do Gov ernador,
pelo grande esforço na construção da maior obra de defesa da costa sul da
Capitania de São Paulo.

19381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Faria
de Freitas
CRO 1496

202
Fortaleza construída entre os anos de 1767 e

1769,
Mur por deAfonso
alh as blo coBotelho
s de pede
dr aSampaio
co m seeteSousa.
pa lm os de
espessura, localizada na Ilha do Mel.

Farol das Conchas, construído na ponta Norte da


Ilh a do Mel, em 18 70 . Em func ion am en to de sd e 18 72 .
Placa que existe no farol das Con chas, na Ilha
do Mel. Reprodução. Boletim, volume XXIX, do IHGEP.

19381016 316FF 20 I I
Dr. Jo»e Maria Faria de Freitas
CRO 1496

204
INVASÃO DE SANTA CATARINA
O Tratad
o de Paz, fir
mado em Paris,a 10 de fevereiro de 176
3, colocou
umsobera
os final nos
às hostilidade
da Casas conseqüentes doFrança,
de Bourbon, "Pacto de aFamíli
Espanh a", ao qua
, Nápoles, l ligaram
Parma, -se
contra
a
Inglaterra e o possível apoio de Portugal a este último país.
No que competiu àscolôniasportuguesas naAmérica,ficou estipulad o que...
...se houvesse acontecido qualquer mudança, todas as coisas se tornarão a
pôr no mesmo pé em que estavam,na e conformidade dosTratado s precedentes. 135

O Tenente-General, Dom Pedro Antônio de Cevallos (1715-1778),


Governador de Buenos Aires,que havia oc nquistado aColôniado Sacramento
e invadido o Rio Grande, cumpriu parcialmente o Tratado de Paz, restituindo
apenas aColôniae nãopermitindo que seus soldad os abando nassem a barrado
Rio Grande. Negou-se a restituir o Rio Grande, que considerou domínio
espanhol,anexado em conseqüência inabaláv
de el conquista.
Portugal, aparentemente, aceitou a situação criada por Cevallos e
procurou preparar-se, inclusive construind
o a Fortalezade Paranag uá, de cinco
baluartes, em 1769, e reorganizou as forças coloniais.
O tenente-general Dom Pedro Antônio de Cevallos, deixou o cargo de
Governador de Buenos Aires eretornou à Espanha,sendo nomeado a18 de
setembro de 1775, Governador e Coma ndante Geral Militar de Madri eseu distrito.
O substituto,Tenente-General Do m Francis co de Paula Barcare li Ursúa,
tomou posse do cargo a51de agosto do mes mo ano. Emabril de 1776, o novo
comandante das forças, Tenente-General João Henrique Boehm, militar alemão
a serviço de Portugal, com a cooperação da Marinha, conseguiu restaurar o
Rio Grande.
O domínio espanhol, na região, durara treze anos. O Porto dos Casais,
futura Porto Alegre, data daí seu desenvolvimento.
A Espanha protestou energicamente ante a notícia do revés do Rio
Grande. Como deostum c e fracassaram os entendim entos e as negoc iações, em
todos os níveis. Começaram os preparativos para a guerra, na organização de
uma poderosa expedição,cujo coma ndo o Rei Dom CarlosIII confiou aoTenente-
GeneralDom Pedro Antônio de Cevallos, nomeado para assum ir o Vice-Reino
do Prata, então criado. Para o comando da Esquadra, foi nomeado Dom
Francisco Xavierilly,T Marquês de casa T illy.
Contando 20 navios de guerra, com 574 canhões, as tripulações
com przi
condu eend
doseriam
nos 975.1
48 marin
barcos dohe
cirosoio,
omb , 1.304sold
ousej ados,total
a,um 451deoficiais,
8.732
quase 16 mil praças
,.
homens 136

(135) - PARANHOS, José Maria da Silva. Èhrão do Rio Branco. Questões de Limites, Ed. Ministérios das
(136) - B ARRETO, AheilardMr Opção Portuguesa: Restauração do Rio Grande e Entrega da Colônia do
Sacramento - (1774-1777), História Naval Brasileira, Ed. Ministério da Marinha, Ser. Doe. Geral da Marinha

205
A expedição, que partiu de Cádis, em 13 de novembro, deveria tomar
Santa Catarina, Rio Grande e a Colônia do Sacramento. A travessia durou 100
(cem) dias,a 20 de fevere iro de 1777, a portentosa esquadra surgia em frente
de Santa Catarina. A inva são da Ilha ocorreu no dia, 24 e o termo de rendição,
assinado a 6 de março.
Fortíssimotempo impediu a esqu adra de atacar o Rio Grande, já que se
dispersou antes de atingir o destino. Dirigiu-se a Montevidéu, e daí, à Colônia
do Sacramento, então atacada pela quinta vez em toda a sua História, ficando
destruídas todas as suas fortificações.
Em fins de 1776, o Rei Dom José, sentindo-se enfermo, nomeou sua
mulher, a Rainha-Mãe Dona Mariana Vitória, para regente do país, o que lhe
deu condições de se envolver nos negócios políti cos do reino.
No mesmo dia daqueda de Santa Catarina 24 - de fevereiro de1777-
, faleceu em Portugal o Rei Dom José I.
Quando o Vice-Rei do Prata,Dom Pedro Cevallos,resolveu atacar por
via terrestre o Rio Grande, Buenos Aires recebeu mensagem referente ao
acordo firmado entre Madri e Lisboa, para suspensão das hostilidades, até ser
assinado o instrumento definitivo.
A rainha-mãe, Don a Mariana Vitór ia, influiu no espírito
de seu irmão, o
rei da Espanha, Dom Carlos II. IO amor fratern
al harm onizou as duas Coroas.
Inaugurou, em Portug al, o governo de Don a MariaI, a Piedosa,26.rainha do
a

país luso (1777-1815); 1 . rainha de Portugal, Brasil eAlgarves (1815-1816).


a

Ocorreu a queda do podero so Ministr


o, Marquês de Pombal,Sebastião
José de Carvalho e Melo.

PARANAGUÁ - ORGANIZAÇÃO DA DEFESA


Com a invasão de Santa Catarina, a região hoje do litoral paranaense
esteve ameaçada. Dom Pedro Antônio de Cevallos abriu uma grande
oportunidade de arrebatar
todo o Suldo Brasil até Paranagu
á, numa guerra até
certo ponto fácil para as forças espanholas.
O governo da Capitania de SãoPaulo ficoupreocupado pelo destino do
importante porto, localizado imediatamente ao norte da região ocupada,
merecendo especialcuidado e Paranaguá não poupou esforços ne
e m sacrifícios
nos preparativos de defesa.
Trincheiras
entrelaçados, foram abertas,desde
estendendo-se sendo utilizados grand
a ribanceira es troncos
do Largode domadeira
Estaleiro (hoje
Largo Dr. Acioli), aíé as imediaçõ
es da Fonte de Beber Água, nas cerc
anias do
Rocio Grande (depois Canapo Grande e praça Pires Pardinho, hoje zona
seguias,'
residencial), Coladode fora, beirandoRioo Taguaré,profundose
cofn
largos fossos, acesso apenas nas por dois portões, guarnecidos. Obra de

206
fôlego, para tentar impe
dir qualquer desembarque.
Próximo à barranca do Estaleiro, entre adesembocadura do iro Taguaré
,
frente para a Ilha da Cotinga, construíram um fortim de pedra, com muros e
nele colocaram
No Largodozedo peças de artilharia.
Estaleiro, sobre o rio Taguaré, foram cruzados fortes
amarras, para impedir o acesso de barcos inimigos.
A Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, construção concluída em
1769, no morro da Baleia, Ilha do Mel, baía de Paranaguá, recebeu reforços,
representados por outras peças de artilharia.
No Ibopetuba, BarraSul,hoje conhecidaom c o Barrada Galheta, foram
colocadas ronqueiras de alarme, com vigias permanentes para avisarem a
aproximação de algum veleiro ou presença de tropas inimigas, nas praias.
No Cubatão,hoje Rio Nhundiaquara,mandou-se colocar outra peça de
artilharia, para servir de sinal e aviso aos moradores da região.
Aos esforços despendidos para adefesa militar,
trabalharam ordenan
ças,
auxiliarese o povo paranagüense, provando que o patriotismo tem suasízes
ra
na psicologia municipal.
O Colégio dos Jesuítas serviu de armazém para depósito de víveres.
No Barreiro, também ftíi ocupado um armazém para receber as
mercado rias produ
zidas naregiãode Morretes,depois transportadas emlanchas
e descarregadas no porto do Colégio.
Paranaguá transformou-se em praça deguerra.A prolong ada ameaça
movimentou-se e colocou a população em regime de expectativa, disciplina e
trabalho. Em obediência às determinações das autoridades, quem não fosse
destacado para os ser
viços dedefesa,devia ocup ar-se nos afazeres plantaç
de ão
e criação, produzindo principalmente mandioca, necessária à fabricação de
farinha que, desde os tempos da formação do povoado, sempre se constituiu
num dos básicos alimentos de guerra.

RESTITUIÇÃO DE SANTA CATARINA


Com a grande transformação política, decorrente do desaparecimento
do ReiDom JoséI, asduas Coroasniciaram
i negociações
para um nov
o Tratado
Preliminar de limites, nos domín
ios daAmérica,firmado em Santo Ud
efonso a
l.°de outubro de 1777.
Em obediência aos termos deste convênio, devolveu a Espanha a Ilha
de Santa Orientais
Missões Catarina
, fican
dodoUruguai.
com aColônia doSacramento e os Sete Povos das
Em 31de julho de 7178, o Coronel Francisco Antônio da Veiga Cabral,
em nome da Rainha Do na Mar®I, tomou posse deSanta Cat arina,assumindo
o governo do Destejjp, hèjé Florianópolis, capital do importante Estado da
República Fede
rativa do Brasil
.

207
XI - RÁPIDAS REFERÊNCIAS
Defesa militar d e Paran aguá : 1777
pelas As dissençõ
demarcações es que ho
uve entre
divisórias dasasAméricas,
Cortes deMadri e deLisboa
espanholas , motivadas deram
e portuguesas,
motivos a rompimento de guerra. A Espanha fez logo aprontar em Cádis uma
grande Esquadra, guarn ecidas detropa, sobo comando de Dom Pedr o Cevallos
e enviada àcostado Brasilonde, chegan do, logo tomou a Ilha deSanta Catarin a,
em 24 de fevereiro, sem que houvesse alguma resistência.
Este sucessoinopinado, causou umran g de alarme em toda acapitaniade
São Paulo e o Governador mandou a toda a pressa e com a maior brevidade, se
fortificassem todasVilas
as e portos damarinha para imp edir oingresso daqu eles
invasores, se porventura intentassem continuar suas conquistas nas vilas da
marinha situadas ao norte da mesma Ilha.
Como a deParanaguá era um dos portos imediatos, tratou-se com energia
de suas fortificações. A Vila em breve ressurgiu da inação e mostrou em breve
tempo um aspectomarcial,imitan do uma praça de guerra.
Em derred or dela,desde a ribanceirado Estaleiro, até o Cam po Grande, à
beira-mar, fizeram-se entrincheiramentos de grossas árvores e madeira
entrelaçadas umas com asoutras,para impedirem qualq uer assalto.
Estastrincheiras eramchad fe as com dois portões. Pelo lado de fora delas,
abriram-se largos
No lugar da fossos.
ribanceira próximo à barranca do estaleiro e fronteiro à Ilha
da Cotinga e entrada do rio levantou-se um fortinho de pedra e cal, com vários
lanços de muro s, onde se colocaram doze peças de artilharia e um mas tro de çi ar
a bandeira nacional.
Fronteiro ao porto do estal
eirose encru zaram sobre o Rio Taquaré grossas
amarras ao ingresso dasembarcações inimigas, que quisessem en trar.
Mandaram pôr no Morro da Fortaleza outras peças e na Barra do Sul,
algumas ronqueiras para fazerem sinalde alguma embarcação develaque viesse
demandar aBarraou sepelas praias de Guaratuba, viesse entrando alguma tropa
inimiga.
Mandou-se colocar outra peça de arti lharia no Cubatã o para servir desinal
de rebate e os povos acudirem aos pontos que lhes fossem destinados.
Nestas fortificações, consta que se trabalharam mais de dois anos, com
muita gente, tanto ordpnanças, como auxiliares, que efetivamente estavam
destacados.
Foi nomeado umAlmoxarife eo mandaram para o Cubatã o dos Morretes
comprar farinha e mantimentos, para o fornecimento dagente que, naVila,estava
destacada.
Nos barreiroshavia um armazém que servia dedepósitopara receberestes
mantimentos e, daí, transportavam para Paranaguá em uma pequena lancha de
José Carneiro dos Santos e descarregando no Colégio, onde era odepósito ger al. 137

(137) VIEIRA DOS SANT^ Antônio. Memória Histórica.Cronológica. Topográfica e Descritiva da Cidade de
Paranaguá. 1850. Ed. Prefeitura Municipal de Paranaguá.

208
XII
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO
MUNI CÍP IO
CÂMARAS MUNICIPAIS
Antes da formação do Estado Português, já apareciam os chamados
"Concelhos", como órgão de governo com autoridades eletivas para
determinadas Vilas, significando especificamente câmaras municipais,
instituições de
raízesromanas, revigoradas pelos visigodos e sobrev
qu iveram à
dominação árabe, na Península Ibérica.
As reuniões dos "Oficiais" do "Concelho" ou Verea
dores, como tam
bém
eram chamados, realizavam-se, geralmente, no Adro das Igrejas. Tempos depois,
destinaram-lhes uma sala ou câmara especial para realização das sessões. Daí
o nome da Câmara de Vereadores, ou Câmara Municipal.
A antiquíssima instituição, destinava-se a zelar e defender liberdades e
direitos, bem com
Desde os omomentos
interesses iniciais
e privilégios dos habitantes.
da colonização oficial do Brasil, cujas bases
foram lançadas por Martim Afonso de Sousa, fundador daVilade SãoVicente,
em 22 dejaneirode 1532, ali se instalo u a primeira Câm ara Mun icipal daAmérica
Portuguesa.
Em defesa de seu poder local e autonomia, como unidades político-
administrativas, policiais e judiciárias, as câmaras floresceram no Brasil e
obtiveram dos reis solenes "cartas", que se chamaram "Forais".
Esses "forais" - Cartas públicas que regulamentavam a administração
e o direito constituíram
- a base estrutu
ral dos direitosivisc de Portugal, depois
embutidos nas ordenações Afonsinas.(1446-1521), Manuelinas (1521-1603) e
Filipinas (1603).
Naquela recuada Era, ainda não existia a inspiração de Montesquieu,
com sua tripartição de podères.
O Rei Dom João IV, em 16 43, confirmou as Ordena ções Filipi
nas,que
vigoraram até apromulgação do Código Ci vil Brasileiro, em 1917.
Os doisprincípios constitutivospod doer municipal, eram:
1.- Alcaidaria;
2.- Câmara Municipal, também designada "Senado da câmara".
A Alcaidaria esufcs,, rendas eram privilégios dos Donatários das
Capitanias. Eram eles^liem nomeavam os Alcaides,Capitães das Vilas .

209
A Câmara Municipal,que se impunha como instituição de maior poder
nos limites do Município, mas de vocação democrática e espírito de
independência, era, de fato, órgão mais importante da administração, com vastas
atribuições, estendendo seu poder em todo o respectivo termo, nos campos do
executivo, legislati
vo e judiciário.Não havia um che fe executivo, à maneira dos
atuais prefeitos.
A estrutura das Câmaras Municipais, durante ostrezen tos anos doBrasil-
Colônia, era totalmente diferente da que conhecemos hoje e elas cumpriam
dobrada função: de um lado, como órgão representativo da população, com
membros eleitos; do outro, órgão subalterno do Governador, como instrumento
executor desuas ordens.
As câmaras compunham-se de dois Juizes Ordinários, servindo um de
cada vez, eleitos, como os Vereadores e o Procurador.
Em princíp io, as eleiçõeseram indiret as, em dois graus: o povo elegia os
Eleitores, constitu
ídos doschamados "homens bons",istoé, grandes e pequenos
proprietá
rios,artesãos,comerciantesestese escolhiam aquelese qu podia condu zir
o "Concelho" com poder e autonomia, assegurados pela Ordenaç ão doReino,de
administrar o Município,inclusive opoder de fazer leis e aplicar norm as gerais,
aos quais todos, no âmbito municipal, deviam obediência.
No dia da eleição, o eleitor aproximava-se da mesa eleitoral, dizia ao
Escrivão, em segredo, o nome de seis pessoas. Os nomes anotados passavam às
mãos do Juiz, que escolhia os mais votados. Est es seisEleitoreseram agrupados
de doisem dois,formando trêsgrupos. Os dois eleitor es de um grup o, não podiam
ser parentes. Em outra dependência do local da eleição, cada grupo-vedado
comunicar-secom outro,ficavaorganizando as suas list as de votação,uma folha
de papel dividida em colunas. Na coluna "Juiz es" escreviam seis nomes, já que
eram doisjuizes para cada ano.Na coluna "Vereadore s" escreviam um má ximo
de nove nomes, já que eram três vereadores para cada ano. Na coluna
"Procuradores " escreviam três nomes, já que eraum procurador para cadaano.
Ao Juiz mais antigo, abia
c impo rtante papel na fase do processo eleitoral:
apurar os nomes mais votados nas três listas, que seriam seis juizes, nove
vereadores e três procuradores, os novos "oficiais" da Câmara, durante três
anos.Este trabalh o executado pelo Juiz mais antigo da câmara tinh a um nome :
"Apurar a Pauta".
Antes de selar e assinar a pauta, o juiz tomava três folhas pequenas de
papel e escrevia em cada uma três nomes. Eram três pedaços de papel e cada
pedaço com tr ês nomes.Em seguid a, tomava trêsbolas decerachamadas pelou ros
e dentro decada uma colocadauma folha comos nomes e fechava ospelouros.
O mesmo processo^repjtj ^-Jtcom referência uizesa j e procura dores.
Em um com certo número de divisões, onde estava escrito
"Vereadores", o juiz colocava o três pelouros de vereadores. Na divisão onde

210
estava escrito "Juizes" repetia-se o mesmo ritual com os pelouros dos juizes.
Na divisão on de estava escrit
o "Procuradores" o juiz colocava os trêspelouros
de procuradores. Havia ainda uma divisão para ser colocada a pauta, selada,
assinada, mas não colocada dentro de pelouro.
O único que sabiados nomes encerrad os nos pelou ros erao juiz, mas
ele prestava juramen to sobre osSantos Evangelhos deguardar absolutosegredo.
O saco dos pelouros era guardado numa arca com três fechaduras. Cada
vereador, cujo mandato de um ano começava a 1.° de janeiro e terminava no
dia 31de dezembro, recebiauma chave.
Aquele que cedesse sua chave para outro..
...seria degredado por um ano para fora da vilapage aria quatr
o mil réis
de multa... 138

Durante o mês de dezembro, procedia-seà abertura dos pelouros, sendo


o povo previa mente convocado para assi
stirà solenidade. sOtrês ex-vereadores,
com suas respectivas chaves, abram a arca, e perante tod os, um moço de
idade até sete anos, meterá a mão em cada repartimento e resolverá bem os
pelouros e tirará um de cada repartimento e os que saírem nos pelouros, serão
oficiais esse ano, e não outros... 139

A eleição realizava-se de três em três anos. O mandato, porém, era de


um ano.
últim Em
o de tr cada
ês, não ano,ma
havia repetia-se o processo
is o que escolher. raE só da
tirarabertura
ospelourodos pelouros. No
s restantes.
As sessões da Câmara eram realizadas uma ou duas vezes por semana,
geralmente as quarta-feiras e sábados. Onão comparecimento, sem ajust causa,
acarretaria ao vereador faltoso multa de cem réis por dia para as obras do
"Concelho". As sessões podiam ser convocadas extraordinariamente pelos
próprios membros ou por olicitação
s das autoridades administrativas nomeadas
pelo Governo da Metrópole, que tivessem assuntos importantes para tratar.
Exaltem-se os ânimos fortes e as responsabilidades conscientes dos
"Oficiais"da câmara (Juizes,Vereadores, Procurador) que exerciam omandato
como legítimos representantes do povo, com muita honra e dignidade e sem
nenhum subsídi o.
As Câmaras deVereadores, legítima repre sentante das forças político-
sociais atuantes,eram os mais respeitáveis órgã os da opiniã o pública.
O patrimônio da câmara constituía-se de terras, cedidas quando da
criação da Vila, chamadas "Rocio", destinadas a edificações, logradouros e à
renda daInstituição.Formavam ainda,o patrimônio municipal, asruas, praças,
jardins, caminhos, pontes, chafarizes, fontes e demais bens de serventia pública.
As receitas financeiras eram obtidas através dos réditos, ou impostos
municipais, foros sobre terras aforadas e tributos autorizados em lei geral ou
especialmente concepU dos^doTei.
(138) - Ordenações Filipinas,"EtvroI, Título LXVI
(139) - Ibidem.

211
Os instrumentos de açãodo municipalism o colonialeram as "posturas" e
os "editais". De seus atos, cabia recurso às autoridades superiores, como
Conselho Ultramarino, Ouvidores Gerais, Corregedores ou o próprio Ouvidor
da Comarca.
Em 1822,o Brasil proclamou a independência política. O Imperador Dom
Pedro I outo rgou e jurou aconstituição de 25 demarço de 1824, a qual mod ificou
a natureza das Câmaras Municipais que, em seu título VII, capítulo II, assim
estatuiu:
Art. 167- Em todas as Cidade s e Vilas ora existentes e nas maise qu
para o futuro secriarem haverá Câmaras,qua àsis compete ogoverno econômico
e municipal das mesmas Cidades e Vilas.
Art. 168 - As câmar as serão elet
ivas ecompostas denúmero devereadores
que a lei designar, e o que obtiver maio r número de votos será Presidente.
Art. 169-0 exercício de suas funções municipais, for mação das posturas
policiais, aplicação das suas rendas e todas as suas particulares e úteis
atribuições,serão decretad as por uma lei regulamentar." 14

A lei que se refere o artigo 169, foi promulgada em 1.° de outubro de


1828, conhecida como Regim ento das Câmaras Municipais. Com esta leificaram
revogados todos os decretos leis, alvarás, avisos, resoluções, que davam às
câmaras outras atribuições ou lhes imp unham obrigaçõesdiversas das decretadas
na mesma lei. 141

A reestrutu ração das Câmara s Municipais regu


e lamentação do exe rcício
das funções comunais, a partirdesta Leias legislaturas deixara m de ser detrês
anos passando para quatro.
O grande mérito desta lei de 1.° de outub ro, então nosso principal
repositório de direito municipal, consistiu em estimular o desenvolvimento
dos orçamentos locais. Seu maio r defeito,organizar a administraç
ão comun al
sem a competente autoridade executiva. Só em 11de abrilde 1835, pela prim eira
vez no Brasil, o Presidente da Provín cia de São Paulo, Rafael Tobias de Agu iar,
criaria o cargo de prefeito executivo, pela lei prov
incial n.°18. 142

Proclamada a República, decreto.°n50, de 7 de dezembro de 1889, o


Governo dissolveu a Câmara do Rio de Janeiro, criando o Conselho de
Intendência Municipal. Outro decreto autorizou os Presidentes Estaduais a
dissolveras Câmar as Municipais.
A prom
de fevereirode ulgação do Regulamento EleitoralRepublicano,ocorreu em 8
1890.

{140) - Constituição do Império do Brajfl de 1824.


(141) - Lei de 01 de Outujiv de WÊ8, Artigo 90.
(142) - AVELIAR, Prof?&rêlio de Alcêntara. História Administrativa e Econômica do Brasil. MEC, Fename,
1." ed. Rio de Janeiro, RJ, 1970, p. 210.

212
As Câmaras Municipais sempre estiveram atuantes e presentes nos
grandes momentos davida política brasileira.
• Durante o Brasil-Colônia,
• Episódio do "Fico",
• Na Aclamação do Imperador, como Defensor Perpétuo,
• Na Constituição od Império do Brasil ,
• Na Proclamação da República Brasileira.- todos marcados com
destaques nas páginas da História do Brasil, sagrada guardiã das gloriosas
tradiçõ
es da Pátria.
CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAGUÁ
A criação do Município de Paranaguá, através do Foral com força de
Carta Regia de 29 de hojul de 1648, passado em nome de Sua Majestade D om
João IV, o Restaurador, fundador da dinastia de Bragança, 8.° Duque de
Bragança, 21,° Rei de Portugal (1640-1656), que elevou o povoado de Paranaguá
à categoria deVila,com asprimeiras prerrog ativas mun
icipais,nestas para
gens
da Costa Meridional do Brasil", representada concretamente um marco
fundamental e imperecível na fronteir
a de tempo da História Polít
ica, Social e
Econômica
Em 26do Estado
de dezemdo
broParaná. me
desse smo ano realizou-seelei
a ção - a primeira
que ocorreu no território hoje do Paraná - para composição do "concelho" ou
Câmara dos Vereadores, reguladas pela legislação, constante nas Ordenações
Filipinas eno alvará de 11 denovembro de 1611, onde se declarava a form a de
fazer eleições dos Juizes, Vereadores e Procuradores, com voto indireto dos
chamados "homens bons".
Para realizar a eleições, o capitão-povoador Gabriel de Lara
Mandou tocar caixa na sua porta, aonde acudiram todos e logo mandou buscar
uma Provisão do Sindicante em que manda se faça justiça nesta povoação 143

Na primeira fase da eleição, saíram eleitores:


1. - João Manue l Bazan: 17 votos
2. - João Gonçalves Pened a: 16 votos
3. - Domingos Pereira: 15 votos
4. - Estêvão Fontes : 15 votos
5. - Pedro de Uzeda: 15 votos
6. - Crisósto
mo Alves:'' 14 votos.

(143) - VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Memória Histórica. Cronológica. Topográfica e Descritiva da Cidade de
Paranaguá. 1850. Ed. Prefeitura Municipal de Paranaguá, 1922, p. 432

213
Na segunda fase,conforme a apuração da pauta procedida pelo
pitão-
Ca
Povoador Gabriel de Lara, servindo como Juiz, termo lavrado em 27 de dezembro,
foram eleitos parJoão
a "Oficiais" do "Concel
Gonçalves ho", os seguin
Peneda tes Juizes Ordinários:
Pedro de Uzeda
Vereadores:
André Magalhães
Domingos Pereira
Manuel Coelho
Procurador:
Diogo de Braga
Escrivão:
Antônio de Lar a.
A instalação do "Concelho"pos ese dos eleitos realizaram-se em 9 de
janeiro de 1649. A criação da Vila e o funcionamento da Câmara de Vereadores
significaram as primeiras medidas regulares da evolução político-social de
Paranaguá, passos inic iaisda futura Capitania deNossa Senhora do Rosári o de
Paranaguá, embriões propulsores das aspirações bisseculares da Província do
Paraná, que com a Proclamação da Republica, passou para o importante e
querido Estado Paraná.
As reuniões eram realizadas em casas alugadas quando a Câmara
resolveu man dar construir um prédio própr io para as sessões:
Em 30 de março de 1677, ao pé do Pelourin ho, achando-se presentes os
oficiais da Câmara, com o seu Escrivão, concordaram fazer uma Casa do
Concelhoe andando em pregã o para quem a quisesse fazer, não se achou
senão o capitão An dré Dias Cortes,que se ofereceu a fazê-la e dá-la acabad
a
por todo o mês de outu bro, com adeclaração qu e lhedava de feitio dadita obra
53.000 réis e todo o ferro. A obra seria de pedra e cal até o sobrado, daí para
cima de parede francesa mui bem rebocada e assobradada, com sua porta e
alçapão,duas janelasno sobrado, e embaixo na cadeia,com seus dois pilares
no alpendre e meio sobrado, com suas escadas, para o que logo lhe deram
metade do dinheiro. 144

A julgarpela determ inação doOuvidor Rafael PiresPardinho, em 21de


junho de 1721, a Câmara não tinha casa própria, realizando as vereanças em
prédio alugada. Diz o Provimento 80do Ouvid or Pardinho:
o Contrato
Prove oque
que se
os fez
oficicom
ais daocâmara,
mestre qu
pedreiro
e orasão eAgostinho Gomes
aodiante forem, daemSilva, nas
observ
Notas do Tabelião desta Vila,para fabricar os ali
cercesdas três Casase levantar
a do meio que embaixo sirva ke Escovia e em cima para a Sala das Audiências,
para as Casas do-figneálho'. 5

(144) - Ibidem. op. cit. p. 36


(145) - lbiáem. op. cit. 1850, ed. Museu Paranaense, 2'vol. 1952, p. 173

214
A construção do Paço Municipal teve começo em 1721 e, conforme o
citadoProvimento 80, iniciou peloprédio domeio, sen do o grupo de trêsobras,
uma de cadalado, concluind o quase umséculo depois.
A Câmara pass ou a realizarsuas sessõesno pavim ento sup erior,chamada
"Casa do Concelho". O pavimento térreo, foi destinado à Cadeia e era a que
ofereciamaior segurança, sendo por isso, escolhida para recolher os criminosos
de outras comarcas.
Em 1733, as obras da parte No rte foram contratad as com o mesmo
mestre pedreiro Agostinh o Gomes.
Construção sólida, de pedra e cal, com reforçadas alicerces e paredes
de cinco palmos de espessura, situada à Rua do Colégio que, a partir de 1890,
passou a denom inar-se rua 15 de Novembro, a cavaleirodo Largo dePelourin ho,
hoje mercado de café.
Em 26 de maio de 1726, a Câmara solicitou, em representação ao rei
Dom João V, que Paranaguá, como cabeça de Comarca, fosse enobrecida e
honrada com osmagníficosprivilégios e insenções que haviam sidodisting uidos
o Senado da Câma ra daCidade do Porto,por sua fidelidade, diligênciae zelono
Real Serviço.
Justificava a solicitação, declarando que Paranaguá socorrida com
mantimentos de farinha e peixea cidade deSão Paulo, Vila de Santos, Cidade
do Rio deJaneiro,Colônia do Sacramento e muitas vezes a Bahia. 146

Pela Provisão passada pelo Conselho Ultramarino, em 1.° de setembro


de 1730, o Rei Dom João V concede u a Paranaguá, a Cartade Privilégios, Foros,
Grandezas, Liberdades e Regalias que tinha a Câmara da Cidade do Porto. 147

A Carta de Privilégios concedida à Câmar a da Cidade do Porto, em 1,°


de junho de 4190, era idêntica àanteriorm ente outorgada à Câmar a de Lisboa,
estendendo-se os privilég ios à classe política dirigen
te, que tinha odireito deser
eleitapara os cargos de Ofi ciais. Os eleitoseram denominados Oficiais porq ue
a cadaum cabiadesempenhar um oficio, ou seja,um encarg o no "Concelhoda
Câmara" (Juizes, Vereadores, Procuradores).
Eram estes privilégios: - inscrição nas listas dos nomes mais votados,
que se encerravamme bolas de ce ra (pelouros), para os cargos do "Conc elho",
somente podendo serem inscritos os homens limpos e de boa geração, nobres,
fidalgos, descendentes de conquistadores ou povoadores que haviam ocupado
empregos públicos.
A Câmara e os moradores dos municípios,de acordo coma cartade privilé gios,
não podiam ser postos á tormentos, senão nos casos em que pudessem estes ser
(146) - Ibidem. op. cit. 1850, Pref. Munic. Pg^. 1922, p. 119.
(147) - Ibidem. op. cit. p. 126. , »' '•
(148) - MAIA, João de AzevSff Carneiro. O Município. Estudo sobre Administração Local, in "O Pai do
Municipalismo". São Paulo, SP, p. 93.

215
aplicadas aos fidalgos
, com osquais ficav
am a esserespeito equiparados.
148

A histórica Carta de Privilégios o rei concedeu a vários municípios


brasileiro
Rio
s. Entre
de Janeiro,
eles: RJ -1642
Salvador, BA
Recife, PE

Entre os privilégios, constava também o de não poderem os membros


daquela nobreza deserem presos emcárceres, por qualquer crime.
A participação política da Câmara Municipal de Paranaguá, desde sua
instalação no ano de 1649, tem sido relevante.
Focaliza-se, em rápidas pinceladas, as ações políticas, partindo do começo
do século XIX, até a Proclamação da República, quando, então, criou-se o
cargo executivo de Prefeito:
1. - Quando o Príncipe RegenteDom João -futuro ReiDom João VI-
a FamíliaReal, a Corte eo Governo Português deslocara
m se para o Bras
il, em
1808, Paranaguá realizou grandes festa, com solenes cerimônias de Ação de
Graças.
2. - Em 6 de julho de 1811, a Câmara endereçou ao Príncipe Regente
uma Representação, na qual defendeu a separação da Comarca de Paranaguá,
a Capitania de São Paulo. Era a primeira manifestação, no sentido de criar a
Província do Paraná.
3. - Em 20 de março de 1816, faleceu no Riode Janeiro, aRainha Dona
Maria I. A Câmara realizou solenes exéquias à sua memória.
4. - Em 15 de julho de 1821, em frente da Casa da Câmara, formados o
Batalh
ão doRegimento deMilícias, reunido o povo, realizou-se o solenejuramento
das Basesda Constituição qu
e estava sendo elaboradas pelas CortesPortuguesas.
O Comandante militar e a oficialidade foram chamados à "Sala do Concelho",
onde prestav
am o juramento.Em seguida, voltara m aosseus postos.
Logo, oJuiz-de-Fora, Doutor Antônio deAzevedo Meloe Carvalho eos
"Oficiais do Concelho", com o seu Real Estandarte, chegaram até às sacadas
do prédio da Câmara, o Meritíssimo, em voz alta, proferiu a fórmula do
Juramento
Apósàtropa e pov
o juram o, o
ento, quepara
responderae,m:então
nágüens - "AssiSargento,
m o juramos".
Floriano Bento
Viana, deu um passofren
à te domesmo Batalhão etambém em voz alta, dirigiu

216
governe, em separado da Província.
O meritíssimo juiz respon deu:
- Que ainda não era tempo, e com vagar se havia de representar à Sua
Majestade.
Floriano Bento Vian a replicou:
- Que o remédio logose aplicavaao mal qu ando aparece eportanto, que
não havia ocasião melhor, e nem mais oportuna.
O Episódio Históric o ficou marcado na história comnoome de "Conju ra
Separatista de Floriano Bento Viana".
5. - Em 7 de setembro de 1822, no Brasil tornou-se politicamente
independente. Em 12 de outubro, a Câmara realizou uma Sessão Solene de
Aclamação de Dom Pedro I, Imperador Constitucionaldo Brasil, quando
recebeu Juramento de Fidelidade.
6. - Em 2 de fevereiro de 1824, a Câmara dirigiu ao Imperador Dom
Pedro I, uma representação solicitandosancion ar e mandar executaro Projeto
de Constituição, elaborando pelo conselho de Estado, como constituição do
Império do Brasil.
7. - Em 24 de abril, do mesmo ano Câmara realizou na Igreja Matriz,
com a presença das autoridades civis, eclesiásticas, militares, nobreza e povo,
um Ato Solene, de Juram ento da Constituição.
8. - A Câmara, no dia 14 de março de 1842, realizou uma vereança,
quando comunicou que a Assembléia Legislativa Provincial decretou e o
Presidente daProvíncia deSão Paulo, José da CostaCarvalho, Barão de Monte
Alegre, sancionou a lei n.° 5, de 5 de fevereiro de1842, elevando à categoria
de cidade, com a mesma denominação, as Vilas de Taubaté, Itu, Sorocaba,
Curitiba, Paranaguá e a de São Carlos com o título de Cidade de Campinas.
A inclusãodas duas cidades paranaen ses,Paranaguá e Curitiba,deve-se
de, ainda na época, pertencerem à Província de São Paulo.
9. - Em 13 de abril de 8150, a Câmara dirigiu importante Representa
ção
ao Congresso Brasileiro, defendendo, mais uma vez, a aprovação da Lei,
elevando a 5. comarca à categoria de Província.
a

10. - Pela Lei n.° 704, de 29 deagosto de 1853, Dom Pedro II (1825-
1891), criou a Província do Paraná. Em 19 de dezembro desse ano, tomou
posse o primeiro Presidente, Conselheiro Zacarias de Góis e Vasconcelos.
11.- Em 5 de outubro, a Câmara havia deliberado festejar a chegada do
primeiro Presidente da Província do Paraná.
12. - Em 30 de dezem bro, a Câmara endereçou um ofícioao Presidente
da Província, congratulando-se tom posse ocorrida a 19 de dezembro.
Também, ern rápidasT)inceladas, focalizam-se os principais atos
políticosdesempenhais pela Câmara, durante o período provincial:

217
1. - Em 3 de abril de 1854, a Câmara enviou ao Presidente da Prov
íncia,
um circunstanciado Relatório sobre o município de Paranaguá.
2. - Em 25 de dezem bro de 1858, a Câmara procedeu ao lançamen to da
pedra fundamental
empreiteiro UrsolinodoJosprimeiro
é da prédio
Silva, inaugu radodaem
Praça
1.° dedo Mercado,
outub contrato com o
ro de 1859.
3. - Em 14 de março de 1865, a câmara promoveu solenidades cívicas
para a inscrição de "Voluntários da Pátria", criado pelo decreto imperial n.°
3.371, de 7 de janeiro do mesmo ano.
4. - Em 2 dedezembro de 1873, data natalícia do Imperador Dom Pedro
II, no lugar denominado Enseada do Gato, com a presença do Presidente da
Província do Paraná, doutor Frederico José de Abranches, do Deputado a
Assembléia Geral,Doutor Manue l Eufrásio Correia,do Presiden te da Câmara,
Manuel Antônio Guim arães,Veread ores, oPároco Albino Jos é da Cruz e grand e
número deilustresconvidados, realizou-se a solene inauguração dos trabalhos
da construção da Estrada de Ferro do Paraná, trecho Paranaguá-Morretes, e
início dasObras de Melhoram entos doPorto do Gato.
5. - Em 10 de janeiro de1874, a Câmara aprovou a proposição do
Vereador Joaquim Mariano Ferreira, denominando de Porto Dom Pedro II, o
antigo porto do Gato.
6. - Em 14 de outubro de 1878, a Câmara aprovou a proposição do
Vereador Antônio Luís de Bittencourt,como home nagem de gratidão:
a - Felicitar ao Ministro João Lins Vieira de Cansanção Sinimbu (1810-
1906), que havia subscrito o decreto concedendo garantia de juros ao capital
empregado na construção da estrada de ferro.
b - Pedir permissão e mandar pintar a óleo o retrato do Ministro, em
tamanho natural, para ser colocado na Sala das Sessões.
c - Mudar o nome de rua da Gamboa para Rua Conselheiro Sinimbu.
7.- A câmara, em 12de julhode 1879, aprovou a proposição do Ver eador
Antônio Luís deBittencourt, como hom enagem do município aos empresários
da Estrada deFerro, JoséGonçalves Pêceg o Júnior eJosé Mariada SilvaLemos,
passando a denominar de Rua Pêcego Júnior a Rua Ouvi dor e Rua Silva Lemos
a Rua das Flores.
8.- O cidadão Bernardo Pinto de Oliveira, estimado e dedicado a
Paranaguá, grande auxiliar de Pêcego Júnior e Silva Lemos para dotar a
Província do Paraná de uma via férrea, foi encarregado pela Câmara para
providenciar,juntoh corte, o retrato do Visconde de Sinim bu.
Em reuniã o extraordinária realiza
da a 24 de novembro de 1879, a câmara
comunicou que Bernardo Pinto de Oliveira julgava conveniente alugar uma
casa, não só paraÜ I sessões,como tam bém para a recepção doretrato a óle o,
tamanho natural do Visconde de Sinimbu, trabalho executado pelo notável
21 8
governe, em separado da Província.
O meritíssimo juiz respon deu:
- Que ainda não era tempo, e com vagar se havia de representar à Sua
Majestade.
Floriano Bento Viana replicou:
- Que o remé dio logose aplicavaao mal qu ando aparece eportanto, que
não havia ocasião melhor, e nem mais oportuna.
O Episódio Histórico ficou marcado na históriacom onome de "Conjura
Separatista de Floriano Bento Viana".
5. - Em 7 de setembro de 1822, no Brasil tornou-se politicamente
independente. Em 12 de outubro, a Câmara realiz ou uma Sessão Solene de
Aclamação de Dom Pedro I, Imperador Constitucionaldo Brasil, quando
recebeu Juramento de Fidelidade.
6. - Em 2 de fevereiro de 1824, a Câmara dirigiu ao Imperador Dom
Pedro I, uma representação solicitandosancionar emandar executaro Projeto
de Constituição, elaborando pelo conselho de Estado, como constituição do
Império do Brasil .
7. - Em 24 de abril, do mesmo ano Câmara realizou na Igreja Matriz,
com a presença das autoridades civis, eclesiásticas, militares, nobreza e povo,
um Ato Solene, de Juramento da Constituição.
8. - A Câmara, no dia 14 de março de 1842, realizou uma vereança,
quando comunicou que a Assembléia Legislativa Provincial decretou e o
Presidente da Provínciade SãoPaulo, Joséda CostaCarvalh o, Barão de Monte
Alegre, sancionou a lei n.° 5, de 5 de fevereiro de1842, elevando à categoria
de cidade, com a mesma denominação, as Vilas de Taubaté, Itu, Sorocaba,
Curitiba, Paranaguá e a de São Carlos com o título de Cidade de Campinas.
A inclusãodas duas cidades paran aenses, Paranaguá e Curitiba,deve-se
de, ainda na época, pertencerem à Província de São Paulo.
9. - Em 13 de abril de1850, a Câmara dirigiu im portante Representa
ção
ao Congresso Brasileiro, defendendo, mais uma vez, a aprovação da Lei,
elevando a 5.comarca à categoria deProvíncia.
a

10. - Pela Lei n.° 704, de 29 de agosto de 1853, Dom Pedro II (1825-
1891), criou a Província do Paraná. Em 19 de dezembro desse ano, tomou
posse o primeiro Presidente, Conselheiro Zacarias de Góis e Vasconcelos.
11.- Em 5 de outubro, a Câmara havia deliberado festejar achegada do
primeiro Presidente da Província do Paraná.
12. - Em 30 de dezem bro, a Câmara endereçou um ofícioao Presidente
da Província,congratulan do-se tom posse ocorrida 19 a de dezembro.
Também, era rápádas^inceladas, focalizam-se os principais atos
políticosdesempenhados pelaCâmara, durante o período provinci al:

217
1. - Em 3 de abril de 18
54, a Câmara enviou ao Presidente da Província,
um circunstanciado Relatório sobre o município de Paranaguá.
2. - Em 25 de dezembro de 1858, a Câmara procedeu ao lançamento da
pedra fundamental do primeiro prédio da Praça do Mercado, contrato com o
empreiteiro Ursolino José da Silva,inaugurado em 1.° de outubro de1859.
3. - Em 14 de março de 1865, a câmara promoveu solenidades cívicas
para a inscrição de "Voluntários da Pátria", criado pelo decreto imperial n.°
3.371, de 7 de janeiro do mesmo ano.
4. - Em 2 de dezem bro de 1873, data natalícia do
Imperador Dom Pedro
II, no lugar denominado Enseada do Gato, com a presença do Presidente da
Província do Paraná, doutor Frederico José de Abranches, do Deputado a
Assembléia Geral,Doutor Manue l Eufrásio Correia,
do Presiden
te da Câmara,
Manuel Antôn io Guimarães, Vereador es, o Pároco Albino sé
Jo da Cruz egrande
número de ilustresconvidad os, realizou-sea solene inau
guração dos trabalhos
da construção da Estrada de Ferro do Paraná, trecho Paranaguá-Morretes, e
início das Obras de Melhora mentos do Porto do Gato.
5. - Em 10 de janeiro de1874, a Câmara aprovou a proposição do
Vereador Joaquim Mariano Ferreira, denominando de Porto Dom Pedro II, o
antigo6.
por-toEm
do Gato.
14 de outubro de 1878, a Câmara aprovou a proposição do
Vereador An tônio Luísde Bittencourt,como hom enagem de gratidão:
a - Felicitar ao Ministro João Lins Vieira de Cansanção Sinimbu (1810-
1906), que havia subscrito o decreto concedendo garantia de juros ao capital
empregado na construção da estrada de ferro.
b - Pedir permissão e mandar pintar a óleo o retrato do Ministro, em
tamanho natural, para ser colocadona Saladas Sessões.
c - Mudar o nome de rua da Gamboa para Rua Conselheiro Sinimbu.
7.- A câmara, em12 dejulhode 1879, aprovou a proposição do Ver eador
Antônio Luísde Bittencourt,comq hom enagem do municípioaos empresários
da Estrada de Ferro,José Gon çalves Pêcego JúniorJosé
e Maria daSilva Lemos,
passando a denominar de RuaPêcego Júnior Ruaa Ouvi dor e Rua Silva Lemos
a Rua das Flores.
8.- O cidadão Bernardo Pinto de Oliveira, estimado e dedicado a
Paranaguá, grande auxiliar de Pêcego Júnior e Silva Lemos para dotar a
Província
providenciar,do Paraná
junto deo uma
àcorte, retratoviadoViscon
férrea,defoi
de encarregado
Sinimbu
. pela Câmara para
Em reunião extraordin ária realiza
da a 24 de novembro de1879, a câmara
comunicou que Bernardo Pinto de Oliveira julgava conveniente alugar uma
casa, não só parajjê sessões, como também para a recepção do retrato a óleo,
tamanho natural do Visconde de Sinimbu, trabalho executado pelo notável
218
pintor brasileir
o, de Santa Catarin
a, Vítor Meireles de Lima (1832-1903).
9.- Em sessão de 27de dezembro de 1879, foi deliber ada a mudança da
Câmara Municipal,do antigo prédio pró prio, que tinha anexo a Cadeia,para o
sobrado de Camilo Antônio Laines, contratado por quatro anos ao aluguel de
55$000 (cinqüenta e cinco mil réis), mensais, situando à Rua da Praia que, a
partir de26 de julho de1894, passou a referida rua a denom inar-se Rua gener
al
Carneiro.
10.- Em Sessão realiza
da a 26 de fevereiro de 1880, a Câmara comunicou
que Bernardo Pinto de Oliveira, havia providenciado o despacho do quadro
pelo navio "Rio Grande", saído do Rio de Janeiro para Paranaguá.
11. Em Sessão Especial Extraordinária, realizada às 20h, de 16 de maio
de 1880, presidida pelo Senhor Manuel Ricardo Carneiro, presentes pessoas
ilustres da sociedade, a Câmara inaugurou, solenemente, na Sala das Sessões,
do prédio alugado, o imponente retrato a óleo do benemérito Estadista João
Lins Vieirade Cansanção Sinimbu.
Dois dias depois - 18 de maio - Paranaguá vestiu-se de gala e
proporcionou grandes festejos, na recepção oferecida a Sua Majestade Dom
Pedro II, à Imperatriz Dona Teresa Cristina e à ilustre comitiva.
Doisconstitu
Progressista, pequenos
ída emnavios
Parana - o com
guá, Marumbi e onum
capitalde Iguaçu
erosos -acda Companhia
ionistas,
para atender a navegação do Litoral Paranaense, partiram do Cais da Rua da
Praia, com as comissões deepção.
rec
Outras embarcações menores, particulares, e escolares da escola de
Aprendizes Marinheiros, da Alfândega, da Capitania do Porto, da Polícia
marítima, embandeirados, deviam agu ardar na Pontada Cruz,na Ilha da Cotinga,
à passagem do navio "Rio Grande", que condu zia Suas Majestades Imperiais e
a ilustre comitiva,
acompanhando atéo Porto doGato.
Os Augustos Monarcase ilustre comitiva, na Ensead a do Gato, fizera m
o transbordo para o navio Iguaçu, àse18h desemb arcaram no Cais defronte e
antiga Ladeira da Conceição (depois ruas Sete de Setembro, Dona Isabel,
Floriano Peixoto efinalmente, a partir de 1912, rua Prisciliano C
orrêa),com
entusiásticos vivas do povo, repicar de sinos, estrugir de foguetes, banda de
música.
Na qualidade de Presidente de Câmara, fez o discurso de saudação
Manuel Ricardo
Doutor Leo Carneiro.
cádio José CorreiaEm
(1 nome do povo, pronunciou vibrante discurso o
848-1886).
O Imperador, Dom Peíiro II e a Imperatriz Dona Teresa Cristina
hospedaram-se no palacet£ J^íáear, onde foi servido grande banquete.
12.- As presáÊjas augustas dos soberanos dariam amplitude, brilho,
vibração e esplendor ao importante ato de inauguração do início dos trabalhos
21 9
da construção da Estrad a de Ferrodo Paran
á, agora ligan
do o litoral aCuritiba.
13. - A Câmara Municipal ofereceu aos ilustres soberanos, na noite de
19 de maio, nos salões do prédio alugado, um grandioso baile, onde
compareceram D om Pedro IIe ilustresconvidados. A Imperatriz,Dona Teresa
Cristina, em virtude de forteemp
t oral,não teve ocndições de acompan har Dom
Pedro II.
14. - No dia 20, os Augustos Soberan
os, no mesmo navio "Ri o Grande ",
pela manhã, embarcaram para Antonina, e daí, rumaram para Curitiba, depois
Palmeira,Campo Largo,Ponta Grossa,Castro, Lapa, retornan do a Paranaguá,
via Antonina, em 5de junho, dirigindo-se aoalloc para a cerimônia deocaçcol ão
da pedra fundamental, solenizando o início dos trabalhos da construção da
Estrada deFerro,situado hoje naAvenida Arthur de Abreu , defronte aoedifício
"Palácio do Café".
15. - Também se hosp edaram no palacete Nácar,em 1881: Dom Lino,
Bispo da Diocese de São Paulo; em 28 de novembro de 1884, Luís Felipe
Maria Fernando Gastão de Órleans, Conde d"Eu, a excelentíssima esposa,
Princesa Isabel eos filhos.
16. - Em 15 de novembro de 1887, o Presidente da Câm ara, senhor João
Gu ilherme cartas
conceder Guimarãde
es (1857-1927), constitu
libertação aos iuNa
umasessã
escravos. comissão en
carreg
o realizada emada19
dede
dezembro, comemorativa da instalação da Província do Paraná, a Câmara
Municipal concedeu 30 (trinta) cartas de liberação.
17. - Em 1897, a Câmara Municipal delib erou mudar-se para o palacete
Nácar, hoje conhecido pelo nome de PalácioViscond e de Nácar.
O proprietário do Palacete,
Manuel Antônio Guimarães (1813-1893), foi
agraciado com o título de BarãoNá decar, pelo decreto de 21
de julhode 1876
e de Viscond e, pelo decreto de 31
de agosto de 1880.
18.- No dia. 17 de novembro de 1889, sob a presidência de Teodorico
Júlio dos Santos, a Câmara Municipal realizou uma Sessão Extraordinária,
contando com a presença de todas as autoridades locais e grande número de
cidadãos, ficando aprovada a adesão política de Paranaguá ao novo Regime
Republicano,proclamado no dia 15de novembro no Rio de Janeiro.

NOMINATA DOS VEREADORES DE PARANAGUÁ - 1850


1850:
Última Câmara de Vereadores de Paranaguá, ainda fazendo parte
integrante da Província deS|p Paulo:
Jojpuim Féhx da Silva -Presidente (1850-1853)
Joaquim Cândi do daSilva

220
RicardoGonçalves Cordeiro
José Francisco Barroso
José Alexandre Cardoso
Manuel Leocádio deOliveira
Ciprian
o Custódio deAraújo França.
Tristão Martins de Araújo França
1853:
Primeira Câmara de Vereadores de Paranaguá, agora fazendo parte
integrante da Província do Paraná:
Ricardo Gonçalves Cordeiro - Presidente (1853-1854)
Joaquim Cândido Correia -Presidente (1854-1856)
Manuel Pacheco da Cunha
Joaquim Félix da Silva
Tristão Martins de Araújo França
Manuel Ricardo Carneiro
Balduíno Cordeiro de Miranda
Manuel Leocádio de lOiveira
1857:
Data da posse: 7 de janeiro de1857
Manu el Antônio Guimarãessid
- ente
Joaquim Félix da Silva - Pre
Presidente (1857)
(1858-1860)
Manuel Ricardo Carneiro
Manuel da Cunha Pacheco
João Antônio de Miranda
Manuel Miro
Manuel Cordeiro Gomes
Cipriano Custódio de Araújo
Obs:Manuel Antônio Guimarães, em21 desetembro de 1857, passou a
Presidência da Câmara para Joaquim Félix da Silva, a fim de tomar posse de
Deputado na AssembléiaLegislativaProvincial.Assumiu o suplente de vereador
Antônio Pereirada Costa.
1861:
Data da posse: 7 de janeiro de 1861.
Caetano de Sousa Pin to - Presidente (1861-1864)
Manuel Leocádio de Oliveira
Francisco Delrio
João Timóteo Cárdenas
de Simàs
João Nepomuçpno Pereira da Costa
José Gonçalveif Marques
Josè^perreira Pinheiro
CarlosAugusto deMelo Franco

221
1865:
Data da posse: 7 de janeirode 1865.
Caetano de Sousa P into - Pres
idente (1865-1869)
João Timóteo deSimas
José Leandro da Costa
Ricardo Gonçalves Cordeiro
José Ferreira Pinheiro
Francisco José de Sousa
José Antônio de Almeida
Francisco Delrio Cárde nas
1869:
Data da posse: 30 de outubro de 1869.
Manuel Leocádio de Olivei
ra - Presidente (1869-1873)
Joaquim Cândido Correia
Lourenço Ferreira deSá Ribas
Tristão Martins de Araújo França
Manuel Ricardo Carneiro
Joaquim JoséPereira
João Gonçalv
Pedro es de Araúj
de Alcântara o Triste
Correia
1873:
Manuel Antônio Guimarães - Presidente (1873-1876)
Joaquim Félix daSilva
Joaquim Mariano Ferreira
João Correia deFreitas
Francisco Joséde Sousa
José Antônio Pereira Alves
Ernesto Frederico Laines
José Bento deLacerda
Obs: Pelo decreto imperial de 21 de julho de 1876, Manuel Antônio
Guimarães foi agraciado com o Título de Barão de Nacar.
1877:
Manuel Ricardo Carneiro - (1877-1880)
Dr. Leocádio José
Correia
Prisciliano
Antônio Luísda de
Silva Corrêa
Bittencourt
Joaquim Mariano Ferreira
ManuelLohjode Andrade
ft|§Ênuel Bernardo Pereira
Manuel Felizardo Dias

222
Obs:1 - Pelo decreto imp erial de 31de agosto de 188
0, Manuel Antônio
Guimarães, Barão de Nácar, foiagraciado com otítulo deVisconde de Nácar.
2- O vereador Manuel Felizardo Diasicenci
l ou-se,assumindo o Suplente
de vereador João Caetano da Silva.
1881:
Manuel Antônio Guimarães - Visconde de Nácar- presidente
(1881-1883)
Antônio Luís deBittencourt
João Caetano da Silva
Ernesto Frederico Laines
Saturnino Pereira da Costa
Manuel Bonifácio Carneiro
Prisciliano da Sil
va Corrêa
Ricardo José da Costa
1885:
Joaquim Mariano Ferreira -Presidente (1883-1884)
Artur Ferreira de A
breu - Presidente (1884-1885)
João Estêvão daíilva - Presidente (1886)
Gaspar Pinto de Sousa
Bernardo Soares Gomes Júnior
Pedro Alves de Paula
Adélio Pintodo Amorim
José Gomes da Cruz
1888:
João Guilherme Guimarães - Presidente (1887-1888)
Teodorico Júlio dos Santos - Presidente (1889)
Manuel Lobo de Andrade
Fernando Machado de Simas
Francisco Norberto dosSantos
Antônio Henrique Gomes
Manuel Francisco deSousa
Matias Bonn - Presidente (1891)
Obs:Júlio Teodorico dos Santosassumiu a presidên
cia da Intendência,
em 22 de janeiro de 1890
.

223
NOMINATA DOS PREFEITOS
Com o Regime Republicano criou-se o cargo executivo de Prefeito
municipal.
1892:
João Guilherme Guimarães - Primeiro Prefeito Municipal no regime
republicano, eleito em 21 de setembro de 1892. Em 1893-1894, ocorreu a
Revolução Federalista.
1897:
João Guilherme Guimarães - Reeleito para um segundo mandato.
1900:
Teodorico Júli
o dos Santos
1904:
Teodorico Júlio dos Santos - Reeleito para um segundo mandato. Neste
período, em virtude da lei, foi nomeado por ato do Governo do Estado.
Exonerou-se em fevere
iro de1908.
Pelo decreto n.°20,
1 de 22 do mes
mo mês e ano, doGoverno do Estado,
foi nomeado João Estêvão da Silva. Assumiu em 3 de março do mesmo ano.
Deixou o cargo em 1908.
1908:
Dr. Caetano Mu nhoz da Rocha - Eleito em 21 dejunho.Assumiu em 21
de setembro de 1908.
1912:
Dr. Caetano Munhoz da Rocha -Reeleito. Renunciou em 15 denovembro
de 1915. Assumiu na mesma data, na qualidade de substituto legal, José
Gonçalves Lobo.
1916:
José Gonçalves Lobo.
1920:
JoséGonçalves Lobo -Reeleito. Segundo período. Renunciou ao cargo
em 9 de dezem bro de 1922. Assumiu na mesma data,na qualidade desubstituto
legal,Dr. Francisco AcioliRodrigues da Costa. Em virtu
de da leiem vigor foi
nomeado em setemb ro de 1924, por ato do Presidente do Est ado. Pediu
exoneração em 15de setem bro de 1927.
Nomeado no mesmo mês e ano o Capitão-de-Corveta Dídio Iratim
Afonso
votação da Costa, por ato do Presidente do Estado. Restabelecida a lei por
popular.
1928:
Capitão-de-Corv
eta l|ídio Iratim A
fonso da Costa.Eleito em 21 deulho
j
de 1928. Tomou Ij^sseem 21 de setem bro. Com a revolu
ção de 1930,no dia 8/
10, tomou posse ò primeiro Interventor.

224
1930:
Período Revolucionário. São nomeados Interventores. O primeiro assumiu
em 8/10/1930.
1935:
Eleição realizad
a em 12 de setemb
ro de 1935. Agostinho Pereira Alves.
1937:
Em faceda Constituiçãooutorgada peloPresidente Getúlio
Vargas, em
10 de novembro de 1937, foram dissolvidos a Câmara dos Deputados, o Senado
Federal, as Assembléias Legislativas dos Estados e as Câmaras Municipais.
Para o executivo, são nomeados novamente interventores.
Em 1945, com a queda de Getúlio Vargas, começa o processo de
redemocratização do Brasil. Realizaram-se as eleições. A posse do Prefeito
eleito e dos Vereadores foi em 8 de dezembro de 1947.
1947:
João Eugênio Cominese
1951:
Dr. Roque Vernalha
1955:
João
1959: Eugênio Cominese. Segundo período.
Dr. Joaquim Tramujas.
1963:
Brasília Abud. Tomou posse em 8/12/1963. Cassado, em conseq
üência
da Revolução de 31/3/1964.
1964:
Dr. Nelson de Freitas Barbosa, eleito pela Câmara Municipal Vice-
Prefeito em 1.° de março de 1964, assumiu o cargo de Prefeito em 17 de abril
do mesmo ano.
1969:
Constantino JoãoKotzias
, posse em 31/01/69. Cassado em conseqüência
da Revolução de 31/3/1964. Assumiu o Vice-Prefeito Dr. Nilo Lázaro Abud,
em 30/4/1969.
Em 12/8/1969, tomou posse oPrimeiro Interventor Federal no M
unicíp
io
de Paranaguá, após a Revolução de 1964, general-de-divisão R-l, João da
Silva Rebelo.
1973:
Dr. Nelson de Freitas Barbo
sa - Posse em 31/1/73.
Obs.Na elejçiío realizada em 972,
1 para Prefeito.Também foi eleit
oo
Vice-Prefeito, Dr. Nfreon Cardoso de Miranda.

225
1977:
Dr. José Vicente Elias - posse em 1.72/77.
Vice: José Martins dos Santos
1983:
Dr. Waldyr Salmo
n - posse 1.72/83
Vice: Segismundo Gonçalves
1989:
Dr. José Vicente Elias - posse em 1.71/89.
Vice: Joaquim Teixeira de Magalhães

NOMINATA DOS INTERVENTORES


Nome: Data da posse:
1. AgostinhoPereira Alve s 08/10/1930
2. Primeiro Tenen eira da Costa 18/11/1930
te Cristóvão iV
3. João Henrique Costard 06/07/1931
4. Dr. OdilonMãder 13/04/1932
5. Carlos Hernesto Schultz 01/08/1932
6. Francisco Tovar 22/09/1932
7. Capitão José Schleder 24/04/1934
8. Claudion or Pereira do Nascimento 05/05/1934
9. RogerMaravalhas 29/09/1935
10. Agostinho Pereira Alves Período 1937-1938
11. Paulo Cunha Franco 26/04/1938
12. Vicente Nascimento Júnior 14/11/1945
13. Paulo Cunha Franco 09/03/1946
14. Acrísio Guimarães 05/06/1946
15. Roque Vernalha 24/04/1947
16. general-de-divisão R-l, João da Silva Rebelo, primeiro e único
Interven
tor Federal on Município de Paranaguá, após a Revolução31 de
março de 1964 12/8/1969
NOMINATA DOS VEREADORES DE PARANAGUÁ, NO
REGIME REPUBLICANO
1892:
João Guilherme Gu imarães -Presidente.
Primeiro Prefeito Republicano, eleito em 21 de setembro de 1892.
Continuou presidindo a Câmara.
Tdfedorico Júlio dos Santos

226
Randolfo Gomes Veiga
Manuel do Rosário Correia
Carlos Eugênio de Sousa
Amélio Ferreira Belegard
Manuel Ciríaco da Costa
João Batista Freceiro
Joaquim Franciscode Oliveira
1896:
Manuel Bonifácio Carneiro - Presidente (1896-1900)
Randolfo Gomes Veiga
Joaquim Tramujas
Antônio José Vieira de Araújo
Tiago Pereira de Azevedo
Manuel Antônio Correia
João Batista Bório
João Batista Freceiro
1900:
João Estêvão da
Silva - Presidente (1900-1901) - (1903-1904)
J

Policarpo José Pinheiro - Presidente (1901 -1902)


Moisés Ribeiro de Andrade - Presidente (1904-1905)
Benjamim César Carneiro
Pedro Paulo Manso
Manuel Antônio de Sousa
Afonso Camargo Penteado
Domingos Soriano da Costa
1904:
Moisés Ribeiro de Andrade - Presidente (1904-1905)
Policarpo José P
inheiro - Presidente (1905-1906) - (1907-1908)
Domingos Soriano da costa - Presidente (1906-1907)
Benjamim Décio da Costa Lobo
Manuel Ludgero Moreira
Ildefonso Munhoz da Rocha
Hipólito José Arzua
Carlos Teodoro Bender
1908: Policarpo José Pinheiro - Presidente (1907-1908)
Dr. Antônio José de SanfAna Lobo - (1908-1912)
Alberto Gomes Veiga
Doqpngos Soriano da Costa

227
Aníbal Guimarães Carneiro
José Gonçalves Lobo
Eurípedes Rodrigues Branco
Priscílio da Silva Corrêa
1912:
Alberto Gomes Veiga - Presid
ente (1912-1914)
Tiago Pereira deAzevedo- Presidente (1914-1915)
Domingos Soriano da CostaPre - sidente (1916)
Joaquim Soares Rodrigues
Manuel Hermógenes Vidal
Priscílioda Silva Corrê
a
DociloGuimarães da Silva
José Gonçalves Lobo
1916:
Domingos Soriano da Costa - Presidente (1916-1920)
Antônio Batista Rovedo
Aníbal dias de Paiva
Lídio FiletoCorrêa
ManuelHermógenes Vidal
Joaquim Soares Rodrigues
José Gonçalves Lobo
Priscílio da Silva Corrêa
1920:
Domingos Soriano da Costa -Presidente (1920-1922)
Ceciliano da Silva Corrê
a - Presidente (1922-1923)
Aníbal Dias de Paiv
a - Presidente (1922-1923)
Joaquim Soares Rodrigues
Dr. Francisco Acioli Rodrigues da Costa
Antônio Romualdo Vidal
Olímpio Maurício dos Santos
Dr. Antônio José de Sant'Ana Lobo
1924:
Aníbal Dias de Paiv
a - Presidente (1924-1925)
Alípio Cornélio do
s Santos - Presidente (1925-1928)
Domingos Soriano da Costa
Francisco Raimundo Cominese
Nelson Medrado Dias
Otto Tomás Seguiz
S||ínio José Cardoso
Antônio Romualdo Vidal

228
1928:
José Gonçalves Lobo- Presidente (1928-1929-1930)
Manoel Hermógenes Vidal - Presidente (1929-1930)
Francisco Raimundo Cominese
Bento Martins de Azambuja
Juvenal Ferreira Arantes
Artur CorreiaLima
Eurípedes Rodrigues Branco
Aníbal Diasde Paiva
1930:
Explode em 3de outubro de 1930 a Revolução encabeç ada por Getúlio
Dorneles Vargas. Governo Provisório até 1934.
Durante o período revolucionário,
o Palácio Visconde deNacar passo ua
chamar-se Palácio João Pessoa.
Em 12 de setem bro de 1935,realizaram-se as eleições.
1935:
Jaime Camargo - presidente (1935-1937)
Antônio Olímpio de Oliveira
Felipe Antônio Antunes
Gastão Soares Gomes
Claudionor Pereira do Nascimento
Genaro Régis
José Gonçalves do Nascimen
to
Odilon Batista
FECHAMENTO DA CÂMARA
Em 10 de novembro de 1937, o Presidente Getúlio DornelesgaVar s
outorgou ao Brasil a Constituição do Estado Novo.
São dissolvidos,nessa data, aC âmara dos Deputados, oSenado Federal,
as Assembléias Legislativas dos Estados e as Câmaras Municipais. 149

Divulgada a notícia, no dia 11 do mesmo mês e ano,a Câmara Municipal


de Paranaguá realizou a última Sessão, da qual foi lavrada um TERMO DE
ENCERRAMENTO, considerando extintoo Poder Legislativo Municipal.
Durante 173 anos do período colonial, de 1649, data da instalação da
Câmara, até1822, Proclamação da In dependência polític
a, e de 67 anos de
BrasilImpério, de1822a 1889, nenhum Reide Portu gal ou Imperador do Brasil,
praticaram qu
alquer ato de violência contra aCâmara Municipal de Paranaguá
ou de seus membros;.. *
w
(149) - Livro de Atas da Câmara, iniciado em 11 de junho de 1937

22 9
A REABERTURA DA CÂMARA
1- Processo de redemocratização do país
O ale
exército início daadiu
mão inv Segunda Grande
a Polônia e,doisGuerra foi
dias depois emauxílio
, em 1.° de desse
setembro a 1939. O
país,
França e a Inglaterra declararam guerra à Alemanha. A Rússia invadiu a
Finlândia.
Em 1940, a Alemanha conquistou a D inamarca, Holanda, Bélgica,
Noruega e Luxemburgo, derrotando, militarmente a França.
A Itália entrou na guerra ao lado daAlemanha.
Em 1941, logo após ter ocupado a Iugoslávia e a Grécia, os alemães
invadiram a Rússia, rompendo o pactoassina do em 23 deagosto de1939,
entre osdois países.
Entrementes, a crisedesenvolvia-se também no Pacífico, e os japoneses,
de posse de grande parte do território chinês, ocuparam a Indochina Francesa.
Encontraram, entretanto, forte obstáculo dos Estados Unidos da América, que
passaram a ajudar a resistência chinesa.
Em dezem bro de 1941, o Japão desfech ou devastador ataque à base
americana de Pearl Harbour. Em conseqüência, os Estados Unidos entraram
na guerraExteriores
Relações e realizou-se no Rio deem
Americanos, Janeiro uma Conferência
que a agressão japonesa de Ministros
contra de
os Estados
Unidos foi considerada uma agressão contra todos os países americanos.
Em janeirode 1942, o Brasilrompeu as relaçõe s com os países do xo
Ei
Alemanha, Itália e Japão. O povo brasileiro em aparatosas manifestações,
aplaudiu a decisão do governo.
Submarinos alemães e italianos desencadearam verdadeiro massacre às
embarcações mercan tes brasileiras,torpedeando cerca de trinta ecinco navios,
com centenas de mortos.
A reação pop ular foiviolenta.O povo saiu às ruas sdaprincipaiscidades
brasileiras, manifestando repúdio às covardes agressões.
Em 20 de agosto, os estudantes brasileiros apresentaram um memorial
ao Presidente Varg as, oferecen do-se paralutar e pedindo que o Brasildeclarasse
guerra àspotênciasdoEixo. Emocionado Getúlio Vargas respondeu: "A Pátria
é sempre imortal quando sua juventude está disposta a lutar e sacrificar-se por
ela".
Em 22 do mesmo mês e ano, ante a comprovação dos atos de guerra
contra a soberania brasileira, foi reconhecido o estado de beligerância entre o
Brasile os países agres
sores^ Alemanha e Itália.Uma semana depois - 31 de
agosto - o reconhecimen
to debeligerância
!
se tornou "estado de guerra", contra
os países que direwnente atacaram o País. O Brasil decidiu tomar medidas

230
radicais e lhes declarou guerra.
Chama atenção o fatode que não foio alinham ento continental, nem a
solidariedade com osEstadosUnidos que levaram aPátria Brasi leira à guerra,
mas, antes e acima de tudo, as agressões sofridas pelo próprio Brasil.
Em 9 deagosto de 1943, foi criada a Força Expedicion ária Brasileira
- FEB. A 22 de maio de 1944, sob o comando do general João Batista
Mascarenhas de Moraes, a tropa recebeu a visita do Presidente Vargas. Os
militares teriamhon a ra de ser osúnicos representantes sul-american os a lutar,
lado a lado das forças aliadas, no continente europeu.
A Segunda Grande Guerra revelou para o Brasil uma situação
parado xal. Brasileiros, representando um Estado otalit
T ário,morriam na Europ a
em prol da liberdad e. Em 1943, a grande maioria do povo brasileirodesejava a
normalidade. Em 1944, o general Eurico Gaspar Dutra (1883-1974), Ministro
da Guerra, ao regressar de uma viagem de inspeção à FEB, na Europa, no
primeiro encontro com Getúlio Vargas, pediu mudanças: A oficialidade acha
injusto que os brasileiros morra m em campos de batalha Itáldaia para implantar
a democracia naEuropa, quandQ aqui no Brasilnão há democracia.
A Segunda Grande Guerra chego u ao final;em 1945, com a vitória dos
aliados. Getúlioregu
Constitucional, Vargas, pressionado,
lamentando a realização ordenou
de leeições.a publicação de uma Emenda
A partir daí, começou um processo de organização fazendo surgir os
grandes partidos políticos brasileiros:
PTB - Partido Trabalhista Brasileiro, expressão da máquina sindical
varguista.
PSD - Partido Social Democrático, porta-voz das oligarquias geradas
pelos interventores getulistas.
UDN - União Democrática Nacional, representante da burguesia liberal.
Apresentaram-se como candid atos à Presidência da República, o General
Eurico Gaspar Dutra, pelas forças que apoiavam o governo, e o Brigadeiro
Eduardo Gomes, pelas oposições coli gadas.
Entretanto, surgiram fatos que denunciavam a pouca vontade do
Presidente Vargas em cumpr ir a promessa de eleiçõesem dezem bro. Poroutro
lado, as classes trabalhadoras iniciavam o movimento de opinião para a
permanência de Getúlio Vargas na chefia do governo. Apareceu então, uma
força sob a bandeira do "Queremismo".
Em 29 de outubro, Getúlio Vargas, pretextando uma conspiração udenista,
procedeu a grandes alteraçõesr|D governo. Paraa Chefia de Pol ícia do Distrito
Federal, nomeou umjeu irmão. Essas alterações fizeram crer que o Presidente
Vargas procurava criar ambiente para o continuísmo.

231
Em represália, por influência do ex-Ministro da Guerra, General Pedro
Aurélio de G
óis Monteiro (1889- ), destacados generais desencadearam um
mov imento revolucionário,
entregaram o governo ao no Presidente
qual depu
serado
m Getúlio Varga
Supremo s no mesm
Tribunal o dia e Ministro
Federal,
José Linhares.
Em 2 de dezembro de 1945, as eleiçõesrealiza ram-se normalmente.
Venceu o general Eurico Gaspar Dutra. O Senado e a Câmara dos Deputados
, eleitos, reuniram-se com poderes de redigir uma Constituição.
Em 18de setem bro de 1946, foi pro
mulgada a Constituição da
Repúblic a
dos Estados Un idos do Brasil.
Em funç ão das modificações introduzidas pelanova Constituição,
o país
retomou o caminho da democratização, impedido durante oito anos, desde de
10 de novem bro de 193 7.
No dia 08de dezem bro de 1947, depois de um longoeríodo
p sup
erior a
10 anos de fechamento da Câmara Municipal de Paranaguá, ela foi reaberta
com a posse, nesse dia, do Prefeito e dos Vereadores eleitos.
NOMINATA DOS VEREADORES, A PARTIR DE 1947
1947:
Dr. Roque Vernalha - Preside
nte de 8/12/47 a 5/3/51
Dr. João FerrazedCampos - Presidente de 05/3/51 a 04/12/51
Dr. Joaquim Tramujas
Antônio Moraes Pereira da Costa
Lauro Gomes daVeiga Pessoa
SadiMirand a
Elói Picanço Cardoso
Dr. Hugo PereiraCorrêa
Dr. Antônio deSousa Artigas
Felipe Antônio Antunes
Amantino Monteiro
Silvio Drumond
Dr. Dídio Augusto de Camargo Viana
José das DoresCamargo
1951: Gastão Soares Gomes
Dr. Joaquim Tramujas - Presidente de 4/12/51 a 03/3/55
Antônio Mo|ais Pereira da Costa - Presidente de 3/3/55 a 4/12/55
Nelson Buffara
Nicodemos Ribeiro de Camargo

232
Brasílio Abud
Suli da Ro
sa Vilarinho
Dr. VidalVan
Emiliano Tome
honi
Mário Gonçalves dos Santos
Dr. Jorge Wasilakis
Jorge Elísio Pereira Marcondes
Sílvio Drumond
Gastão Soares Gomes
Dr. João Ricardo de Castilho Pereira
Mário Macage
1955:
Dr. Nelson Buffara - Presidente de 4/12/55 a l.°/3/57
João Fernandes - Presidente de 1.73/57 a 3/3/58
Jorge Elísio Pereira Ma
rcondes - Presidente de 3/3/5
8 a 4/11/58
Dr. Ewaldo Seeling - Presidente de 6/11/58 a 4/12/59
Nicodemos Ribeirode Camargo
Gérson Alípio da Costa
Mário Gonçalves dos Santos
Dr. Dídio Augusto de Camargo Viana
Segismun do Gonçalves
Brasílio Abud
Dr. João Ferraz de Campos
Antero Regis Pereira da Costa
Aramis Macagi
Ubirajara Bastos
João Custódio da Cunha
1959:
Dr. Nelson Buffara - presidente de 4/12/59 a 4/12/63
Dr. Alfredo Jorge Budant
Dr. Wenceslau Glaser Neto
Dr. Dídio Augusto de Camargo Viana
Alfeu Alves dos Santos
Júlio Rosário dos Passos
Mozart Gomes Correia
Constantino João Kotzias
Dr. Alceu Maron
Antônio Camilo do Nascimento Júnior
Paulino Pioli
BruiiÉSchokal - renunciou, assumindo JoãoCustódio daCunha
Nelson de Freitas Bittencourt

233
Mário Gonçalves dos Santos
João Jacinto Mesquita
1963: Dr. Nelson Buffara - Presidente de 4/12/63 a 31/1/67. Eleito
deputado Estadual.Assumiu Dr. JoséMartins do Carmo, em 5/5/67.
Dr. Alceu Maron - Presidente de 2/2/67a 31/12/67
Francisco Cabral
Paulino Pioli
Alfeu Alves dos Santos
Antônio Camilo do Nascimento Júnior
Dr. Salim Jorge Chede
Dr. NiloLázaro Ab ud
Marino Correia de Sousa
Dr. Antônio José de Sant'Ana Lobo Neto - quando em licença,
assumiu JoãoMarque dos Santos, em15/2/66
Mário Gonçalves dos Santos - quando em licença, assumiu
Antônio JorgeTramujas, em 8/5/65
Ezequiel Pinto da Silva
Dr. AmimVicente
Manuel Mussi da Silva - cassado, em conseqüência da
Revolução de 1964. Assumiu Joaquim Fraga de Oliveira, em 4/5/64.
1968:
Dr. Alceu Maron - Presidente de 1.71/68 a 2/2/71
Antônio Júlio Machado Lima - Presidente de 2/2/71 a 2/2/73
José Mateus de Andrade Filho
Segismu ndoGonçalves
Antônio Camilo do Nascimento Júnior
Nílton Abel de Lima
Ezequiel Pinto da Silva
Alfeu Alves dos Santos
AntônioCarlosAbud
Dr. Amim Mussi - Faleceu. Assumiu Luís Neve s, 3/8/71
João Custódio da Cunha
MárcioBenCabral
Francisco editoKaled
Nicodemos Ribeiro de Camargo
Dr. JoséMartins do Carmo

234
1973:
Dr. João Jacob Barberi Filho - Presidente de 2/2/73 a 1.73/75
Sílvio Drumond - Presidente de 4/3/75 a 26/10/76. Faleceu.
Assumiu Jetro Batista de Oliveira, em 10/12/76
Pedro Claro Chaves - presidente de 4/11/76 a 4/11/77
Prof. Oziel Prado Tavares
Dr. José Martins do Carmo
Dr. Isami Morita
Chafic Farah
Nílton Abel de Lima
Antônio Camilo Do Nascimento Júnior
Francisco Cabral
AntônioCarlos Abud
Dr. Artur Miranda Ramos
TsutomoFuruzawa
IdílioMendes
Dr. Caio Eguiberto Portes Tramujas
1978:

Pedro
NorivalClaro Chaves
Ferreira L Presidente
opes - Presid /781.73
ente dede a 5/3/79
6/3/79 a 1.73/81
LeocádioHenrique - Presidente de 10/03/81 a 31/01/83
Dr. Caios Eguiberto Portes Tramujas
TsutomoFuruzawa
Prof. Alceu de Oliveira Toledo. Faleceu. Assumiu Idílio
Mendes, em 19/6/80
Leuceni Schen Costa
Dr. Nazareno Antônio Vilarinho Pioli
Joel Ferruci
Antônio Carlos Abud
Joaquim Teixeirade Magalhãe s
Prof. Luís Pioli Borba
ChaficFarah
Massami T akaiama
Nicodemos Ribeiro de Camargo
1983: Dr. CaiosEguiberto Portes Tram
ujas - presidente de 1.72/83 a
1.703/85
Prof. Albino Sâva Tram
ujas - presidente de 5/3/85 a 5/3/87
Dr. Qfcrlos Eduardo Marcondes Lobo - presidente de 10/3/87
a 15/12/88

235
Levi Jorge de Andrade
Mário Pereira Lagos
Prof. José Roberto Affolter
Prof. Antônio Humberto de Campos Pioli
Antônio Carlos de Almeida Corrêa
IdílioMendes -quando em ilcença,assumiu MárioNeves deSousa
Joaquim Teixeirade Magalhães
Dr. José Maria de Magalhãe s
Marcos Antônio Augusto da Silva
Massami T akaiam
a - quando em licença,assumiu Mário Neves
de Sousa
Nílton Abel de Lima
1989:
Loureço Fregonese - presidente de 1.71/89 a 29/1/91 Eleito
Deputado Estadual,assumiu Mário Franci
sco de Assis Gonçalves, em 29/1/91
Vilson Benvenutti - presidente de 29/1/91 a 19/2/91
Ednon Fernando Zacarias -presidente a partir de 21/2/91 .Atual
Marco Aurélio Cechelero

Gonçalves, 8/5/90.
Constantino João Kotzias. Faleceu. Assumiu João Jamil
José Romualdo Branco da Silva
Alceu ClaroChaves
Dr. Ivo Petry Maciel Júnior
Prof. Antônio Humberto de Campos Pioli
Antônio CarlosCorrêa.Licenciado,assumiu Dr.Abdul Razzaki
Mohamed Kadri, em 7/3/90
José Costa Leite
Argemiro deFélix. Faleceu. Assumiu Edmir Manu
el Ferreira,
em 3/9/91
Belmiro Sebastião Marques. Faleceu em 24/5/92. Assumiu
José Maria Martin s do Carmo
Levi Jorge de Andrade
EmílioPouco Peres
CalistroMaceno Lu ciani
Luís Felipe Erthal.

236
XII - R ÁPID AS REF ERÊ NCIA S

PALÁCIO VISCO NDE DE NACAR


Essa vetusta mansão, pela construção e arquitetura, então uma das
melhores da época em todoParaná,o estásituada numa valorizada loc alização
da antiga Paranaguá, hoje rua Visconde deNacar.Era luxuosamente mobiliada,
brilhantes de adornos e de luzes,a acolhedo ra residência nacarina estava provida
de tudo quanto se tornasse necessário.
A data gravada do frontispício doprédio é de1856.
Manoel Antônio Guimarães, seu proprietário (1813-1893), era uma das
individualidades de maior projeção econômico- social e política do passad o de
Paranaguá e do Paraná.
O ilustreparanagüense, trabalhador, vindo sem fortuna, despidoelevo de r
social, ascendeu às alturas,iniciando suas ativid ades mercantis com vinte anos
de idade, tornando-se um bem suced ido empresário, sendo o mais redenciado
c
exportador de erva-mate do seu tempo e o maior representante do comércio
importador. Era bom manipulador de empresas comerciais e industriais,
transformando de sua própria agricultura.
Na políticado Império do Bras il, pertencia aoPartido Con servador. A
política foi-lhe ao encontro. Primeiramente, no campo da adm inistraçã
o pública
municipal e, posteriormente, no terreno das conquistas sociais e progressistas.
Representou a 5.
a
comarca em 1851, como Deputado à Assembléia
Provincial de São Paulo. Vereador e Presidente da Câmara Municipal de
Paranaguá. Deputado à Assembléia Provincial do Paraná. Na qualidade de vice-
presidente da Província do Paraná, assumiu o cargo de Presidente em Exercício,
em 1873 e 1877. Exerceu a investidura de Deputado Geral pelo Paraná, na 20.
a

legislatura, de 1886 a 1889.


Dignitário das Ordens da Rosa, de Cristo e do Cruzeiro. Pelo Decreto
imperial de 21de julho de1876, foi agraciado com o Título Barão de Nácar.
Pelo decreto imperial de 31 de agosto de 1880, com o título de Visconde de
Nácar.
A velha Paranaguá, antiga povoação cercada de sólidas tradições
marítimas, então importante centro comercial, ostentou, por longo e saudoso
tempo,
O oViscon
título
dede berço
avadaman
costum sociedade
dar omordmais culta
omo do do território
Palácio paranaense.
verificara bord
o
dos navios fundeados a lista dós passageiros, oferecendo às pessoas gratas,
acolhedora hospedagem na sua jnansão, não por ostentação ou vaidade, mas,
por sentir-se no devej^ corno bom e fraterno parnanguara, dar à terra uma
condigna representação social.

237
Neste acolhedor solar realizaram-se as maiores festas e reuniões do
tempo. Importantes personalidades hospedaram-se no Palácio Visconde de
Nácar. Entre eles destacam-se: General Manuel Luís Osório (1808-1879), o
Gigante dos Pamp as, Comandante do Exército Brasileiro no primeiro perío do
da Guerra do Paraguai - quando passara por Paranaguá, rumo ao sul, então
Ministro da Guerra. Nomeado que fora em 1878, exercendo o cargo até sua
morte, em 1879. Saint Mastral (Émile Saint Dénis), escritor francês, autor do
livro "Au Brasil", Rio de Janeiro a Paranaguá, editado em Paris. Em maio de
1880, hospedaram-se no palácio,a FamíliaImperial e sua C omitiva, qua ndo o
Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Dona Teresa Cristina, visitaram a
Província do Paraná. Em 1881, o Bispo de São Paulo, Dom Lino Deodato de
Carvalho. Em 1884, a Princesa Izabel (1846-1921), o esposo, Luís Felipe Mar ia
Fernando Gastão de Órle ans, Conde d'Eu (1842-1922), e os filhos.
Por ocasião da hospedagem de Suas Majestade Imperiais, foi realizado
um grandioso banquete. O"Jornal do Comércio", do Rio de Janeiro, escreveu,
entre outras:
"O jantar no palácio do Barão de Nácar, foi um sucesso".
O jornalistaErnesto Matoso, reda tor do "Cruzeir
o", também do Rio de
Janeiro, assim se referiu:
"Após o jantar em casa doBarão de Ná car, janta
r esse emque éramos
cento epoucas pessoa s à mesa,por ocasiãodo champa gne, o Barãobrindando
os seus augustos hóspedes, fez notar ao Imperador que, das cento e tantas
pessoas presentes a esse banquete, exceção feita de S. MM. e sua comitiva,
as demais eram seus, noras, genros e netos. 150

A visita de Suas Majestades Imperiais à Província do Paraná, ocasião


em que inaugurou os trabalhos da Estrada de Ferro de Paranaguá a Curitiba,
foi amplamente divulgada pela imprensa - "Gazeta de Notícias", "Jornal do
Comércio", "Cruzeiro" e "Revista Ilustrada", todos do Rio de Janeiro;
"Dezenove de Dezembro" deCuritiba,e "Echo do Paraná", de Paran aguá.

1. A Câmara no Palácio Visconde de Nácar:


O Primeiro Prefeito Republicano de Paranaguá, João Guilherme
Guimarães - filho do Visconde de Nácar - no primeiro período de governo
(1892-1896), a sua admin
istração foi pre
judicada pelas turbu
lências daRevoluçã
o
Federalista.
mudar-se No segu
para o ndo períodVisconde
Palácio o degovernode(1897- 1900),
Nácar, no aano
Câmar
dea1897,
deliberou
agora de
propriedade dos herdeiros.
* 1 1

(150) - GUIMARÃES, Dr. Alô. Visconde de Nácar- O homem. O político. O patriarca. Boletim do IHGEP, vol.
XVIII, Curitiba, 1973, p.0.
(151)- Almanak da Cidade de Paranaguá. Prefeito João Guilherme Guimarães, 1901, p. 42.

238
Das Origens à Atualidade

2. Lei n.° 78, de 30 de outubro de 1900:


"O coronel Theodorico Júlio dos Santos, Prefeito do município de
Paranaguá.
Faço saber que Câm
a ara Municipa l desta cidade decreto
u e eu sanciono
a seguinte lei:
Art. 1,°- Fica o Prefeito Municip
al autorizado a chamar concorrentes
para serviços necessários no prédio denominado "Escola Faria Sobrinho", a
fim de ser nele instaladaCâm
a ara Municipal.
Art. 2.° - Será efetuado o pagamento das despesas a fazer-se pela verba
- Obras Públicas.
Art. 3.°- Revogam-se as disposições em contrário.
Mando, portanto, a todos a quem o conhecimento desta lei haja de
competir, que a cumpram e façam cumprir, tão inteiramente como nela se
contém.
Gabinete da PrefeituraodMunicípio de Parana guá, 31 de outubro de
1900.
O prefeito
Theodorico Júlio dos Santos".
MUDANÇA DA CÂMARA
O Prefeito nomeado, João Estêvão da Silva, não aceitando o aluguel
pleiteado, providenciou a mudança da Câmara para o prédio de propriedade
dos herdeiros de Matias Bohn. O trecho da ata abaixo transcrita, foi lavrada
durante a primeira Sessão
realizada naqu
ele palacete, que hoje abriga a agência
da ReceitaEstadual:
"Tendo o Sr. coronel João Guilherme Guimarães elevado o aluguel de
seu palacete de50$000
1 a 200$000 mensais,pretextando haver quem se obrigue
a pagar esse aluguel, resolvi por economia, mudar a Câmara para o edifício de
propriedade do finad
o Matias Bohn, pelo cômodo preço de 100$000 mensais. 151

A solenidade deposse do prefeito el


eito,Dr. Caetano Munhoz daRocha,
em 21 desetembro de 1908, foi realiz
ada neste palácio.
LEI N.° 166, DE 30 DE AGOSTO DE 1909
"O Douto r Caetano Munhoz da Rocha,Prefeito Municipal de Paranag
uá.
Faço saber que a Câmara fyjunicipal decretou e eu sanciono
seguin
a te lei:
Art. 1.° - Fica o Prefeit<* autoriz
ado a mandar construir um prédio
#
(151)- Ata da Ses são da Câmara , realizada em 04/ 05/ 190 8, no Palacete n.° 2, da Rua Conselh eiro Barradas, hoje
Rua Marechal Alberto de Abreu, p. 54.

239
destinado aofuncionamento da Câmara e Prefeitura, mediante concorrência
pública, que poderá ser feita para toda a construção de uma vez ou por partes,
despendendo para isso até 4.
000$000.
Art. 2.° - Para a compra do terreno necessário ou desapropriações que
forem precisas,o Prefeito poderá despender mais 3.000$000.
Art. 3.° - Fica aberto o crédito necessário para a execução desta lei.
Art. 4.° - São revogadas as disposições em contrário.
Mando, portanto, a todos a quem o conhecimento e cumprimento da
presente leihaja decompetir,que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente
como nele se contém.
Gabinete da Prefeitura nicipal
Mu de Paran
aguá, 30 de agosto de1909.
Dr. Caetano Munhoz da Rocha".
LEI N.° 175, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1909
"O Doutor Caetano Munhoz da Rocha, Prefeito municipal de Paranaguá.
Façosaber qu e a Câmara Municipal decreto
u e eu sanciono seg
a uinte lei:
Art.l.° - Fica o Prefeito autorizado a vender em hasta público o prédio
municipal em que funciona atualmente a Cadeia, ficando estabelecido
estabelecido o preço mínimo de 8.000$000 e obrigahdo-se o comprador a
demoli-lo para construir um novo prédio.
Parágrafo Único - Poderá, entretanto, o Prefeito se julgar conveniente,
mandar fazer a demolição por conta da Municipalidade, aproveitando então o
terreno para construção do prédio destinado ao funcionamento da Câmara e
Prefeitura.
Art. 2.° - Revogam-se as disposições em contrário.
Mando, portanto, aquem o conhecimento eum c primento da presente
lei haja de competir, que cumpram e façam cumprir tão inteiramente como
nela se contém.
Gabinete da Prefeitura Municipal de Paranaguá, em 9 de dezembro de
1909.
Dr. Caetano Munhoz da Rocha".
LEI N.° 177, DE 9 DE ABRIL DE 1910
"O Doutor Caetano Munh oz da Rocha,Prefeito Municipal de Paranaguá.
Faço saber queCâma ara Municipa l decretou e eusancion
o a seguinte lei:
Art. 1.° - Fica o Prefeito Municipal autoriza
do a adquirir po
r compra,
pelo preço de sessenta contos de réis (60.000$000) o "Palacete Nácar" para
nele funcionar a GÊmara Municipal.

240
Art. 2.° - A espécie do pagamento será em apólices municipais do
empréstimo de 9107.
Art. 3.° -Fica aberto o crédito de oito co
ntos de réis (8.000$000) para
ocorreras ficar
a fim de despe sas necessárias
adaptado ao com
fim amodificações,
limpezas do referido prédio,
que se destina.
Art. 4.° - O prefeito poderá ceder os pavimentos térreos ao Governo do
Estado para instalação do Instituto Comercial.
Art. 5.° - Não se realizando a fundação do Instituto Comercial nesta
cidade,poderá o prefeito alugar oslancesdaquele pavim ento.
Art. 6.° - Revogam-se as disposições em contrár
io.
Mando, portanto, a todos a quem o conhecimento e cumprimento da
presen
te lei haja decompetir,que a cumpram e façam cumprir tão inteiramente
como nela se contém.
Gabinete da Prefeitura Municipal de Paran
aguá, em 9 de abrilde 1910.
Dr. Caetano Mun hoz da Rocha".
A INSTALAÇÃO DEFINITIVA DA CÂMARA NO PALÁCIO
VISCONDE DE NÁCAR
Emdo29Pov
elevação deoado
julho
aode 1910, to
predicamenParanaguá
deVila. festejou o 262.° Aniversário de
O ponto altodos festejos foia ocupação, oficial,do vetu
sto PalácioVisconde
de Nácar, que passou a fazer parte integran
te do Patrimônio da Cidade.
A Magna Sessão - contando com numerosas presenças, entre elas, as
autoridades civis, eclesiásticas, militares, corpo consular, representantes de
Associações de todas as classes, bem como Prepostos de várias Câmaras
Municipais de Estado - realizou-se às 20h30min daquela festiva data.
Abertos os trabalhos pelo Presidente da Câmara, Dr. Antônio José de
Sant'Ana Lobo,convidou o Dr; Caetano Mun hoz da Rocha, Prefeito Municipal,
para assumir a Presidência da Solene Sessão. O ilustre Prefeito, aceitando a
honraria, solicitou ao Dr. Afonso Alves de Camargo, Primeiro Vice-Presidente
do Estado do Paraná, a distinção de sentar-se ao seu lado.
Composta a mesa, o Dr. Caetano Munhoz da Rocha proferiu vibrante
discurso,discorren
do sobre oaniversário de Paranaguá e,finalizando , declarou
inaugurado o Paço Municipal para atender aos serviços de administração do
Município,no PalácioVisconde de Nácar, agora be m patrimonial da Cidade, o
qual entregava ao laborioso e fraterno povo de Paranaguá. Os presentes
explodiram em vibrantes aplausos.
Assinaram a^pA, as autoridades e convidados, inclusive os vereadores
Dr. Antônio deSant'AnaLobo,Alberto Gom es Veiga,Domingos Soriano da

241
Costa, Aníbal Guim arães Carneiro,osé
J Gonçalves Lobo,Eurípedes Rodrigue
s
Brancos e Priscílioda Silva Corrêa
.
PodereDurante setenta
s Legislativo longos
eExecu anos,
tivo Mun o Palácio
icipais. Em29 deVisconde de Nácar
julhode 1980, abrigou os
o Prefeito,
Dr. José Vicente Eli
as (n.1936), transferiu a Sede do Pod
er Executivo Municipal
para o palácio São José, adredemente preparado para atender às novas
exigências. Este prédio foi adquirido, pelo mesmo prefeito, da Congregação
das Irmãs de São José, quando fechou o Educandário São José, lei n.° 1.225,
de 11 de setem bro de 1978.
O Poder Legislativo Municipal continuou funcionando no histórico Palácio
Visconde de Nacar.
Os esforços do Vereador, Prof. Albino Silva Tramujas, Presidente da
Câmara (1985-1987), dos demais membros do legislativo municipal, e do Dr.
Waldir Salmon, prefeito (1983-1988), dando especial cuidado à preservação
dos monumentos históricos domunicípio,dotaram o Palác io Visconde de Nácar,
de importante trabalho de restauro.
O Palácio Visconde de Nácar, figura na relaçãodos monumentos tombad os
da cidade como Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná,
devidamente inscrito
Nessa mesma no solenidade,
Livro Tombo Histórico,
process
o prefeito, Dr.oCaetano
n.°16/66.Munhoz da Rocha
sancionou a Lein.° 188, de 29 dejulho de1910, instituindo o Hino do Município
de Paranaguá, com el tra doMajor Dom ingos Virgíli
o do Nascimento e músic a
de João Raposo.

19381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Faria de Freitas
CRO 1406
Exemplar de Assinante

242
Câmara e Cadeia. Construção iniciada em 2/2/1731. Demolida em 1912.
Reprodução. O ltiberê - 1922.

"Palácio Royal", construído no lugar da antiga Câmara e Cadeia.


Também já demolido. Em seu lugar funciona um estacionamento particular de
veículos.
243
Paranaguá que passou...

Posse do Prefeito
A câmara estavaDr. Caetano no
funcionando Munhoz da Rocha,
Palacete Matias 21/9/19
Bohn.()ti.
Foto revista Marinha n.° 40 - 1941

Trecho da Rua Visconde de Nácar. Em destaque o Palácio Visconde de Naca


adquirido em 1910, onde, desde então, funciona a Câmara Municipal.
XIII
IRMANDADE DA SANTA CASA DE
MISERICÓRDIA DE PARANAGUÁ
INTRODUÇÃO
A História que emoldura a venerável e benemérita Irmandade da Santa
Casa de Misericórdia de Paranaguá, fundada em 8 de dezembro de 18 35 , para
servir com infinito amor para mitigar o sofrimento do enfermo, confere-lhe
solenidade e gratidão.
Uma Instituição de altruística finalidade sem antigüidade, é como uma
religião sem mistério. Falta-lhe solenidade. E a gratidão é o sentimento de
reconhecimento, própria das grandes almas.
Incursionemos e permaneçamos por uns minutos nos domínios da História.
Corria o século XVIII. Ano 1710.
Um grupo de devotos do Senhor Bom Jesus dos Perdões, à frente José
da Silva Barros, resolveu edificar, aqui em Paranaguá, uma Capela dedicada a
Jesus Nazareno.
Ao pedido de Silva Barros, a Câmara Municipal, em 1.° de dezembro,
deferiu a cessão do terreno e, no dia 27 do mesmo mês e ano, expediu a Carta
de Data, dando-lhe plena posse e domínio, para nele ser construída a capela do
Senhor Bom Jesus dos Perdões, de fato ereta entre 1711 e 1712. (v. Unid. VII
-item 13.0, p . 175) .

DOM JOÃO NO BRASIL


Corria a primeira década do século XI X. Ano 18 07 .
Napoleão Bonaparte, Imperador da França, passeava pelas fronteiras
centenárias dos estados europeus. A sociedade portuguesa, preocupada, trôpega,
estava às portas do desastre.Tropas franco-espanholas, no comando o General
francês Andoche Junot, penetraram as divisas da fronteira lusa. A frente do
Reino de Portugal não se encontrava um Rei, mas um Príncipe-Regente, devido
ao afastamento de Dona Maria I, a Piedosa, 26 . rainha de Portugal (1777-
a

1815) que naufragara numa séria e grave perturbação mental.


O futuro Rei Dom João VI, em solução emergencial, desesperada, única,
resolveu abandonar o Reino às tropas franco-espanholas, refugiando-se em
sua principal colônia - o Brasil. O terror do abismo desabou sobre Portugal.

245
Desde os primeiros dias do ano de 1808, em que o Brasil passou à Sede
da CortePortug uesa, doisgrupos políticos começaram a fun cionar abertamente.
Um, o grupo dos Brasi leiros; o outro, o dos Portugueses. Não era m oficialmente
organizados, entretanto, os dois grupos representaram duas tendências,
identificados como grupos sociais específicos, raízes dos futuros partidos
políticos brasileiros. Os brasileiros defendiam a independência. Os portugueses
batiam-se pela consolidação do s vínculos coloniais com a Metrópole.
Em 16 de dezembro de 1815, o Brasilé elevado à categoria de Rei no
Unido a Portugal e Algarves. A 20 de março de 6, 181
faleceno Riode Janeiro
a Rainha Dona Maria I. A 6 de fevereiro de 1818, o Príncipe-Regente Dom
João foi sagrado e coroado, com título de Dom João VI,o Clemente, 27 .° rei de
Portugal, Brasil e Alg
arve, 1816-1822. Em 26 de abri l de 1821, Dom João VI
embarcou, de volta para Portugal, deixan do no Brasilcomo Príncipe-Regente,
o seu filho Dom Pedro.
A permanência aqui de Dom João VI, proporcionou ao Brasil a estrutura
e as condições que faltavam para abreviar a conquista de sua independência
política. Conseqüentemente, a atitude do Príncipe-Regente, Dom Pedro, em
1822, às margens do Ipiranga, em São Paulo, foi ohofec de um processo que a
muito crescia na alma dopovo, inspirado eestimulado nas suas basespela forte
política nacionalis
ta do gru po dos Brasileiros e, obtendo a independência políti ca
nasceu oEstado Brasil eiro, que significa território eberania.
so
O Grito do Ipiranga representou o passo inicial que deveria estimular a
evolução do processo político brasileiro. Instalada a Constituinte de 1823, o
processo vai criando cor e se definindo, nascendo os políticos Monarquistas,
Moderados e Exaltados.
Monarquistas -herdeiros dosdeais
i políticos do grupo dos portugu eses.
Moderados e Exaltados - herdando suas srcens aos ideais políticos do
grupo dos brasileiros, agora divididos emas duFacções.
O episódio histórico da Abdicação do Imperador Dom Pedro I (1822-
1831), ocorrido a 7 de abril de 1831, provocou uma onda crescente de
inquietação na opinião pública. A turbulência contagiou o povo. Os grupos
políticos, no início do Período RegênciaL, começaram um processo de
organização, que alcançou as camadas populares.
Os Monarquistas, criaram a Sociedade Conservadora que, a partir de
1832, passou a denominar-se
"Restauradores" ou "caramu Sociedade
rus", tend
o como progMilitar.
rama polítEram conhecidos
ico - direitaradical
- favoráveis ao retorno de Dom Pedro, pró-latifúndios, manutenção dos laços
com Portugal e com os Bragànças.
Os Moderajjps - detentores no iníci
o do poder no iníci
o do período da
Regêncial, conhecidos como "Chimangos", arregimentaram-se numa

246
agremiação podero
sa e que batizaramcom o nom e de SociedadeDefensora
da Liberdade e Independência, tendo como programa político - direita moderada
- pró-latifúndios, unitaristas, monarquistas. Os Exaltados, conhecidos como
"Farroupilhas"
programa ou "Jurujubas",
político, agruparam-se
- esquerda liberal na Sociedade
- federalistas, Federal,
republicanos, tendo como
favoráveis à
burocratização da estrutura econômico- social.
Essas agremiações representam e fato e de direito à existência formal
dos partidos políticos. Eram três, mas, em essência, reduziram-se a duas:
Monarquistas e Republicanos.
O falecimento de Dom Pedro I,em Portugal, a 24 de setem bro de 1834,
desestabilizou a Sociedade Militar ou "Restauradores".
Os dois gran des partidos,
que se revezaram no pode r - Conservado
res e
Liberais- durante todo oImpério Brasileiro, nasceram naqueles agru
pamentos
políticos.

SOC IEDAD E PATRIÓTICA DOS DEF ENS OR ES DA


INDEPENDÊNCIA E LIBERDADE CONSTITUCIONAL
Em 9 de ou tubro de 1831, em Paranaguá, com a presença de 48
paranagüenses,
Peixoto,foi fundadaema Assembléia presidida
ótica dos pelo
Sociedade Patri Juiz-de-Fora,
Defenso Dr.ncia
res daIndependê João Teixeira
e Liberdade Constitucional, sendo eleitos:
Presidente - CapitãoJoaquim Antô nio Guimarães
Secretário - Tenente-Coronel Manuel Francisco Corrêa Júnior.
Em 1.° denovembro domesmo ano,na Assembléia Geral paraaprovação
dos Estatutos, foi apresentada uma proposição para que fosse incluído em um
dos artigos, a fim de que a Sociedade tivesse hospital logo que pudesse. 152

Fundada por el ementos da sociedade paranagüense, de tendência política


moderada, a Sociedade Patrióti ca contava, em1835, com quatro anos de
existência, inclusive dispondo-se ao mister caritativo de socorrer com
subsistência, recursos médicos e medicamentos, aos doentes pobres. Nesse
ano, a Sociedade considerou o Brasil livre de ameaças, apesar da difícil
contingência políticado Perío
do Regencial.
Em Assem bléia Geral da Sociedade,
realizada a 26 de ho
jul do referido
ano de 1835, o Tenen te-Coronel Manuel Francisco Corrê
a Júnior (1
809 -1857),
apresentou uma proposta escrita para dissolução da Entidade, convertendo a
Irmandade de Misericórdia, desde que aprovada pela Assembléia Legislativa
Provincial e pelo bispado da Diocese de São Paulo.
(152)- VIEIRA DOS SANTOS,MÊtônio.Memória Histórica. Cronológica. Topográfica e Descritiva da Cidade de
Paranaguá. 1850. Ed. Prefeitura Municipal de Paranaguá, 1922, p. 247.

247
A proposição dispunha ainda que se prosseguisse na utilização dos
Recursos financeiros existentes, aos socorros caritativos, até a instalação do
Hospital.
IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE
PARANAGUÁ
Em 5 de outubro do mesmo ano, a Assembléia Geral Extraordinária,
reunida com a presença de 26 membros da Sociedade, aprovou a proposta de
Corrêa Júnior e nomeou uma Comissão integr ada pelosPadres João Crisóstomo
de Oliveira Salgado Bueno, Vicente Ferreira de Oliveira e Vicente Pinheiro
para a elaboração do Compromisso daIrmandade daSanta Casade Misericórdia
de São Paulo.
A primeira Santa Casa do Brasil foi fundada por Brás Cubas, no Porto
de Santos, em 1543, seguindo-se a do Rio de Janeiro,em fins do século XVI ,e
as outras nas principais vilas das cidades, guiando-se por Regulamento ou
Compromisso, semelh ante par
a todas e similar aoprimeiro,que foi ade Lisboa,
em 1498.
As Irmandades de Misericórdia, com suas Santas Casas, foram as
responsáveis pela assistência médico-hospitalar do Brasil, nos quatro primeiros
séculos. Fruto da benemerência do povo, essas instituições, de caráter sócio-
religioso,assistiram aos enfe
rmos e perm itiram às Esc
olasde Medici na o ensino
prático.
Em 6 de dezembro desse mesmo ano, a Sociedade Patriótica realizou
uma Assembléia Geral Extraordinária, na capela do Senhor Bom Jesus dos
Perdões, tendo a comissão nomeada apresentado o Projeto do Compromisso,
para servir de regra à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá.
Aprovado o Compromisso, remeteram-se cópias à Assembléia Legislativa
Provincial e à diocese de São Paulo. Também nessa assembléia, o associado
JoãoAntônio dos Santos ofereceu uma imagem de Nossa Senh ora daConceição,
Padroeira da Irmandade.
A assemb léia de7 de dezembro de1835, pela Irmandade da Santa C asa,
na Capela do Senhor Bom Jesus dos Perdões, foi realizada para a escolha da
primeiraDiretoria,assim constituída:
Provedor --Major
Escrivão Tenente-Coronel
Bento Antônio
Manuel
da Costa
Francisco Corrêa Júnior
Tesoureiro - Comendador Manuel Antônio Guimarães (futuro
Barão e Visconde de Nácarf
Mordomo do Hospital - Capitão João Manuel da Cunha
Mordomo dos Presos - Alferes Manuel Ignácio de Simas

248
Procurador - VicenteFerreira Pinheiro.
O primeiro Provedor, Manuel Francisco Corrêa Júnior, foi o último
Protetor
O da Irmandade doda
Compromisso Senhor Bom
Irmandade Jesus
da dos
Santa Perdões.
Casa de Misericórdia de
Paranaguá foi apr ovado pelo Bispado da Diocese de SãoPaulo,Provisão de28
de fevereiro de 1836 e aprovado também pelaAssembléia Legislati va Provinci
al,
lei n.° 30, de 7 de março do mesmo ano, sanciona da pelo Presidente da Província
de São Paulo, José Cesário de Miranda Ribeiro.
Em 16 de outubro de 1836, uma comissão indicou a casa do Tenente-
Coronel Manuel Francisco Corrêa Júnior, para servir de hospital, casa essa
situada na rua que segue para o arsenal, acreditando situar-se na antiga rua da
Ordem, hoje Rua 15 de Novembro, esquina da Rua Marechal Alberto Ferreira
de Abreu, alugada por 120$000 anuais.
Em 1836, deu-se instalação provisória ao primeiro hospital da Santa Casa,
sendo destaProvedor o Tenente-Coro nel Manuel Francisco Corrêa Júnior, em
prédio de sobrado na Rua da Ordem, de propriedade do mesmo provedor, que
o alugou por 120$000 anuais. 153

A Missa solen e de Instalaç


ão, celebrou
-se a 8 de dezembro de 1836, Dia
da Imacu
para lada Conceição.
celebração Dia Nacio
da festa nal daFamília.
da Irmandade daDia da Just
Santa iça. Dia
Casa de Con sagrado
Misericórdia de
Paranaguá. Nasceu a primeira Santa Casa em território paranaense.
A Instituição necessitava de um Templo para centro de sua devoção
dedicada a Nossa Senhora da Conceição e de terreno para nele construir o
futuro Hospital.
A vila era carente em assistência médico-hospitalar. Apresentava elevado
índice de mortalidade, compensado comelevada natalidade. Oestado sanitário,
não somente em Paranaguá, mas em todas as cidades e vilas litorâneas,
apresentava-se bastante precário, devido em grande parte, à ignorância com a
falta de higiene domiciliar. Inexistia serviço de saneamento. Epidemias
freqüentes. Surtos de varíola além das endemias próprias, locais que atingiam
e preocupavam as pessoasde elevado espírit
o público, como oTenente-Coronel
Manuel Francisco Corrêa Júnior e seus companheiros, imbuídos todos de
sentimentos cristãos para os menos favorecidos.
Em 1837, cumprindo determinação do Presidente da Província de São
Paulo, oInspetor daAlfândega deParanaguá, a 21 de agosto,oficia à Irmandade
da Santa Casa de Misericórdia, colocando à disposição da mesma, uma parte
do colégio dos jesuítas não ocuj)ada pela Alfândega. O Governo Provincial
autorizou, ainda, que revertesse^m benefício da Santa Casa a contribuição da
#
(153)- NASCIMENTO JÚNIOR, Vicente. A Irmandade da Misericórdia. Poliantéia, ed. Santa Casa. 1935, p. 4.

249
taxa marítima arrecadada pela Alfândega.
Devido aos gastos forçados para adaptar a parte cedida do vetusto e
antigo Colégio dos Jesuítas, a Irmandade da Santa Casa preferiu continuar com
as instalações provisórias na casa alugada, porém, cogitando das possibilidades
de angariar recursos para a construção de Hospital próprio.
A região apresentava intensa produção agrícola, importantes obras
públicas emandamentos, como aabertura da estrada carroçávelpara Morretes,
obras da Igreja Matriz, da Cadeia, da Fonte Nova - que existiu até 1912 em
plena avenida Arthur de Abreu - limpeza de ruas e de valas. O Governo
Provincial injetava recursos que animavam o giro comercial.
As atividades do comércio marítimo - característica econômica de
Paranaguá - apresentavam -se prósperas
já que possuía:16 lojasde fazenda, 5
Lojas de Fazenda e Gêneros Secos, 23 lojas exclusivamente de Molhados, 1
Farmácia, 1 Bilhar, 20 Tabernas, totalizando 66 estabelecimentos comerciais
cadastrados, segundo lançam ento para cobrança do
novo imposto do Banco do
Brasil, durante o ano de 1836. 154

O último Protetor da Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Perdões,


Manuel Francisco CorrêaJúnior,com asrazões e os entendimentos mantido s,
obteve a cessão
nele construir o daital.
hosp capela do Senhor Bom Jesus e dos. terrenos anexos, para
Os repasses da contribuição da taxa marítima, somados a outros
donativos, mensalidades dos irmãos, comportavam melhoramentos, manutenção
e atendimentos médicos aos enfermos pobres.
Em 1838, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia iniciou a construção
do seu hospital,juntoà Capela doSenhor BomJesus dos Perdõe s. Nesse mesm o
ano ficou encarregadoatender
de aos enferm os o médico Guilh erme Wyle , que
encabeça a stali dos discípulos de Hipócrates, no atendimento aosdoentes.
Com os recursos obtidos do Governo Provincial, donativos,doações de
materiais, empré stimos, campanhas, conseguiu-se concluira obra,em fins de
1841.
O hospital da Santa Casa foi edificado junto à capela do Senhor Bom
Jesus dos Perdões:- sua frente mede 100 palmos e corre na mesma linha da
capelinha e150 palmos de fundo seguindo a linha da Rua da Misericórdia.A
frente conta esis janelasde peitoril ea porta princip
al fica pela parte da Rua da
Misericórdia
Suas divisõespor onde seconstam
interiores estende de
o edifício, que conta
uma grande nesta
sala que parte
serve 11 as
para janelas.
sessões
da Irmandade e quatro grand
es enfermarias, um
a saleta, que serve dearquivo
e outra maior onde está a b^tica.
#
(154)- LEITE, Zenon. Cronologia Aduaneira. O Itiberê, 1927.

250
uas ungens a Aiuauaaae

Paralelo a estas salas, há um corredor que vai ter ao grande quintal e


capelinha, oqual mede oitopalmos de largo.Para o fim desteorredor,
c há um
a
casa separada
adiante doarias
trêsenferm edifício,
par que
a senh serve
ores.Emde vivenda
contin
uação doaosmesm
enfermeiros
o edifício, ehámais para
quartos para o serviço interno, dispensa, cozinha, etc. 155

A Irmandade da Santa Casa desocupou as instalações provisórias da


casa alugada da antiga Rua da Ordem, iniciando suas atividades nosocomiais
no prédio recém-construído. Durante 59 anos, o Hospital serviu e tratou dos
habitantes da região.
O hospital, em 19de maio de 1880, teve a honra de recebero Imperador
Dom Pedro II e comitiva,quando davisitade Suas MajestadesProvíncia
à do
Paraná, aportando em Paranaguá, solenizando o início dos trabalhos da
construção da Estrada deFerro,trecho Para naguá - Curitiba.
Em 1897, o Presiden te do Estado do Par
aná, Dr. José Pereira deSantos
Andrade, sendo Secretário de Estado das Finanças o paranagüuense Luís
Antônio Xavier e de Obras Públicas Cândido Ferreira de Abreu, tornaram
realidade aidéia deconstruir em Paranaguá, um edifíciopara Asiloda Infância
desamparada, na Praça Pires Pardinho, popularmente chamado de Campo
Grand e, e o mesmo
de Paranaguá, ficaria
sendo a cargo
seu da Irm
Provedor andad
Joãoe Guilherme
da Santa Casa de Misericórdia
Guimarães.
O hospital constru ído entre os anos 1836 a 1841, já estava cumprindo
com dificuldade as novas exigências da atividade hospitalar.
Por doação, a Irmandade da Santa Casa recebeu o novo prédio, para
nele ser instalado o Hospital. Este prédio foiconstruído comrecursos do Estado
do Paran á, da Prefeitu
ra Municipa l e de diversas doações,entregues no início
do século XX.
O Provedor JoãoGuilherme Guimarães, poressamesma época,conseg uiu
obter o concurso dealgumas Irmãs daCongregação deSão José, substituin do
as enfermeiras leigas pelas religiosas. A primeira religiosa, que serviu ao
hospital, como Irmã superiora, foi a abnegada serva Maria Eufrásia.
No dia 10de junho de 9100, com grande número de irmãos e devotos,
foi realizada a procissão daImagem de Nossa Sen hora da Conceição,da Capela
do Senhor Bom Jesusdos Perdões, para a Capela provisória novdo
o Hospital,
celebrando-se às lOh, Solene Missa Inaugural, seguindo-se a bênção das
instalações, e ali, com as ampliações e benfeitorias executadas, a Santa Casa
de Paranaguá vem funcionando há quase um século.
As antig as instalações em que funcionou a Instituição,a partir de1902,
foram ocupadas pela Congregação de São José, adaptado para um colégio, o
(155) - CRUZ, Demétrio AcâÈo Fernandes da. Apontamentos Históricos, Topográficos e Descritivos da Cidade
de Paranaguá, ed. Tipografia do Diário doRio de Janeiro, Rio deJaneiro, RJ, 1863, p. 25.

251
ColégioSão José, que funcionou até oano de 1936, quando mudou-se para
prédio próprio, situad
o à Rua Júlia da Costa, esquina com aAvenida Gabriel de
Lara. O Educandário São José, com relevantes serviços à causa da educação
em Paranaguá, encerrou suas atividades no ano de1980.0 prédio foiadquirido
pelo Município, Administração do Prefeito, Dr. José Vicente Elias, e
transformado em Paço Municipal.
A Irmandade da Santa Casa de Misericórdi a de Paranaguá, sem recursos
financeiros para executar reformas, consertos e reparos nos históricos bens
patrimoniais, herdados da Irmandade do Senhor Bom us Jesdos Perdões,decidiu
colocar à venda.
Obtida a Ação Declaratória de Domínio por Usucapião e sem nenhuma
possibilidade de iniciar a restauração, vendeu a propriedade para o Sr. Carlos
Lamberg, conform e Escritura Públi
ca lavrada no 1.° tabelião Bernardin
o Pereira
Neto, pelo reço
p certo e aju stado de 55.000.$000 (cinqüe nta e cinco contos de
réis), em 1938. 15 6

O comprador apressou-se em providenciar a demolição da Capela,


Hospital e outras benfeitorias existentes, sob o pretexto de que o local se
destinaria à construção de prédios.
1710, Aaosimpática quadra,
primeiro Prote objeto
tor José daBarros,
da Silva cessãoé do
hojePoder
um Público
a da Municipal, em
s mais nobres,
localizada no miolo da cidade e nela, abriga um Posto de Combustível, uma
Loja de Eletrodom ésticos ea Caixa Econômica Federal do Paraná - agência de
Paranaguá. A quadra tem a fren te para o Largo Côneg o Alcindino;lateral
direita -para a Travessa 9 deagosto; lateral
esquerda para a Rua Dr. Leocádio;
fundos - para a Praça Fernando Amaro.
Na paisagem marcante da História da Irmandade da Santa Casa de
Misericórdia,que nasceu da proposta do seu principal
fundador, Tenente-C oronel
Manuel FranciscoCorrêa Júnior, em835, 1 deixa atrás desi um rastro luminoso
de amor e de trabalho, engrandecendo sua altruística finalidade - a Caridade
Cristã.

NOMINATA DOS PROVEDORES


1 - Manuel Francisco Corrê
a Júnior - 1836 -1838
2 - Bento Antônio da Costa 18391840
-
3 - Manuel Francisco Cor
rêa Júnior - 1841 -1844
4 - Manuel Antônio Guimarães (futuro Barão e Visconde de Nácar) -
1845-1848 i-
(156) - Livro de atas das stÊdes da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá, sessão realizada
em 6 de janeiro de 1937.

252
5 - Manuel Antônio Pereira (o últim o Capitão-Mor) -1849-1852
6 - Joaquim Américo Guimarães - 1853 -1855
7 - João Manuel da Cunha - 1856 -1860
8 - José Gon çalves Marques - 1861-1862
9 - JoaquimCândido Corrêa - 1863 -1875
10 - Antônio Francisco Santa Rita - 1876 -1880
11- Leocádio Pereira da Costa- 1881 -1882
12 - Manuel Antônio Guimarães (Visconde de Nácar) -1883 -1887
13 - Antônio Luís Bittencourt - 1888 -1889
14 - Manuel Antônio Guimarães (Visconde de Nácar) - 1890-1892
15 - João Eugênio Gonçalves Marques -1892 -1894
16 - João Gui lherme Guimarães - 1895 -1900
17 - Teodorico Júlio dos Santos - 1901-1902
18 - Manuel Bonifácio Carn eiro - 1903 -1904
19 - Policarpo JoséPinheiro - 1905 -1907
20 - Elísio Siqueira Pereira Alves (renunciou a 17/5/1910) - 1910
21 - Pedro de Paula Manso - 1910-1911
22 - Dr. Caetano Munhoz da Rocha -1912-1916
23 - José Gonçalves Lobo -1917-1922
24 --Dr.
25 Domingos Soriano
Belmiro danhadadaCosta
Sal .1923*-
Rocha- - 929
1 1928
-1932
26 - Antônio José de Sant'Ana Lobo - 1933 -1934
27 . Ari Santos (por tivo
mo de m udança, renunciou aocargo)- 1935
28 - Alberto Cominese - 1935 -1939
29 - Dr. Hugo Pereira Corrêa - 1939 -1942
30 - Eugênio José de Sousa - 1943 -1948
31 - Antônio Moraes Pereira da Costa -1949 -1953
32 - Nilson PereiraNeves - 1954 -1957
33 - Dr. João Ferraz de Ca
mpos - 1958 -1959
34 - Dr. Genaro Regis (Paulino Pioli)- 1959 -1960
35 - Paulino Pioli - 1961 -1962
36 - Nilson PereiraNeves - 1963 -1964
37 - Nelson Pereira Neves - 1965 -1968
38 - Francisco José Barbosa - 1969
39 - Paulo de Almeida Pires -1970 - 7/75
Interventores
40 - Dr. Eduard
o Digiovani -1975
41 - Gil Maria Franzo i^ 1976-7/77 - Interino
42 - LudoviçoMickus - ago./set./out./1977
43 - Jair China - 1978 -7/1979

253
44 - Paulino Pioli -ago/dez/1979
45 - Dr. José Maria V alinas Barreiro - 1980-1981
46 - Prof. Acir Gabardo - 1982 -1985
47 - Dr. Alfredo Jorge Budant - 1986 -1987
48 - Josevaldo Martins da Costa -1988 -1989
49 - João Kravitz (Dr. Raul Leone) -1990-1991
50 - Dr. Raul Leone - 1992 - atual

19381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Fariade Freitas
CRO 1496
Exemplar de Assinante
XIII - RÁPIDAS REFERÊNCIAS

Proposição apresentada em 26 de julho de 1835, pelo Tenente-


Coronel Manuel Francisco Corrêa Júnior, para que a Sociedade Patriótica
dos Defensores da Independência e Liberdade Constitucional fosse
transformada em Irmandade da Santa Casa de Misericórdia do Paraná.

"Senhores:
O desejo de ser útil à minha Pátria, moveu-me a que promovesse com
toda a energ
ia e patriotism
o a criação desta Sociedade,que felizmen
te consegu
iu
em tempos calamitosos e que uma restauração aborrecia e uma perfeita
oligarquia ameaçava o nosso solo, depois do glorioso dia 7 de abril, porém,
hoje, graças à Providência, não há que temer estes resultados e mesmo por
estar convencido de que, ndqua
o a Pátria exija de novo, nós nos associaremos
para debelar o espírito da intriga e da'tirania óú dá anarquia que porventura
haja de aparecer em o nosso abençoado Brasil,e que o mesmo Juramentoque
prestamos na ocasião da nossa entrada, será sempre aquilo que nos guiará em
toda a ocasião que a Pátria reclama.

animamConvencido,-
edadeportanto,
esta Soci dos
edo espírito verdadeiros
de Caridad sentimentos
fessam todos patrióticos
e que pro osSócios, que
apresso-me a vos oferecer a seguinte proposta fundada na mais verdadeira
filantropia e mesmo em harmonia com os Artigos 13 e 15, dos Estatutos que
nos regem. Oxalá que a aceiteis com interesse que o caso exige e eu o tomo.
Proposta em har monia com os artigos3e1 15,de que indi
quei em Sessãode 10
de maio,proponho:
1.° - Que esta Sociedadesejaconvertida em Irma
ndade de Misericórdia,
passando aos Sócios as instruções sujeitas a pagarem as anuais que forem
marcadas pelos novos Estatutos (depois de aprovados competentemente), e
não a entrada, pois que para ela será aplicada a Caixa que existe a fim de fazer
fundo a mesma Irmandade.
2.° - Logo que seja apro vada esta prop
osta, conform
e o artigo13 dos
estatutos se haja de nomear uma comissão a fim de compor o nosso Estatuto do
Compromisso daIrmandade, aqual depois de aprov ado pelaSociedade,se deverá
pedir a aprovação do Prelado e da Assembléia Provincial a fim de gozar a
Irmandade dos se
3.° - Que benefícios da Lei
escolha uma Provincial
Capela de 23dedeCentro
que sirva marçoàdo corrente ano.
Irmandade, até
que nos seja concedido esnopoisamos construirdoa Colégio,visto qu
e por
ora não será possível.
4.° - Que fique# no vigor dos Estatutos que nos regem até que o novo

255
sejas definitivamente aprovados pelas autoridades competentes.
5.° - Finalmente, que se continue socorrer os enfermos indigentes da
mesma
maneira,forma que
ou melh seatem
or form que praticado
possa ser euan
enq a Casa
to nãocontinue a existirqu
secriar o Hospital, pela
e mesma
se pretende.
Paranaguá, em sessão da Sociedade Patriótica dos Defensores da
Independência e da Liberdade Constitu
cional, 26de julho de1835.
Manuel FranciscoCorrêa Júnior". 157

19381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Faria de Freitas
CRO 1496

(
Exemplf de Atsinante

(157)- VIEIRADOS SANW0S, Antônio.M emória Histórica. Cronológica. Topográfica e Descritiva da Cidade de
Paranaguá. 1850. PMP. 1922, p. 262.

256
257
XIV ÃO DO TRÁFICO DE
PARA NAGU Á EA EXTINÇ
AFRICANOS
O TRÁFICO
A montagem de um sistema produtor açucareiro na grande lavoura do
Brasil, nos primórdios da colonização, dependeu, basicamente, da mão-de-
obra escrava.
A princípioos portugueses tentara
m escravizaros naturais,entretan
to, a
doutrina mercantilista da época, considerava o indígena sem condições de
adaptação para o trabalho, penoso e exaustivo, da grande propriedade.
O tráfico negreiro abria umo,novpromisso
r e relevante setor deomércio
c
colonial, que não podia deixar de interessar à burguesia mercantil e marítima
do Reino de Portugal. Os lucros provenientes do apresamento de índios
permaneciam nas áreas coloniais, em poder dos colonos especializados nesse
tipo
aindademais,
atividade.
As rendas gerad
a acumulação as capital
de pelotráfico
das deescravos mercantis
camadas africanos,
reforç
e amarítimas
va
interessadas no enriquecimento dos mercados europeus engajados no
abastecimento das colônias em mão-de-obra negra. Dentro, portanto, das
exigentes normas do Mercantilismo, já que o objetivo mercantilista era o
fortalecimento, cada vez mais do Estado Nacional e, indiretamente, o
desenvolvimento e a riqueza daburguesia europé ia.
Gil Eanes, navegador portu
guês, tendo dobrado o Cabo Bojador, na costa
ocidental africana,
em 1434, levou para Portugal a primeira amo stra denegros.
Em 1442, já oslusos recebiam os primeiros escravos da Guiné, Congo, Angola.
Depois o tráfico de negros atingiu a costa oriental da África e foram levados
negros deMoçambique.
Os Sobas -chefes deribos
t africanassem
- o menor escrúpulo, vendiam
os prisione
iros eaté os próp
rios súditos. No iníc
io, a transação erarealizada de
forma muito simples, usando-se o sistema de escambo (troca), utilizando-se
todo tipo de miçangas, guizos, tecidos, vidrilhos, armas, utensílios de ferro.
Mais tarde,introduziram-se o tabac
o e aguardente, os quais tornaram-se ito mu
importante nestetipo deescambo.
Milhares de negros vão sendo embarcados para os Açores, Madeira,
Cabo Verde e Brasil, em navios de pequena tonelagem, propulsão à vela,
amontoados com más condições higiênicas, alimentação precária, doenças
epidêmicas, naufdlgios por excesso de carga, saudade - banzo - contribuindo

258
para que parte da carga - cerca de 40% - fosse dizimada.
Dos portos de desembarque - sendo os principais: Rio de Janeiro, Salvado r,
Recife e São Luís -marchava a leva de escravos para as estações deengorda,
fora dos centros populosos e, daí, seguiam em grupo para as fazendas ou
engenhos, sevinham destinados comprado
a res,ou para os armazé ns das ef iras,
se para venderem no repugnante mercado de escravos.
Os negros vindos para o Brasil, saíram de vários pontos da África, da
costa ocidental e oriental e de algumas regiões do interior do continente. Os
grupos mais importantes foram os da cultura sudanês e banto. Os sudaneses
devido à influência do Islamismo, eram os mais adiantados.
A estimativa do número de africanos introduzido no Brasil, durante o
espaço detempo superior atrês séculos eque encontra mais defens ores éa do
historiador Afonso Escragnole Taunay, calculada em 3.600.000 escravos
africanos desembarcados no país,distribu ídos pelosdiverso s Séculos:
No século XVI - 100.000
No século XVII - 600.000
No século XVIII - 1.300.000
No século XIX - 1.600.000
Em meados do século XVII, a população escrava do Brasi l superava a
população
escravos. livre. Em 1660, o Brasil contava com: 74.000 brancos, 110.000
Em 1816- 1.428.000 livres, inclu sive negros e mulatos forros 1.930.000
escravos.
Sabendo-se que o temp o de vida de um esc ravo negro chega do ao Brasil
variava entre sete e dez anos, mesmo assim a população negra era maior.
No iníciodo século XI X, grande parte do tráfico negreiro dirigia-se para
o Brasil, onde tanto no campo, como nos centros urbanos, o escravo negro
constituí
a o esteio do rtabalho.
Sem o elemento negro, o Brasil não seria por certo, o que hoje é e se
orgulha de simesmo por que foi forçaa dotrabalho negro que o transform ou e
deu-lhe riquezas.
Economicamente, o Bras il é o resultado da escravatura. Foi ela que d eu
as condições dedesenvolvimento eexpansão dochamado ciclo açucareiro,da
produção algodoeira, do tabaco,do cacau. E, mais tarde,quando se descobriu
os minérios, e sendo necessário o trabalho duro de perfurar a terra para a
extração do ouro, foi ao negro que se recorreu. O negro fez do Brasil o
verdadeiro lar do povo
Os escravos são asbrasileiro
mãos e ose pés
dos do
imigrantes
senhor doque vieram porque,
engenho, de toda parte.
sem
elesno Brasil não é possí
vel conservar nem aum
entar fazenda, nem ter engenh
o
corrente." 8

(158)- ANTONIL, André João^0oão Cândido Andreoni, S.J.). Cultura Opulência do Brasil por suas Drogas e
Minas. São Paulo. 1923, p. 206.

259
A emancipação do escravo negro levou séculos para amadurecer. Em
1757, Manuel Ribei ro da Rocha, padre lisboeta eadvogado na Bahia,publicou
um livroem que defe ndia uma relativa liberdade para o escravonegro, intitulado:
Etíope Resgatado, Empenhado, Sustentado, Corrigido, Instruído e Libertado.
Em 1789, quando a Conjuração Mineira, os conjurados discutiram o
problema servil.A Revoluçã o Industrial, noiníciodo século XIX, considerando
a necessidade de ampliar omercado consum idor, levou gra
ndes potências,como
a Inglaterra, a pressionar o final da escravidão.
Em 25 de março de 1807, a câmara dos lordes ingleses, votou a Lei da
Extinção do Tráfico. Já durante as guerras napoleônicas, a Inglaterra exercia
uma relativa fiscalizaçãodos mares, usan do dos direitos de buscas próprio dos
períodos de guerras, para capturar navios negreiros.
A 27 de novembro desse ano, a Família Real do Governo e a Corte
Portuguesa, deslocaram-se para o Brasil, sob a proteção da Esquadra Inglesa,
chegando à Bahia,a 22 de janeiro eao Riode Janeiro, a 6de março de 1808.
Em fevereiro de 1810, Portugal e Inglaterra assinaram no Rio de Janeiro o
Tratado de Aliançae de Amizade, no qual, em algumas cláusulas, referiam-se
ao comércio de escravos, estabelecendo a sua gradual extinção e delimitando
as áreas
portu africana
guesas s de exportação
e passaram deanegros.
os inglesesapresarProibiu-se
sist tráfico
ematicamenteforatodos
das
oscolônias
navios
negreiros portugueses, mesmo que viessem das colônias lusas.
Antônio Rodrigues Veloso de Oliveira, nesse ano de 1810, defendeu a
libertação dos nascituro
s de mãe escrava.Era conceituado magistrado paulista.
Hipólito José da Costa,em Londres,onde publicava oseu "CorreioBrasiliense",
considerava libert
a ação gradu al donegro como um impe rativo da nacionalidade
brasileira. João Severiano Maciel da Costa, Marquês de Queluz, após deixar o
governo da Guian a Francesa, publicouum livroonde mais um a voz selevantou
contra a escravidão.
Em janeiro de 1815, no Acordo de Viena, a Inglaterra reconheceu o
caráterilegaldo apresamento dosnavios negreiros portug
ueses, ficando firmada
a aboliçãodo tráficoao Norte do Equad or. Nesse me
smo ano,a 8 de fevereiro,
a Inglaterra, Portugal, Áustria, Prússia, Rússia, França, Espanha e Suíça,
assinaram a Declaração das Oito Potências, firmando-se que a extinção do
tráfico negreiro deveria se dar o mais breve possível.
Apesar de toda a pressão inglesa, o tráfico de africanos para o Brasil
continuava.
No acordo de 817,
1 ficou permitida aabordagem de nav
ios suspeitos de
serem negreiros, vindos de pfesições africanas do Norte do Equador.
Em 1822, Q&mingos Jorge de Barros, deputado pela Bahia às Cortes
Gerais Port
uguesas, apresentou um projetoemancipação
de gradu
al dosnegros

260
escravos existentes no Brasil.
José Bonifácio de Andrada e Silva e Antônio Ferreira França, após a
proclamação da Independência Política do Brasil, destacaram-se como dois
ardorosos defensores da abolição.
Com a Independência do Brasil, a pressão inglesa volta-se diretamente
para o novo governo constituído.A política adotada para o rec onhecimento da
independência dos novos Estados Americanos, em troca de concessões
comerciais, era vantajosa para a Inglaterra. As antigas colônias na América
aceitaram as condições propostas pelos ingleses, em troca do reconhecimento
de suas independências.
O Brasil hesitava. Em 1823, Portugal ameaçava em retomar sua ex-
colônia, o que tornava mais premente a necessidade de o Brasil conseguir o
reconhecimento de sua independência por parte da Inglaterra que, em troca,
exigia a assinatura de um acordo determinando o final do tráfico negreiro.
Em 26 denovembro de 1826, finalmen te, foiassinado no Riode Janeiro
um Tratado entre Brasil e Inglaterra,pelo qual ambos ospaíses reconheciam os
acordos anteriorm
ente havidos entre Portug al e Inglaterra,no que concerne ao
problema da escravidão e do tráfico. O Brasil comprometeu-se a extinguir
totalmenteAo Inglaterra,
pirataria. comércio escravista
por sua vez,dentro de três anos,
formalizou considerando-odacomo
o reconhecimento
Independência do Brasil. Ficou estabelecido que: três anos após a troca de
ratificações não seriamais lícito aos súditos do Império do Brasilfazer o tráfico
de escravos da costa da África, sob qualquer pretexto ou maneira, sendo a
continuação desse comércio feito depois da dita época por súdito mesmo do
Império, considerada e tratada como pirataria.
O tratado foi ratificad
o a 13 de março de 1827.
Com o atraso de mais de um ano, em maio de 1831, o Marquês de
Barbacena intr oduziu no Senado um pro jeto delei contra otráfico negreiro. A
7 de novembro foi sancion ado comoei l pelo Ministro daJustiça,Diogo Antônio
Feijó,regulamentando a 12 de abril de1832, a qual declarav a livres osafricanos
desembarcados no Brasil desde então. 159

Em função da cultura cafeeira, deu-se um incremento no comércio


negreiro ilegal. Enquanto no ano de 1832, foram introduzidos no Brasil 110
negros, no ano segu inte essenúmero elevou -se para 1.233. Em 1838, entraram
40.256
e 1845,africanos,
entraramemnúm
ero
mé que20.
dia ascen
000descravo
e para 42.182
s por anno anoBrasil.
o no seguinte.
A leiEntre 840
de18311
permaneceu como letra morta e ps protestos ingleses, ignorados.
Em 8 de agosto de18^5, o*Parlamento Inglês aprovou o projeto de lei do
%*
(159) -Ver texto da Lei em Rápidas Referências XIV.

261
Lord Aberdeen, George Gordon, Ministro das RelaçõesExterior es daInglaterra,
conhecida entre nós sob a denominação de "Bill Aberdeen", que declarava
legal o apresamento de qualquer navio empregado no tráfico e dava ao
Almirantado inglêso poder de julgaros infratore s por piratar
ia.
Os traficantes,operando nas costasbrasileiras,sentiam-se alarmados e,
ante a ameaça inglesa, desenvolveram novas táticas para realizar o tráfico,
tanto no mar,como naterra,buscando portos mais isolados para o desembarque
de negros,com navios debaixa tonelagem, freqüentando ospequenos portos e
embarcadou ros, como pontos de negóciosdifere ntes ao tráficolícito
i de escravos
novos. Os navios de guerra da poderosa Marinha Inglesa, baseados no Rio de
Janeiro, patrulhavam o litoral brasileiro e invadiam pontos da costa, rios e
ilhas, capturavam navios mercantes e enviavam os responsáveis a tribunais
ingleses, provocando incidentes entre brasileiros e ingleses, desenvolvendo-se
assim,um pronunciado sentim ento anti-brit
ânico noscentrosurbanos do país.
A opinião pública brasileira,
já insatisfeita
com a intromissão daInglaterra em
assuntos nacionais, agravou-se com o "Bill Aberdeen".
Apesar dorigor impos to nocumprimento do B " ill Aberdeen", por parte
da marinha de guerra britânica, o contrabando de negros aumentou:
em 1845- -entraramno Brasil50.324;
em 1846 50.000 escravos;
em 184 7- 56.172;
em 1848 - 60.000.
NAVIOS MERCANTES DE ARMADORES PARANAGÜENSES
No limiar do ano de 1850, os armadores o os navios mercantes de propulsão
à vela de Paranaguá, eram os seguintes:
1 - Antônio Pires daCosta:Iate Izabel, de 20 toneladas de registro
2 - Antônio José de Araújo: Iate Marmelo, de 20 tonelad as
3 - Antônio Goularte da Silveira:Iate Sociedad e Feliz, de 30 toneladas
4 - Antônio Lu ís doNascimento: Iate Maria Luísa, de18 toneladas
5 - Antônio Gomes: Iate Robalinho,23 detonelad as
6 - Domingos Tadeu Ferreira: Escuna Espadarte, de 54 toneladas
7 - Genoveva Gonçalves do Nascimento: Patacho Feliz Conceição, de
61 toneladas
8 - Francisco Alves de Paulo: Brigu
e-Escuna Cabocla, de 104toneladas
9 - Hipólito José Alves: Barca Rufina, de 305 toneladas.
Bergantim Maria Rosa, de 126toneladas
Bergantim Belisário, de 233 toneladas

262
10 - Joaquim Antônio Guimarães e Manuel Araújo Guimarães: Bergantim
Águia de Prata, de 202 toneladas
11 -Antô
Joaquim
nio Guimar
Antônio
ães:
Guim
Bergantim
arães, José
Cascudo,
Francisc
deo227
Barroso
toneladeManu
as el
12 - José Leandro da Costa: Bergantim Carijó, de 245 toneladas
13 - José Antônio Pereira Alves: Bergantim Pereira, de 166 toneladas
14 - José Ferreira da Silva:
Bergantim Pedro II, de 248 toneladas
15 - José Joaquim de Oliveira: Bergantim Cacique, de 184 toneladas
16 - José Antônio Pereira da Silva: Patacho Maria, de 40 toneladas
17 - José Francisco Corrêa: Iate Carolina, de
23 toneladas
18 - José Antônio PereiraPorto: IateDomingos, de14 toneladas
19 - José Gonçalves de Lima: Iate Ana Rosa, de 24 toneladas
20 - João Gonçalves Gu imarães: Escuna Est
relaBrilhante, de41 toneladas
21 - Manuel Antônio Guimarães: Bergantim Califórnia, de 182 toneladas
Patacho Legalidade, de 64 toneladas
Sumaca Mariana, de 51 toneladas
Iate Sociedade,de 24 toneladas
Iate São Joaquim, de 18 toneladas
iate Saquarema,
Iate Caipira, de21 de
ton29
eladtoneladas
as
Iate Nova Província, de 37 toneladas
22 - Manuel Leocádio de Oliveira: Barca Entre-Riana, de 275 toneladas
Iate Inocente, de 23 toneladas
23 - Manuel da Silva Marques: Patacho Constante, de 63 toneladas
24 - Manuel Francisco Corrêa: Patacho Lourença, de 133 toneladas
Iate Paranaguá, de 16 toneladas
25 - Manuel José da Rosa:Escuna Ana Maria, de48 toneladas
26 - Ricardo Gonçalves Cordeiro: Iate Guimarães Cordeiro,de 26
toneladas. 160

Havia o total de trinta e sete embarcações e vinte e oito armadores,


inclusive os que mantinham sociedade.
"Navegar é preciso.
Viver não é preciso ". 161

A maioria destes navios da Marinha Mercante de Paranaguá foi


construída nos estaleiros da própria Vila e também em localidades vizinhas,
como em Morrete s, à margem direita do RioSão João,onde existiaum estaleiro
e ali foram construídos Escunas^ Sumacas e Bergantins. Entre eles a Escuna
(160) - BRAGA, Nivaldo. História dá'Província do Paraná (Apontamentos), publicada no jornal "Gazeta
Paranaense", no ano de 1886.K nte: Biblioteca Paranista Júlio Moreira. Curitiba.
(161) - Lema da Escola de Sagres, fundadapor Dom Henrique, "O Navegador".

263
Estrela Brilhante,de 41 tonelad
as, propriedade do arm
ador João Gonçalves
Guimarães.
enquanto
Os navios
os navios
de guerra
mercantes,
têm onos
seu quais
tamanhoo queavaliado
mais interessa
pelo deslocamento,
são as suas
características comerciais, o têm medido pela sua capacidade de carregar
mercadorias, que é a sua tonelagem. A tonelagem é uma medida de volume e
não de peso. É o volume para utilização comercial. A tonelagem bruta é o
volume total do navio e todos os seus compartimentos fechados. Ao volume,
que constitui realmente a capacidade comercial do navio, que é a tonelagem
bruta da qual se dedu
zem certosespaços comer ciais, dá-se o nom
e de tonelagem
líquida. Cada navio tem uma tonelagem oficialmente registrada, que define o
seu tamanho e que é utilizadara
pacálculo de taxas eimpostos. Em geral;esta
tonelagem é a líquida, que recebe então o nome de tonelagem de registro. O
termo tonelagem nada tem haver com tonelada, peso. Antigamente os navios
eram medidos pela sua capacidade em arregar
c toneis padrão.a Er
a tonelagem.
Hoje a tonelada usada para medir a tonelagem é por tratar-se de medida de
volume, a tonelada de arque
ação, qu
e é o volume de 100 pés cúbicos, ou seja
2,83 metros cúbicos.

tambémExiste, todavque
pelopeso ia, vanta
eleégem emdemedi
capaz r a rtar,
capacidade
transpo oque dácomercialdosdenav
uma idéia iosho.
taman
Este peso é usualmente denominado pela expressão inglesa "dead weigth":-
um navio de tantas toneladas "dead weigth. 162

Os navios pertencentes aos armadores paranagüenses, classificados em


função do número da composição dos mastros, são:
1 - Iate -vem da deno minação inglesa Yacht, é navio de dois mastros e
o comprimento varia de 05 a 70 metros por 12 metro s de boca (largura).
2- Bergantim - possivelmente vem o nome do francês brigatin, é um
navio mercantede dois mastros. As dimensões de tonelagem correspondem a
50 ou 70 metros por 12 metro s de largu
ra.
3 - Escuna -a denominação procede do holan dês Schooner, nav
é io de
dois mastros e suas dimensões correspondem às dos bergantins e sumacas.
4 - Galera - do italiano galera, um navio mercante de três mastros,
geralmente de 70 a 100 metros de comprimento. A boca varia de 12 a 15 metros.
5 - Patacho - denominação castelhana Patacho, é navio mercante de
três mastros. O comprimento varia de 50 a 70 metros por 12 metros de boca.
6 - Sumaca - o nome deriva provavelmente do holandês Schmake. E um
navio mercante de dois" mastros. Ocomprimento varia de50 a 70 metros por
12 metros de boca. Embarcação costeira.
(162)- Fonte: Tradições^tos Homens do Mar. Serviços de Relações Públicas da Marinha. Editora Gráfica
Brasileira, Rio de Janeiro, RJ, 1975, p.14.

264
INCIDENTE DO NAVIO DE GUERRA INGLÊS "CÓRMORAN"
NO PORTO DE PARANAGUÁ

Aintes
das segu Esquadra Inglesa, baseada no Porto do Rio de Janeiro, compunha-se
belonaves:
- Southampton - Capitania
- Sharpshooter
- Hydra
- Rifleman
- Tweed
- Córmoran, sob o comando do Almirante Barrington Reynolds.
O percurso San ta Helen
a - Rio de Janeiro eracomum a todo s os vasos de
guerra inglese
s. Alguns, porém , patrulhavam Rio de Janeiro- Montevidéu e outros
Rio de Janeiro Recife,
- voltan
do sempre à base de ope rações do Rio de Janeiro .
Fazendo parte da divisão encarregada da vigilância do Atlântico Sul
encontrava-se uma belonave de construção recente, lançada ao mar em 1842,
de casco misto, propulsão a vapor, motor de 300 HP, com rodas laterais, três
mastros, armado com três peças de rodízio, na proa na eré,de calibre 80 e três
peças de artilharia, com a dimensão de 60 metros de comprimento e 12 metros
de
Scholargura,
mberg,145
era aho mens de
corveta tripulação,
de guerra sob o".coman
"Córmoran do do Capitão Herb ert
O nome "Córmoran", indica uma espécie de pássaro marinho, gaivota
grande. Em português significa o pássaro aquático Albatroz. Córmoran vem
do francês "Corbeau marin", donde "Cormarin" e "Córmoran".
A questão do tráfico
negreiro,em meados de 1850, agravou-se. Osnavios
de guerra britânicos receberam sorden para intensificar
e agirem águas e portos
brasileiros e capturar qualquer embarcação suspeita de contrabando de africanos.
O "Córmoran" procu rava observar, à distânc
ia, os Bergantins,
Patachos
e Sumacas que demandavam a baía de Paranaguá. Havia semanas o
Comandante do"Córmoran ", vigiava acosta observando omovimento deentrad a
e saída develeiros. Schomberg tinha os nom es dos traficantes
que, burla
ndo o
patrulhamento dos mares, desembarcavam os negros na Ilha de Superagüi,
entrando pela baía e passando pela fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres,
existente no Morro daBaleia, na Ilha do Mel,confiante e seguro de qualquer
fiscalização,casoalguma fosse executad a.
O comandante Schomb erg acostumara-senã ao encontrarqualquer tipo
de reação por partesdo brasileiros, contra os navios deerra
gu de sua Majestade
Britânica, senhora dos marçs db e mundo.
1-29 de junho* 1850
No dia 29 dejunho de 1850, o "Córmo ran" aproximou-se da BarraSueste,

265
na Ponta Norte da Il
ha do Mel, diminuiu a marcha, viu ao redor do Morro das
Conchas uma canoa com dois jovens pescadores. Chamou-os e convidou-os
para lhe
eram Man uservir
el e Benedito
de prático
Fil
ipe
doSantiago.
canal, até o Porto de Paranaguá. Os pescadores
Em razão da insistência do comandante Schomberg, declarando que
pretendia apenas descansar e refrescar, quebraram a relutância do jovem
pescador Manu el FilipeSantiago,de 21 anos deidade, o qual orde nou ao irmão
Beneditoque voltasse praasa c e aguardasse para odia seguinte a continuação
da pescaria.
Naquele tempo, jáque não haviaserviçoregulamentado de prati cagem,
era normal um serviçoincipientede praticagem praticado por pessoas oriundas
ou moradoras da Ilha do Mel, habilitadas para esse tipo de trabalho,como meio
de subsistênci a, apenas eunicamente pelaassiduidade, que amar avam, e desde
a infância aplicavam-se à faina da pescaria, conhecendo com a experiência, os
segredos dos canais e dos parcéis.
A atitude aparentemente pacífica' do "Córmoran", que, ao passar em
frente da Fortaleza, trocou cumprimentos, levou o Comandante Schomberg a
acreditar encontrar-se sem condiçõespara qualq uer reação.
0 "Córmoran", guiado pelo impro visado prático
, fundeou na Ponta da
Figueira,situada entre a Ponta da Cruz e ochamado Porto doAlemão, ao redor
da enseada da Ilha da Cotinga, fundeadouro próprio para veleiros de maior
tonelagem, local onde se encontravam os seguintes navios mercantes:
1 - Bergantim "D ona Ana", de 321toneladas de registro (ex-Leonídia,
de bandeira portuguesa), armador José Joaquim de Oliveira, de Paranaguá,
comandante Antônio Pascoal Frugoni, de nacionalidade italiana.
2 - Bergantim "Sereia", de 321 toneladas de registro, armador José Rufino
Gomes, doRio de Janeiro, Comandante Antônio Jorge daCostaJúnior.
3 - Brigue-Escuna "Astro", de 176 tonelada
s de registro,armador Antônio
Fernandes Coelho, do Rio de Janeiro, Comandante José Francisco do
Nascimento.
4 - Barca "Rufina", de 305 toneladas de registro, armador Hipólito José
Alves,de Paranagu á.
5 - Barca "Flor do Ouro", de bandeira portuguesa, de 272 toneladas de
registro,armadores Manu el PereiraPena & Cia.
6 - Barca "Muckengen", de bandeira dos Estados Unidos da América,
de 254 toneladas de registro, armador Samuel Chadissek.
7 - Galera "Campeadora", de 522 toneladas de registro, armador José
Rufino Gomes, doRio de Jajieiro,Comandante José Dias Cardoso.
8 - Galera "ConçlusãS", de124tonela das de registro,armador Antônio
Fernandes Coelh«?do Rio de Janeiro.

266
O "Córmoran", fundeou cerca de lOh da manhã e sem perda de tempo,
com marinheiros armados de clavinas e espadas, sob o comando de oficiais,
amaram três escaleres, e dirigiram-se ao fundeadouro porto do Alemão.
Antes daabordagem aoBergantim "Don a Ana",os marinheiros inglese
s
descarregaram suas cla
vinas visandoamedrontar a tripulação.
De espadas em
punho, violaram as escotilhas que se encontravam lacradas pela Alfândega e
seladas com osinete dasArmas Imperiais doImpério doBrasil, ficand
o senhores
da embarcação. Ocalendário religioso registrava dia de São Pedr
o e São Paulo.
O Bergantim havia interrompido o trabalho de descarga, no expediente do dia
anterior.
A marinhagem inglesa,logo aseguir,apoderou-se do Bergantim "Sereia"
e da Galera "Campeadora", também descarregando as clavinas e fazendo
minuciosa verificaçãodos respectivoscarregam entos.
O Comandante da Galera "Conclusão", abarrotada de lenha, mostrou a
Carta de Ordens, já que estava de partida.
O rio-grandense, José Francisco do Nascimento, Comandante do Brigue-
Escuna "Astro", disposto a evitar que o barco fosse pilhado, decidiu abrir um
grande rombo no costado, provocando o afundamento, aparecendo apenas à
tona as
A pontas dos mastaréus.
Barca "Flor do Douro", por ser de bandeira portuguesa, não foi
molestada.
A Barca "Muckengen ", apressou-se em içar a respeitável bande
ira dos
Estados Unidos da América.
A Barca "Rufina", do armador Hipólito José Alves, de Paranaguá,
também nãofoi molestada.
Em todas as embarcações, mesmo as apresadas, minuciosamente
verificadas, a marinhagem encontrou abundância de víveres, destinados às
tripulações, não encontrando na fiscalização, evidências de que os veleiros
fossem destinados apenas ao tráfico de africanos. O flagrante não houve.
O Telégrafo Ótico - TO - havia dado o aviso às autori dades da chegada
de navio estrangeiro na
e visita de praxe da Alfân dega e da Saúde,constatara m
tratar-se de navios de guerra da Grã-Bretanha.
Quando o barcoda Alfândega aproxim ou-se doBergantim "Dona Ana",
já com guarnição inglesa, foram recebidos de armas nas mãos, engatilhadas
aos gritos de:
- Não atraque! Não atraque, que morre! 1 63

Enquanto as visitas encaminharam-se diretamente ao navio de guerra, a


marinhagem inglesa providenciava as amarras para rebocarem os Bergantins
(163)-VIEIRA DOS SANTOS ,Hntônio. Memória Histórica. Cronológica. Topográfica e Descritiva de Paranaguá
1850, eá. Museu Paranaense, Curitiba, 2°. vol. p. 223. 1952.

267
"Dona Ana" e"Sereia" e a Galera "Campead ora", a fim de levarem ra pajunto
do vapor "Córmoran", apresados por susp eita decomérciomarítimo ilícito, no
caso tráfico de negros das costas africanas para o Brasil.
Os responsáveis da Alfândega e da Saúde, foram recebidos pelo
Comandante Schomberg, do "Córmoran", que deu aseguinte explicação:- Venho
a este porto pa
ra apres ar as embarcações que se emp regam no tráfico ilícito da
costa daÁfrica.
As autoridades retrucaram que isto não era verdade com relação aos
navios dominados, acrescentando:
- A violênciaa que assistimosperplexos somente poderia serjustificada
se o comandante do "Córmoran" houvesse verificado continuarem as
embarcaçõessurtas noporto,a ser usadas para transp ortes deescravos.
O comandante inglês sentiu a força da razão, mas preferiu usar a razão
da força, cortando a argumentação:
- Autorizado pelo me u Almirante (Barrington Reynold s), não tenho que
dar satisfaçõesàs autoridades do país enem tampouco à Alfândega.
164

Em seguida, entregou ao Amanuense, que ocupava o cargo de Guarda-


Mor da Alfâ ndega, Francis co José Pinheiro,um ofício previa mente feito,em
cujo subscrito lia-se:
- limo. Sr. Comandante da Forçada Cidade de Paran aguá...
O encarregado aduaneiro de posse desse Ofício, deu rápido aviso aos
demais companheiros que o acompanhavam, para deixar o "Córmoran".
Antes, porém, de se retirarem, os guardas aduaneiros viram alguns
marinheiros ingleses subindo a escada lateral do costado do "Córmoran",
trazendo preso, mãos amarradas, o Comandante do Bergantim "Dona Ana", o
italiano Antônio Pascoal Frugoni, que reagira com os próprios braços, à
pilhagem do seu velho barco, sendo afinal, subjugado. Para vingar os vários
murros e diversos pontapés recebidos, a marujada inglesa resolveu prender,
amarrar as mãos e levá-lo para bordo do Vapor de Guerra.
Pelasperguntas feitas pelo Comandante Schomberg ao ital iano Frugoni,
o Guarda-Mor entendeu o que havia acontecido e porque o prenderam.
Schomberg ordenou que lhe desamarrassem as mãos. Frugoni, nos poucos
minutos em que estevea bordo do "Córmoran" de modo significativo observou
o amplo convés. De súbito, quando se viu de mãos livres, para espanto de
todos, saltou
mar sombr para d
a o,
io e profun amurada
surgindo do navio
muita e atirou-se
s braças dedan
à frentee na cabeça, mergulhando no
do emdireção
à terra.
Os lanchões parn anguaras regressaram e atracaram no cais da Rua da
#
(164) - lbidem. op. cit. p. 223.

268
Praia (hoje Rua General Carneiro), sendo recebidos por várias pessoas curiosas
e interessadas em obter notíc
ias. Mostraram o ofício que devia ser entregu
e ao
Comandante da Força de Cidade de Paranaguá.
O ofício dizia
:
- H.M. S/S "Córmoran" of Paranaguá, 29 de junho de 1850.
Ao comandante do Forte de Paranaguá.
Senhor:
Tendo instrução do comandante-em-chefe da esquadra britânica, nesta
parte, para examinar todos osnavios suspeitos,e para apree
nder todos os navios
empregados no tráfico de escravos, onde os encontre, em conseqüência da
convenção perpétua de 1826, entre o governo do Brasil e o da Grã-Bretanha,
peço pa ra firmar que eu
m objetivo, entrando no porto deParanaguá, é o exame
e impedimento de todo tráfico de escravos peloonhe
c cido BrigueSereia",
" de
cuja próxim a saídadestabaía,com impu nidade, fui prevenido; peçomes
ao mo
tempo para mencionar, para seu governo, a constante saída de negreiros de
Paranaguá, sob cores brasileiras.
Creio que mútuo esforço e cooperação de sua parte para cumprimento
do espírito do tratado, ificfort
ará minha função nestas parag ens, levando à
frente as vistascombinadas dos doisgovernos, de acordocom asmencionadas
convenções.
Tenho a honra de ser
(a) -Herbert Schomberg. 165

As autoridades da cidade de Paranaguá, como o Delegado de Polícia


José Francisco Barroso, o Meritíssimo Juiz Municipal Doutor Filastro Nunes
Pires,o Chefe daLegião deGuardas Nacionais Manuel Antô nio Guimarães - o
futuro Visconde de Nácar - esquivaram-se de receber o Ofício enviado pelo
Comandante Schomberg, evitando assumir responsabilidade.
O portador José Francisco Pinheiro, não teve outra alternativa: colocou
o Ofíciona Agência doCorreio.
Ante a vacilante expectativa
das autoridades e diante dos relatosde José
Francisco do Nascimento, que provocou o afundamento do Bergantim "Dona
Ana", o italianoAntônio Pascoal
Frugoni que, sendo presodee mãos amar radas,
fora levado para bordo do "Córmoran", realizando a façanha sensacional da
fuga; dos
que, ao comentários
fazer a visita dedo encarregado
praxe, da aduana,
viu e escutou Franciscodo
o Comandante José Pinheiro,
"Córmoran",
dizer que estava
cumprindo ordens de seu comando para apresar embarc
ações
suspeita do tráfico de africanos, e por isso, não tinha que dar satisfações a
(165) - CARNEIRO, David. Aá^ortaleza de Paranaguá e o "Slooper Córmoran".
em Conflito, ed. Pref. Munic. de
Paranaguá, 1950, p. 28.

269
ninguém, nem mesmo à alfândeg a e à saúde, os populares deliberaram vingar a
afronta e defender a dignidade brasileira.
Uma espéciede turbulênciainvadiu aque las pessoas e psicologicamente
pertu
de rbou
sairda os espíritos
cidade come neste ambien
destino à te carreg
Fortaleza ado deNossa
daBarra, indign ação,rabrotou
Senho idéia
a
dos Prazeres,
na Ilha doMel, para comunicar ao seu Comandante Capitão Joaquim Ferreira
Barbosa (1783-1864), as violações com etidas pelo "Córmoran", levando o que
fosse necessário para o uso dos antigos canhões.
José Cárdenas do Am aral, Joaquim Caetan o de Sousa,Caetano Joséde
Sousa, Manuel RicardoCarneiro, Jos é Francisco do Nascime nto, Coman dante
do Bergantim "Astro", Antônio Jorge da Costa Júnior, Comandante do "Sereia",
Paulo José Dias Cardoso, Comandante da galera "Campeadora", tornaram-se
os promotores dareaçãoe determinaram auns as compras que deviam reali zar;
a outros,a organização de uma lista com osnomes dos que dev iam segu ir para
a Fortalezaao cair da noite de 29de junho; aoutros, ainda, par a provide
nciar os
transportes.
Uma rajada forte de amor e patriotismo levanto u os briosdaquele pessoal
afoito, destemido. Na lista organizada, que se coloca em ordem alfabética,
inscreveram-se:
1 - AntônioCristóvão daSilva
2 - Antônio Gonçalves Pen dão
3 - Antônio José da Costa Jún ior
4 - Antônio José de Medeiro s
5 - Antônio Pascoal Frugo ni
6 - Bento Antônio de Menez es
7 - CarlosSilvestre
8 - Caetano José de Sousa
9 - Custódio Borges
10 - Francisco Pires
11 - Isidoro Marques Leal
12 - João Feliciano dos Santos
13 - Joaquim Caetano de Sousa
14 - José Francisco do Nascimento
15 - José da Cruz
16 - José Cárdenas do Amaral
17 - Luís de Sousa Pereira
18 - Lino de Sousa Pereira
19 - Manuel Francisco Grilo
20 - Manuel José de Oliveira
21 - Manuel LuísFernandes

270
22 - Manuel Ricardo Carneiro
23 - Paulo Dias Cardoso
24 - Piloto Teixeira
25 - Previsto Gonçalves da FonsecaColúmbia
26 - Salvador do Prado
27 - Vítor da Silva Freire.
Na listados patriotas, maioria
a constava de para
nagüenses. No cais da
Rua da Praia (hoje Rua General Carneiro),às 21horas daquela noite,os alisados
embarcaram em duas lanchas, dois botes e três canoas, levando carpinteiros,
pólvora, munições, toda a sorte de armamentos e cada um levava o seu farnel
suficiente para dois diasou mais.
Sem que o vigia do "Córmoran", fundeado na Ponta da Cruz, Ilha da
Cotinga, suspeitasse de alguma coisa, as pequenas embarcações, movidas a
remos e velas,silenciosamente deixaram o RioTaguaré (Itiberê)e penetraram
na baía deParanaguá, rumo da BarraSul - Ibopetuba - hoje principal canal de
acessodo Porto D om Pedro II, conhecido como Canal da Galheta, chegar
e am
na ponta da Ilha doMel, pela madrugada. O resto do rajeto
t atéa fortaleza foi
feito a pé.
Ao clarear o dia 30 de junho, o grupo foi visto pelo Comandante da
Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres que, a uma pequena distância, foi
reconhecido. Após oscumprimentos,dirigiram-se para mu as ralhas dafortaleza,
onde o comandante, viúvo,vivia com asquatro filhas um e filho euma guarnição
de 12 homen s.
A caminho o grupo revelou, patrioticamente as intenções que trazia,
para não permitir a saída do"Córmoran", com osveleirosbrasileiros,pedindo
todo oapoio do Capitão Barbosa. O Comandante, antes de mais nada,ponderou
as dificuldades em atender. Artilharia obsoletapeças
e fora dos seus reparos.
Quando, pela primeira vez, em 23abril
de de 1769, troaram os canhões,
a fortaleza ficou artilhada com duas peças de calibre 24, duas de 18 e duas de
12. Em 1800, a fortaleza foi desar
mada e osseus canhões rem etidos apra Santos.
Em 1825, em razão da pertinácia dos Corsários das erras
Gu do Sul, foi man
dada
de novo guarnecer e artilhar com peças de calibre 18e 30. De 1831 a 1850, a
fortaleza esteveem situação deinatividade.
Disse,tada
aqui represenainda, quemod
porum a Inglaterra,
erno e bem senhora
equ dos mares
ipado navio e doDemundo,
deguerra. repenteestava
o Capitão Joaquim FerreiraBarbosa,dirigin
do-se para ogrupo, declarou:
- Se vocês estiverem dispostos a morrer, tentaríamos dar aos ingleses
uma lição que haver^e fiéarmemorável; mas não se iluda
m. O certoé sermos
varridos à metralha e quando o "Córmoran" houver transposto a barra, será

271
possível que da fortalez a só existam ruínas, ede todos nós,só restem cadávere s
mutilados.
Mas, se vocês estãodispostos amorrer, havemos de morre r com honra,
lutando para desafrontar a Pátria.
O grupo, com gran de demon stração de entusiasmo, dando vivas,acelerou
os passos, alcançou as muralhas e penetraram na Fortaleza.
Os carpinteiro s deram início ao trabalho de repor nas carretas os
maiores
canhões. As filhas do capitão Barbosa ficaram encarregadas de preparar as
buchas de trapos erecompor ossaquitéis de pólvora.Outros encarreg aram-se
dos reparos das obsoletaspeças de canhão.
O Comandante distribu iu as guarnições ea cadaum explicousuas funções.
Aos improvisados artilheiros, deu algumas aulas de tiros. Tudo foi previsto
para o esperado combate. As espoletas e os cartuchos fora
m examinad os. Depois
que o capitão julgou as guarnições em condições,reuniu o pessoal e diss e que
não queria iludir ninguém.
Manuel Ricardo Carneiro, interrompeu afirmando que todos estavam
ali para morrer, se for preciso.
Enquanto na Fortaleza o dia 30 transcorreu em febril aparelhamento e
restaurações do poderio militar eficiênci
e a dos bastiões,parapeitos ebarbetes
das velh as mura lhas^com todo opessoal ocup ado em exames, concertos, reparos
e também com instruções necessárias, na cidade, no fundeadouro da ilha da
Cotinga, o"Córmoran" a noit e esteve prep arado e pronto para navegar, levando
os bergantins "Dona Ana" e "Sereia" e a galera "Campeadora", quando os
vigias de bordo comunicaram ao comandante que alguém aproximava-se da
corveta de guerra.
O capitão Schomberg foi pessoalm ente atender aembarcação. O portador
entregou então, um Ofício ao Meritíssimo Juiz municipal de Paranaguá, Dr.
FilastroNunes Pires, do seguinte teor:
- Juízo municip al doTermo de Paranaguá, Província de São Paulo,30 de
junho de 1850.
Ao senhor Coman dante do navio a vapor "Córmoran", de ajestadesua M
Britânica.
O abaixo assinado, Jui z Municipal doTermo de Paran aguá, naProvíncia
de São Paulo,havendo presenciado ato o iníquo praticado emtarde a de ontem
no porto desta cidade, pelo Senhor Comandante do "Córmoran", de Sua
Majestad e Britânica, que sem a meno r atenção erespeito ao Pavilhão Nacional
se abalançou a capturar dentro do mesmo porto, três navios brasileiros nele
fundeados, julgado seu rigoroso dever protestar contra o referido Senhor
comandante do "Córmoran", pelos prejuízos e perdas que de tal captura,
resultarem aossúditos doImpério.

272
As circunstâncias altamente agravantes que presidiram ao iníquo
ato praticado,são de tal quilate queãon poderiam deixar de imp edir o
abaixo-assinado a qualificar o mesmo ato como de verdadeira pirataria,
se o abaixo-assinado não fosse tolhido pelo respeito que é devido ao
pavilhão inglês quando debaixo dele se praticaram atos de natureza muito
diferente daquele que ora se trata.
Ao abaixo-assinado não é lícito presumir que de parte do senhor
Comandante do"Córmoran ", haja ignorân
cia dos mais essenciais princípios do
direito interna
cional,e por conseqüência da rigorosa obrigaçã o em que se acha
o mesmo senhorde respeitar os mares territoriais pertencentes amau nação
amiga.
Foi com a maior surpresa que o abaixo-assinado recebeu uma
comunicação verbal do Guarda-Mor da Alfândega desta cidade, consistindo
ela em que o Senhor Comandante do "Córmoran" lhe dizia ter vindo a este
porto aprision
ar oucapturar os navios que se empregassem no tráficoilícito de
africanos,acrescentando qu e por esse nen huma satisfação tinha que ar dàs
autoridades do país.
O abaixo-assinado faltariaao seu dever se não se apressasse em repelir,
o repele,
na hipóteseporque
deser ver
logo
dadeira
depois
talcomun
o viuicação,
realizado
tão desm
e igualmente
edido arrojoesedeapressa
efeito em fazer
sentir ao mesmo Senhor Comandante do "Córmoran" que, quando provado
estivesse que os navios ora capturados se empregavam ou se haviam empregado
no tráficolícito
i de africanos, estand o elesfundeados no porto desta cidade, as
autoridades do país saberiam cumprir os seus deveres procedendo em
conformidade das leis concernentes a tal tráfico.
Ao abaixo-assinado não pode deixar de ser em extremo doloroso que
tendo o Senhor Comandante do "Córmoran" praticado atos tão atentatórios
como os que ficam apontados contra a soberania e dignidade de sua Nação,
não lhe sejalícito repelir taisatos senão por meio do protesto equora faz.
Por último, o abaixo-assinado tem de rogar ao Senhor Comandante do
"Córmoran" que se digne acusar o recebimento do mesmo protesto,
(a) Filastro N unes Pires. 166

O Capitão Schomberg ficou certo, porém, que o protesto do Juiz não


passava de merasdiante
ficar preocupado palavras
do ameaçadoras,
conhecimento mas
e da que ele nem que
experiência podia e nemdo
possuía devia
país.
Em resposta disse:
- Senhor: Em resposta ao seu despacho agora recebido, só tenho a
(166) - Cópia. D.A.E.S.P.- Ofícios Diversos. Paranaguá. Caixa n.° 348- São Paulo.

273
expressar-lhe que apreendendo navios brasileiros, ingleses ou de qualquer outra
nacionalidade, nas águas de Paranaguá, ou alhures, nos portos ou baías do
Brasil, que servem para o comércio negreiro estou executando ordens estritas
recebidas doComandante-em-Che
fe da Esquadra Brit
ânica nesta parte,
a quem
não perderei o tempo de fazer referência sobre o seu protesto.
Com a segurança do meu maior respeito, tenho a honra de ser
(a) Herbert Schomberg.
167

Na Fortaleza, na mesma noite de 30, os vigias deram brados de armas:


Quem vem lá? É de paz, respondeu o mensageiro.
Imediatamente foi levado à presença do Capitão Joaquim Ferreira
Barbosa. O mensageiro entregou ao comandante um Ofício do Meritíssimo
Juiz de Paranaguá, Dr. Filastro Nunes Pires, ordenando ao comandante da
fortaleza que impedisse, inclusive pelas armas, qualquer tentativa de saída do
"Córmoran", com os veleiros apresados.
O Capitão Barbosa reuniu novamente o pessoal e declarou: Minha
responsabilidade est
á ressalvada.
Já tenho orden s para não deixar sair
os barcos
parnanguaras, apresados pelo "Córmoran".
Na madrugada, o Comandante Schomberg mandou entregar a resposta
do ofíciorecebido aoMeritíssimoJuizdeu ordens para levantar ferros tão logo
os mensageiros estivessemde volta.
Raiou, afinal, o mem
orável e histórico dia 1.° de julho de850.
1 Às 8h.
da manhã o "Córmoran" levantou ferros e zarpou do fundeadouro da Ilha da
Cotinga, baía de Paranaguá, em direção da Barra Sueste, rebocando os três
veleiros brasileiros.
Um vigia da Fortaleza, pos
icionado no Morro da Baleia, na lha doMel,
às 8h30min deu um grito:
- Navio inimigo à vista.
Compenetrados damissão, acnhões carregados, mechasesas, ac espoletas
nos lugares, todos ficaram à espera de que o Capitão Barbosa desse a ordem
fatal de:
- Fogo!
O Comandante Barbosa destacou o Sargento Tomás José de Oliveira
para levar ao "Córmoran", a intimação que a Fortaleza fazia em nome do
Governo Imperial.
Conduzidos por dois
experimen
tados remadore
s, a canoa foiao encontro
da Corveta de Guerra, levando o Sargento Tomás a referida intimação, que
dizia oseguinte:
(167) - CARNEIRO, David. Op.r ir.p. 42.

274
- limo. Sr.
Tenho ordem do Governo Imperial para não permitir a V.S. levar os
barcosnacionais qu
e não estãodespachados pelasautoridades dacidadee nem
por mim, como comandante desta fortaleza.
Pois, do contrário vejo-me obrigado a fazer fogo, e só arrostando-o
poderá sair o vapor que V.S. comanda.
Deus guarde a V.S.
Fortaleza da Barra de Paranaguá, 1.° de julho de 1850.
(a) Joaquim Ferreira Barbosa.
Capitão Comandante da Fortaleza. 168

O mensageiro Tomás não chegou a entregar o Ofício. Schomberg, vendo


que a canoa da Fortaleza dirigia-se ao seu navio, ordenou fazer fogo sobre ela.
O Sargento da Guarda Nacional, Tomás José de Oliveira, destacado na Fortaleza
desde ocomeço dejunho,ao ouvir oprimeiro disparo
, caiu nofundo dacanoa,
perguntando: Estou morto? Estou ferido? Antes que o mensageiro chegasse de
volta à praia, com o Ofício ainda lacrado, o capitão Barbosa deu ordem para
que o canhão pequeno fizesse um disparo, como aviso.
Schomberg
Eram lOhlOmin,
deu ordem dequando
fogo sobre
o Comandante
a Fortaleza.
doA"Córmoran",
bala atingiu asHerbert
rochas do
Morro da Baleia .
O pessoal,exasperado,respondeu comvigor ao fogo e o ribombar lúgub re
dos canhões, de parte a parte, ecoou pela vasta e bela baía de Paranaguá.
O Sargento Tomás José de Oliveira, espavorido, saiu em desabalada
corrida para a mata, aos gritos de:
- Sou de paz! Sou de paz!
O Comandante Joaquim Ferreira Barbosa havia instruído para que o
primeiro alvo fossea roda propulsora e o leme do"Córmora n"; depois as presas.
Enquanto o navio inglês ia passando, foi recebendo fogo até que uma bala
atingiu a roda ea outrainutiliz
ou parte dapopa, matando um marinh eiro,Charles
Bowden, foguista; um outro, Donison, assistente de máquinas, ficou ferido;
ainda um outro,Alfred Ward, auxiliarde despenseiros,sofreu ferime
ntos el ves.
Os navios apresados também foram atingidos.
Cerca de 40 minutos durou o violento troar dos canhões. Na cidade, as
vidraças das casas
deslocamento de ar, estremeceram e pareceram
causado pelos tiros de grossovir abaixo, devido ao
calibre.
O Comandante Barbosa,observando de binóculo durante todoo tempo
da refrega, portou-se
omcheroísmo,como verdadeiro bravo,conquistan
do grande
#
(168) - CARNEIRO, David. Op. cit. p. 50.

275
respeito e admiração dos seus comandados.
Eram 10h50min, quando o Albatroz, isto é, o "Córmoran", passou pela
frente das baterias, mas de asas quebradas, foi fundear na Enseada do morro
das Conchas, naPonta Norte aIlha doMel, onde em 1872, começou a fun cionar
o farol mandado construir por Dom Pedro II, hoje conhecido como farol das
Conchas, fora do alcance das balas da Fortaleza.
Examinando minuciosamente os estragos, a marujada do "Córmoran"
constatou qu
e a caixa de roda, a popa e um escaler foram fortemente atingid
os
por projéteis e os Bergantins "Dona Ana" e "Sereia", também estavam com
rombos nos costados e, não podendo enfrentar o alto mar, com eles nessas
condições, atearam-lhes fogo, incendiando-os, poupando apenas a Galera
"Campeadora", com a qual decidiram navegar rumo Norte. Em Cananéia,
tripularam a Galera apresada, fazendo seguir para Santa Helena.
O improvisado prático, que guiou o "Córmoran" até a enseada da
Cotinga, Manuel Filipe Santiago, não desembarcou no Morro das Conchas,
decidindo o comandante Schomberg mandá-lo também para Santa Helena,
porém ele escapou depois de muitas súplicas ecom a desculp a de ser casado.
Em alto mar, o Comandante Schomberg deu sepultura ao marinheiro
morto.Apesar da violência dos canhões do"Córmoran" sobr e a fortaleza,graças
a Deus, nesta não houve vítima a lamentar, a não ser um homem que teve o
rosto chamuscado por explosão de pólvora.
O pessoal da Fortaleza, observando atentamente os movimentos do
"Córmoran ", viram-no amarrar, rebocando aGalera "C ampeadora" e,erguidos
os braços,festejavam, riam, abraçavam-se,numa alegria indizível,com gran des
manifestações de regozijo e de gratidão ao Comandante Joaquim Ferreira
Barbosa.
Escolheram uma pessoa para servir de mensageiro oficial, acompanhando
os valorosos homens que fizeram despertar a vetusta e legendária fortaleza da
Barra, dos seus oitenta anos de vigilância, para comunicar as autoridades da
cidade deParanaguá. A escolha recaiu,justamente, sobre oSargento Tomá s
José de Oliveira.
No dia 2 de julho, o Comandante Barbosa oficiou ao Presidente da
Província de SãoPaulo, Dr. Vicen te Pires da Mota.Eis o texto:
- Levo à respeitável presença de V.que
a
Ex.no dia 29 do mês findo
entrou por esta barra uma barca a vapor inglesa, de guerra, a qual logo que
chegou à cidade, aprisionou uma galera de dois brigues nacionais. No mesmo
dia tive um Ofício^ Juiz Municip
al dizendo que eu pu
sesse todo imp
edimento
à saída das embarcações. No 1.° do corrente mês veio saindo a dita barca de

276
guerra, trazen
do a reboque os ditos barcos, e com não desseobediência alguma
a esta fortaleza, mandei dar um tiro de pólvora seca aos barcos que vinham a
reboque.
Como não fizessem caso do primeiro tiro, mandei dar outro com bala e
mandei largar o Registro,indo com a bandeira nacional e juntamente um ofício
que eu mandava ao comandante do vapor, dizendo que largasse dos barcos
nacionais, porque não estavam despachados pelas autoridades da cidade, nem
por esta Fortaleza.
Porém, o Registro não ao destino porque o comandante da barca a
vapor fez fog
o contraa Fortaleza, com bala,e como eu visse que era um insulto
muito grande à Nação Brasileira, também respondi com tiros de bala, porém,
não dirigidos à barca, senão às presas.
Porém, o Comandante do vapor continuou com o fogo e até meteu para
dentro dafortaleza, bombas de calibre80 e balasde 36 para cima.As metralhas,
cada uma era de calibre 6(logo a boca defogo e seu calibre eramed80).
Vendo eu si to, mandei continu
ar o fogo,e se o vapor não foiao fundo foi
por estarem os reparo s das peças desta fortaleza todos deteriorados.
Com estas mesmas continuamos fogo até estar o vapor bem distante da
ficando
fortaleza,ànonossa
lugarvista.
Aíinad
denom mesmo prend
o Morro euConchas,
das fogo aosembarc
os, ficda
frente ando somen
qual fu te,
ndeou
com a galera.
Exmo. Sr. - Esta Fortaleza foi coadjuvada pelos capitães das
embarcações prisioneiras, trazendo consigo as tripulações das mesmas
embarcações , armamento e munição de guerra,quaa l não bastando, supri com
o que possuiu nesta.
Esses capitães, JoséFrancisco doNascimento, Pau lo JoséCardoso e um
italiano,portaram-se com toda a coragem possível.
EstaFortalezaestásem pólvora algu ma e gastou-se mui ta espoleta,muitas
velas de composição, acrtuchos e mais artigos,do que tudo darei conta V.Ex.
aa

no map a mensal.
Deus guarde V.Ex.. a

Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres da Barra da cidade de


Paranaguá, 2 de julho de 1850.
limo. eExmo. Sr.Dr. Vicente Pires da ota,M Presid ente da Província de
São Paulo.
(a) Joaquim Ferreira Barbosa,CapitãoComandante da Fortaleza. 169

Depois de um dia de viagem, o "Córmoran" chegou à barra dos Santos


169 lbidem. Op. cit. P. 84

277
e, num escaler, trouxera
m Manuel Filipe Santiago,com a intenção de largarem
em terra mas, levaram-no outra vez para o vapor, prometendo soltá-lo no dia
seguinte, o que fize
ram no dia 4 dejulho, às 9 horas da man hã.
Manuel FilipeSantiago,apesar de muito recom endado para não declar ar
nada, no dia 5 procurou a delegacia de polícia da Cidade de Santos, fazendo
minucioso depoimento de tudo aquilo de que foi testemunha ocular.
O bravo Coman dante Joaquim Ferrei ra Barbosa que, durante o canhoneio,
ficou sobre amuralha corrigindo osirost ea coman dar o fogo das baterias, foi
elogiado pelo Presidente da Província dePau Sãolo e, no Parlamento Brasileiro,
o seu nome pronunciado com grande respeito.
Tendo em vista a vigorosa pressão sobre o Governo, por parte da
Inglaterra, o Capitão Barbosa foi forçado a responder a Conselho de Guerra,
no qual foi absolvido.Destituído doargo
c deComandante daFortaleza,retirou-
se para São Paulo. Em 12 de setembro de 1851, requereu, a pedido, a reforma.
Faleceu em Sãoaulo P a 23 de setembro de 1864.
O BrigueEscuna A " stro",voltou a flutua
r; para tir
á-lodo fundo do mar ,
orçaram em qu atro contosde réis.

A EXTINÇÃO DO TRÁFICO DE AFRICANOS


O desassombrado nativismo dos parnanguaras de nascimento ou de
condição,sob ocomando do bravo Coma ndante da Fortalezade Nossa Senhora
dos Prazeres da barra da Cidade de Paranaguá que, em revide enfrentaram a
poderosa belonav
e de Sua Majestade Britânica, Senhora dos Mares do
e Mundo ,
foi notici
ário da impre
nsa, na época, represe
ntada pelo Diário doioRde Janeiro,
de 11 de julho e Jornal do Comércio, de São Paulo, edições de 16 e 19 do
mesmo mês eano.
O incidente, logo comunicado e relatado pelas autoridades locais ao
Presidente da Província de São Paulo e divulgado pela imprensa, repercutiu
com grande intensidade em meio à Nação, sobretudo na Corte, no governo
provincial, incitou a população e movimentou a Chancelaria Imperial, o
Parlamento, para o grande desafio de combater o poderoso tráfico de negros
escravos.
Foi dentro desse clima de tensão interna que se voltou a examinar os
projetos a examinar os projetos anteriormente no Senado e que visavam a
170

repressão do tráfico.
A conseqüência do histórico acontecimento ocorrido na baía de
Paranaguá, foi a extinção do tráfico escravos quase imediatamente ao
atrevimento do Comandante,Herbert Schomberg, do vapor de guerra inglês

170 COSTA, Emitia Viotti da. Da Semala à Colônia, ed. Difusão Européia do Livro, São Paulo, 1966, p. 39.

278
"Córmoran" e, em menos de quatro décadas depois, conquistou-se a abolição
total da escravat
ura no Brasi l.
A Câmara dos Dep utados, reform
ando um projetode leide 1837, sobre
a repressão do trá
fico, aprovou, em 4 de etem
s bro de 1850, a lei n.° 581,
conhecida como Lei Eusébio de Queiroz Coutinho Matoso Câmara (1812-1868),
que proibiu o tráfico negreiro em território brasileiro, considerando-o como
pirataria, e estabelecendo severas medidas para sua repressão. 171

A lei de1850, realmente foi cumprida. O tráfico redu


ziu:
em 1849, entraram 54.061 escravos;
em 1850, entraram 22.856 escravos;
em 1851, entraram 3.287 escravos;
em 1852, entraram 800 escravos.
No mesmo ano de 1852, por determin ação do novo Ministrodas Relações
Exteriores da Inglaterra, Lorde Grenville, que substituiu Lord Palmerston, no
Foreign Office, foram suspensas as operações da Marinha Inglesa em águas
territoriais brasileiras.
O último desembarque de africanos no litoral do Brasil, ocorreu em
Serinhaém, Pernambuco, a 13 de outubro de1855, num total de209 cativos.
Brasil.A partir daquela data, pode-se dizer que não entraram mais escravos no
Uma das grandes contribuições de Paranaguá, no contexto da História
do Brasil, Sagrada Guardiã das Gloriosasradiçõ
T es da Pátria.

19381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Faria cie Freitas
CRO 1496

(171)- Ver texto da Lei n." 581, de 4.9.1850, em Rápidas Referências XVI, iteml.0.

279
XIV - RÁPID AS REF ERÊ NCI AS

LEI DE 7 DE NOVEMBRO DE 1831


A Regência, em nome do Imperador oSenhor Dom Pedro II, faz saber
a todos ossúdito s do Império,que a Assembléia Geral decretouaesancion
el ou
a lei seguinte:
Art. 1.° - Todos os escravosque entrarem no território ou port
os doBrasil,
vindos defora, ficam livres.Excetuam-se:
1.° Os escravosmatriculad os no serviçode informações pertencentes ao
país, onde a escravidão é permitida, enquanto empregados no serviço das
mesmas embarcações .
2.° Os que fugirem do território ou embarcação estrangeira, os quais
serão entregues aos senhores, que os reclamarem, e reexportados para fora do
Brasil.
Para os casosda exceçãon.° 1, na visita da entr
ada se lavrarármo
te do
número de escra
vos,com as declar ações necessárias para verificar
a identid
ade
dos mesmos, e fiscalizar-sena visita de saíd
a se a embarcação leva aqueles,
com que entrou.
Os escravos
apreendidas queaté
e retidos forem
seremachados da saída da embarcação, serão
reexportados.
Art. 2.° - Os importadores de escravos no Brasil incorrerão na pena
corporal do art. 179 do Código Criminal imp osta aos que red
uzem à escravidão
pessoas livres, e na multa de 200$000 por cabeça de cada um dos escravos
importado s, além de pagar em as despesas dereexportação equo governo fará
efetiva com a maior possível brevidade, contratando com as autoridades
africanas cada um por si e por todos.
Art.'3.°- São importadores:
l. °0 Comandante, Mestre ouContramestre.
2.° O que cientemente deu, ou recebeu o frete, ou por qualquer outro
título, aembarcação destin a para ocomércio deescravos.
3.° Todos os interessados na negociação, e todos que cientemente
forneceram fundos ou por qualquer motivo deram ajuda, a favor, auxiliando o
desembarque, ou consentindo-o nas suas ter
ras.
4.° Os que cientemente comprarem, como escravos, os que são
declarados livres no art.1.°; estesporém só ficam obrigados subsidiariam
ente
às despesas da reexportação, sujeitos contudo às outras penas.
Art. 4.° - Sendo apreendida fora dos port
os doBrasilpelas forças nacionais,
alguma embarcação fazendo o comércio de escravos, proceder-se-á segundo as
disposições dos aff. 2° e 3.° como se apreensão fosse dentro do Império.

280
Art. 5.° - Todo aquele qu
e dernotíciae fornecer osmeios dese apreender
qualquer número de pessoas importadas como escravos,ou sem et r precedid o
denúncia ou mandato judicial, fizer qualquer apreensão destanatureza,ou que
perante o juiz de paz, ou qualquer atividade local, der notícia do desembarque
de pessoas livres, como escravos por tal maneiras que sejam apreendidos,
receberá da fazenda pública a quantia de 30$000 por pessoa apreendida.
Art. 6.° - O Comandante, Oficiais e Marinheiros da Embarcação, que
fizer aapreen são, de que faz menção o art.4.°, tem direito ao prod
uto da multa,
fazendo-se apartilha segundo o Regimento da M arinha para divisãodas presas.
Art. 7.° - Não será permitido a qualquer liberto, que não for brasileiro,
desembarcar nos portos do Bras il debaixo de qualq uer motivo que seja. O que
desembarcar será imediatamente reexportado.
Art. 8.° - O Comandante, Mestre, Contramestre qu e trouxerem as pessoas
mencionadas no artigo antecedente incorrerão na multa de 100$000 por cada
pessoa e farão as despesas de sua reexportação. O denunciante receberá da
Fazenda.
Lei regulamentada em 12 de abril de 1832.

LEI N.° 581, medidas


Estabelece DE 4 DE SETEMBRO DE 1850
de repressão do tráfico de africano neste Império.
D. Pedro da Graça de Deus e unânime aclamação dos povos, Imperador
Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.
Fazemos saber atodos osnossos súditos que a Assembléia Geral decretou
e Nós que remos a lei seguinte:
Art. 1,° - As embarcações brasileirasencontradas em qualquer parte,e
as estrangeiras encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares
territoriais do Brasil, tendo a seu bordo escravos cuja importação é proibida
pela lei de 7 de novembro de mil oitocentos e trinta e um, ou havendo-os
desembarcado,serão apreen didos pelas autoridades,
ou pelosnavios de guerra
brasileiros e consideradas importadoras de escravos.
Aquelas que não tiverem escravos a bordo, nem houverem
proximamente desembarcado, porém que se encontrarem com os sinais de se
empregarem no tráfic o de escravos,serão igualm
ente apreen
didas e consideradas
em tentativa de importação de escravos.
Art.2.° - O Governo Imperial marcará em regulamento ossinais que
devem constit uir a presunção legal edo destino das emb
arcações aotráficode
escravos.
Art. 3.° - Sto autores do crime de importação ou de tentativa desta

281
importação o dono, o capitão, omestre, opiloto eo contram
estre da embarcaçã
o
e o sobrecarga. São cúmplices a equipagem e os que coadjuvaram o desembarque
de escravos no território brasileiro ou que concorreram para os ocultar ao
conhecimento
de desemb arque,daauto
sen ridad
do e, ouido.
persegu para ossubtrair à apreensão no mar, ouem ato
Art. 4.° - A importação de escravos no território do Império fica nele
considerada como pirataria, e será punida pelos seus tribunais com as penas
declaradas no artigo 2.° da lei de 7 de novembro de 1831. A tentativa e a
cumplicidade serão punidas segundo as regras dos artigos trinta e quatro e
trinta e cincodo Código Criminal.
Art. 5.° - As embarcaçõ es de que tratam osartigos prim eiro esegundo
e todos os barcos empregados no desembarque, ocultação ou extravio de
escravos,serão ven didos com todaa carga encon trada abordo, e o seu produto
pertencerá aos apresadores, deduzindo-se um quarto para o denunciante, se o
houver. E o Governo, verificado o julgamento de boa presa, retribuirá a
tripulação da embarcação com somaa de quaren ta mil ér is por acda um africano
apreendido, que será distribuído confo rme asleis a respeito.
Art. 6.° - Todos os escravos apre endidos serão reexpo rtados por conta
do Estado para os portos donde tiverem vindo, ou para qualquer outro ponto
fora do Império, que mais conveniente parecer ao Governo; e enquanto essa
reexportação se não verificar, serão empregados em trabalho debaixo da tutela
do Governo, não sendo em caso algu m concedidos os seus serviços aos
particulares.
Art. 7.° - Não se darão passaportes a navios mercantes para os portos
da Costada Áfricasem que seus donos, capitãesou mestre s tenham assinado
termo de não receberembor a do delesescravo algum , prestando o dono fiança
de uma quantia igual aovalor do navio, e carga, aqual fiança sóserá levan tada
se dentro de dezoit o meses provar equfoi exatamenteum c prido aquilo a que se
obrigou no termo.
Art. 8.° - Todos os apres amentos deembarcações, de que tratam os
artigos primeiro e segundo, assim como a liberdade dos escravos apreendidos
no alto-mar , ou na costa antes dodesembarque, no atodele,ou imedia tamente
depois em armazé m, e depósitos sitosnas costase portos,serão processados e
julgados em primeira instância pela auditoria da marinha, e em segunda pelo
conselh o de estado.
O Governo marcará em regulamen to a forma do processoem primeira
e segunda instância, e poderá criar Auditores da Marinha nos Portos onde
convenha, devendo servir de Auditores os Juizes de Direito das respectivas
Comarcas, que pa^isso forem designados.

282
Art. 9.° - Os Auditores da Marinha serão igualmente competentes
para processar e jul
gar osréus mencionados no artigo terc
eiro.De suas decisões
haverá
de parailidade.
responsab as relações para os meus recursos e apelações que nos processos
Os compreendidos no artigo terceiro da lei de 7 de novembro de
1831, que não estão designados no artigo terceiro desta lei, continuarão a ser
processados e julgados no foro comum.
Art. 10.° - Ficamrevogadas quaisquer disposiçõ es em contrário.
Mandam os, portanto, a todas asAutoridades aquem o conhecimento
e execução dereferida leipertencer, quecum a pram, e façam cump rir,e guardar
tão inteira
mente, como elase contém. O Secretário deEstado dos Neg ócios da
Justiçaa façaimprimir, publicar e correr.
Dada no Palácio do Rio de Janeiro aos quatro de setembro de mil
oitocentos e cinqüenta, vigésimo novo ano da Independência do Império.
Imperador comrubricae guarda.
Eusébio de Queirós Coutinho Matoso Câmara.

Lei14regulamentada
731 - A, de pelos
de novembro de 1850. decretos 708, de 14 de outubro de 1850,

19381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Faria de Freitas
CRO 1496

283
Combate do navio de guerra inglês "Córmoran" e a Fortaleza da Barra, em I.'77/
1850. Desenho, oficial inglês, tripulantes da helonave, Kantzow.

Uma vista aérea da Fortaleza da Barra

284
XV
CRIAÇÃO DA PROVÍNCIA DO PARANÁ
CONTEXTO HISTÓRICO
Caminhando na História, verifica-se que Paranaguá, como berço da
chamada Comunidade Tradicional Paranaense, registra em suas páginas:
1.- 6 de janeiro de 1646 - instalação solene do Pelourinho, presidida por
Gabriel de Lara, por ordem do Governador do Rio de Janeiro, Duarte Corrêa
Vasqueanes.
2.- 29 de julho de 1648 - elevação do povoado de Paranaguá à categoria
de Vila, pelo Foral com força de Carta R egi a, por ter sido passado em nome do
Rei Dom João IV.
3.- 26 de dezembro do mesmo ano - realização da primeira eleição em
território do Paraná.
4.- 9 de janeiro de 1649 - instalação da Câmara de Paranaguá e posse

dos eleitos.
5.- 16 56 - Dom Álvaro Pires de Castro e Sousa, 6.° Conde de Monsanto
e 1.° Marquês de Casc ais, herdeiro de Pero Lopes de Sousa, donatário da
Capitania de Sant'Ana, criou a Capitania de Nossa Senhora do Rosário de
Paranaguá.
6.- 15 de maio de 1660 - Gabriel de Lara toma posse dos cargos de
Capitão-Mor, Ouvidor-More AIcaide-Mor da Capitania de Paranaguá, em nome
do 1.° Marquês de Cascais.
7.- 30 de novembro desse ano veio pessoalmente a Paranaguá, o
Governador do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sá e Benavides, neto de
Mem de Sá e, nessa ocasião, devido à demanda possessória entre os herdeiros
da donatária, determinou que a vila se conservasse em nome de Sua Majestade,
como se tinha criado.
8.- 4 de novembro de 1 66 8 - Gabriel de Lara tomou posse da povoação
de Curitiba, em nome do 1,° Marquês de Cascais, com cerimônia solene de
levantamento do pelourinho.
9.- 1710 - o Rei Dom João V, de Portugal, adquiriu, por compra, a
Capitania de Paranaguá e incorporou à nova Capitania Real de São Paulo e
Minas de Ouro. Paranaguá perdeu a regalia de sede de Capitania.
10.- O Ouvidor Pardinho, em 16 de junho de 1721, expôs os 178
provimentos, provendo as bases estruturais justas à administração local.

285
11.- Paranaguá, a 24 de agosto de 1724, tornou-se sede da 2."omar
c ca
da Capitania de São Paulo, em faceà Correição realizada pelo Ouvi
dor Pardin
ho.
12.- 10 de fevereiro de 1725 - reunidos nas casas do governo de São
Paulo, procedeu-se à divisão territorial da extensa Comarca de Paranaguá.
13.- A Família Real, a Corte e o Governo Português transferiram-se
para o Brasil.
14.- 6 de julho de 1811 - a Câmara de Paranaguá, numa visão polític
a
de horizontes ilimitados, tomou a iniciativa de fazer uma Representação do
Príncipe-Regen te Dom João,então no Rio de Janeiro,agora sede do Gov erno
português, solicitando aseparação da Comarca e a criaçãode nova Capitania.

REPRESENTAÇÃO DE 1811
"Senhor:
Esta Comarca de Paranaguá, sendo tão dilatada a sua extensão (não
menos que o reino de Portugal), está pouco povoada e na maior indigência e
miséria que se pode considerar, por não ter um governo que observe evejatudo
de mais perto, animando a agricultura,fazendo trabalhar alguns ociosose dando
trabalho a outros que, sendo diligentes e podendo utilizar o estado e aumentar
os rendimentos dos cofres reais, são ocupados em coisas insignificantes que
sendo úteis ao Real serviço, são prejuízos a eles, ao Estado e à Real fazenda,
diminuindo os dízimos eos maisdireitose tributos que se pagam anualmente.
Governada estaCapitan ia por um General, cuja residência é na cidade de
São Paulo, que dista desta Vila,cabeça de Coma rca, mais de110 léguas, com
pouca diferença, sendo esta a causa de ser pouco socorrida e aproveitada pela
grande distância do general e sendo esta Comarca a de melhores portos e
surgidouros, sem fortificações
algumas, esteGeneral Sé de(?) Governo de cada
uma das Vilas desta Comarca que são Paranaguá, cabeça de Comarca, Iguape,
Cananéia, Antonina, Curitiba, Castro, Vila Nova do Príncipe e Lajes, em uns
comandantes faltos deinstrução, sistema político,para governar e não cuidam do
aumento dos pov os e da agricultura,
sendo esteo primeiro móvel de felicidade do
estado e doomércio,
c cada um só cuida dos sseu interesses particulares e algun
s
miseráveis que se vêm oprimidos, recorrem ao Exmo. general desta Capitania,
manda respo nder o Comandante, esteresponde o que lhe fazconta,ficao miserável
no desagrado do Comandante e do mesmo General e não achando outro recurso,
se vê obrigado a sair da Capitania e assim se vai despovoando cada vez mais, o
que não sucederia se tivéssemos um Governador e sistema político e regresse
este povo independente daquele General, e que imediatamente tomasse
conhecimento das coisas,castigando com tiçajus e fazen
do prem iar aqueles cujos
merecimentos o mesmo Governador conhece, se disto resultaria uma grande

28 6
felicidade ao povo, nã
e o sairia mais nenhum desta Comarca, e causaria estímulo
a muitos de outras Províncias para procurarem o seu estabelecimento nesta
Comarca para seu aumento e gozarem da mesma felicidade; todos os dias
ouvimos gemidos e queixas deste povo e somos oculares testemunhas da
opressão que vivem estes miseráveis, que omitimos, são os que nos obrigam,
em nome deste povo; e para nossa felicidade e aumento desta comarca, e
melhor arrecadação dos direitos reais, rogar a Vossa Alteza Real, se digne
olhar compadecido para esta comarca, mandando-nos um Governador, e que a
residência seja nesta vila, cabeça de Comarca, independente do General da
Capitania de SãoPaulo, ecomo par a criação dodito governo é necessário um
sujeito sábio,prudente e instruído no mod o de governar, saber procurar todosos
meios de felicitar os povos, aumentar a agricultura, comércio e cuidar da
arrecadação e aumento dos direitos reais e aumentar a população, estamos
bem informados de que, todas estas circunstâncias, e o mais que deve ter um
bom Governador, concorrendo na pessoa do IlustríssimoPedro Joaqu im Corrêa
de Sá, rogamos a Vossa Alteza Real, seja servido separar esta Comarca da
Capitania de São Paulo, ficando independente daquele Governador e Capitão-
General.
Esta é, Senhor, a graça que humildemente rogamos a Vossa Alteza que
Deus guarde por muitos anos.
Paranaguá, em Câmara de 6 de julho de 1811. De Vossa Alteza Real
humildes e leaisvassalos.
(a) Pedro Rodrigues Nunes
Francisco Gonçalves da Rocha
José Xavier deOliveira
Francisco feliz da Silva
João Vieir a dos Santos.' " 72

A Câmara entregou a Pedro Joaq uim de Castro oCrreia eSá, terceiro


neto de Salvador Correia de Sá Benavides,
e oque veio aParanaguá em 1660,
uma cópia da representação encaminhada ao Conde de Aguiar, Secretário de
Estado, para que promovesse o seu andaniento.
Na representação, a Câmara baseou-se no estado de pobreza em
que viviaa Comarca,devido à falta de Governo que desenvolvesseagricultura
a
e o comércio, aumentasse osrendimentos reaise à grande distânciaque separav a
a Vila de São Paulo, além de, em grande parte, alguns comandantes serem
falhos de instrução
mavam ose"Oficiais"
Afir perseguidores
da Câmdos que
ara qu reclamavam
e era maior
necessário ao ação.
progresso
do povo, da agricultura e do intercâmbio comercial, um governador residente
em Paranaguá, independente do Governo de São Paulo.
(172) - VIEIRA DOS SANTOS, ÂÊônio. Memória Histórica. Cronológica. Topográfica e Descritiva da Cidade de
Paranaguá. 1850. Ed. Pref. Mun. Paranaguá. 1922, p. 209.

287
Em 19 de fevereiro de 1812, por Alvará doPríncipe-Rege nte,atendendo
os urgentes motivos com que o Govern ador eCapitão-General daCapitania de
São Paulo tinha rep
resentado ser conveniente ao Meu Real Serviço. 173

Paranaguá perdeu a regalia de cabeça de Comarca que passou a


denominar-se Comarca de Paranaguá e Curitiba para onde passaram a residir
os Ouvidores Gerais.
Em 25 de abrildo mesmo ano, aCâmara outo rgou a Pedro Joaquim de
Castro Correia eSá para que ele, munido deforte argu
mentação escrita fornecida
pelo Conselho, promovesse um bom trabalho sobre a necessidade de se criar
governo próprio.
O Príncipe- Regenteencaminhou a representação para o Governa dor da
Capitania de São Paulo que, por sua vez, remeteu ao Comandante Militar de
Paranaguá. O Comandante, José Vitorino da Rocha, por questiúnculas com a
Câmara, indeferiu a pretensão e a representação foi arquivada.
As aspirações paranagüenses não foram concretizadas. A Comarca -
agora denominada de Paranaguá e Curitiba - continuou ainda parte integrante
da capitania de SãoPaulo.
CONJURA SEPARATISTA
Em Portug al, a situação política,
em 1820, era de geral descontentamento.
A Revoluçã o Constitucionalista do Porto,alastrou-se por todo o Reino, que,
vitoriosa,assumiu o pode r em Lisboa ese constituiu em Cortes GeraisNaç da ão
Portuguesa. Asbases de um a constituição e o
retorno do Rei Dom João VI, do
Rio de Janeiro, seriam os pontos fundamentais das exigências políticas.
No Brasil, a Revolução Constitucionalista Portuguesa, logo de início,
empolgou. Especialmente nas províncias do Norte do Brasil, onde algumas delas
se constituíram em Juntas Governativas, obedecendo diretamente às Cortes
Gerais.
As Cortes Gerais Extraordinárias e constituintes de Portugal, as
verdadeira
s causadoras da indepe
ndência políti
ca do Brasil, elabora
ram as bases
da Constituição Portuguesa, continuando o Rei Dom João VI, soberano
constitucional do
Reino Uni do dePortugal, Brasile Algarve.
A exemplo das demais câmaras municipais do país, a Câmara de
Paranaguá deveria realizar uma sessão cívica para prestar juramento às Bases
da Constituição,
ao Rei Dom João aprovados pelas Cortes Gerais,
VI, ao Príncipe-Regente de obediência
Dom Pedro, à dinastiaede
vassalagem
Bragança
e ao Governo da Província de São Paulo.

(173)- CARVALHO, Cléfb Marinho de. Genealogia dos Distritos. Municípios e Comarca Paulistas. Ed. Resenha
Tributária Ltda., São Paulo, SP, 1988, p.284.

288
Devido ao estado de agitaçãoticapolíverificado
nas províncias,
quando
se estabeleceram em Juntas Governativas, precursoras da independência,
desmembrando-sè da Província de São Paulo.
Chefiaram a Conjura Separatista o Sargento-Mor de ordenanças,
FranciscoGonçalves daRocha - o mesmo que, na qualidade de vereador, assinou
a representação de 1811 - e o Capitão de Milícia, Inácio Lustosa de Andrade.
Organizaram até uma lista de cidadãos que deveriam compor o Governo
Provisório, assimconstituído:
Presidente - Coronel José Vitorino da Rocha, que exercia as funções de
Comandante Militar da Vila de Paranaguá.
Vice-presidente - Dr. JoséCarlos Pereira de
Almeida Torres, Correg
edor
das Comarca.
Secretário da Guerra - Coronel Inácio de Sá Soto-Maior, Comandante
do Regim ento de Milícias de Curitiba.
Secretário do Interior - Capitão José Luís Pereira.
Deputados:
Agricultura - Capitão Bento Gonçalves Cordeiro do Nascimento e
Tenente José Gonçalves
Comércio doNascim
- capitão-mor ento. Antônio Pereira e Capitão-Mor Bento
Manuel
Antônio da Costa.
Marinha - Capitão Ama ral, de Anton ina.
Tropas - Sargento-Mor Antônio José Leite Bastos e Coronel Jacinto
Xavier Neves.
Clero -Padres Antônio Rodrigu es de Carvalho, de Morretes,e Manuel
Antônio da Costa Nogueira.
Todos de acordo ocm osque deveri am compo r o governo provisório, os
promotores da Conjura marcaram o levante para o dia do Juramento de
Fidelidade, quando estariam reunidos as autoridades, povo e tropa. Entretanto,
havia a necessidade de escolher ainda uma pessoa desembaraçada, enérgica,
capaz, para fazer a proclamação, dando o Brado de Separação.
Às vésperas do diamarcado pa ra a cerimônia o Sargento-MorFrancisco
Gonçalves da Rocha e o Capitão Inácio Lustosa de Andrade, escolheram o
patrióticoparanagüense, então 1.° sarge
nto da4.Compan
a
hia do Regimento de
Milícias, Florianpara
desembaraço, o Bento Viana (1786-1850),
executar a missão. que reunia inteligência, ener
gia,
No encontro realizado na residência de Floriano, o induziram à revolta,
destina
ndo-lhe oimportante papel de fazer aproclamação,fundado nasseguin tes
razões: «•*

289
1.- a ignorância, asarbitrarie
dades,o despotism
o das autorid
ades;
2.- a distância que separava a Vila do Governo de São Paulo, mais de
110 légu
3.-as;
a morosidade da justiça;
4.- o contínuo desf
alque de seus filhos,pelo recruta mento;
5.- e ainda: além de tudo, grandes somas de capitais desta Comarca
seguiam para o depósito de Junta da Fazenda, anualmente, ficando esgotada a
mesma Comarca de moeda girável. 174

Depois de outras ponderadas e justificadas razões que possuíam,


convidaram o 1.° Sargento deMilícias, Floriano,dizendo-lhes:
- Se vocêquiser dar o Brado deSeparação, nós todos den tro daCâmara
o apoiaríamos e ficaríamos assim desm embrados deSão Paulo. 175

FlorianoBento Viana , filho de Fél


ix Bento Vian a e de sua mulher Dona
Antônia de OliveiraViana, nasceu em Para naguá, no ano de 1786.
Trabalhador e inteligente, dedicou-se sdedejovem à vidaomercial
c ea
agricultura, no chamado 2.° distrito de Paranaguá, possuindo engenho de
beneficiar arroz, casa da farinha e alambique no lugar conhecido como
Tromomô, hoje município de Guaraqueçaba e nas proximidades da baía das
Laranjeiras,possupraça
Assentou ía umanoserraria.
Regimento de Milícias de Paranaguá, galgando os
postos da escala, tornando-se notado pelo exemplar comportamento,
inteligência, dedicação pelo serviço militar e sobretudo, o seu acendrado
patriotismo, desempenhando arriscadas missões, demonstrando ser intrépido,
brioso,calmo,granjeando a consideração e esti ma de todos.
Floriano Bento Viana, sem importar-se com as conseqüências que
poderiam acontecer, colocando em ri sco sua próp ria vida,respondeu aos chefes
do movimento:
- Conheço dem ais o que me expõem e seem mim está obem da min ha
Pátria, amanhã, às horas competentes, darei o brado de convite para a nossa
separação de SãoPaulo, contando equme não engane m. 176

Chegou o dia 15de julho de1821, e diant e do Paço Mun icipal de Para
naguá
estava formado o Regimento de Milícias, encarregado de prestar a gu arda de
honra e hom enagem ao atode juramen to de fidelidade, e ali, na atual ru
a 15 de
Novembro, nopátio fronteiro , que é agora ojardim Leocádio Pereira,juntara-
se o povo.
A Sessãode Verean ça Geral,Presidid a pelo Juiz-de-Fora Dr. Antônio
Azevedo Meloe Carvalho, que pro cedeu a cha mada à salado "Concelho" do
(174) - VIEIRA DOS SANgOS, Antônio. Op. cit. 1850, ed. PMP. 1922, p.372.
(175) - Ibidem. p.372. H

(176) - Ibidem. 1850, ed. Museu Paranaense, Curitiba - PR, 1." Vol. 1951, p.366.

290
disseram, tão temerosos ficaram em coadjuvar aquelas sagradas vozes
patrióticas. 178

A turbulência polític
a no país,contrib
uiu para que, no inquérito aberto
sobre a conjura, nada apurado contra Floriano Bento Viana e tempos depois
foi promovido a Oficial, chegando a Capitão, conquistando o respeito da
posteridade admiradora.
A planejada Separação da Província de São Paulo, ainda desta vez
nada de prático conquistou, mas a idéia radicalizou-se nos corações
paranagüenses.
O Ouvidor, Dr. José Carlos deAlmeida Torres, deCuritiba, escreveu
a Floriano Bento Viana, pedindo informação e aplaudindo sua atitude
desassombrada.
Franciscode Paula e Silva Gomes que, no Rio de Janeir
o, em 1847,
revivia a campanha separatista, formulou veemente apelo a Floriano Bento
Viana, estimuland
o a prosseguirannobre causa que abraçara em 821,
1 para
que pudessem ver realizada o grande ideal da Emancipação Política da Comarca.
EMANCIPAÇÃO DO PARANÁ

Mesmo
arquivada e aqu
e a Representação
conjura desfechada daeraCâma
ra de nada
1821, Paranag
deuáprático
de 1811, fosse
conquistasse, as
aspirações emancipacionistas, radicalizadas nos corações, continuaram vivas
na memória dos paranagüenses e de toda a Comarca.
Na década de1820-1830, ganhava expres são aconquista dos mercad os
dos países do Bacia do Prata e do Chil
e. A erva-m ate atingia 70% (setenta por
cento)da exportação. O comércio marítimo polarizava osinteresses e atenções
dos empresariados.
A separação da Província Cisplatina, os acontecimentos políticos no
sul, a criação da Quinta comarca de São Paulo, em 1833; a Revolução
Farroupilha de 1835; a Revoluçãoosd Liberais, de842,
1 colocaram a comarca
em posição estratégica.
Na evolução desses acontecimentos, a adesão da Comarca aos
movimentos revolucionários, tanto do sul,omo
c do Sorocaba, poderia resultar
em perigo ao Governo Central.
O presidente da Província de São Pau
lo, José da Costa Carva lho (1796-
1860), membro da Regência Trina com a abdicação de Dom Pedro I, depois
Barão deMonte Alegre desd e 1844, quando assinou a lei n.° 5,de fevereiro de
1842, elevando Paranaguá e Curitiba à categoria de cidade, chegando a
Visconde, Conde e finalmente Marquês, procurou comprometer-se prometendo
à Comarca a separarão da Província de São Paulo, intermediado por João da
(178) - Ibidem. p. 373.

292
Silva Machado, mais tarde Barão de Antonina. A promessa de separação teve
o aval de Luís Alves de Lima e Silva (1803-1880), Comandante de Armas das
Forças Legalistas , mais tarde Barão em 1842, Visconde em 1843, Conde em
1845, Marquês em 1852 e depois Duque de Caxias, em 1869.
Pacificado São Paulo, oBarão deMonte Alegre, cump rindo a promessa,
escreviaao ministro doImpério doBrasil recomendando a separação.
Carta do Barão deMonte Alegre, dat ada de 30 de julhode 1842:
- Exmo. Ministro do Império.
Sr. Cândido José de Araújo Vian a,
limo. e Exmo. Sr. :
Julgo do meu dever, levar à presença de ,V.Ex.
a
como negócio
importantíssimo e urgente, o desligamento da Comarca de Curitiba desta
Província. Não me fundarei, para reclamá-lo, na ansiedade que mostram os
povos daquela comarca or p esta medida,em suas repetidas representações
a esterespeito,no perig o que há de por mai s tempo se continuar a desatend er a
essasrepresentações; nos perpé tuos receios que tem ogoverno acadapequena
comoção que aparece no Império, de que a Comarca se agite e acompanhe o
movimento, por desgostos de não merecerem atenção seus votos há tão longo
manifestad os; nas proposições, enfim , que esteestado de coisasoferecea todo
o revolu cionário
um, país muitíssiou dema g
mo interessog
ante emenvolver
o para em
todos os seus
temp planos
os que de te
atualmen desorganização
ainda o é,
muito mais pelaproximidade em que fica da Província do Rio Grande do Sul.
Todos estesargumentos resumem-se em que ospovos daquela Comarcadesejam
ter pé de si todas as autoridades e todos os recursos; mas como esses desejos
apesar demuitos naturais, nem sempre são discretos,e muito men os compatíveis
com os cômod os e direitos dos outros mem bros da associação política, cumpre
deixar tais argumentos aos demagogos, separatistas, bairristas e outros
semelhantes para que na deficiência do mérito pessoal procurem promover a
própria elevação com ess es já gastos de acptar apopularidade, e eu me pejaria
de produzi-los se elesúnicos,e se aliás a Comarca não estivesse realmente s na
circunstâncias de ser elevada a província. Essas circunstâncias, porém, é que
me parece que já se dão atualmente.
A Comarca de Curitiba contém já muito mais de 40.000 habitantes,
disseminada em terreno vasto, que cada vez mais se alarga com a descoberta
de campos riquíssimos, que logo são ocupados por homens ativos e industriosos
ou conqu
parte sãoistado
s para adóceis
mansos, civilizaçãosobreprecisam
e não os indíge
nas
serselvagens, queepela
perseguidos maior
exterminados a
ferro e a fogo.As rendas gerais que nela se arrecada serão de
sobra para pag
ar
aos novos empregados e o crescimento rápid o e progressivo delas não precis
a
de outra prova mais ^k) que a que se colhe da Alfândega de Paranaguá nos
primeiros anos desua criação,com oatual. Areceita provincial tam
bém chegará

293
para as despesas, porq
ue o imposto sobre os
animais vindo s do sul,que se paga
no Rio Negro para os cofres desta província,edev
de justiça ser dividido entre
esta e a nova que se vai criar.
apesarTodas
de formestas
ar umrazões, porém,
dos limites da nãocia,
Provín seriam talvez
ficassetoda elabastantes,
ou a maiorse a comarca
parte
ao menos à pequena distância docentro daadministração . Isso porém, é o que
não acontece, porque a vila de Castro, a 1." povoação considerável que se
encontra parti
ndo daqui da capital,por terra,dista delamais de 70 léguas outras
distam mais de cem.
Nem as comunicações as facilitam por mar porque o comércio de
Paranaguá, faz-se com o sul, ou com essa corte, de maneira que o governo de
nada é informado, senão por via oficial, e tarde.
Daqui nascem os mais graves inconvenientes para povosose os maiores
trabalhos e aflição para o governo do que tenho experiência própria, além de
ouvir lamentações de muitos os dmeus anteces sores,que reputamcomo coisa
mais onerosa o encargo de adm inistrar esses lugares remotos, atéonde se
podia estender fiscalizaçãoalguma.
Quanto aos limites que poderiam assinar à Província, bem que muitos
quisessem os da antiga Comarca ou Ouvidoria de Paranaguá e Curitiba, que
compreenderia no litoral Iguape e Cananéia e seus termos que hoje contêm
favor
algumasdessa
povoações
opinião, florescentes;
sem estar bem nãoconvencido
me animo da contudo
vontade a pronunciar-me
dos povos desses
em
termos, pois é um dos casos que essa vontade bem averiguada pode ser um
argumento decisivo, pois não se trata de emancipá-la de uma jurisdição a que
estavam sujeitos,mas sim de dar-lhes a opção entre as.duAliás, essa agregação,
é indiferente para a criação da Província, porque independe dela a comarca
que com o seu território
e população, forma uma Províncianão insignificante.
Sobre a sede do governo, pode-se asseverar com menos receio de errar
que essa prerrogativa compete à cidade de Curitiba, já importante, situada no
centro da comarca e por isso, mas ao alcance dos outros pontos dela.
Tais são as refl
exões do s povos de Curitiba,que tendo ficado imu nes da
rebelião que rebentou na Província, e resistindo a todas insinuações, convites,
ameaças de chefes dos rebeldes, fazem-se credores de toda a consideração de
S.M. o Imperador, e merecia m talvezo benefícioque há tantos implor am, ainda
que ele custasse algum sacrifício aos outros membros da família brasileira, o
que, felizmente, não acontece.
Deus guarde a V.Ex. . a

Palácio do governo de São Paulo, 30 de julho de 1842.


(a) Barão de Monte Alegre.
179

A fase parlamentarista da emancipação, começou após terminada a


Revolução Liberal de São Paulo, em 1842, vencidos os revolucionários em
Venda Grande (Campinas).
••?*
(179) - CARNEIRO, David'. Galeria deOntem e de Hoje, ed. Pap. MaxRoe.mer Ltda., Curitiba, PR, 1963, p. 103.

294
A carta de Monte Alegre, agora desligado do Governo Paulista, foi
secundada, em 1,° de novembro do mesmo ano, pela Representação do círculo
eleitoral de Paranaguá, Morretes, Antonina e Guaratuba, encaminhada pelo
Tenente-Coro nel Manue l Francisco CorreiaJúnior.
Também a Câmara deParanaguá, encaminhou em data de4 de janeiro
de 1843, ao presid ente da Pro víncia de São Paulo, ago
ra José Carlos Pereira de
Almeida Torres, Barão de Macaé, a qual recebeu informação favorável, mais
uma Representação.
Na Representação, a Câmara respondeu ao pedido de informação
formulado pela Secretaria de Estado dos Negócios do Império e defendeu a
cidade de Paranaguá para sede da capital da Província a ser criada, e não a de
Curitiba.
Com base nas informações constantes nas Representações, o
Deputado por São Paulo,CarlosCarneiro deCampos, mais tarde 3.° Visconde
de Caravelas, apresentou na Câmara do Império, um primeiro projeto de
emancipação da Comarca à categoria de Província e, entre outras, expôs a
seguinte justificação:
- Há tempo se agita a questão de elevar-se a Comarca de Curitiba à
categoria de Província. Eu sei que outras pretensões deste gênero se tem
apresentado,
pretensõ mas enten
es semelhantes, do nenhum
que sejam as parte
a outra razõ
es pelas quais ssam
poquejust
do território seificar
queira
constituir província está nas circunstâncias de o exigir, como o território da
comarca de Curitiba. 180

Texto do primeiro projeto de lei, apresentado pelo deputado paulista


Carlos Carneiroe dCampos , em 29 de abril de843,
1 na Assembléia Geral:
A Assembléia Geral Legislati va decreta:
Art. 1.° - iFca criada uma nova Provín cia com a denominação de Província
de Curitiba, e com o território e limites, que ora tem a comarca do emsmo
nome na fregue sia deSão Paulo, que porsso i ficadesmembrada desta Província .
Art. 2.° - A Província de Curitiba dará um Senador e um Deputado à
Assembléia Geral. A sua Assembléia Geral. A sua Assembléia Geral será
composta de 20 membros, a sua capital aquela povoação que esta escolher e
enquanto estaescolhanão se verificar,aquela que o Governo Geralmarcar.
Art. 3.° -Governo ficaautorizado para criar nesta Província asstações
E
Fiscais indispensáveis para o expedientes da administração das rendas gerais,
submete
ndo4.°ut d-oFicam
Art. a aprovação da
revogada Assembléia
s as Geral,
õeslogo
leis e disposiç que estiver
em contrário
. reunida.
Paço da Câm ara dos Deputados, 29 de abrilde 1843
(a) Carlos Carneiro de Campos. 181

(180) PILOTTO, Osvaldo. AdUação da Província do Paraná. 1° Vol. Grafipar, Curitiba, PR, 1969, p. 107.
(181) VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Op. cit., ed. PMP. 1922, p. 413.

295
Em 1.° de julho, represe
ntando a opinião pessoal doImperador Dom
Pedro II, declarou-se a favor do projeto, o Ministro da Marinha, Joaquim José
RodrigEm
ues Torres,
agosto,oVis
conut
Depdeado
de Francis
Itabora
íco
(1802-1872).
de Paula de Negreiro
s Saião Lobato,
depois Visconde de Niterói (1815-1884), apresentou uma emenda ao projeto,
pretendendo também a elevação da Comarca de Sapucaí em Minas Gerais, à
categoria de Província.
A intervenção de Saião Lobato, visava impedir que Cândido José de
Araújo Viana, Marquês de Sapucaí, dispensasse mais interesse pela Comarca
de que possuía o título.
Em sessão de 17 de agosto, o art. 1.° foi aprovado em sessão de 21 do
mesmo mês. Entretanto,para a votação do artigo 2.°Saião Lobatorequereu o
adiamento da discussão, justificando precisar informar-se sobre a população
de Curitiba.
O Presidente da Assembléia, Manuel Inácio Cavalcanti de Lacerda
Albuquerque, Barão de Pirapama, determinou que o projeto aguardasse as
informações requeridas sobre as populações de Curitiba e de Sapucaí.
Com as freqüentes quedas de Gabinetes e mudanças na orientação
política do Governo
parlamentares Central,esqueceram
simplesmente o projeto ficou paralisado
as velhas na Câmara.
aspirações Os
de Paranaguá.
Os paranagüenses, porém, não as esqueceram.
Os incansáveis prop
agandistas, Manuel Francisco Correia Júnior1809-(
1857) e Francisco de Paula e Silva Gomes (1802-1857), a tudo e a todos
apelavam no sentido de que fosse firmada a convicção da necessidade de
emancipação político-administrativa,
não deixando a idéia cair no esquecimen to
durante setelongos anos.CorreiaJúnior, detanto esforçar-se par a conquistar a
emancipação,ficoupobre.
Em começo de 1850, foi apresentado ao Senad o um projeto pa ra elevação
da Comarca do Alto Amazonas à categoria de Província do Amazonas. Era
programa estabelecido paraano
o de J 850, a criação daProvíncia do Amazonas.
A Câmara Municipal de Paranaguá, em 13 de abril, encaminhou mais
uma representação à Assembléia Geral,defendendo a criaçãoda Província.
A Câmara Municipal da cidadede Curitiba e as Câmaras Municipais
das Vilas de Antonina e Morretes, unidas, encaminharam também, suas
Representações.
E 24 de julho,o Brigadeiro João Batistade Oliveira, mais de tarBarão de
Aguapeí, com o vigoroso apoio do Senador Honório Hermeto Carneiro Leão
(1801 -1856), então Visconde de Paraná, depois Marquês, um dos ma is eficientes
estadistas da monarquia, apresentou uma proposição:

296
- Faça-se extensivo à Comarca de Curitiba, o que se vencer para o Alto
Amazonas, sendo capitalda Província acidade de Curitiba.
O apoio de Honório Hermeto, Senador por Minas Gerais, à proposição
de Batista de Oliveira, provocou a posição do Senador Nicolau Pereira de
Campos Vergueiro (1778-1859), de São Paulo, opin ando pela fusão da comarca
de Curitiba com a Província de Santa Catarina.
Profundo conhecedor dos manejos políticos, o Visconde de Paraná,
Honório Hermeto Carneiro Leão, simpático às aspirações Comarca
da 5. de a

São Paulo, apresentou o substitutivo:


Art. I.- As Comarcas do Alto Am
o
azonas, na Província do Grão-Pará, e
de Curitiba, naProvínciade SãoPaulo, ficarão elevadas à categoria deProvíncia.
A primeira com a denominação de Província do Amazonas e a segunda
com adenominação de Província do Paraná. A extensão elimitesdas referida s
províncias, serão os mesmos da Comarca do Rio Negro e Curitiba. 182

O SenadorMiguelCalmon duPin eAlmeida,depoisMarquês de Abrantes


(1794-1865), apoiou Honório Hermeto. O Senador com mais possibilidade de
neutralizar o golpe desfechado pelo Senador Vergueiro e retirou a sua proposição.
Em 28 de agosto,requerimento do Senador, Viscon de de Abrantes,dividiu em
dois
no me osmsubstitutivo
o dia.O outroHonório
, a do ParaHermeto.
ná. A leiqueUm criava
criou a Província
a Província do donaAmazonas,
Amazo s, foi aprovado
sancionada peloImperador Dom Pe dro Uem 5 de setemb ro de 1850.
Aprovado no Senado o projeto que criava a Província do Paraná, foi
remetido àCâmara dos Depu tados para,na primeiraoportunidade, sertambém
ali discutido e aprovado. Essa oportunidade durou três anos. Somente na
legislatura de 1853, o projeto seria incluído a orndem do dia.
Antônio Cândido da Cruz Machado, depois Visconde de Serro Frio
(1830-1905), deputado mineiro, foi um dos grandes destaques da causa
paranaense, nesta fase. Alguns deputados paulistas opinavam pelo adiamento
das discussões, a fim de entravar o prosseguimento do projeto.
Cruz Machado mostrou-se perfeito conhecedor da causa, discutindo
limites, condições e situação do atual Paraná:
- Trata-sede criarum centro admin istrativo que possa trazer em resul
tado
fortific
ações epovoaçõ es nas nossas fronteiras, antes que,algum tempo adiante,
sejamos apanhados desprevenidos, ou antes que apareçam conflitos a respeito
183

do nos so território.o projeto foi aprovado também na Câmara dos Deputados


Finalmente,
que, sancionado pelo Imperador Dom Pedro II (1825-1891), transformou-se
na lei n.° 704, de 29 de agosto de 1853, que criou a Província do Paraná, a
(182) CARNEIRO, David. Op.^tl. p. 106.
(183) PILOTTO, Osvaldo, Op. cit. Apud BALHANA, Altiva Pilati e .... op. cit. p.106.

297
última província criada no Brasil-Império. 184

O nobre ideal e a visão polític a da Câmara Municip al de Paranaguá,


manifestando-se em 1811; o Brado de Separaç ão de Floriano Bento Viana, em
pronunciamento de 1821; o trabalho de divu lgação e conscientizaçãodas
aspirações daComarca,desempenhados peloincansáv eis propagandistas Manuel
Francisco Correia Júnior e Francisco de Paula e SilvaGomes; o empenho e a
insistên
cia de Joãoda SilvaMachado, depois Barão deAntonina; a decisão
política favorável, tomada por dois Presidentes da Província de São Paulo; a
vigorosa luta parlamentar desenvolvida no Parlamento Brasileiro, por vários
anos e a aprovação pelo Governo chefiado por Sua Majestade, o Imperador
Dom Pedro II: Soberano de rara formação moral e altruística entre os
monarcas de todas as épocas, construíram para o Brasil e para o mundo, os
alicerces do querido Estado do Paraná.
Em 17 de setembro , foi nomeado o Conselhe iro Zacarias deGóis e
Vasconcelos, primeiro Presidente da ProvínciaParan
do á.
Em 8 de outubro, celebrou -se noRio de Janeiro acerimônia do enlace
matrimonial do Conselheiro Zacarias coma senhorinha Carolina, nascida em
Paris, registrada na legação do Brasil, filha de Domingos de Matos Vieira e
JoanaACarolina Leite
jovem, deteCastro
estudan Vieira.
do Colégio Sion,da capitalfrancesa, não hav
ia ainda
completado quat orze anos deidade,quando darealizaçãode seu casamento.
Zacarias de Góis e Vasconcelos, nasceu em Valença, Bahia, a 5 de
novembro de 1815, filho de Antô nio Bern ardo de VasconcelosMariae Benedita
de Assunção Menez es e Vasconcelos. Faleceu em 28de dezembro de 1877, no
Rio de Janeiro, o primeiro Presidente daProvíncia doParaná.
A esposa,Dona Carolina de Matos, nascida a25 de novembro de1839,
em Paris, França, faleceu no Rio de Janeiro a 17de novembro de 1913.
O jovem cas al, Zacarias e aCrolina,viajou em rápida lua de mel,passando
alguns dias em Paris. Retornando ao Brasil, imediatamente começaram os
preparativos para enfrentar a viagem até Paranaguá e daqui a Curitiba, via
Antonina, pelo penoso caminh o antigo doItupava, para tomar posseinstalar
e
o governo.

INSTALAÇÃO DA PROVÍNCIA DO PARANÁ


Divulgado pela imprensa do Rio de Janeiro, foram descritos os
preparativos para a cidade de Paranaguá prestaria ao Presidente Zacarias.
Abaixo,alguns tópicos:

(184) Ver texto da Lei n.° 704 de 29 de agosto de 1853, em Rápidas Referências XV

298
A notícia da elevação da Comarca de Curitibaegoriaà cat de Província,
foi festejada com todo entusiasmo; houve música, foguetes e tudo que, em tais
momentos, lembra espíritos ardentes e fanáticos por uma idéia.
Se houve quem espera sse que o Depu tado Cruz Machado foss
e nomeado
Presidente,por haver brilhantemen
te sustentado depois transfo
rmado em lei n.°
704, de 29 de agosto do corrente ano, ninguém ficou desapontado com a
nomeação do Sr. Zacarias. Tendo de ser escolhido o presidente entre aqueles
que apoiam o governo atual, parece que a nomeação não poderia recair em
ninguém melhor que o Sr.Zacarias deGóis eVasconcelos.
A elevada posição que acaba de ocupar no Ministério, seus superiores
talentos esua qualidade deDeputado pela Província da
Bahia,que cercam seu
nome de prestígio, o inibirão de se deixar arrastar pelas paixões, o inibirão de
se deixar arrastar pelas paixões políticas.
Por isso, só ele pode prognosticar uma admiração excelente. Sua chegada
é avidamente desejada, e mil festas se preparam para saudá-lo.
A casa do Comendador Joaquim Américo Guimarães, em Paranaguá,
destinada à sua residência, está com o possível luxo, é uma linda habitação.
A Câmara Municipal desta cidade, pretende oferecer-lhe um baile.
praçasOde
vapor Domseguiu
linha, Pedro ontem
II, que chego
para uconduzir
no dia13aodomesmo
S. corrente,
Ex. trazendo
tempo
a
em150
que
os soldados dirigiam-se a Antonina, caminho de Curitiba, onde devem
estacionar.
O senhor Barão de Antonina, a nossa personagem política proeminente,
se acha em Antonina e aguarda a chegada do presidente. 185

A Câmara Municipal Para de naguá, em sessão realizada a5 de outubro,


deliberou prestar homenagem ao Conselheiro Zacarias. Os festejos constariam
de cerimônia religiosa, iluminação na frente da câmara e baile de gala.
Constituiu-se uma comissão encarreg ada deangariar auxílio para essasfestas:
RicardoGonçalves Cordeiro
Antônio Pereira daCosta
JoséLeandro da Costa
João Manu el da Costa.
Determinaram aos habitantes, por meio de edital, a mandaram limpar,
caiare pintar asfrentes das casas, iluminando-as durante trêsdias consecutivos,
desdeNo
a chegada
dia 6 dedo Presidente.
dezembro, a fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres da
Barra da cidade de Paranaguá, às oito horas da manhã, por meio de uma salva,
deu sinal que penetrou na baía de Paranaguá o vapor "Paraense", conduzindo
(185) Jornal do Comércio, eéfão de 23 de novembro de 1853. Apud VARGAS, Túlio. O Conselheiro Zacarias.
Gratipar. Curitiba. PR, 1977, p. 62.

299
o primeiro Presidente da Província.A cidade toda, organiz
ou-se pa ra recebê-lo
dignamente. Um vistosopavilhão foiarmado no ol cal do desembar que, que se
realizou às dez horas, no cais do mercado, no rio Taguaré (Itiberê).
Os Vereadores, o Pároco, Reveren do Padre Agostinh o Machado Lima
e muitas pessoas,com gran de demon stração de alegria,regozijo eentusiasmo,
foram receber e felicitar o Sr. Presidente, pela feliz viagem. A artilharia da
Guarda Nacional deu a salva de estilo. Nove meninas, vestidas de branco,
coroadas de flores, simbolizando os nove municípios da Província, cada qual
com uma fita, gravada em letrasdouradas o nome do município,e uma dessas
meninas, a representante de Paranaguá, ofereceu à esposa do Presidente,
Senhora Carolinade MatosVasconcelos,um lindo buquê de flores.
Desembarcam, também, o secretário da Província, Augusto Frederico
Colin, o Capitão-de-Fragata Antônio José Francisco Paixão, nomeado para
comandar expressamente o Vapor "Paraense", Antônio Carlos de Melo
Andrade, 2.° Tenente daArmada, Secretário daEstação Nav al do Rio de Janeiro;
Constantino do Am aral Tavares,
2.° Tenente e o Alferes Júl
io Inácio deAzevedo
Marques, seu Ajudante-de-Ordens.
Desde o ponto do desembarque, por entre alas que o povo formava, as
meninas e outra
preparado, s pessoaspelo
oferecido acompanharam acomitiva
Comendador até oAmérico
Joaquim palaceteadredemente situado
Guimarães,
à Rua direita - depois Rua da Imperatriz, hoje Rua Marechal Deodoro - onde
atualmente funciona o ColégioComercialEstadua l Alberto Gomes Veiga, ali
hospedando-se o Presiden te Zacarias.
Foi com uma belíssima chuva de flores jogadas das janelas de todas as
casas, no trajeto até a residência onde se hospedou, que o ilustre primeiro
Presidente da Província pisou a terra paranaense. Na frente do Palacete foi
erguido outro Pavilhão, para nele tocar a banda de música, vinda do Rio de
Janeiro, com o Presidente.
As pessoas de destaque da sociedade, apressaram-se em apresentar os
cumprimentos, naresidência,onde lhe foram dispen
sados todas asatenções.A
banda de música percorreu as ruas da cidadenoite
na do dia 6e abrilhan tou as
solenidades realizadas.
No dia 7, houveTe Deum na Igreja Matriz, fazendo-se ouvir - além da
pregação doPároco pad re Agostinho Machado Lima - a linda voz dasenhorita
Francisca realizou
Nacional Caetanobonito
de Menezes,
desfile.festejada pianista e cantora lírica. A Guarda
Nessa data, à noite, houve teatro, quando foi representado, por atores
locais, a peça de Shakespeare, Othelo.
No dia 8, a Qftmara Municipal ofereceu um baile de gala, realizado no
sobrado da Rua da Cadeia, atual Rua 15 de Novembro, e marcou época pelo
300
luxo epompa, num ambien te de grande elegância,sendo o Presidente,esposa
e funcionários, com ele vindos, recebidos com tochas acesas, como ditava os
usos e costumes do tempo.
O Presidente não dançou mas, a esposa, honrou a primeira quadrilha,
dançando com o Doutor José Matias Ferreira de Abreu.
No dia 10, o Presidente viajou em direção de Curitiba, via Antonina,
onde Joãoda Silva Machado,futuro Barãode Anton ina, provid
enciou a recepção
e a Professora Maria Cândida da Costa pronunciou o discurso de saudação.
Pelaantiga quebrada docaminh o de Itupava a comitiva galgou o planalto,
chegando em Curitiba pelo Alto da Glória,no dia 16, deliran
temente aclamado
pelosseus habitantes.
A instalação solene doGoverno da Província do Paran á, coma possedo
primeiro Pres
idente, Conselheiro Zacariasde Góis eVasconcelos,foi realizada
no dia 19 dedezembro de 1853.
O Governo da Província ficou assim onstitu
c ído:
Presidente -Conselh eiro Zacarias de Góis e Vasconcelos
Secretário - Augusto Frederico Colin
Chefe dePolícia - Dr. Antônio Manu el Fernandes Júnior
Tesoureiro
Ao se instalar - João Caetano
a Província, a Comarcada possuía:
Silva.
2 cidades - Paranaguá e Curitiba
7 Vilas - Antonina, Castro, Guaratuba, Guarapuava, Morretes,
Príncipe (Lapa) e SãoJosé dos Pinhais
6 Freguesias - Campo Largo, Jaguariaíva, Palmeira, Ponta
Grossa, Tibagi e Rio Negro.
5 Capelas Curadas - Araucária, Guaraqueçaba, Iguaçu, Palmas
e Votuverava.
Os deputados provinciais, de acordo com a lei n.° 704, realizaram a
relação a eleiçãopara a escolha da Capital.
Como a História registra, em 1811 partiu de Paranaguá a primeira
Representação em vor fa da separação e até a força se intentou conseguir,
com a malog rada sedição de821.
1 Seguiram-se nov as e diversas representaçõ
es
no mesmo sentido, sem nada conseguir, até 1853. Como principal cidade da
Província,pela população e desenvolvimento comercial, na cidade,com justo
título,Outras
pleiteava a indicaçãotambém
comunidades de sedepleitearam,
do governo.como Castro, Guarapuava, além
de Curitiba.
O Presidente Zacarias, do Partido Conservador, manobrando com
habilidade,obteve o4po\o de 11 votos a favor de Curitiba.
A Assembléia Provincial era composta de 20 deputados, sendo 12 do

301
Partido Conserv
ador e somen
te cincovotariam em favo
r de Curitiba.O Partido
Liberal elegeu oito deputados, sendo seis deles também a favor de Curitiba.
capital
NodadiaProvíncia
6 de março
dodeParaná,
1854, realiz
sacramentando
aram-se as eleições
Curitiba
paracom
a escolha
11 votos.
da Paranaguá
não conseguiu, mesmo por direitoe justiça, tornar-se aCapital da Província,
mas, conscientee tranqüila, pelorabalho
t de
monstra seu desejo de grandeza e
desenvolvimento doseu povo, do Paran á e do Brasil.
O Conselheiro Zacarias, como primeiro Presidente da Província do
Paraná, governou de 19de dezembro de 1853 a 3 de maio de 1855.

t9381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Faria de Freitas
CRO 1406

302
RÁPIDAS REFERÊNCIAS - XV
L E I N.° 704 , DE 29 DE AGOS TO DE 1853
Eleva aComarca de Curitiba, na Proví ncia deSão Paulo, à categoria de
Província,com a denominação deProvínciado Paraná .
Dom Pedro Segundo, por graça de Deus e unânime aclamação dos povos,
Imperador ConstitucionalDefe
e nsor Perp étuo do Brasil: Fazemos saber atodos
os nossos súditos, que a Assembléia Gera l Legislativa decretou,
e nós queremos
a lei seguinte:
Art. 1.° - A Comarca de Curitiba, na Província de São Paulo, fica
elevada à categoriade Província,com a denominação deProvíncia do Paraná .
A sua extensão e limites serão os mesmos da referida Comarca.
Art. 2° - A nova Província terá por capital da cidade de Curitiba,
enquanto a Assembléia respectiva não decretar o contrário.
Art. 3.° - A Província do Paraná dará um Senador e um Deputado à
Assembléia Geral;sua assemblé ia Provincialconstará devinte membros.
Art. 4.° - O Governo fica,autorizado para criar na mesma Provínciaas
estações fiscais indispensáveis gerais, submetendo depois o que houver
determinado ao- Ficam
Art.5.° conhecimento
revogadasAssembléia
da Geral
as disposições em para definitiva aprovação.
contrário.
Mandamos, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento
desta leipertencer,que a cump ram e façam cump rir eguardar tão inteiramente
como nela se contém. Secretário
O de Estado dos Negócios doImpério a faça
imprimir, publicar ecorrer. Dada no paláciodo Rio de Janeiroaos vinte e nov
e
de agosto de mil oitocentos e cinqüenta e três, trigésimo segundo da
Independência e do Império.
Imperador.
Com a rubrica e guarda Francisco Gonçalves Martins.
Carta de Lei pela qual Vossa Majestade manda executar o decreto da
AssembléiaGeral Legisl ativa,que houve por bem sancionar, elevando a Comarca
de Curitiba, na Província de São Paulo, à categoria de Província, como acima
se declara, para Vossa Majestade ver. Manuel José Simões, a ver José Tomás
Nabuco de Araújo. Selada na Chancelaria do Império, em 12 de setembro de
1853. Antônio Alves de Miranda Darajão, Oficial Maior interino. Publicada
na
NaSecretaria
falta do de Estado
Oficial dos Negócios
Maior, do Imp
Joaquim XavierérioGarcia
em 12 de
de setem
bro de Registrada
Almeida. 1853. na
mesma Secretari
a de Estado a folha 24
2 V do livro 9.° de lei
s, alvarás e cartas.
Rio de Janeiro, 13de setembro de 1853.
Jlstácio Maria da Costa e Abreu.

303
304
XVI

ESTRADADEFERROEIMPERADORDOMPEDROII
O ADVENTO DA FERROVIA NO MUNDO
O início do século XIX foi decisivo para a estrada de ferro.
Stephenson é geralmente indicado como o inventor da locomotiva a vapor.
A primeira linha regular de estrada de ferro, foi inaugurada em 27 de
setembro de 1825, entre Manchester e Liverpool, tornando a Inglaterra a pátria
do caminho de ferro. A ferrovia complementou o meio de transporte marítimo
e fluvial.

ENSAIOS DA FERROVIA DO BRASIL


Da definitiva implantação da estrada de ferro no mundo, decorreu pouco
tempo para o Brasil perceber a grande importância que a ferrovia representava
para o escoamento da produção da grande lavoura, em face da vastidão
territorial.
Dom Pedro II (182 5- 189 1) , nascido a 2 de dezembro de 1 825 , no Palácio
Imperial da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Rio de Janeiro - na pia
Batismal Pedro de Alcântara João Carlos Salvador Leopoldo Bibiano Francisco
Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga - herdeiro do Trono
do Império Brasileiro, a partir da segunda metade deste século, como Imperador
do Brasil, seria o impulsionador e grande incentivador do transporte ferroviário,
espalhando dormentes e trilhos em vários estados brasileiros.
As notícias sobre a nova tecnologia, chegadas da Europa e dos Estados
Unidos da América, animaram Bernardo Pereira de Vasconcelos, Deputado
por Minas Gerais e um dos potentes construtores das Instituições Nacionais,
numa evidente demonstração de que também sabia olhar o futuro, aliado aos
Deputados Manuel Paranhos da Sil va Veloso, do Rio Grande do Sul, e J. F. de
Figueiredo, da Bahia, na sessão de três de outubro de 1835, apresentou o
primeiro projeto de lei referente à implantação de estradas de ferro no Brasil.
O projeto, aprovado na Câmara dos Deputados em todas as discussões,
foi encaminhado ao Senado e, também ali aprovado, foi convertido em lei,
sancionada a 31 daquele mês e ano pelo Regent e do Império padre Diogo
Antônio Feij ó.
Os deputados brasileiros estariam tomados de um entusiasmo que as
circunstâncias do País ainda não justificavam. A construção de estradas de

3 05
ferro apresentava enormes dificuldades. Iniciada na Inglaterra, no primeiro
quartel do século,na França só em 1832 funcionou a primeira linha regu
lar
entre
Versalhes.
Saint Etienne e Lyon; em 1837, de Paris a Pecq; e, em 1840, de Paris a
A Lei Feijó autorizava o Governo, sob a forma de privilégio, a concessão
a uma ou mais companhias, da construção, exploração, isenção de direitos,
cessão gratuita dos terrenos e prazo de oitenta anos, para usufruir da ferrovia
partindo do Rio de Janeiro, em direção das capitais das Províncias de Minas
Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia. Essa ferrovia: se construída, teria uma
extensão superior a 5.500 quilômetros.
Dom Pedro II, privado de sua dedicada mãe, a grande, culta e bondosa
Imperatriz, Dona Maria Leopo ldina, falecida no Riode Janeiro em11 de
dezembro de 1826, com 29 anos incompletos e, a partir de 7 de abril de1831,
do cuida
do de seu pai Dom
- Pedro I - carinho
so e solícito, teve o amp aro de
leais amigos, velhos que lhe ensombreciam a existência de infante.
Vivendo em alta esfera,ao sabor dos mais alevan tados interessesmas,
também, em terreno de mesquinharias e lisonjas, poderia Dom Pedro II ter
sido presa fácil de orgulho e vaidade, de que se absteve pelos seus nobres
instintos
de para ser, não só exemplar chefe-de-estado como, também, um oráculo
dignidade.
Possuidor devasta e variada culturae qu
o fazia sábio,poliglota,dispondo
de equilibrada inteligência, esplêndida memória, insaciável ânsia de
conhecimentos científicos, coração deexcelsa bondade, atividade ímpar, caráter
cristalino, esteve Sua Majestade o alto dos seus contemporâneos.
Dom Pedro II ass umiu os encargos do Impé rio em 1840, com quinze
anos incompletos, conseqüência da Revolta Parlamentar deflagrada pelos
políticos liberais,
com a vitória da Maiorida
de.
Nesse mesm o ano, amparado pelaLei Feijó, o inglês Thom as Cochrane,
obteve a concessão para construir uma estrada de ferro do Rio de Janeiro a
Resende, que deveria transpor a Serra do Mar, atingindo o Rio Paraíba.
Constituiu-se a Imperial Companhia de Estrada de Ferro, com capital de oito
mil contos de réis, a ser subscrito em Londres.
A concessão não cogitou de garantia de juros e nem subvenção
quilométrica. Sem essas garantias, não eram fáceis atrair capitais estrangeiros.
A própria Inglaterra adotou o sistema para a construção das primeiras ferrovias
da índia.Alemanha e Rússiaseguiram o exemplo inglês.
Três anos depois, o capital da Imperial Companhia, ainda não havia
integralizado. Opedido degarantia dejuros, na Câmar a, arrastou-se econsumiu
a década compreendida entre 1840 a 1850.
Essa era a primeira década de gove
rno efetivo de Do m Pedro II. Período
306
de preparação e pacificação do País, herança dos anos conturbados e difíceis
da Regência. A situação política, a partir de 1850, tornou-se estável; a ordem
interna, fortalecida; o governante-imperador, no vigor dos seus vinte e cinco
anos deidade. A Revolução Praieira,de Pern ambuco, iniciada em848,1 encerrou
os movimentos revolucionários que conturbaram oPaís.
Por outro lado, a lei n.° 581, de 4 de setembro de 1850, conhecida como
Lei Eusébio de Queirós, est abeleceu med idas de repressã
o do tráficode africanos
no Império, conseguindo a extinção desse tipo de comércio, deixando disponível
muitos capitais até então empregados nessa atividade. O meio brasileiro, no
correr da segunda metade do século XIX, apresentava-se bem mais favorável
para empreendimento arrojado, já que se abria para o País uma nova fase de
prosperidade, com reflexos nos vários setores da vida brasileira.
Entrementes a Província de São Paulo, num estudo grandioso, estabeleceu
um sistema combinado de estrada de ferro, pela lei provincial de 18 de março
de 1836, revogada e substituída pela lei provin cial de 30 demarço de 1938,
outorgando às empresas Aguiar, viúva, filhos & cia. e a Platt & Reid, concessão
para ligar Santos às diversas localidades do planalto.
Por sua vez,a Província dp iRo de Janeiro sancio nou a pei provincial de
9 de maio de1840, para fazer a ligação ferrov iária da vilade Iguaçu a um ponto
qualquer
fazer da baíade
a ligação daum
Gu
anaponto
bara outr
noa recôncavo
lei de 28 deda
maio de 1846, tam
Guanabara bém par
à Vila deaIguaçu.
Tal como aLei Feijó, as leis provinciais não du
pro
ziram nenhum resultado
prático.
SEGUNDA FASE DA FERROVIA NO BRASIL
A segunda fase da ferrovia no Brasil é marcada pela Lei Imperial n.°
641, de 26 de junho de 1852. Esta lei - que reflete a experiência e ensaios
anteriores - cerca as concessões de favo
res mais amplos, sólidos epositivos,
estabelecend o o privilégio de
zona e garantia deuros
j .
A lei autorizou o Governo garantir juros de 5% (cinco por cento) ao
ano, sobre o capital empregado em copstrução de estrada de ferro e dilatou o
prazo de concessão para oven
n ta anos. Esta lei - que marca verdadeira
mente
o ponto inicial da viação férrea brasileira - vedava o trabalho escravo e os
trabalhadores que não estivessem qu
itescom o serviço militar,
ficariam isentos
de recrutame nto, bem como dispensados do serviçoativo da gua rda nacional.
Tais preceitos
política evidenciam o interesse do Governo Dom Pedro II, em relação à
ferroviária.
A partir da segu
nda metade do séculoXIX, entre os grand
es e notáveis
vultos da Pátria, no campo das idéias desenvolvimentistas, destaca-se o
empresário Irineu Ejpan
gelista deSousa,Barão eVisconde de Mauá.
Pelo decreto imperial n.° 987, do mesmo ano, Irineu Evangelista de

30 7
Sousa conse guiu a concessão pa ra ligar oRio de Janeiro aoVale do Paraíba e,
mais tarde, a Minas Gerais. Neste privilégio exclusivo, válido por dez anos,
dispensou-se a garantia de juros.
Os estudos desta pioneira via férrea, tendo em vista as possibilidades
técnicas não permitirem vencer as escarpas do planalto, foram planejados por
etapas eabrangiam:
por mar - do Rio de Janeiro até o porto Mauá, na baía de Guanabara;
por estrada de ferro - do porto Mauá até araiz da serra;
por estrada de rodagem - da Raizda Serra da Estr ela atéPetrópolis;
de Petrópolis em diante - novamente por estrada de ferro.
Dois anos depois, no dia 30 de abril de 854,
1 cerca de 15 quilôm etros.
Do porto deMauá à estaç ão deFragoso,testemunhavam o esforço,a tenacidade,
o espírito de iniciativa do empreendedor, inaugurando-se, solenemente, o
primeiro trechoferroviário eo Brasil ouviu nesse dia,o silvo dalocomotiva.
A entrega deste pequeno trecho, representou a preparação consciente
da futu
ra grandeza do Bra sil, prelibada por Dom Pedro II. A partir desse ano o
sistema ferroviário brasileiro desenvolveu-se, atingindo em 1889, 9.583
quilômetros de vias férreas. Somente seis províncias chegaram ao final do
regime, sem ouv
Goiás e Mato ir ossilvo
Gros o. da locomotiva -Amazonas, Maranhã
186
o, Piauí,Sergipe,

ESTRADA DE FERRO DONA ISABEL


O engenheiro Antô nio PereiraRebouças Filho, vinculado aosproblemas
de estradas da Província do Paraná desde o tempo em que esteve na direção
dos trabalh
os daEstrada de Roda gem da Graciosa,conhecia asdeficiências e
possibilidad
es da região. Em 1870, associado a FranciscoAntônio Tourinho e
Maurício Schwartz, entrou com um pedido de concessão de uma estrada de
ferro, partindo de Antonina a Curitiba.
Pelo Decreto Imp erial n.° 4.
674 de 10de janeiro de 1871, os empresários
obtiveram a concessão, sem garantia de juros por parte do Governo Central,
para a construção de uma estrada de ferro que: partirá do Porto de Antonina,
de um ponto situado à beira-mar, procurará pelo caminho mais curto e mais
vantajoso servir a cidade de Nhundiaquara e a freguesia do Porto de Cima e
transpondo em seguida
O prazo a Serraera
de privilégio do cinqüenta
Mar, irá terminar na cidade
anos. Prazo de Curitiba.da
de organização
companhia - dois ano
s da data do decr
eto.Prazo de constru
ção -doze meses da
organização dacompanhia e conclusãoem cinco anos. Porforça maior, o prazo
(186)- FREITAS, WaldomiV Ferreira de. Dom Pedro II e o Transporte Ferroviário, in Uma Viagem pelos Trilhos
da Memória, ed. Comemorativa do Centenário da Estrada de Ferro do Paraná, Curitiba - PR, 1985, p.80.

308
poderia ser prorrogado apenas porum ano e - expirando novo o prazo sem
que tenha a companhia satisfeito o comprom isso,caducará a conces são, sem
mais formalidade.
A Província do Paraná, pela Lei Provincial n.° 26 6, de 10 de abrildesse
mesmo ano, estabeleceu à comissão Rebouç as garan tia de jurosde 7% (sete
por cento) ao ano, pelo prazo de trinta anos.
As despesas iniciais de estudos, explorações e projetos realizado por
Rebouças , seriam custeadas em partes iguais r Mauá
po e oGoverno Provincial .
A Província do Para ná ainda sancionou a Lei Provincial n.° 278, de 12 do
mesmo mês e ano, autorizando um contrato de empréstimo, com o aval, do
mesmo Mauá. A concessão Rebouças não vingou, porque não conseguiu dar
início efetivo daconstruçã
o, mas registra aparticipação financeira do Barão de
Mauá no empreendimento.
O sonho de Antônio Pereira Rebouças Filho, na projetada via férrea
Dona Isabel , que deveriaigar
l Anton ina a Curitiba e ainda sen do eleo elemento
de ligação com o Barão de Mau á, não se realizou. Rebouça s faleceu em 26de
maio de 1874, em Piracicaba, às vésperas de completar 35 anos de idade. A
concessão não teveprosseguimento, não somen te pelamorte doconcessionário,
como pela falênciado Barão de Mauá
.
ESTRADA DE FERRO PARANAGUÁ-CURITIBA
O grupo empresarial paranagüense, constituído pelo Dr. Pedro Alloys
Scherer, José Gonçalves Pêcego Júnior e José Maria da Silva Lemos, atento
aos prim eiros passos da concessãoRebouças,obtida do G overno Central,para
a pretendida ligação ferroviária An detonina a Curitiba,passando por Morr
etes,
anteviu a necessidade de uma linha férrea que ligasse Paranaguá a Morretes.
Com este propósito,o grupo Schererconseg uiu daProvíncia do Paraná,
pela Lei Provincial n.° 304, de 26 de março de 1872, a autorização para a
concessão de privilégio, a fim de executar a construção de uma estrada de
ferro, de bitola estreita, movida a vapor, entre as cidades de Paranaguá a
Morretes.O prazo de privilégioaerde cinqüenta anos. A província não garantia
juros sobre o capital necessário.
O mesmo grupo Scherer conseguiu pelo Decreto Imperial n.° 5.053,
de 14 de agosto desse ano, a autorização ra
paconstrução melhe oramento do
Porto da Ensead a do Gato , situado à margem meridiona l da baíade Paranaguá.
187

Eis o textodo decreto qu e marca a primeira concessão par a obras no Porto de


Paranaguá. Súmula:

(187) - Assim chamado por haver ali morado um descendente do bandeirante Manuel de Borba Galo.

309
Concede a Pedro Alloys Scherer, José Gonçalves Pêcego Júnior e
José Mariada Silva Lemos,autorização para constru
írem na ense
ada do Gato,
no Porto
para deParanaguá, nadoProvínci
o melhoramento mesmoa doporto.
Paraná,as obras que fore
m necessárias
Atendendo ao que merequereram Ped ro AlloysScherer,José Gonçalves
Pêcego Júnior e José Maria da Silva Lemos, e tendo ouvido a Secção dos
Negócios do Império do Conselho do Estado, hei por bem conceder-lhes
autorização para construírem na enseada do Gato, no Porto de Paranaguá, as
que forem necessárias para omelhoramento do mesm o porto,sob ascláusulas
que com estebaixam assinadas pelo Visconde de Itaúna do meu Conselho,
Senador do Império, Ministro e Secretário do Estado dos Negócios da
Agricultura, Comércio e Obras Públicas, que assim o tenha entendido e faça
executar.
Palácio doRio de Janeiro,em quatorze de agosto de mil,oitocentos e
setenta e dois, qüinquagésimo primeiro da Independência e do Império. Com
rubrica de Sua Majestade o Imperador.
(a) Visconde de Itaúna. Dr. Cândido Borges Neto (1812-1872)
Pelo Decreto Imperial n.° 5.462, de 12 de novembro de 1873, foram
aprovados
grupo os planos
Scherer das construir
pretendia obras da na
estrada de ferro
enseada Paranaguá-Morretes, que o
do Gato.
Entrosan do-se omelhoramento do porto com as comas obras daestrada
de ferro de Paranaguá a Morretes, Pedro Alloys Scherer distribuiu o convite
para inauguração dos trabalhos:
Estando marcado o dia 2 de dezemb ro, às 10 horas da man hã, ter lugar
a inauguração dos trabalhos da estrada ferro
de desta cidadeMorretes,
a bem
como dos melhoramentos do porto, a diretoria, representada nesta Província
pelo abaixo-assinado, cumpre o grato dever de convidar a V. para com sua
presença abrilhantar este ato. Escritório da gerência da Estrada de Ferro do
Paraná, emParanaguá, 24 de novembro de 1873.0 diretor-gerente Pedro Alloys
Scherer.
Na data comemorativa aniversário
do de Dom Ped
ro II- 2 de dezembro
- os dois barcos da Companhia Progressista, o "Marumbi" e o "Iguaçu", que
faziam a ligaçãomarítima entre Paranag uá-Barreiro-Antonina-Guaraqueçab a,
no caisdo Rio Taguaré (Itiberê), os convidados foram levados à ens eada do
Gato, porto situado à margem meridional da baía de Paranaguá e contando
coma ilustre presença do Dr. Frederico José Cardoso de Araújo Abranches
(1844-1903), Presidente da Província do Paraná; Manuel Eufrásio Correia,
Deputado à Assembléia Geral; Manuel Antônio Guimarães, Presidente da
Câmara Mun icipafcfle Paranagu
á e mais desessentapersonalidades, dirigiram-
se ao pavilhão ornamentado, com Guarda-de-Honra de uma companhia de

310
uas urigens a niuauaaae

aprendiz
es-marinheiros. Proc
edeu-se,em seguida, à inaug
uração dos rt abalhos
e o Secretário daCâmara Municipal,
Evaristo Jo
sé Cárdenas
, lavrou um "te rmo
11

para perpetuar
Passando aummemória",
mê assinado
s e oito dias pelos presentes.
da cerimônia "*
denau
i guração dos trabalhos
realizada na enseada do Gato,o Veread or Joaquim Mariano Ferr eiraapresentou
na Câmara Municip al uma proposição em 10de janeirode 1874, denominando:
porto Dom Pedro II, o antigo porto do Gat o." 1 9

Embora a concessão Rebouças tivesse com o prazo esgotado e a


concessão provincial Scherer tocando as obras, destaca-se o trabalho político
do deputado Manuel Eufrásio Correia e de Manuel Antônio Guimarães para
fazer prevalecer o porto de Paranaguá e o Comendador Araújo e Jesuíno
Marcondes, ode Antonina, como pon to inicialda via férrea.
O Ministério daAgricultura, Comércio e Obras Públicas encarregou o
engenheiro Edu ardo José de Moraise José Maria deNascimento Júnior,para
opinarem quanto às condições oferecidas à navegação pela enseada do Gato
em Paranaguá, agora denominado Porto Dom Pedro II, e pelo Porto de Antonina.
Concluíram pelas vanta gens daenseada do Gato,já que sereconhece
que não há e nem pode hav er duas opiniões diferente s sobre aescolha do porto
190

que deva ser preferido.


Na longa apreciação, destaca- se:
1.- Nem todos osnavios que entram na barraParan de aguá podem subir
até Antonina pelapouca pr ofundidade do seu ancora douro e do canalque a ele
conduz;
2.- são evidentes as vantagens que temo anco radouro de Dom Pedro II,
comparado àquele, não só em relação à capacidade e profundidade de seu
ancoradouro, como a facilidade de acesso e os que oferece para execução de
obras indispensáveis a todo oporto de comércio;
3.- a comissão não pode vacilar na escolha entre os dois portos que
disputam a preferência para servir de srcem à primeira e principal estrada de
ferro da Província e indicar o porto projetado em frente ao ancoradouro de
franquia da cidade de Paranaguá e ao qual a câmara municipal deu o nome de
porto Dom Pedro II, como o que mel hor satisfaz ao fim equ se tem em vista. 191

Scherer logo iniciou os trabalhos e abriu o leito da linha, da cidade de


Paranaguá até o Porto Dom Pedro II, além de proceder aos estudos e ao
desmatamento de todo o rtaçado até Morret es, numa extensão detrinta esete
quilômetros.
(188) - Ver o texto do "Termo para Perpetuar a Memória ", em Rápidas Referênci as XVI.
(189) - Apontamen tos HistóricotgO Itiberê n"s. 119/120, Mar/Abr. - 1929.
(190) - Parmuiguá - Curit iba— Oitenta Anos de lieação Ferroviári a. Curitiba, 1965, Edição Comemorativa, p.48.
(191) - Ibidem. p.49.

311
A concessão provincial para a construção da ferrovia Paranaguá-
Morretes e concessão imperial para as obras de melhoramento do porto na
margem meridional
seguro e efici
ente qu e o da
caisbaía,
do riocom o objetivo
não podiade
Itiberê dotar a significativame
oferecer, cidade de nte
ancoradouro
caminhavam juntas, conectadas,orienta das pelo engenheiro, Dr.
Pedro Alloys
Scherer.
O Decreto Imperial n.° 5.912, de 1.° de maio de 1875, finalmente deu
ganho de causa aos interesses de Paranaguá, concedendo-se à Companhia de
Estradas de Ferro do Paraná, então organizada, fiança de juros sobre dois mil
contos de réis
, já garantidos pela Província do Paraná
, e garantia de jur
os sobre
cinco mil contos de réis destinados à construção da estrada de ferro do porto
Dom Pedro II à cidade de Curitiba.
Poucos dias eramass p ados do Decreto n.°9125. falecia no Rio de Janeiro,
em 10 de maio do mesmo ano, o Dr. Pedro Alloys Scherer. A Companhia de
Estradas de Ferro do Paraná, sem a orientação técnica, seria dirigida pelos
concessionários remanescentes, Pêcego Júnior eSilva Lemos.
José Gonçalves Pêcego Júnior, na orte,
c iniciou estu
dos e negociações,
visando à transferência da concessão.
O Governo
aqui chegando emImperial contratou
janeiro de 1876. O engenheiros que vieram
projeto organizado a Paranaguá,
pela comissão de
engenheiros serviu de base ao Decreto Impe rial n.° 6.594, de 27 de junho de
1877, que aprovou os estudos definitivos da Estrada de Ferro de Paranaguá,
referendado pela PrincesaImperialRegenteDona Isabel.
O Decreto Imperial n.° 7.035, de 5 de outubro de 1878, subscrito pelo
então Ministro do Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras
Públicas, Visconde de Sinimbu - Conselheiro João Lins Vieira de Cansanção
Sinimbu (1810-1906) - concedeu garantia de juros de7% (sete por cento) ao
ano, sobre o orçamento geral,no total de 11.492:048$709, organizado sobre
estudos realizados pela omissão
c de engenheiros.

HOMENAGEM AO VISCONDE DE SINIMBU


A Câmara Municipal de Paranaguá, ao receber a informação de que o
Governo Imperialoncedera
c garantia de juros- medida eficaze indispensá
vel
àanseios
transferên
cia
e as
manda concessão
ifestações de da estrad
a depara
regozijo
dos ferro - eses,
nagüen certa
nade interp
sessão rreal
etar os
izada
em 15 do mesmo mês e ano, aprovou a seguinte proposição apresentada pelo
Vereador Antô nio Luísde Bittencourt
:
Proposta: »
Tendo o Ex.mo Sr. Conselheiro João Lins Vieira de Cansanção Sinimbu,

312
Ministrodos Negócios daAgricultura, ComércioObra
e s Públicas, assinado o
Decreto Imperia
l de 5 do mês, concedido garantia de sjuro
aos empresários da
estrada de ferro, pelo
último orçamento, paraaumento de capital
a construção queférrea
da via necessitam levantar, conforme
desta Província, o
a partir do
porto Dom Pedro II, deste município, até Curitiba, trazendo essa decisão à
realização da empresa que deve produzir maior desenvolvimento no nosso
município, e aos demais pontos da Província, proponho para que esta Câmara
feliciteem nome do município ao Ex.mo Sr.Ministro, pelo seu ato de just iça.
Reconhecendo mais que o mesm o Decreto garantiu ao nosso Munic ípio
o direito que, por opiniões diferen
tes,lhe foiconcedido,porém, que por questão
partidária selhe queria tirare no que oEx.mo Sr.Ministro,pela sua probidade
e tino,não se deixou levar pelos emp enhos políticos, para não decidira questão,
por demais protelada; eu proponho que, em memória do seu ato, a Câmara
transfira o nome da Rua da Gamboa, para o de rua Conselheiro Sinimbu e que
peça permissão ao mesmo senhor Ministro, para autorizar-lhe a colocar o seu
retrato a óleo, em tamanho natural, na Sala das Sessões, em sinal de apreço e
gratidão pedindo para estaaquisição a verba espec ial, ao Presidente da Provínc
ia.
Proponho mais, para ser gravada na ata, a felicitação e mais papéis que
se dirigirSala
ao Ministro.
das Sessões da Câm
ara Municipal, em 14 de agosto de 1878.
(a) Antônio Luís de Bittencourt. 19 2

1.- Felicitação
A Câmara Municipal de Paranaguá aprovou e enviou ao Ministro,
Visconde deSinimbu, dois Ofícios. Diz oprimeiro:
limo. Exmo. Sr.
A Câmara Municipal desta Cidade, em nome dos seus munícipes,íntima
e jubilosam ente penh oradas pela deliberação rpoV. Ex.tornada em relação a
a

projetada via férrea desta Província, não pode deixar de render, desde já, as
merecidas hom enagens e patentear seus sincerosvotos dereconhecimentoV. a
Ex. por tão plausível e importante motivo.
a

O conceito e glória indeléveis que perlustram o nome ,deago V.Ex.


ra ' a

em diante, jamais inestinguível e inseparável das páginas da história do


progresso do Paraná, transluzindo para os vindouros filhos da Província,
rememoração sempre a grandiosa e soberba prosperidade que lhe virá a
prodigalizar a justa resolução deV.Ex. e a gratidão de todos os paranaenses,
a

bendizendo-o duradoura e perpetuamente, o recomendarão ao respeito e


acatamento dos pósteros.
4*
(192) - Ata da sessão realizada na Câmara Municipal de Paranaguá, em 14 de outubro de 1878.

313
Abatido sobo pesoda mais acabrun hadoura e ignara indiferença,
imersa
no mais este
rilizadormarasmo, quando suas condições epredicados naturais a
fadavam para largos
particularmente e legítimas
esta cidade, deixaraspirações,
de prestar onão pôdepreito
devido sobretudo, muito e
à hombridade
retidão justiceira de V. Ex. quando, após injustas lutas e contrariedades de
a

gratuitos inimigos equtentavam inconscientemente ainda mais enervá- la, veio


o robusto epleno conhecimento das razões, pró ou contramilitantes,levar aV.
Ex. , revestido de toda independência e isento de políticos e ingratos
a

preconceitos, resolver omagno assunto, que encerra e resum


e acerto,remissão
do mais importante município da província, o que instantemente requeria um
tal propulsor para sua pujante e crescente vitalidade.
Permita, pois, V. Ex.que esta câmara, possuída do mais profundo
a

respeito, felicite não só o estadista probo e de reputação ilesa, como ainda, o


homem político, que mais uma vez, sobrepujando as preponderâncias
particulares, não só patrocinou as conveniências nacionais.
Deus guarde a V. Ex. a

Paço da Câm ara Mun icipal de Parana


guá, em SessãoOrdinária de 14
de outubro de 1878.
limo,e Exmo. Sr.Conselheiro João Lins Vieira Cans
de anção Sinimbu.
Digno Ministro e Secretário.de Estado dos Negócios da Agricultura,
Comércio eObras Públicas.
Manuel Ricardo Carneiro
Dr. Leocádio José Correia
Prisciliano da Silva Correia
Antônio Luís de Bit tencourt
Joaquim Mariano Ferreira
Manuel Lobo de Andrade
Manuel Bernardo Pereira
JoãoCaetano de Sousa.

2. - Segundo Ofício
No segundo ofício, continua a Câmara Municipal de Paranaguá nestes
termos:
limo. e Exmo. Sr.
A Câmara Municipal desta Cidade, levada ainda pelo mesmo, justo e
entu
a V.siástico
Ex. vemmotivo,
a
aindaque dete
rmino
solicitar a udevida
a felicitaçãoque, em
permissão datacolocar
para de hoje,
dirigiu
em uma da suas
salas o busto de V. Ex., monumento perene que lhe lembrará sempre, a dívida
a

inconsolável para com V.Ex. contraída,homenagem a que tem jus o estadista


a

imparcialque rorppendo o véu queobscureciao horizonte daprosperidade deste


município, lhe augura o mais auspicioso porvir, prodigalizando-se o elemento

314
primo e certo de todo o progresso.
Aguardando a honrosa resposta de V. a
, espera
Ex. esta Câmara que
acederá V.Ex. ao lícito empenho e, ainda uma vez, em nome de todos
a

a
os seus
Munícipes,
franca e lealprotesta a V. Ex.
gratidão. o mais profundo acatamento e respeito e a mais
Deus guarde a V. Ex.
a

Paço da Câma ra Municipalde Paranaguá, em SessãoOrdinár


ia de 14
de outubro de 1878.
limo.e Exmo. Sr.Conselh eiro JoãoLins Vieira de Cansan
ção Sinimbu.
Digno Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura,
Comércio eObras Públicas.
Manuel Ricardo Carneiro
Dr. Leocádio José Correia
Prisciliano da Silva Correia
Antônio Luís de Bittencourt
Joaquim Mariano Ferreira
Manuel Lobo de Andrade
Manuel Bernardo Ferreira
João Caetano de jSousa.

3. -OPermissão
Ministro,do Viscond
ante e de Sinimbu
a calorosa manifestação da Câmara, não ficou
indiferente. Seguem-se as portarias do iMnistro da Agricultura epresiden
do te
da Província do Paraná:
Ministério dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas.
Diretoria Geral. 1* Seção. N.° 138.
Rio de Janeiro,31 de out ubro de 1878.
Foi-me presen te o ofíciode 14 do corrente emque a Câmara Municipal
de Paranaguá, solicita permissão, que não me é lícito recusar, por deferência
para com os signatários do referido ofício e homenagem aos patrióticos
sentimentos que se refletem na deliberação de SS.SS. para testemunhar de
modo duradouro, o reconhecimento de seus munícipes, pelo ato a que, na
qualidade de ministro destarepartição,liguei omeu nome, e que naopinião da
mesma Câmara,augura aoMunicípiode Paranag uá, omais auspicioso
porvir.
Assentindo, pois, aos desejos da Câmara Municipal dessa cidade,
agradeço a V.S. e a seus dignos colegas, o preito, tão espontâneo, quão
significativo,que destarte prestam ao inete
gab a que tenho a hon
ra de presidir.
O que,
resposta paradofin
aopresta s conv
o. enientes, tenho a satisfação de declararV.S.
ofíci a em
Deus guardeVa.S.
(as.) João LinsVieira de Cansan ção Sinimbu.
Sr. Manuel Ricardo Carneiro e mais Vereadores da Câmara Municipal
de Paranaguá . **

315
4. - Ofício do Presidente da Província do Paraná
2." Seção -Província doParaná.
Palácio da Presidê
ncia, em30 de novembro de 1878.
Em nome do Governo Imperial e cumprimento ao aviso de 22 do
corrente, agradeço a Câmara Municipal de Paranaguá a felicitação que, como
intérprete dos seus munícipes, dirigiu ao Ministério da Agricultura, pela
deliberação tomada em relação à via férrea desta Província, patenteando seus
votos de agradecimentos por esse serviço que reputam relevante.
Ao governo foi grato saber que no ato aludido pela Câmara, foram
consultados os verdadeiros interesses da Província, porquanto, em matéria de
tanta gravidade, esse deve ser o princípio eficiente nas dos que se acham
encarregados da direção dos negócios sociais.
O Ministério da Agricultura faz votos para que uma empresa, de cuja
realização depende o futuro da bela Província do Paraná, seja levada ao cablr
com a maior presteza e êxito feliz.

5. - O quadro, óleo sobre tela, do Visconde de Sinimbu


A Câmara Municipal de Paranaguá encarregara o comerciante Bento
Pinto de Oliveirapara providenciar,na corte, o contrato pa ra a pintura de retrato
do Visconde de Sinimbu.
Entrementes, na sessão da Câmara realizada em 12 de julho de 1879,
por proposta do Vereador Antônio Luís de Bittencourt, em homenagem aos
serviços que tem prestado a este Município, os empresários da futura estrada
de ferro, JoséGonçalves Pêceg o Júnior eJosé Maria daSilva Lemos, que a
mesma faça deno minar de agora emdiante - Rua PêcegoJúnior- a do Ouvid or
- e Rua Silva Lemos - a das Flores.
Ainda, com referência às negociaçõ es da concessão Scherer, o trabalho
desenvolvido, pelo Barão de Penedo, em Paris,nos meados de 1879, resultou
no decreto imperial n.° 7.420, de 12 de agosto do mesmo ano, subscrito pelo
MinistroSinimbu, que auto rizou a transferência dos direitos deJosé Gonçalves
Pêcego Júnior e José Maria da Silva Lemos à empresa francesa - Compagnie
Générale deChemins deFer Brésiliens, empresa associadaa Société Anonyme
de Travaux Dyle et Bacal an, com sede em Louvain, Bélgica.
Na sessão extraordinária realizada em 24 de novembro desse mesmo
ano, acâmara foi infor
mada pelo comerciante Bernardo Pinto de O liveiraque
o mesmo pretendia man dar o retratopara ainauguração dos trabalhos estrada
da
de ferro, que se jul
gava seriano mês de janeiro e que seriaconveniente alugar
uma casa, não só para as sessões da câmara, como também para recepção do
mencionado retrato. •< 193

(193) Ata da sessão extraordinária da Câmara Municipal de Paranaguá, realizada em 24 de novembro de 1879.

316
Na sessão da câmara, realizada em 24 de dezembro do mesmo ano,
tendo em vista a aproximação do dia da inauguração dos trabalhos definitivos
da Estrada de Ferro e sendo de praxe o concurso da representação das
associações Tipográficas, Literárias, Anônimas, Científicas e Beneficentes da
Provínciapor ocasião dasfestas que dev em haver, indic
ava o vereador Antô nio
Luís de Bittencourtque a câmara, na ni tenção de tornar ma
is brilhante este
ato,
convidasse essas associações para se fazerem representar. 194

Na sessão de 27 de dezembro, ficou deliberada a mudança da Câmara


Municipal, do antigo prédio que era junto à cadeia, para o sobrado de Camilo
Antônio Laines,contratado po r quatro anos ao alug
uel de 55$000 (cinqüenta e
cinco mil réis) mensais,prédio essesituado à Rua da Praiahoj- e Rua Genera l
Carneiro. 195

Neste mesmo mês a imprensa noticia de que um dos Portos da França,


partiu o primeiro navio com material de onstruç
c ão para a Estrada de Ferro do
Paraná.
O Preside nte da Câmar a Municipal, Manuel RicardoCarneiro,na sessão
de 26 de fevereiro de 1880, comunicou o recebimento de duas cartas do
comerciante Bern ardo Pinto deOliveira.Numa, diz ele que emba rcou oquadro
do Visco
destino anParan
de de Sinim
agu buoutra,
á. Na no navio "Ri
o uGran
especifico de",saíd
os gastos o do
, no Riototal
valor de Janeiro
de com
1:668$ 100
(um conto, seiscentos e sessenta e oito mil e cem réis),
sendo -1:200$000 (um
conto e duzentos mil réis) o retrato; 380$000 (trezentos e oitenta mil réis), a
moldura e 88$100 (oitenta e oito mil e cem réis), as despesas. 196

No Riode Janeiro, o prepo sto da Compag nie Gén érale de Chemins de


Fer Brésiliens, Paul de Lahante, convidou Sua Majestade, o Imperador Dom
Pedro II e sua virtuosa consorte, a Imperatriz Dona Teresa Cristina para
honrarem com sua presença a inauguração dos trabalhos de construção de
Estrada de Ferro do Paraná. O Imperador decidiu que se entendesse com o
Ministro de Estado dos Negócios da Agricultura e do Comércio e Obras
Públicas, agora Conselheiro
o Manuel Buarq ue deMacedo.O Ministro deleg ou
ao Presidente da Provínciado Paran á, Dr. Manuel Pinto de Sousa Dan tas Filho,
o itinerário da viage
m e a programação da festa.
A presença augusta de SS. Majestades Imperiais ao evento daria
amplitude, brilho, vibração e esplendor ao importante acontecimento.
O Imperador
deste século, já queDom Pedro
gostava de II, em realização
viajar. Serviu-se de viagem,
dos foi um homem
rudimentares meios de
transp
orte então exis
tentese mesmo em dorso deanimais,pouco se importando
(194) Ata da Câmara Municipal de Paranaguá, sessão realizada em 24 de dezembro de 1879.
(195) Ihidem. sessão de 27 dmezembro de 1879.
(196) lbidem. Sessão de 26 de fevereiro de 1880.

317
com o desconforto. Realizou vá rias viag
ens ao interior do Br
asil, principiando
pelo Rio Grande do Sul, em fins de 845.1 Depois, às províncias da Bahia,São
Paulo, Minas Gerais,Pernambuco, Paraná. Desloc ou-se,também, a vários países
da Europa, Estados Unidos da América, Egito, Japão. Mereceu, dizem, ser
conhecido por"Sua Majestade Itinerante".
A Câmara Municipal de Paranaguá, em sessãorealizadaem 10de maio
do ano de1880, deliberou: man dar afixar editaisconvidando as autoridades
eclesiásticas,civis, militares
, cônsules, vice-cônsules,pessoas gradas do lugar
e o povo em geral, para reunirem-se no Paço da Câmara, na hora em que os
telégrafos fizerem os sinaisda aproximação do vap or em oqual devem chegar
SS. MM. Imperiais, para o fim de stirem assi aos seus desem barques, conv idando
também as Comissões das Câm aras e asdas Sociedades Científicas e Artísticas
para no diada inaug uração dos trabalhos dastrada
E de Ferro
de Dom Pedro II,
comparecerem no mesmo lugar, uma hora antes que reunidos acompanhem
Sua Majestade o Imperador, que presidirá esse ato e bem assim convidar aos
moradores da cidade a iluminarem a frente de suas casas nas três noites que
seguirem ao dia em que cheguem os mesmos Monarcas, e terem limpas as
frentes de suas casas. 197

da Concei
Na ção,
Rua dahoje Rua
Praia, atuPrisc
al iliano Correia,
RuaGenera levantou
l Carneiro, -se um
frent elegante
e para a antigapavilh
ão
ladeira
constituído deuma abóbada elevada no entro c esustentada por quatro colunas
dóricas de seismetros de altura, por nov e metros de centro.No centro do arc o,
achava-se colocado o escudo brasileiro. No franco direito, o da França e, no
esquerdo, o da Itália; no cimo das colunas, as figuras alegóricasrepresentando
o Brasile o Comércio: no lado opo sto do arco,o escudo de Portu gal; nos cimos
das duas colunas restantes, as alegorias do Paraná e das Artes.
Na Rua Paissa ndu, atual Rua Princesa Isabel,em frente ao Rio Itiberê,
também foilevantado um mon umento dequatro pórticos, com colunas deordem
coríntia, guarnecidas de festões e flores artificiais, encimados pela Coroa
Imperial.
Em frente ao Palacete Barão de Nácar, hoje Palácio Visconde de
Nácar, sede do Poder Legislativo Municipal, foi construído um lindo coreto,
guarnecido de artísticas colunas romanas, entrelaçadas com festões e flores.
Na antiga Rua Direita, atual Rua Marecha l Deodoro, em frente à antiga
Rua
sustendo
tadoFunil,
por oitohoje Rua corí
colunas Desembargador
ntias,com meda Hugo
lhõ Simas,
es, bem comolevantou-se
ico um arco
um artíst
obelisco.
No antigo Larg o da Matriz,atual Praça Monsenhor Celso, colocou-se
(197) - Ata da Câmara Municipal de Paranaguá, sessão realizada em 10 de maio de 1880.

318
uma monumental coluna com diversas inscrições alegóricas e um grande e
imponente arco transparente que, com as luminárias, produzia deslumbrantes
aspectos feéricos.
No dia 16de maio desse an o de 1880, às 20h,a Câmara Municipal de
Paranaguá, presidida pelo senhor Manuel Ricardo Carneiro,realizou uma Sessão
Especial Extraordinária, contado com a presença dos Vereadores, Autoridades,
grande número de convidados e pessoas gradas e ilustres da sociedade
paranagüense, inaugurando, solenemente, na Sala as Sessões, o retrato, em
tamanho natural, do benemérito estadista Conselheiro João Lins Vieira de
Cansanção Sinimbu, óleo sobre tela, medindo 2,67m por 1,65m, trabalho do
laureado pintor brasileiro, Vítor MeirelesLima
de (1832-1903).
O Presidente da Câmara proferiu eloqüente e emocionado discurso.
Em seguida, com a palavra ao Vereador, Dr. Leocádio José Correia, (1848-
1886), pronunciou brilhante oração.
Proposição ap resentada pelo Vereador Prisciliano da Silva Corr
eia, a
câmara apro vou o telegrama envian do aoVisconde deSinimbu, nestes termos:
Ao Sr.Conselhe iro Sinim
bu - Corte.
Acaba de ser colocado nó Paço da Câmara Municipal o retrato de V.
a a

Ex. . Muitos
estrada brindes
de ferro da têm sido dirigidos
Província, existe àimorredouro
pessoa decujo
V.no
nom
Ex.ecoração
ligado ados
paranaenses. 198

Dois dias depois desta marcante solenidade realizada Câmara


Municipal -em 18de maio -pisaram no generoso soloparanagüense - SS.MM.
Imperiais, Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina, com luzida comitiva.
SUAS MAJESTADES IMPERIAIS DOM PEDRO II E DONA
;

TERESA CRISTINA, EM PARANAGUÁ


No dia 18de maio de 1880, às 15h30min, o Farol das Conchas, Norte
da Ilha doMel, baía de Para
naguá transmitiu ossinais e oTelégrafo Ótico- TO
- existente na primeira cumeada da ilha da Cotinga, repetiu por meio de
bandeiras, avisan
do que os navios, paquete "Rio Grande" ea corveta deguerra
"Guanabara" cruzaram a barra, navegando baía adentro, em direção de
Paranaguá.
O navio
comitiva, "Riodo
composta Grande", conduzia
Dr. Manuel SuasdeMajestades
Buarque Imperiais
Macedo, Ministro de eEstado
Ilustre
dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas; Almirante Joaquim
Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré, camarista de Sua Majestade; o Vice-
Almirante, Artur Silveira da Mota, Barão de Jaceguai; Dr. Antônio Teixeira da
(198) Ata da Câmara Municipal de Paranaguá, sessão especial extraordinária, realizada em 16 de maio de
1880.

319
Rocha, Barão deMaceió, médico da CasaImperial; Comendador Dr. Antôn io
José Alves de Araújo; deputado Provincial desembargador José Caetano de
Andrade Pinto; Baronesa Leopoldina Verne Magalhães Barbosa, Dama da
Imperatriz.
Acompanharam também a comitiva, a convite do Imperador o Dr.
Joaquim Pizarro,Lente de botân ica da Escola de Medicina do Ri o de Janeiro,e
os representantes dos jornais Gazeta de Notícias, jornalista José Carlos de
Carvalho; Jornal do Comércio, Jornalista José Tinoco; Jornal Cruzeiro, Jornalista
Ernesto Matoso,conceituado s órgãos da imprensa daCorte,os quais fizer am a
cobertura da viagem de Suas Majestade s Imperiaisà Provínciado Paraná .
A Fortalezade Nossa Senho ra dosPrazeres da Barrada Baía de Paran aguá,
deu as 21 salvas de saudaçã o. Os barcos"Marumbi" e "Iguaçu", partiram do
Cais do rioItiberê,com as comissões de recepç ão e autoridades. Entre eles:
Dr. Manuel Pinto de Sousa Dantas Filho e Presidente da Província do
Paraná, com os Secretáriosde Governo;
Manuel Antônio Guimarães, Barão de Nácar;
Manuel RicardoCarneiro,Presidente daCâmara Municipal de Parana guá;
O Capitão do Porto, Inspetores de Saúde, da Polícia e da Alfândega,
algumas senhoras e pessoas da sociedade paranagüense.
No "Marumbi", embarcaram mais de 300 pessoas, representando as
classes ecorporações da Prov íncia ea Banda de Música.
Outras embarcações particulares, menores, escaleres da Escola de
Aprendizes Marinheiros, da Alfândega, da Capitania, da Polícia Marítima,
embandeiradas, deviam agu ardar na pon ta daCruz, àpassage m do navio"Rio
Grande", acompanhando até o porto Dom Pedro II.
Os Augustos Monarcas eilustre comitiva na enseada do Gato,fizeram o
transbordo para o barco"Iguaçu", eàs 18h, pela ponte preparada com
aprimorado bom gosto, na Rua Gener al Carneiro,ponto inicial da antiga Ladeira
da Conceição, atual Rua Prisciliano Correia, SS. MM. Imperiais e comitiva
foram recebidos com viva da população, banda de música, repicar de sinos e
numerosos estrugir de fogos.
Em nome do Governo Municipal, na qualidade de Presidente Câmara,
da
fez o discurso de saudação Manuel Ricardo Carneiro, nestes termos:
Senhor:
A Câmara Municipal desta cidade, por si e por seus Munícipes, tem a
honra de saudar a V.M.I. e a sua Digna Esposa, nossa excelsa Imperatriz.
Ufanos e cheios de verdadeiro júbilo pela muita honra que SS. MM.
Imperiais tão benignamente nos dispensam vindo a esta cidade, pedimos a SS.
MM. Imperiais ue q se dig nem aceitar as nossas cordiaishomenagens de
segurança de nossosnabaláveis
i respeit
o, amor e feli
cidadeàs augu stas pessoas

320
de SS. MM. Imperiais, de cuja preciosa existência tanto há mister a Nação
Brasileira.
Em nome do povo, pronunciou vibrante discurso o Dr. Leocádio José
Correia.
Ao pisarem o generoso olos paranagüense, um gru po de 21simpáticas
senhoritas, vestidas de branco, cingidas por uma fita verde-amarelo,
representando os 21 municípios paranaen ses, cobriram Suas Majestades
Imperiais com uma profusão de pétalas de flores.
Entre vivas, aclamações e entusiásticas demonstrações de regozijo e
alegria de uma multidão estimada em 2.500 pessoas, os ilustres visitantes seguiram
pela antiga Rua da Concei
ção,atual Rua Priscil
iano Correia,dirigin
do-se para a
Rua Boa Vista, hoje Rua Visconde de Nacar, hospedando-se no Palacete Barão
de Nacar, hoje Paláci
o Visconde de Nacar, sede doerPod Legislat
ivo Munici pal,
na época adredemente preparado para receber os Augustos Monarcas.
Em homenagem às suas Majestades Imperiais e comitiva, os Barões
de Nácar realizaram às 20h, um grandioso banquete, no confortável palácio
em nome da sociedade paranagyense, colocando-se os anfitriões ao lado dos
soberanos. Contava Dom Pedro II,nessa data, 54anos, cinco meses e 16 dias.
1. - As visitas
No dia seguinte - 19 de maio - às 7h, Dom Pedro II já andavam fazendo
seu passeio pelas ruas da cidade.
Neste passeio matin al visitou a Praça doMercado, aCapitania do Porto,
a Escola de Apren dizes Marinheiros,
o prédio on de funcionavam a Câmara ea
Cadeia,hoje demolido .
Em seguid a, Sua Majestade visitouPaço
o Municipal em novodio préna
Rua da Praia, atual Rua General Carneiro. Visitou, também, as duas fontes,
situadas no Campo Grande. Ao passar pela Igreja Matriz, visitou o Templo,
fazendo orações.
À tarde, visitou o local onde se deveria erguer a Estação da Estrada de
Ferro,a Santa Casade Miseric órdia, situad
a ao lado da capela do
Senhor Bom
Jesus dosPerdões, com fren te para a atual Rua .DrLeocádio,dirigindo-se em
seguida ao casarão do antigo Colégio dos Jesuítas, então ocupado pela Alfândega,
criada e instalada em 1827, mostrando conhecer o histórico do velho prédio.
Visitou a Escolado Professor JoséCleto da Silv a (1843-1912), ocasião em que
argüiu algu ns alunos.Visitou oClub Litt erario,fundado em 9de agosto de1872,
e com aimperial assinatura no Livro detantes, Visi honrou e enalteceu a História
do tradicion al clube.

321
2. - Solene TE DEUM
Acompanhado daImperialcomitiva,do Presidente da Província do
Paraná
,
Manuel Pinto deSousa Dantas Fil ho, Vereadores, Autor
idades, Corpoonsular
C
e muitas outras persona lidades,às 18h30min,Suas Majestades Imperiais
participaram de soleneTe Deumem Ação de Graças, cerimônia religiosa de
caráter oficial, iniciativa da câmara Municipal, realizada na Igreja Matriz da
Paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá.
O bondoso servo de Deus, Padre Celso Itiberê da Cunha (1848-1930),
nascido em Paranaguá, subiu ao púlpito e pronunciou emocionante saudação,
invocando especialmente aos Monarcas, as graças divinas.
3. - O banquete da Compag
nie Générale
Sua Majestade o Imperador havia decidido partir para Curitiba, via
Antonina, no dia seguinte - 20 de maio - pela manhã.
Ao conhecer a decisão imperial, o Sr. Paul de Lahante, o preposto da
companhia francesa,solicitou à Sua Majestade que modificasse a programação,
pedindo a graça de proceder à inauguração dos trabalhos antes da partida. A
Empresa Concessionária mandara preparar pela Casa Leão de Ouro, do Rio
de Janeiro, um suntuoso banquete para oferecer ao Monarcae seus convidados.
Ocorreu, então, o seguinte diálogo:
- Isso será para o meu retorno do interior da Província - afirmou o
Monarca.
- Eu vos peço - insistiu o Sr. de Lahante. A Companhia me encarregou
de oferecera V. M. o almoço que está prep arado para receber ahonra da vossa
presença amanhã.
- A meu retorno - atalhou decidido o Soberano.
- Perdoe-me de insisti
r - replicou o Sr.de Lahante.
- Mas, eu não quero, Senhor - declarou peremptório Dom Pedro II.
Diante da inflexibilidade, o Sr. de Lahante fez respeitosa reverência,
repetindo o que dissera Luís XI:
- Que a vontade deste Grande Senhor seja feita.
O banquete, preparado para o dia seguinte, foi saboreado pelos
trabalhadores da Estrada de Ferro do Paraná.

4.
A -Câmara
O Baile Municipal de Paranaguá, resolveu oferecer aos Monarcas,
comitiva e convidados, um grandioso baile na própria Sala das Sessões da mesma
câmara, como eloqüente demonstração de regozijo pela feliz chegada dos
Soberanos, dirigindo-lhes ofício-convite:

322
Senhor:
A Câmara Municipal desta Cidade de Paranaguá, desejando dar uma
demonstração de regozijo de que seacham p ossuídos os seus munícipes pela
felizchegada de V.M.Imperial ede sua Au gusta Esposa,resolveu pedir lic
ença
a SS. MM. Imperiais par a oferecer-lhes um baile
na Saladas Sessõesda mesma
Câmara, neste intuito suplica
m de SS. MM. Imperiais qu e se dignem de aceitá-
los e marcar o dia e ahora convenientes. 199

Na mesma noite realizou-seo baile, à Ruada Praia.Dom Pedro II dignou -


se comparecer. A solene entrada de Sua Majestade no Salão Nobre, às 21h,
acompanhado de especial comissão de recepção, ao som do Hino Nacional
Brasileiro, o Monarca foi saudado pelos presentes.
Os Cônsules Alemão, Inglês, Francês, Uruguaio, Argentino, Chileno,
Holandês e Dinamarquês, cumprimentaram Sua Majestade.
A Imperatriz, devido a forte temporal que desabou nessa cidade, ficou
impossibilitada de comparecer ao baile. O Imperador dançou com várias
senhoras e com a senhorita Albertina Pereira, dileta filha do Sr. Leocádio Pereira
da Costa,ex-inspetor da Alfândega.
Entre as personalidades presentes ao grandioso baile, além de Sua
Majestade, pode-se
Dr. Manuel relacionar
Buarque os seguintes:
de Macedo, Ministro do Estado dos Negócios da
Agricultura, ComércioObre as Públicas
Manuel Pintode Sousa Dan tas Filho, Presidente daProvíncia do Paraná
Almirante Joaquim Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré
Manuel Antônio Guimarães, Barão de Nácar
Vice-Alm irante Ar
tur Silveirada Mota,Barão de Jaceguai
Desembargador José Caetano de Andrade Pinto
Doutores Murinelly, João Dantas, Leocádio Pereira Correia
Comendador Antônio José Alves de Araújo, Deputado Provincial
Alfredo Caetano Munhoz, Inspetor da Tesouraria da fazenda
Oficiais da Corveta de Guerra "Guanabara"
Paul de Lahante, representante de Compagnie Générale de Chemins de
Fer Brésiliens
Comendador Ferrucci, Engenheiro-Cchefe da Estrada de Ferro
Joaquim Soares Gomes
Florêncio Viana Pires
Filastro Nunes
Leocádio Pereira da osta
C
José Antônio Pereira Alves
(199) LEITE, Zemm. O Imperador em Paranaguá. O Itiberê, dezembro, 1925, p. 17.

323
Manuel Ricardoarneiro,
C Presidente da Câmara Municipal
Manuel Bernardo Pereira
Prisciliano
Joaquim da Silva
Mariano Correia
Ferreira
JoãoCaetano de Sousa
Francisco José de Oliveira
José Antônio deSiqueira
Antônio Luísde Bittenc ourt
José Rodrigues Branco.
O Baile, sempre animado, transcorreu em ambiente de respeitosa e
cativante familiaridade, onde o Monarca deixou todos impressionados pela
sua bondade, no trato acessível e benévolo.
Por volta das 24h, retirou-se Dom Pedro II, em companhia do Barão de
Nácar,Manuel Antônio Guim arães,e outros senhores,prolon
gando-se ainda o
suntuoso baile até alta madrugada, deixando em cada um a lembrança de
momentos inesquecíveis.

5. - Viagem a Curitiba, via Antonina:


No dia 20 de maio, às 6h da manhã, SS. MM. Imperiais e comitiva
embarcaram no mesmo navio "Rio Grande", com destino a Antonina, sendo
acompanhados por muitos cidadãos e famílias de Paranaguá até afraterna cidade
de Antonina.
A bordo , às 8h,serviu-se um saboroso almoço,para o qual Sua Majestade
dignou-se deconvidar aspessoas que oacompanhavam. Às8h30min,SS. MM.
Imperiais desembarcaram em Antonina, recebendo grande manifestação de
entusiasmo do povo e às llh, saiu o comboio de sete carruagens, chegando às
17h34min, no rio do Meio, para o pernoite, descansando na casa da viúva
Manuel Ramos, km 40. No dia segu inte, parti
u para Curitiba, ond
e a comitiva
era esperada.
Dom Pedro II passo u os dias22 e 23em Curitiba.No dia 24, partiu para
Campo Largo, indo depois a Palmeira. No dia 25, seguiu para Ponta Grossa.
Em seguida, foi para Castro no
e dia 27,voltou para Ponta Grossa.No dia 28,
saiu de Ponta Grossa para Palmeira,onde passou tod o o dia 29, para emseguida
ir à Lapa.A 1.° de junho de ixou a Lapa a camin ho de Curitiba.No dia 4,a
comitiva partiu para Morretes e Antonina. No dia seguinte - 5 de junho - ao
meio dia,embarcaram no navio "R io Grande", com destino aParanaguá.
No trajeto de um ao outro porto, foram executados no piano de bordo,
por distintassenhoras,embarcada s em Antonina,vários números musicais.

324
6. - O Imperador novamente em Paranaguá:
Ao aproximar-se dacidade de Parana guá, o navio "Rio Grande" , foi ao
seu encontro o barco "Marumbi", lotado de senhores que ao som do Hino
Nacion al Brasileiro,entre milhares de foguetes vivas,
e saudaram os Aug ustos
Viajantes. Em Paranaguá o entusiasmo era extraordinário, com a população
precipitando-se pelas ruas e cais, agrupando-se nas janelas.
O barco "Marumbi" chegou ao Cais da Rua da Praia, entre vivas e
aclamaçõ es e, por volta das 14h30min,ocorreu o desem barque, recebido pela
população com muito carinho e alegria, rumando o cortejo para o local da
cerimôn ia de colocaçãoda pedra fu ndamental deinauguração dostrabalhosda
Estrada de Ferro do Paraná.
Em um pavilhão vistoso e elegante, enfeitado de várias bandeiras, na
presença de SS. MM. Imperiais, teve lugar a bênção da primeira pedra, pelo
reverendo Pároco da Paróquia deNossa Senh ora doRosário, Padre José Ferreira
da Silva, coadjuvado pelo Pároco da Paróquia de Guaratuba, Padre Donato
Rofrano e, numa padiola, foi conduzida para o seu lugar, por Sua Majestade o
Imperador, o Ministro Manuel Buarque de Macedo Pinto de Sousa Dantas
Filho,Presid ente daCâmara Municipa l de Paranaguá, Manuel RicardoCarneiro.
Na histórica pedra fundamental, fora gravada a seguinte inscrição:
"Compagnie Générale de Chemin s de Fer Brésiliens.
A 5 de junho de 880,1 na augusta presen ça de Suas Majestades Imp eriais,
sendo Ministro eSecretári o, de Estadodos Negócios daAgricultura , Comércio
e Obras Públicas, o Conselheiro Manuel Buarque de Macedo e Presidente da
Província do Paraná Manuel Pinto de Sousa Dantas Filho, foi começada a
construção da Estrada de Ferro de Paranaguá a Curitiba".
A colher deprata, usada pelo Monarca, para colocaro primeiro cimento
desta redentora obra, também tinha gravada a seguinte inscrição:
"A Companhia Geral deEstradas deFerro Bras ileiras S. M. inaugurou a
Estrada de Ferro do Paraná em 5 de junho de 1880. Diretor de Trabalho
Comendador AntônioFerrucci".
Acompanhou a pedra um cofre deferro commoedas correntesà épocae
jornais da dia que circularam na Província do Paraná. Do evento, o Presidente
da Câmara Municipal de Paranag uá, Manuel Ric ardo Carneiro,lavrou minu cioso
auto, assinado por SuaMajestade oImperador Do m Pedro II epelas seguintes
personalidades:
Ministro Manuel Buarqu e de Macedo
Manuel Pinto de Sousa Dan tas Filho, Preside
nte daProvíncia do
Paraná
AlmiranteJoaquim Marque s Lisboa,Visconde deTamandaré
Vice- Almirante Artur Silveirada Mota,Barão de Jaceguai

325
Dr. Antônio Teixeira da Mota, Barão de Maceió
Comendador Manuel Alves de Araújo, deputado provincial
Desembargador José Caetano de Andrade Pinto Paul de Lahante,
preposto daGénérale,
EngenheiroAntônio Ferruc ci
Júlio Horta Barbosa
Cristiano Benedito Otoni Júnior
Manuel Antônio Guimarães, Barão de Nácar
Joaquim Mariano Ferreira
João Caetano deSousa
Luís Barreto Correia de Mene zes. 200

Concluída a cerimônia - que durara quinze minutos - onde a grandeza,


alegria, satisfação, sentimento, emoção, trabalho, dedicação à Pátria estavam
ali represe
ntados, as mais significativas prov
as deregozijo eeuforia apossaram-
se da multidão, que saudava entusiasticamente Sua Majestade o Imperador
Dom Pedro II, manifestação que ecoaram na terra generosa, na vegetação
exuberante, no céu azul e no mar sereno do litoral do Paraná.
Duas Bandas de Música percorreram a cidade, brilhante iluminada e
ornamentada com bandeiras de várias nações, acompanhadas pelo povo, que
levantava contínuos e frenéticos vivas a Sua Majestade, ao Paraná e a Paranaguá.
7. - Jantar no Palacete Nácar, embarque e agradecimento do Imperador
Terminada a solenidade do lançamento da primeira pedra fundamental
da estra
da de ferro,SS. MM. Imperiais encam inharam-se parapalacete do
Barão de Nácar, onde lhesservid
foi o um janta r.
Nesta oportunidade, a Câmara Municipal fez chegar às mãos do Monarca
uma patriótica mensagem de congratulações. 201

Depois dojantar,cercade 17h,os ilustres visita ntes dirig


iram-se para o
Caisda Ruada Praia,Rio Itiberê,embarcando no "Marum bi", que os trans
portou
ao porto D
om Pedro II, entre grandiosas manifes taçãopopulares, expressivas
e imponentes. Do barco "Marum bi", passaram para o navio "Rio Grande",
comboiado pelaorveta
c deguerra "Guanabara", segu indo para oRio de Janeiro.
Eis como um jornaldescrev eu o embarque dos Aug ustos Monarcas:
Ao bota-fora de S . MM., alémdo "Marum bi", onde se achav am todas as
autoridades
foi ém o superiores
tamb locais,
vapor "Iguaçu", muitas
embande iradosenhoras
e pesadoede grande
povo, número
que cede cidadãos,
não ssava
de levantar viv
as aos nossosAugustos Monarcas. Ao embarcarem , SS. MM.
fizeram com a maiorcordialidade as
suas despedidas, conserva
ndo-se àvista
(200) Ver texto do Auto lavrado em Rápidas Referências XVI, item 2.0., neste livro.
(201) Ver texto da mensagem em Rápidas Referências XVI, iem 3.0, neste livro.

326
de todos, a bordo do "Rio Grande", a corresponder com o lenço, aos vivas e
saudações que se lhes faziam, sendo acompanhando pela corveta de guerra
"Guanabara" que, feitas as continências devidas, seguiu-lhe nas águas. Ao
passarem na fortaleza
artilharia e contin da Barra, foram SS. MM. saudados com a salva de
ência deestilo. 202

Em agradecimentomen à sagem qu e a Câmara Mmunicipalde Paranaguá


entregara à Sua Majestade o Imperador Dom Pedro II, o Sr. Ministro da
Agricultura,em nome doAugusto Monarca,enviou o seguinte ofício:
Rio de Janeiro, 14de junho de 1880.
Sua Majestade o Imperador ordena agradeça à Câmara
Municipal de Paran aguá à felicitação que teve a hon
ra de lhe diri
gir por ocasi
ão
de serem inaugurados em presença do mesmo Augusto Senhor e de Sua
Majestade a Imperatriz, os trabalhos da Via Férrea do Paraná.
Deus guarde VV. SS.
(a) Manuel Buarque de Macedo.
Sr. Presidente mai
e s Vereadores dacâmara mu nicipal de Paranaguá.

O trem da integração-
Faleceu
Lahante. noaRio
Assumiu de Janeiro,
representaç no dia
ão da Com 3 de
pagnie maio dede
Générale 1881,ins
Chem o Sr. Paul de
deFer
Bréseliens,com irrestritasamplís
e simas atribuições, brasileiro
o Dr
. Francisco
Pereira Passos, que contratou o engenheiro Dr. João Teixeira Soares (1848-
1928), para dirigir aconstru ção da Estrad a de Ferro do Paran
á.
A construção da Estrada de Ferro do Paraná, trecho Paranaguá-
Curitiba, foi dividida em três secções:
1Secção - Paranaguá - Morretes
2. Secção - Morretes - Borda do Campo (Piraquara)
a

3. Secção - Borda do Campo - Curitiba.


a

Orçamento da l.Secção a
1.143:186$891
Orçamento da 2. Secção a
5.880:105$442
Orçamento da 3. Secção a
'. 677:755$922
Estações 467:000$000
Telégrafo 55:250$000
Materialrodante 687:750$000
Soma 8.911:048$255
Direção e administração Técnica 5%... 445:552$412
Lucro do Empreiteiro Geral 5% 445:552$412
(202) - Jornal "19 de dezembro"- Curitiba.

327
Desapropriações 200:000$000
Estudos preliminares e definitivos 88:722$000
Sub-Total 10.090:875$079
Organizaçã
o da Companhia,
Sua administração durante a
Construção, finanças, etc. 10% 1.009:087$507
Total 11.099:087$586 20 3

A Compagnie Générale de Chemins de Fer Brésiliens dotou o Porto


Dom Pedro II de um ancoradouro mais seguro que o cais do Rio Itiberê podia
oferecer, construindo um trapiche feito de pedras até o baixa-mar e daí em
diante de madeira, alcançando a cota de profundidade de 4,70 metros. A parte
de pedras tinha o omp
c rimento de85 metros. OTrapiche assegu rava a atracação
dos navios que traziam os materiais de construção ferroviária. Durante muito
tempo foi o Trapiche da estrada de ferro um dos mais importantes atracadouro
do PortoDom Pedro II,em Paran aguá. Com exceção damadeira, abun dante e
disponível nos trechos atravessados pela ferrovia, os demais materiais
necessáriospara a obra,eram Importados daEuropa e entrava tudo pelo Porto
Dom Pedro II, ficando ali estocado até seguirem para os locais de utilização.
No começo dos trabalhos, as dependências da faixa portuária ficaram
completamente embaraçadas. Em determinada época, ali permaneceram dois
guindastes avapor para arm ação das pontes metálicas,três balanças de pesar
vagões, vinte apar
elhos desinalização, seislocomotiv as - tender, seiscarros de
passageiros, oitenta e um vagões diversos, dezenove vagonetes, dois tróleis,
grande quantidade de trilhos Krupp, de Essen, diversas pontes metálicas
encomendadas pela Dyle et Bacalan, consórcio constru tor, em Louv ain, Bélgica,
e telhas com que seriam cobertos os edifíciosdas estações e outra s instalações,
provenientes de Marselha e que foram as primeiras desse tipo a empregar-se
na Província do Paraná. 204

No dia 5 de outubro de 1881, partiu de Paran aguá o primeiro trem


experimental, que inaugurou o trânsito ferroviário entre Paranaguá e Morretes. O
trem experimental,inaugurando o trechoParanaguá - Morretes , regressou atarde.
Contratado pelo Dr. Francisco Pereira Passos preposto da Compagnie
Générale de Chem ins de FerBrésiliens,chegou em Curitiba no dia 20 de janeiro
de 1882, o Dr.Antônio
Comendador João Teixeira Soares,
Ferrucci, que seque veio substituir o engenheiro-chefe
retirara.
O tráfego regular do trecho Paranaguá - Morretes foi inaugurado no dia
(203) Paranaguá - Curitiba - Oitenta Anos de Lieação Ferroviária. Edição comemorativa da Rede de Viação
Paraná - Santa Catarina ( Rede Ferroviária Federal S. A.) 1965, p.lll
(204) TREVISAN, Edilberto. O Trem da Integração, Gazeta do Povo. 2." Série. 1981.

328
17 de novembro de 1883, dia de festaem louvor de Nos
sa Senhora do Rosário
do Rocio - hoje Padroeira Perpétua do Estado do Paraná. Durante os dias da
festa, foram vendidas um total de 4.400 passagens.
VISITA DA PRINCESA ISABEL
A família da Princ
esa Isabel,que desembarcou no Porto Domedro P II,
numa sexta-feira,dia 28de novembro de1884, compunha-se do seu mari do o
Príncipe Consorte Conde d'Eu (Gaston de Orléans), três filhos Ped
- ro, Luís e
Antônio. Da comitiva, faziam parte a Baronesa de Suruí (irmã de Luís Alves
de Lima e Silva, Duque de Caxias); Marechal Miranda Reis; Barão de Ramiz
Galvão; Capitão He rmes da Fonseca.
Do porto Dom Pedro II,os ilustresvisitantes,em um trenzinho de bitola
estreita que ligava o porto à cidade, chegaram ao Palacete do Visconde de
Nacar, onde se hospedaram.
O Senador Manuel Francisco Correia Neto, ilustre parlamentar nascido
em Paranaguá, (1849-1905), também aqui juntou-se à comitiva.
Te Deum.
Na igreja matriz, realizoujse um solene
No sábado, dia 29, às 6h, os visitantes embarcaram em trem especial,
viajando atér de
ferro, ao redo a chácara
Curitiba. Capanema, onde chegavam os trilhos da estrada de
Sua Alteza Imp erial ecomitivaficaram extasiados,consid erando a estrad
a
de ferro mais bela, com mais pontos de vistas esplêndidos. A ponte São João,
parecendo o litoral estendendo às mãos ao planalto, o viaduto Carvalho, a
magnífica Serra do Mar, o Véu da Noiva. Em Cadeado, no chalé construído,
descortina-se ao longea baíade Paranag uá. Aqui houve parada para oalmoço.
A partir dePiraqu ara,os campos verdeja ntes muitas floresdo campo e es pessos
bosques de pinheiros.
Do Capanema, à distância de cerca de 10 km da cidade de Curitiba,
deixaram o trem e tomaram carros, talvez uns cinqüenta carros.
No domingo, dia 30, após a missa, organizaram um passeio pelo aterro
do caminho de ferro. Em 1.° de dezem bro, o Conde d'Eu foi visitaros quartéis
e o telégrafo. Às 16h visitaram a fábrica de mate do Comendador Fontana.
No dia 2,data aniversá ria deDom Pedro II, a Princesa Isabel distrib
uiu
no Museu Paranaen se, os prêmios que coube aosexpositores da Província,nas
exposições
Conselheirorealizadas no Rio deCorreia
Manuel Francisco JaneiroNeto
e emproferiu,
Filadélfia.
na Oocasião,
Senadorbrilhante
e
discurso,e o Visconde de Nacar -Manuel Antônio Guimarães - em homenagem
à data aniversária do Monarca, libertou os últimos onze escravos.
Os demais dias, Sua Alteza Imperial ocupou em visitas à Assembléia
Provincial, àsescolas,às colônias,à Santa Casa.

329
No dia 7, visitou a Colônia de Santo Inácio, e daí, partiu para Campo
Largo. No dia 8, saiu da fazenda do Coronel Domingos Cunha a caminho de
Palmeira. No dia part
9, ida às 6h3
0min, com paradas para o almoço e descanso,
chegan do dia
No à Lapa às18h30
10,pou min,das
co antes sempre
os festivamente
7h, rece
visitantes saírambida.
da Lapa. As 9h30min,
parada para descansoalmoço
e campestre debaixo de árvores. Às 0h30
1 min, o
Conde d'Eu veio a cavalo até alguma distância da Lapa, para despedir-se da
esposa, para só voltar encontrar-se em Desterro. O Conde d'Eu foi pelo Rio
Negro, São Bento, Joinville, Blumenau e Itajaí. Depois, em pequena
embarcação, até Desterro, hoje Florianópolis.
Passando a Princesa por Araucária, chegou à cidade de Curitiba. Os dias
11 e 12 foram preenchidos com passeios e visitas em Curitiba e no dia 13, Sua
Alteza Imperial voltou a Paranaguá, hospedando-se no palacete do Visconde
de Nácar. A noite, a Princesa compareceu ao Teatro Santa Celina, onde foi
representado a peça "Morgadinha de Vai Flor".
No dia 14,às 11h 15min , a Princesa foi até Antonina, visitando, inc
lusive,
o Sambaqui da ilha de Gua miranga. No dia 15, a Princesa,em Paranaguá,
visita asilhas da baía. Pescaria
de rede na ilha da s Cobras. Visita ao Lazareto.
Pescariade anzol,na ilhaCotinga.Visitou ma is um Samb aqui, perto da marg
em
do rio dos Almeidas e saborearam as excelentes espigas de milho cozidas ali
mesmo. A evolta
municipal ocorreu
o Club pelas
16h e, depois, a Princ
Litterário. esa visitou a câmara
No dia 16de dezembro de 1884, houve missa na igreja
de Nossa Senh
ora
do Rosário do Rocio e às 18h, a comitiva embarcou para Desterro. No mesmo
dia, o Conde d'Eu partiu de Itajaí para encontrar-se com a Condessa d'Eu em
Desterro e, daí, seguindo para o Rio de Janeiro.

PRIMEIRA VIAGEM DE TREM DE PARANAGUÁ A CURITIBA


Vencendo a Serra do Mar,no dia 19de dezembro de 1884, às 17h30min,
chegou finalm ente à estaçãode Curitiba,a primeira locomotiva de ser
viço.Era
a Estrada de Ferro, obra feita realidade, feito notável, chegando para exercer a
inevitável influência social, econômica e cultur
al e, concretam
ente, participar
do desenvolvimento da população.
O relevante acontecimento contou, em meioepção à rec po
pular, com as
seguintes presenças:
- Conselheiro Manuel Francisco Correia Neto
-- Manuel Antônio
Comendador Guimarães
Joaquim - Visconde de Nácar
José Alves
- Cônego Linhares
- outras autoridades.
Ruas embandeiradas e Banda de Música.

33 0
A VIAGEM INAUGURAL
No dia 1.° de fevere
iro de 1885, partiu de Curitibamu trem especial,
conduzindo odor
Oliveira,o Sena Presidente
o LeãodaVeloso,
Pedr Província, Dr. Brasílio
o Conselheiro Augusto
Dr. Jesuíno Machado
Marc
onde
s de
de Oliveira e Sá e um grupo de engenheiros, chefiado pelo Dr. João Teixeira
Soares.
Em Paranag uá, pelonavio "América", especialmente fretado ara trazer
os convidados, vindos da Corte. Entre eles, no dia 2, às 7h, no porto Dom
Pedro II, desembarcaram:
- Ministro da Agricultura, Antônio Carneiro da Rocha
- Conselheiro Manuel Francisco Correia Neto
- Ministros da França, Bélgica e Rússia
- Dr. João Lins Vieira de Cansanção Sinimbu Júnior
- e mais de cinqüenta e tantas personalidades convidadas, além de
setejornalistas, um historiador, João Capistrano e Abre
d u, representando o
jornal "Gazeta de Notícias" e o fotógrafo Marc Ferrez.
No dia 2 de fevereiro de Í885, às lOh, o trem inaugurou, conduzindo as
autoridades e ilustres convidados, partiu de Paranaguá, fazendo parada em
Morretes.
por nadaCade ado que
menos foiating
idodiscursos.
oito às14h,sendo servid
Partindoo um lauto almoço,
da estação coroado chegou
de Cadeado,
em Curitiba às19h, onde mais de .5000 pessoas esperavam na estaçãoenfeitada
de bandeiras e folhagens. Às 20h, começou o banquete, dentro da estação.
Mais de 15 discursos ma
e is um bri nde feito a Do
m Pedro II, peloMinistro da
Agricultura.

REVIVENDO A VIAGEM INAUGURAL


No dia 2de fevereiro de 1985, em Paranaguá, cidade cercada de
sólidas
tradições,começaram as solenida des paran
aenses alusivasao centenário da
Estrada de Ferro de Paranaguá - Curitiba.
Após a execução do Hino Nacional Brasileiro, o engenheiro Paulo
Munhoz da Rocha, superintendente Regional-Curitiba, da Rede Ferroviária
Nacional S.A., às 14h,abriu,oficialmente,cerimô
a nia na plata
forma da estação.
A gare, lotada de convidados e autoridades, contou com a presença
de Dom PedAsrosolenidades
deOrleãs eBragança,
incluíambisneto
homenagem
de Domespecial
edro
P II. ao Imperador Dom
Pedro II, por ter sido o grand
e lutador na implantação das estradas de ferro
em
diversos Estados do Brasil.
A convite do superintendente Regional Curitiba proferiu a palestra o
Professor de História,Waldomiro Ferre
ira de Freitas,do Departamento de História

33 1
da Faculdade Estadual deFilosofia,Ciênciase Letras deParanaguá, autor deste
trabalho, que falou sobre: "Dom Pedro II e o Transporte Ferroviário". 205

Às 14h30min, partiu, da Estação de Paranaguá, o trem especial


conduzindo autoridades, convidados e ferroviários, revivendo aquela viagem
inaugural, realizada há cemanos, quando o litoralestendeu asmãos aoplanalto,
ligando o transporte ferroviário,
que substituiu oscarroçõescarregados deerva-
mate que desciam a Graciosa,ontrastan
c do, hoje,com as composições de
carga, rebocadas por quatro locomotivas, buscando a porta marítima, aberta
para o comércio internacional, que é o Porto Dom Pedro II, mundialmente
conhecido como Porto de Paranaguá.

[ £3 810 16 316FF 20 I |
Dr. J osé Maria Faria de Freitas
CRO 1496

(205) FREITAS, WaldomimFerreira de. Dom Pedro IIe o Transporte Ferroviário,in Uma Viagem pelos Trilhos
da Memória, edição comemorativa do centenário da Estrada de Ferro do Paraná, 1985, p.80.

332
XVI - RÁ PID AS REFERÊ NCIA S

TERMO PARA PERPETUAR A MEMÓRIA DA INAUGURAÇÃO


DOS TRABALHOS DA ESTRADA DE FERRO DESTA CIDADE À
DE MORRETES, BEM COMO DOS MELHORAMENTOS DO PORTO
NA ENSEADA DO GATO.
Aos dois dias do mês de dezembro do ano do Nascimento de Nosso
Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e setenta e três, qüinquagésimo da
Independência e do Imp ério, às 12 horas do dito dia, mês e ano, no lugar
denominado Enseada doGato, soba administraçã o do Exmo.Sr. Presidente da
Província, Dr. FredericoJosé Cardoso deAraújo Abran ches,foram inaugurados
os trabalho s da estrada ed ferro de sta cidade a Morretes, bem como do s
melhoramentos do porto ao dito dia,mês e ano, nolugar deno minado enseada
do Gato, sob a mencionado lugar, confiados ao diretor gerente Pedro Alloys
Scherer,depois do vigário desta paróquia Albino Jos é da Cruz ter procedido
às cerimônias religiosas. E para todo o sempre constar lavrou-se este termo,
que será assinado por todas as pessoas presentes e eu Evaristo José Cárdenas,
Secretário da Câmara Municipal que o escrevi. Frederico José Cardoso de
Araújo Ab ranches.Manuel Eufrásio Cor reia, Deputado à Assembléia Geral.
O Presidente da Câmara, Manuel Antônio Guimarães. Os Vereadores José
Antônio P. Alves, Antônio Luís Bittencourt, Virgílio Elísio de Faria, Joaquim
Mariano Ferreira, Franci sco Gonçalves de Araújo, João Correia de Freitas,
Francisco José de Sousa. O Vigário da vara Albino José da Cruz. O Vigário
Jordão Homem Pedroso. Ochefe de políci a Salvador Pires de Carvalho
Albuquerque Júnior.O Capitão doPorto Joaquim Gu ilherme de Mello Carrão.
O juiz municipalManuel Leocádio de Oliveira.Joaquim Cândido Correia. Antônio
Cândido Ferreira deAbreu. O Juizdos Feitos daFazenda Agostinho Ermelino
de Leão.Pedro Gomes Pereira de Morai s. Servin do de ajud
ante-de-ord
ens o
alferes Eulâmpio Rodrigues de Oliveira Viana. Donato Rofrano, vigário da igreja
de Guaratuba. OVigário colado daigrejada capital,Agostinh o Machado Lima.
Manuel RicardoCarneiro.JoãoEugênio Gonçalves Marques. Manu el Miro A.
Alves de Araújo. Ildefonso Pereira Correia. José Artur de Murineli. Claro
Américo Guim arães. Caetano de Sousa Pinto. José Albino das Dores.Manuel
Gonçalves Marques. Manuel Antônio de Castro. Delegado de polícia Ricardo
José da Costa.Ricardo Jos é da Costa Guim arães. Leocádio Pereira da Costa.
João Urbano de Assis Rocha. Manuel Correia de Freitas. Luís Machado da
Silva.José Cleto daSilva.José Francisco Pinh
eiro de Carvalhaes. Priscilian
o
da SilvaCorreia.Tenente Coronel Tristão
Martins de Araújo França. Tabelião
João José Pinto. Vitoriano Ferreira Correia. Manuel Nogueira. Antônio Olinto

333
Cordeiro. Joaquim Caetano de Sousa, Tesoureiro da Alfândega. João Caetano
de Sousa. Lou
renço Ferreira de Sá Ri
bas. Francisco Jo
sé Alves.Luís Correia
Pinto.
JosédaJosé
CunhA.
a.B. Matos.Man
Francisco uellaJosé
de Pau Alve
Dias. s. Erne
João sto Frede
Ferreira rico Laines.
Arantes. AntônioAlb
Ribino
eiro
Senabio.Afonso PereiraCorreia. Anfilóqu io Nunes Piresdos Reis. Domingos
Gomes de Almeida. Adélio José Pinto. José Aires do Nascimento. Vidal da
Silva Pereira.Pedro Alloys Scherer. Leandro Luís do Nascimen to. Joaquim
Coelho. EvaristoJoséCárdenas. Está conforme. Secretariada câmara municipal
de Paranaguá, em 3 de dezembro de 1873. Evaristo José Cá rdenas. 206

AUTO LAVRADO NA CERIMÔNIA DO LANÇAMENTO DA


PEDRA FUNDAMENTAL DOS TRABALHOS DA CONSTRUÇÃO DA
ESTRADA DE FERRO, EM 5 DE JUNHO DE 1880.
Auto
Aos cinco diasdo mês de junho do ano do Nascimento de Nosso Senhor
Jesus Cristo de1880, qüinquagésimo nono dia daIndependência edo Império,
nesta cidade deParanaguá, dá Província do Paraná, reinand
o Sua Majestade,o
Imperador Senhor Dom Pedro Segundo, depois de benta segundo o ritual
romano, pelo reverendo Padre José Ferreira da Silva, respectivo Vigário desta
Paróquia de Nossa Senhora doRosário, foipelo mes mo ImperialSenhor lançada
a pedra fundamental do edifício, entre as ruas Independência, Misericórdia e
Largo Duque de Caxiaspara a estação inicialda estrada de ferro desta Província
do Paraná, sendo nessa ocasião declarado pelo mesmo Augusto Senhor
inaugurados os trabalhos da construção da me sma estrada,autorizadapelo
Decreto n.° 5.
912, de 1.° de maio de1875, cuja con strução foi contra
tada nos
termos do decreto n.° 6.995, de 10 de agosto de 1878, com a "Compagnie
Générale de Chemins de Fer Brésilie ns", em virt
ude do decreto .°n 7.420, de
12 de agosto de1879, sob os plano s aprovados pelo governo por decreto n.°
6.504, de 27 de junho de 1877.
A este ato assistiram Sua Majestade a Imperatriz, Suas Ex.as. os Srs.
Conselheiro Manuel Buarque de Macedo, Ministro Secretário da Agricultura,
Comércio e Obras Públicas, Dr. Manuel Alves de Araújo, Deputado à
Assembléia Geral Legislativa porestaProvíncia,almirante Visconde de Maceió,
Médico da aC
Majestade asa Imperial,
Conselheiro
Imperatriz, José Caetano
Dr. Luís Barreto de de
Correia An
drad
e, vedor de
Menezes, Suade polícia
chefe
da Província. Os Srs. Cavalheiros Paulo de Lahante, representante da

(206) Paranaguá - Curitiba - Oitenta anos de Lipação Ferroviária. Edição comemorativa da Rede de Viação
Paraná Santa Catarina ( Rede Ferroviária Federal S.A.)1 965, p.41.

334
"Compagnie Générale de Chemins de Fer Brésiliens", Comendador Antônio
Ferrucci, engenheiro-chefe da mesma companhia, os engenheiros Júlio Horta
Barbosa e Cristiano Benedito Otoni Júnior, membros da comissão fiscal dos
trabalhos por parte do Governo Imperial, a Câmara Municipal, as Comissões
de 19 municipalidades da Província de Santa Catarina, as autoridades
eclesiásticas, civis e milit
ares, oscônsules e vice-c
ônsules e as pessoasradg as
do lugar e de outros que aqui se achavam reunidas, comissões literárias,
industriais e art
ísticas, comissão por parte dos brasileiros
esidentes
r emuenos
B
Aires, da República Argentina, os representantes dos três jornais da corte e
dos cinco desta Pro víncia eo povo em geral.
Em fé que eu,Manuel RicardoCarneiro, Presiden te daCâmara Municipal,
fiz e escrevi este auto e outro de igual teor, por mim autenticado e selado para
ser arquivado no livro tombo da Câmara Municipal, sendo este assinado por
Sua Majestade epelasseguintespessoas presentes: Pedro Segundo Imperador
- Manuel Buarque de Macedo -Manuel Pinto de Sousa Dan tas Filho - Visconde
de Tamandaré - Barão de Maceió - José Caetano de Andrade Pinto - Paul de
Lahante - Antônio Ferrucci - Manuel Ricardo Carneiro - Barão de Nácar -
Joaquim Mariano Ferreira- João Caetano de Sousa - Luís BarretoCorreia de
21)7

Menezes.
MENSAGEM DE CONGRATULAÇÕES DIRIGIDA PELA
CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAGUÁ À SUA MAJESTADE O
IMPERADOR DOM PEDRO II
Senhor:
A Câmara Municipa l desta cidade, orgulh
osa e cheia dejúbilopela hon ra
insigne de possuir hoje em seu mu nicípio dosexcelsos Monarcas Brasileiros,
visitado maior apreço, porq ue signific
a o exuberante amor que V. M.Imperial
dedica ao vasto Estado quetão a preclaro Monarca confio u a regência de seus
destinos, vem radiante a satisfaçã
o congratular-se com VM. Imperial, com os
paranaenses e com todos os brasileiros, pela nova era que hoje se inicia para
esta província, e no ato solene a que hoje preside V. M. Imperial, enxerga
esperançosa os auspiciosos prenúncios da sua almejada regeneração. Senhor,
desde que este país teve a felicidade de ser guiado por um Monarca como V.
M.
de Imp
maiserial,cujas altas
emérito, nãoqupode
alidades mo
rais eintelectuais
queixar-se se nivelam
do seu presente nempelo equhá pelo seu
temer
futuro que será indubitavelmente grandioso como os impulsos do vosso grande
e extremosooração
c sempre aberto às'
grandes obras que tend
am a regenerar a
(207) VIANA, João. Vias em ao Paraná de SS. MM. II. Dom Pedro II e Dona Teresa Cristina, in O Itiberê, 1922,
p.I3 .

335
pátria sempre predisposto a identificar-se com todas as causas justas e de
utilida
de para os vossos súditos.E, portanto, Senhor, neste solene dia,em que o
Paraná inteiro, esta brilhantíssima estrela da Vossa Coroa, exulta de
contentamento, tanto pela honra de ver em seu seio os excelsos Monarcas
Brasileiros - como pelos novos horizontes que hoje lhe entreabrem nos
progressos sociais, a municipalidade desta pacífica e patrióticacidade que tão
pertinaz tem sido semp re naspugnas e progresso,vem respeitosamente render-
Vos graças profundas e sinceraspela Voss a devotação à Pátria,que reconhecida
etermamente pelos benefícios que haveis prodigalizado, levantará hosanas
contínuas nos Vos sos grandes méritos eàs altas e venerandas virtudes deVossa
Augusta Consorte, a nossa adorada Imperatriz.

(a). Manuel Ricardo Carneiro


Joaquim Mariano Ferreira
Manuel Bernado Pereira
João Caetano de Sousa
Francisco José de Oliveira
Antônio Luís de Bittencourt
José Rodrigues Branco
Dr. Leocádio José Correia
José Antônio de Siqueira. 208

f —
13381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Faria
de Freitas
CRO 1486

(208) - LEITE, Zenon. O Imperador em Paranaguá, in O Itiberê, n°. 76 a 80, dezembro de 1925, p.23

336
Visconde de Sinimbu
Conselheiro João Lins Vieira de Cansansão Sinimbu.
Óleo sobre tela. Pintura de Vítor Meireles de Lima, existente no Gabinete da
Presidência da Câmara Municipal de Paranaguá.

33 7
A Imperatriz Teresa Cristina
( Col. Príncipe Dom Pedro)
O Imperador Dom Pedro II
E a Princesa Isabel

A primeira estação ferroviária da cidade

339
\ atual estação ferroviária da cidade
O Conde d'Eu

341
XVII
PAR ANA GUÁ EA CAM PAN HA ABO LICIO NISTA
LOJA MAÇÔNICA PERSEVERANÇA
Depois das benéficas conseqüências da extinção do tráfico de africanos,
começou a ter início efetivo a campanha pela abolição total da escravatura.
Em Paranaguá, o movimento abolicionista começou discretamente,
crescendo entre os habitantes,acompanhando a onda que corr ia nos pri
ncipais
centros do país, como São Pau lo e Rio de Janeiro.
O abolicionismo em Paranaguá registra,entre outros, no
o me demédico
humanitário, de srcem francesa, Dr. Alexandre Bousquet, um dos principais
fundadores da históric
a instituição MaçônicaPersev erança, cuja Lojafoi instalada
em 5 de maio de 18 64, ficando a diretoria assim con
stituída:
Venerável - Dr. Alexandre Bousqu et
1.° Vigilante ' - Joaquim SoaresGomes
Ora
2.° dor
Vigilante - Leocád
Lourençoio Pere
Correia
ira da
Pereira
Costa
Secretário - CarlosAugusto CésarPlaisant.
O Dr. Alexandre Bousquet, provavelmente, chegou em Paranaguá no ano
de 1858. O jornal"Comércio do Paran á", prim eiro periódico que ap areceu no
Município, redatoriado pelo jornalista Leocád
io Pereira da Costa 1( 832-1884), circulou
no dia 1.° de janeiro de 1862 e na edição de 12 domesmo mês e ano, noticio u que,
depois de residir entre nós, durante quatro anos, retirou-se o Dr. Bousquet,
acompanhado da esposa, Dona Caroli na, e demais pessoas da família,para Iguape.
A perman ência emIguape, entretanto,durou pouco tempo, já que em 5
de setembro de 1863, o Dr.Bousquet foinomeado para o cargo de Vice-C ônsul
da França no Paraná, voltando, conseqüentemente, a residir em Paranaguá.
A Loja Maçônica Perseverança, em 18 de novembro de 1867, sob
proposta do Venerável Dr. Bousquet, por unanimidade de votos, decretou:
Art. 1.° - Todos os fun dos, tanto da Tes:omo c de Ben: que excederam
de seus gastos normais, de agora em diante sejam empregados em libertar
escravos de qualquer cor, unicamente do sexo feminino, que não tenham mais
de quatro anos de idade.
209

Seguem-se os demais artigos, emnúmero de sete,deste histórico decreto


maçônico,assinado pelos membro s:

(209) - SANTOS, Dario Nogueirados. A Maçonaria emParanaguá. Boi. Vol. XVII, Curitiba, PR, 1972, p. 150.

342
Dr. Alexandre Bousquet
Antônio Pereira da Costa
José Ferreir
a de Freitas Maia
Leocádio Pereira daosta
C
Joaquim SoaresGomes.
Em 5 de setem bro de 1870, a Lojaconseguiu liberta
r a menina Lúcia, de
três meses de idade, filha da escrava Maria, propriedade de Dona Francisca
Cândida Correia. No dia seguinte, libertou Esperança, de três anos de idade,
irmã de Lúciae, ainda, Zelina,filha doescravo Juliano,pertencente aPrudência
Ferreira dos Santos
, morador nolugar Saco do Tambarutaca, baía deParanaguá.
O incêndio ocorrido na Loja maçônica, em parte esclarece a escassez
de dados biográficos do Dr. Alexandre Bousquet, ilustre filho da França, um
dos primeiros a se interessar concretamente sobre a libertação de escravos.
Janeiro -1922
Dia 20 -Incêndio O- povo pa ranagüense é abalado com a notíc
ia de um
terrível incêndio no prédio n.° 43, da Rua Pêcego Júnior, no qual achava-se
instalada a Loja MaçônicaPerseverança.
O fogo destruiu em poucas horas todo o edifício, restando apenas as
quatro paredes externas.
O arquivo maçônico, de um valor histórico extraordinário, foi
inteiramente consumido na voragem das chamas.
A Benemérita Loja Maçônica Perseverança é a mais antiga das suas
congêneres neste Estado, pois foi fu
ndada por breve de 5 de maio de 1864.
210

JORNAL "OPERÁRIO DA LIBERDADE"


Em todo o Bra sil, princip
almente após a Guer
ra doParaguai, processava-
se o extraordinário movimento abolicionista.
Em Paranaguá, no dia2 de julho de1870, apareceu a primeira edição do
periódico abolicionista e republicano "Operário da Liberdade", com direção,
propriedade e redação do jurista e poeta Dr. João Antônio de Barros Júnior,
que desfraldou a bandeira de combate, estimulando os sonhos iniciais da
emancipação escrava, tornando-se o reduto da luta e da defesa dos idéias
abolicionistas, o qual comunicava não admitir em suas colunas anúncios de
fugas, editais de praças e outros semelhantes, referentes a escravos.
Barros Júnior serviu na Judicatura da Comarca de Paranaguá e como
um de seus Juizes de Direito,ficou na imort
alidade do Paraná.
2
"

(210) - O Itiberê, n.°7. 33, janeiro de 1922, p. 15.


(211) - Marinha n." 43, maio, 1941.

343
V E N T R E LIV RE - Lei n.° 2.040, d e 28.9.187 1
O Visconde de Rio Branco - José Maria da Silva Paranhos (1819-1880)
-finalme
depoisnte
de aenfre
nta
apro r um
vaçã o adoferren
ha oposição
projeto-de-lei notre
do Ven Congresso
Livreque,Bras
ileiro, consegu
sancionado iu
pela
Princesa Imperial Regente Dona Isabel, tornou-se a lei n.° 2.040, de 28 de
setembro de 1871, mais conhecida como Lei do Ventre Livre.
1. - A lei declarava livreo ventre da mu lher escrava,sto
i é,seriam livres
os filhos da mulher escrava nascidos a partir daquela data.
2. - Libertava osescravos depropriedade do trono imperial.
3. - Os filhos de escravos, no entanto, serviriam aos senhores de seus
pais até 21 anos de idade.
4. - A lei no seu artigo 3.°riava
c ofundo de emancipação.
Quando este projeto passou em última discussão, o povo irrompeu em
aplausos. Um a chuva de flores caiu sobre o Viscon de de Rio Branco.O Ministro
dos Estados Un idos da A mérica,ao finalda sessão,desceu ao loca l, apanhou
algumas flores e declarou que as enviaria ao seu país. - para que se visse que
com flores aqui se fez uma lei que lá custou tanto sangue.
Regulamentando o artigo3.° desta le i, que criouo Fundou de Emancipação ,
Paranaguá conseguiu libertar, com recursos oficiais, até o mês de janeiro de
1887, apenas dezessete escravos. 212

JORNAL "LIVRE PARANÁ"


O jornal "Livre Paraná", publicado em Paranaguá durante os anos de
1883 a 1886, com uma tiragem de 2.000 exemplares, redatoriados pelos
jornalistas Fernando Simas e Guilherme Leite, anunciava-se como "Eco
Republicano" e abolicionista, pelas notícias divulgadas informa o quanto o
povo paranagüense trabalhava pela abolição total da escravatura.
Na primeira edição, qu
e circulou em 7de julho de1883, o "Livre Paran
á"
estampou:
As sociedades abolic
ionistas eas deinstru
ção pública têm nossa
s colunas
à instrução para tratar se seus interesses.' 213

Em 2 defevereiro de1885, o "Livre Paraná " anunciava-se:


Jornal patriótico e de propaganda republicana, defensor da causa
214

abolicionista, da democracia
O caminho áspero darural e em geral
campanha dos interesses
abolicionista, do povo.
produziu resultados.
(212) - GRAF, Márcia Elisa de Campos. Imprensa periódica e escrav
idão no Paraná. Ed. Grafipar-Curitiba,
PR. 1981, p. 71.
(213)- Livre Paraná, n.° I, 7 de julho, 1883, p. 1.
(214) - Livre Paraná, n.° 4, 2 de fevereiro, 1885, p. 3.

344
No dia 3março de1883, o Visconde de Nacar - Manue l Antônio Guimarães -
libertou a escrava de nome Eva, em regozijo ao casamento do filho João
Guilherm e Guimarães com dona Clotilde MiroGuimarães.
Manuel de Rosário Correia (1844-1916), em julho de 1884, concedeu
liberdade para os seus três últimos escravos.
Em regozijo data
à aniversário de Dom edro
P II -2 de dezem bro - eem
homenagem à Princesa Imperial Dona Isabel, encontrando-se em visita à
Província do Paraná,
o Visconde de Nácar conced eu liberdade aos seus onz e
últimos escravos.

SOCIEDADE ABOLI CIONI STA "28 DE SET EM BR O"


Em homenagem a Leido Ventre Livre,fundou-se també m aqui em
Paranaguá, a 28 de setembro de 1883, esta sociedade abolicionista,
tendo como
Presidente o Liberto Rafael Simas, fazendo parte da agremiação outros
elementos que haviam sido escravos.
A Sociedade "28 de Setembro" prom oveu no Teatro San
ta Celina,em 7
de setembro,como homen agem, à data comemorativa da Independência do
Brasil, uma agitada reunião, na qual discursaram vários oradores. Entre eles:
. Manu
Leôncio
el FiCorreia,
lipe de pelo Clubepelo
Araújo, dos Artistas.
Grupo Cênico "Melpômene"
João RégisPereira da Costa,pelo "Comércio e Artes"
Ernesto Lain es Júnior,pelo jornal"O Progresso'
Manuel BonifácioCarneiro, pelo "Club Litterario"
Fernando Simas, pelo "Livre Paraná ".
Terminada a reunião, o Presidente Rafael Simas convidou os presente
para acompanharem a passeata cívica, que percorreu várias ruas da antiga
Paranaguá ao som da Banda de Música "Progresso", sob fogos, archotes e
rojões de artifícios, dissolvendo-se em frente da Sede da Sociedade.

SOCIEDADE REDENÇÃO PARANAGÜENSE


A SociedadeRedençãoParanagüense prom oveu a primeiraeunião
r no
Teatro Santa Celina, às19 horas, de 13de setembro de 1884, conforme declara
o convite abaixo alinhado:
limo.
A SociSr.
edadeRedençãoParanagüense, acompanhado onobre exemplo que
surge de todos os pontos do Império sobre a Emancipação do elemento servil,
convida VS. e sua Exma.Famíliapara honrar com sua presen
ça a uma reuniã
o
que se efetuará no Teatro Santa Celina, às 7 horas da noite de 13 do corrente.

345
Aproveita o ensejo para comunicar que na mesma noite se realizará um
festival para comemorar nesta Províncianíci
o io deste mov imento civilizador
e
humanitário.
A Diretoria:
Presiden te - Padre MarceloAnunziata
Tesoureiro - Prisciliano Correia
Secretári o - Dr. Antônio G. de Almeida Lima. 215

Uniram-se nesta Sociedade, com efetiva e marcante participação - o


Pároco da aróq
p uia de N ossa Sen hora do San
tíssimo R osário, Padre Marcelo
Anunziata; Prisciliano Correia, Dr. Antônio G. de Almeida Lima Júnior, João
Régis Pereira da Costa, Afonso de Camargo Penteado, Antônio Francisco de
Santa Rita, prof. José Cleto da Silva, João Guilherme Guimarães, João Eugênio
Gonçalves Marques, Bento Munh oz da Rocha, Artur Ferreirade Abreu
, Poeta
Manuel Gonçalves Maia Júnior - que compôs a inspirada poesia "Aos Filhos
da Abolição", declamando-a na referida reunião - Manuel Francisco de Sousa,
Teodorico Júlio dos Santos,FranciscoNorberto dos Santos, Ildefonso Pereira
Correia (em1888 agraciado com otítulo de Barão do Serroul). Az
A expressiva associação tornou-se o núcleo centralizador, convocando
a todos para o trabalho civilizador e humanitário, estimulando os segmentos
sociais para a magna jornada do abolicionismo e em pouco tempo promovia
grandioso festival para distribuir quarenta cartas de libertação de escravos.
CAIXA EMANCIPADORA "VISCONDE DE RIO BRANCO"
O Itiberê, órg
ão do "Club Litterario"
, de 7 de setembro de1884, noticiou
a criação da "Caixa Emancipadora Visconde de Rio Branco', nos seguintes
termos:
Visconde de Rio Branco:
"Por iniciativa do nosso digno Presidente, foi criada neste Club, uma
Caixa Emancipadora com otítulo deste benem érito brasileir
o.
E mais uma estrelacivilizadora que sno
mostrará o caminho da abolição.
O nosso distinto consócio Urcino Carneiro de Sousa, trata de organizar
um esplêndido e variado festival abolicionista, cujo produto será destinado à
referida Caixa." 216

(215) - Jornal "Itiberê", órfão do "Club Litterario", domingo 7de setembro de 1884, n.° 7. 129.
(216) - Itiberê, Domingo 7 de setembro de 1884, n". 129.

346
LEI DOS SEXAGENÁRIOS - N.° 3.270, de 28.9.1885
Sob o Gab
inete de Barão de Cotegip
e - João Maurício W
anderlei (1815-
1889)
ma - foi
is conh sancionada
ecida pelo
também como Imperador
Lei Dom Pedro
Saraiva-Cotegipe, II, oanúme
receben
do Lei ro
dos3.270,
Sexagenários,
de 28 de setembro de 1885. Esta lei.
1.- libertava os escravos com mais de 65 anos de idade.
2- na realida
de,jogavaà indig ênciaos escravos
sem condiç ões para otraba
lho.
Em Paranaguá, os "favorecidos" pela Lei dos Sexagenários atingiram
quatorze escravos. 217

A CÂMARA MUNICIPAL E O ABOLICIONISMO


O movimento abolicionista também empolgou, com mais compromisso,
os membros da Câmara Municipal de Paranaguá.
Na sessão realizadame17 de março de 1884, os Vereadores Artur
Ferreira de Abreu e José Gomes da Cruz, apresentaram uma proposição a fim
de que fosse efetuada a cobrança das multas e outros impostos dos jurados,
para serem aplicadas, em parte, na campanha abolicionista. Eis os termos:
possaIndicamos
a Câmara que se peçaem
empregar, autorização ao Governo dametade
favor da emancipação, Província, para que
da renda que
provenha de multa de jurados e outras impostas pelos Juizes da Comarca, as
quais já foram impostas e aquelas que poderão ser, sendo feita a cobrança pela
ordem de ambigüidade, amigável judicialmente (Sic!).
Sala das Sessões,em 7 de março de 1884. (assinados)Artur Ferreira de
Abreu, José Gomes daCruz.
Na sessão que a Câmara Municipal realizou no dia 12 de novembro de
1887, o Presidente, João Guilherme Guimarães, constituiu uma comissão de
três membros encarregada de conceder cartas de libertação.
Afirmou o presidente que, existindo cerca de sessenta escravos no
município,achava qu e com mais um pou co detrabalho, poderia conseguir
se a
liberdade deles.
O Veread or Teodoric o Júlio dos Santos, na mesma oportunidade, prop ôs
que a comissão se compusesse de mais alguns cidadãos, para melhor somar
esforços, afim de termais possibilidades de se consegu ir as cartasde libertação.
A Comissão,
Artur assim
Ferreira am
pliada, ficou onstituída:
de Abreu c
JoãoEugênio GonçalvesMarques

(217) - GRAF, M
árcia Elisa Campos. Imprensa periódica escravidão
e no Paraná. Ed. Grafipar, Curitiba, PR
1981. p. 81.

347
Antônio Francisc o de Santa Rita
TeodoricoJúlio dos Santos
Manuel Francisco de Sousa
Francisco Norberto dos Santos.
Na Sessão Solene realizada no dia 19 de dezembro do mesmo ano,
comemorativa do trigésimo terceiro aniversário da instalação da Província do
Paraná, a câmara distribuiu trintacartasde libertação
de escravos,numa evidente
demonstração de eficiênciada comissão,que se entendeu com os proprietários,
tendo como resultado a liberdade de mais um pouco de pessoas da raça
maltratada.
A 5 de maio de 8188, a Câmara deParanaguá aprovou uma Lei na qual
criavaum imposto pesado para a matrícula de cada scravo,
e com o objeti vo de
proibir a entrada de escravosno Município.
O abolicionismo em Paranaguá contou com os mais devotados
apóstolos e servidores em todos os segmentos da sociedade. Findara a
humanitária ebelacampanha abolicionistaparanagüense.
LEI ÁUREA - N.° 3.353, de 13.5.1888
Em
Alfredo nível de
Correia nacional, 3a 1835
Oliveira de
( ma-io1919),
de 1888, nocesa
a PrinGabineteerial
Imp do Conselh
Regenteeiro João
Dona
Isabel, na fala do
trono, dizia:
"Confio que não hesitareis em apagar do direito pátrio a única exceção
que nele figura, um antagonismo com o espírito cristão e liberal de nossas
instituições".
No dia 7 do mesmo mês e ano, a Câmara dos Deputados recebeu o
seguinte ofício do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas,
Rodrigo Aug usto da Sil
va:
Rogo a V. Ex. se digne solicitar da Câmara dos De
a
putados, designaçã o
de dia para apresentar uma proposta do poder executivo.
Conform e o estabelecido, o presidente da Câmara dos De putados, Barão
de Lucena,convidou acomissão desig nada para receber oMinistro.Introduzido
no recinto,tomou assento à Mesa,à direita do Presi dente da Câmara , e leu o
seguinte:
Augustos e digníssimos Senhores Representantes da Nação:
Venho de ordem de S. A. a Princesa Imperial Regente, em nome de S.
M. o Imperador, apresentar-vos a seguinte:

348
PROPOSTA:
Art. 1.° - É declarada extinta aescravidão no Brasil.
Art.2° - Revogam-se as disposições em contrário.
A votação do projeto decorreu em clima de tensão e tumulto. O Povo
que lotava as galerias manifestava-se estrondosamente.
A 10 do referido mê s de maio oprojeto foifinalmente aprovado por 83
votos a nove, com pequena modificação no artigo 1.°, ao qual, foram
acrescentadas as palavras: "desde a data desta lei".
Imediatamente levado ao Senado, também ali foi aprovado. O projeto,
transcritoem fino perg aminho e levado ao Palácio Imperial,foi sancionado pela
Princesa Imperial Regente Dona Isabel, com uma caneta de ouro - daí ser
conhecida como Lei Áurea - pena essa adquirida por subscrição popular,
iniciativa doprofessor do C olégio Dom Pedro II, Luís Pedro Drago, econvertido
na lei n.° 3.353 de maio de 1888.
A lei - que redimiu uma raça maltratada há mais de trêsséculos -ficou
assim redigida:
Lei n.° 3.353, de 13 de maio de 1888.
Declara extinta aescravidão no Brasil.
Senhor DAom
Princesa
PedroImp erial
II, faz Regente,
saber em nom
a todos os e de Sua
súditos Majestade
do Império, Imp
o a erad
que or
Assembléia
Geral decretou e Ela sancionou a Lei seguinte:
Art. I . - É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no
o

Brasil.
Art.2°. - Revogam-se asdisposiçõ es em contrário.
A Augusta Regente, Princesa ImperialDona Isabel, honrou os seus
sentimentos e traduziu em brilhante realidade as mais nobres aspirações do
seu venerando pai, que a todos dizia:
"Não quero morrer Imperador de uma Pátria que tenha escravos".
A Câmara dos Deputados aprovou a suspensão dos trabalhos por cinco
dias, a partirde 15 de maio. As festa s suceder am-se nas ruas, residências,
casashumildes, palácios.
Da Europa, chegou um telegrama:
"Abraços à Redentora.
Seu pai Pedro".

Isabel aORosa
PapadeLeão XIII
Ouro, (1878 - 1903), enviou
cumprimentando-a à Princesados
pela libertação Imperial Dona
escravos.
A data de 13de maio veio completar a de7 de setem
bro na cronologia
cívica da História dorasil
B .

349
XVII - RÁPIDAS REFERÊNCIAS

OFÍCIO QUE A CÂMARA DIRIGIU AO SENHOR ARTUR


FERREIRA DE ABREU
PAÇO DA CÂMARAMUNICIPAL
Paranaguá, em 15 de novembro de 1887.
Tratando esta Câmara de conseguir pelos meios mais prontos e seguros
a liberdade dos escravos que, em número de sessenta, mais ou menos ainda,
infelizmente, exist
em neste Município, e considerando que, para iss
o, torna-se
necessária a coadjuvação de patrióticos e humanitários cidadãos, deliberou,
em sessão de12 do corrente,nomear uma comissão comp osta de V.S. e dos
Senhores JoãoEugênio Gonç alves Marqu es e Antônio Francisc
o de Santa Rita,
para comos Vereadores Teodorico J.dos Santos, Manuel Francisco de Sousa
e Francisco Norberto dos Santos,
promoverem a libertação desse
s infelizes,de
acordo com os respectivos possuidores, a fim de que, no dia 19 de dezembro
próximo futuro, aniversário da instalação desta Província, possam ser
distribu
ídas o maior número possívelde Cartasde Liberdade. Certode que não
deixará de aceitar tal incumbência, desde já lhe agradece sua valiosa
coadjuvação.
Deus guarde V. S. limo. Sr. Artur Ferreira de Abreu.
(a) João Guilherme Guimarães,
Presidente.
João Rodrigues Branco,
Secretário. 218

OFÍCIO QUE O SENHOR ARTHUR FERREIRA DE ABREU


DIRIGIU À CÂMARA MUNICIPAL
"limo Sr.
Acusando o ofíciode V.S., de 15 do corrente
, cabe-me odever de declarar
a V. S. que de bom grado acei
to a comissão para qu a al me nom eou a Câmar a
Municipal,tanto mais que prende-se ques
à tão mais mom entosa daatualidade,
qual à liberação dos infelizes escravos. Se estiver nos esforços da comissão a
libertação do Município,estou convencido de que será ela ofato,pois que os
meus dignos companheiros dispõem de influência e recursos para tal mister,
como sabe V. S. , como sab
em aqueles que de coração desejam a libertaçãodos
escravos nesta localidade, existem entre nós poucos que, sem serem
(218) Marinha n.° 8, maio, 1938.

350
escravocratas, fogem de dar ao seu escravo a liberdade, com receio unicamente
de perder o seu dinheiro, como se o escravo fosse uma mercadoria. Esses se
esquecem até dalei de Deus,sob cujabandeira somos todos iguais,
não havendo,
portanto, senhor e escravo. Estou perfeitamente convencido de que, em breve
prazo, este país, a onde a natureza depositou como prodigalidade todas as
riquezas, dirá àsnações livres.A nuvem que obscurecidahor
o izonte do Brasil
desapareceu; hoje está ele límpido e matizado pelas flores da liberdade, pois
no solo brasileironão existe um só escravo.
Reiterando a V. S. os protestos de estima e consideração, rogo de
transmitir à Ilustre Câmara Municipal a minha resolução.
Deus guarde a V. S.
limo. Sr. João Guilherme Guimarães,
MD. Preside nte daCâmara.
(a) Artur Ferreirade Abreu.
Paranaguá, 17 de nove mbro de 1887. 219

TELEGRAMA QUE A CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAGUÁ


ENVIOU AO PRESIDENTE DA PROVÍNCIA DO PARANÁ, DR.
JOAQUIM DE ALMEIDA FARIA SOBRINHO - BIÊNIO 1886-1887
Em sessão comemo rativa do 3.° aniversá
rio dainstalação da Província
do Paraná, realizada em19 de dezembro de1887, quando foram istribuídas
d
trinta cartas de libertação de escravos, a Câmara Municipal de Paranaguá
enviou ao Presidente da Província do Paraná, Dr. Joaquim de Almeida Faria
Sobrinho (1847-1893), o seguinte teleg
rama:
"Congratulando-se esta Câmara com V. pelo
Ex.faustoso dia de hoje,
a

comunica que em sessão soleneacaba de distribuir trinta cartaslibertação,


de
ato este que provocou verdadeiro entusiasmo". 220

(219) Marinha n.° 8 maio, 1938.


(220) - Gazeta Paranaense, 22 de dezembro de 1887, Curitiba PR. Apud FERRAR1N1, Sebastião. A Escravidão
Neara na Província do Paraná. Editora Litero-Técnica, Curitiba, PR.

351
OFÍCIO DO PRESIDENTE DA PROVÍNCIA DO PARANÁ
DIRIGIDO À CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAGUÁ
"Ante a humana e benemérita decisão da Câmara Municipal de
Paranaguá, o Dr. Faria Sobrinh
o não conteve aemoção e alegriaque o telegram
a
causou e respondeu:
... Agradecendo a Câmara Municipal de Paranaguá os cumprimentos
que, pelo faus
toso aniversário da
Província,dirigiu-me em telegrama de ontem,
só hoje pela manhã recebido, me é grato manifestar a essa distinta corporação
a viva satisfação que me causou a comunicação contida no mesmo telegrama
de que em sessão solene acabava de distribuir 30 cartas de liberdade.
Este ato, que merece os maiores aplausos, honra sobremodo esta
Câmara e o adiantado município que ela representa, constituindo um nobre
exemplo que será sem dúvida imitado pelas outras municipalidades da Província.
Prossiga a mesma Câmara na grande obra da redenção dos cativos, que
tão brilhantemente iniciou, redobrando de esforços para que sejam satisfeitos
dentro em breve seus generosos intuitos pela liberdade dos escravos no
município.
Assim concorrerá ela para que se realize o patriótico e humanitário
pensamento que anima os paranaenses de solenizar o futuro aniversário da
instalação da província com nção
exti completa doelemento servilentre nós.
221

(22/; Gazeta Paranaense n." 284, Curitiba PR, Apud Ibidem. p. 158.

352
XVIII
PARA NAGUÁ EA IDÉ IA REPUBL ICANA
CONTEXTO HISTÓRICO
Nos estudos realizados nas obras de consagrados historiadores dignos
de fé ede confiabilida
de, conclui-se, como resulta
do conclusivo sintetiza
e do,
que a idéia republicana no Brasil constituiu uma aspiração nacional.
A História, que não é some
nte o sorr
iso dasociedade,não afirma o falso
e nem pode esconder a verdade.
Os movimentos ocorr idos antese depois daIndependência,revelam que
a idéia republicana não era nova no Brasil.
No prolongado período colonial brasileiro, a idéia republicana
manifestava-se como reações políticas e revoltas contra a metrópole,
destacando-se:
1.- Amador Bueno da Ribeira, 641,
1 em São Paulo-o "Rei Paulista".
2. de
Rebelião - Manu el Beckman,1684, no Maranhão, conhecida com
Beckman". o "A
3.- Os Emboadas, 1708, em Minas Gerais.
4. - Os Mascates, 1710, em Pernambuco.
5. - A Rebelião de Vila Rica, Felipe dosantos
S Freire, 720,
1 em Minas
Gerais.
6. - Conjuração Mineira,Tiradentes, 1789, em Minas Gerais.
7. - Conjuração Baiana, 1798, Bahia.
No curto período do BrasilReino,elevado que foi pela cartade lei, de 16
de novembro de 1815, à dignida de, proeminên cia e denominação de Reino do
Brasil, formando um só e único reino debaixo do título de Reino Unido de
Portugal, Brasile Algarves.
Os brasileirosdesejavam qu e o povo não fossemarginalizado,oprimido,
humilhado, em confronto com a opulência da corte portuguesa, estabelecida
no Rio de Janeiro, e dos reinóis.Nutriam o desejo de uma forma democrática
de governo.
O forte
contestava nativismo,
o sistema como resultado
de exploração de idéias
colonial liberais
portuguesa e independência,
e com isso também
seus representantes, que aprofundavam os meios para manter a voracidade do
governo.
As profundas e fortes raízes do nativismo, alimentadas pelo sentimento

353
antilusitano eferm
a entação revolucionária,
generalizara-se em
todos os meio
s,
espalhando-se entre as camadas mais simples, numa intensidade enorme. Na
a conspiraçã
configuraçãoo.destacontextura ideologia,criou-seo ambiente derevolta,surgindo
Daí, asrazões do movimento armado, inscritona História doBrasilsob
o nome de Revolução Pern ambucana de 1817.
A configuração dos movimentos antecedentes à Independência, revela a
forte influência exercida pela idéia republicana no ânimo dos revolucionários
brasileiros.
A vinda da Família Real e sua permanência no Brasil entre 180
8 a 1821,
proporcionou à nação a estrutura e as condições que faltavam para abreviar a
conquista de sua soberania. Em conseqüência, a atitude de Dom Pedro, em
1822, às margens do Ipiranga, foi fecho de um processo que há muito se
desenvolvia nas onvicções
c do povo, inspirado eestimulado emsuas basespor
forte espírito republicano.
Conseg uida aIndependência,essemesmo espírito,dominante namaioria
dos nativista, passou a estimular na evolução do processo político brasileiro,
um estágio qu e deveria iralém da sep aração entre Brasil
e Portugal. O grito do
Ipiranga
sucessivas eraemapen
as o primeiro
busca passo de uma camin
da República. hada a se ealiza
r r por etapas
Como conseqüência natural, após a Indep endência, surgiram duas
correntes políticas conflitantes:
1. - Corrente Política Monárquica, conservadora, em que dominava a
influência portuguesa.
2. - Corrente Polític
a Liberal,a mais for
te e atuante na época,inspirada
pela idéias republicana em que se radicara o espírito nativista.
Depois da dissolução da Constituinte de 1823, as províncias de
Pernambuco, Piauí,Ceará,Rio Grande doNorte,Paraíba eAlagoas, sublevaram-
se. A eclosão da revolta, sob a forma federalis
ta e repub licana, deu-se a 2 de
julho de 1824, conhecida como Confederação do Equador, assim chamada
pelo fato da região ficar próxima à linha do Equador.
Os episódios verificados desde a Independência até a Abdicação de
Dom Pedro I, ocorrida a 7de abril de1831, eram o resultado do conflito entr e
as duas correntes políticas. Esperavam-se que, conseguida a abdicação,
sucedesse imediatamente a República.
Entretanto, uma corrente nativista moderada surgiu para impor uma
conduta política intermediária, baseada na prudência, com objetivos bem
definidos. As condições visíveis para a estrutura republicana, eram:
1. - consolidação da independência política;
2. - restabelecimento da ordem;

354
3. - assegurar a integração nacional.
Tudo isso,antes e acima da concretização da idéia republicana
, ou talvez
por causa desse mesmo ideal, admitindo uma república plantada em estrutura
sólidas.
Por força da equilibrada determinação nativista, que interpretou
claramente os fatos eoptou pela evoluç ão gradativa do processohistórico.
A Repúblicaacalentad a nos escanin
hos daalma brasileira,permaneceu
em compasso de espera. Os interesses políticos e a idéia republicana, no
conturbado período regencial, curvam-se à necessidade da integração e paz
social que, ameaçadas, inspiravam cuidados e reclamavam defesa à custa de
sacrifícios e renúncias.
Partindo de 7de abrilde 1831, os anos qu e se seguiram foram pontilhado
s
de lutas. Todos os movimentos armados que em diversas regiões do Brasil se
registraram nesse período - Pará, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Sul, São
Paulo, Minas Gerais, Pernambuco - conhecidos pelos nomes de Cabanagem,
Balaiada, Sabinada, Farroupilha, Revolta dos Liberais, Praieira, traziam em
suas bases, ao lado de outras causas mais imediatas, como protesto, aquele
mesmo impulso republicano frustrado após a queda de Dom Pedro I.

GrandeAdoRevolução Farroupilha
Sul, e a Republica fundara
Juliana,
em Santaa Catarina
República
. Riograndense, no Rio
A partir da segunda metade do século XIX, apontam-se períodos
sucessivos de crises para as instituiçõesoná
mrquicas. Em 16de julho de 8168,
os políticos liberais que ocupavam o poder com seu ministério chefiado por
Zacarias de Góis eVasconcelos (1815-1877), substituídos pelos políticos
conservadores, assumiram sob o comando de Joaquim José Rodrigues Torres -
Visconde de Itaboraí (1802-1872).
Poucos dias depois, a 29 de julho , fundou-se o Centro Liberal. Em
março de 1869, o Centro Liberal lança um longo manifesto propondo como
solução do problema da Monarquia a Reforma e não Revolução. Uma ala
radical dos liberais discutia a possibilidade da República. Esses liberais, depois
de diversas reuniões, apoiaram, por grande maioria, a idéia do Manifesto
Republicano de 1870.
O Manisfesto Republican o, redigido por Quin
tino Bocaiúva, contando
com asassinaturas deSaldanha Marinho,Quintino Bocaiú va, Campos Sales,
Rangel Pestana,
apenas para citar AristidesSilveira
da Lobo,
osmais conhecidos, a do paran
publicado aen
on "A se Ubald
Repúblicinodo
a", doRio
Amaral,
de
Janeiro,em 3 dedezembro de 1870, deu inícioao movimento de ação política,
que deveria triunfa
r com a implantação da repúblicano Brasil.
De 1870 a 1889, não era mais possível a Monarquia desconhecer o partido
republicano como força aberta contra o regime. São Paulo tinha 48 Clubes

355
Republicano s; Rio de Janeiro 16Clubes e na Província, mai
s 30 Clubes.Minas
Gerais 56 Clubes. No centro sul, antes de 1888, já contava com 204 clubes
republicanos.O norte contava com apenas 33 clubes.
No mesmo período, os republicanos procurav am tirarproveito detodos
os fatos novos importantes. Nomes como os de Saldanha Marinho, Aristides
da Silveira Lobo, Lopes Trovão, Quintino Bocaiúva, Antônio Silva Jardim,
participaram de quase todos os movimentos contra a Monarquia.
As forças contra o regime estavam em crescimento. As transformações
econômicas e sociais criavam necessidades, no país, e as instituições
monárquicas enfraqueciam-se omcuma sériede importa ntes deacontecimentos.
1. - A Questão Religiosa, de 1872 a 1874.
2. - As Questões Militares, de 1883, 1884 e 1885.
3. - A Abolição da Escravatura, de 1888.
PARANAGUÁ NA PROPAGANDA REPUBLICANA
A partir do Manifesto Repub
licano de1870, Paranaguá, considerada a
Salade Visitasda Província
do Paraná, porto movimentado, meio socialilustra
do,
população expansiva, sociável, peculiar dos habitantes de cidades marítimas
em normal
era contato ecom as coisas,
comum a trocaosdefatos, os homens
informações comdeosdiferentes nacionalidades,
passageiros que viajavam
de navio e que escalavam no porto e tripulantes, também simpáticos à Idéia
Republicana, que transmitiam comunicações verbais e documentos escritos.
O meio social mantinha-se informado da vida política, das idéias contrárias
a um terceiro reinado e da propaganda republicana, desenvolvidas na Corte do
Rio de Janeiro enas Províncias de São Pau lo e Sul deMinas Gerais.
Acompanhado o momentoso pensamento político do país, Paranaguá
realizava reuniões, fazia conferências e divulgavam-se as novas idéias.
Circularam na cidade os jornais "Operário da liberdade", redatoriado
pelo jurista e poeta Dr. João Antônio de Barros Júnior, uma das grandes figura
do passado, com idéias abolic
ionistas erepublicanas.
Em 7 de julho de1883, saía o prim eiro número do jornal "LivreParaná",
redatoriado por Fernando Machado de Simas (1815-1916) e Guilherme José
Leite (1855-1911) e que se anunciava "EcoRepublicano":
"Consagrado à autonomia do povo e se entregava a fundo à propaganda
dos princípios republicanosProvíncia
na doParaná, ostentando no alto da folha
de rosto as palavrasvibrantes edGambetta:
'Povo - tu pareces pequeno porque estais de joelhos. Levante-te'".
222

(222) - Livre Paraná n.° 1 - Paranaguá, 7 de julho de 1883.

356
O Livre Paraná instalou-se, com escritório, tipografia e redação, à Rua
do Imperador - atual Rua 15 de Novembro.
Em outra edição, divulgou o "Livre Paraná" a propaganda republicana:
O Núcleo
das diferentes Republicano
localidades dadeParanaguá,aconvida
Província aos seus
organizarem religio
cor locais,
núcleos nários a fim de
fundar-se o Partido Republicano no Paraná.
Pede-se que todas as
deliberações sejam comunicadas aesta Redação
que, por meio deseu periódico,dará publicidade a tudo qua
nto for atinente
ao
desenvolvim ento dopartido.
Ficam, desde já, as mesmas colunas à disposição dos nosso
correligionários para sustentação de sua idéias e defesa de seus direitos.
223

Em 1883, constitu
íam o Núcleo Republicano de Paranaguá, osseguintes
cidadãos:
Fernando Machado de Simas
Guilherme José Leite
Maurício Sinke
Camilo Antô nio LainesFilho
Manuel Bonifácio Carneiro
Bernardo Soares Gomes Júnior
RicardoAntônio da Costa.
No ano seguinte, numa evidente demonstração da evangelização
republicana que triunfava, assinaram o "Manifesto aos Paranagüenses", além
dos nomes acima citados, excetuado Manuel Bonifácio Carneiro e Ricardo
Antônio da Costa, mais os abaixo alinhad
os:
Pedro Aloys Scherer Filho
Manuel Alves Magalhães
Vicente M.do Nascim ento
Nestor Antônio da Costa
José Vieria de Sales
Manuel LucasEvangelista
Manuel José Correia
Caetano José de Lima
Cipriano Gonçalves Marques
Luís José da Silva
Cândido de OliveiraSalgado
Custódio R. Viana
Manuel Policarpo de Sales
Luís Antônio Xavier
(223) - lbidem, 4 de agosto de 1883.

357
H. Hurlem an
Antônio Tavares de Miranda
Joaquim Belém de O liveira
Manuel Correia Defreitas
Augusto Alípio da oCsta eSilva
Manuel José da Costa Lisbo a. 224

Transcorridos quatro anos de vida, onde os entrechoques com os


membros do partido dominante mediram a altura do exemplo, da coragem
cívica, da bravura na atitude decombate à Monarquia, o seu inteligente diretor,
Fernando Machado de Simas, valoroso divulga
dor dos princípiosrepublicanos,
publicou:
"Com este número encerra esta folha o seu quarto ano de vida.
A 7 de julho de 1883 surgiu à luz, ten do por ideal polític
o o Evangelho
Republicano - símbolo de paz e confraternidade.
Mal compree ndida a atitude do órgão que representava, não uma força,
mas a fé de uma convicção; não uma arma de guerra, mas um instrumento de
liberdade, esta folha teve de combater em vez de doutrinar, lutar em vez de
convencer.
Desde o primeiro número de sua vida tormentosa, pela deficiência
mental de nosso meio soci al, o "LivreParaná",foi forçado a transgredir, qu
em
sabe, as regras de conduta que se havia traçado, tento de empunhar-se em
devesais ingratos, defendendo princípios que não eram propriamente o que
constituía a sua tendência política, nem o seu escopo jornalístico, nem o seu
objetivo particular.
Dessa luta sai cansado aquele que, na brecha, teve a responsabilidade
moral e legalde sua opiniões, de suas m ás apreciaç
ões,injustas e mal pensadas.
Todos essesdesvios deve m ser levados à conta pessoaldo fracocombatente e
não à idéia republicana, sempre mantida abaixo de sua imponência imaculada,
pela incompetência do lutador.
Retirando-me da direção desta folha, cumprimos um dever de
consciência, afirmando, mais uma vèz que, através de todos os nossos erros,
deve sobreelevar-se-nos intenção,
a que foisempre insp irada pelo bem da causa
pública,pela grandeza de nossa Pátria". 225

Antes e acima de tudo, foi sob o influxo da Idéia Republicana que se


reun
Ruairam, num
do Imp a or,
eradmodesta saladedo
nodia 21 pavsto
ago imento sup
erior
de1887, sob dosobrado n.°37,
a presidência deda então
Fernan
do
Machado de Simas, os cidadãos :

(224) - SIMAS, Hugo. Paranaguá e a RepúblicaEd. Dicesar Plaisant,Paranaguá, 1940, p. 12.


(225) - lbidem. p. 11.

358
Fernando Machado de Simas
Nestor Vítor dosSantos
Guilherme
Júlio César José Leite Peixoto
Fernandes
José Ferreirade Campos
Benedito Antônio Guilherm e
Francisco José de Sousa
José Gonçalves Lobo
TeobaldoDacheau x
Cesalpino Luís Pereira
Germano Augusto Pirath
Manuel Figueira Neto
Manuel LucasEvangelista
Luís Mariano de Oliveira
Geraldo Devisé
Joaquim Guilh erme da Silva.
A exemplo do que ocorjia em todo o Brasil, esses valorosos
paranagüenses fundaram o soberbo Clube Republicano de Paranaguá, assinando
a respetiva
esp ontaneamenAta
te aodeManifesto
Instalação, na qual declaravam
Republicano de de aderir
3 dezembro franca e
de 1870,
desligando-se completamente de qualquer compromisso com os Partidos
MonárquicosConstituci onais.
Procedeu -se à leitura, na íntegra, do
Manifesto Republicano,para que os
presentes conhecessem todoo seuconteúdo.
Guilherme José Leite, fazendo uso da palavra, disse:
- Da importân cia daquele atoe mostrou quais os deveres quecidadãos
os
presentes acabavam naquele mome nto dedeclarar-se francamente republicanos
e tinham a cumprir. 226

Francisco José de Sousa tam bém manifestou sua satisfação em poder


participar da criação do Clube que de instalava.
A fim de respo nderem pelo Cl ube, procedeu-se escolha deum Presiden te
Provisório eum secretário,também provisório, até a preparação dos Estatutos.
A escolha apresentou o seguinte resultado:
Para presidente provisório:
Guilherme José Leite - sete votos
Fernando Machado de Simas - dois votos
Francisco oJ sé deSousa - dois votos
Teobaldo Dacheaux - um voto.
(226) - Ata de Instalação do Clube Republicano de Paranaguá, realizada em 21 de agosto de 1887.

359
Para secretárioprovisório:
Nestor Vítor dos Santo
s - sete votos
Júlio César
Francisco J Fernandes
osé deSousa -Peixoto
um voto - dois votos
José Gonçalves Lobo um - voto
Teobaldo Dacheaux -um voto.
O Presidente da Reunião de instalação do Clube Republicano de
Paranaguá, Fernando Machado de Simas declarou achar-se eleito para ocargo
de Presid
ente Provisório - Guilh
erme José Leite, e para o de Secretário Provisório
- Nestor Vítor dos Santos.
Para a preparação dos Estatutos, foi nomeada uma comissão composta
de Guilherme José Leite,Francisco Jo sé de Sousa eNestor Vítor dos Santos.
Fernando Machado de Simas, presidente da reunião, declarou ainda
que estando próxima a eleição para Deputados Provinci
ais, deveria se proces
sar
uma eleição prévia, para que o Clube desse sinal evidência,
de escolhendo um
candidato a Deputado Provincial.
Procedida a escolha por votos, chegou-se ao seguinte resultado:
Para deputado provincial:
Dr. Jorge
Dr. Desm
Eduardo arais -oito
Mendes votos - dois votos
Gonçalves
José Correia de Freitas - um voto
Maurício Sinkeum - voto.
Foi escolhido candidato do Clube Republicano de Paranaguá, para
Deputado Provincialna próxima legislatura,o Dr. JorgeDesmarais.
Ao final da Reunião, o Presidente, Fernando Machado de Simas, com
tocantes palavras, despediu-ser dos companheiros, devido à aproximação da
sua mudança para a Província do Rio de Janeiro, depois de cinco anos de luta
pela propaganda republicana.
A Primeira Diretoriadefinitiva doClube Republicano deParanaguá, eleita
em 28 de agosto de 1887, ficou assimconstituída :
Presidente -Guilherme JoséLeite
Secretário - José Gonçalves Lobo
Tesoureiro - Francisco José de Sousa.
A propaganda da IdéiaRepublicana em Paranag uá, coma francaatividade
do clube repu
blicanooradores
Destacados , entre os anos de1887 a 1889,
republicanos ganhou mai
proferiram or intensid
importantesade.
conferências;
entre eles:
Manuel Correia de Freitas
Nestor Vítordos Santos
EmilianoPerneta

360
DemétrioNunes Ribeiro
Dr. VicenteMachado da Silva Lima.
As atividades
e à cidade, um jornal corriam a contento
que difundisse de todos,
a ação entretanto,
política, faltava
despertando ao Clube
a população
para os princípios republicanos.
Havia a necessidade de um jornalista de projeção intelectual, de
convicções políticas, de arrojo cívico, para a ingrata e perigosa jornada da
propaganda republicana.
Lembraram-se de um jornalista, nascido em 1850 sob o mesmo sol da
antiga povoaçã o de Domingos Pene da, Gabriel deLara ede tantosoutros vultos
ilustres,arquivados na História.
Albino José daSilva(1850-1905), paranagüense ilust re, era jornalista
que,
na Capital da Província e em localidades do interior, estava dando, no brilho de
sua inteligência,atestado de que reunia qualid
ades reputadas necessárias
e achava-
se em plen a propaganda como ativis ta da IdéiaRepublicana.
Albino José da Silva volta à terra natal, que tanto amava, fundando em
Paranaguá o jornal"Pátria Livr e", órgão republicano, exclusivamente político,
solidarizando-se com ele outro paranagüense - Manuel Correia Defreitas,
incansáv
O el sem
prim eado
eiro rmero
nú da IdéiaRepublicana.
do "Pátria Livre",circulou em 2 deabril de 1889,
como pregoeiro dos ideaisdo Clube Republicanode Paranaguá e da propaganda
republicana. 227

Em 15 de junho de 8189, o Clube Republicano de ana Parguá transmitiu


a Quintino Bocaiúva , autor do manifesto de 1870, esta mensagem:
"O Clube Republicano de Paranaguá, com verdadeiro patriotismo, saúda
a Quintino Bocaiúva, por ter
sido eleitochefe do Partido Republicano Brasileiro,
prometendo-lhe todo o seu apoio".
Em 14 de julho,data do centenário da qu eda da Bastilha,o clube realizou
sessão magna, comemorativa do grande feito do povo francês.
Entre a numerosa assistência, viam-se distintas senhoras, as quais
imprimiam realce à festa,numa evidente demonstraç ão doconceito que gozava
o Clube em meio à sociedade paranagüense.
Albino José da Silva discor
reu sobre a França de1789 e no final concitou
os presentes a trabalharem pela implantação, no país, de uma república
democrática.
Em seguida, o senhor João Régis Pereira da Costa externou suas idéias
republicanas,exaltan
do a Revolução Francesapor
e, último, usou da palav
ra o
poeta Leôncio Correia, proferindo eloqüente discurso, cheios de belas imagens,
declarando suas convivçõesrepublicanas.
(227) - SILVA, Zeno. A Propaganda Republicana. "O jornal", Rio de Janeiro, 1954.

361
Todos foram entusiasticamente aplaudidos.
O Centenário Clube Republicano, com sede à Rua 15 de Novembro n.°
atividad
251, e recreativa.
nesta cidade dearan
P aguá, ainda ne
ste ano de 9192, continua emplena
A REPÚBLICA
Em níveis nacionais, as intensas articulações realizadas pelos políticos
republicanos, culminaram com a queda do regime monárquico, sistema de governo
implantado com aIndependência e constitucionalizado em 824.
1
O Clube Militar, sob a presidência do Tenente-Coronel Benjamim
Constant Botelho de Magalhães (1833 - 1891), começou a arquitetar um
movimento que logoontou
c com a adesão dos ivisc republicanos.
No dia 11 de novem bro de 1889, reuniram-se na residência doarechal-
M
de-Campo Manuel Deodoro da Fonseca(1827 - 1892), militar de maior prestíg io
no exército, Benjamim Constant, Quintino Bocaiúva, chefe do Partido
Republicano brasileiro, Aristides da Silveira Lobo, Rui Barbosa, Francisco
Glicério, chefe do Partid
o Republicano de São Paulo, Major Frede rico Sólon
Sampaio Ribeiro, a fim de convencê-lo a tomar partido. Militares e civis, de
mãos dadas, contra o trono.
No dia 13, Deodoro se entrevista, na sua própria casa, com outros,
inclusive, com o Ajudante-General-de-Exército, Marechal-de-campo Floriano
Vieira Peixo to (1839 - 1895). O golpe seriadeflagrado no dia 20,mas foi
antecipado para o dia 14, a fim de evitar contramedidas.
O MajorSólon Ribeirodivulgou a informação deque seriam transf eridos
batalhões para as províncias e que havia ordens de prisão para Deodoro e
Benjamim Constant.
A divulgação dessas possíveis medidas e os preparativos a
brigada
da 2.
do exército, alertaram a autoridades imperiais. Os ministros, excetuando o
Almirante José da CostaAzevedo, Barão deLadário,titular do M inistério da
Marinh a, reuniram-se no Quartel-G
eneral do exército, no Camp o da Aclamação,
onde form avam as tropas com equo governo contava, ecrca de 2.000 homens.
A 2. Brigada do Exército, por volta das 4 horas damadrugada do dia 15
a

de novem bro de 1880, convocou Deo doro e Benjamim , para comandá -la.
Comp
do areceu Ben
Campo jamim, que se(ex-Campo
da Aclamação colocou à frente
de datropa, march
Santana), andoPraça
hoje emdireção
da República.
Manuel Deodoro, que não passara bem a noite - sofria de dispnéia - ao receber
a notícia, dirigiu-se ao encontro da
a
brigada.
2. No Campo da Aclamação,
montado no cavalo baio n.° 6, do1.° regimento de caval aria, dispôs
estrategicamenteropa
a t , cujo efetivo
orçava em 1.00 0 homens, mais oumenos.

362
O Ministro da Marinha, Alm irante José daCosta Az evedo, Barãode
Ladário, (1825 -1904), dirigindo-se ao Ministério da Guerra, para particip
ar da
reunião extraordinária dirigida pelo Presidente do Conselho, Afonso Celso de
Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto, (1836 - 1912), intimado pelos
revolucionários a render-se, tentou usar o revólver, sendo ferido.
O Presidente doConselh o de Ministros, Viscon
de deOuro Preto,intimado
a render-se diante da presença da tropa à frente do edifício do Ministério da
Guerra, ordenou atacar os revoltosos. As ordens não foram executadas. O
Ministro da Guerra, Marechal-de-Campo Rufino Enéias Gustavo Galvão,
Visconde de Maracaju, confessou que não tinha meios para reagir, ao que,
perplexo, respondeu Ouro Preto:
"Mas essa artilharia pode ser tomada à baioneta, na pequena distância
em que se acha postada, entre o primeiro e o segundo tiro, há tempo de cair
sobre a guarnição".
"E impossível" - foi a resposta de Maracaju.
"Como impossível ? No Paraguai, a infantaria muitas vezes outom
de
assalto as bocas-de-fogo do inimigo".
"Sim, mas estávamos à frente de inimigos, e aqui somos todos
brasileiros", rebateu Floriano Peixoto.
A intervenção do Ajudante-General-de-Exército dissipou as dúvidas de
Ouro Preto eselou asorte deseu govern o.
Transm itiu Ouro Preto,ao Imperador Dom Pedro II , para Petrópolis,um
telegrama apresentando a exoneração do Gabinete.
Informado por Florianoda decisãotomada, Deodoro atravesso u o portão
imediatamente aberto. Aclamado pela tropa, dirigiu-se à sala onde se
encontravam os ministros.O esperado entre asforças não aconteceu,elizmente.
f
Ocorreu uma abençoada confraternização.
Após rápido encontro comlori F ano,Deodoro pr onunciou ligeiras trocas
de palavras com o chefe do gabinete, dizendo ao final:
"Os senhores devem ficar presos e serão deportados para a Europa".
Floriano interveio em favor da liberdade deles, conseguindo que se
retirassem em paz.
Destituído o Gabinete Ouro Preto, no poder desde o mês de junho,
Deodoro colocou-se à frente da tropa e desfilou pelas ruas mais freqüentadas
da cidade. À bravura e ao prestígio de Deodoro, o Brasil deve a Proclamação
da República,de forma pacífica.
Na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, às 15 horas, o Vereador José
do Patrocínio,à frente dos edis da
cidade egrande massa po pular, emvibrante
discurso, proclamoua República, lavrando-se uma Ata da importante sessão.
Em seguida, dirigiu-se à casa de Deodoro, acompanhando ainda pelo povo.

363
Discursando, pediu, em nome do povo do Brasil, a Proclamaçã
o da República.
Em seu leito, em repouso, Deodoro mandou chamar Benjamim que
informou detalhadamente o que estava acontecendo. Concluiu o Marechal-de-
Campo Manuel Deodoro da Fonseca:
- "Diga ao povo que a República está feita".
A noite escolheu-se o primeiro ministério republicano, formando-se o
governo provisório, que ficou assim constituído:
Chefe -Manuel Deodoro da Fonsec a
Ministérios:
Interior -Arisitides da Sil
veira Lobo
Justiça - Manuel Ferraz de Campos Sales
Fazenda - Rui Barbosa
RelaçõesExteriores Qui- ntino Bocaiúva
Guerra - Tenente-Coronel Benjamim Constant Botelho de Magalhães
Marinha - Chefe-de-Esquadra Eduardo Wandenkolk
Agricultura - Demétrio Nunes Ribeiro.
No diaseguinte -16 de novembro - divulgou-se o Manifesto doGoverno
Provisório, declaran
do a deposição da Dinastia Imperia
l ou seja a extinção do
sistema moná rquico, eo decreton.° 1,que proclamava e declarava como forma
provisória degoverno, a RepúblicaFederativa .
O Major Frederic o Sólon Samp aio Ribeiro fezentrega da mensagem do
Governo Provisório a Sua Majestade oImperador Dom Pedro II, que respondeu:
"À vista darepresentação escrita que me foi entreg
ue hoje,às trêshoras
da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir com toda a
minha família,para a Europa amanhã, deixan do estapátria denós estremecida,
à qual me esforcei por dar constantes testemunhas de entranhado amor e
dedicação durante quase meio século, em que desempenhei o cargo de Chefe-
de-Estado. Ausentando-me, pois, eu com todas as pessoas de minha família,
conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo ardentes votos por
sua grandeza e prosperidade.
Rio de Janeiro, 16de novembro de 1889.
Dom Pedro de Alc ântara".

364
MUDANÇA DO REGIME NO PARANÁ
A Proclamação da República encontrou a Brigada Militar do Paraná,
sob o comando do Coro
1917). nel do Exérc
ito, Francisco Jo
sé Cardo
so Júnior 1826
( -
O Comandante Cardoso Júnior recebeu do Marechal Deodoro, o
telegrama: "República proclamada, Governo Provisório fortemente apoiado,
grande entusiasmo,
adesão geral doPaís.Manten ha ordem. Dentro em pouco
será nomeado governador para o Estado do Paraná.
O comandante Cardoso Júnior enviou ao Presidente da Província do
Paraná, Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá ( 1827 - 1903), o telegrama e, em
resposta, o seguinte ofício:
"Província do Paran
á. Palácio daPresidê
ncia,em 16de novembro de 1889.
limo. e Exmo. Sr.
Tendo-me sidoapresentado, enviad o porV. Ex., um telegrama que lhe
a

foi dirigido pelo Sr. General Deodoro, encarregando-me de manter a ordem


nesta Província e, declarando-me quatro Senhores Oficiais da brigada, sob o
seu com ando, que V. Ex.estáresolvido aassumir a responsa
a
bilidade daordem
pública até ser nomeado pelo governo provisório uma autoridade que governe o
Paraná, pela presente declaro finda a minha missão e terá V. Ex.
à sua
a

disposição o que valer para que não seja perturbada a ordem pública.
Deus guarde V. Exma.
limo.e Exmo. Sr. Conselheiro Franciscoosé J Cardo so Júnior
,
(a). J. Marcondes de Oliveira e Sá".
Assumindo o cargo de Governador, em 17 de novembro, o Coronel
Francisco José Cardoso mu ito contribuiuara
p que a adesão do Paranánovaoo
regime se verificasse sem dificuldades.
Do ato de posse, foi lavrada a seguinte ata:
"A Câmara Municipal da Capital da Província do Paraná, hoje Estado
Federal do Paraná, o exército e o povo reunidos em sessão pública, às onze
horas da manhã do dia dezessete de novembro de mil oitocentos e oitenta e
nove, na sala da Câmara, aderiram ao Governo Republicano instalado no dia
quinze de novembro do corrente,na cidade do Ri
o de Janeiro,sob a Presidência
do General Deodoro da Fonseca e os cidadãos Tenente-Coronel Benjamim
Constant e Quintino Bocaiúva, constituídos em governo provisório da República
Federal Brasileira. E por assim terem resolvido e assentado foi pelo povo,
Exército e Câmara Municipal convidado o coronel Francisco José Cardoso
Júnior, Comandante da Brigada, a tomar posse provisoriamente do cargo de
Governador Geral do Estado do Paraná. Em ato contínuo, o Presidente da
Câmara Municipal, Antônio Ricardodo Nascime nto,declarou
, numa das janelas

365
da Câmara, o seguinte:
"Está empossado e aclamado pelo povo, exército e câmara municipal, o
Sr. coronel comandante da brig
ada FranciscoJosé Cardoso Júnior,do cargo de
Governador Gerallavrei
E para constar, do Estado
est do teParaná.
a presen proclamação em que assina m o coronel
FranciscoJoséCardoso Júnior, Governador Geral do Estado do Paran á, Câmara
Municipal, pov
o e Exército. Eu, Antônio Ricardodo Nascim ento, Presidente da
Câmara Municipalda Capital doEstado do Paran á, a escrevi.
(a) Francisco José Cardoso Júnior. Antô nio do Nascim ento, Presidente
da Câmara, seguindo-se outras assinaturas.
A ADESÃO DE PARANAGUÁ
No dia 15 de novembro de 1889, o chefe do Partido Republicano
Brasilei
ro, Quintino Bocaiúva, dirigiu à redaçã
o do "Pátria Livre", de Paran aguá,
um telegrama no qual comunicava que, pela madrugada, Exército e povo,
confraternizados, tinham proclamado a República, e se formava um governo
provisório, sob achefia doMarechal De odoro da Fonsec a.
A notícia estourou como uma bomba no meio político que combatia a
monarquia, transformando a cidade que se encheu de festa, discursos nas ruas,
no Clube Republicano, em sacadas residenciais. Os associados do Clube não
pouparam esforçospara maiorbrilhodas comemorações. Aumentou o número
de republicanos. Avolumaram-se os adesistas.
A Câmara Municipal, no dia 17 de novembro, sob a Presidência do
Vereador Teodorico Júlio dos Santos, realizou uma sessão extraordinária, com
a presença de todos os Vereadores, autoridades locais e grande número de
convidados, com a finalidade de manifestar os seus sentimentos perante o
Governo Provisório da República.
Procedida aleitura dos telegram as de Quintino Bocaiúva,Manuel Correia
Defreitas, oPresidente da Câmara Municipal de Curitiba, doChefe dePolícia,
da Câmara Municip al do Rio de Janeiro,o Presidente dirigiu-se aos seus colegas
de Vereança, pediu para no caso de quererem manifestar sua adesão política
ao novo governo constituído , fizessem o favor de levantar-se. 228

Aprovada porunanimidade a adesão políti ca ao novo governo, explodiram


vivas à República dos Estados Unidos do Brasil, ao Governo Provisório, ao
Povo Brasileiroe à Câmara Municipal.
Usaram da palav ra os senhores Artu r Ferreirade Abreu, Albinoosé J da
Silva, o Padre Marcelo Anunziata e Manuel Filipe de Araújo, todos manifestando-
se favoráveis ao atual governo.
Encerrou ahistóricasessão,o discurs o pronunciado pelo Presiden te que,
ao final, declarou a adesão da Câmara e do povo ao novo Governo Provisório
da Repúblic a e do Paraná, erguendo vivas ao Bras il, ao Governo Provisório,ao
Estado do Paraná e ao Povo Brasileiro.
(228)- Ala da Câmara Municipal de Paranaguá, sessão realizada em 17 de novembro de 1889.

366
XVIII - RÁPIDAS RE FE RÊN CIA S

CÂMARA MUNICIPAL DE PARANAGUÁ - ATA DA SESSÃO


EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 17 DE NOVEMBRO DE 1889
Presidência do Senhor Capitão Theodorico Júlio dos Santos.
A hora designada, presentes os Srs. Capitão Theodorico dos Santos, o
Comendador JoãoGuilherm e Guimarães, Joséda Silva Borges,Manuel Francis co
de Sousa, Manuel Lobo de An drade, FranciscoNorberto dos Santos, José Pinto
do Amorim e Antônio Henrique Gomes, foi aberta a sessão em presença de
todas as autoridades locais e grande número de cidadãos, sendo aquelas
previamente convidadas aassisti-la.
Declarou o Sr.presidente terpor fim a presente sessão resolver,em vista
dos acontecimentos que agitam a alma da Nação Brasileira, no seio da qual
acaba de ser,pelo povo, Exército e Armada, proclamada a Repúblic a dos Estados
Unidos do Brasil, manifestar peranteGo o verno provisório da mesma, os seus
sentimentos. Em ato contínuo, foram lidos pelo respectivo secretário, os
seguintestelegramas:
"Rio - 15 de novembro de 1889. Povo, Exército e Armada vão insta lar
Governo Provisório que consultará a nação para a convocação de uma
constitu
inte.Aclamações gerais republicanas (a). Quintino Bocaiúva.
Rio, 16 de novembro de 1889. Está organizado o governo provisório
republicano que assim se compõe: presidente - Manuel Deodoro da Fonseca.
Interior - Aristides Lobo. Fazenda - Rui Barbosa. Guerra - Benjamim Constant.
Marinha - Eduardo Wandenkolk. Exterior - Quintino Bocaiú va. Justiça - Campos
Sales.Agricultura -Demétrio Ribeiro,(a). Manuel Correia Defre itas".
Curitiba,17 de novembro de 1889. Tomou posse por aclamação, cargo do
de governador Geral do Estadodo Paraná , hoje na Câmara Municipal,o Coronel
Francisco José Cardoso Júnior, Comandante da Brigada.Foi nomeado chefe-
de-polícia do Estado do Paraná, o Dr. Vicente Machado. O povo em massa
aplaude e adere à República,(a). Antônio Ricardo doNascimento, Presidente
da Câmara Municipal.
Curitiba, 17 de novembro de 1889. Conselh eiro Cardo so Júnior acaba
de assumir Governo,
aclamações ao novodesignando-me(a).
governo, paraVicente
exerc
er aMachado,
Chefe-de-Polícia. Grandes
chefe-de-polícia.
Circular -Repartições do Brasil.Rio -17 de novembro de 1889. ACâmara
Municipal destacidade,reunida em sessão,aclamou unanimemente aRepúblic a
dos Estados Unidos do Brasil, reconh
ecendo o Governo Prov isório a( ). Vinhais.

367
Expostos assim os fatos, o mesmo senhor Presidente dirigindo-se aos
seus colegas de Vereança, pediu para no caso de quererem manifestar a sua
adesão polític
a ao novo governo constituído,fizessem o favor de levantar-se.
Dado por unanimidade o sinal de aprovação, foram em seguida levantados
entusiásticosvivas à Repúblicados Estados Un idos do Brasil, ao seu Go verno
Provisório, ao Povo Brasileiro e à Câmara Municipal.
Foi dada a palavra aos senho res Artu r Ferreira de Abreu, Albino José da
Silva,Padre Marcelo Anunziata e Manuel Filipede Araújo, que se manif estara
m
a favor do atual governo do país, sendo encerrada a sessão com um discurso
pronunciado pelorespectivoPresidente que,ao terminá-lo,declaro u a adesão
da Câmara edo povo aonovo Governo Provisóriotanto dos Estados Unidos do
Brasil, como do Paraná e ergueu vivas a República dos Estados Unidos do
Brasil, ao Governo Prov isório,ao Estado do Paran á e ao Povo Brasileiro.
Em seguida, foram redigidos e expedidos pela Câmara Municipal, em
resposta àqueles,os seguintes telegrama s:
Ao General Deod oro, Presiden te da Repúblic a, Rio - Câmara Municipal,
hoje em sessão extraordinária, concorrida autoridades e povo, votou unânime
adesão ao Gov erno Provisório da República Brasileira. Congratula-se com V.
a

Ex. e Ao
povo.
Conselheiro Franci
sco José Cardoso Júnior, Gov
ernador do Estado
do Paraná, Curitiba - Câmara Municipal em sessão, aderiu unanimemente à
República do Brasil e vossa aclamação a Governador do Estado do Paraná.
Autoridades e povo paranagüenses adesão franca movimento político.
Congratulações.
Ao Dr. Chefe-de-Políciado Estado doParaná, Curitiba -Câmara votou
unânime adesão àRepúblicado Brasil, ao Governo Provisório aclamação
e do
conselheiroCardoso Júniora Governador do Estadodo Paraná. Congratulações.
A Câmara Municipal deCuritiba -Câmara Municipal,em sessão hoje,
votou unânime adesão àRepúblicados Estados Unidos doBrasil. Povo franca
adesão.
Do que para constar, lavrou-se a presente Ata. Eu, João Rodrigues
Franco, que a escrevi".

368
XIX
PAR ANA GUÁ SOBA REVOLUÇ ÃO FEDERA USTA
A CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA DE 24 DE FEVEREIRO
DE 1891
O governo provisó rio, pelo decreto de3 de dezembro de1889, nomeou
uma comissão composta dos seguintes membros:
Joaquim Saldanha Marinho, Américo Brasiliense de Melo, Francisco
Rangel Pestan a, Antônio Luís dos Santos Verneck, JoséPedreira deMagalhã es,
comissão essa que ficou encarregada de elaborar um projeto de constituição.
Outro decreto designou 15 de setembro de 1890, para data da eleição da
Assembléia Constituinte e convocand o-a para reun ir-se, dois meses depois,
na capital.
Os três anteprojetos elaborados pelos membros da comissão, ficaram
reduzidos a um só inspirad os naconstituição dos Est ados Unid os daAmérica.
Submetido oantepro jetoao govern o, sofreu minu ciosoexame realizado
por Rui Barbosa, e a redação final modificou a estrutura.
su Deodoro considerou
em condiç ões em junh o de 1890.
Em 15 de novembro, um ano após a Proclamação da República, foi
instalado o Congresso Constituinte sob Presidência de Prudente José de Morais
Barros (1841 - 1913).
Quase totalmente aproveitado pelos Constituintes, o projeto sofreu
algumas modificações e em pouco mais de três meses, 234 representantes do
povo promulgaram a segu nda Constituição do Brasil- primeira darepública-
em 24 de fevereiro de 1891.
Os Estados Unidos do Brasil compreendiam 20 Estados (ex-Províncias)
e Distrito Federal (ex-município neutro), constituídos em república
representativa, federalista e presidencialista.
Repúblic a, porque o povo exercia o poder; representativ a, porque o fazia
através de representantes, com man datos eletivos renováv eis periodicamente;
federativa, porq
ue os Estados-membros, dotado s de autonomia, se associavam
Poder
em Estado
Executivo
soberano
era indissolúvel,
chefiado peloa Presidente
União federal;
da República
presidencialista,
que, livremente,
porque o
observadas as condiçõ
es da lei, escolhia os mini
stros. 229

(229)- AVELLAR, Prof. Hélio de Alcântara . História Administrativa e Econômica do Brasil. MEC/FENAME
-
1°. edição. Rio de Janeiro, 1970, p.266.

369
Em lugar dos quatro podere
s, como na Constituição doImpério,foram
adotados três: Executivo, Legislativo e Judiciário. Os poderes exercer-se-iam
em harmonia, mas independente. Quanto aos Estados-membros, seriam
constituídos pela
s antigasos
também se tripartiriam provínci
poderesas, pem
e erarmanece
autô ndooscom
nom tantosuas bases
no setor erri
t toriais,,
econômico
quanto no administrativo. A constituição estadual, entretanto, não poderia conter
matéria que fosse de encontro ao disposto na Constituição Federal.
O presidente da República seria eleito diretamente pelo povo para um
mandato dequatro anos,com umVice-Presidente que assum iriaa presidência
no afastamento do titular, tornando-se efetivo se o afastamento fosse definitivo
depois de dois anos de mandato.
O legislativocontava com dua s Casas,Câmara dos De putados e Senado
Federal que,reunidos,formava o Congresso Nacional.
O Judiciário, tinha no Supremo Tribunal Federal, seu órgão máximo, cuja
instalação foi providenciada pelo decreto n.°, de 26 de fevereiro de 1891.
Os constituintes, através do artigo 1.° - Das Disposições Transitórias,
deveriam eleger, pelo voto indireto, logo após a promulgação da constituição, o
Presidente e o Vice-Presiden te da República doquadrênio a terminar em 1894.
A eleição realizada em 25 de fevereiro, concorreram duas chapas:
Oficial:
Presidente -Marechal Man uel Deodoro daFonseca (1827 -1892)
Vice - Almiran te Eduardo Wan denkolk
Oposição:
Presidente -Dr. Prudente José de Morais Barros (1841 - 1913)
Vice - Marechal Floriano Vieira Peixoto (1841 - 1902)
Apurados os votos, apresentaram os seguintes resultados:
Presidente - Deodoro - 129 votos
Vice - Wandenkolk - 57 votos
Presidente - Prudente de Morais - 97 votos
Vice - FlorianoPeixoto - 153 votos
O Marechal De odoro foi eleito Presidente da República,cabendo a
Vice-Presidên cia ao Marechal Floriano Peixoto,porém, prenunciada pelosilêncio
que adornou a sua posse e as vibrações e aplausos que saudaram a posse do
vice Floriano, tornaram evidentes que o congresso desencadearia acirrada
oposição ao Presidente Deodoro.
Iniciou-seum período de perturbações políticas. A situação agrav ou-se
até o ponto
expediu em em
3 deque Deodoro,um
novembro, entrando
Decretoemdissolvendo
conflito com o Poder Legislativo,
o Congresso Nacional e
decretando estado de sítio, na capital e Niterói, com a conseqüente suspensão
das garantias constitucionais, lançando um manifesto à Nação e convocando
novas eleições. Solidarizaram-se com o Presidente os presidentes estaduais,
exceto Lauro Sodré, do Pará.

370
PRIMEIRA REVOLTA DA ARMADA
A dissolução do Congresso Nacional provocou reação por parte da
Marinh a. NoWandenkolk,
e Eduardo dia 23 denovemb ro, os
após Contra-Alm
irantes
apoderarem-se Custó
diodeJosé
do navio de Mel
guerra o
"Riachuelo",
em nome da esquadra, deflagraram a primeira Revolta da Armada.
Contando com o apoio de quase todos os líderes mili
tares,entre os quais,
o próprio Marechal Floriano Peixoto, intimaram o Presidente a renunciar o
cargo. Pressionado dessa forma e sem ânimo para lutar, com a saúde
profundamente abalada, o Presidente assinou um manifesto preferindo resignar
o poder a enfrentar uma guerra civil. Entreg
ou a presidência ao
Vice-Presidente,
com ele eleitopela Constitu inte, Marechal Floriano Vieira Peixoto.
O Vice-Pre sidente Floriano Peixoto assu
miu no mesmo dia o Exercício
da Presidência e iniciouseu gov erno comgrande energia,procurando normalizar
a vida política do país. Um dos primeiros atos foi deposição de todos os
presidentes de Estadosque haviam aderid o ao golpe de Deodoro.Apenas Lauro
Sodré, não foi deposto. Foram substituídos por pessoas de sua irrestrita
confiança. Jovens oficiais iam ocupando as lideranças estaduais.
Esse ato político, por vezes, também foi reputado por parte da opinião
pública,
agitaçõ como
es em quasilegal
e todose os
ditatorial,
estados, osdesencadeando
quais alegaram sernova onda de
necessário conspirações e
convocar
novas eleições.
Floriano, mostrando grande determinação, mantinha-se impassível diante
de todos os argum entos legais,do Congresso , da justiça ou ataqu
es daimprensa.
O país dividiu-se politicamente entre florianistas e os que consideravam
necessárias novas eleições, por entenderem que o vice só poderia completar o
período, se o presidente houvesse governado dois anos, conforme o artigo 42
da Constituição:
"Art.42- Se o caso devaga, por qu alquer causa, da presidência ou vice-
presidência, não houver ainda decorrido dois anos do período presidencial,
proceder-se-á a nova eleição".
O Governo Floriano Peixoto afinal submeteu a controvérsia ao Senado
que, ouvida a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, entendeu legal a
permanência, com base nas Disposições Transitórias da Lei Maior.
Em 18 de janeiro de 1892, revoltaram-se as fortalezas de Santa Cruz e
Laje,
generais
movim
e ento
almirantes
prontamente
- militares
dominado.
pediram,
Em 31 de
emmarço,
manifesto,
treze patentes
eleições imediatas.
-
Como resposta, Floriano reformou todos. Militares e civis que os apoiaram,
sofreram deportação para regiões isoladas. O governo forte de Floriano, era
uma realidade que entrava por todas as partes.

371
REVOLUÇÃO FEDERALISTA
Do RioGrande do Sul,o apoio de Floriano,
antes das elei
ções,possibilitou
o retorno do enérgico
Contra hefe
c rep
o centralismo ubsem
licanolimites
Júlio dede
Castilhos pre
à sidên
Castilhos, cia do Estado.
uniram-se homens de
várias tendências, sob a bandeira do partido nacional federalista, importante
corrente política que pregava a volta ao parlamentarismo e eleição indireta do
presidente da República, tenazmente opondo-se ao Partido Republicano, de
Júlio de Castilhos, então noode
p r.
Os federalistas também eram chamados: "Maragatos" - termo espanhol
que significava -"gente que deve ser posta de lado". Os Republicanos gaúchos
também eram cham ados: "Picapaus"- devido ao tipo de arma s que usav am.
Castilhistase florianista
s estavam id entificados com a sorte da nascente
República Brasileira.
Os Federalistas,chefiados pelo líderdoutrinário, o prestigioso Conselheiro
Gaspar da SilveiraMartins,com o apo io de João Nunes da SilvaTavares, Barão
de Itaqui, e do caudilho Gumercindo Saraiva, no dia 2 de fevereiro de 1893,
declararam -se em revoltae, vindos do Urug uai, inva
diram o Rio Grande doSul,
dando inícioà mais violenta gu erra civil na República.
"Picapaus" que usavam
Era guerra divisa
aberta bran
entre ca* convulsio
nand
"Maragatos", o grande
que parte
usavam do
interior
fitas vermelhas, e
gaúcho.
A marcha Federalista, embora obtendo alguns triunfos, foi barrada pela
vitoriosa força governista, na batalha às margens do Arroio Inhanduí, quando
os revolucionários viram-se forçados a recuar para a linha de fronteira.

SEGUNDA REVOLTA DA ARMADA


Quando a Revolução Federalista, deflagrada a 2 de fevereiro de 1893,
persistia em vários pontos do interior gaúcho, principalmente na região de
Estrelae Lajeado, aDivisão do Norte -força gov ernista -no mês de setembro,
iniciou aperseguição aos Federalistas.
No Rio de Janeiro,em 6 de setemb ro, às 23 horas, o Contra-Almirante
Custódio José de Melo,que se afastou da pasta da Marinh a, içara,no navio de
guerra "Aquidabã", o pavilhão branco da revolta, tentando obrigar Floriano
Peixoto a renunciar, numa repetição do 23 de novembro de 1891.
esquadEclodiu a seg
ra sublevad unda Revolta
a contava da
16navio Arm
s de ada
gu que,
erra, àsmercan
oito 10 horas
tes edo dia 7, já a
rebocadores,
ameaçando bombardear acidade,mas eram navios antigos, sem muita efi ciência
militar.
A Armada revoltada,aliand
o-se aosFederalistas,fez comque o Almirante
Eduardo Wandenkolk -que foi Ministroda Marinha de Deod oro - um dos que

372
assinaram o Manifesto pedindo eleição, se apossasse em Buenos Aires, do
navio mercante "Júpiter", carregado de armas e munições, tentando tomar a
cidade de Rio Grande e dar apoio à coluna de Gumercindo Saraiva. Houve
desencontro e Wandenkolk
de Canasvieiras, saiu barra fora, abandonando o "Júpiter" na praia
em Desterro.
A Revolta da Armada deu alento e alargou a Revolução Federalista
Riograndense.
Em movimentos combinando com a Armada revoltada,os Federalistas
avançaram em direção do oRide Janeiro, ocupando o Estado de Santaatarina,
C
onde estabeleceram em sua capital, Desterro, um governo revolucionário
provisório, instaland
o em 10 de outu
bro pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Frederico
Guilherme de Lorena, Comandante da Força-Tarefa integrada pelos navios
"República","Marcílio Dias",e "Palas",respectivamente sob o com
ando do
Capitão-Tenente Cândido dos Santos Lara, Primeiro Tenente Francisco de
Matos e do Primeiro tenente Pio da lva.
Si
Durante outubro chegaram mais os navios "Urano" e "Meteoro"; em
dezembro, o"Aquidabã" e o "Esperança".
A REVOLUÇÃO FEDERALISTA EM PARANAGUÁ
O Governo Floriano, contando com o apoio do Exército, do Partido
Republicano Paulistada e população, sobretudo a doRio de Janeiro, resolvido
a resistir e a combater os revolucionários, mandou emissários aos governos dos
Estados Unidos da América, Alemanha e Inglaterra, adquirindo algumas
unidades navais, organizando-se uma esquadra legal.
Em 12 de outubro, o Vice-Almirante, retirado à vida privada, Jerônimo
Francisco Gonçalves,foi convidado enomeado Coman dante-em-Chefe daForça
em operação no Sul do Brasil.
A situação, porém, tornou-se grav
e no Rio deJaneiro, quando o Contra-
Almirante Luís Filipe de Saldanha da Gama (1846-1895), Diretor da Escola
Naval, antigo monarquista, até então neutro, aderiu à Revolta Armada, no dia
7 de dezembro, acompanhado de numerosa oficialidade.
As fortalezas de Villegaignon e Ilha das Cobras, aderiram à Revolta
Armada.
Realizada uma ação tardia de desembarque da marinha, em Niterói,
resultou numa derrota dos revolucionários.
O Contra-Almirante Custódio José de Melo,deixara ocomando dosnavios
revoltados, no Rio de Janeiro, ao Contra-Almirante Saldanha da Gama, que
tomou posse nodia 9 de dezemb ro, no posto deChefe da Arm ada Revoltada,
hasteando o pavilhão de almirantenavio
no de guerra "Liberdade". Custódio de
Melopartiu para o Sul.

373
A revolução no Sul prosseguia com intensidade e a 4 de janeiro de
1894, dirigiram-se par a Desterro os principais chefes, estabelecendo os plan os
para a pretendida conquista do Estado do Paraná, abrindo três frentes: -
Paranaguá, Tijucas e Lapa, as quais deveriam ser atacadas simultaneamente.
O Govern o Floriano começou a cuidar seriamen te dadefesa do Paraná
e Paranaguá foi o ponto onde se tomaram várias medidas para a defesa do
litoral paranaense.
Designado por Floriano, assumiu o comando da guarnição de
Paranaguá, o Coronel Eugênio Augusto de Melo. A Guarda nacional, convocada,
reuniu um efetivo de 400 homens de Infantaria, distribuídos por quatro
companhias,sendo a primeira coman dada pelo OficialHonorário do Exército,
capitão Randolfo Gom es Veiga,e mais a guarnição par a trêspeças de artilharia
Krupp 75, tiro lento,postadas - uma, nas imediações da chácara depropriedade
de Joaquim Lucinda, depois chamada "CasaBaleada" ; outra,nas prox imidades
da "Chácara do Bar ão", assim conhe cida por ter pertencido a José Caetano de
Oliveira, Barão de Tibagi, 1794
( - 1863), pai do ilustre paranaense, Jesuín o
Marcondes de Oliveira e Sá ; a terceira, entre a "Chá
cara do Barão"e os terrenos
onde depois se construiu a Alfândega, hoje "Casa do Homem do Mar".
As peças de artilharia foram postas na parte meridional da baía de
Paranaguá, entre o atual complexo portuário e a entrada do chamado "Furado",
na Costeira.
O Contra-A lmirante Custódio José de Melo, em Desterro, emb arcou
no navio "República", ostentando pavilhão do Almirante e comandado pelo
Capitão-Tenente Cândido Santos dos Lara,rumando para Paran aguá. Os demais
navios,dirigidos ao mesmo destino , além do "República",eram: "Uran o", sob o
comando do primeiro-tenente Francisco César da Costa Mendes, filho de
Paranaguá; "Esperança", pelo Primeiro-Tenente da Reserva Álvaro Ribeiro
da Graça; e o "íris", pelo Primeiro-Tenente Franciscode Matos.
Os oposicionistaslocais, simpatizantes dos Federalistas,trataram de pôr-
se em contato com os chefes revolucionários, a fim de articularem um
movimento local quando a esquadra assinalasse a sua aproximação, na
presunção de que esse movimento poupasse a cidade de ser bombardeada.
Começou-se, então, o trabalho junto às guarnições das peças, para aliciá-los
para o moviment o. 230

Aalcor
forçanav rentefederalist
revoltada, presenateparnan
guara,
o próprio estavalmira
Contra-A inform
ada
nte que os navios
Custódio de da
Melo,
procedente de Desterro,apareceria naBarra daBaíade Paran aguá e navegaria
mar adentro, ao amanhecer do 11de janeiro de 1894.
Nos primeiros minutos desta data, tou reben
a revolt
a, reunindo 150
(230) - ALVES, Agostinho Pereira. A Revoluçã
o Federalista em Paranaguá. Marinha, °n 68, 1944.

374
homens, sendo 90 de artilharia e60 de infantaria,dispondo de quatro canhões
Krupp. Os oficiais que permanecem fiéis ao governo, não aderindo à revolta,
foram presos erecolhidosà chácarade Joaquim Lucinda.
Eram eles:
Tenente Aníbal Carneiro
Tenente Antônio Bittencourt
TenenteHenrique Veiga
Tenente Antônio Tupinambá Bittencourt.
231

A seguir, a guarnição revoltada veio para a cidade, a fim de intimar a


Guarda da Cadeia Pública à rendição.
O Paço MunicipalCadeia, e num só prédio,teve sua construção começada
em 1721. A Câmara realizava suas sessões no pavimento superior. O pavimento
térreo foi destinado à cadeia. Construção sólida, de pedra e cal, paredes de
cinco palmos de espessura e situava-se à Rua do Colégio e,a partir de 1890,
Rua 15 de Novembro.
No antigo Larg o do Pelouri nho, fronteiro àâmara,
C em 25 de dezembr o
de 1857, procedeu-se à cerimônia dolançamento da pedra fundamental do
prédio do antigo mercado, obra construída pelo empreiteiro Ursolino José da
Silva,inaugurada em 1. ° de outubro de 1859. Em frente do mercado, eracais o
de embarque e desembarqu e.
Em 27 de dezembro de 1879, em sessão realizada, foi deliberada a
mudança da Câmara Municipal do antigo prédio próprio, que tinha anexo a
Cadeia, para Rua a daPraia,hoje Rua General Carneiro, sob emrado alugado .
A Cadeia Pública continuou no antigo prédio. O jardim existente em
frente da cadeia, por deliberação da Câmara em sessão de 31 de dezembro de
1886, foi denominado de Jardim Chav antes, homenagem ao Dr.José Cesário
Chavantes, MM. Juiz de Direito da Comarca.
Pela Lei Muni cipal n.° 271, de 3 de agosto de 1915, o Jardim Chavantes
passou a denominar-se Jardim Leocádio Pereira da Costa, homenagem ao
jornalista, redator do jornal "Comércio do Paraná". No Jardim Leocádio Pereira
foi ereto o busto do Professor José Cleto da Silva 875-1912).
(1
Do prédio da Cadeia Pú blica, de quem olhava de frent
e para o Jardim, o
Mercado e oRio Itiberê, àesquerda ficava a Ladeira do Mercadoe,qu a partir
de 1915, passou a denominar-se Ladeira 29 de julho; à direita,a Ladeira do
largo
de doMercado,passando a denominar-se Ladeira19 de Dezem
1926. bro,a partir
Quando a guarnição revoltada chegou para intimar à rendição os
defensores, gu
a arda da acdeia impediu
, corajosamente,
obrigando a retornarem
(231) lbidem. Op. cit.

375
à Costeira.
No mesmo dia,chegaram de Curitiba mais as trop
de arti
lharia do Exército
sob ocomando doCapitão Faria de Albu querque e uma ala do valoroso batalhão
patriótico, "23 de Novembro", sob o comando do então Primeiro-Tenente
Domingos Virgílio do Nascimento, natural de Guaraq ueçaba e autor da let ra
do Hino do município de Paranag uá, e uma parte do111.° batalhão daguarda
nacional de São Paulo, o Batalhão Frei Caneca.
O capitão Narciso de Azevedo, Deleg ado dePolícia, providenciou as
prisões, recolhendo à CadeiaPública,civis suspeitos de partidários de Revoluçã o
Federalista.
Os principaispresos,num totalde 42 elementos,ficaram no pa vimento
superior, e os demais, ficaram recolhidos novim paento térreo.Ao todo, cerca
de 106 pessoas. 232

Os navios de guerra de Custódio de Meio, até às 12 horas do dia 11 de


janeiro, não chegaram. A força do Governo, partiu da Cadeia, tendo à frente a
Banda Progresso Musicalàse 13 horas, a tropa qu e descera deCuritiba, mais
a guarnição da Infantaria da Guarda Nacional, que permaneceu fiel, iniciaram
o contra-ataque aos redutos da costeira que, devido à inferioridade numérica
dos revoltosos,pouca resistência ofereceu.
A Estrada de Ferro no Estado doParaná, dirigid a por Gaston de Cerjat,
nos primeiros disparos da artilharia, içou a bandeira francesa na fachada da
estação local.
As prisões deelementos suspeitos continuaram por todoo dia, elevando
o número de detidos para mais de uma centena.
Os revoltososembrenharam-se pelos matagais, fugindo em direçãooeste,
os oficiais presos na hc ácara deJoaquim Lucinda,aproveitando a confunsão,
libertaram -se. O canhoneio qu e se estabeleceu, atingiu e danificou bastante a
chácara,resultando daío cognom e "Casa Baleada".
A população, abalada pelos acontecimentos e preocupada com o
fechamento do comércio,viu a cidade em perigo, em estado de guerra.
Ao amanhecer do dia 13de janeiro,o telégrafo ótico - TO. - existente
na cumeada da Ilha da Cotinga, por meio de bandeiras, deu o sinal da aproximação
dos navios daesquadra revoltada. Erameles - "República", "Urano" e
"Esperança".
A presença
da população desses navios
e preocupou aindanos águas
mais da baía,
as forças aumentou o desassossego
governistas.
O "Urano"e oEsperança"descarregaram sua artilharia,dando cerca de
25 tiros contra a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres da Barra da Baía
(232). POMBO, Rocha. Notas sobre a invasão federalista no Estado do Paraná, ed. Fundação Cultural de
Curitiba.

376
de Paran aguá, que resp
ondeu com 20iros,
t calando-sedepois.Os navios foram
postar-se 2quilômetros acima.Operou-se odesembarque deforças federal istas,
da infantaria edo Batalhão Fernando Macedo.O farol das Concha s e a Fortaleza
foram tomados de assalto. A guarnição da Fortaleza fugiu precipitada pelo
Morro da s peças antigas, 50armas diversas, 20
.000 tiros,quatro barris de pólvora
para Krupp e seis barris de pólvora fina para bomba.
Um elemento da guarnição apareceu e se ordenou de ir avisar os
companheiros, que suas vidas seriam garantidas. Apareceram 30 soldados que
foram recolhidos a bordo, também os dois canhões e as munições. Na fortaleza
ficaram 50praças navais,por ordem do Contra-Almirante Custódio José de Melo.
233

No dia 15de janeiro, às 7 horas, oT.O. da Cotinga sinaliza


va o movimento
das navios e pouco, depois apareciam na ponta da Cruz.
Os canhões das guarn ições,postadas nas trêspartes da costeira,abriram
fogo, a partir da "Casa Baleada",o "República" respondeu com seu po ssante
canhão. O ribombar lúgubre, ecoou na cidade, amedrotando a população.
A granada, passando por sobre acidade,com o seu ruído característico,
abalou-a e ao ânimo dos seus defensores. E foi vitimar dois jovens que se
retiravam de Paranaguá, José Rufíno,marceneiro e músico,18 anos de idade,
eGrande".
OlívioTeófilo, pintor, 16 anos de idade, qu
234
e se achavam nas alturas do "Campo
Os navios, evoluindo em seus movimentos, dirigiram-se para o fundão
da baía, lançando ferro nas proximidades das ilhotas Gererê.
O Telégrafo Óti co da Cotinga não de u nenhum sinal,acreditando-se que
o posto fora abandonado, mas às 13 horas, veio juntar-seaos outro s navios, o
cruzador auxiliar"íris", que traziado sul atropa de desem barque, constituída
pelo 25.° Batalhão de Infantaria do Exército que capitulara em Desterro,
comandado pelo Coronel Canto, e o Batalhão Catarina do então Primeiro-
Tenente João Nepomuceno da Costa (o tenente Costinha).
General Pego Júnior,que substituiu aoGeneralArgolo no coman do legal
do distritomilitar do Paraná, veio aParanaguá em trem especial .
Quando os navios faziamos primeiros movimen tos, no fundão da baía,
Pego Júnior,supondo que osnavios revolta dos,se dirigiam pa ra o Porto Capelista,
retirou grande parte do reforço, levando para Morretes e Antonina. Paranaguá
ficou quase que inteiramente entregue à sua própria sorte.

Costeira,Orecebeu
grosso roda tropa
dens para que suportara
se dirigir o choque
ao Porto Do doIIbombardeiro
m Pedro e Rocio. A alainicial na
do "23 de Novembro", sob o comando do então Tenente Domingos do
Nascimento, ocupou a área compreendida entre a Igreja de Nossa Senhora do
(233) - POMBO, Rocha, lhidem, p. 124.
(234) - ALVES, Agostinho Pereira. Op. cit.

311
Rocio e a curva do antigoaminh
c o, próximo ao Arm azém da Companhia São
Paulo-Rio Grande.
A Guarda Nacionalde Antonina,em pequeno número , comandada pelo
capitão Teófilo Marques, ocupou a área compreendida entre os armazéns de
São Paulo -Rio Grande, Munhoz da Rocha eCaetano Gomes. À direitaestava
a guarnição de Artilharia do Exército, comandada pelo Tenente Pires de
Albuquerque. À esquerda das trincheiras da artilharia,ao longo dosrilhos
t da
estrada, desvio da firma Guimarães, achava-se força de infantaria da Guarda
Nacional de Paranaguá. Na Costeira,estavam posta das oscanhões deartilharia
do Exército. O restodas forças defendia a cidade, o Quartelenera
G l e a Cadeia.
A esquadra, entre 14 de 15 horas, evoluiu em seus movimentos,
aproximando-se do porto Dom Pedro II e, estrategicamente posicionada,
bombardeou a guarnição devido à profundidade, os trapiches existentes, o que
facilitariaas operações.
As forças doTenente Do mingos Nascim ento, nas imediações doRocio,
foram logo atacadas, registrando numerosas baixas. Pedidos reforços e
munições,recebeu pe quena ajuda, ficando cientede que a resistênciateriade
se efetuar com os poucos elementos de que dispunha.
do 25.Momen ãtos
° batalh depois,
o do inici
exército, aova-seforte desem
que capitulara barqesterro,
em Due de marin
cahde
cer eiros
600eforças
homens
compunham as forças de desembarque, que se postaram no espaço
compre endido entre os armazéns Caetano Gome s e Guimar ães &Cia.
A artilharia,sob ocomando do Tenente Pires do Albuquerque, foi atacada
pela frente,e duas colunas desemb arcadas nos trapiches dos armaz éns Caetano
Gomes e Guimarães, estavam prestes a cortar a retirada de suas forças. O
momento exigia decisão esó lhe restava um a, a retirada.
O recuo foi feito do porto Dom Pedro II até a cidade, pela linha da
Estrada deFerro,hostilizad os semp re por fortetiroteiodo invaso r, que continuava
avançado.
O tiroteio continuou noite adentro, dando tempo à tropa, conduzindo
um canhão Kru pp, que postou junto Cadeia,
à para organ izar oúltimo reduto da
resistência. Cerca de 20 soldados do Batalhão Frei Caneca, de São Paulo
comandados pelo Capitão Júl io Garcia,guarneciam a Cadeia, já sitiada.
O Capitão Júlio Garcia,por volta das 4horas da madrugada do dia 16de
janeiro,- O
chegando-se à grade, Teófilo,
Senhor Coronel disse:que é chefe dos presos , queria ouvir a leitura
desta intimação equacabo dereceber doSenhor Tenen te Lecop, em nome do
Almirante Melo.
Depois determinada aleitura dareferid a intimaçã o para que serendesse
no prazo improrrogável de meia hora, prosseguiu:

378
- Poderia render-me e não seria desonra para mim, visto não termos
mais víveres, nem água para a guarnição e prisioneiros; porém, não tenho
garantia de vida, prefiro morrer gloriosamente combatendo.
235

O Coronel Teófilo Soares Gomes, em seu no me e em nome dos presos,


disse que ele e toda a guarn
ição seriam con siderados seus hósped es, no caso
de se entregarem.
Momentos depois, o Segundo Tenente Revolucionário da Marinha, Roberto
Lecop de Oliveira, veio com outro oficiais, abriu as porta
s da prisão e libertou
mais de uma centena de prisioneiros que, assim, escaparam de penosos
sofrimentos morais.
Entre eles, registraram-se alguns nomes:
Matias Bohn, Joaquim Soares Rodrigues, Saturnino Pereira da Costa,
Alcides Augusto Pereira, Luís Vitorino Picanço, José Gonçalves Lobo, Dr.
João Evangelista Espíndola, Joaquim Cândido de Oliveira Salgado, Praxedes
de Oliveira Salgado, João Pereira Costa,
da Antô nio Schneider, Narciso Tácito
de Oliveira, Raimundo Enéas de Vasconcelos, Francisco José de Oliveira,
primeiro-tenente da marinha, Francisco Agostinho de Sousa Melo, coronel
Teófilo Soares Gomes, Narciso Gomes, João Nascimento, Bento da Costa
Júnior, João
Cardoso VidalAlberico
Neto, Ribeiro,Ernesto
Figueira Puce,
deAn tônio Ferreira
Alcântara, de Fernando,
Luís Campo s, Custódio
José de Faria
Lopes, Antenor Leão Costa, Antônio Gonçalves Freitas, Militão Pereira Alves,
João Balduíno Alves Cordeiro, Nicolau Mader, Filipe Paiva, Ildefonso Luís
Marques, João Luís Marq ues, José Gonçalv es da Silva Bast
os, João Ferreira
Arantes, José Ferreira de Campo s, Patrício Tomás Seguiz,Mauel Rodrigues
França, Manu el Clarício de Oliveira,João ClímacoPombo, Dr. José Beviláqua,
Aquiles Alves do s Santos,João Fernan des Donato, Virgílio França,Benedito
de Sousa Guimarães, VicenteMontepoliciano Nascim ento (paido historiador
Nascimen to Júnior), Dr. Generoso Borg es deMacedo,Juvenal FerreiraArantes,
Ricardo da Costa Júnior. 236

Com a ocupaçã o da cidade pelos revolucionários, omceçaram as prisões


dos legalistas. Foi o Coronel do Exército Eugênio Augusto de Melo, ex-
Comandante da praça, preso ao entrar no hotel Tristão, onde era hóspede. O
Coronel João Guilherme Guima rães,os Capitães TiagoPereira deAzevedo e
Teodorico Júlio dos Santos, foram presos e recolhidos a bordo do "Urano",
atracad
o no trapich
e do porto Dom Pedro II.
O Contra-Almirante Custódio José de Melo calculou para os legalistas,
exageradamente,uma baixa de150 pessoas.
O Dr. Vicente Macha
do da Silva Lima, naqualidade de Vice-Presidente,
(235) POMBO, Rocha. lbidem, Op. cil. p. 130.
(236) - lbidem Op. cit. p. 121.

379
assumiu a 30 denovembro de 1893, o Governo do Estado do
Paraná, devido ao
afastamento do Pres
idente D
r. Francisco Xavier daSilva.
Melo,Com
apesaradotomada de Paranaguá
heróisesforço pelos
dosdefensores,navios
Vicente da esquadra
Macha deriuCustódio
do transfe o de
Governo para a cidade de Castro, decreto n.° 24, de 18 de janeirode 1894.
A queda de Paranaguá abriu caminho para a entrada de Custódio de
Melo em Curitiba,acompanhado de oficiais, marinheiros, soldados, no dia 20
de janeiro, encontrando a capital abandonada pelas tropas legais.
Ante a aproximação das tropas revolucionárias, que invadiram o Paraná
pelas fronteiras deSanta Catarina,
avançando peloscaminhos dorio Negro, sob
o comando dogeneral Carlosda Silva Piragibe,em Tijucas,e parte naLapa.
No Rio de Janeiro,a Armada Revoltada, embo ra lutasse longas hor
as da
noite para desembarcar na ponta da armação, a 9 de fevereiro, as forças do
governo infligiram fragorosa derrota.
Quando a esquadra formada pelos navios adquiridos por Floriano e
comandada pelo Vice- Almirante Jerônimo Franc isco Gonçalves,apareceu perto
da baía da Guanabara, pronta para atacar, não aconteceu uma retirada; mas
uma fuga vergon hosa dosrevolucionários.
Oficiais
inúteis, os seuse marinherios, depoistantos
esforços e asilaram-sede emmov imento
dois s frustrado
navios s, julgaram
de guerra portugueses,
que os conduziram ao Uruguai, onde se reuniram aos Federalistas.
O Vice-Presidente Flori ano VieiraPeixoto determ inou a suspensão das
relações diplomáticas Brasil
do com Portug al, reatadas no Governo seguinte.
A invasão do Paraná prosseguia. Em 16 de fevereiro, as forças legais
fortificadas em Tijucas, comandadas pelo Tenente-Coronel Ismael do Lago,
foram atacadas durante quatro dias. Ferido o Comandante Ismael do Lago e
recolhido ao Hospital, Tijucas capitulou, honrosamente, sob o comando do
CoronelAdriano Pimentel.
As forças federalistas, ao mando de Gumercindo Saraiva e Piragibe,
dirigiram as operações para a cidade da Lapa. Entre a queda de Tijucas e a
ocupação de Curitiba, havi a apenas a bravura e a resitênciaque as forças legais,
sob ocomando do Coronel Antônio Ernesto Gom es Carneiro, infligiamtropàs as
Federalistas.
Depois do prime iro confronto, ocorrido em 17de janeiro, os federalistas
sitiaram a Lapa,interceptando as estradas de ferro e de rodag em, cortando as
comunicações. O ataque de 7 de fevereiro foi particularmente grave, já que
foram mortos o Coronel Când ido Dulcídio Perei ra, Amintas de B arros e
mortalmente ferido opróprio Gomes Carneiro,que veio ofalecerno dia9.
Assumiu o comando o Coronel Joaquim Lacerda, que capitulou no 11 de
fevereiro, com todas as honras de guerra.

380
Em Curitiba, os Federalistasaclamaram Governador Provisário,o Coronel
Teófilo Soares Gomes, que assinou uma Proclamação aos Paranaenses, datada
de Paranaguá, 19 de janeiro. Passou o Govern o ao chefe paranaense do partido
de oposiç ão ao Govern o do Estado,Dr. JoãoMenezes Dória.
As tropas Federalistas, que dev eriam avançar rumo ao Estado de São
Paulo, reorganizadas, nosprimeiros diasdo mês demarço, segu iram para Castro,
chegando dia 14. Próximo deJaguariaíva, naestrada que vai terà fronteira do
Paraná com São Paulo, informando o General Piragibe que o Governo Legal
mandara um exérc ito de 5.800 homens, devendo iniciar as operaçõ
es por Itararé
e constatando a veracidade das informações, resolveu abandonar a luta,
retroceden do para oSul,pelos camp os dePalmas, reentrando em Santa Catarina.
O Contra-Almirante Custódio José de Melo parte doParaná para osul
e, a 7 de abril,apresentou-se diante dacidade de Rio Grande, atacando por ma r
terra.
A guarn ição resistiubravam ente,durante doisdias equando a defesa foi
reforçada pela coluna do coronel Silva Teles, os invasores se retiraram, com
grande perda.
O Contra-Almirante Custódio José de Melo velejou em seguida para
Buenos
esquadraAires onde, no da
ao Presidente diaRepública
17 do mesmo mês de abril, entregou toda a sua
Argentina.
O Vice-Almirante Jerônimo Francisco Gonçalves, Comandante-em-Chefe
da Esquadra Legal,à frente de11 navios deguerra, em 8 de abrilpartiu do Rio
de Janeiro rumo ao sul. No dia 17 ocupou a cidade de Desterro. O navio
"Aquidabã" foi torpede ado, mais tarde recuper ado e levado pa ra o Rio de
Janeiro.
No dia 23, a esquadra legal rumou para Paranaguá. Os federalistas que
ficaram na cidade desapareceram, sumiram, dissolveram-se.
Em 10 de maio, Curitiba festejava estrondosamente a volta das forças
legais.O Comandante do Exército em operações no Paran á, Francisco Raimu ndo
de Ewerton Quad ros, ocupou Curitiba epela Orde m do Dian.° 19, dirigiu um a
Proclamaçã o aos Soldados do Corpo do Exército em operaçõ es no Paran á.
Pelo Decreto n.° 725, de 29 deabril de 1894, o Governo Estadu al retor
nou
a Curitiba.A legalid
ade foi mi placável. Além do Teatro SãoTeodoro , servindo
de prisão,também as salas dos quarté is ficaram lotadas depresos, pelo crime
de
númade
erosão
de àvítimas.
causa Ildefon
federalista.
Questiúncu
so Pereira las Barão
Corrêa,e desforra
desSerro
locais Azu
aumenta riam
l e Priscil o
iano
da Silva Corrêa,ilustresparanaenses, naturais deParanaguá, juntamente com
outros, foram imolados na Serra do Mar,km 65, da estrada deferro Paranaguá-
Curitiba, na calada da noite de 20 de maio de 1894.
Nas primeiras horas de dia 21, os mesmos executores, nos muros do
381
cemitério,imolaram o Tenente-Coron el José Antônio Colôniae o Tenente Pedro
Nolasco Alves Ferreira.
Gumercindo Saraiva,no planalto de Carovi,foi mortalmente ferido,
vindo
a falecer no dia10 de agosto.
No Estado de Santa Catarina, no governo de Hercílio Luz, em 1.° de
outubro, Desterro recebeu o nome de Florianópolis, em homenagem ao Marechal
Floriano Vieira Peixoto.
Em 15 de novembro assumiu a Presidência da República, por eleição
direta, Prudente José de Morais Barros.
O Contra-A lmirante Luís Filipede Sald anha da Gama (1846-1895) morreu
no combate travado no dia 24 dejunho de 1895, em Campo Osório.
A Revolução Federalist a durara 31 meses e nela mor reram lOmilpessoas.
Em 1.° de julhodesse ano 1895, foi assinada a ata depacificação, em Piratini, a
pouca distância de Pelotas.

382
XI X - RÁP IDAS REF ERE NCIA S

OS CANHÕES DA LADEIRA
Na rua chamada da Ord em (atua l 15 de Novembro),devido à Igreja da
Ordem Terceira de São Francisco, erguia-se e edifício da cadeia velha de
Paranaguá, um prédio colonial feio e sinistro, que espiava por grossas grades de
ferro, o
c mo um prisio neiro de simesmo, para aságuas mansas doItiberê.
De riba da cadeia para o cais do rio, lançavam-se a ladeira pelo espaço
ocupado agora pelo Jardim Leocádio Pereira, pelo mercado e pelas travessas
lateraisdessas construções.
Por duas vezes, num quarto de século, do alto dessa ladeira, peças de
artilharia gritavam à nação a palavra de fogo das suas gargantas de bronze e de
aço. Uma vez sauda ndo a paz e a vitória, outra vez bra dando em defesa da
República.
Da primeira vez foi por ocasião do regresso dos voluntários paranaenses
que combateram comOsórioe com Caxias,na guer ra do Paraguai. O desembarque
foi na rua da Praia, onde hoje enxameiam canoas de pescadores e de mercadores
de frutas, mas então era o cais onde atracavam os pequenos navios que vinham
ao porto.
Paranaguá reuniu-se ali. Toda a gente quis ver e aclamar os heróis
paranaenses.
Do alto da ladeira, dois canhões de bronze os saudaram com salvas que
ribombaram pelos confins da cidade e da baía, como se fosse por eles que a
Pátria agradecia sacrifí
o cio e a intrep idez do s seus guerreiros.
Dali fez BarrosJúnioro discurso dacidade aos que reg ressaram e aosque
em terra inimiga ficaram dormindo o eterno sono, dentre dois mil combatentes
com que a então jovem Província concorreu para a grande guerra provocada pela
insânia imperialista do ditador paraguaio.
Depois os canhões desapareceram da ladeira. A província reencetou o seu
labor construtivo,o império pacificado pô ses em march a para os seus destinos.
Vieram, mais tarde, as agitaçõesais sociepolíticaspreparató rias das dua
s
grandes conquistas do liberalismo: - a libertação do escravo e o advento da
República.O país livre daescravidão, exigiu a nação livre daMonarquia.
Nenhum desses acontecimentos fez, porém, com que regressassem os
canhões saudató rios comos quais Para naguá erguera a sua voz, doaltoda ladein
histórica,no diado regresso dos volun tários.
Os acontecime ntos polític
os, conseqüentes dos diasinstáveis da República,
trouxeram, porém, até ao seu porto,a esquadra revoltada,para apoiar nos Estados
do sul,a march a dos federalistas doRio Grande.

383
E o canhão urrou, como um leão vigilante, na defesa daRepública.
A velha cadeia de Paranaguá estavasuperlotada depresos políticos. Entre
elesfigurava o intrépido chefefederalista parana
ense Teófilo Soares Gomes, que
na sua própria prisão organizara uma temerária resistência para uma prevista
eventualidade.
A essas qualid ades de altivez ede coragem pessoa l tantas vezes postas à
prova, reunia o prisioneiro da cadeia velha um físico varonil imponente e uma
voz trovejante, que dava o domínio de situações difíceis como essa.
A pugna que se feria em Paranaguá não podia resolver pela derrota dos
legalistas. M
as, por issomesmo, a vida dos prisio
neiros corria imine nte econstan te
perigo.
No Porto d'Água se concentravam as forças de defesa. Entre elas, o
batalhão 23de Novembro constituído de patriotas,
tinha por Coman dante o bravo
e brilhante ofici
al do exército, então Tenente, Do
mingos Nascimento.
Os canhões da esquadra metralhavam sem cessar os setores legalistas,
enquanto forças de desembarque iam, com o melhor êxito, realizando os seus
objetivos.
O batalhão 23 de Novembro viu o centro da sua linha rompido pelos
fuzileiros na
vais e assuas duas secções atiradas ra padireções opostas.
A que foi lançada no rumo da cidade, ao se reorganizar, era apenas
constituída deum pequeno grupo que procurou apoio no últimoreduto legalista,
que eraconstituído da guarnição da cadeia.
Esse grupo era comandado pelo denodado Capitão de patriotas Paulo de
Assunção, e a custo de inauditos sacrifícios, arrastava uma peça de artilharia,
que assentou no alto da ladeir
a, donde deu os últimos tiroscontraa marinh agem.
A situação parecia que iadecidir
se tragicam ente tanto para os prisioneiros
como para oslegalistasainda emarmas. A luta chegava aos seus últimos instantes
e as paixões antagonistas explodiam , veementes e animalizadas,carregad as de
ameaças.
Só um homem via, com olhos humanos, a situação. Era Teófilo Soares
Gomes, o prisioneiro, o refém do último reduto legalist
a que, nessedesesp erado
minuto,surgiu como a única força controladorasituação.
da
O prisioneiro, da sua prisão, dominara as paixões desenfreadas. Sob
garantia da sua palavra enérgica e vibrante, ofereceu a vida e a liberdade para
todos etodos se lhe subm eteram.
Calou-se,
abriram. então,
O reduto o último
depôs canhão da ladeira. As portas das prisões se
as armas.
O prision
eiro erao vencedor.
E nunca mais, depoi
s deste episó
dio,o canhão ribombou do altoda históric
a
ladeira.Nem para saudar a paz, nem ara
p lutar na gue rra. 237

(237) - MARTINS, Alfredo Romário. Os Canhões da Ladeira. Marinha. Paranaguá, n." 8, maio, 1938.

384
385
HINO DO MUNI CÍPXX
IO DE PAR ANA GUÁ
CONTEXTO HISTÓRICO
O Dr. Caetan o Munhoz da Rocha 1879-1944),
( Prefeito de Para
naguá,
pela LeiMunicipal n.° 177,de 9 de abril de1910, adquiriu, por com
pra, o Palácio
Visconde de Nácar, para nele ser instalado, oficialmente, o paço municipal.
Em 25de julhodo mesm o ano,o prefeito enviou à Câmara a Mensag em
n.° 10,na qual disse:
"Tendo sido escolhidodiao 29 de julho de 1910, data comemorativa da
Fundação do município, para inauguração do Palácio Municipal, lembrei de
solicitardessa patrióticaorpo
c ração uma lei especialque adote um hino para o
nosso município e estabeleça os distintivos de sua bandeira e escudo,
solenizando-se desse modo com mais brilho, aquele memorável acontecimento.
Assim an imado, dirigi-me aosnossos ilustres patríc
ios,senhores Capitão
Domin
daq uelegos Virgílio
a poesia do Nascimen
que a servirto
dev deebase
maestro JoãoGo
à composiç ãmes Raposo,
o musica solic
l deste,eitando
é com
maior satisfação que vos apresento hoje os srcinais que dignos coestaduanos
enviaram a esta Prefeitura, acudindo assim tão patrioticamente ao pedido que
lhes foi feito. 238

A Câmara, em sessão extr aordinária, realiza


da em 25de julhode 1910,
aprovou o proje to de lei n.° 12, no qual adoto u como hino do município, a
composição musical do maestro João Gomes Raposo, natural de São Francisco
do Sul,SC, que fixou residência nesta cidade,i che aqugando em 1887, baseado
na poesia de Domingos Virgílio do Nascimento, natural de Guaraqueçaba -
PR, capitão do exército brasileiro, arma de artilharia.
O hino do Município de Paranaguá, como símb olo sonoro,proclama,em
sua tessitura, as características históricas do povoamento da região.
Nas festas comemorativas do 26.° aniversário da elevação do povoado
de Pernagoá à categoria de Vila, a Câmara Municipal realizou no dia 29 de
julho do mesmo ano, às 20h30min, já no salão nobre do palácio, uma memorável
sessão solene, contando com as presenças ilustres de autoridades estaduais,
locais, militares, ec
lesiásticas, corpo consular, rep
resentantes de associações e
prepostos de várias Câmaras Municipais do Estado.

(238)- Munhoz da Rocha, Caetano. Mensagem n." 10, livro de atas da Câmara Municipal de Paranaguá, sessão
extraordiária realizada em 25.7.1910, p.4 .

386
A solenidade foi aberta pelo Dr. Antônio José de Sant' Anna, Presidente
da Câmara Municipal de Paran aguá, que conv idou o Prefeito, Dr. Caetano
Munhoz daRocha,para assum ir a presidência. Aceitan
do ao convite,o Prefeito
solicitouoa Dr. Afonso Alves de Cam argo (1873-1959), 1.° Vice-Presiden
te do
Estado do Paran á, a honra de sentar-se aoseu lado.
Organizada a mesa diretiva sessão,
da o Dr. Munh oz da Rocha proferiu
vibrante discurso, discorrendo sobre a data aniversário de Paranaguá,
declarando, ao final,inaugurado, oficialmente,o Palácio Municipal, que fazia
entrega à população.
Depois dos longos aplausos e, para encerrar a solene cerimônia, pediu
a palavra o Vereador José Gonçalves Lobo, que apresentou o autógrafo do
projeto de lei, n.° 12, de julho último, equadotou o hino do municípo de
Paranaguá, a bandeira e o escudo.
O Dr. Caetano Munhoz da Rocha, fez uma notável alocução ao atoe
sencionou o projeto, então convertido na lei n.° 188, de julho de 1910,
oficializando o hino do município de Paranaguá.
Nessa ocasião, foi executado brilhantemente o hino municipal pela
orquestra e cantado por senhoritas. 239

Assinaram a ata daMu


Dr. Caetano sessão comemorativa:
nhoz da Rocha - Prefeito
Vereadores:
Dr. Antônio Joséde Sant'Anna
AlbertoGomes Veiga
Domingos Soriano da Costa
Eurípides Rodrigues Branco
Priscílioda Silva Corrê
a
Policarpo José Pinheiro
José Gonçalves Lobo
AnibalGuimarães Carneiro
Convidados:
Dr. Afonso Alvesde Camarg o
Capitão Domingos Virgílio do Nascimento, autor da letra
João Gomes Raposo, autor damúsica.
Além dos citados, também assinaram a ata, mais de duzentas e trinta
quatro pesso
as.

(239) - Livros de atas da Câmara Municipal de Paranaguá, sessão realizada em 29 de julho de 1910, p. 6.

387
LEI N.° 188, DE 29 DE JULHO DE 1910
O Doutor Caetano Mun hoz da Rocha,Prefeito Municipal deParanaguá.
Façoe sabe
decretou eu rhoje
que sanciono
a Câmara Mun icipal emlei:
a seguinte sessão de 25
de julhode 1910,
Art. 1.°- Fica adotado como hino do município, a composição do
maestro JoãoGomes Raposo,baseado na poesiado capitão Dom ingos Virgíl
io
do Nascimen to.
Parágrafo único -A composição musical ea poesia a qu e se refere
esta lei, são abaixo transcritas.
Art. 2.° - A bandeira do município terá as cores do Estado - verde e
branco, dispostas do seguinte modo: um retângulo verde cortado por dois
triângulos iguais por uma faixa branca em cujo centro se destaca a esfera azul,
apresentando em semicírculo a palavra - Paranaguá, conforme estampa n.° 1.
Art. 3.° - As armas do mun icípio serão iguais às do
stado,
E substituindo
o mapa que apresentam estas no centro da esfera azul, pela vista da Cotinga,
onde foram lançados os primeiros fundamentos da cidade, de conformidade
com estampa n.° 2.
Art. 4.°- Revogam-se as disp osições em contrário.
Saladas sessões da Câmar a Municip al deParanaguá, em 25 dejulhode 1910.
Dr. Antônio José de Sant'Anna- Alberto Gomes Veiga - Domingos
Soriano da Costa - Policarpo José Pinheiro - Aníbal Guimarães
Carneir o - JoséGonçalves Lobo -Eurípides Rodrig ues Branco Priscí
- lio
da Silva Corrêa.
Mando, portanto, a todos a quem o conhecimento e cumprimento da
presente lei, haja decompetir,que a cumpram e façam cump rir tão inteiramen
te
como nela se contém.
Sala Nobre do Palácio Municipal de Paranaguá, em sessão comemorativa
do 262.° aniversário dafundação do mun icípio, aos29 de julho de1910.
Dr. Caetano Munhoz da Rocha.
Publicada e registra
da as folhas 99 e 100 do livro de eis.
l
Prefeitura Municip
al de Paranaguá, em 29 dejulhode 1910.
O Secretário Manuel Antônio de Sousa.

388
HINO DO MUNICÍPIO DE PARANAGUÁ
Letra deDomingos Virgíli
o do Nascimen
to
Música
Lei dealJoão
Municip Gomes Raposo
n.° 188,29.7.1910.
Aos nossos mares vieram, dantes
Altivas naus, velas possantes,
Inflando à brisade monção.
O Itiberê viu osprimeiros
Sinais de civilização.
Salve! Salve! Berço amado
CORO
{ Do Paraná sem pre exul!
Pórticotodo encanta
do
Aos sertanejos do Sul!
Hulhas eris de cataratas
Onde rebrilham tantas pratas!
Terras verdes dos pinheirais!
Talvez nãoquilhas
Sem lusas fósseis vindo
Paranácá
Em busca do ouro e cristais.
Salve! Salve! Berço amado
CORO
{
Sejamos pela liberdade
Do Paraná sempre exul!
Pórticotodo encantado
Aos sertanejos do Sul
!

Ao ladoda fraternidade ,
Em fortes elosde união,
Que o nosso orgu lho e a nossaglória
Têm uma página da hist ória
Do Paraná e da Nação!
Salve! Salve! Berço amado
Do Paraná sem pre exul!
Pórticotodo encantado

{
CORO
Aos sertanejos do Sul
!
Seja a grandeza nosso norte!
A paz e o amor- numa cohorte
De bênçãos sempre e nos sorrir!
E a luz da estrela do civismo,
Entre canções de patriotismo,
Eia! Marchemos ao porvir!
Salve! Salve! Berço amado
CORO
{
Paranagu á-julho - 1910.
Do Paraná sempre exul!
Pórtico todo encantado
Aos sertanejos do Sul!

Aprovado em 25 de julho de 1910.


Dr. Antônio José de Sant'Anna - Alberto Gomes Veiga - Domingos
Soriano da Costa - Policarpo Jos é Pinheiro - Aníbal Guimarães Carneiro - Jos é
Gonçalves Lobo - Eurípides Rodrigues Branco - Priscílio da Silva Corrêa.

390
XX - RÁPIDA REF ERÊ NCI AS

PERFIS BIOGRÁFICOS DOS AUTORES DO HINO DO


MUNICÍPIO DE PARANAGUÁ

1. - Domingos Virgílio do Nascimento


Nascido em Guaraqueçaba, a 31 de maio de 1863, filho de Francisco
Luís do Nascimento Do e na Antônia Luíza do Nascimen to.
As primeiras letrasaprendeu em Paranag uá, seguindo paraPorto Ale gre,
RS, assentando praça no exército brasileiro no dia 21 de fevereiro de 1881,
onde comp letou seus estudo s na Escola Militar
Colaborou no jornal "A Federaçã o", de Júlio de Casti
lhos. Em 1890, foi
promovido a 2.° Ten ente; em 1892,al.° Tenente; em 1896, a capitão; em 1911,
a Major,na arma da artilharia.
Durante a Revolução Federalist a, foi comissionado comoTenente-Coronel
para coman dar o Batalhão Patrióti
co 23 deNovembro, formado por inter ferência
do Vice-Presidente do Estado do Paraná, Dr. Vicente Machado da Silva Lima
(1860-1907), defendendo a área do Roc io, quando a esquerda rev
oltada do Vic e-
Almirante Custó dio José de Melo (1840-1902) tentava des embarcar a rt opa.
Terminada a Revolução Federal ista, Domingos Virgíli o do Nascimen to
enveredou para apolítica, elegendo-sedeputado estadual.
Jornalista, contista, poeta, foium dos fundadores do Centro de Letras do
Paraná e, na Academia Paranaense de Letras, é o patrono da cadeira n.° 27.
Usou os pseudônimos: Leo-Lino e Gastão de Luc. Revoadas, Publicou
versos.Trenós e Arruídos, versos,O Sul, prosa,Em Caserna, contos militares,
Pelo Dever, discurso, Pela Fronteira, impressões de viagem ,O Homem Forte,
livrode educaçãofísica,e a brilhante obraA Hulha Branca do Paraná.
O inspirado autor da letras do hino do município de Paranaguá esteve
presente à sessão comemorativa, realizada em 29 dejulhode 1910, na Câmara
Municipal deParanaguá, quando então foisancionado a lei n.° 188, oficializando
o símbolo sonoro do mun icípio,música domaestro JoãoGomes Raposo.
Domingos Virgílio do Nascimento faleceu em Curitiba 30 de
a agosto de
1915.
A capital do Estado do Paraná prestou-lhe significativa homenagem,
erguendo na Praça Osório, em 12 de outubro de 1922, o seu busto.
2. - João Gomes Raposo
Natural deSão Francisco do Sul,SC. Ainda jovem veiopara Paran
aguá,
aqui chegando em 1887, onde fixou residência.

391
Cultor da arte musical, em pouco tempo conseguiu introduzir-se na
sociedade,procurando os elementos mais emevidência na música.
Ligado por afeiçõesrecíprocas aomaestro Caetano José Lima -pai de
José Itiberê deLima,o Cazuza -que regiaa banda Progresso euma orquestra,
de que tomavam parte os musicis ta Jacinto Manuel da Cunh a, BentoMenezes,
Antônio Júnior, Ricardo Costa e Manuel Adriano, João Gomes Raposo,
revelando a demostrando grande capacidade, inspiração e gosto pela música,
foi distinguido pelo próprio maestro, que lhe entregou a batuta, numa evidente
revelação pública de reconhecimen to ao valor do jovem qu e ingressara no
grêmio musical paranagüense.
João Gom es Raposo,em 1900, foi eleito suplente devereador à câmara
municipal de Paranaguá.
Mucisista consagrado, de grande recursos, são de sua autoria os hinos
do Clube Republicano, do Clube Operário, extinto, várias composições sacras,
o hino do Município de Paranaguá, baseado na poesia do capitão Domingos
Virgílio do Nascimento, oficializa
do pela lei n.° 18
8, de 29 de julho de 191 0,
quando, em pessoa, esteve presente à sessão solene.
O maestro João Gomes Raposo, depois que aqui fixou residência,
sempre viveu em Paranaguá, mas as suas melodias, que foram tantas, eram
executadas pelas orquestras ebandas musicais das principais cidades doBrasil.
Exerceu ocargo defiscalgeral da Prefeitura. Inteligente, operoso, dentro
de sua arte prestou revelantes serviços à cidade, tendo organizado e dirigido
algumas bandas musicais que fizeram época.
Ministrou ensinamentos a várias gerações.
Já em avançada idade, o maestro João Gomes Raposo faleceu em
Paranaguá. Era viúvo. Deixou atro
qu filhos Adalzila,
- Aline,Eustáquio eLauro.
Somente o último era solteiro.

392
Domingos Virgílio do Nascimento
Natural de Guaraqueçaba - Paraná
Nascimento: 31.5.1863.
Faleceu em Curitiba: 30.8.1915
Foto reprodução. O Itiberê ns. 39/41,1922.

393
Foto: Reprodução. O Itiberê ns.39/41, 1922.
XXI
PERCURSO DE CANOAS ENTRE PARANAGUÁ/
RIO DE JANEIRO
CONTEXTO HISTÓRICO
A Confederação Geral dos Pescadores do Brasil pretendeu homenagear
o centenário da Independência do país, realizando uma viagem dos pescadores
dos estados brasileiros até ao Rio de Janeiro, na época capital federal da
República. Condição: o percurso teria de ser feito de canoa.
Em 13 de agosto de 1922, por telegrama, o Capitão-Tenente da Marinha
do Brasil, Armando Pina, informou ao Capitão do Porto e a Confederação de
Pescadores de Paranaguá que os pescadores de Natal, Aracaju e Salvador
resolveram ir de canoa à capital da República, por ocasião dos festejos do
Centenário, contribuindo para maior vibração e brilho das comemorações.
Estando ausente o Capitão do Porto, Capitão-de-Corveta Raul Elísio
Daltro, o Capitão-Tenente Dídio Iratim Afonso da Costa, Comandante da Esc ola
de Aprendizes de Marinheiros, que então funcionava em Paranaguá, substituindo
aquela autoridade, comunicou aos pescadores do litoral do Paraná, o texto
daquele telegrama, também eficientemente divulgado pela Confederação de
Pescadores, secretariado pelo senhor Newton Deslandes de Sousa.
Em curto espaço de tempo, apresentaram-se ao Comandante Dídio
Costa, cerca e vinte afoitos e destemidos litorâneos paranagüenses,
prontificando-se em fazer a viagem de canoa entre Paranaguá e o Rio de Janeiro.
O Comandante Dídio Costa assumiu a responsabilidade pela organização
da expedição, com ajuda da Confederação de Pescadores e do Capitão do
Porto, para a realização da inédita façanha.
As grandes dificuldades foram vencidas. Os canoeiros, rigorosamente
examinados e selecionados. As embarcações preparadas. Os recursos para o
custeio do empreendimento foram angariados. O apoio da população de
Paranaguá foi fundamental.
O Prefeito, José Gonçalves Lobo, Dr. Belmiro Saldanha da Rocha,
Ildefonso Munhoz da Rocha, Presidente da Confederação de Pescadores de
Paranaguá, empenharam-se em concorrer com energia e vigor para o sucesso
dos preparativos para que os canoeiros pudessem representar o Paraná nas
festas do Centenário da Independência do Brasil.

395
No trabalho de seleção foram escolhidos, facilmente, dez homens. O
grupo não foi maior, devido à previsão dos gastos de viagem.
As canoas escolhidas, de Guaperuvu, foram duas construídas na ilha
do Mel. Uma, pertencia à Associação dos Práticos da Barra de Paranaguá. A
outra, a fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres da Barra da Baía de Paranaguá.
Ambas obtidas por empréstimo.
A canoa da Associação dos Práticos foi batizada com o nome
"Paranaguá" e media, cada uma, 9,90 m de cumprimento por 1,10 m de boca,
as quais foram aparelhadas para o percurso de 450 milhas, recebendo dois
mastros e duas velas latinas, fabricados nas indústrias navais do senhor Alípio
Cornélio dos Santos.
Os donativos foram angariados pelos senhores Dr. Roberto Barroso,
Temístocles Muniz e Newton Deslandes de Sousa. O professor Eugênio
Condessa ficou encarregado da contabilidade.
Os canoeiros parnanguaras, que guarneceram as duas canoas e
realizaram a épica proeza de ir de Paranaguá ao Rio de Janeiro, foram:
- Joaquim Mariano Fernandes, cognome: Joaquim Tigre: prático do porto
e das barras da baía de Paranaguá, a quem coube a grande responsabilidade de

chefe da
canoa temerária expedição encarregado do leme e servindo de "patrão" da
"Paraná".
Antônio Serafim Lopes, cognome: Barra Velha, pescador, encarregado
do leme e servindo de " patrão" da canoa "Paranaguá".
Os companheiros:
Domingos José Trizani
Virgílio Farias
Manuel Praxedes de Oliveira
José Antônio Ribeiro
Valetim Tomás
Manuel Carlos Serafim
Olívio Elias
Antônio Gonçalves Rodrigues.
Em 4 de setembro, nas dependências da Escola de Aprendizes de
Marinheiros, situada em frente ao Palácio Visconde de Nácar, foi realizada
uma reunião, que contou com a presença do representante da Confederação

dos Pescadores,
da escola Newton
e os dez Deslandes de Sousa, vários convidados, todo o pessoal
canoeiros.
O Comandantre Dídio Costa fez uma longa exposição do modo por que
ia ser tentada a arriscada viagem, estudando todos os detalhes, instruindo os
canoeiros sobre tudo o que deveria ser feito.
Ficou escolhida a data da partida - 7 de setembro de 1992, em

396
homenagem ao centenário da Independência política do Brasil.
Na data festiva, às 15 horas e 30 minutos, como encerramento dos
festejos brilhantemente levados a efeito pela cidade Paranaguá, à margem
esquerda do tranqüilo rio Itiberê apresentava-se engalanada e imponente,
vibrando com cerca de três mil pessoas que, entusiasticamente, espoucavam
foguetes, batiam palmas e davam vivas aos corajosos expedicionários, que
deixavam o cais da rua da Praia.
As duas canoas largaram do cais e navegaram em direção da foz do
mencionado rio, sob os aplausos ruidosos e os votos de feliz viagem e breve
regresso de uma multidão que se estendia, comprimida, na beira do rio,
acompanhando com o olhar os canoeiros até a curva do "Furado",
desaparencendo nas águas do lado oriental da ilha da Cotinga.
Devido à instabilidade do tempo, a viagem, em grande percurso, foi
feita sob condições desfavoráveis, valorizando, ainda mais, a grandeza de
patriotismo dos valorosos canoeiros.
Por volta da meia-noite de 8 de setembro, as canoas "Paraná" e
"Paranaguá" deixaram a barra. Em más condições de tempo, contornanaram o
Superagüi e, enfretanto a costa oceânica, atingiram a ilha do Bom Abrigo,
sempre acossados pelo tempo. No dia 10, alcançaram Cananéia. A 1 3, estavam
em Santos, atigindo, depois de travessia tormentosa. A 16, enfrentando mar
agitado, chegaram em São Sebastião.
Contornando os recortes da costa, navegando de angra em angra, de
pouso em pouso, ao longo do percurso, seguiram os arrojados caboclos a rota
e rumo nas duas canoas. A 20, estavam em Angra dos Reis. A 23, pela manhã,
encostavam ao lado do navio de guerra da Marinha do Brasil " Jos é Bonifácio",
no porto do Rio de Janeiro
A instabilidade do tempo, as ondas bravas do mar, o frio, a fome, a sede,
o sono, o cansaço, o medo, o susto, não foram suficientes para desencorajar a
férrea vontade desses heróicos e entendidos marujos do litoral paranaense.
Um heroísmo sincero, verdadeiro e um exemplo, uma lição de amor à Pátria.
A distância de 45 0 milhas foi vencida. A viagem demorara dezesseis
dias. O Comandante Dídio Iratim Afonso da Costa recebeu um telegrama:
Rio, 26 - Empolgado feito heróicos valentes pescadores paranaense envio
felicitações, agradecimentos vossa inteligente atuação favor tão digna gente
patrícia. Saudações. Comandante Armando Pina. 24 0

O homem é realmente o agente propulsor da História. Para felicidade e


orgulho da históriade Paranaguá, dez homens, caboclos rijos, valentes, corajosos,
espontaneamente aceitaram o grande desafio e levaram à ex-capital da
República, o ato de coragem dedicado à pátria. Mal dormiram e mal se
alimentaram; mas chegaram e foram aclamados como grandes vitoriosos pelo
generoso povo carioca, recebendo o prêmio moral de serem exaltados por Rui
(240) - O Itiberê n.°42, outubro, 1922, Paranaguá, p. 7.

397
Barbosa, Presidente Epitácio Pessoa, Ministro da Marinha, Inspetor de Portos
de Costas e do Presidente do Estado do Paraná, Dr.Caetano Munhoz da Rocha.
O retorno das canoas "Paraná" e "Paranaguá", foi de navio Ita, da linha
da Companhia Nacional de Navegação Costeira. A chegada dos arrojados
canoeiros, registrou um dos grandes acontecimentos presenciados na cidade,
com muita vibração e carinhosos aplausos.
Os canoeiros, em 12 de outubro, foram à capital do Estado, a fim de
saudar o Presidente, Dr. Caetano Munhoz da Rocha, o povo curitibano e a
impresa: As canoas foram transportadas para Curitiba. Os parnanguaras tiveram
a oportunidade de fazer uma bela demostração náutica, nas águas plácidas do
lago existente no aprazível logradouro do Passeio Público, superlotado pelo
povo.
Os jornais Gazeta do Povo e Diário da Tarde, da capital, abriram
subscrições para premiar os canoeiros. A Gazeta do Povo ainda instituiu um
concurso literário, em prosa e verso, para consagrar ao grandioso feito, os
primeiros imperecíveis da inteligência dos homens de letras.
Paranaguá, Guaratuba, Morretes, Antonina e Curitiba contribuíram para
a realização do concurso.
O Estado do Paraná concedeu aos valentes canoeiros, seis contos de

réis.que
os O Congresso Nacional
dirigiram em aprovou
pequenas prêmio ao
embarcações de porto
duzentos contos
do Rio de réis apara
de Janeiro, todos
celebrar o primeiro centenário da Independência do Brasil.
Os poetas Otávio Sidnei, Romeu Balster, Silveira Neto e cronistas
Newton Deslandes de Sousa, Leôncio Correia, Benedito dos Santos Filho,
Herculano Mariz registraram em belíssimas páginas a gloriosa aventura levada
a efeito por dez homens do litoral de Paranaguá.
A cidade prestou uma homenagem a Joaquim Mariano Fernandes - o
Joaquim Tigre - batizando uma rua com seu cognome - rua Joaquim Tigre, que
começa na rua Maneco Viana e termina na avenida Governador Manuel Ribas.
Quanto a Antônio Serafim Lopes, o "Barra Velha", heróico vencedor
do mar bravio, porque nadava como peixe, pouco tempo depois da gloriosa
aventura levada a efeito no histórico ano de 19 22, saiu do cais do mercado da
cidade, navegando em direção da ilha do Mel, caiu no mar perecendo afogado.
Não pôde nadar. Não teve socorro. O abraço do mar, que o prendera, foi o
digno túmulo do bravo pescador.
Manuel Ribas, quando Interventor do Paraná, criou uma escola de pesca
na ilha das Cobras - à Es cola de Pesca Antônio Serafim Lopes, como justa
homenagem que o Paraná prestou ao humilde pescador, hoje desativada.
O mar o criou, o mar o fez valente, fê-lo herói, mas muito exigiu de
"Barra Velha" : - a sua vida. 24 1

(241) SOUSA, New ton Dslandes. Barra Velha. Marinha n."'24 Setembro, 1939.

398
XXI - RÁPIDAS REFERÊNCIAS
FOTO DOS CANOEIROS

boto apanhada a bordo do navio de guerra "José Bonifácio",


Minutos após a chegada ao Rio Janeiro.
Em pé da esquerda para direita,
terceiroo ésegundo é Joaquim
o "Barra Velha". Tigre. Na mesma ordem, o
Foto e reprodução. O Itiberê , n." 42, outubro, 1922.

AVE, PESCADORES!
Otávio Sidnei
E partiram serenas as canoas.
Frágeis madeiros. Rude trajetória.
Almas ao mar afeitas, simples boas,
Levavam no seu bojo, rumo á Glória.
É mais um fasto para a nossa História:
Sobre o dorso das ondas, como leoas,
Edificaram, rígida, marmórea,
Essa epopéia, entre bênçãos e loas.
Pulsos de pescadores, férreos pulsos.
Dez corações enormes de patriotas.
Fremindo de heroísmo aos são impulsos.
O velho mar, que urros de fera dá.
Certo espalhou pelo ar festivas notas,
Caminho abrindo a heróis do Paraná.
Curitiba, 25 .9. 1922.

399
XXII
PO RTO DE PA RA NA GU Á
CONTEXTO HISTÓRICO
Entrecortada pela vasta e bela baía que oferecia condições favoráveis à
ocupação da região, a história do porto de Paranaguá começa com o início do
povoamento do Paraná e que, inexistindo caminhos terrestres, processava-se
por via marítim
a, tendo o ma
r como o único grand e meio decomunicação.
Quando os primeiros barcos
a remo evela pene traram na baía,
tornaram
o "Furado", na enseada da ilha da Cotinga, um natural, seguro e improvisado
fundeadouro.
Desde 1554 já os santistas entretinham seu comércio marítimo com o
porto de Paranaguá, levando resgates de ferramentas, anzóis e fazendas que
permutavam por algodão que os índios
Carijó plantavam e colhiam edo Rio de
Janeirotambém haveria algum comércio. 242

povoados
Depois
paradecontinente
o duas décadas,
, que ocup aram
verificando-se
um ponto elevado
a paulatina
à marge mmudança
esquerdados
do rio Taguaré - hoje Itiberê - surgiu o porto de Nossa Senhora do Rosário, na
parte sul da rua da Praia.A curta distância sdede o porto, chegava-se aolargo
da igreja Matrizde Nossa Senh ora doSantíssimo R osário,padroeira dopovoado,
edificada em 1578.
A antiga rua Porto da Matriz, tornou-se uma das mais comerciais do
lugar e, ao longo dotempo, recebeu asseguintes denomin ações:
1.- Rua do Port o de Matriz
2.- Rua da Matriz
3.- Rua João Alfredo
4.- Rua João Rég is (atual).
Em decorrência do movimento marítimo e comercial, o pequeno
ancoradouro, já exigindo dos usuários ampliação melhoramen
e to, avançou ao
longo do rio emdireção à sua foz.Em princí pios do século XK era comércio
o
marítimo exclusivam ente man tido comos portos de Santa Catarina, Santos,
Rio de
Janeiro; Pernambuco.
cabosde betas Exportavam-se
de Embé,madeiras do litoralefarinha de mandioca,
alguma cong arroz pilado em casca,
onha (erva-mate).
Dom João VI, Príncipe-Regente (1792-1816) e 2.° rei de Portugal,
(242)- VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Memória Histórica, cronológica, topográfica e descritiva da cidade de
Paranaguá. 1850. Ed. Pref. Mun. Paranaguá. 1922, p. 18.

400
Brasil e Al
garves (1816-1822), em 28 de janeiro de 1808, na Bahia, assinou a
Carta Regia de abertura dos porto
s brasileirosàs nações amigas.
O histórico ato político, significando os primeiros passos para a
independência econômica da colônia,somados a outros fatosnovos nascolônias
espanholas dabaciaplatina, incl
usive asguerras cisplatinas,levaram àabertura
do porto de Paranaguá ao comérciodo rioda Prata.
Em 23de novembro de 1810, saiu de Paranaguá, com destino ao porto
de Montevidéu, o bergantim português "Princesa Carlota", de 98 toneladas,
levando madeiras do litoral.
Outros carregamentos sucederam-se para o mesmo porto. A sumaca
espanhola "Nuestra Senora de los Dolores
", saída em 13de dezembro de 1811,
registrou uma pequena carga de erva-mate, para Montevidéu.
A exportação pelo porto de Paranaguá, além de farinha de mandioca,
arroz, madeira do litoral, cal de ostras, era também animado com o comércio
de erva-mate, vinda do plana
lto e embarcada para os portos do Rio de Prata e
do Chile.
A importação compreendia fazendas, sal, açúcar, ferragens, procedentes
do Rio da Prata, Santa Catarina, Santos,io de
R Janeiro,bens de consumo dos
paranagüenses.
O movimento de navios no porto de Paranagu
á, duran
te o ano de 8126,
foi o seguinte:
TIPO ENTRADA SAÍDA
Bergantim 11 15
Cutre 2 3
Escurna 1 1
Galera 2 2
Iate 1 1
Lancha 19 15
Patacho 2 2
Polaca 1 1
Sumaca 24 23
63 6 4
243

A RealJunta da Fazen
da de SãoPaulo, tendo presente o altocomércio
mar1827,
de ítimo, que polarizava
criou os interesses
a Alfândega econômicos,
de Paranaguá, pela provisã
instalada o de
no 18 de Colégio
antigo junho dos
Jesuítas,em 6 deagosto do mesmo ano.
Os navios que freqü
entavam o porto de Paranag
uá eram inteiramente
movidos por propulsão velática. O primeiro, movido a motor, foi "São
C 243)- WESTPHALEN,Cecília Maria. O Porto de Paranaguá no 7, dez. p. 17.
Ano de 1826. Boi. UFPR n."

401
Salvador",procedente de Santa Catarina , entrado em 9 de outu bro de1839,
saído em 19 demesmo mês e ano para o porto do io R de Janeiro.
O rio Taguaré, iniciando um processo de assoreamento, vai abrigar o
recuo paulatino das operações de carga e descarga das embarcações maiores,
que passaram a fundear no porto do Alemão, na enseada próxima da ilha da
Cotinga.
O serviço detransporte,carga e descarga das mercado rias importadas
e exportadas, do fundeadouro ao trapiche próximo à alfândega faziam-se por
lanchas e canoas, com evidentes prejuízos da fiscalização e dificuldades nas
operações.
Impunha-se a construção deum novo porto em loc al mais fundo da baía.
Desde 1862, o inspetor daAlfândega de Paranaguá propunha transferire
repartição para gar
lu mais apropr iado. No final da década, jáavia h sido
escolhido omo
c local para o novo porto a ensea da do Gato,situado àmargem
meridional da baí
a de Paranaguá, denominação essa que há mu ito permanecia,
devido a haver morado ali o pescador José da Silva, por alcunha Gato,
descendente do bandeirante Manuel de Borba Gato.
O Decreto Imperial n.° 5.053, de 14 de agosto de 1872, concedeu ao
grupoMaria
José constitu
daído porLemos,
Silva Pedro Aloys
autoriScherer,José
zação para Gonçaolves
construçã Pêcego
e melho ramJúnior e
ento do
porto da enseada do Gato.
A súmula do decreto:
Concede a Ped ro Aloys Scherer, sé Jo Gonçalves Pêcego Júnior Josée
Maria daSilva Lemos,autorização para constru írem na en seada do Gato,no
porto de Paranaguá, na Província do Paraná, as obras que forem necessárias
para omelhoramento domesmo porto.
O texto do decreto:
Atendo ao que me requereram Pedro Aloys Scherer, José Gonçalves
Pêcego Júnior José
e Maria daSilvaLemos e tendo ouvido a Seção dos Negó cios
do Conselho destado,
E hei por bem conceder-lhes autorização ara construírem
p
na enseada do Gato, no porto de Paranaguá, as obras que forem necessárias
para o melhoramento do mesmo porto sob cláusulas que com este baixam
assinadas pelo Visconde de Itaúna, do meu Conselho, senador do Império,
ministro esecretáriode Estado dos Negó ciosda Agricultura, Comércio eObras
Públic
Janeiro, em quatorze de agosto de mil, oitocentosPalácio
as, que assim o ten
ha entendido o façaexecutar. doioeR de
e setenta dois,
quinquagésimo primeiro da Independência edo Império.
Com a rubrica de Sua Majestade o Imperador.
Assinado: Visconde de Itaúna.
Dr. Cândido Borges Monteiro (1812-1872).
402
Entrosando-se o melhoramento do porto do Gato com as obras da
construção da estrada deferro Paranaguá - Morretes,no dia 2de dezem bro de
1873 - data aniversário de nasci
mento deSua Majestade Imp erador Dom Ped ro
II - Pedro Aloys Scherer distribuiu o convite para inauguração dos trabalhos:
Estando mar cado o dia2 de dezem bro, às10 horas da ma nhã, para ter
lugar a inauguração dos trabalhos da estradaferr
deo desta cidade aMorretes,
bem como dosmelhoramentos doporto,a diretoria,representada nestaProvíncia
pelo abaixo assinado, cumpre o grato dever de convidar a V. para com sua
presença abrilhantar este ato.
Escritório da gerência da Estrada de Ferro do Paraná, em Paranaguá,
24 de nov embro de 1873. O diretor-gerente Pedro Aloys Scherer.
Na data comemorativa do nascimento de Dom Pedro II - então
completando o quadragéssimo oitavo aniversário - dois barcos da Companhia
Progressista,o "Marumbi" e o " Iguaçu", que faziam a ligação marítima entre
Paranaguá - Barreiro - Antonina - Guaraqueçaba, os convidados embarcaram
no cais do rio Itiberê em viagem até a enseada do Gato, local da inauguração
dos trabalhos.
A solenidade contou com a presença ilustre do Dr. Frederico José
Card oso de Araúj
de Manuel o Abranch
Eufrásio es (1844-1903),
Correia, deputadoPreà siden
te daProvGeral,
Assembléia íncia doManuel
Paraná, Antônio
Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Paranaguá e mais de sessenta
personalidades, que se dirigiam ao pavilhão ornamentado e com a guarda de
honra de uma Companhia da Escola de Aprendizes de Marinheiros.
A comissão,representando o ClubLitterario,fundado em 9 de agosto
desseano,surpreendeu a todos,quando mandou executarpelabanda Sociedade
Progresso Music al, o dobrado deautoria domaestro Bento Antô nio deMenezes,
intitulado "Viva oProgresso".
O Secretário da Câmar a Municipal,Evaristo José Cárdenas, lav
rou um
termo para perpetuar a memória, assinado pelos presentes. 244

Na Câmara Municipal de Paranaguá, o vereador Joaquim Mariano


Ferreira, propôs em sessão realizada a 10 de janeiro de 1874, que o antigo
porto do Gato passasse a se deno minar: Dom Porto Pedro II.
Com a transferência da concessão imperial da estrada de ferro, agora
Paranaguá - Curitiba,à Compagnie Générale deChemins de Fer Brésiliens e
embora a concessão Rebouças tivesse o prazo esgotado, destacam-se o trabalho
político do deputado Manuel Eufrásio Corr eia e de Manuel Antônio Guimarães,
para prevalecer o porto de Paranaguá, como ponto inicial da via férrea.
O Ministérioda Agricultura , Comércio e Obras Públicasencarregou o
(244)-Ver o texto do "Termo para Perpetuar a Memória", em Rápidas ReferênciasXVI, item 1.0, neste livro.

40 3
engenheiro Eduardo José de Morais e José Maria Nascimento Júnior, para
estudarem e decidirem quanto às condições oferecidas à navegação pela enseada
do Gato,em Paran aguá, agoradenominada porto Do m Pedro II , e peloporto de
Antonina.
A comissão concluiu pelas vantagens do porto Dom Pedro II , já que:
Reconhece-se que não há e nem pode haver duas opiniões diferentes
sobre a escolha do porto que deva ser preferido. 245

A comissão preparou um longo relatório, com apreciação objetiva sobre


a maior vantagem do porto de Paranaguá. 246

A concessionária Compagnie Générale de Chemin de Fer Brésiliens,


dotou o porto Dom Pedro II de um ancoradouro seguro, construindo um trapiche
feito de pedras até o baixa-mar e daí em diante de madeira, alcançando a cota
de profundidade de 4,70 metros. A parte de pedras tinha o comprime nto de 85
metros e a de madeira de 45 metros. O trapiche assegurava a atracação dos
navios que traziam os materiaisde construção ferroviária.Durante muito tempo
foi este trapicheum dos mais importantes atracadouro s do porto Dom Pe dro II.
O Decreto Iimperial n.° 10.350, de 14 de setembro de 1889, declarou
caduca a concessão ao grupo paranagüense, referente ao melhoramento do
porto,Osconstan
te do Decreto
trapiches Im
perialforam:
construídos, n.° 5.0
53. de 1872.
• Trapiche da Estrada de Ferro do Paraná - Trapich e Paraná - partia do
ponto da demolida Estação Dom Pedro II.
• Trapiche San tista, partia do antigo Moinho Santista,obra em concreto.
• Trapich e Guimarães, demadeira, partia do conhecido "pon to" daEstiva.
• Trapiche Roc ha, demadeira, partia da altura do Centro Social daAPPA.
• Trapiche São Paulo - Rio Grande, de madeira, longo, na zona sul do
cais atual, na altura dos Silos da Socep par.
• Trapiche da Alfândega.
Os Bondes
O estabelecimen
to dalinha de bon
des para o porto D
om Pedro II eRocio,
data de1892, representando o esforço de um paranagüense progressista e
inteligente, coronel João Eugênio Gonçalves Marques que embora
prematuramente, se empenhou em dotar Paranaguá com um serviço que o seu
247

desenvolvimento de futuro
Em 1893, a Prefe exigirá.
itura Municipal deParanaguá, pela lein.° 15,fazia a
doação do terreno para nele
ser constru
ído o prédio da Alfânde
ga. A obra ficou
(245)- Paranaguá - Curitiba- Oitenta Anos de Ligação Ferroviária. Curitiba, 1965, p. 48.
(246) - V er Estrada de Ferro Paranaguá - Curit iba, item 5.0, p. 451.
( 247) - ROCHA, Caetano Munhoz da. Trecho da mensagem. Prefeito municipal de Paranaguá. 1908-1912 e 1912-
1915.

404
sob a direção de arquiteto Rudolf Lange.
A pedra fundamental daconstrução doprédio da Alfândega lançada
foi
em 1903.
A entrega da chave do novo prédio da Alfândega de Paranaguá, no
porto Dom Pedro II, construído às expensas do governo federal, foi realizada
no dia 10 de abril de 1906, conforme ata lavrada pelo secretário Augusto
Stresser, assinada pelos presentes.
A inauguração definitivadas instalações
foi realizada em 28
de outubro
de 1911, conforme ata lavrada por Carlos Olímpio Barreto e assinada pelos
presentes
O trapiche da Alfândega, construído por Alípio Cornélio dos Santos,
permitindo calado até3,40 metros em maré mí nima, a 6,20 m em maré máxim a,
foi pelo inspetor da Alfândega, Manuel A. da Silveira Neto, declarando
oficialmente recebido no dia 28 de maio 1912,
de conforme ata lavra
da pelo
secretário Carlos
Olímpio Barreto.
CONCESSÃO DO PORTO DE PARANAGUÁ AO ESTADO
DO PARANÁ
O primeiro ato oficial de concessão do porto de Paranaguá ao Governo
do Estado do Paraná, pelo prazo de sessenta anos, foi através do Governo da
República, que autorizou a construção de obras e melhoramentos do porto.
Decreto n.° 12.477, de 23 de maio de 1917.
CONCEDE aoEstado doParaná autorizaçã o para construir as obras de
melhoramento do Porto de Paranaguá .
O Presidente da Re
públicados Estados nid
U os do Bras il, atendendo ao
que requereu com o disp
osto na Lei Estadua
l n.°1.366, de 5 de março de 1914,
e tendo em vista o dispositivo constante do art. 75, n.° XI, da Lei Federal n.°
3.202,de 5 de janeiro de 1917, decreta
:
Artigo Único - Fica concedida ao Estado do Paraná autorização para a
construção das obras de melhoramento do porto de Paranaguá, uso e gozo das
mesmas obras, de conformidade com as cláusulas que com este baixam,
assinadas pelo Ministro do Estado da Viação e Obras Públicas.
Rio de Janeiro, 23 de maio de 1917; 96.° da Independência e 29.° da
República.
Assinados - Wenceslau Braz P. Gomes
Augusto Tavares de Lira.
Maistarde, qua
ndo Presidente da República,Arthur da SilvaBernard
es
(1922-1926), o Decreto n.° 12.477 foi alterado pelo de n.° 16.843, de 27 de
março de1925. As obras então toriza
au das fora m as seguintes:

405
1. - Dragagem e abertura de um canal na barra norte, com profundidade
mínima de 8 m, abaixo do nível das marés baixas.
2. - Dragagem do ancoradouro em frente do cais de atracação, com
uma profundidade mínima de 8 m abaixo do nível das marés mínimas.
3. - Balizamento do canal de acesso ao porto, por meio de bóias
iluminadas.
4. - Constru
ção de uma muralha de cais acostávelom c 550 m de extensão
mínima, para calado de 8 m em maré baixa.
5. - Construção de um cais de saneamento, constituindo prolongamento
do cais de atracação para leste, terminando no rio Itiberê.
Depois de uma série de contratempos, dificuldades, modificações do
projeto,prorrogação deprazos, substituiçõ
es de cláusu
las contratuais
, o Governo
do Estado do Paraná, pelo Decreto n.° 1.404, de 22 de novembro de 1926,
revogou o contrato lavrado em de23 março de1923com aCompanhia Nacional
de Construções Civis e Hidráulicas - CIVILHIDRO -, e autorizou um novo
contratocom amesma construtora, que aparece agora como administradora da
obra. O contrato a ser assinado, previa:
1. - Dragagem na barra norte
2.
3. -- Balizamento
Dragagem doiluminado
ancoradouro
4. - Cais de atracação de 550 m, com calado para 8 metros
5. - Construção de três armazéns
6. - Outras benfeitorias
INÍCIO DAS OBRAS
Em 21 de janeiro de1927, o Dr. Oscarda Cunha Corrêa, engenheiro da
inspetoria fed
eral do porto de Paranaguá, em sessãorealizada no palácio da
Prefeitura Municipal,na salada Câmara, presentes o Capitão-de-Corveta Dídio
Iratim Afonso da Costa, nomeado por Decreto de6 de dezem bro de1926, do
Presidente do Estado do Paraná
, Dr. Caetano Munhoz da Rocha,diretor técnico
da comissão estadual da fiscalização do mesmo porto; engenheiro Domingos
de Sousa Leite, diretor-presiden
te da CIVILHID RO Admistradora das Obras e
instalações para melhoramentos do porto de Paranaguá; o Prefeito Municipal,
Dr. FranciscoAcciolyRodrigues daCosta;o Presidente daCâmara Municipa l;
Alípio Cornélio dos Santos; autoridades civis e militares, federais e estatuais,
além de numerosas pessoas da sociedade, declarou iniciadas as obras e
instalações para melhoramento do porto deParanaguá, começan do a cumprir
assim o Estado do Paran á o encargo resultan
te da concessãoque lhe foi feita
pelo Governo Federal.

406
A Companhia Nacional de Construções Civis e a Hidráulicas -
CIVILHID RO Administrado ra das Obras,-ligada aogrupo Henrique Lage,do
Rio de Janeiro,providenciou a instalação do canteirode obras no Rocio.
Devido à escassez de recursos, o trabalho de desenvolvia-se em ritmo
lento. O projeto aprovado previa a construção do cais por meio de caixões de
cimento armado. Os caixões construídos em terra, deslizando pela rampa de
lançamento, eram rebocados ao local de alinhamento do cais. Chegaram a ser
construídos seis caixões,com as segu intes características:
20 metros de comprimento
8 metros de largura
6 metros de altura
475 toneladas de peso.
Em 3 de outubro de 1930, GetúlioDorneles Var gas foi levado a deflagar
a revolução no Rio Grande do Sul, contra o Governo Federal, e começou a
avançar em direção do Rio de Janeiro, na época sede do governo.
Simultaneam ente,a revolução rebentou também em MinasGerais eParaíba.O
movimento armado contou com forte apoio popular.
Em 24 de outubro, no Rio de Janeiro, os Generais Augusto Tasso
Fragoso, João
Noronha, assu mirde
am Deus
o papelMena Barreto
de poder mod e or.
erado Contra-Almirante
O Presidente da JosécaIsaías de
Repúbli
do Brasil,Washington Luís Pereira deSousa (1926-1930), foi deposto eexilado.
GetúlioVargas assumiu a chefia do governo provisório daRepública do Brasil,
em 3 de novem bro.
Em conseqüên cia da revoluçã o, as obras do po rto de Para naguá,
iniciadas em 1927,foram paralisadas de vez, pelo Decreto n.°216,
1. de 25de
março de 1931, assinado pelo interventor Mário Alves Tourinho, que rescindiu,
amigavelmente, ocontratofirmado com aCIVILHIDRO.Ficourespondendo
pelo material, o Capitão-de-Corveta Dídio Iratim Afonso da Costa.
REINICIO DAS OBRAS DO PORTO DE PARANAGUÁ
Manuel Ribas,em 30 de janeirode 1932, assumiu a interventoria federa
l
no Paraná. Foi o mais longo período governamental que o Paraná conheceu,
com as seguintes fases:
1932 a 1935 - Interventor Federal
1935 a 1937- Eleito pelo Cong
resso Legislativo
1937 a 1945 - Novamente como Interventor Federal
O chefe do gove
rno provisório da R
epública, Getúlio Varga
s, depositava
inteira confiança no Interventor Federal do Paraná que, no seu currículo, se
(24H) - O lliberê n.° 124, agosto, 1929.

407
destacava austeridade e energia.
"Quando em 1932, fomos distinguidos pela confiança depara V. Ex. a

exercer o alto e espinhoso cargo de Interventor Federal, situaçã


a o econômica
e financeira deste Estado, era de verdadeira insolvência. As dívidas internas e
externas atingiam as cifras de 124.432:239$317 e 82.608:713$310,
respectivamen te, o funcionalismo públicocom os vencimentos atrasados em
nove meses eas demais obrigações de tesouroabsolu tamente suspensos.Diante
dessa situação, procuramos traçar um plano que nos permitisse pôr ordem no
caosfinanceiro epromover o ressurgimento das forças elaboradas queza.~
da ri 2m

O Governo Federal,pelo Decreto n.° 2.021,


2 de 27de outubro do mes mo
ano, renovou a concessão ao Estado do Paraná para a construção das obras e
melhoramentos do porto de Paranaguá.
No mês de dezembro o Governo do Estado realizou a abertura de
concorrênciapúblicapara a construção. Apresentaram-se asseguintes empresas:
1. - Companhia Nacion al de Construções Civise Hidráulicas -CIVILHID RO
2. - Christiani eNielsen Engenheiros e Constru tores S.A.
3. - Companhia de Construção Nacional
4. - Companhia Geral deObras e Construções.
A empresa Christiani
pelo Interventor eNie
Ribas, foi lsen venceu aao
apresentada concorrência
governo que , homologada
federal.
Pelo Decreto Fe
deral n.° 22.412, de 27 dejaneiro de 1933 , o projeto foi
aprovado e fixado oprazo de 18 meses pa ra o término das obras.
Pelo Decreto Estadu
al n.° 510, de 20 demarço do mesmo ano, ogoverno
autorizou o Secretário de Viação e Obras Públicas a assinar o contrato com a
empresa vencedora.O contrato foiassinado a 22 do mesmo mês e ano.
A Christiani Nielsen,
e no dia23, já iniciava asatividad
es, mov imentando
o canteiro de obras, nas proximidades do prédio da então Alfândega de
Paranaguá.
O engenheiro Américo Caldeira Gorresen, chefe do Departamento de
Inspeção Geral deObras eViação do Paraná , foi nomeado chefeda Comissão
de Fiscalização das Obras do Porto de Paranaguá - CFOPP.
A Christiani Nielsen,
e logo no início dos trabalhos,propôs a substituição
do sistema de cai
xões de concreto por cortina de estacas pranchas de cimento,
abandonando-se os caixões, construídos em números de seis e um deles já
enterrado.
O parecer da CFOPP, favorável, segu
iu para o De
partam
ento de Portos
e
Navegação que, aprov
ando, alterou projeto de construção das obras do porto
de Paranaguá
.
(249)- RIBAS; Manuel- Interventor Federal do Paraná, Relatório - Trecho - apresentado ao Presidente Getúlio
Vargas. Boi. do Ara. do Paraná n." 15, outubro, 1984, p. 37.

408
A obra em andamento prosseguiu. Quando estava em fase adiantada,
em 1.° de julho de934,
1 atracou o "Bahia",do Lóide Brasileiro, considerado o
primeiro navio a atracar em o novo cais do porto de Paranaguá.
Finalmente, as obras foram concluídas e entregues à Comissão de
Fiscalização das Obras, no dia 22 de setembro, data prefixada no Decreto
Federal n.° 22.412, de janeiro de 1933, que aprovou o projeto.
O trabalho executado pelos construtores Christiani Nielsen,
e confirmou
e valorizou a grande reputação e conceito que a empresa desfrutava. Entre o
conjunto de obras entregues, destacam-se:
Cais de atracação de navios, medindo 400 metros de comprimento e 8
metros de calado, executado com cortina e plataf orma sobre estacaspré-
moldadas de cimento arm ado e mais 100 metros de caiscom calado de 5
metros, também com cortinae plataforma de cimento armad o.
Custo das obras - 10.766.521$397. 250

INAUGURAÇÃO OFICIAL DO PORTO


Em 17 de março de 1935, 63 anos depois da solenid ade realiz
ada a 2 de
dezembro de1873, por Pedro Aloys herer,
Sc Paranaguá - que sempre alimen tou
a doceesperan ça deter um porto organiz ado -festejou,ondig
c namente, amaior
obra realizada, até então, pelo Governo do Estado - o porto de Paranaguá.
O Governador Manuel Ribas foi representado pelo Dr. Othon Màder,
Secretáriode Estado,que veioacompanhado do prof.Dr. Gaspar Veloso, diretor
de Instrução Pública, Deputado Estadual Frederico Faria de Oliveira,
representando a Mesada AssembléiaConstituinte; deputado Gomi Júnior,líder
do govern o na Assembé ia; CoronelPedro SchererSobrinho, Coman dante da
força militar do stado;
E Tenente-Co
ronel Silvio van Erven, Chefe daCasaMilitar
do Governo e demais autoridades civis, militares, eclesiásticas, consultares,
imprensa e numerosos convida dos, que chegara m de trem espec ial, na manhã
daquele dia histórico que registra a inauguração do porto e marca o início de
uma nova vidaeconômica deParanaguá, que sem pre aidentificou -o comércio
marítimo.
O Prefeito deParanaguá, Claudionor Pereira doNascimento,então oitavo
Interventor pós-revolução de930,1 governando no período comp reendido ente
5 de maio de 1934 a 29 de setembro de 1935, representou Paranaguá nas
solenidade históricas da inauguração do porto.
Presentes o Capitão do Porto, Capitão-de-Corveta Agenor Corrêa de
Castro; o engenheiro Américo Caldeira Gorresen, que exercia a chefia da
Comissão de Fiscalizaçãodas Obras do Porto de Parana guá; os representantes
(250)- MORGENSTERN, Algacyr. Porto de Paranaguá, ed. APPA, Paranaguá. 19S5. p. 59.

409
da Christiani eNielsen , entre os quais, oengenheiro - Diretor da obra, Rodolfo
Reiche.
Desde cedo, franqueada ao público, o parananguara começou a se
dirigirpara a faixa portuá ria,aguardando a chegada donavio-esc ola "Almirante
Saldanha", emba rcação e amotor de1.400HR
O navio-escola "Almirante Saldanha", encomendado à Casa Vickers
Armstrong, Inglaterr a, foi entregue ao govern o brasileiro em11 de junho de
1934, dia come morativo da Batalha Nav al de Riachuelo,chegou ao Brasil em
outubro do mesmo ano. Construído com casco de aço, mastreação de escuna
de quatro mastros, pano redondo no mastro do traquete e velas latinas
quadrangulares. O "Almirante Saldanha" , navegava pela costa brasileira,
excursionando pela primeira vez nas águas da vasta e bela baía de Paranaguá,
iria proporcionar a oportunidade de realçar e marcar com vibração e brilho e
inauguração do porto de Paranaguá.
O esporte marítimo, com os barcos "Itiberê" , "Curitiba", "Brasil",
"Iguaçu" e "Paranaguá", do Clube de Natação e Regatas Comandante Santa
Rita, tripulados pelos jovens Elói Marcon des deAlbuquerque, Antônio Benedito
Cunha, JoãoPires Aran tes,João Picanço,Alberto Cordeiro e outro s esportistas,
dirigiram -se à ponta daCruz, nas imediaç ões dailhada Cotinga, pra agu ardar à
passagem do imponente
até à frente do portoom D Pedro II, onde fundeou às 11 h 37 min do diaacompanhado
navio-escola "Almirante Saldanha" , 71 de
março de 1935, de acordo com o registro do diário de do.
borHistoricamente,
foi o primeiro navio aatracar noporto recém-construí do.
Ato inau gural às 12 horas e 03 minutos.
O povo, mal contido em sua an siedade e alegria,observou a colocação
da escadade portaló,que foi logoguarnecida pelaripulaçã
t o. Depois dealguns
cumprimentos preliminares, desceu a escada com garbo estudando, o
comandante do navio,Durval de OliveiraTeixeira, que foi saudado efusivamente
pelas autoridades presentes.
A banda da forçapública doEstado executou o ohin nacional bras
ileiro.
O primeiro orador, Dr. Otávio de SáBarreto,historiou os trabalhos, dizend o,
ainda, daimportância do porto para a expansão e desenvolv imento da economia
do Estado e prestou calorosos elogios à Marinha do Brasil. Os discursos
continuaram com o professor Gaspar Veloso e o Capitão-de-Fragata Afonso
Pereira de Camargo, em nome do comandante do navio-escola.
norte,"Almirante
par Saldanha",
a o próximo deixou o
porto, o de Santos, porto de Paranaguá, navegando rumo
SP.
O Governador do Estado do Paraná, pelo Decreton.° 37, de 18 de março
de 1935, criou aAdministração do Porto de Par anaguá, e pelo denúmero 371,
da mesma data, o governo nomeou o primeiro superindente, engenheiro Américo
CaldeiraGorresen.

41 0
Em 19de março,o Govern ador Manuel Ribas, acompanhado da esposa,
Dona Anita Ribas, de Euclides Chichorro, Secretário Particular e do Major
Ailton Plaisant esenhora, desembarcaramna "gare" ferroviária de Paranag

e dirigir
am-se aoporto Dom Pedro II. A chegada da comitiva, deu-se início
as
festividades organizadas pela Prefeitu
ra Municipal eo agente do Lóide
Brasileiro, Carlos Lamberg. Na presença das autoridades, visitantes e grande
número de populares, procedeu-se ao trabalho de atracação do navio "
Comandante Alcídio", assinalando assim oinício das ativid
ades em operações
de carga e descarga, no primeiro porto organizado do Paraná, com muita
manisfestação do povo, aclamando vivamente o Governador Manuel Ribas,
numa verdadeira demonstração de alegria e consagração de Paranaguá ao
grande propulsor da economia do stado.
E

BUSTO DE MANUEL RIBAS


No dia 10 de dezem bro de 1939, o povo se aglomerou na frente da
estação da estrada de ferro, na avenida Arthur de Abreu. Formaram-se as
corporações, escoteiros, tiro-de-guerra, associações esportivas, escolas, estiva
marítima e terrestres, autoridades civis, militares, representantes de entidades,
tomaram conta dadoplataforma
da Força Pública Estado. ferroviária, achando-se também a banda de música
O detonar de um omrteiro,deu o sinal da aproximaç ão da "litorina",
que conduzia o Governador Manuel Ribas e Esposa, Dona Anita Ribas, o
Dr. Lacerda Pinto, Secretário do Interior e Justi
ça, Dr. Hostílio de A raújo,
diretor da Educação Pública e outros ilustres membros da luzida comitiva,
foram recebidos pelo Prefeito - Interventor, Paulo Cunha Franco, damas da
sociedades, demais autoridades e numerosos populares, que os aclamaram
vivamente.
A história de Paranaguá, mais uma vez, registrou um notável
acontecimento, já que incalculável multidão aplaudiu por longo tempo,
demostrando o grande reconhecimento ao propulsor do progresso e
desenvolvimento deParanaguá e do Paraná.As demonstrações prestadas pelo
povo foram extensivastambém ao senhor Paulo Cunh a Franco, que transformou
a fisionomia da cidade, fazendo sentir sua sincera gratidão.
Iniciou-seum trajeto apé. O desfile seg
uiu pela aven
ida Artur de Abreu ,
rua João Eugênio,
Governador Manuelaté a residência
Ribas e Senhora dohospedaram-se.
senhor Paulo Cunha Franco, onde o
Estavaprogramada a inauguração do posto Atlantic
para as 10 h e as
10 h 30 min, chegaram ao localo Governador Manuel Ribas ecomitiva.Cortada
a fita simbólic
a pela primeira dam
a do Paraná, discursou ohor
senJoão Eugênio
Cominese.

411
Por subscrição popular,uma comissão torno u possível materi
alizarno
bronze e no granitoa gratidão aogovernante que doto u Paranaguá deum porto
a altura da grandeza econômica do Paraná.
O local onde foi erecto o monumento, desde as14 horas concentrava
numerosos populares. Um trem especial conduziu da cidade um número
considerável depessoas para o atoao e mesm o tempo, chegaram deibus, ôn de
automóvel, a pé. O acesso tornou-se difícil
.
Em presença do homenegeado e demais autoridad es, às 15 horas foi
descoberto obusto do Go vernador Manuel Riba s, trabalho em bronze de João
Turin. Discursando, o senhor Paulo Cunha Franco declarou integrado ao
patrimônio da cidade a efígiedo grande benfeitor,levará às futu
ras geraçõeso
testemunho material da gratidão sincera de Paranaguá. Chumbada no granito,
uma placa debronze diz:
"A Manuel Ribas.
O Povo de Paranaguá.
1939".
Em nome do homenageado, agradecendo, falou o Dr. Lacerda Pinto,
que pronunciou eloqüente discurso.
Tomada por forteemoção, a banda demúsica da Força Públicaexecutou
o hino nacional
prolongada salvabrasileiro
de palmas. e o povo, emocionado, saudou com estrondosa e
As homenagens continuaram noite adentro, com a inaugu ração da
fonte luminosa, queima de fogos, recepção e baile no Club Litterario.
INCÊNDIO
Sinistro sem precedentes na história de Paranaguá foi o incêndio ocorrido
no dia 1.° ed janeiro de 1940, na faixa ortuá
p ria, quan do cinco dos grand es
armazéns foram destruídos, devorando pilhas de madeira espalhadas no pátio,
aguardando embarque. Aschamas ameaçaram , inclusive,outros setores,como
prédio da Alfândega que, por duas vezes, foi presa das labaredas, salvo pela
dedicação e esforço dos funcionários.
O fogo assumiu proporções assustadoras. Os prejuízos foram enormes.
Felizmente não houve vítimas a lamentar.

OS CICLOSnatural
O porto DO PORTO
da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá,
durante os séculos XVII e XVIII, além da farinha de mandioca - o pão comum
na dieta alimentar de ricos e pobres - exportada para a colônia militar do
SantíssimoSacramento, fundada pelos portug
ueses em 1680, em pleno estuário

412
platin
o, embarcava também para osportos de Santos,Rio de Janeiro,Pernambuco,
arroz pilado com casca, cabos de betas de embé, madeiras do litoral, alguma
congonha (erva-mate), viveu ainda a fase econômica que se chamou ciclo do
ouro, predominando no período de1620 a 1720.
A casa de fundição dos quintos de ouro de Paranaguá, a terceira do
Brasil, criada em 1697, encerrou as atividades em 1734.
Verifica-se que a predominância de um produto de exportação dava
origem ao que chamou de ciclo. O aparecimento de outro pro
duto não implicava
necessariamente o desaparecimento total do ciclo anterior. Indicavam apenas,
que no cenário econômico, surgia um novo elemento que despertava mais
interesse que seu precen
dente, estando a exploração deste em línio,
decembora
não se extinguindo de todo.
CICLO DA ERVA- MATE
Devido à escassaprodução auríf
era,a partirdo primeir
o quartel do século
XIX, em decorrência das lutas no sul, inclusive, com as guerras cisplatinas,
Paranaguá começou a movimentar um novo produto, Era o início do ciclo da
erva-mate, exportada para os portos de Montevidéu e Buenos Aires, no Prata,
Santiago, no Chile.
Este ciclo tornou-se o esteio da economia paranaense. Paranaguá
contribuiu com asua exportação ePara
o ná viveu, economicamente, em função
do ciclo da erva-mate.
Depois da construç
ão da centenária estrada ferro,
de ligando Paranaguá
a Curitiba,e à medida que a agricultura paran
aense sedesenvolvia,omeçara
c m
a surgir ostrapichesno porto Do
m Pedro II,tornando Paran
aguá, como terminal
marítim o, mais conhecido e procura
do pela navegação. Ociclo do mate foi de
relevância para a expansão e desenvolvimento da região. O ciclo erva-mate
durou mais de um século. A incipiente exportação de madeira, em ascensão
gradativa, movimenta o porto eomeça
c um novo ciclo.

CICLO DA MADEIRA
O marco fundamental do ciclo da madeira foi a ligação ferroviária
Paranaguá- Curitiba, em1885.
Conquistando condições de transporte, o porto de Paranaguá recebe
vagões carregados de tábuas, pranchões, vigas, artefatos, que são exportados
para portos brasileiros e do exterior.
As serrariasmultiplicaram-se
, e o porto deParanaguá movim entou-se
com embarques para Santos, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Montevidéu,
Buenos Aires.
O ciclo da madeira situa-se no
período comp reendido entre os anos de

41 3
1920 e 1955, que despontou como ma u das épocas mais importa ntes da história
do porto, sustentando o movim ento portuá
rio durante 35 anos.
Nesta fase, Paranaguá era considerado porto importador. A Rede de
Viação Paran á-Santa Catarina, devi
do à deficiênciado sistema viário, organizou
um serviçorodoferroviário, distribuindo no rior
inte
grande quantidade debens
de consumo .
As mercadorias importadas, após desembaraço alfandegário realizado
pelas firmas despachantes, eram carregadas em vagões do serviço
rodoferroviário da estrada de ferro, com destino à capital e interior.
O ciclo da madeira, no Paraná, a exemplo do ciclo do pau-brasil, em
nível nacional,foi uma economia predatória. As vigorosas e opulentas florest
as
foram devastadas pelo grande número de serrarias, transformando-as em
tabuados, vigotes, caibros, pranchões, artefatos, compensados, todos para
exportações. Com a devastação da cobertura vegetal do espaço terrestre
paranaense, o comércio da madeira diminuiu de intensidade. O Paraná
atualmente impo rta madeira.Novo ciclo econômico despontou.
CICLO DO CAFÉ

Em nível
cafeicultura eradeumaBrasil, o ciclo
atividade do café
quase se inicia apósvoltada
exclusivamente o ciclopara
do ouro. A
o comércio
exterior.
No decênio seguinte ao da Guerra 1914-1918, começou o
desenvolvimento da cultura cafeeira no Paraná, principalmente em Ribeirão
Claro e Jacarezinho.
Nos anos cafeeiros de 1927-1929 - período compreendido entre 1.° de
julho de um ano fiscal a 30 de junho do seguinte - a produção brasileira atingiu
níveis elevados. O período crítico da depres são mundial de 1929, estendeu-se
até 1933.0 problem a da superprodução, obrigou o govern o a comprar o estoque
excedente,para manter o equilíbri o, neutralizando a oferta erocurap apra
evitar colapso de preço no mercado externo.
Retirando o excedente do mercado, processava-se à incineração, que
continuou até 1944. Após o término dasegunda Grande Guerra -1939-1945 -
a produção cafeeira, que teve grande desenvolvimento no Paraná, iria
movimentar e mudar a fisionom ia da cidade edo porto de Paranaguá.
Empresas de grande porte, armazenadoras e exportadoras, instalaram-
se, construíram e organizaram grandes companhias de armazéns gerais, para
guarda, conservação e ensaque do café procedente do norte do Paraná,
transportados por caminhões e vagões.
O café,descarreg ado earmazenado nos armazéns gerais,era classificados
por peneira, po,
ti bebida. Prep arada a liga,processav a-se aformação doslotes,

41 4
despejo na moega e por dalas, transportava-se aos balões da máquina de
ensaque, que processava a liga, sendo depois ensacado em sacaria nova, tipo
oficial de exportação, pesado e costurado.
O serviço de descarga do café dointerio
r, vindo decaminhão ou vagão,
armazenamento, classificação, formação dos lotes, ensaque, pesagem, liga,
costura, carga nos caminhões para descarga no costado dos navios, absorvia
trabalho de administração e grande mão-de-obra dos trabalhadores, de forma
direta e indireta, proporcionando condições para milhares de pessoas envolvidas
na atividade cafeeira, que era contínua, iniciando a safra em 1.° de julho fiscal
a 30 de junho do ano seguinte.
A rede arma zenadora, considerada uma das maiores do Brasil, na epóca,
contando com quarenta grandes empresas de armazéns gerais, tornou-se
insuficiente paraarmazenar todoo café que desciapara o porto de Paranag uá.
Quando ainda Paranaguá engatinhava na incipiente comercialização e
exportação de café, foi fundado o Centro doComércio de C afé,em 20 demaio
de 1933.
Partindo dessa data, até o ano de 1948, não se registraram quaisquer
ocorrências de vulto na vida da entidade. Mas, a partir do pós-guerra, o porto
tomou impulso como praça cafeeira.
CentroEmdo23 de maio dede1956,
Comércio Caféfoi
deeleitae tomou po
Paranaguá, sseficou
que uma nova diretoria
assim do
constituída:
Presiden te - Nilson PereiraNeves
Vice-PresidenteJoão - deSousa Ar anha
1.° Secretário -Waldomiro Ferreirade Freitas
2.° Secretário - Osvaldo Freitas Reis
1.° Tesoureiro - Elísio Pereira Corrêa
2.° Tesoure iro - Joaquim Badini.
Esta diretoria,nesse mesmo ano,após meticulosos estudos, com o apoio
do alto comércio cafeeiro, fez nascer o projeto do imponente edifício "Palácio
do Café", constituído de treze andares, autoria de Adel Karam, construção de
Gutierrez,Paula & Munhoz Ltda,Engenheiros Civis.
O Centro,nessa fase,congregava exporta dores de café,armazéns gerais,
corretores, bancos, agências de navegação.
O extraordinário empr eendimento, incorporado peloCentro doComércio
de Café de Paranaguá, até ofinal do século X, simboliza o mais rico período do
ciclo do café doporto Dom P edro II. O prédio foi inau
gurado no dia29 de julho
de 1961, data come morativa do tricentésimo décimo terceiro aniver
sário da elei
ção
do povoado de Pernagoá à categoria de Vila,verificada no ano de648.
1
Quando pelo porto de Paran aguá, ano de 1965, foram exportadas seis
milhões de sacas de 60 kg, o porto Dom Pedro II conquistou o honroso título
de maior porto exportador de café do mundo.

415
Foi através do ciclo do café que o porto de Paranaguá projetou-se,
como padrão de eficiência, no contexto internacional.
Entretanto, govern
o o federal,movido pelas ocorrênciasde geadas que
algumas vezes atingiram o Paraná, incrementou a política de transferência da
cultura cafeeira para outro
s estados dafederação. Por outro lado,a valorizaçã
o
do produto, incentivou a plantação da rubiácea em outros países.
Conseqüentem ente, sobreveio o inevitável dec
líniodas exportações pelo porto
de Paranaguá.
CICLO DE DIVERSIFICAÇÃO
Em 6 de abril de1968, com a presença do Presidente daRepública,Marech al
Arthur daCostae Silva,foi ina
ugurada a BR- 277, rodovia asfaltada. A duplicação
dessa importante estrada foi inaugurada no dia 3 de fevereiro de 1982.
A BR- 277, ligando Paranaguá a Foz do Iguaçu, integrante do sistema
pan-americano de rodovias, corta o Estado do Paraná no sentido leste-oeste e
constitui-se numa das mais indispensáveis dentro do programa de corredores
de exportação do Brasil. Este programa incluía Paranaguá, Santos, Vitória e
Rio Grande.
Nova e auspicios
a fase,com adiversific ação deprodutos movim entados,
começou-se a conhecer o porto de Paranaguá.
Além do café, madeira, erva-mate, produtos industrializados, semi-
industrializados, começaram as exportações de milho, soja, algodão, óleos
vegetais e outros.
Com a ligação pavimentada,o Paraguai se beneficiou com um elent exc e
acesso ao seu porto franco, Paranaguá, expandindo, conseqüentemente, suas
operações comerciais.

COMPLEXO PORTUÁRIO
Acompanhando o ritmo de desenvolvimento do Paraná, o porto de
Paranaguá, no final do ano de 1992, conta com 2. 696 metros de extensão de
cais acóstavel,iniciand
o a construção de mai s 80 metros, em direção da ponta
da Cruz,na ilha da Cotinga, o que totalizará 2.7
76 metros de cais para atracação
de navios.
No extremo -oestedo porto, localizam-se osterminais para óleos vegetais
e o terminal de inflamável, operado pela Petrobás. O oleoduto que parte da
Refinaria Getúli
que possui o Varga
dois pierss,eem
trêsArau
cária,desemboca diretame
berços. nte neste terminal,
O corredor de exportação, com sistema de embarque por correias
trasportado
ras,auxiliadopor cinco modernos "Shiploaders",
que levam oscereais
dos silos diretamente aos porões dos navios, possuindo condições de operar,
simultaneamente, três navios. Assim o terminal alcança a velocidade nominal

416
de embarque de 7,5 toneladas/hora de cereais.
Para obter esses resultados, é mobilizado o seguinte parque de
operações:
1. -- silo
2. vertical
quatro parade100
baterias milhorizontais,
silos toneladas; somando 68 mil toneladas.
3. - pátio de estacioname nto para 1,4 mil caminhõ es, dotado de infra-
estrutura;
4. - atracação preferencial.
Termina is privativos- interligad
os ao porto:
1. - Cotriguaçu
2. - Cargill
3. - Centro-Sul
4. - Coamo
5. - Sanbra
6. - Soceppar
7. - Sadia
8. - ANNP - Exportadores Paraguaios.
O centro administrativo do porto, foi inaugurado no dia 2 de julho de
1977. Possuindo dois pavimentes e uma área de 3.700 2
, abriga
m todas as
atividades administrativas do terminal marítimo.
ZONAS DE INFLUÊNCIA
O porto de Paranaguá, no limiar doséculo XXI,é o terceiromaior porto
do Brasil e o primeiro em exportação de graneis sólidos. Com a área de
influência de 800.000 km, abrangendo todo oParaná, parte de Santa Catari
2
na
e Rio Grande do Sul,sul de São Paulo, Mato Grosso do Sul vizin
e aha República
do Paragu ai, representa impo
rtante fator de
desenvolvimento sócio-econômico
e de integração do MERCOSUL.
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
O porto público de Paran
aguá, estásituado a cerca de 19 milhas da barra,
no braço W da baía de Paranaguá, que tem a N a ilha das Cobrascercae, de 3
milhas para W, a ilha do Mel.A S da ilha das Cobras, na te par
S da baía,fica a
ilha rasa daCotinga e próx
imo a seu lado SW , a ilha da Cotinga, cujo extremo
N se estende para NW, formando a ponta da Cruz. As pequenas ilhas Biguá e
Guará ficam a N chegam
Os navios da cidade
aodeoParanaguá.
port
de Paranaguá pelocanalde acessomarítim o
"Galheta",inaugurado noano de1976, permantemente sinalizado pela capitania
do porto. O percurso tem 15 milhas, canal de 200 metros de largura e
profundidade de 12 metrosou 37 pés.
Somos um povo qu e não recei
a o desafio doAtlântico.

417
CONTRATO DE RENOVAÇÃO
O contrato de concessão do porto Dom Pedro II, do governo federal
com o Estado do Paraná, venceu em 1991, mas, durante o governo Sarney, já
havia sido elaborado um protocolo de intenções para se efetuar a renovação;
A política de privatiz
ação dogoverno Collorrevogou aquele protocolo.
Durante o ano de992, 1 o porto de Paran aguá produziu uma receita de US$2,5
bilhões com a exportação 13 de milhões de tonela
das de carga geral.
Com a visita especialdo Senhor Alberto Goldman, Ministro dos
Transportes, em 15de janeiro de 1993 foi assinado o contrato de renovação da
concessão do porto de Paranaguá ao Estado do Paraná, por mais dez anos,
colocando o porto, até dezembro, do ano de 2002, livre da política de
privatizações.XXII - RÁPIDAS REFERÊNCIAS

NOMINATA DOS SUPERINTENDENTES DO PORTO DE


PARANAGUÁ
01 - Américo Caldeira Gorrensen - 18.3.35 - 12.2.37
02 - Raul de Azevedo Macedo - 13.2.37 - 13.3.48
03 - Antônio de Sousa Artigas - 14.5.48 -25.1.51
04 - Eugênio José de Sousa - 2.2.51 -• 14.1.53
05 - Ivo Arzua Pereira - 15.1.53 - 13.7.54
06 - João Guimarães da Costa - 06.7.54 - 30.4.55
07 - João Ferraz deCampos - 09.2.56 - 16.4.57
08 - Dídio Augusto de Camargo Viana
- 17.0.57 - 1808.58
e outro de - 16.5.60 -l.°.2.61
09 - Jali Fós - 19.8.58 -4.6. 59
10 - Ernesto Pontoni -5.6.59- 9.8.59
11 - Henrique Kugler Júnior - 2.2.61 - 21.11.61
12 - Artur Miranda Ramos -27.11.61 -23.7.68
13 - Alfredo Jorge Budant - 23.7.68 -21.3.75
14 - Álvaro Bitencourt Lobo F.° -21.3.75 -29.10.77
15 - Luís Antônio Amatuzzi Pinho -9.11.77 - 24.3.83
16 - José Vicente Elias - 24.3.83 - 27.6.84
17 - William
18 Olivo Zanella
Roberto Falcone - 28.6.84-18.3.87
-16.6.86 -16.6.8 6
19 - Francisco Delibera
dor Neto -19.3.87 - 30.3.90
20 - Nilo LázaroAbud - 25.5.90 -6.12 .90
21 - João Aires Pinhe
iro -6.12.90 -28.3.91
22 - Mário Marcond es Lobo - 28.3.91 - Atual.

418
Vista aérea do porto Dom Pedro II - de Paranaguá, em 1992, vendo-se no alto a ilha da
Cotinga.

419
42 0
XXIII
ENSINO E APRENDIZAGEM
INTRODUÇÃO
Platão, filósofo grego que viveu oitenta anos, entre 427 a.C. - 347 a.C,
portanto, há vinte e cinco séculos, estabeleceu que:
A educação começa com os primeiros anos da infância e dura até o
final da existência.

Entende-se a educação como função altamente social e econômic a, c omo


algo vivo, dinâmico, imprescindível, inserida no contexto geral do meio.
O objetivo maior da educação é atingir o homem, desenvolver sua
aptidões em todos os estágios da formação humana, preparando-o para as
alternativas e exigências da sociedade em que vive e de que é membro.
A sociedade, por sua vez, não é estática: evolui, modifica-se, troca e
substitui padrões de comportamento, valores, estilo de vida e atividades. A
sociedade brasileira, neste final do século X X , vive no contexto da era espacial,
dos computadores, da cibernética, da eletrônica, da tecnologia de ponta, da
química fina.
A filosofia de educar e formar para a sociedade, obriga a questionar a
cada momento o homen que muda, com suas aptidões e tendências, e a sociedade
muda, com suas aptidões e tendências, e a sociedade que transforma, com seus
recursos e exigências.
Em qualquer fase ou grau de formação, o educando tem necessidade
de tomar consciência do mundo à sua volta, para qua saiba achar e ocupar o
espaço que lhe cabe na comunidade.
Os países somente serão fortes, poderosos, empreendedores e ricos se
realmente tiverem um embasamento educacional adequado. A educação hoje é
uma forma de riqueza. A consciência de que a educação é extremamente
vinculada às demais atividades, firma o princípio de ser ela um direito natural do
homen. A escolaridade irá garantir o desenvolvimento e a segurança do povo
brasileiro.

421
PROFESSORES DE PARANAGUÁ - DE 1690 A 1853
O padre jesuíta Melchior de Pontes, na derradeira década do século
XVII, realizou, em Paranaguá, proveitosa missão, no trato com povoadores e
indígenas.
A Câmara Municipal, em 1690, solicitou ao provincial da Companhia
de Jesus, de São Paulo, a vinda de seis padres, prometendo de lhes fazer colégio,
para que eles dessem aulas de ensino primário, latinidade e dogmas da religião.
O missionário Melchior de Pontes foi o portador da representação da Câmara
de Paranaguá.
Em 16 99, a Companhia de Jesus, em aten ção à solicitação da Câmara,
mandou alguns religiosos em diversas épocas. A Câmara, por sua vez, outorgou-
lhe seis escrituras para seus estabelecimentos.
Os jesuítas, padres Antônio da Cruz e Tomás de Aquino, chegaram à
Vila em 14 de maio de 1 70 8, data historicamente considerada como da fundação
do Volégio dos Jesuítas de Paranaguá.
Por faltar a provisão real, autorizando a construção, as obras do colégio
foram embargadas, paralisando-se os trabalhos; entretanto, os padres Antônio
da Cruz e Tomás de Aquino não deixaram de ensinar. Ao contrário,
intensificaram as atividades escolares, conquistando, em conseqüência, a
simpatia e o apoio da população, neutralizando assim a tristeza que se apoderou
de todos, pela formalidade da licença real.
Finalmente, em dezembro de 17 39, o padre Antônio da Cruz apresentou-
se à Câmara Municipal, declarando que Dom João V - 24.° rei de Portugal
(1706-1750) - foi servido conceder licença para a construção do Colégio dos
Jesuítas de Paranaguá. As obras prosseguiram a partir de 1740, tendo levado
dez anos para o prédio ficar em condições de abrigar os religiosos e seus
discípulos.
Independente dos relevantes serviços à coroa portuguesa, em diversas
regiões das terras brasileiras, principalmente quanto à catequese, civilização
dos índios e a abnegada ação escolar, a Carta Regia de 4 de junho de 1759,
ordenou a expulsão dos heróicos padres, confiscando-lhes os bens. 25 2

Com o fechamento do Colégio dos Jesuítas, que abriu grave lacuna em


todo o Brasil, em Paranaguá responderam pelo ensino os professores

particulares:
Crispim Fernandes Ribeiro
Antônio Gonçalves Lopes
Manuel Lobo de Albertim Lanóia
e outros.
(252) - Ver "O Colégio dos Jesuítas", VIU unidade deste livro.

422
Em 6 de setembro de 1768, a provisão passada no Rio de Janeiro pelo
Conselheiro de Ultramar, João Alberto de Castelo Branco, nomeou o padre
Inácio Pinto da Conceição, professor régio de gramática latina da Vila de
Paranaguá.
Em 1782, Bernardo José da Silva, professor régio de gramática, ensinou
em Paranaguá até o ano de 1788.
A provisão regia de 28 de abril de 1788, nomeou Francisco Inácio do
Amaral Gurgel, que ensinou até o ano de 1791.
Em 1789, por provisão regia de 15 de junho, foi nomeado José Carlos de
Almeida Jordão, professor de gramática latina que, por motivo de saúde, mudou-
se de Paranaguá. Em 1810, o referido professor reassumiu o ensino pelo tempo
de seis anos.
O governo da Capitania de São Paulo, pela portaria de 13 de outubro de
1801, nomeou o padre Manuel Alves de Toledo, para o ensino de gramática
latina, em Paranaguá.
Em 1819, em sessão da Câmara Municipal realizada a 8 de setembro,
tomou posse como professor de primeiras letras, Bernadino Jo sé Alves dos R eis.
Em 1823, o professor Lourenço Antônio de Almeida apresentou-se à

CâmaraEm Municipal,
1 826 , emcom a sua
sessão provisãoMunicipal,
da Câmara para o ensino de gramática
realizada latina.
a 27 de maio, tomou
posse como professor de primeiras letras Hildebrando Gregoriano da Cunha
Gamito, que exerceu o cargo até o final do ano de 1849.
Em 18 35 , Franc isc o Féli x da Silva, c omo professor particular, ensinou
para meninos e meninas.
Em 1837, o padre Joaquim José de Santa Ana abriu sua aula de ensino
de gramática.
Em 1844, João Manuel da Cunha, foi promovido professor de
gramática.
Em 18 49, Jess ic Jame s, natural dos Estados Unidos da America , e sua
filha Willie, fundou em Paranaguá um colégio particular feminino, com
internato, semi-internato e externato, para o ensino da doutrina cristã, leitura,
caligrafia, aritmética, línguas portuguesa, francesa e inglesa, geografia, história,
música, piano, dança, desenho, bordado. 25 3

(253) - VIEIRA DOS SANTOS, Antônio. Memória Histórica. 1X50. edição Museu Paranaense, vols. 1." e 2.".,
Curitiba, 1951 e 1952.

423
PROFESSORES DE PARANAGUÁ - PARANÁ - DE
1853 A 1900
Instalada aProvíncia do Paraná, em 19 de dezembro de 185 3, o Presidente
Zacarias de Góis e Vasconcelos, dirigiu à Assembléia Provincial minucioso
relato de situação, dizendo do baixo vencimento do professor qua percebia
vinte e quatro mil réis por mês e pagava o aluguel da casa destinada à escola.
Um pedreiro ganhava na época, em média cinqüenta mil réis mensais.
O baixo salário não é mal dos tempos atuais. A valorização do professor
é dever de toda a sociedade e do Estado.
O Presidente Zacarias foi o primeiro, no Paraná, que reclamou ser o
ensino primário obrigatório. No relatório que encaminhou à Assembléia Provincial,
declarou:
Conforme a legislação em vigor, é licito a cada um enviar às escolas
seus filhos ou deixar de fazê-lo. Eu reclamo, insistentemente, de vossa sabedoria
e patriotismo e disposições severas que tornem o ensino obrigatório. 25 4

Em 1855, a professora Alzira Lobo Simplício, mãe do Dr. Nilo Cairo,


começa suas aulas particulares em Paranaguá.
HonóriodeDécio
de novembro 1831,daestudou
Costa Lobo, nascido
no colégio na cidadejá que
diocesano, de São Paulo abraçar
desejava em 1.°a
carreira eclesiástica. Conhecia bem latim, francês, português e história, além
de outros conhecimentos. Quando aproximava-se a data para receber as ordens
sacras, decidiu deixar o seminário.
Instalado o governo da Província do Paraná, em 1854 Honório Décio
da Costa Lobo iniciava sua carreira pública na recém-criada Província, como
amanuense da secretaria do governo, para logo depois ser nomeado oficial da
secretaria da Assembléia Provincial, cargo que ocupou por pouco tempo, para
dedicar se ao ensino, sua especial vocação.
Nomeado professor público de Paranaguá, dedicou-se inteiramente com
competência, amor e zelo pela nobre e honrosa missão de educador, mostrando
os largos conhecimentos que possuía, durante mais de trinta anos, quando veio
por fim jubilar-se.
Foi inspetor escolar em Paranaguá e secretário da Câmara Municipal
por muitos anos. Em 1889, foi eleito deputado à Assembléia Provincial, não
chegando a tomar posse, devido à Proclamação da República. Foi presidente
do tradicional Club Litterario, durante três mandatos.
O emérito educador muito contribuiu para as sólidas tradições culturais
da cidade, redatoriando e colaborando na impresa. Escreveu:

(254) - RATACHESKI, Alir. Cem anos de Ensino no Estado do Paraná, ed. Guia Globo, 1953, p. 29

42 4
Apontamentos sobre Paranaguá, cidade marítima no Estado do Paraná,
publicado na revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual era
membro, tomo n.° 67, do ano de 1900, páginas 227 a 241, impresso pela
Imprensa Nacional, Rio de Janeiro.
Foi redator e diretor do "Almanack" para 1901, edição da Prefeitura
Municipal de Paranaguá, no final de 1900.
O estimado professor, que sempre viveu cercado de consideração,
respeito e acatamento, falec eu em 6 junho de 1 90 1.
José Cleto da Silva, notável educador por vocação, nasceu em
Paranaguá a 24 de outubro de 18 43. Fil ho de pais humildes, desprovidos de
recursos, cedo tornara-se vendedor ambulante, de pequenos produtos de
fabricação doméstica, a fim de ajudar no sustento das necessidades básicas da
família paupérrima, composta da velha mãe e irmãos.
Impulsionado pela vocação ardente, decidiu pela dignificante tarefa de
estudar e aprender o suficiente para tentar ser preceptor de meninos e, com a
firmeza de atingir o objetivo, ingressou na escola pública, sob a direção do
padre-mestre Albino José da Cruz, filho de Paranaguá e que, anos mais tarde,
durante 1857 a 1876, foi pároco da paróquia de Nossa Senhora do Santíssimo
Rosário, na igreja Matriz.
Em 18 62, Jo sé Cleto prestou exame perante a inspetoria geral do ensino
público, em Curitiba e, nomeado, substituiu o padre-mestre Albino, na mesma
disciplina.
Por longos anos professor Cleto exerceu o magistério público em
Paranaguá, de 1862 a 1886, quando foi transferido para Curitiba, lecionando,
primeiramente, na escola Carvalho, depois na Oliveira Belo e, mais tarde, na
antiga rua Serrito.
Aposentado, a pedido, em 1888, passou a lecionar particularmente,
instalando a escola dos bons meninos, às ruas 13 de Maio e Marechal Floriano,
até o ano de 1894.
Em 18 95, o professor Cleto fixou residência na cidade de União da
Vitória, onde fundou o Colégio Cleto, internato e externato, que manteve até o
ano de 1 899. Nesse ano, passou a residir em Curitiba, lecionando até 190 1,
quando foi morar em Ponta Grossa, abrindo as duas escolas e mantendo até
1903.
Em 1904, tornou a União da Vitória, lecionando até 1907. Alquebrado
pela idade e pelo desgastante trabalho da profissão, regressou a Curitiba, onde
continuou a lecionar até poucos meses antes de seu falecimento, ocorrido a 25
de fevereiro de 1912.
A Prefeitura Municipal de União da Vitória, em homenagem ao ilustre
paranagüense, exemplo de chefe de família, político e educador, deu a uma de

42 5
suas ruas o nome rua Professor Cleto.
Em Paranaguá, pela lei n.° 21 4, de 30 de maio de 1 912, a rua 24 de Abril,
dada em homenagem à entrada da esquadra legal no porto de Paranaguá, em
18 94, libertando-a dos federalismo, passou a denominar-se rua Professor Cleto
que, começando na rua João Estêvão, termina próxima ao largo do Rocio.
Ainda em Paranaguá, por iniciativa de seus antigos alunos, foi levantada
a herma do professor Cleto, no jardim Leocádio Pereira, situado entre a rua 15
de Novembro e ladeiras 29 de Julho e 19 de Dezembro, em cujo pedestal acha-
se gravado o seguinte:
"José Cleto da Silva - nascido a 24 de outubro de 1843.
Falecido a 25 de fevereiro de 1912. Homenagem do Estado
do Paraná, da Câmara Municipal de Paranaguá, de seus alunos
e amigos. 1913".
Durante a monarquia, de 1879 a 1880, o professor Cleto exerceu o
mandato de deputado provincial, pelo distrito de Paranaguá, onde também foi
delegado de polícia.
Abolicionista, muito defendeu a raça maltratada:
"O grande educador José Cleto da Silva, promovia particularmente ações
judic iais a favor dos ilegalmente escravizados depois da lei de 7 de novembro
de 1831, que proibira o tráfico".
25 5

Em continuação à nominativa dos professores, registra-se, em 1860, o


nome da professora Demétria do Nascimento Lavínia, Dona Dedê, nascida no
Uruguai, que ensinou em Paranaguá durante cerca de trinta anos.
Em 18 64 , a professora Maria Bernarda Pinto Cordeiro - Dona Lic a -
ensinou durante vinte e quatro anos e, aposentando-se, foi residir em Curitiba.
Em 1872, a professora Maria Júlia da Silva Nascimento, mãe de
Nascimento Júnior, abriu sua escola particular. Foi nomeadaem 1874 professora
pública para meninas, em Guaratuba. Lecionou até 1 88 2, quando foi transferida
para Paranaguá, ocupando a segunda cadeira para meninas. Em 1892, o
presidente do Club Litterario, o pároco Marcelo Anunziata, conferiu-lhe o
diploma de sócia benemérita do tradicional clube. Em 1896, conseqüente à
Revolução Federalista, a professora Maria Júlia foi exonerada, sendo reintegrada
em 18 96, mas, transferida para a escola de Piaçagüera, na baía de Paranaguá.
Em 1897, aposentando-se, faleceu dez dias após a aposentadoria.
Nesse mesmo ano de 1872, começou a lecionar em Paranaguá a
professora
EmAlzira
1874, Vargas, ensinando
a professora Maria alguns
Teodoraanos.
dos Anjos, com sua escola ao
lado da igreja Matr iz, c omeçou a ensinar meninos e meninas as primeiras letras
e crochê.
(255) - Martins, Romário. História do Paraná . 3." edição. Editora Guaíra, Curitiba, s/d, p. 30H.
(256)- MARINHO, Claudemira. As Primeiras Mestras de Paranaguá. Anais do l.°Cong, Hist. e Geog., Paranaguá,
1948, IHGEP. Boi. Vol.17 , 1972, p.112.

42 6
Nesse ano, tinha começo também a escola de Elisa Tavares, que deu
aulas por vários anos.
Também neste ano a professora Maria Rosa dos Santos, esposa do
professor João Batista Pereira de Andrade. Ambos lecionaram no lugar
denominado Ribeirinho, na baía de Paranaguá. Nomeada em 18 85 , aposentada,
faleceu em 1939.
Em 1878, começou a lecionar no Rocio a professora Maria Benedita
Cordeiro Pinto. Foi nomeada em 1886, para a escola de meninos e meninas,
depois transferida para Alexandra, Guaraqueçaba e Paranaguá, aposentando-
se em 1901. 256

Em 1880, a professora Caetana Félix da Silva começou a lecionar.


Durante longo tempo ensinou os seus alunos sentados em esteira do peri, munida
de palmatória e uma vara, fazendo os trabalhos escolares cantando a tabuada e
soletrando musicalmente as lições.
Em 1883, a professora Leocádia Rocha, lecionando em Antonina por
longo tempo, veio para Paranaguá, onde ensinou durante vinte e dois anos.
Em 1884, a professora Paulina Alves, começou a lecionar no Rocio,
ensinando durante vinte anos.
Nesse ano também começou a ensinar em Paranaguá, a professora Luísa
Correia Neto. Casando-se, mudou-se para Curitiba, onde continuou a ensinar.
No bairro do Rocio, em 1887, a professora Serafina Pereira Alves de
Araújo começou sua aulas particulares, ensinando durante quarenta anos. Era
tia de Agostinho Pereira Alves.
Em 1888, a professora Josefina dos Anjos Nepomuceno, ensinava na
escola de Piaçagüera para meninas e meninos. 25 7

Nesse mesmo ano começava a ensinar particularmente a professora Luísa


Jacob Hui, irmã de Francisca Hui, que ensinou durante mais de quarenta anos.
Nomeado pelo Governo do Paraná, nesse ano de 1888, aquele que se
tornou um dos grandes professores de Paranaguá, Júlio Teodorico Guimarães.
Com apenas 21 anos de idade, iniciou sua vida no magistério público de
Paranaguá, dedicando-se inteiramente ao ensino, fazendo da nobre e honrosa
missão de ensinar, um verdadeiro sacerdócio.
O professorJúlio Teodorico Guimarães, além do ensino público estadual,
era professor particular e ainda regia, em 1900 , a escola noturna que lhe foi

confiadaOpela prefeitura
professor Júliomunicipal
TeodoricodeGuimarães,
Paranaguá. nasceu em 1.° de julho de
1869 e faleceu a 19 de junho de 1921. Uma vida toda de ingentes esforços na
jornada gloriosa de educador. M esmo depois de aposentado, tendo transferido
(257). Marinho, Claudemira. Ihidem, p.115
(25X). ALVAREZ, Álvaro. Professor Júlio Teodorico Guimarães.Revista Marinha n." 21, junho de 1939.

427
residência para Curitiba, por motivo de saúde, fundou o Colégio Júlio Teodorico,
na capital do Estado, ensinando nas aulas o convívio alegre com os alunos,
modelando e guiando as inteligências. 258

Em 1889, iniciou um curso em Paranaguá a professora Antônia Pereira


Saião, dedicada educadora pública e particular. Foi afastada em conseqüência
da Revolução Federalista, entretanto, prosseguiu com as aulas particulares e
mais tarde, reintegrada nas funções. Quando conseguiu aposentar-se, deixou a
sala de aulas, falecendo pouco tempo depois, a 30 de maio de 1933.
No mesmo ano de 1889, começou a ensinar Iaiá Gonçalves Pereira,
esposa de Fileto Gonçalves Pereira. Lecionando alguns anos em Paranaguá,
transferiu residência para São Paulo.
Ainda, nesse ano de 1889, chegou a Paranaguá o casal Ludovica
Caviglia e João Batista Bório.
Ludovica, nascida em Turim, Itália, em 1865, era professora normalista.
Em pouco tempo, abriu o Colégio Ludovica Bório, para ensino particular de
meninos e meninas, funcionando até o ano de 1919, quando transferiu residência
para Curitiba.
O tradicional Club Litterario, em homenagem à competente professora,
concedeu-lhe o título de sócia honorária. Faleceu em São Francisco do Sul,
S C , em 1943.
Pe lo De creto Federal n. ° 34 6, de 19 de abri l de 1 890, da Re púb lic a, foi
criado o Ministério da Instrução Pública e nomeado Ministro Benjamin Constant
Botelho de Magalhães, ao qual coube a missão de organizar o ensino na fase
inicial do novo regime, para todo o Brasil.
Em 1894, aqui, a professora Alexina Henriqueta Deslandes de Sousa,
mãe de Newton Deslandes de Sousa que, depois de ter ensinado durante vinte
e dois anos em Guaratubae no Rocio, aposentou-se em 1914.
Também, no ano de 1894, começou a lecionar a professora Eleusina
Plaisant de Sousa, quando abriu sua escola particular para meninas, na rua
M are ch al de D eo do ro , depois rua D r. Leo cád io, no loc al onde hoj e se encontra
a agência do Ba nc o I ta ú S . A .
N asc ida em Pa ranagu á a 30 de agosto de 1 866, casou -se no R io de
Janeiro em setembro de 1886, com o professor de línguas e compositor Ursino
Carneiro de S ou sa , nascido também em Paranaguá.
Retorna o casal à sua cidade e pouco mais de um lustro, fica gravemente
enfermo seu marido, que veio a falecer, deixando-a viúva e sem filhos, com a
idade de vinte e sete anos.
L o go que viuvou , passou a lec ion ar , cri ando a "E sc ol a de D on a E leus ina ",

(259
) - MARINHO, Claudemra. Op. cit. p. 117.

428
só se afastando em 1935, quando fechou a escola, devido à falta de visão.
Ensinou durante 41 anos. Faleceu em maio de 1942. Lecionava música, francês,
pintura e contou com uma grande geração de alunas.
Ainda no ano de 1894, conta-se com a professora Francisca de Andrade,
que ensinou durante 40 anos, aposentando-se em 1 93 4. Era a professora
Francisca de Andrade sobrinha e afilhada do piedoso monsenhor Celso Itiberê
da Cunha. 25 9

Em 1898, a professora Francisca Borges, natural do Estado do Ceará,


começou a lecionar em Paranaguá, ensinando durante dilatados anos. Faleceu
em 1944.
Também no ano de 1898, a professora Júlia de Oliveira e Silva foi
nomeada e exerceu o cargo em Piaçagüera, depois Emboguaçu, Imbocuí, Barra
do Sul e Rocio, onde se aposentou em 1924, contando 26 anos de trabal ho. 26 0

ESCOLAS E PROFESSORES DE PARANAGUÁ, EM 1900


No final do ano de 1900, Paranaguá tinha:
2 - escolas públicas para meninos
3 - escolas públicas para meninas
2 - escolas particulares para meninos
2 - escolas particulares para meninas
2 - escolas particulares para ambos os sexos.
1 - escola noturna municipal, confiada ao professor Júl io Teodorico
Guimarães.
Eram professores públicos:
Júlio Teodorico Guimarães
Lindolfo Pires da Rocha Pombo
Maria Benedita Cordeiro
Francisca de Andrade
Maria Laines.
Eram professores particulares:
Júlio Teodorico Guimarães
Lindolfo Pires da Rocha Pombo
Ludovica Caviglia Bório
Luísa Jacob Hui
Francisca Hui
Antônia Pereira Saião
Maria Teodora. 26 1

(260) - MARINHO, Claudemira. lhidem. Op. cit.p. 117


(261) - Fonle: "Almanack", para 1901, ed. Pref. Mun. Pguá. .p 35.

429
O municí pio de Para nagu á poss uía duas casas escolares.
- Casa Escolar Faria Sobrinho, construída pela Prefeitura Municipal de
Paranaguá, situada à rua Visconde de Nacar, frente: lateral direita de quem da

rua olha - rua Princesa Isabel; fundos, rua Pêcego Júnior, hoje rua Faria
Sobrinho. Funcionavam as escolas primárias regidas pelos professores Júlio
Teodorico Guimarães e Francisca de Andra de.
- Cas a Es col ar Humani tári a Parana ense, si tuada à rua 15 de No ve mb ro ,
esquina rua Professor Cleto, atual sede do Instituto Histórico e Geográfico de
Paranaguá. A Humanitária foi construída pela Prefeitura Municipal de
Paranaguá, auxiliada pela doação de 10:000$000, da extinta Associação
Humanitária Paranaense. Funcionavam as escolas primárias regidas pelos
professo res Lind olfo Pires da Ro ch a Po mb o e Mar ia Lain es . 2 6 2

Ao final do Impér io Bras ile iro , o país tinh a 8 5 % de analfabetos para


uma população de 14 milhões de habitantes.
O Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos, criado em
1890, dois anos depois foi extinto, e educação ficou sob a responsabilidade do
Ministério da Justiça e Negócios Interiores.
N a s primeiras décadas des te século X X , os ide ais lib erais apont avam
a ignorância do povo como causa principal das crises brasileiras. Tentou-se,
então, acabar com o analfabetismno, estimulando-se a criação de dezenas de
escolas normais, para formar professores de ensino primário.

ESCOLA NORMAL PRIMÁRIA DE PARANAGUÁ


A escola normal primária de Paranaguá, foi criada pela lei estadual n.°
2.064, de 31 de março de 1921, quando Presidente do Paraná o Dr. Caetano
Munhoz da Rocha.
Em 4 de setembro de 1924, quinta-feira, às 14 horas, presentes Dr.
Caetano Munhoz da Rocha, Presidente do Estado do Paraná; Dr. Francisco
Accioly Rodrigues da Costa, Prefeito Municipal; Dr. Aristides de Oliveira,
engenheiro, encarregado pelo governo da direção dos trabalhos de construção
do prédio destin ado à esco la norm al primária de Par ana guá , proc edeu -se ao
lançamento da pedra fundamental do prédio.
Es ta pequena pedra foi assentada no âng ul o esque rdo do prédio , send o a
primeira quantidade de concreto sobre ela, colocad a pelo Prefeito , Dr . Fra nci sc o

Accioly.
Em artística urna, construída na própria pedra, foram depositadas os
jorn ais do dia, Diário do Comércio, desta cidade, Comércio do Paraná e O

(262) - Fonte: " Almanack" para 1901, ed. Pref. Mun. Pf-uá. p. 26.?.

430
IMÍ.\ urigetis a luutuiaaae

Dia, ambos de Curitiba, e mais os do dia anterior, A República, Diário da


Tarde e Gazeta do Povo, também da capital, várias moedas de prata, níquel e
de alumínio,
ilustres um retrato do Dr. Caetano Munhoz da Rocha e vários retratos de
paranagüenses.
Dr. Francisco Accioly Rodrigues da Costa, Prefeito
Dr. Antônio de Paula - Juiz de direito
João Régis Pereira da Costa
Primeiro tenente José Pereira de Morais, Delegado de polícia
Antônio Romualdo Vidal, Presidente da Câmara
Domingos Soriano da Costa - Deputado Estadual
Luís Vitorino Picanço - Inspetor de Polícia marítima
Dr. João Henrique Costard - engenheiro municipal
Dr. Aristides de Oliveira - engenheiro da obra
Eugênio José de Sousa
Newton Deslandes de Sousa
Arthur Correia de Freitas
Joaquim Fernandes do Amorim
João Alboit
Carlos Guastini
Alberto Hofmann. 26 3

As aulas do curso normal começaram em 2 de maio de 1927, numa das


salas do paço municipal, no andar térreo do Palácio Visconde de Nacar, presentes
o Dr. Lisímaco Ferreira da Costa, inspetor geral do ensino professor Segismundo
Antunes Neto, diretor da escola e os professores Tupi Pinheiro, de pedagogia,
Agostinho Pereira Alves, de matemática, e Amália de Oliveira, ginástica, com
sessenta e nove anos matriculados.

INAUGURAÇÃO DO PRÉDIO DA ESCOLA NORMAL


Paranaguá, na serena madrugada de 29 de julho de 1927, data
comemorativa de 279.° aniversário de elevação a Vila, prenunciando lindo dia
de sol, já a banda da força militar do Paraná desfilava pelas principais ruas, em
alvorada, despertando a população ao som de música e salva de morteiros e
com esses rumores festivos, anunciavam na história data, a inauguração do
majestoso prédio para servir de sede da escola normal primária de Paranaguá,
tornando realidade o ideal acalentado por tantos anos pela mocidade estudiosa.
Desde cedo as ruas tomaram os festivos aspectos. A cidade vestiu-se
de gala. A população encheu as ruas, dirigindo-se ao local onde se acha localizada

(263) - Fonte: O Iliberê n". 66, outubro, 1924

43 1
a escola normal. As repartições e as casas comerciais, embandeiraram-se.
No antigo alto da fonte Nova, com frente para a praça coronel João
Gualberto,
prefeitro demandando
Paranaguá,construir pelo Presidente
Dr. Caetano Munhoz da doRocha,
Estado sob
do Paraná, o ex-
a competente
direção do engenheiro, Dr. Aristides deOliveira, como uma imponente catedral
de luz, sobranceiramente, erguia-se o prédio da escola normal, onde as novas
gerações buscarão as luzes do saber.
Antes da hora marcada para a cerimônia - 8 horas e meia -, os alunos
das várias escolas de Paranaguá, trajando roupas brancas, encontravam-se
formandos em frente da escola. A Escola de Aprendizes de Marinheiros, dividida
em quatro pelotões, com bandas de tambores, corneteiros e bandeira brasileira,
oferecia um magnífico aspecto pelo garbo, disciplina, presteza nas manobras e
movimento de armas, apresentados pelos jovens futuros oficiais da Marinha
do Brasil. Os quatro pelotões estenderam-se em filas à frente da escola, prestando
as continências militares à chegada e saída do primeiro mandatário estadual, o
Presidente do Estado do Paraná, Dr. Caetano Munhoz da Rocha, que chegou às
8h30min, de automóvel. Presentes as demais autoridades federais, estaduais,
municipais, civis, militares, eclesiásticas, representantes consulares, as diversas
escolas eAobanda
povo em geral.militar executou um dobrado, enquanto os aprendizes
da força
de marinheiros apresentavam armas e as respectivas bandas executavam marcha
batida. O povo, em manifestação de regozijo, saudava em longos aplausos.
O Dr. Aristides de Oliveira, dedicado e competente diretor da
construção, numa salva ornada de flores, fez entrega da chave, que estava
guarnecida com fita verde e amarela, ao Dr. Caetano Munhoz da Rocha, que
ofereceu a Dom Fernando Tadei, bispo da diocese de Jacarezinho que, dando
início à cerimônia de inauguração, retirou a chave e procedeu à abertura do
monumental portão de ferro, artisticamente trabalhado, quando então todos
entraram na parte externa da escola, ocupando as escadarias de mármore que
dão acesso ao prédio.
Nesse momento, foi cantado o hino nacional brasileiro por centenas de
pessoas, com acompanhamento da banda militar, emociando a todos, que ouviram
e cantaram com maior respeito e saudando com longas palmas.
Quando terminaram os últimos acordes, antes da abertura da porta
principal de entrada do prédio, o Dr. Caetano Munhoz da Rocha pronunciou
importante discurso. 26 4

Em seu discurso, o Dr. Caetano Munhoz da Rocha prestou à história


de Paranaguá, de onde irradiara a primeira cultura intelectual do Paraná, um
justo preito de justiça. Em seguida, apanhando da mesma salva outra chave,
(264) - Ver a integra do discurso, em Rápidas Referências XXIII, item 1.0.

432
Díts Origens à Atualidade

também ornada de fita verde e amarela, abriu a porta principal da escola.


A convite do Dr. Caetano Munhoz, coube ao Dr. Romualdo Antônio
Baraúna, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, cortar a
fita simbólica colocada na escadaria de acesso ao pavimento superior,
procedendo-se a uma visita minuciosa ao palácio majestoso, atestado para o
futuro a grandeza da educação da juventude da venerável Paranaguá.
Concluídas as visitas dos dois pavimentes, os alunos apresentaram-se
em graciosas ginásticas, sob a direção da professora Amália de Oliveira,
cantando após o hino da bandeira.
Numa das dependências da ala esquerda do primeiro pavimento, foi
servido champanhe. Nessa ocasião, usou da palavra o Dr. Francisco Accioly
Rodrigues da Costa, Prefeito Munic ipal, saudando e agradecendo, em nome do
município, que dirige, tudo o que o benemérito governo paranaense tem feito
em prol da educação.
Usou em seguida da palavra, o inspetor geral da instrução pública do
Paraná, Dr. Lisímaco Ferreira da Costa, exaltando o que o governo do Dr.
Munhoz da Rocha tem feito pela instrução pública.
Numa das salas, o professor Tupi Pinheiro, secretário da escola normal,
procedia à leitura da ata inaugural, assinada pelos presentes. Ao final, foram
distribuídos doces às crianças.
Em seguida, retiraram-se os convidados para o almoço e, depois, à
cerimônia de inauguração da estrada do mar, ligando Paranaguá às praias, que
se estendem do Pontal do Sul a Matinhos.
O primeiro diretor da escola normal foi o professor Sigismundo ntunes
A Neto.
Pelo Decreto n.° 4 5 9, de 16 de janeiro de 1933 , assinado pelo Sr. Manuel
Ribas, Interventor Federal no Paraná, a escola normal primária de Paranaguá
foi equiparada à escola normal secundária de Curitiba.
Pelo Decreto n.° 1929, de 30 de janeiro de 1936 , assinado pelo Sr. Manuel
Ribas, foi criado o curso ginasial, como medida preliminar para a sua
transformação em instituto de educação e o curso geral passou a obedecer ao
regulamento e aos programas do cursos fundamental dos ginásios equiparados
ao Colégio Dom Pedro II, do Rio de Janeiro.
Pelo Decreto n.° 6.30 5, de 26 de julho de1952, a escola normal de Paranaguá
recebeu a denominação da Escola Normal Dr. Caetano Munhoz da Rocha.
Pelo Decreto n.° 24.459, de 20 de julho de 1959, foi a escola normal
desmembrada do Colé gio Estadual Jos é Bonifáci o.
Em 29 de julho de 1967 , a escola normal de Paranaguá foi elevada a
Instituto de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha.

433
EN SINO DE l.o E 2.° G RA US
O processo educativo, desenvolvido em Paranaguá, compreende:
1. - Rede escolar estadual:
a - Rede urbana
b - Rede rural
2. - R ede escol ar municpal:
a - Rede urbana
b - Rede rural
3. - Rede particular urbana.

REDE ESCOLAR ESTADUAL - DADOS: 1992


1. - Escolas estaduais urbanas:
Unidades de Ensino N.° de N. ° de
professores alunos:
1 - Instituto Estadual de Educação
"Dr. Caetano Munhoz da Ro ch a" 95 2. 05 8
2 - Col égio Estadual "Jo sé Bonifá ci o" 101 2. 138
3 - Colégio Estadual "Estados Unidos
da Améric a" 60 1.293
4 - Colégio Estadual "Alberto Gomes
Veiga" 34 71 4
5 - Colégio Estadual "Professora Regina
Mary Barroso de Me llo " 47 1.187
6 - Escola Estadual "Bento Munhoz
da Rocha Neto" 24 650
7 - Escola Estadual "Cidália Rebello
Gomes" 46 96 4
8 - Esc ola Estadual "Jo sé de Anchieta" 07 199
9 - Es cola Estadual "Dídio Augusto de
Camargo Viana" 25 52 3
10 - Esc ola Estadual "Dr. Roque Vernalha" 14 39 2
11 - Es col a Estadual "Faria Sobrinho" 27 538
12 - Es co la Estadual "Helena Viana Sundim" 35 83 4
13 - Esc ola Estadual "Professor Randolfo
Arzua." 22 624
14 - Escola Estadual "Professor Hugo
Pereira Corrêa" 28 69 2
15 - E sc ola Estadual "Professor Zilah
dos Santos Bati sta" 54 1.140

43 4
16 - Escola Estadual "Dr.Arthur Miranda
Ramos" 25 524
Subtotal 64 4 14 .4 70

REDE ESCOLAR ESTADUAL RURAL - DADOS de 1992


Unidades de Ensino N.° de N. ° de
professores alunos:
1 - EscolaRural Estadual de Rio das Pedras 2 35
2 - EscolaRural Estadual de Praia
de Leste 14 351
3 - Escola Rural Estad
ual de Pontal
do Sul 4 109
4 - EscolaRuralEstadual de Guaraguaçu 2 42
5 - Escola Rural Estadual de Grajaú 2 42
Subtotal 24 579
Rede escolarestadual urbana 644 14.470
Rede escolarestadual rural 24 579
Total geral 668 15.049 265

REDE ESCOLAR MUNICIPAL - DADOS de 1992


1. - EscolasMunicipais U
rbanas
Unidades de Ensino N.° de N. ° de
professores alunos:
1 - ColégioMunicipal"Presidente Kennedy" 69 1.509
2 - EscolaMunicipal "Anibal RibeiroFilho" 16 303
3 - Escola Municipal "Professora Berta
Rodrigues Elias" 15 201
4 - EscolaMunicipal "Presidente Castelo Branco"41 534
5 - EscolaMunicipal "Presidente Costae Silva"52 875
6 - Escola Municipal "Professora Eva Cavani"
EnsinoEspecial 32 129
78 -- Escola
EscolaMunicipal
Municipal""Gabrie
Ezequiel P. Lara"
l de da Silva" 16
07 303
108
9 - Escola Municipal "Graziela Elizabeth
Almada Diaz" 12 259
(265) - Fonte: Núcleo Regional de Ensino de Paranaguá.

435
10 - Escola Municipal"Leôncio Correia"64 1.297
11 - Escola Municipal"Luís Vaz de Camões" 30 462
12 - Escola Municipal"Manuel Viana" 23 258
13 - José
Escola Mun
Tavar icipal "Profe
es" ssora Maria 20 283
14 - Escola Municipal "Profe
ssora Mírian
Cunha" 18 280
15 - Escola Municipal"Nascimento Júnior" 16 250
16 - Escola Municipal "Professora Nay
á
Castilho" 22 307
17 - Escola Municipal"Iracemados Santos" 10 156
18 - Escola Municipal "São Francisco" 24 318
19 - EscolaMunicipal "Tiradentes" 30 429
20 - Escola Muncipal"InáXavierZacharias" 12 117
Subtotal 529 8.36 6

REDE ESCOLAR MUNICIPAL RURAL - DADOS de 1992


Unidades de Ensino N.° de N. ° de
professores alunos:
1 - Escola Municipal Rural "Ath ur
Tavares"Praiade Atami 02 53
2 - Escola Municiapl Rural "Josefa
Maria Crisanto"- Barrancos 02 28
3 - Escola Municipal Rural "31 deMarço"
Praiade Ipanema 04 138
4 - EscolaMunicipal Rural "29 de Julho",
Pontal do Sul 02 50
5 - Escola Municipal de Shangri-lá,
Praiade Shangri-lá 05 116
6 - Escola Municipal Rural "José das
DoresCamargo",ColôniaTaunay 01 20
7 - Escola Municipal Rural "Luís
Andreoli"-C olôniaMorro Inglês 01 13
8 - Escola Municipal Rural "Antônio
Fontes"- Colônia Fontes
9 - Escola Municipal Rural "Nazira 01 24
Borges"-Alexandra 02 72
10 - Escola Municipal Rural "Maria
Luíza"- ColôniaMariaLuíza 02 22

436
(266) - Fonte: Secretaria Municipal de Educação.

437
4 - Escola Paroquial Nossa Senhora
do Rosáriode Paranaguá 16 405
5 - EscolaGirassol 43 590
6 - EscolaAdventista 05 70
7 - Escola Dinâmicade 1.° grau 08 141
8 - Escola de 1.° grau Anchieta 07 100
9 - EscolaNova Geração 15 120
10 - Escola Turminha da Mônica 09 94
11 - Escola Marinheirinho Morais 11 162
12 - Jardimde Infância Pequeno "Príncipe" 08 98
13 - Jardimde Infância BalãoMágico 12 100
Total 236 3. 01 9 267

NOTA: - "Colégio"-indica ensino de 1.°e 2.° grau


s.
"Escola" - indica ensino de 1.° grau.
FACULDADE ESTADUAL DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E
LETRAS DE PARANAGUÁ
1. - Ensino de 3.° Gr
au
O Decreto n.°4.144, de 13de agosto de 1956, assinado pelo Governador
Moisés Lupion, criou a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de
Paranaguá.
O Decreto .°
n 24.418, de 14de julho de 9159,assinado peloov Gernador
Moisés Lupion, designou o Dr. Antônio Olímpio de Oliveira, para exercer a
função de diretor da Faculade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de
Paranaguá.
O Decreto n.° 24.439, de 17 de julho de1959, destinou o grande prédio
da Escola Normal "Dr. Caetano Munhoz da Rocha", à Faculda de Estadual de
Filosofia, Ciênciase Letras deParanaguá.
No Departamento de Educação da Secretaria de Educação e Cultura,
no dia 27 de jul
ho de 1959, com a prese nça do Dr. Nivon Weigert, Secretário
de Educação e Cultura; Dr. José Alexandre de Moura Negrini, diretor do
Departamento de Educação; professor Moacir Fantini, superintendente do
Ensino Superior; Dr. Luís Silva e Albuquerque, Juiz de Direito de Paranaguá,
Dr. Inácio Sotto Maior Pedroso, Promotor; Sr. Nerigrissor Viegas Moura,
Inspetor da Alfândega; Dr. Dídio Augusto de Camargo Viana, Dr. Antônio
Fontes;professor Hu go Pereira Corrêa;e professor Manuel Viana, realizou-se

(267). - Dados fornecidos pelas Secretarias das Unidades de Ensino.

438
a solenidade de tomada de posse do Dr. Antônio Olímpio de Oliveira para
exercer a função de diretor da Faculadade Estadual de Filosofia, Ciências e
Letras de Paranaguá.
O parecer fed eral n.° 620, de 14 de dezembro de 1959, da comissão de
Ensino Superior, concedeu autorização de funcionamento para os Cursos de
Letras Neolatinas, Letras Anglo-Germânicas, Matemática, História e Pedagogia,
a serem mantidos pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de
Paranaguá.
O Decreto Federal n.° 47.667, de 19 de janeiro de960,1 do Presidente da
República,Dr. JuscelinoKubitschek de O liveira,concedeu au
torizaçã
o para o
funcionamento daqueles cursos. O mesmo decreto confirmou que a faculdade
era mantida pelo Estado Paraná e situada em Paranaguá.
Pelo edital n.° 5/60, de 15 de fevereiro de 1960, o diretor, Dr. Antônio
Olímpio de Oliveira, convocou os professores para formação da primeira
comissão examinadora do concurso vestibular.
Inscreveram -se 69 canditados, sendo:
História - 19
Pedagogia - 17

Matemática
Neolatinas -15
-15
Anglo-Germ ânicas - 03
Total: 69
O concurso realizou-se entre os dias 23 16 de
e fevereiro do mesm o ano,
em, primeira e seg unda chamad as. As provas for am escritas e orais. Na primeira
chamada, 17 foram rep rovados.
Finalmente,no salão nobre do tradici onal Club Litterario,fundado em 9
de agosto de 872,
1 com apresença doGovernador Moisés Lupion ; Dr. Nivon
Weigert, Secretário da E ducação e Cultu ra; Dr. Plínio Franco Ferreira daCosta,
Secretário da Fazenda: Dr. Joaquim Tramujas, Prefeito Municipal; demais
autoridades locais, civis, militares eclesiásticas, corpo consular, professores,
teve inícioa abertu ra do ano letivo, quando o diretor,Dr. Antônio Olímpio de
Oliveira, convidou o historiador Dav id Carneiro para proferiraula a inau gural,
em 18.3.1960.
O historiador David Carneiro promunciou, com brilho, magistral
conferência,
destacando asfocalizando
gloriosas e osagradas
tema: Paranaguá e aterra
tradições da civilização Sul de
de Gabriel do Lara,
Brasil,
que
irradiara a primeira cultu
ra intelect
ual para o Sul do Brasil, prestando à história
de Paranaguá um justopreito de jus tiça.
O Governado r Lupion determin ou que a conferênci a fosse publicada
pela Impresa Oficial do Estado.

439
O Decreto Fe deral n.° 54.355, de 30 de setem
bro de 1964, do Presidente
da República, Marechal Humberto Alencar de Castelo Branco, concedeu o
reconhecimento à Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de
Paranaguá.
Em 2 de dezembro de 1965, o Dr. José Ribas Neto, engenheiro do
Estado e também professor da Faculdade, fez entrega oficial do novo prédio
onde hoje se encontra instalada a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e
Letras de Paran aguá, localizada àrua Comendador CorreiaJúniorn.° 81.
O Decreto n.° 21.970, de 21 de dezembro de 1970, assinado pelo
Governador Paulo Pimentel, instituiu a Faculdade em Fundação de Direito
Público. A instituição passou a denominar se "Fundação Faculdade Estadual
de Filosofia, Ciênciase Letras deParanaguá".
Em 1992, a Faculdade deParanaguá mantém os seguin tes cursos:
História
Letras
Pedagogia
Matemática
Administraçãode Empresa s
Ciências
Os cursos Contábeis. por 68 professores.
são prelecionados
Freqüentam os cursos:
Alunos de graduação - 1.097
Alunos de pós-gradu ação - 37
Alunos de diciplinasisoladas - 21 268

Total - 1.155
A Lei Estadual n.°663,
9. de 16de julho de 9191, transformou em au
tarquias
as Fundações Estaduais.
A Fundação Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de
Paranaguá, atingida pela lei, foi transformada em autarquia, integrante da
administraçã
o indireta do sEtado.
A lei n.° 10.219, de 21 de dezembro de 1992, criou o Fundo de
Previdência do Estado.
O artigo 70, desta lei, preceitua:
"Os atuais servidores da Administração Direta das. Autarquias, ocupantes
de empregos
Trabalho, com
terão seusregime jurídico
empregos definido pela
transformados em Consolidação
cargos públicosdas
daLeis do
na data
da publicação desta Lei" .
Os servidores profe
- ssores efuncionários daFaculdade deParanaguá
- a partir dessa lei, passaram a ser estatutários.
268) - FONTE: Secretaria da Faculdade.

440
SENAI - CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE
PARANAGUÁ
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI - criado
pelo Decreto Lei n.° 4.048, de 22 de janeiro de 1942, é uma entidade de
direito priva
do, cabendo sua organização e direção àConfede ração Nacional
da Indústria.
Em Paranaguá, desde 1970, funciona um Centro de Formação
Profissional, localizado à rua Francisco Machado n.° 2.360, com ótimas
instalações mo
e dernos equipam entos, competentes instrutores,
necessáriosaos
cursos de formação profissional desenvolvidos na escola, cujo diretor é João
Batista Silveira assiste
e nte de direç
ão é Josef Scheks.
O limite de idade para ingressar na escola, é de 14 a 15,5 anos, para o
período diurno e a duração sdocursosé de 2a 2,5 anos.Em horário noturno, o
limite de idad
e é de 18 anos.

CURSOS EM ANDAMENTO - DEZEMBRO - 1992


CURSOS N.°de instrutores N.° de alunos
Disciplina
s instrumentais 1 25
Mecânicageral 2 36
Eletricid
ade 2 36
Mecânica de automóvel 1 24
Pedreiro 1 12
Eletricidade- noturno 1 14
Total 8 147
Orientador Educacional 1
Total 9
Além desses cursos, o centro desenvolve programa de treinamento de
recursos humanos ás empresas, visando à melhoria do relacionamento. São
programas de curta duração na área de segurança, prevenção de acidentes do
trabalho, primeiro
s socorros,direção defensiv
a, prevenção e combate a incêndio.

SEN AC - CENTRO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL


O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC - criado
pelo Decreto-Lei n.°621,
8. de 10 de janeir
o de 1946, é uma entidade de direito
privado, cabendo sua organização e administração geral à Confederação
Nacional doComercio ea organização e direção em nível estadua
l a cargoda

441
Federação do Comércio Varejista do Estado do Paraná.
Em Paranaguá, desde1986, funciona um centro de desenvolvimento
profissiona
l, que, desde 28 de abrilde 1992, encontra-se instalado na histórica
Casa de Monsenhor Celso, à praça do mesmo nome, fronteiro à Catedral
Diocesana, com restauro recente, dispondo de modernos equipamentos,
necessários aos cursos desenv
olvidos. O centro édirigido pelaprofessora Regina
Célia Alves dos Santos Dom it.

CURSOS EM ANDAMENTO - DEZEMBRO - 1992


CURSOS N.°ALUNOS
Escriturad
or fiscal 30
Faturista 31
Auxiliarde créditoe cobrança 23
Datilografia- das 8 às lOh 20
Datilografia- das 19 às 22h 30
Datilografia- Em Alexandra 50
Operador de microcomp. - das 8 às 1 lh 12
Operador de microcomp.- das 8 às lOh 08
Operador de microcomp. - das 20 às 22h 12
Técnica de preparo de sorvete 20
Decoraçõ es de vitrines 25
Programa de treinamento no porto 25
Programa de treinamento no SupermercadoMaresol 25
Instrutoresenvolvidos nos cursos 13
Total 311

RESUMO GERAL
Unidade de Ensino N.° de professo
res N.° de alunos
Rede Escolar Estadual:
Urbana 644 14.470
Rural 24 579
Total 668 15.049
Rede EscolarMunicipal:
Urbana 529 8.366
Rural 42 1.035
Total 571 9.4 01

442
Rede particular urbana 236 3.019
Faculdade Estadu al deFilosofia,
Ciênciase Letrasde Paranaguá 68 1.165
Senai
Inst
rutores 8 147
OrientadorEducacional 1
Total 9
Senac 13 311
Total geral:
Rede escolarestadual 688 15.049
Rede escolarmunicipal 571 9.401
Rede particular 236 3.019
Faculdade Estadual de Filosofia,
Ciênciase Letrasde Paranaguá 68 1.155
Senai 09 147
Senac 13 313
Total 1.565 29. 082

COLÉGIO SÃO JOSÉ


Quando a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá,
desocupou as antigas instalações situadas entre a rua Dr. Leocádio, largo Cônego
Alcendin o e travessa 9 de Agosto, atuais,mudando-se no an o de 1900 para o
novo prédio, adredeme nte construído par a as atividades nosocomiais , na praça
Pires Pardinho, também conhecido como Campo Grande, o provedor, Dr.
Manuel Bonifácio Carneiro dirigiu um pedido à madre provincial Léonice
Blanchet, um pedido que a Congregação de São José instalasse um colégio
para meninas em Paranaguá, utilizando-se do antigo prédio da Santa Casa.
Insistente foia solicitação,que não pod ia deixar deser atendida. O colégio
foi fundado a 3 de novembro de 1902, por madre Euphrasie Bazin e Irmãs
Imelda Arnollet e Joseph Eugène Miège.
Por mais detrês década s, o Colégio São Jo sé prestou relev
antes serviços
à
causa da educaç ão, no velho pré dio que havia sido const
ruído entre 1838 a 1841.
O antigo hospital, adaptado e adotado como escola, ameaçava ruir.
Professorficou
Assim decidido;
as ealu porém,
nas estavam as famílias
em perigo.Só haviadasa educandas,
um soluçã reagiram
o - fechar e protestaram.
ocolégio.
Procurou-se, então, uma casa para transferência daescola.
Enquanto isto ocorçia, a Prefeitura Muncipal processou a doação de
um terren o na atualruaJúlia da Costa, esquina com a avenida Gabriel de Lara.

443
No final do ano de 1934, a Congregação de São José deu início à construção,
ficando pronta em 1936.
constatar
O Governador
o aproveitamento
ManueldoRibas
terreno.
visitou
Satisfeito,
o localnão
pessoalmente,
poupou elogios
a fima madre
de
Léonie, então superiora provincial, pelo magnífico prédio construído em
benefício daeducaçã o.
As solenidades de inaug
uração do novo prédio realizara
m-se nodia 23
de maio de 1936.
O velho prédio, em ruína, e a Irmandade da Santa Casa sem recursos
financeiros, resolveu vendê-lo.
O comprador foi o senhor CarlosLamberg, que
se apressou em demoli-lono ano de 1938.
A capelado Senhor Bom Jesusdos Perdões, constru ída entre osanos
del711el712, que serviu o antigo hospital e o colégio, tam
bém sofreu a ação
das picaretas.
Em 1956, o Colégio Sã o José deu início ao cur
so ginasial. Em1960,
teve início a esc
ola normal colegial.
Em 1980, na gestão do prefeito, Dr. José Vicente Elias, a prefeitura
Municipal adquiriu, por compra, o prédio onde funcionou o Colégio São José,
que encerrou suaso atividades
Em 1992, em Paranaguá.
paço municipal encontra-se instalado no referido prédio,
que recebeu nom
e de PalácioSão José.

19381016 316FF 20 I I
Dr. JoséMaria Fariade Freitas
CRO 148«
Exemplar de Assinante

444
RÁP IDAS REF ERÊ NCI AS - XXI II

DISCURSO
PRESIDENTE DO DR. DO
DO ESTADO CAETANO MUNHOZ
PARANÁ, DA ROCHA,
PROFERIDO NO ATO
DA INAUGURAÇÃO DO PRÉDIO DA ESCOLA NORMAL DE
PARANAGUÁ, EM 29 DE JULHO DE 1927
Não quero transpor os umbrais deste palácio sem antes me congratular
com opovo de Paranagu á pelainauguração de tãonotável estabelecimento de
ensino que aí ficará assinalado, de modo brilhante e promissor, a data
comemorativa do 279.° aniversário da instalação do município.
Promissorprincipalm ente,senhores, porq
ue a escola normal apresen
tará
um penhor seguro de grandes bens para esta cidade e há de exercer
preponderante influência na sua vida, despertando-lhe novas aspirações e
anseios novos, transmitindo-lhe uma feição especial que já se vai delineando,
podendo-se mesmo vislumbrar nas fímbrias do horizonte o reflexo vivido de
luz maravilhosa que estecentrode instrução fará irradiar
por todos osrecônditos
do litoral paranaense.
E os
merecia Paranaguá,
benefíciosterra
qua a de nobres
atualid tradições,
ade admin aberço
istrativ de elevados
do estado ideais, bem
lhe reservava
no desenvolver de um plano geral de construções que se harmonizam e se
completam para a conquista dos grandes destinos do Paraná e que no
Departamento de Ensino tem como pedra angular das suas organizações essa
tríade magnífica de escolasnormais, cujas linhas suntuosas sehão de projetar
na vida do país, como afirmativa de uma constante preocupação pelo bem
público e de umintenso trabalho peloengrandecimento desta Un idade
Brasileira.
EscolasNormais,verdadeiros templo s em que seapontarão os pioneiros
do nosso progresso, quais sacerdotes de excelso apostalado, para trabalhar essa
cultura divinade pequeninos seres queformarãoo Brasil de amanhã,
preparando-os para as grandes lutas do bem e os desencontros inevitáveis da
vida, instrui
ndo e educan do a um tempo, fazendo-lhes ertardesp ainteligência,
as primíciasdo saber edespertando-lhes fundo o espíritode justiça, de ordem ,
de disciplina,de trabalh
o que fortalece apr
e imora o caráter.
Do trabalho, em todas as suas manifestações na ordem material ou na
ordem intelectual, e em torno do qual gravita e vontade inquebrantável de
homem que produz e opera o milagre das realizações, sobrepondo-se aos
arremessos dos maldizentes,contrarian
do o desânimo dos incrédulos, reduzindo
os óbicese dificuldades que selhe deparam na jornada,para afinal alc ançar o

445
prazer indescritível de vencer. Alguém já disse que os serviços do Estado
cresciam e se concluíam porque o Presidente se preocupava instantemente
com eles, pois deve-se dizer, igualm ente, que toda essa obra construtiva deve o
seu êxito à colaboração infatigável de auxiliares prestimosos que como Amália
de Oliveira na escola normal de Paranaguá, dedicam-se com inteligência e
alma. Dever-se-ia afirmar, com precisão, que essas realizações colimam os
seus fins, porque consultam os interesses gerais, repesentam as lídimas
aspirações coletivas, refletem a elevada cultura de um povo .
Vamos, pois,agora, senhore s, visitaresta escola com asatisfação íntim
a
que experimentamos na contemplação das causas que interessam a visita e
felicidade pública, com a alma cheia de fé no futuro do Estado, pensamento
para o alto, visando à grandeza do Paraná, a imensidade do Brasil".

CONSTITUIÇÃO FEDERAL - 1988


CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO,DA CULTURA EDO DESPORTO
SEÇÃO I
DA EDUCAÇÃO
Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do estado e da família,
será pro movida e incentivada com olaboração
a c daociedade,
s visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu pre paro para oexercício da cidadani ae
sua qualificação paratrabalho.
o
Art. 206 - O ensino será ministrado com base nos segu intes princípios:
I - igualdade de condições para o acessoe permanência na escola;
II - liberdad
e de aprender, ensinar, pesquisardivu
e lgar opensamento,
a arte e o saber;
III- pluralism
o de idéias e de concepçõesdag peógicas, e coexistência
de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuitamente de ensino público em estabelecimentosciais;ofi
V- valorização dos profissionais do ensino, garantindo, na forma da
lei, planos de carreirapara o magistério público,
com piso salarial profissional
e ingresso exclusivamente r conc
po urso públicode provas e títulos,assegu rado
regime jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
VI --ges
VII garantidemocrá
tão a de padrão de
tica qualidade
doensin .
o público,
na forma da lei;
269

(269) - Constituição daRepública Federativa do Brasil,1988, p. 137.

446
Instituto Estadual de Educação "Dr. Caetano Munhoz da Rocha"de Paranaguá. Prédio
inaugurado em 29 de julho de 1927.

447
XXIV
ORIGENS DAS RUAS DE PARANAGUÁ
CONTEXTO HISTÓRICO
Paranaguá é a cidade mais antiga do Paraná e se localiza junto à foz do
rio Itiberê.Até as prim
eiras décadas do século XX, a cidade restring
ia-se aum
perímetro relativamente reduzido,posteriormente
e estendeu-se,
formando um
grande triângulo - ao - Norte: baía de Paranaguá: ao Sul: rio Emboguaçu; a
Leste: Rio Itiberê.
Somente a partir da segunda metade do século XIX, o município
preocupou-se em dar oficialmente denominações para as suas ruas, as quais,
até então, estavam sujeitas aos nomes que lhes davam o povo por algum motivo,
que tornavam conhecidas e vulgarizadas.
Alinham-se,quando possível , as srcens das primeiras ruas, avenidas,
largos, travessas,
jardinse praças, dos primeiros temp os.

HISTÓRICO DAS RUAS


1. - RUA JOÃO RÉGIS
Começa no ori Itiberê,defronte à passarela entre cidade
a àilha Vala
dares
e termina napraça Monsenh or Celso.
Anteriormente:
1.- Rua doPorto da Matriz, até ano o de 1844.
2.- Rua da Matriz, até o an
o de 1888.
3.- Rua João Alfredo. Deliberação da câma ra municipal, sessão de
2 de
junho de 1888.
4.- Rua JoãoRégis- atual.
No começo, era essa rua a mais comercial da vila, sendo o primeiro
porto de acesso à igrejamatriz.
2. - PRAÇA MONSENHOR CELSO
Entre as ruas Professor Cleto, João Régis e Conselheiro Sinimbu, com
frente para a igrejamatriz, hoje catedral diocesana.
Anteriormente:
1. - Largo da Matriz
2.- Praça Monsenhor Celso

448
3. - RUA CONSELHEIRO SINIMBU
Começa na arudos Expedicionáriostermin
e a na praça Monsenh
or Celso.
Anteriormente:
1. -Rua
2.- RuadadaGam
Fon
te,
boa,até
atéo oan
o odede181878.
an 44.
3.- Rua Conselheiro Sinimbu , deliberação da Câmar
a Municipal,sessão
de 14 de outu
bro de 1878.
4. - RUA VIEIRA DOS SANTOS
Começa na rua dos Expedicionáriosterme ina narua mestre Leopoldino:
Anteriormente:
1.- Rua do Fogo
2.- Rua Senador Dantas
3.- Rua Vieira dos Santos. Lein.° 136, de 30 de julho de 1906.
5. - RUA JOÃO ESTÊVÃO
Começa na rua dos Expedicionários e termina na rua Professor Cleto.
Anteriormente:
1.- Rua da Praia, até o ano de 1888.
2.- Rua José do Patrocínio. Deliberação da Câmara Municipal, sessão
de 6 de junho de 1888.
3.- Rua Coronel Luís Xavier. Delibera
ção da Câma
ra Municipal,
sessão
de 18de dezembro de 1900.
4.- Rua João Estêvão - atual.
6. - RUA GENERAL CARNEIRO
Começa na rua João stêvão
E e termin
a no largo Dr.
Acioli.
1.- Rua da Praia
2.- Rua Rodrigo Silva. Deliberação da Câmara Municipal, sessão de 2
dejunho de 1888. %
3.- Rua General Carneiro.
Deliberaçã
o da Câmara Municipal,
sessão de
26 de julho ed1894.
7.- RUA 15 DE NOVEMBRO
Começa na rua Pro
fessor Cletoe termin
a no largo Dr. Acioli.
Anteriormente:
1.- Rua
2.- Rua do
do Terço,
Hospício,até
atéono
o aan
o de
de 1807.
1827.
3.- Rua da Alfândega, até oano de 1852.
4.- Rua do Colégio, até o no
a de 1861.
5.- Rua da Ordem, até o ano de 1866 .

449
6.- Rua da Cadeia , até o ano de 1866.
7.- Rua Paissamdu. Deliberação da Câm ara Mun cipal,sessão de17 de
janeiro de 1866.
8.- Rua
9.- Rua do
15 Im
depe
Norador, atéoDeliberação
vembro. ano de 1890. da Câm
ara Municipal, sessão de
7 de janeiro de 1890.
8.- PRAÇA LEÔNCIO CORREIA
Entre as ruas Gen
eral Carneiro, ladeiras 19 de Dezem
bro, 29 deulho
j e
rio Itiberê.
Anteriormente:
1.- Largo do Mercado.
2.- Praça Leôncio Correia - atual.
9.- LARGO DR. ACIOLI
Entre asruas 15 de Novembro, Princesa Isabel,
Benjamim Con
stant,
General CarneiroJardim
e Manu el Ricardo.
Anteriormente:
1.- Larg
o do Estaleiro, até oano de 1866.
2.-1866.
janeiro de Largo Riachuelo. Deliberação da câma
ra municipal, sessão de 17
de
3.- Largo Glicério. Deliberação da câmara, sessão de 27 de maio de
1890.
4.- Largo Dr. Acioli -atual.
10. - RUA BENJAMIM CONSTANT
Começa on largo Dr
. Aciolie termin
a na rua Sche
rer. Lein.° 16,de 19 de
abril de 1893.
11. - RUA PROFESSOR CLETO
Começa na rua General Carneiro term
e ina no Rocio.
Anteriormente:
1. - Travessa da Matriz
, até o ano de 1847.
2.- Rua do Rosário, até o ano de 1894.
3.- Rua 24 de Abril. Deliberação da câmara municipal, sessão de 26 de
julho de 1894. Em homenagem à entrada da esquarda legal na baía de Paranaguá,
para libertar os revolucionários
4. - Rua Professor Cleto.federalistas.
Lei n.° 214, de 30 de maio de 1912.
12.- TRAVESSA ITIBERÊ
Começa na rua Conselheiro
Laurindo Sinim
bu e termina na rua Jú
lia da
Costa.
450
Das Origens à Atualidade

Anteriormente:
1.- Trave
ssa do Cemitério, até
o ano de 1917.
2.- Trav
3.- Travessa Senador
essa JoséItiberêDantas.
de Lima
.
13.- RUA MESTRE LEOPOLDINO
Começa na rua Pêcego Júnior e termina na rua José Gomes.
Anteriormente:
1.- Rua do
s Pescadores, até o ano de 2.
191
2.- Rua Mestre Le
opoldino. Lei n.° 220,de 9 de setembro de 1912.
14.-RUA ANTÔNIO BITTENCOURT
Começa na rua João Estêvão e termina na rua Júlia da Costa.
Anteriormante:
1.- Rua São Ben
edito, até oano de 1916.
2- Rua Antônio Bittencourt. Lei n.° 292, de 20 de setembro de 1916.
15.- RUA JOAQUIM F. BARBOSA

Começa na rua José Gomes e termina na rua Conselheiro Sinimbu.


16.- AVENIDA PADRE ALBINO
Começa na rua Conselheiro Sinimbu e termina na rua Manuel Correia.
Lei n.° 298,de 12 de dez
embro de 1916.
17.- RUA ADA MACAGGI
Começa na rua Conselheiro Sinimbu e termina na rua José Gomes.
18.- RUA DOS EXPEDICIONÁRIOS
Começa na rua JoãoEstêvão e termina na BR-277.
1
9.- RUA DOMINGOS PENEDA
Começa na rua João Estêvão e termina na Vila São Vicente.
20.- ALAMEDA CORONEL ELÍSIO PEREIRA
Começa na rua Conselheiro
Sinimbu e termina naavenida BentoMunhoz
da RochaNeto.
21.- RUA ALEXANDRE BOUSQUET
Começa na rua José Gomes e termina na rua Manuel Correia.
22.- RUA PROFESSOR RANDOLFO ARZUA
Começa na rua Baronesa do Serro Azul e termina na Vila Guarani.
4*
23.-AVENIDA PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS
Começa na rua Domingos Peneda e termina na Vila Guarani.
24.- RUA ALÍPIO DOS SANTOS
Começa na rua José Gomes e termina na Vila Guarani.
25.- RUA COMANDANTE DÍDIO COSTA
Começa na rua Domingos Peneda e termina na Vila Guarani.
26.- RUA ANTHERO RÉGIS
Começa na alameda Coronel Elísio Pereira e termina na rua Artur de
Sousa Costa.
27.- RUA ARTHUR BERNARDES
Começa na rua Domingos Peneda e termina na Vila Guarani.
28.- RUA ODILON MADER
Começa na rua Domingos Peneda e termina na Vila Guarani.

29.- RUA ILDEFONSO M. DA ROCHA


Começa na alameda Coronel Elísio Pereira e termina na Vila Guarani.
30.- AVENIDA DR. ROQUE VERNALHA
Começa na rua Domingos Peneda e termina na Vila Guarani.
31.- RUA SAMUEL PIRES DE MELO
Começa na alameda Coronel Elísio Pereira e termina na Vila Guarani.
32.- RUA ANÍBAL DIAS DE PAIVA
Começa na alameda Coronel Elísio Pereira e termina Vila Guarani.
33.- ESTRADA DO CORREIA, O VELHO
Começa na alameda Coronel Elísio Pereira e termina na Vila Guarani.
34.- RUA JOSÉ GOMES
Começa
Santos. Lei de 20na
deaven
ida
mbroGabriel
sete de
de 1916.Lara etermin
a no início da rua Alípio dos

35.- RUA FLORÊNCIO VIANA


Começa na rua Manuel Correia e termina na rua Maneco Viana.

452
36.- RUA JOAQUIM TIGRE
Começa na rua Maneco Viana e termina na avenida Bento Rocha.
37.- RUA FILIPE ANTUNES
Começa na rua Florêncio Viana e termina na rua dos Expedicionários;
38.- TRAVESSA GUADALAJARA
Começa na rua Maneco Viana e termina na rua Filipe Antunes.
39.- RUA ARTUR DE SOUSA COSTA
Começa na travessa Guadalajara e termina na rua Nicolau Máder.
40.- RUA CORONEL SANTA RITA
Começa na rua José Gomes e termina no Cais de Inflamáveis. Lei n.°
312, de 7 de novembro de 1917.
41.- RUA XAVIER DA SILVA
Começa na rua JoséGomes e termina José deAzevedo (Rocio). Lei n.°
72, de 20.08.1900.
42.- RUA MARECHAL DEODORO
Começa na rua Professor Cleto e termina no largo Cônego Alcendino.
Anteriormente:
1.- Rua Direita, até o ano de 1880.
2.- Rua da Imperatriz, até o ano de 18
90.
3.- Rua Marechal Deodoro. Deliberação da câmara municipal, sessão
de 7 de janeiroed1890.
43.- RUA DR. LEOCÁDIO
Começa na rua Professor Cleto e termina na Prisciliano Corrêa.
Anteriormente:
1.- Rua do Campo, até o ano de 18 41.
2.- Rua da Misericórdia, até o ano de 1887.
3.- Rua Dr. Leocádio.Deliberaçã o da câmara municipal, sessão de 13
de julho de 1887.
44.- LARGO CÔNEGO ALCENDINO
Entre atravessa 9 deAgosto,praça Fern
ando Amaro e rua Dr. Leocádi
o.
45.- RUA MARECHAL ALBERTO DE ABREU
Começa na rua Faria Sobrinho e termina na rua General Carneiro.

453
Anteriormente:
1.- Rua do Charco, até o oande 1839.
2.- Rua Bom Jesus, até o an
o de 1888.
3.- Rua 13 de Maio. Deliberação da câmara municipal, sessão de 2 de
julho de 1888.
4.- Rua Conselh
eiro Barradas. Lei n. ° 15, de 7 deagosto de 1904.
5.- Rua Marechal Alberto de Abreu - atual.
46.- PRAÇA FERNANDO AMARO
Entreas ruas Prisciliano
Corrêa, Dr. Leocádio, Largo Cônego Alcend
ino
e rua FariaSobrinho.
1.- Praça Duque de Caxias. Deliberação da câmara municipal, sessão
de 8 de maio de 1880.
2.- Praça Fernando Amaro. Lei n.° 131, de 27 de agos
to de 1906.
47.- PRAÇA REPÚBLICA
Entreas ruas JoãoEstêvão eConselheiro Sinimbu.
48.- LADEIRA DA FONTE
Começo
que na
Esta ladeira, foi rua Conselheiro
calçada p Sinimbu
comedras vindas daeÁfrica,
termina na lastros
como rua João
ads Estêvão.
embarcações,circunda aFonte Velh a de Beber Água, monumento de 1656.
49.- PRAÇA DO JAPÃO
Entre as ruas Joãostêvão,
E Antô
nio Bitten
court ePêcego Júnior. Lei
n.°
1.477,de 31 dejulho de 1987. Prefeito W
aldyr Salmon.
50.- LADEIRA DO COLÉGIO
Começana rua 15 de Novembro e termina na rua Gen
eral Carneiro.
51.- RUA FERNANDO SIMAS
Começa na rua General Carneiro e termina na rua José Antônio
Temporão.
Anteriormente:
1.- Rua Ipiranga, até o ano de 1904.
2.- Rua 13 de Maio. Lei°n.115, de 27 de ag
osto de 1904.
3.- Rua Fernando Simas - atual.
52.- TRAVESSA 7 DE SETEMBRO
Começana rua-16 de Novembro e termina na rua Faria Sobrinho.
Anteriormente:

454
1.- Trav
2.- Travessa
ess daCadeia,
a Sete atéro.o Lei
de Setemb oanden.°
19254,. de 12 de maioed1925.
41
53.- LADEIRA 19 DE DEZEMBRO
Começa na aru15 de Novembro termina naraça
p Leôncio
Correia.
Anteriormente:
1.- Ladeira do Macedo.
2.-Ladeira 19 de dezembro. Lei n.° 414, de 12 de maio de 1925.
54.- LADEIRA 29 DE JULHO
Começa na aru15 de Novembro e termin
a na praça Leôn
cio Correia.
Anteriormente:
1.- Ladeira do Macedo.
2.- Ladeira 29 de julho. Lei n.°
414, de 12 de maio de 1925.
55.- JARDIM LEOCÁDIO PEREIRA
Entre aladeira 19 de
Dezembro, rua 15de Novembro e ladeira 29 deJulho.
Anteriormente:
1.- Jardim Xavantes.
Deliberação da câmara municipal, sessão de
31 de
dezembro de 1886.
2.- Jardim Leocádio P
ereira. Lei n.° 27
1, de 3 de agosto de 1915.
56.- RUA DESEMBARGADOR HUGO SIMAS
Começa a rua 15 de Novembro e termina na ru a Júlia da Costa.
Anteriormente:
1.- Rua Funil, até oano de 1836.
2.- Rua das Flores, até o oande 1879.
3.- Rua SilvaLemos. Deliberaçã o da câmara m
unicipal, sessão de
12 de
julho de 1879.
4.- Rua Desembargador Hugo Simas - atual.
57.- RUA JOSÉ ANTÔNIO TEMPORÃO
Começa na rua Professor Cleto é termina na rua Desembargador Hugo
Simas.

58.- TRAVESSA DOS ESTIVADORES


Começa na Coronel Santa Rita. Não tem saída.
59.- RUA JORGE VASILASKIS
Começa na rua Xavier da Silva e termina na rua Coronel Santa Rita.
60.- TRAVESSA JOSÉ TRAMUJAS
Começa na rua Xav
ier da Silvae termin
a na rua Coronel Santa Rita.
61.- TRAVESSA DR. ROBERTO BARBOSO
Começa narua Xavier da Silva
e termina na ru
a Coronel Santa Rita.
62.- PRAÇA EUFRÁSIO CORREIA
Entre as ruas desembargador Hugo Simas, José Antônio Temporão,
Professor Clet
o e Júllia da Costa.Foi trans
formada em par
que infan
til ezoológico
de pequenos animais, no segundo governo do prefeito José Vicente Elias.
1.- Praça Eufrásio Correia. Deliberação da câmara municipal, sessão de
25 de setembro de 1901.
63.- AVENIDA GABRIEL DE LARA
Começa na ur a Júlia da Costa e termin
a na rua Scherer,no Bairro do
Rocio.
Anteriormente:
1.- Avenida Marquês de Herval. Lei n.° 221 de 9 de setembro de 1912.
2.- Avenida Gabriel de Lara. Lei n.°4,
41de 12 de maio de 1925
.
64.- TRAVESSA DO IPASE
Começa na avenida Gabriel de Lara e termina na rua Professor Cleto.
65.- RUA PRISCILIANO CORRÊA
Começa na rua General Carneiro e termina na rua Dr. Leocádio.
1.- Ladeira da Conceição, até oano de 1861.
2.- Rua Sete deSetembro, até o ano de 1888.
3.-Rua Princesa Isabel.Deliberaç ão da Câmara Municipal,sessão de 2
dejunho de 1888. ^
4.- Rua Marecha l Florian
o Peixoto.Deliberação da Câma ra Municipal,
sessão de 26 de julho de 1803.
5.- Rua Prisciliano Corrê
a, lein.° 220 de 9 desetembro de 1912.
66.- AVENIDA ARTUR DE ABREU
Começa narua Dr. Leocádioterm e ina na rua JoãoEugênio. Deliberação
da câmara mu
nicipal, sessão de 18de dezembro de 1900.
67.- RUA JÚLIA DA COSTA
Começa naavenida Artur de Abreu e termina na rua dos Expedic
ionários.
Anteriormente:
1.- Rua do Alto, até o anoed1868.
2.- Rua da In
dependência, até oano de 1911.
456
3.- Rua Júlia da Costa. Lein.°202, de 17 de julho de 1911.
68.- TRAVESSA SALIM J. CHEDE

Começa na avenida Artu


r de Abreu e termina na
avenida Gabriel
de Lara.
69.- PRAÇA ALMIRANTE TAMANDARÉ
Entre a avenida Artur de Avenida de Abreu e rua João Eugênio.
70.- PRAÇA CÍVICA ALCEU DE OLIVEIRA TOLEDO
Entre a travessa Salim J. Chede e rua Correia Defreitas.
71.- TRAVESSA DR. FON TES
Começa na rua João Eugênio e termina na travessa Salim J. Chede.
72.- RUA CORREIA DE FREITAS
Começa na rua João Eugênio e termina na rua Dr. Leocádio.
73.- RUA NESTOR VÍTOR
Começa na ma João Eugênio e termina na avenida Governador Manuel Ribas.
74.- RUA COMENDADOR CORRÊA JÚNIOR
Começ
a na ma Joã
o Eugênio e termina naavenida Go
vernador Manu
el
Ribas.
75.- TRAVESSA PROFESSORA LOURDES MOROZOWSKI
Começa na rua Comendador Corrêa Júnior e termina na rua Nestor
Vítor.
76.- RUA 5 DE JUNHO (V^IA FÉRREA)
Começa na rua JoãoEugênio e termin
a na rua Barãode Amaz
onas. Lei
n.° 287, de 2 de setem
bro de 1916.
77.-PRAÇA NEWTO DESLANDES DE SOUSA
Entre as ruas eneral
G Carneiro,
Prisciliano Corrêa e15 de Novembro.
Decreto .n° 791, de 8 de julho de980.
1 Prefeito : José Vicente Elias.

78.- PRAÇA MANUEL RICARDO CARNEIRO


Entre asruas 15 de Novembro, General Carneiro e Largor. D
Acioli.
Deliberação da Câ
mara Municipal, sessão de de
11 julho de 8187.
79.- PRAÇA ROSA ANTÔNIO DE ANDRADE
Entre o Largo Dr. Acioli e rua Benjamim Constant. Inaugurada em 28 de
457
julho de 1991. Prefeito: José Vicente Elias.
80.- PRAÇA DR. ÁLVARO BITTENCOURT LOBO FILHO
Entre cais do rio Itiberê, rua Benjamim Constant e começo da alameda Coronel
José Lobo
. Inaugurada em 29 dejulho de1978. Prefeito
: JoséVicente Elias.
81.- RUA PRINCESA ISABEL
Começa nolargo Dr. Aciolie termina na ru a Baronesa do Serro
Azul.
Anteriormente:
1.- Rua da Rosa, até o ano de 1880.
2.- Rua Paissandu, até o ano de 1888.
3.- Rua Dona Isabel.Lei n.° 221, de 9 de setem
bro de 1912.
4.- Rua Princesa Isabel. Lei n.° 373, de 21 de dezembro de 1921.
82.- TRAVESSA NILSON NEVES FILHO
Começa na rua P
rincesa Isabel
e termin
a na rua Manuel Bonifáci
o.
83.- RUA MANUEL BONIFÁCIO
Começa no cais do rio Itiberê e termina na Avenida Portuária.
Anteriormente:
1.- Rua 5de Junho. Deliberação da câmara municipa
l, sessão de15 de
outubro de 1880.
2.- Rua Dr. Munhoz da Rocha. Lein.° 287,de 2 de setembro de 1916.
3.-Rua Manuel Bonifácio. Lei n.° 4,
41de 12 de maio de 1925.
84- AVENIDA CORONEL JOSÉ LOBO
Começa na rua Benjamim Constant e termina na rua Coronel Pereira
Alves.
Anteriormente: .
1.- Boulevard SerzadelaLei n.° 15,de 19 de abri
l de 1893.
2.-Avenida Munhoz da Rocha. Lein.°414, de 12 de mai o de 1925.
3.- Avenida Coronel JoséLobo -atual.
85.- TRAVESSA NICOLAU FARAH
Começa na rua Benjamim Constant e termina rua Visconde de Nácar.
86.- RUA JOSÉ ALVES
Começa na rua Visconde de Nácar e termina na rua Rodrigues Alves.
87.- RUA MARECHAL FLORIANO
Começa na rua Benjamim Constant e termina interrompida na Cotriguaçu.
4Le
5 8in° 16 , de 19.4.1893.
88.- RUA DESEMBARGADOR ERMELINO DE LEÃO
Começa norio Itiberêe termina inter
rompida na Cotrigu
açu. Lein.° 16, de
19 de abr
il de 1893.
89.- RUA SCHERER
Começa no largo denominado Furado e interrompe-se na avenida Portuária
e recomeça na aruDr. Nilo Cair
o, passapela fren
te da igreja de Nossanhora
Se
do Rocio e termina na rua José de Azevedo.
Lei n.°16, de 19 de abril de 1893
.
90.- RUA VISCONDE DE NÁCAR
Começa na Scherer e termina na rua Prisciliano Corrêa.
Anteriormente:
1.- Rua da B
oa Vista, até o an
o de 1877.
2.- Rua Barão deNácar, Deliberação da Câmara Municipa
l, sessão de 4
de setem
bro de 1877.
3.- Rua Visconde de Nácar. DeliberaçãoadCâmara Municipal,sessão
de 22 de setem
bro de 1880.

91.-
ComRUA FARIA
eça na avenSOBRINHO
ida Coron
el José Lobo etermina na rua JoãoRégis.
Anteriormente:
1.- Rua da Baixa,até o ano de 1844.
2.- Rua do Ouvidor, até o ano de 18
79.
3.- Rua Pêcego Júnior. Delibera
ção da Câma
ra Municipal, sessão 12
de
dejunho de 1879.
4.- Rua Faria Sobrinho - atual.
92.- RUA PÊCEGO JÚNIOR
Começa na ma João Régis e termina no largo da Fonte Velha de Beber Água.
93.- RUA RODRIGUES ALVES
Começa na rua Schere
r e terminou na avenid
a Artur de Abreu.
Anteriormente:
1 .-Rua Dr. Leocádio
2.- Rua Rodrigues Alves. Não consta deliberação da Câmara Municipal
ou lei, entretanto, em documentos públicos a ela se referem.
94.- RUA TEODORICO DOS SANTOS
Começa na rua Scherer e termina na rua Princesa Isabel.
Anteriormente:
1.- Rua daIndependência,até o ano de 1911.
459
2.- Rua Júlia da Cost
a. Lei n.°202, de 17 de julho de 1911.
3.- Rua Gabriel de Lara. Lein.° 172, de 21 dedezembro de 1921.
4.- Rua Teodorico dos Santos. Lein°.414,de 12 demaio de 1925.
95.- RUA JOÃO PESSOA
Começa na rua Scherer e termina na rua Princesa Isabel.
Anteriormente:
1.- Rua Fern
ando Simas. Lein.° 312, de 7 de Novembro de 1917.
2.- Rua João Pessoa - atual.
96.- RUA JOÃO EUGÊNIO
Começa na rua Scherer e termina na avenida Gabriel de Lara.
Anteriormente:
1.- Rua Antônio Pereira. Lei n.° ,16
de 19 de abril de 18
93;
2.- Rua João Eugênio. Lei n.° 41
4, de 12 de maio de 1925.
97.- RUA MANUEL CORREIA
Começa na rua Scherer e termina na rua Nicolau Màder. Lei n.° 19 de
abril de 1893.
98.- RUA BARONESA DO SERRO AZUL
Começa na rua Scherer e termina na rua Nicolau Mãder;
Anteriormente:
1.- Rua Migu
el Braga. Lei n.° 16,
de 19 de abril de 1893
.
2.- Rua Baronesa do Serro Azul - atual.
99. - TRAVES SA EURÍP EDE S BRANCO
Começa na rua Baronesa do Serro Azul e termina na rua Barão do Rio
Branco.
«

100.- RUA BARÃO DO RIO BRANCO


Começa na rua Scherer e termina na rua Coronel Santa Rita.
101.- TRAVESSA ALMEI DA
Começa na rua Barão do Rio Branco e termina na rua Manuel Pereira;
102.- RUA MANECO VIANA
Começa na rua Coronel Santa Rita e termina na rua Nicolau Mãder.
103.-RUA MANUEL PEREIRA
Começa na rua Scherer e termina na rua Nicolau Mãder. Lei n.° 16, de
19 de abril de 1893;

460
104.- TRAVESSA JOAQUIM XAVIER NEVES
Começa naua
r Manuel Pereira eerm
t ina na Conselheiro Corrêa.
105.- RUA CONSELHEIRO CORRÊA
Começa na rua Scherer e termina na rua Nicolau Mader. Deliberação
da câmar
a municipal, sessão de 15
outubro de 1880.
107.- ESTRADA DO ROVKMAN
Começa na rua Coronel Santa Rita e termina na rua Randolfo Arzua.
108.- RUA DESEMBARGADOR LAURO LOPES
Começa narua ProfessorRandolfo Arz
ua e termina narua Coman
dante
Dídio Costa
.
109.- RUA DR. AMIM MUSSI
Começa na rua Alípio dos Santos e termina na avenida Dr. Roque
Vernalha.
110.- PRAÇA DR. DELMIRO SALDANHA DA ROCHA
Entre as ruas Soares Gomes, Dr. Amim Mussi, avenida Dr. Vernalha e
BR - 277.
111.- RUA SOERES GOMES
Começa na rua Scherer e termina no rio Emboguaçu.
Anteriormente:
1.- Rua Fer
nando Amaro. Lei n.° 72, de 20 de julhode 1900.
2.- Rua Soares Gomes. Lei n.° 220
, de 9 de setembro de 1912.
112.- RUA CONPAR
Começa na rua Soares Gomes. Não tem saída.
113.- B R 277
Começa na avenida Portuária. Inaugurada em 6 de abril de 1968.
Anteriormente:
1.- Rua Clev
eland. Lei n.° 72, de 20 dejulho de 1900.
3.- Rua Antônio Pereira. Lei n.° 414, de 12 de Maiode 1925.
3.- A BR-277, inaugurada em 6 de abril de 1968, foi construída na rua
Antônio Pereira que começava na rua Scherer e terminava na rua Nicolau Mãder.
Nota:- A duplicação da BR-277 - Paranaguá-Curitiba, foi entregue ao
trânsito em 3 de fevereiro de 198 2.

461
114.- AVEN IDA GOV ERNA DOR MANU EL RIBAS
Começa na avenida Portuária e termina no rio Emboguaçu.

115.- RUA PEREIRA ALVES


Começa na rua Santos Dumont e termina na avenida Portuária.
Deliberação da câmara minicip
al, sessão de 22 de setem
bro de1880.
116.- RUA SANTOS
Começana marg
inal da estrada de
ferro e termina na avenida Portuária.
117.- RUA GASTÃO SOARES GOMES
Começa na rua Arthur Bernardes e termina no rio Emboguaçu.
118.- RUA CLAUDIONOR NASCIMENTO
Começa na rua Arthur Bernardes e termina no rio Emboguaçu.
119.- RUA JOSÉ CADILHE
Começa na rua Coronel Santa Rita e termina no rio Emboguaçu.
120.- PRAÇA ROSA MARIA ALBOIT RAMOS
Entre as ruas José Cadilhe e Barão do Amazonas.
121.- RUA BARÃO DO AMAZONAS
Começa narua Comen dador CorrêaJúniore termina noior Embogu
açu.
Lei n.° 72,de 20 de julho de 1900.
122.- RUA FRANCISCO MACHADO
Começa na Avenida Gabriel de Lara e termina no rio Emboguaçu.
123.- RUA F R EI JOSÉ^ THOMA Z
Começa na rua Dr. Rego e termina no rio Emboguaçu.
124.- RUA DR. REGO
Começa na avenida Bento Rocha e termina no início da rua Frei José
Thomaz. Lei n.° 72,de 20 de julho de900.
1

125.- RUA DR.


Começa NILO
na rua FreiCAIRO
José Thomaz e termina na rua Scherer, no trecho
que se dirige ao Roc
io.
126.- AVENI DA BE NT O ROC HA
Começa na avenida Portuária e termina no rio Emboguaçu.

462
Anteriormente:
1.- Avenida Marquês de Herv
al. Lei n.° 72, de 20 de ulho
j de 1900;
2.- Avenida Bento Rocha. Lei n.° 220, de 9 de setembro de 1912.
127.- RUA PROFESSOR DÉCIO
Começa na avenida Gabriel de Lara e termina rua Coronel Santa Rita.
Lei n.° 102,de 3 de dezembro de 1902.
128.- RUA JOSÉ DE AZEVEDO
Começa na rua Professor Décio e termina ma rua Coronel Santa Rita.
Lei n.° 105,de 3 de dezembro de 1902.
129.- PRAÇA LUÍS XAVIER
Entre as ruas José de Azevedo e Scherer.
Anteriormente:
1.- Largo Nossa Senhora do Rosário do Rocio. Lei n.° 105, de 3 de
dezembro de 1902.
2.- Praça Luís Xavier -atual.

130.- RUAna13rua
Começa DE MAIO
Comandante Dídio Costa e termina na avenida Dr. Roque
Vernalha.
131.- PRAÇA DE PORTUGAL
Entre alameda Coronel Elísio Pereira, e avenida Dr. Roque Vernalha e
rua Domingos Peneda. Lein.° 919, de 20de julho de 1973. Inaugurada em 29 de
julho de 1978. Prefeito: José Vicente Elias.
132.- RUA MIGUEL N. ANASTÁCIA
Começa na rua Randolfo
AVzuae termina narua Alípio dos Santos.
133.- RUA MANUEL MATA JÚNIOR
Começa na rua Baronesa do Serro Azul e termina na rua Conselheiro
Corrêa.
134.- TRAVESSA DO LÍBANO
Começa na rua Manuel Pereira e termina na rua Conselheiro Corrêa.
135.- TRAVESSA MENDES
Começa na rua Manuel Pereira e termina na rua Conselheiro Corrêa.

463
136.- RUA MAJOR ERNANI VIDAL
Começa na rua Manuel Pereira e termina na rua Conselheiro Corrêa.
137 .- PRAÇ A DUQUE DE CAXIAS
Entre as ruas Maneco Viana e Odilon Mader, frente para a igreja da
Paz.
138.- RUA AL FR ED O BUDANT
Começa na marg
inal rio Itiberêe termina no rio Emboguaçu.
139.- RUA WASHINGTON LUÍS
Começa na BR277 e termin
a na rua FreiJosé Tomás.
140.- RUA NICOL AU MÀDER
Começa na rua Domingos Peneda e termina na rua Gastão Soares Gomes.
141.- RUA ALBERTO GOMES VEIGA
Começa na rua Domingos Peneda e termina no rio Emboguaçu.

142.- RUA ANTÔNIO


Começa MORAIS
na avenida Bento Munhoz de Rocha Neto e termina no rio
Emboguaçu.
NOTA: Deixaram ed constar osnumerosos nomes de ruas travessas ,
existentes nos bairros, tais como Guarani, Jackson, Cruzeiro, Porto dos Padres,
Vila Paranaguá, Jardim Araçá, Emboguaçu, São Vicente, Asa Branca, Vila do
Povo, Santos Dumont, Guaratuba, América, São João, Divinéia, Comerciários,
Parque Agari,Jardim P
aranaguá, Vale do oSl, VilaGarcia.
Pelo mapa de Paran aguá, de dezembro de 1992, a rua Scherer,que
nunca realmente foi aberta, desapareceu. Onde foi previsto o começo desta rua
Caetano Gomes Corrêa.

464
XXIV - RÁPIDAS REFERÊNCIAS

AParanaguá
CIDADE ANTIGA
dos séculos XVIII e XIX é ainda perfeitamente identificável
no conjunto urbano. Estendendo -se à margem do rioItiberê, a cidade velha tem
sua paisagem própria, formada por uma pequena trama de ruas e vielas tortuosas,
onde se enfileiram séries de casas térreas e assobradadas construídas no
alinhamento, sem recuo. Sobressaem no conjunto alguns edifícios de maior
vulto, portad
ores, no passado, de umpepa l importante na vida loc
al, como as
igrejas, a fonte e alguns sobrados.
Esteconjunto , porém, não éuniforme; em primei ro lugar, amaior parte
do casario primitivo sofreu alterações irreparáveis, como é o caso da Matriz,
inteiramente desfigurada; de outrae,part
grande parte dessas obrasdesapareceu,
demolida e substituída por construções novas. Pode-se citar, como essa capela
do Senhor Bom Jesus dos Perdões: construída em 1710, existiu até o ano de
1938. Foi demolida.
É de salientar,contudo, que apesar dastilações
mu sofrid
as pelacidade
antiga, manteve-se inalterada a escala urbana. Isto se deu em virtude de terem
as construções novas mantido fidelidade sempre ao gabarito e quase sempre
ao alinh
amento das construções vizinh
as mais antigas.
Mas se a cidade antiga sobreviveu quase que incólume em termos de
escala urbana, no que diz respeito aos elementos arquitetônicos restou
f racionada em conjuntos e monumentos ainda portadores de suas características
primitivas. 270

; 1 ^

19381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Faria de Freitas
CRO 1496
Exemplar de Assinante

(270;. - Fonte: Plano Diretor de Desenvolvimento de Paranaguá, Prefeito Dr. Nelson de Freitas Barbosa, 1967. p. 140

465
XXIV - RÁPIDAS REFERÊNCIAS

AParanaguá
CIDADE dos
ANTIGA
séculos XV II I e XI X é ainda perfeitamente identificável
no conjunto urbano. Estendendo-se à margem do rio Itiberê, a cidade velha tem
sua paisagem própria, formada por uma pequena trama de ruas e vielas tortuosas,
onde se enfileiram séries de casas térreas e assobradadas construídas no
alinhamento, sem recuo. Sobressaem no conjunto alguns edifícios de maior
vulto, portadores, no passado, de um papel importante na vida local, como as
igrejas, a fonte e alguns sobrados.
Este conjunto, porém, não é uniforme; em primeiro lugar, a maior parte
do casario primitivo sofreu alterações irreparáveis, como é o caso da Matriz,
inteiramente desfigurada; de outra parte, grande parte dessas obras desapareceu,
demolida e substituída por construções novas. Pode-se citar, como essa capela
do Senhor Bom Jesus dos Perdões: construída em 1710, existiu até o ano de
1938. Foi demolida.
É de salientar, contudo, que apesar das mutilações sofridas pela cidade
antiga, manteve-se inalterada a escala urbana. Isto se deu em virtude de terem
as construções novas mantido fidelidade sempre ao gabarito e quase sempre
ao alinhamento das construções vizinhas mais antigas.
Mas se a cidade antiga sobreviveu quase que incólume em termos de
esc ala urbana, no que diz respeito aos element os arquitetônicos restou
fracionada em conjuntos e monumentos ainda portadores de suas características
primitivas. 270

19381016 316FF 20 I I
Dr. Jose Maria Faria de Freitas
CRO 1496
Exemplar de Assinante

0! - Fonte:
(27 Plano Diretor de Desenvolvimento deP aranaguá, Prefeito Dr. Nelson de Freitas Barbosa, 1967. p.140

465
Seqüências da rua da Praia, à margem do rio Taguaré.
Hoje rua General Carneiro e rio Itiberê. Antiga cidade.
XXV
PRIMEIRO CENTENÁRIO DA CIDADE DE
PARANAGUÁ
CONTEXTO HISTÓRICO
No parlamento brasileiro, os políticos liberais, em oposição aos
conservadores, então no poder, conseguiram, com a revolta parlamentar, a
maioridade do jovem Imperador.
Dom Pedro II ( 182 5- 1891 ), meses antes de completar 15 anos, assumiu
os encargos do governo a 23 de julho de 1840.
O Império Brasileiro enfrentava o mais longo e o mais grave movimento
revolucionário, conhecido como Revolução Farroupilha, no Rio Grande do
Sul. Começou em 20 de setembro de 1835, nos campos do Viamão, quando era
Regente Uno o padre Diogo Antônio Feijó, tendo por causa meras rivalidades
políticas. Os liberais estavam no poder e os conservadores, na oposi ção.

foi muitoAcurta.
primeira situação
Na ânsia liberal domaioria
de conseguir governo nasdoeleições,
imperador
que Dom Pedro II,
se realizariam,
em 1840, para a 5. legislatura, as quais garantiriam a estabilidade do ministério,
a

os ministros liberais exerceram uma pressão escandalosa sobre o eleitorado. O


pleito ficou conhecido como:
Eleições a cacete.
Em 1841, o Imperador chamou ao poder os políticos conservadores.
Quando devia instalar-se a Câmara eleita em 1840, o Imperador Dom Pedro II,
porém, usou pela primeira vez do seu direito de dissolução, convocando
imediatamente novas eleições. Não se conformaram os liberais, que reagiram
com violência.
Antes de deflagrar a revolução, conhecida como Revolução Liberal de
Sorocaba, o novo Presidente da Província de São Paulo, José da Costa Carvalho
(1 79 6- 18 60 ), Barão de Monte Ale gre, (dep ois Visconde e Marquês) - o mesm o
que foi membro da Regência Trina e João Bráulio Muniz - no dia 5 de fevereiro
de 1842, sancionou a Lei, elevando à categoria de Cidade, as Vilas de:
Taubaté
Itu
Sorocaba
Curitiba
Paranaguá e a de São Carlos com título de cidade de Campinas.

467
Eis o texto da Lei N.° 5:
"O Barão de Monte Alegre, Presidente da Província de São Paulo,
Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembléia Legislativa
Provincial decretou e eu sancionei a lei seguinte:
Art 1.° - Ficam elevadas à categoria de cidades, com a mesma
denominação, as vilas de Taubaté, Itu, Sorocaba, Curitiba, Paranaguá e a de
São Carlos com o título de cidade de Campinas.
Art 2 . - Ficam revogadas as disposições em contrário.
o

Mando portanto a todas as autoridades, a quem o conhecimento


execução da referida lei pertencer que a cumpram e façam cumprir tão
inteiramente como nela se contém. O Secretário desta Província a faça imprimir,
publicar e correr. Dada no Palácio do Governo de São Paulo aos cinco dias do
mês de fevereiro de mil oitocentos e quarenta e dois.
Barão de Monte Alegre".
A Câmara Municipal de Paranaguá, em 12 de fevereiro oficiou ao Barão
de Monte Alegre, cumprimentando-o por ter tomado posse da Presidência da
Província e, em 14 de março, acusava o recebimento da Carta de Lei, na qual
elevava a Vila de Paranaguá à categoria de Cidade.
a

a devidaAgradecendo
execução. por este tão fausto motivo a S. Ex.e a qual passavam dar
27 1

Em 7 de abril, na igreja Matriz, celebrou-se um Te Deum em ação de


graças, pelo júbito da elevação da Vila à categoria de Cidade.
Em 10 de maio, declarou-se a revolução liberal de Sorocaba. No dia 16,
o brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar foi aclamado Presidente revolucionário.
Imediatamente, o governo de sua Majestade o Imperador Dom Pedro II
confiou ao brigadeiro Luís Alves de Lima e Silva, Barão de Caxias, o comando
do exército pacificador. As rápidas medidas, cortaram as esperanças de auxílio
estranhos aos revolucionários, tanto do norte, como do sul.
A quinta Comarca da Província de São Paulo, principalmente Paranaguá
e Curitiba, não pouparam esforços para impedir o avanço dos revolucionários
Farroupilhas e agora elevadas àcategoria de cidades e ainda com promessa de
separação, continuaram fiéis ao governo do Imperador Dom Pedro II.
A presença de exército pacificador, os rebeldes debandaram ao primeiro
tiro, abandonando as armas. O governo deportou, provisoriamente, os chefes,
senador Vergueiro e Feijó, para o Espírito Santo, ali deixando em liberdade.
O governo imperial não demorou em designar Caxias como seu
delegado civil e militar no Rio Grande do Sul. A Revolução Farroupilhatambém
chegara ao final, no ano de 1845.
(271)-VIEIRA DOS SANTOS. Antônio. Memória Histórica. 1850. ed. Pref. Municipal de Paranaguá, 1922, p. 315.

468
XXV
PRIMEIRO CENTENÁRIO
PA RAN AG UÁDA CIDADE DE
CONTEXTO HISTÓRICO
No parlamento brasileiro, os políticos liberais, em oposição aos
conservadores, então no poder, conseguiram, com a revolta parlamentar, a
maioridade doovem
j Imperado r.
Dom Pedro II (1825-1891), meses antes de comp letar 15 anos, assu
miu
os encargos do go verno a 23 de julhode 1840.
O Império Bra sileiro enfren
tava o mais longooemais grave mov imento
revolucionário, conhecido como Revolução Farroupilha, no Rio Grande do
Sul.Começou em 20 de setembro de35, 18nos campo s do Viamão, quan do era
Regente Uno o padre Diogo Antônio Feijó, tendo por causa meras rivalidades
políticas.Os liberais estavam no poder e os conservadores, na oposição.
Acurta.
foi muito primeira situação
Na ânsia liberal
deconseg do governo
uir maioria do imperador
nas elei
ções, Dom Pedro II,
que se realizariam,
em 1840,para a 5. legislatura,
a
as quais garan
tiriam a estabilidadeministério,
do
os ministro s liberais exerceram um a pressão escandalosa re sob
o eleitorado.O
pleito ficouconhecido como:
Eleições a cacete.
Em 1841, o Imperador chamou ao pode r os políticosconserv adores.
Quando devia instalar-se a Câmara eleita em 1840, o Imperador Dom P edro II,
porém, usou pela primeira vez do seu direito de dissolução, convocando
imediatamente novas eleições. Não se conformaram os liberais, que reagiram
com violência.
Antes de deflagrar a revolução, conhecida como Revolução Liberal de
Sorocaba, onovo Presiden te da Província deSão Paulo, Jos é da Costa Carvalho
(1796-1860), Barão de Mo nte Alegre, (depois Visconde e Marqu ês) - o mes
mo
que foi mem bro da RegênciaTrina eJoão BráulioMuniz - no dia 5de fevereiro
de 1842, sancionou a Lei,elevando à categoria de Cidade , as Vilas de:
Taubaté
Itu
Sorocaba
Curitiba
Paranaguáaede São Carlos com título de idade c de Camp inas.

467
FESTAS COMEMORATIVAS DO PRIMEIRO CENTENÁRIO
No dia 5 de fevereiro de1942, transcorreu o prime iro centenário da
elevaçã
condignoam
da vila
entecomdeemorad
Paranaaguá aPrefeitura
pela categoria Mde idade,
c
unicipal. ea relevante data foi
As comemorações contaram com a presença de altas autoridades da
capitaldo Estado e deoutros municípios.
Como a leiProvincial n.° ,5de São Paulo, elevou à categoria de dades,
ci
entre outras vilas, a de Curitiba, comemorando também na mesma data, a
presença em Paranaguá doSenhor Manue l Ribas, Interventor Federal noEstado
do Paraná e do general Pedro Cavalcante, comandante da 5região
a
. militare de
outras altas autoridades estaduais, comprovam a importância das festas
comemorativas por Paranaguá.
Eis a programação:
PRIMEIRO CENTENÁRIO DA CIDADE DE PARANAG UÁ
Programa das festas comemorativas do primeiro centenário da elevação
de Paranaguá à categoria de Cidade, em 5 de fevereiro de 1842.
Dia 4 de fevereiro
Hora:
20 - Marchaaux flambeaux -Comissãoorganizadora: et nente Mariano
Bértoli eDr. Oscar N.Reiman
21 - Inauguração dos melhoramentos no parque infantil e provas
esportivas de basquete, vôleie tênis.Comissão
: Dr. João Ferraz de Campos e
Prisciliano Corrêa Júnior.
23 - Sarau no Clube Olímpico. Comissão: A diretoria do clube.
Dia 5 defevereiro:
Hora: .
05 - Alvorada pela banda musical (Sociedade Musical de Paranaguá),
salva de morteiros (Adriano Paiva).
7 h 30min - Missa campal solene na ave nida Arthur de Abreu
.
Comissão: Padre Adamo, Dr. Bento de Oliveira Rocha e Bernardino
PereiraNeto. '
8h30min - Inauguração docalçamento da rua Vieirados Santos,ligando
a cidade
do abrigoà àestrada
ve do pmar
lhice, na raça(hoje
Piresliga
Par aorua
dinh dos Expedicionários).
(Campo G Inauguração
rande) e a sua entrega
solene à Sociedade de Socorro aos Necessitados.
9h30min - Inauguração da casa da criança e lançamento da pedra
fundamental da maternidade, na avenida Gabriel de Lara.

469
10 - Lançam ento dapedra fun damental donovo grupo escolar,na avenida
Gabrielde Lara,esquina daavenida Governador Manuel Ribas.
Hora:
lOh 15min -Inauguração dos quatro nov os armazéns do cais do porto.
Comissão: Dr. Raul Macedo eAfonso Gama Júnior.
10h45min - Inauguração do cais de inflamáveis no Rocio.
Comissão: Dr. Raul Macedo, diretoria da Associação Comercial de
Paranaguá e Dr. R. Reicher.
11 - Almoço comemorativ o peloRotary Club deParanaguá.
14 - Concentração popular na avenida Arthur de Abreu, para entrega
solene de bandeiras brasileiras
a uma unidade do exércit
o e às seguin
tes escolas:
Colégio São José, Liceu Manuel Viana, Escola Faria Sobrinho, Escola de
Aplicação e Jardim de Infância. Comissão: Comandante Dutra da Fonseca e
Drs. Hugo Pereira Corrêa e Aníbal Ribeiro Filho.
17 - Inauguração e entrega ao público da bibliotec
a públicamunicipal , no
Palácio da Prefeitura.
17h30min - Recepção da Prefeitura ao corpo consular e autoridade.
19 - Concentração na praça JoãoGuilherme.
20 - Festa
Randolfo venAntônio
Veiga, eziana no rio Itiberê
Morais egrandedaque
Pereira ima dee fogos.
Costa Comissão:
Newton Deslandes de
Sousa.
21- Sessões cinematográficas nos cines Rosário e Santa Helena, com
entrada franca e oferecidas ao povo pela empresa Cine Rosário.
22- Baile no Club Litterario (traje a rigor)
. Comissão: A dir
etoria do Club.
• Saraus nos clubes Republicano, Operá rio e Democrático.

COMISSÕES
FINANÇAS - Comandante Dutra, Dr. Benedito Gentil Coelho Furtado,
João Batista Lírio, Acrísio Guimarães e Paulo Cunha Franco.

PROPAGANDA - Aluízo Ferreira de Abreu , Dr. Bento de Oliveira


Rocha, Agassiz Morais e Vicente Nascimento Júnior.

470
XX V - RÁPID AS REF ERÊ NCI AS

SAUDAÇÃO A PARANAGUÁ
"No Centenário de sua elevação a Cidade -1842-1942.
Terra histórica dos primeiros dias do Brasil do sul! - eu te saúdo nas
águas da tua baía dourada de sol e bordada de ilhas verdes onde habitam as
gaivotas, as garças sedentárias e as graciosas palmeiras, filhas queridas dos
litorais.
Terra de luz e de lendas ! - eu te saúdo na profusão dos teus recursos
naturais, que fizeram a riqueza do teu passado - e na inspiração altíssima e
constante dos teus poetas, que tiveram por musas as alegrias festivas das tuas
paisagens.
Terra de sonho e de romance! eu - tesaúdo nas neblinas cor-de-rosa das
tuas madrugadas enas nuvens deprata doteu céu,que franja m as silhuetasdas
tuas cordilheiras azuis.
Terra de fé e de esperança! - eu te saúdo nos dias idos da tua mocidade
que as missões e os crentes alindaram de templos e de altares e os pioneiros
cobriram da glória da tua defesa.
Terra de trabalho e de justiça! - eu te saúdo nos homens que
desentranharam o ouro das tuas mina s e que com ele fizeram a tuaprosperidade,
e te saúdo ainda, terrade trabalho e de justiça! Nos homens que iniciaram a tua
existênciapolítica, personificados eresumidos nesse lumin oso vulto deGabriel
de Lara -o primeiro guia da tua vida pública.
Terra de idealistas
e de patriotas! eu- te saúdo nos bravos batalh ões dos
teus milicianos que indorm idos viveram de arm as na mão atendendo todas as
defesas do Brasil do Sul; e nos que o teu seio formaram um dos mais fortes e
brilhantes redutos nacionaisda aboliçãoe da república.
Terra de ontem e de hoje!- ed tesaúdo na contin uidade da tua icvilização,
que dos primeiros dias de nossa história vem erguendo o nome e a fama da
gente parnanguara.
Terra de amanhã! Terra do futuro! - eu te saúdo. 272

(272) - MARTINS, Alfre do Romário. Saudação a Paranag uá. Marinh a n." 49 Jan/ Fev. 1942.

Al i
TRICENTENÁRIO DEXXVI
PARANAGUÁ -1648 -1948
CONTEXTO HISTÓRICO
Gabriel de Lara,Capitão-Povoador, em 29 dejulhode 1648, conseguiu o
Foral com força de Carta Regia, por ter sido passado em nome de Dom João
IV, o Restaurador, 8.° Duque de Bragança, 21.° rei dePortugal (1640-1656),
elevando Paranaguá à categoria de Vila, com a denominação cristã e carinhosa
de Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, importante baliza angular
da organização política do Sul doBrasil.
Na prime ira eleições realizada em território
hoje parana
ense, coordenada
por Gabriel de Lara,para escolha dos me mbros do "conselho",foi eleito, entre
outros, JoãoGonçalves Peneda, 1.° juiz ordinário de Para
naguá, em 26 de
dezembro do mesmo ano, empossado em 9 de janeiro de 1649.
Nos festejos comemo rativos do tric
entenário em 29 de jul
ho de 1948, o
Prefeito
O era Jo
ão Eugênio
Estado do Paraná Cominese,
aguardava emp
ossado em
com 8 de dezemebro
entusiasmo de 1947.
vivo interesse a
passagem do tricentenário da elevação de Paranaguá à categoria de Vila,
berço do povoamento, da colonização, da sociedade e da cultura
paranaense.
Em começo do m ês de maio, no salão da blibliot
eca do Club Litterario,
reuniu-se, sob a presidência do Dr. José Loureiro Fernandes, Secretário de
Estado dos Negócios da dEucação e Cultura do Estado do Paran á, a comissão
central dos festejos
do tricentenário de
Paranaguá, com apresença dos seguintes:
João Eugênio Cominese, Prafeito Municipal, presidente dacomissão.
Dr. Antônio de Sousa Artigas, Superintendente da administração do Porto
de Paranaguá. Manuel Viera dos Santos, representante da Sociedade dos
Proprietários de imóveis de Paranaguá.
Ver. padre José Fischer.
Capitão-de-corveta Álvaro Natividade Fidalgo, Capitão dos Portos do
Estado do Paraná.
Dr. Hugo Pereira Corrêa,diretor do ColégioJosé Bonifácio.
Vereadores:
Dr. João Ferraz de Campos
Dr. Joaquim Tramujas
Antônio MoraisPereira da Costa

473
Mário Macaggi
Dr. Dídio Augusto de Camargo Viana
Sadi Freceirode Miranda.
O diretor do "D
iário do Comérci
o", Anthero Régis Pereira da Costa
Dr. Ginés Gebran e Aluízo Ferreira de Abreu, redator e diretor de
"Marinha".
O Dr. José Loureiro Fernandes, durante os trabalho da reunião, leu o
brilhante texto histórico de autoria do historiador Alfredo Romário Martins,
Presidente Perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.
"Curitiba, 7 de maio de 1948.
Exmo. Sr. Dr. José Loureiro Fernandes
DD. Secretário de Educação e Cultura.
Acuso o recebim ento do ofício deV. Ex.relativoà comemoração que a
a

29 de julho o município de Paranaguá pretende realizar, doterceiro centenário


de sua criação cabe-me dizer-lhe, Sr. Secretário, que este Instituto cumprirá
gostosamente o dever decorrente de sua missão, colaborando nessa justa
comemoração do fato histórico inicialda organização políticado Sul doBrasil
ond e, até então,
emanante a autoridade era
do proprietário da soment e Gabriel
Capitania, comodeprocurador.
Lara,
com poder restrito,
Do fato,que se vaicomemorar resultou , em primeiro lug ar, a posse oficial
das terras da segunda Capitania, então de propriedade do Marquês de Cascais,
que os espanhóis entendiam incluídas na demarcação castelhana, a partir de
Iguape.
Por motivo desse desenvolvimento, do sul da colônia portuguesa, de
Paranaguá para o Sul, não havia então nenhuma povoação branca, mas era
pomo ambicionado por amb as as coroas ibéricas que, aliás,por isso,se receavam
mutuamente. 4

Paranaguá (1646-1648) e Curitiba, no sertão, (1668 -1693), foram após


o despovoamento de Guaír a, pelos bandeirantes (1628 -1632), os atos de ação
imperalistapraticados por po rtugueses e por eles mantidos, através de todo o
curso das negociações dos tratados que, desde 1750, vieram sustentando uma
precária linha de fronteira,
que era mister ma nter vigiada por fortificaçõesfixas
e por contínuas expedições militares.
Foram setores dessa ação histórica a Colônia do Sacramento (1680 -
1777), fronteira com o Paranaguá; as fortificaç
ões de Paranaguá (1769 -1777);
e por fim os reforços militares à defesa do sul (1768) e as explorações que
visaram os campos do Tibagi e de Guarapuava, bem assim os seus sertões até
o rio Paraná (1768-1771).
Toda esta movimentada fase da definição territorial dos confins

474
meridionais do Brasil teve início e apoio nas organizações políticas de Paranaguá
e de Curitiba,pois que o próprio fato de su
as posições geográficas,
em plena
vigêque
de ncia oempí rica doTrata
governo do de Tord
português seesilh
as ( 1494),
decidia já significava
a manter a afirmaç
as conquistas ão
paulistas de
Guaíra, aliás, efemeramente reconhecidas, nas lindes traçadas pelo Tratado de
Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1777).
Fiz esta digressão através dos confins pretendidos pelas duas coroas
ibéricas, disputantes do sul do Brasil, para esclarecer a minha tese sobre a
relevância da fundação de Paranaguá e dos seus consecutivos esforços nesses
históricos assun tos, básicosde nossaformaçãoterritori al.
Nesta ascondições,a comemoração do tricentenário daqu ela fundação,
não tem somente significação regional, mas também alta expressão nacional.
Deve ser assinalada com um momento condigno dos acontecimentos
que daí decorreram para o nosso país. E preciso, nessa data, realizar alguma
coisa que lhe recorde a atenção e a importância. Alguma coisa que fique
assinalando que, na formação territorial do Brasil, a partir da fundação de
Paranaguá, nós, os paranaenses, tivemos assídua colaboração, esforços
incansáve is e glória que é mister
reivindicar,
para exemplo e orgu lho do presente
e posteridade.
Romário Martins, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do
Paraná. 273

Em começo do mês de julho, a Prefeitura Municipal de Paranaguá


distribuía o seguinte convite oficial:
O Prefeito de Paranaguá, Presidente da Comissão Central de Festejos
do Tricentenário da Carta Regia de29 de julhode 1648, tem a honra deconvidar
V. Ex. e Exma. Família para assistirem às festividades com as quais a mui
a

nobre cidade de Paran aguá vai comem orar, de25 a 29 do corrente,o transcurso
do terceiro centenário do seu foralr
égio.
Paranaguá, 7 de julho de1948.
João Eugênio Cominese,
Prefeito Municipal de Paranaguá,
Presidente da Comissão Central dos festejos.
O Dr. J. Mugiatti Sobrinho, diretor do Departamento de Cultura e
Divulgação do Estado do Paraná, passou a divulgar as mais completas
informações, tornando a propaganda realmente cívica e cultural. A imprensa
escrita e falada, numa demonstração de amor à terra e à história, colocaram-se
à disposição, divulg
andoamplamenteas informações alusivas
.
(273) - Fonte: Marinha n.° 78, 1948.

475
PROG RAMA OFICI AL DOS FESTEJOS COM EMO -RATIVOS
DO TRICENTENÁRIO
Na Secretaria de Educação e Cultu ra, em Curitiba, em 22 de julho, sob a
presidência do Secretário,Dr. José Loureiro Fern andes, reuniram-se oPrefeito
de Paran aguá, JoãoEugênio Comi nese;professores Do na Pomp íliaLopes dos
Santos, Osvaldo Pilotto, Fernando de Azevedo Moreira; ver. padre Vicente
Vítola e Dr. J. Mugiatti Sobrinho, a fim de fazer a revisão da programação
comemorativa do tricentenário de Paranaguá, a ^qual ficou assim organizada:
Mês: Julho - 1948
Dia/Hora
23 / 20 - Conceito pelas alu nas da Acade mia de Música de Paran aguá,
no Club Litterario.
24 / 20 - Concerto pelo Orf eão Paranaense, no Club Litterario .
25 / 09 - Maratona pelos atletas dos clubes esportivo s, com percurso
pelas principaistérias
ar dacidade ecom pon to de chegada na praça Monsenhor
Celso.
11 - Inauguração da exposição retrospectivas, no Colégio José Bonifácio.
14 - Torneio relâ mpago de futebol, pelos clubes adosfili àliga regional,no
estádio "Orlando Matos".
20 - Retreta na praça Fernando Amaro.
26/11 - Sessão prepa ratória doprimeiro Congr esso region al de história
e geografia, no Club Litter ario.
13 - Sessão preparatória do primeiro Congresso regional de história e
geografia,no Club Litterario.
14 - Torneio de basqu ete,na quadra do parq ue "Professor Déci o". Pelos
clubes filiados à liga eclética. *•
17h30min- Instalação do primeiro Congresso regional de história e
geografia, no lcub litterario.
20 h - Demonstração de dança s folclóricas e regionais, nos palanques
armados à avenida Artur de Abreu.
27/9 - Primeira sessão de estudos do primeiro Congresso regional de
história egeografia,na Câmara Municipal.
14 - Regatas no rio Itiberê, patrocinada pelo clube de regatas
"Comandante Santa Rita".
16 - Segunda sessão de estudos do primeiro Congresso de história e
geografia, naCâmara Municipal.

476
20 - Inauguração do retrato de Nestor Víctor, no Club Litterario.
20h30min -Concerto sinfô
nico da socieda
de de cultura artístic
a "Brasílio
Itiberê"
28/8(SCABI) - Salão
- Terceira Nobre
sessão do Clubdo
de estudos Ltterario.
primeiro Congresso regional de
história egeografia, nacâmara mu nicipal.
10 - Passeio dos congressistas pela baía de Paranaguá. Almoço na ilha
das Cobras.
10 - Torneio defutebol pelosclubes filiados liga
à subu rbana, no estádio
"Orlando Matos"
15 - Quarta sessão deestudos doprimeiro Congress o regional de história
e geografia, na Câmara Municipal.
20 - Festa veneziana no rio Itiberê. (Em conseqüência das chuvas esta
festa não se realizou).
29 zero hora - repique de sinos, apitos, salvas e outros, anunciando a
entrada do dia do rt icentenário.
06 - Alvorada festiva, com bandas de música percorrendo as principais
ruas da cidade.
09 - Hasteamento dabandeira m unicipal e inauguraçãodo marco
comemorativo, na praça Monsenhor Celso.
10 - Missa Solene na Igreja Matriz cultos
e religioso
s nos demais temp los.
11 - Inauguração do reforço deabastecim ento de água da cidade,praça
Pires Pardinho (Campo Grande).
12 - Inauguração da rodovia balneária Matinhos. Almoço emCaiobá.
14 - Visita oficial à exposição retrospectiva.
15 - Encerramento do primeiro Congresso regional de história e geografia,
no cine Rosário. 4

16 - Passeata escolar,desfile da Força Nav


al em visitaà cidade e passeata
popular.
17 - Sessão magna na Câmara Municipal e recepção pelas autoridades
ao povo.
20 - Concerto musical na praça Fernando Amaro e avenida Artur de
Abreu, com repetiçãodos principais núme ros dedanças regionais.
23 - Baile oficial degala no Club Litterario.Saraus em todos os clubes
recreativos da cidade.
Nota: O programa teve fiel desenvolvimento.

477
PRIMEIRO CONGRESSO REGIONAL DE HISTÓRIA E
GEOGRAFIA
1. Sessão preparatória
No dia 26 de julho
de 1948, às 14horas, no salãoobrn e do Club Litterario,
realizou-se a sessão preparatória do primeiro congresso regional de história e
geografia, comemorativo do tricentenário de Paranaguá.
O Dr. Gen aro RégisPereira da Costa, presidente do Institutoistóric
H oe
Geográfico de Paranaguá, convidou o D r. José Loureiro Fernandes,
representando o Governador do Estado do Paraná, Moisés Lupion.
Sob a presidência dehonra do Dr. José Loureiro Ferna ndes, Secretári
o
de Educação e Cultura, foi aberta a sessão, contando com a presença do Dr.
Hugo Pereira Corrêa, designado secretário do congresso, e professor Manuel
Viana que integravam à mesa. Também participaram da sessão o professor
Fernando Corrêa de Azevedo, Dr. Osvaldo Pilotto, professora Pompília Lopes
dos Santos, professor Dario Nogueira dos Santos, ver. padre Vicente Vítola,
representando o historiador Alfredo Romário Martins.
Em seguida, foramapresentadas e aceitas as crede nciais dasdiversas
delegações, com as apresentações protocolares.
O Dr. Júlio Estrella Moreira, diretor do setor de história do Museu
Paranaense, propôs para patrono do primeiro Congresso regional de história e
geografia, onome do histori
ador Antônio Vieira dos Santos, considerado o "Pai
da História Paranaense", aclamado por unanimidade.
Presentes, ainda, à sessão, o vereador Dr. Joaquim Tramujas, professora
Maria Rulanski,Dr. David.
Depois, procedeu-seà leiturado regimen to interno,aprovado na íntegra.
O Governador do Estado,Moisés Lup ion, João Eugên io Cominese,
Prefeito Municipal, Dr. José Loureiro Fernandes, Secretário de Educação e
Cultura e o historiador Alfredo Romário Martins, foram considerados
presidentes de honra do primeiro Congresso regional de história e geografia.
Procedeu-se, a seguir, à eleição da diretoria do congresso, que ficou
assim constituída:
Presidente - Dr. Genaro Régis Pereira da Costa.
Vice- Aluízio Ferreirade Abreu
Secretário
1.°SecretáGeral - Vicente
rio -Dr. Fern
andoNa
scimen
Correiatode
Júnior
Azevedo.
2.° Secretário- Dr. Hugo Pereira Corrêa
Comissões:
História- Dr. David Carneiro
Dr. Ginés Gebran

478
Professora Carolina Resseti
Professor Manuel Viana
Geografia - Rev. padre More
Professora Pompília Lopes dos Santos
Dr. Joaquim Tramujas
Congressistas:
Professores Luís Sanches Bezerra de Trindade, inspetor geral de ensino
em Santa Catarina e José Mota Pires, inspetor escolar do mesmo Estado;
José Sabóia Cortes.
Membros de Honra:
Capitão-de-mar-e-g
uerra Frederic
o Cavalcanti,representan
te doMinistro
da Marinha.
Os representantes do governo do Estado de Santa Catarina.
Dr. Macedo Filho, Reitor da Universidade Federal do Paraná.
Desembargador Leopoldo dos Santos,
presidente em exercício do Tribunal
de Justiça do Estado Paraná.
Dr. João Chede, deputado, presidente da Assembléia Legislativa do
Estadodo Paraná.

2.- Códice n.° 13.981


O Dr. José Loureiro Fernandes comunicou ao Congresso que, por
intermédio do Senhor Sidney West, delegado geral do Conselho Britânico no
Brasil, recebeu uma cópia devidamente autenticada de antigo documento
conservado no BritishMuseum Library, deLondres, Inglaterra, p.4308, códice
n.° 13.981, no qual declara Domingos Peneda, natural de São Paulo,
incontestavelmente, é o fundador de Paranaguá.
A comunicação foi recebida com alegria, agrado e surpresa, já que se
trata de um docum ento de geral valpr para a história de Paranaguá.
Por deliberação do Congresso, o importante documento histórico deveria
ser exibido na exposição retrospectiva que se realiza na cidade, como parte
dos festejos comemorativos do tricentenário. O Dr. José Loureiro Fernandes
fez entrega do refe
rido documento, cópia autên
tica do códicen.° 13.981, dos
manuscritos adicionais doBritish Museum Library,de Londres , Inglaterra,ao
historiador Dr. Júlio Estrella Moreira, diretor do setor de história do Museu
Paranaense, orientador da referida exposição.
3.- Sessão Solene de Instalação
No dia 26 de julho. Às 17h30min., com a presença de altas autoridades,
no salão nobre do Club Litterario, dentre elas, o desembargador Antônio
Leopoldo dos Santos,presidente em exercí
cio do Tribu
nal de Justi
ça do Estado

479
do Paraná; Capitão-de-Mar-e-Guerra Frederico Cavalcanti de Albuquerque,
representando o ministro da Marinha; o prefeito, Sr. João Eugênio Cominese,
representando o Dr. Ner eu Ramos, vice-Presidente do Brasil; padre Vicente
Vítola, representando o historiador Alfredo Romário Martins; professores Luís
Bezerra Trindade e José Mota Pires, representantes do Governador de Santa
Catarina; Dr. Aníbal RibeiroFilho,presidente do Club Littera
rio; Dr. Antôn
io
dos Santos Filho, Deputado Estadual;Dr. Roque Vernalha, Presidenteda Câmara
Municip al; vereadores: Dr. Joaquim Tramujas, Dr.JoãoFerraz deCampos, Dr.
Antônio de Sousa Artigas. Dr. Hugo Pereira Corrêa, Antônio Morais Pereira
da Costa, Dr. Lauro Pessoa, Dr. Dídio Augusto de Camargo Viana, Gastão
Soares Gomes, Elói Picanço Cardoso, Amantino Monteiro, Sadi Freceiro de
Miranda, Felipe Antunes e Silvio Drumond - teve início a sessão solene de
instalação do primeiro Congresso region
al de históriae geografia.
O presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, Dr.
Genaro Regis Pereira daCosta, passou a presidê ncia da mesa ao Dr. José
Loureiro Fernandes, representante do Governador do Paraná, Moisés Lupion.
O discurso inaugural coube ao Dr. José Loureiro Fernandes que, em nome do
governo, dirigiu vibrante saudação ao governo do município, ao povo de
274

Paranaguá e aoscongres
Discursaram, sistas. o prefeito João Eugênio Cominese, Dr. Genaro
a seguir,
Régis,padre Vicente Vítol
a, professor Luís Bezerra da Trind
ade e José Sabóia
Cortesem nome dos congressist as que sau
dou o prefeito daidade,
c agradecendo
a carinhosa acolhida.

4.- Prime ira sessão de estudos


A primeira sessão de estudos, começo u às 9 horas do dia 27de julho, na
Câmara Municipal,presentes as autoridades civis, militares eeclesiásticas.
Foram apresentados os jeguintes trabalhos:
1)- Osvaldo Pilotto - "A imprensa de Paranaguá"
2)- Professora Pompília Lopes dos Santos - "O florescimento
da arte no Paraná"
3)- "Aspectos da vid a do professor José Cletoda Silva".
Foi aprovada a primeira moção, rio sentido de que fosse encaminhada
ao Legislativo Municipal de Paranaguá, um pedido solicitando a votação de
uma lei que conceda
Paranagüense. a Antônio
Outra moção Vieira dos
foi aprovada Santos
para o título
o envio de Cidadão
de mensagem à
Assembléia Legislativa do Paraná, sugerindo-se a ereção, em Paranaguá, de
estátua a Vieira dos Santos.
(274) - Ver discursos nci íntegra, neste livro, em Rápidas Referências, XXV, item 1.0 - p.72l.

480
5.- Segunda sessão de estudos
Realizada na Câmara Municipal, no dia 27 de julho, às 16 horas, foram
apresentados os seguintes trabalhos:
4) - Professor Dario Nogueira dos Santos - "A maçonaria em
Paranaguá"
5) - Professor Fernando Correia de Azevedo-"Em defesa do folclore"
6) - José Sabóia Cortes - "Paranaguá, Berço da Civilização
Paranaense".
6.- Terceira sessão de estudos
No dia 28de julho, às 8h,no salão nobre da Câma ra Municipal, realizou-
se a terceira sessão de estudos, quando foram apresentados os seguintes
trabalhos:
7) - Osvaldo Pilotto - "Um detalhe do Córmoran"
8) - Professora Claudemira Marinho -"Mestres e Paranaguá"
9) - Dr. Júlio Estrella Moreira - "A Picada do Cristóv
ão"
10) - Dr. Reinald Maack - "Notas para a história, geologia e
geografia de Paranaguá"
11) - Dr. José Loureiro Fern
andes - "Sambaquis de Matinhos"
7.- Quarta sessão de estudos
No mesmo dia 28, às 16 horas, tam bém no salão no bre da câmara,
realizou
-se a última sessão de estudos do primeiro congresso regional de históri
a
e geografia, quando foram apresentados os seguintes trabalhos:
12) -Maria Carla de Leão Fons eca - "Símbolos"
13) - Dr. David Carneiro - "O colégio dos jesuítas".
14) - Dr. Joaquim Tramu jas -"As min as deprata deParanaguá"
15) -GlaciFolch Marques - "Paran aguá de ontem, de hoje e
de amanhã"
16) - Dr. Hugo Pereira Corrêa - "A campanha abolicionis ta
em Paran aguá", justi
ficando-sede não ser possível apresen tar atese "A Conjura
Separatista", devido ao adiantado da hora.
17) - Rev. padre Vicente Vítola- "Traços biográficos dogrande
paranagüense"
8.- Sessãode encerramento
No dia 29 às15 horas, no cine teatro
Santa Helena, com a presença do
Governador MoisésLupion, Dr. Alô Guim
arães,Secretárioda Saúde,Dr. Antônio
Chalbaud Biscaia, Procurador Geral do Estado; Dr. Tufi P. Nicolau, Juiz de

481
Direito de Paranaguá e outras autoridades federais, estaduais e municipais,
militares e eclesiásticas e outras citadas na sessão de instalação, teve início a
sessãoO solene
Dr. HugodePereira
encerramento.
Corrêa,ecretário,
s procedeu à leitura das 29 moções
aprovadas pelos congressistas. Discursaram, em seguida o Dr. Genaro Régis,
Presidente efetivo do Congresso; o Prefeito João Eugênio Cominese e o
Governador Moisés Lupion, com vibrante e prolongada salva de palmas da
grande assistência que lotou o cine teatro Santa Helena, encerrando-se os
trabalhos do primeiro Congresso regional história
de egeografia,comemorativo
do tricentenário de Paranaguá.
EXPOSIÇÃO RETROSPECTIVA DO TRICENTE-NÁRIO DE
PARANAGUÁ
1.- Abertura oficial
Com as altas autoridades federais, estaduais, municipais, militares e
eclesiásticas aos festejosdo tricentenário de Paranaguá, registra-se aind
a mais
os ilustres nomes: Milton Coutinho Marques, comandante do "Benevente";
Cláudio Acilino de Lima, coma ndante do "Boca ina";JoséMaria da Si lva Cabral,
comandante do "Beberi be"; Alberto José Carneiro Mendonça
de , ajudan
te de
ordens do comando; Ernestodos Santos Castro, inspetor daAlfândega; Acrísio
Guimarães, presidente da Associação Comercial de Paranaguá; Dr. Antônio
Fontes, diretor da Casa da Criança; e grande número de senhoras e pessoas
gradas, realizou-se às 11 hora
s do dia 25 de julho, no Colégio José Bonifác io,
a abertura oficial da exposição retrospectiva comem orativa do tricentenário de
Paranaguá.
Coube o discurso de abe rtura ao Dr. Júlio Estrella Moreira,orientador e
organizador da mesa.
2.- A exposição
Em seu conjunto, a exposição retrospectiva abrangeu selos, moedas,
condecorações, medalhas, papel-moeda, porcelana, cristais, prataria, pintura
em geralde artistasparanagüenses, ousobre motiv
os deParanaguá, fotografias,
livros de autores paranagüenses, jornais editados em Paranaguá, músicas de
compositores paranagüenses,
vultos paranagüenses ou ligados móveis,
à vidaobjetos de casa, de
ou à história galeria de retratos
Paranaguá, de
indústria
primitiva,artefatos dolitoral, instrumentos e utensílios de
pesca e outros.
Além do vestíbulo, fronteiro à entrada onde se via no centro eao alto o
quadro do pintor Rafael Silva, sobre a fundação da Vila de Nossa Senhora do

482
Rosário de Paranaguá, tendo aosDS
ladas telas de Vieira dos Santos e do
Visconde de Nacar, símbolos da histó ia e da nobreza da terra paranagüense;
embaixo, colocadoa num
sesmaria, anterior 1648.canteiro artificial de flores, o marco de pedra de
A majestosa exposição ocupa Oito grandes salas do pavimento térreo do
imponente prédio da Escola Normal de Paranaguá, abaixo alinhadas:
Primeirasala:
Porcelana, prataria e cristais, lotai 278 peças.
Segunda sala:
Selos, moedas, papel-moeda, condecorações e medalhas. Total 3.472
peças.
Terceira sala:
Documentos e fotografias. Total314 peças. Nesta sala foi exibido o
Códice n.° 14.981, enviado pelo British Museum Library, de Londres, Inglaterra.
Quarta sala:
Arte religiosa.
Quinta sala:
Móveis, objetos de casa, trajes e objetos de uso pessoal. 27 peças de
mobiliário, 24 peças para guarnecer casa, 184 peças de vestuário.
Sexta sala:
Pintura em geral. Livros, jornais, músicas. 77 quadros de pintores
paranagüenses.
Sétima sala:
Indústria manufatureira praieira.
Oitava sala:
Instrumentos e utensílios de pesca.
As oito grandes salas, o vestíbulo e o extenso corredor, abrigaram uma
infinidade de objetos e curiosidades de alto valor intrínseco e estimativo,
artisticamente expostos, sendo alvo da admiração de quantos aproveitaram a
rara oportunidade de visitá-l
a sobre a regiãourante
d os dias da exposição.O
número de visitantes atingiu 3.000 pessoas.
3.- Encerramento
Com a presença do Governador Moisés Lupion e demais autoridades,
no dia 29 de julho, às 23 horas, foi encerrada a exposição retrospectiva
comemorativa doricentenário
t de
Paranaguá. Discursaram o Dr.José Loureiro
Fernandes, congratulando-se com oprefeito,a cidade e teceu elogios
à eficiência
do Dr. Júlio Estrella Moreira, seu organizador e orientador.
O Dr. Júlio Moreira, agradecendo, ressaltou a dedicação recebida de
todos, na pessoa da Senhora Anita Ribeiro Fontes.

483
O professor Fer nando Correia de Azev edo, em nome da comissão
constituída por ele, pelo professor Osvaldo Pilotto e pelo Dr. Genaro Régis,
desejava desobrigar-se da incumbência que lhes fora dada: - escolher o
proclamar quais as "Sete Maravilhas da Exposição".
Finalmen te, o Prefeito JoãoEugênio Cominese agradeceu acolaboração
do Governo de Estado do Paraná, na realização dos festejos
comemorativo s, e
encerrou oficialmente a exposiçã o retrospectiva
do tricentenário de
Paranaguá.
4.- As setemaravilhas daexposição
1." - A imagem de Nossa Senhora das Mercês da Cotinga, relíquia
histórica, talhada em pedra e que pertenceu à capela de antiga povoação da
ilha, presum indo-se tenh
a pertencido aos primeiros povoadores. A imag
em
possuía artística e riquíssima coroa de prata. Em 1948, Nossa Senhora das
Mercês era venerada na igreja do glorioso São Benedito.
2. - Os srcinais da memória histórica de Paranaguá, de Vieira dos Santos.
a

3. - A grande cruz alçada de prata, da igreja Matriz.


a

4. - A coleçãode jornais,de Aluísio Ferreira de Abr


a
eu.
5. - Um serviço de mesa em prata portuguesa lavrada, do Dr. Aníbal
a

Ribeiro
6 .-Filho.
Um cale indiano, riquíssimo trabalho de arte, pertencente e senhora
a

Rosa Araújo Pereira Alves.


7. - Marco Rey,do limite daárea urbana de Paranaguá.
a 275

(275)- Fonte: Marinha n." 80, 1948.

484
XXVI -RÁPIDAS REFERÊNCIAS

DISCURSO
A 26 DE PRONUNCIADO
JUL HO DE 1948, NO CLU EM
B LITTNOME
ER ARDO GOV
IO, NA ER NO,
SESSÃO
SOLENE DE INSTALAÇÃO DO PRIMEIRO CONGRESSO
REGIONAL DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA, PELO DR. JOSÉ
LOUREIRO FERNANDES, SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO E
CULTURA DO ESTADO DO PARANÁ
"Ao instalar-seo primeiro Congresso paran aense de históriae geografia,
comemorativo ao terceiro Centenário da Carta Regia de 1648, foral de concessão
das primeiras prerrogativas municipais a um povoado deste recanto do Brasil
meridional, o governo do Paraná saúd a aos nobres congressistasaqui reunidos,
em ambiente de ampla concórdi a espirit
ual,em comunhão perfeita deexaltação
à data do município de Paranaguá.
As autoridades e ao povo de Paranaguá, representados na pessoa ilustre
Prefeito Municipal, João Eugênio Cominese, traz o governo toda sua
solidariedade para as festas tri
centenárias que,sendo muito vossas, são também
nossas,do grande po vo pananagüense, o qual revive neste momen to histórico o
alvorecer de sua icvilização.
Sabemos, adata 29 dejulho não assinalafun a dação de Paranagu á, nem
mesmo evoca o início de assentamento de arraiais mineradores, primeiros
povoadores daterra Carijó, pois vislum brados mais remotas suas srcens pelos
fins do primeiro século do descobrimento, quando audazes colonizadores das
terras de Santa Cruz ousaram ocupar recantos da orla remansosa da grande
baía de Paranaguá.
Queremos no simbolismo da efeméride, sentir o testemunho do
reconhecimento, por parte de nobres governantes de outrora, do valor grei
povoadora que, ao deslocar-se definitivamente para o continente, no segundo
quartel do século XVII, levantou o pelourinho nas margens do Taguaré e
conquista dois anos após, para nossa erra,
t as primeiras prerrog ativas municipais
de autoridade pela Carta eRgia de 1648, concedida emom n e de Sua Majestade,
Dom João IV,rei de Portugal.
Os municípios representaram semrjre, em nossa história, marcos
assinaladores do progresso e desenvolvimento da vida local brasileira. No
alvorecer
evocar da organização
o início administrativa
da fase intensa do município
de aperfeiçoamento dosdefatores
Paranaguá devemos
básicos que,
ulteriormente, conduz
iram o Paraná à asuemancipação político-administrativa.
Reivindiquemos para ascomemorações tric entenárias,com o Presidente
de Honra destecongresso,Romário Martins,não somente significado regional,
mas também altaexpressão nacional, como fato histórico
inicialda organizaç
ão

485
política do sul do Brasil. Decorridos três séculos, podemos hoje, os estudiosos
da nossabaixada marítima dar, também, fiel e leal testemunhos da capacidade
realizadora de homens que, como Domingos Peneda, surgem dos códices, nas
brumas do século XVII, com títulos soberanos de régulos matadores a lançar
em ermos remotos os fundamentos de povoad os que foram o berço de troncos
ilustres da genealogia paranaense.
Revivemos toda sua nobreza e valor no Capitão-Mor-Povoador Gabriel
de Lara, enfrentando a floresta litorânea, carreando, no incentivo das
explorações mineiras iniciais, as efetivas correntes povoadoras do litoral
paranaense e, obtendo já em aneir
j o de 1646, provisão para ergu er pelourinho.
Vislum bramos-lhe otatoadministrativo qua ndo condutor dehomens, reconhece
fraca a sua autoridade de capitão-mor para conter os impulsos maus dos
aventureiros e ambiciona,pelo prog resso danova vila,chegasse aconfirmaçã o
d'El Rei em mandar o diploma do foral pelo qual Paranaguá ficaria autorizada
a eleger Câmara e Justiça ordinária. Ambicionada Carta Regia, que a 29 de
julho de 1648, era obtida em São Paulo, do Ouvidor Geral do Brasil,
desembargador Manuel Pereira Franco.
Hoje, no tricentenário da Carta Regia, Foral dos mais memoráveis,
concedido à nossa terra, devemos festejá-lo não exclusivamente como data
fundamental nos fastos citadinos paranagüenses, mas como marco imperecível
na história política e social do Paraná.
Assim, queremos festejar o alvorecer da civilização em nossa terra,
fazendo ressurgir no patrimônio comum denossahistória,Paranaguá daprimev a
grandeza de seus capitães e alcaides-mores, Paranaguá, capitania de Nossa
Senhora doRosário,atalaiado remoto sul brasileiro no século XVII, Paranaguá,
Ouvidoria Geral com jurisdição, no século XVIII, desde Juréia até o Rio da
Prata e, finalmente, Paranaguá, século XIX, no apogeu intelectual e político,
traçando novos ritmos de vida por esse caminho de ferro, cuja conquista é
mais uma profissão de fé no seu destino histórico.
Nesta revivescência de três séculos deum passado comum , de expan são
civilizadoranas lides meridionais do Brasil, vivemos a melhor dashomenagens
que o Paraná intelectual poderia prestar a Paranaguá nos dias presentes, essa
grande cidade portuária.
Senhores congressistas:
Na qualidade de Secretário de Educação e Cultura - cabe-me a honra,
nesta sessão, de vos saudar em nome do Governador Moisés Lupion e trazer-
vosnaen
para a palavra de féedo
se dehistória governojáparanaense
geografia, assegur novossa
ado pela êxitoultura
cdo primeiro congresso
e dedicação
as tradições pátrias. Ao instalarem-se vossos trabalhos, o Governo do Paraná
vos saúda eformula os maisardentes votos para que, na
vida tumultuosa do
século, para honra de nosso Estado e grandeza do Brasil, possais prosseguir a
vossa silenciosa e construtiva tarefa de devotados cultores da ciência.

486
PARNANGUARA
"...Mas, como eu iadizendo outro dia,estando o navio fu
ndeado ao largo
de Paranaguá
dizendo (barra
que falta umatraiçoeira, onde ovárias
bóia, ou faltam "Aviso aosarrastadas
bóias, Navegantes"
pelaestá sempre
ressaca), tive
a sortede haver um cargueiro grego rdidpe o à hora da maré na noite véspera,
da
devido ao nevoeiro,sair e para o mar àque la hora; a lancha doprático meevou
l
para terra na volta.Tivemos deesperar algum tempo na ilha doMel, já dentro da
barra, para ter lancha para a cidade, que fica escondida a bombordo, mais de
duas horas de al ncha além; ovelho prático dava no o me das ilhas eme falava de
seu ofício. Bela baía de Paranaguá, com a serra azul erguida ao fundo, longe!
Claroque fui comer camarões no ud Ab, tomei caféno Senadinho, de noite
fui a um baile no Olímpico, levado pela gentileza docolegaAluízio Baena.É a
terceira vez que venho a Paranaguá e há tantas novidades. Uma delas bem
velha, de1718, quando afundou ali na ponta dailha daCotinga um navio pirata
francês; desde 1963 um advogado pau listadado à históriae à arqueologia, Fernan
do
Guerra Bittencourt, localizou o barco eestá tirando coisasdo fundo do mar - dois
sinos,a âncora imensa , muitos canhõ
es e munição, cacosde porcelana cachimbo
e
de louça, talheres, coisas de uso - está visto que ele está querendo mesmo é o
famosoÉcofre 200.000 cru
comovente zad
ver, os em
em umour o e prata.da
barracão Boa sorte, Dr. Bittencourt!
administração do porto, aqueles
cacarecos todos que estiveram afundados dois séculos e meio. No meio veio
uma santinha, uma Nossa Senhora com o Menino; o paulista deu-a de presente
ao Museu deParanagu á.
Pois aconteceque Paranaguá tem umMuseu Municipal, graças ao carinho
do escritorAníbal RibeiroFilhoe outros par nanguaras (botaessapalavra no seu
dicionário,Aurélio!)do Centro de Letras,um museu como tantas outra s cidades
do Brasil deviam ter e não têm. Está se instalando numa casa ao lado do belo
museu de antropologia que oserviçodo patrimô nio históri
co e artístico nacional
arrumou com tanto bo m gosto no antigo légio co dosesuí j tas; as famílias antigas
dão de presente móve is e alfaias,tudo ali respira o arinh
c o que um a cidade decente
tem por si mesm a e pela sua gen te, há coisas lindas curiosas,
e um pequeno
museu que prende ovisitante.
Ao lado das belas casas antigas da cidade há edifíciosnovos, jáexisteum
hotel razoável: O Líder. O porto cresce e aumenta de movimento; agora, então,
para aglórias
com estradanovas
asfaltada
e maiores.
até Londrina.
Bota a palavra
Não há dúvida
parnanguara
de quenoParanaguá
seu dicionário,
parte
Aurélio!" 276

(276)- BRAGA, Rubem. Parnanguara, publicado no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, R, edição
de 15 de agosto de 1965. ( n. 1913 - m. 1990)

487
João Gonçalves Penedo, 1° juiz ordinário de Paranaguá, eleito a 26 de dezembro
de 1648.

João Eugênio Cominese prefeito de Paranaguá, em 1948. Presidente da Comissão


Central dos Festejos do Tricentenário.
XXVII
PRINCIPA IS OBRAS PÚB LICAS -1964 -1992
INTRODUÇÃO
As última s palavras dahistória cabem ao bem, fratern
à idade, àjustiça e à paz.
Os que prestam serviçosblicos pú , estudam os intrincados problem as de
ordem político-administrativa e empenham-me em vencer as dificuldades
conjunturais,legand o ao futuro os benefícios dodesenv olvimento deuma cidade
cercada de sólidas tradições culturais, merecidamente conhecida como berço
do povoamento, da sociedade e da cultura paranaense.
Desde à longín qua época em que Gabriel de Lara oc nseguiu o foralcom
força de CartaRegia elevand o o povoado àcategoria de Vila , nunca, como
agora, Paranaguá - constituída de um povo involuntariamente pobre -
experim entou um ritmo de progress o tão intenso.
A cidade já cresce verticalmente, o número de bairros aumenta, o
perímetro urbano alarga-se, a população cresce e as ruas recebem pavim entação
asfáltic
a, exigindo dos respon sáveis qualidades -com freqüên cia cadavez maio r
- de equilíbrio e bom senso, inteligência e preparo, capacidade de decisão e
coragem, estudo e trabalho.
Na unidade de espírito e de crença, a identificar-nos em propósito e
idéias,repousa a força vitaldos verd adeiros paranag
üenses edos que com ele s
comungam, com obstinaçã o e cívico ardor, na realização do seu destino.
Cidade é uma comu nidade assoc iada,um pouco doque cada um denós
somos e podemos dar,num gigantesc o empreendim ento, cujo sucessodepende
de todos e dacapacidade deada c um em estendermão a ao mais próximo , num
de relacionamento e confraterriização. A cidade é um ser vivo, com anseios e
angústias, interesses e preocupações. Ela se movimenta e pulsa. Tem vida.
Para ela - diferente de nós humanos - a madrugada da eternidade não pode
raiar.Para nós a vida terrena passa,mas a vida da cidade desejamosequ nunca
passe. ?
Alinham-se mais importantes obras públicas, realizações das últimas
administrações, como segue:
• Dr. Nelso
n de Freitas aBrbosa - 1964/1969
• General João da Silva Rebello - 1969/1972
• Dr. Nelson de Freitas Barbosa - 1973/1977
• Dr. José Vicente Elias - 1977/1983

490
• Dr. Waldyr Salmon -1983/1988
• Dr. José Vicente Elias- 1989/1992.
Como é natural, não cabendo pormenorizar o gigantesco conjunto de
realizações, env
olvendo edificações e ampliações deescolas, postos desaúde,
calçamento e recalçamento, construções de pontes, novas ligações de
abastecim ento deágua, drenagens, abertura e alargamento deruas,asfaltam
ento
e todo elencode equip amentos de infra-estru
tura, emcadaadministração,dentre
as múltiplas providências, avulta-se as principais obras públicas.
Obras, não palavras, falam deles.
ADMINISTRAÇÃO NELSON DE FREITAS BARBOSA - 1964 -1969
Eleito vice-prefeito pela Câmara Municipal, em 11de março de 1964.
Com a cassação domandato doPrefeito eleito Brasílio Abud, o Dr. Nelson
de FreitasBarbosa as
sumiu o cargo dePrefeito a 17 de abril domesmo ano.
Realizou inúmeros obras públicas.Entre elas:
• Pavimentação asfáltica de avenida Dr
. Roque Ver nalha, avenida Bento
Munhoz da Rocha, avenida Coronel Santa Rita.
• Pavimentação a paralelepípedos - ruas Professor Décio, Professor Cleto,
José de Azevedo.
• Criação einstalaçã
o do Conselho Mun icipal deCultura.
• Construção da BibliotecaMunicipal "Leôncio Correia",anexa ao Palácio
da Cultura "Nelson de Freitas Barbosa".
• Escola Municipal "Manuel Viana".
ADMINISTRAÇÃO INTERVENTOR FEDERAL GENERAL
JOÃO DA SILVA REBELLO - 1969 -1972
• Pavimentação a paralelepípedos - ruas Benjamim Constante, rua
professor Cleto.
• Pavimentação a blocos deconcreto- rua Des embargador Ermelino de
Leão,Rodrigues Alves,Marecha l Floriano.
• Pavimentação asfáltic
a - avenida Coron el José Lobo.
• Escola municipal "Presidente Castelo Branco"
• Escola municipal "Presidente Artur da Costa e Silva"
• Escola municipal "Professora Maria Trindade do Rocio Silva"
• Escola municipal "Nascimento Júnior"
• Embelezamento da praça Fernando Amaro.
• Reservatório de água.
• Escola municipal de Piaçagüera.
• Escolamunicipal de Medeiros.

491
ADMINISTRAÇÃO NELSON DE FREITAS BARBOSA -
1973/1977:

• Ina
a"uguração "Casa deMonsenhor Celso", sede do Conselho Municipal
de Cultur
• Inauguração avenida CoronelJosé Lobo
• Inauguração praça Duque de Caxias
• Escola municipal rural - ilha do Mel
• Escola municipal rural - ilha do Teixeira
• Pavimentação asfáltica - avenida Gabriel de Lara
• Inauguração do Instituto Médic o Legal
• Inauguração de unidade escolar de 1.° grau
Convênio Fundação Educacional do Paraná e Prefeitura Municipal de
Paranaguá. Local: Jardim Eldorado.

ADMINISTRAÇÃO JOSÉ VICENTE ELIAS - 1977/1983


• Praças: Irm
ã Letícia, Tupi, Parigot de Sousa, Portug
al, Belmiro Roc
ha,
Álvaro Lobo, do Rocio, da Fonte Velha, Newton Deslandes de Sousa, Rosa
Maria Alboit Ramos, Ronaldoas, EliProfessor A
lceu de OliveiraToledo
• Escolas - Vila Itiberê- Valadares e Vila 7 de Setem bro - Valadares
• Mercado municipal "Brasílio Abud", englobando - entrada, setor
administrativo, setor produtos do mar, setor de hortifrutigranjeiros, lojas,
lanchonetes, açouques, fiscalização, segurança, sanitários
• Inauguração do Palácio São José - sede do go verno municipal.
• 40 km de pav imentação asfáltica
• 8 km de pavim entação e paralelepípedos e a blocos de concreto.
• Cemitériomunicipa l São Benedito
• Centro social urbano "Dona Balduína"
• Terminal de transporte coletivo urbano
• Escola municipal-Emboguaçu.
ADMINISTRAÇÃO WALDYR SALMON - 1983 -1988
• 70 km de pavimentação, englobando asfalto e pequena parte a
paralelepípedos eblocosde concreto
• Escola municipal rural de opnta oeste -ilha do Mel
• Escola municipal "Professora Maria José Henrique Tavares" - rua
ClaudionorNascimento
• Escola municipal rural "Naz ira Borges" - Alexandra
• Escola municipal rural - colônia Santa uzCr
• Escola municipal rural - colônia Pereira
• Rodoviá ria municipal, 1.586mde área construída, mais vias de acesso,
2

492
pátio de estacionamento, pavimento superior com , no 144
2
box mno pavimen to
superior com 144, m
2
no aterro do rioItiberê
• Escolamunicipal rural "Ezequiel Pinto de va"-
Sil praia de leste
2
• Ginásio de esportes "Albertina Salmon", com 6.300 de area
m
construída, abrangendo fundação, estrutura, cobertura, com três canchas
polivalen
tes capacidadearap 10 mil pessoas sentadas - aterro do rioberê
Iti
• Escola municipal Rural "Teodoro Valentim"Prainha - ilha do Mel
• Escola Municipal "Dr. Aníbal Ribeiro Filho"
• Vila Agari
• Estádio Olímpico "Fern ando Chaib Farah "- Aterro do rioItiberê.
ADMINISTRAÇÃO JOSÉ VICENTE ELIAS - 1989-1992
• 67,010 km de pavimentação asfáltica
• Abertura da rua Rodrigues Alves
• Alargamento da rua Correia Defreitas
• Escola municipal "Professora BertaRodrigues Elias"- Emboguaçu
• Posto de vendas de marisco
• Ampliação do préd io da secretaria municip
al de educação
•• Zoológico
Parque infantil
de peque- nos
praça Eufrásio
animais Correia
- Praça Correia
• Praça Rosa Antônio deAndrade
• Escola municipal "Míriam Soares da Cunha"
• Jardim América
• Escola municipal Itiberê- ilha Valadares
• Cemitério - ilha dos Valadares
• Escola municipal Graciela Elizabete Alm ada Diaz -ilha dos Vala
dares
• Passarela "D
r. Antô nio José Sant'Ana Lobo Neto", sobre oItiberê,
rio
ligando a cidade àhail dos Valada res, com 240m de extensão, 40m2, de largura
e 12 m de altura.
• Terminal "Emir Rot h", de acesso à passarela
• 430m de obras de proteção, em concreto, dos gabiões e execução de
mureta de lajotas, às margens do rio Itiberê.
• Escola municipal da Vila Itiberê.
• Escola municipal de Bertioga.
•• Escola
Escola municip
mun al rur
icipal all de
rura de morro inglês.
balneário Atam
i.
• Escola municipal ru
ral de Barrancos.

493
XXVII - RÁPIDAS REFERÊNC
IAS

LEI N.°
BRASÃO 642, DE 4 DE
E BANDEIRA DASETEMBRO
CIDADE DEDE 1967 - RETIFICA O
PARANAGUÁ
A Câmara Municipal de Paranaguá, Estado do Paraná, decretou e eu,
Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei.
Art. 1,° - Obrasão e a bandeira da cidade denag Para
uá, do que trata o
artigo 2.°da leiMunicipal nú
mero 17, de 16de julho de 9148, ficam retificad
os
na forma de que dispõe esta lei, os quais passarão a ter a seguinte constituição
ter significado:
BRASÃO DE ARMAS DE PARANAGUÁ

I - DescritivoHeráldico
Escudo sanítico encimad o pela coroa mural do mu
ral de oitotorres,de
prata. Em campo de sínoplaon edado de prata, uma caravel
a navegando sobre
o mesmo, de prata e estilizada de sable, ostentando nas velas a cruz de Cristo
em
tudogoles.
Em chefe
de ouro. Comode bléu
sup , eàper
ortes fil de
dextra, uma
um ilhaede
a haste um solaoherá
cana ldico
l e nascente,
natura à sinistra,
um galho de café frutificando, entre cruzados em ponta, sobre os quais se
sobrepõe um listei de goles, contendo em letras de prata o topônimo
"Paranaguá", lade
ado pela data "29de julhode 1648".

II - Simbologia
O escudo sanítico, usado para representar o brasão de armas de
Paranaguá, foi o primeiro estilo de escudo introduzido em Portugal por
influênciafrancesa, evocando aqu
i a raçalatina oc lonizadora eprincipalformada
da nacionalidade brasileira.
A coroa mural que sobrepõe é o símbolo universal dos brasões de
domínio e, sendo de prata, de oito res,
tordas quais apenas cinco são visí
veis em
perspectiva no desenho, classifica a cidade que representa
a
grandeza
na 2.ou
seja, sede de comarca.
A simbologia do mar constituindo o camp o do escudo, desínopla (verde)
e ondado de prata, onde navega uma caravela de prata, ostentando nas velas a
cruz de Cristo, de goles(vermelho),é um evocativo do passado, rememorando
a época da colonização,quando à baía deParanaguá vieram apo rtar ascaravelas
lusitan
as ostentand o a Cruz deCristo, cruz dos naveg antes portugueses, que a
tudo presidiu na evolução históric
a da nossa Pátri a.

494
Em chefe par
( te superior doescudo) e bléu zul),
(a simbolizando o céu
e a ilha da Cotinga, de ouro, qua
ndo na junção docéu e omar ergue-se um sol
heráldiconascente,também em outro.
OOsimbolism o das cor
verde (sínopla) es:que érepresentado o mar, simboliza em heráldica,
em
a vitória,honra, cortesia,civilidade ealegria.
O metal prata é símbolo da justiça, nobreza, perseverança, zelo e
lealdade.
O ouro é símbolo de poder, riqueza esplendor, grandeza e mando.
O vermelho (goles) simboliza aintrepidez, coragem au dácia, valentia.
Assim, pois, o conjunto das cores, nada deixa faltar ao brasão, para
representar iconograficamente a índole do povo de Paranaguá, os seus ideais
de nobrez a, integridade e vigilânci
a das nossas tradições históric
as e denossas
instituiçõesdemocráticas.
Há também a seconsiderar, ao lado do imperativo históric
o que norteou
a elaboração da heraldização deParanaguá, a análise heráldica
das peças móveis
representadas no campo do escudo.
O mar, heraldicame nte repres
entado, é aplicado em ponta de escudo, se
é agitad o representa des
dém ou ân imo inqu ieto,se é calmo,como no caso do
brasão de Paranaguá, significa ira freada, benignidade ou liberalidade.
A caravelarepresenta "Â nimo Forte", que resiste aosmais grav
es perigos
de guerra e a adversida de da vida.
O sol é símbolo de glória, eternidade, fama, unidade e verdade.
BANDEIRA DE PARANAGUÁ

I - Descritivo
Esquartelada em cruz,formando os quartéis retângu
los iguais,de verde
e carregados de uma cruz de Cristo vermelha em abismo, constituídos por
quatro faixas amarelas equpartem de um losan go branco central, onde é
aplicado o brasão.
II - Justificativa
do Simbolismo
De conformidade com a tradição de heráldica portuguesa, da qual
her
dam
esqu os oss ou
artelada cânones e regras,
terciadas,tendoas
porbandeiras mu
nicipais
coresas mes pod
em ser
mas constantes dooitavadas,
campo de
escudo e ostentando no centro o brasão da cidade.
Na bandeira de Paranaguá observa-se emregra geral, sendo
esquartelada: o brasão abcentrorepresenta o governo municipal(executivo e
legislativo) e o losango sobre o qual é aplicado, simboliza a própria cidade
495
sede do município.
Os quartéis simbolizam as propried
ades rurais existe
ntes nomunicípio
e as faixas
A cruza irradiação
de Cristo do
aplicada
poder sobre
municipal
os quartéis,
a todos perpetuam
os quadrantes
na bandeira,
do território.
o
símbolo prim eiro atremular em terrasbrasileiras.
Art. 2.°- O Poder Executivo,por meio de decreto regulamentará edntro
de 60 dias, o uso do brasão e da bandeira da cidade de Paranaguá.
Art. 3.° - Para ocorrer as despesas com a confecção do brasão e
bandeira, bem como dos estudos efetuados, fica o Poder Executivo autorizado
a abrir o crédito respectivo.
Art. 4.° - Esta lei entrará em vig
or na data de sua pu
blicação,revogadas
as disposições em contrário.
Paranaguá, palácio Visconde de car,Ná aos 4 de setembro de 1967.
(a). Nelsonde Freitas Barbosa,
Prefeito municipal.

19381016 316FF 20 I I
Dr. JoséMaria Fariade Freitas
CRO 1496
Exemplarde Assinante

496
Brasão de armas de Parana guá

497
Bandeira de Paranaguá

498
xxvm
ENTIDADES PARTICULARES -1993
INTRODUÇÃO
A evocação do passado sempre representou um elemento fundamental
para a educação e aperfeiçoamento da sociedade.
Passo a passo, degrau a degrau, os que nos antecederam colocaram seus
esforços para legar-nos um futuro melhor.
A história de Paranaguá que é, evidentemente, a máxima afirmação dessa
verdade registra também que todo homem tem direito de participar do processo,
da herança e das atividades culturais, compentindo aos poderes constituídos
fornecer-lhes os meios necessários, nos limites dos recursos disponíveis.
Entretanto, a ação governamental, no campo da cultura, não significa que:
"Quem paga a orquestra escolhe o repertório".

E importante
o que pode vir a ser, reconhecer
é a grande aleiherança,
cultural.porém, deixar a cada um tornar-se
Alinham-se as várias entidades que, ao longo do tempo, surgiram da
iniciativa de cidadãos dotados do mais alto espírito cívico e de grande visão,
na divulgação de ações e conceitos relacionados com o desenvolvimento sócio-
econômico-cultural, nos vários segmentos da sociedade paranagüense.
Segue-se uma ordem cronológica.

LOJA MAÇÔNICA PERSEVERANÇA


O médico humanitário, Alexandre Bousquet, de srcem francesa, foi
um dos principais fundadores da loja maçônica "Perseverança", de rito esc ocês,
instalada em Paranaguá no dia 5 de maio de 18 64 .
Instituição essencialmente filantrópica, filosófica e progressista, a
Maçonaria no Brasil tem por objetivo o aperfeiçoamento material, moral e
intelectual do homem, por meio da investigação constante da verdade científica,
do culto inflexível da moral e da prática da solidariedade.
Há quase 13 0 anos, quando a Província do Paraná ain da engatinhava,
foi fundada em Paranaguá a história entidade, que, em sua brilhante trajetória,
foi dirigida por uma série de diretorias, a qual começou com a seguinte:
Venerável - Dr. Alexandre Bousquet
1.° Vigilante - Joaquim Soares Gomes

499
2.° Vigilante -Lourenço CorreiaPereira
Orador - LeocádioPereirada Costa
Secretário - CarlosAugusto CésarPlaisant.
São integ
rantes de diretoria,
em 1993, as seguintes pessoas:
Venerável - Francisco José da SilvaPinto
1.° Vigilante - José FigueiredoFilho
2.° Vigilante - Ismar Luís Rosa
Orador - CésarMoura Correiade Freitas
Secretário - Luís Gastão Lopes Ferreira.
CLUB LITTERARIO
A existênci
a do Club Litterario
é o um dos traços importantes dopainel
histórico de Paranaguá.
Desde a sua fundação, o Club Litterario inseriu-se na força dinâmica da
cidade e,como cantou opoeta, tornou
-se a própria alma da terra de
Gabriel de
Lara.
Há 120 e poucos anos, Paranaguá era a cidade marítima mais adiantada,
considerada a"salade visitas da Província doParaná", possuindo uma sociedade
em ritmo de progresso, porto movimentado, população ilustrada e expansiva,
própria dos habitan
tes determinal marítim o, vivendo em contatos com ascoisas,
os fatos, os homens de diferentes nacionalidades, apesar de ainda não contar,
naquela época, com o transporte ferroviário.
Rendendo homenagem aos fundadores deste tradicional clube e também
aos que até agora opresidiram, represen
tantes de várias gerações,reconhecidos
como homens capazes, que souberam servir Paranaguá, o Paraná e o Brasil,
vem o Club Litterari o acompanhando o progresso e a evoluçã o social de
Paranaguá, através do tempo.
A fundação do histórico clube contou com o concurso de doze jovens,
quase a atingirem a maioridade, ardentes, dignos, reunidos a 9 de agosto de
1872, modestamente, despojados de riquezas materiais, porém, pertinazes e
vitoriosos.
Eram eles:
Francisco Jos é Machado da Silva
Barnabé
Adélio Pinto
de Carvalhaes
deAmorim Pinheiro
Manuel Fausto doNascime nto
José Albino das Dores
Joaquim Pereira daCosta
Joaquim Pinto deAlmeida

500
Constante deSousa Pinto
JoãoEugênio Gonçalves Marque s
João Estêvão da Silva
Manuel Rodrigues Viana
Manuel Correia Defreitas.
O Club Litterario foi fundado no pavimento térreo do sobrado situado à
rua Paissandu - depois rua do Imperador, hoje rua 15 de Novembro - servindo
de mesa um balcão; de castiçais, garrafas vazias e luz de vela de sebo; para
assento, contaram com caixões vazios.
Quando o meio social tomou conhecimento da fundação do clube, os
velhos paranagüenses foram em auxílio daquele grupo de jovens, apoiando e
doando cadeiras, estantes, mesas, livros.
O corajoso grupo, motiva do e incentivado, anga
riou novos companh eiros.
A jóia, que erade 200 réis,passou para cincomil réis;a mensalidade, um mil réis.
Em pouco tempo o Club Litterario começou a funcionar no pavimento
superior do mesmo sobrado, sendo seu primeiro presidente o sócio fundador
Barnabé de Carvalhaes Pinheiro.
Na longa caminhada da vida do clube, personalidades de relevo social
ocuparam a presidência, cada uma contando com boa equipe para administrar
estevalioso patrim ônio material ecultural dacidade,transformando a entidade
na mais altaexpressão soc ial e a mais legít
ima e honrosa tradiçãoParande aguá.
Quando da sua fundaç ão, oClub Litterario propunha-se congregar sóc ios
para fins culturais. A sociedade, entretanto, enveredou pelo caminho da
recreação,como form a de movimentar o clube.
Vencidos os embaraços e contratempos, tiveram os associados seu
primeiro baile, repleto deentusiasmo a gran de expectativa,realizan
do em data
de 16 de outubro de 1880.
O majestoso edifício da sede urbana, situado na zona nobre da cidade,
foi oficialmente inaugurado no dia 13 de novembro de 1932.
Pela Lei Mun icipal n.° 551, de 15de julho de 1965, o município procedeu
a doação dos terrenos situados na rua Do mingos Peneda,para a fu tura sede
campestre do clube, inaugurado em 12 de fevereiro de 1966, destacando-se o
edifício social, a piscina, campo de futebol, quadra de basquete, vôlei,
restaurante, bar, iniciando-se uma nova era para o "mais tradicional".
Emintegrada
diretoria, 9 de agosto
pelasde1992, foi realizada
seguintes pessoas:a soleni
dade de posse da nov
a
Presidente CarlosAlberto de Almeida
Vice-Presidente Luís Roberto Marinho Correia
1.° Secretário Albino Ferreirados Santos

501
2.° Secretário Júlio César Lopes Táv
ora
1.° Tesoureiro MárcioTavares
2.° Tesoureiro CeslyCrispim Pinto
Diretor Social LaertesMesquita
Dir. rei. públ. José Luís Hespanha
Dir. div.publ. CarlosHumberto Zaleski
Dir. sede urbana CamiloAmatuzzi Filho
Dir. sede camp. Luís Roberto Pic
anço Pinhe iro
Dir. patrimônio Paulo Charbud Farah
Diretores culturais Vera Lúcia Vieira Toledo
Waldomiro Ferrei
ra de Freitas
Oradores Amílton Aquim
Juarez Martin
s do Carmo.
Outros diretores para a prática de esportes.
CLUBE REPUBLICANO RECREATIVO

Sob
pavimen o influxododaidéia
to superior republicana,
sobrado n.°
7, da reuniram-se
3 então ru nu
ma
a do Imp mod
r -esta
erado hojesala do
rua15
de Novembro - os seguintes cidadãos:
Fernando Machado de Simas
Nestor Vítordos Santos
Guilherme José Leite
Júlio César Fernades Peixoto
José Ferreirade Campos
Benedito Antônio Guilherme
Francisco José de Sousa
José Gonçalves Lobo
TeobaldoDacheaux
Cesalpino Luís Pereira
Germano Augu sto Pirath
Manuel FigueiraNeto
Manuel Lucas Evangelista
Luís Mariano
Geraldo de Oli
Devisé veira
Joaquim Guilherme da Silva.
Esses valorosos cidadãos, no dia 21 de agosto de 1887, fundaram o
soberbo Clube Republicano de Paranaguá, e, na ata lavrada, declararam aderir
franca e espontaneamente ao manisfesto republicano de 3 de dezembro de
1870, divulg
ado no Riode Janeiro,pelos políticos repub
licanos, dan
do inícioà
ação política que deveria triunfar com a queda da monarquia, desligando-se
completamente de quaisquer compromisso com os partidos monárquicos
constitucionais.
Nessa memorável e histórica reunião, leu-se na íntegra, o manisfesto
republicano e procedeu-se à eleição de um presidente provisório e um secretário
também provisório, até a preparação e aprovação dos estatutos.
Presidente da reunião, Fernando Machado de Simas, declarou achar-se
eleitopara o cargode presidente provisório,om
c sete votos,o cidadão Guilherme
José Leite e para o de secretário provisório, Nestor Vítor dos Santos, também
com sete votos.
A primeira diretoria defin
itiva doclube,eleitaem 25de agosto do mes mo
ano, ficou integrada pelo seguintes membros:
Presidente Guilherme José Leite
Secretário José Gonçalves Lobo
Tesoureiro Francisco Joséde Sousa.
Em 1892, o Clube Republicano de Paran aguá, deliberou em assemb léia
geral a fusão com a sociedade dançante "Voltij adores da época", ocasião em
que excluiu apolítica dos seus estatutos,
passando a ser tãosomente recreativo,
com a denominação de clube arepublicano
Em 1993, integravam diretoria osrecreativo.
seguintes:
Presidente MoiséisOsirisda CostaSoares
Vice-Presidente Waldemar Alves Teixeira
1.° Secretári
o Francisco Antônio Carvalh o Neto
2.° Secretário PauloCelsoRosa
1.° Tesoureiro Pedro WiliamMattarCecy
2.° Tesoureiro Odair Pereirada CostaJúnior
1.° Orador Swami Vivekananda
2.° Orador AirtonPoli
Bibliotecário David Jacintoda SilvaJúnior
Diretorsocial Pedro Geraldo
Dir. patrimônio SaidEl Kadri
Dir. esporte MarcoAntônio LopesPereira
Dir. cultural Euricléia PereiraLobo
Dir. rei. públ. DelcidesFélixde Oliveira

503
RIO BRANCO ESPORTE CLUBE
Introduzido em São Pau lo no ano de 1894, por Charles Miller,brasileiro,
filho
século de
XX.ingleses, o futebol no Brasil começou a popularizar-se no início do
A prática dessa modalidade de esporte despertou o interesse do país,
começando fazer parte integrante da vida brasileira.
Paranaguá, inserida na força dinâ mica da pátria,desde o longínquo e
recuado ano de 1648, acompanhava com vivo interesse os fatos relacionados
com o nov o esporte,conhecidoomo c futeb ol, que vinha crescendo eapreciado
no Rio de Janei ro, São Paulo e Curitiba.
Na bela einspira da tarde de12 de outu bro de 1913, um grupo constituído
de seis jovens:
Manuel Vítor da Costa
Aníbal José de Lima
Euclides de Oliveira
José de Oliveira
Jarbas NeriChichorr o
AntônioGomes de Miranda.
...Tomados de sadio entusiasmo, numa evidente demonstração de que
também tinham visão de futuro, pretenderam querer praticar o novo esporte, com
o objetivo,principalm ente, de preparo econdiciona mento físico.
Na rua Marechal Deo doro, bem na esquin a onde hoje selocaliza a agência
do Bancodo Brasil, o grupo abordou o senh or Raul da Cos ta Pinto,funcioná rio
da Alfândega, que o colocou ao par do projeto e solicitou sua orientação e
ajuda na fundação de um clube de futebol.
Combinaram então que outras pessoas deveriam ser convidadas a fazer
parte da sociedade e no dia seguinte realizaram uma reunião na residência de
Aníbal José de Lima, situada à rua Marechal Deodoro número 22, onde hoje
funciona umestacionamen to particular.
Contando-se com os seis jovens do grupo inicial, estiveram presentes à
reunião realizada no dia 13 de outubro do mesmo ano, no referido endereço,
onze pessoas.Iniciado otrabalh o, foi dada a palavra a Jarbas Neri Chichorro,
que falou da idéia de se fundar um clube para a prática do esporte, conhecido
como futebol, já em desenvolvimento em algumas cidades brasileiras.
Divergiram alguns dos fins da sociedade que estava sendo fundada.
Preferiam que as atividades fossem recreativas. Jarbas Neri Chichorro, com
segurança, coerênciae convicção, disse queidéia a da maioria , ali reunida, de
acordo com oque se havia anteriormente combi nado, teriao clube porfinalidade
a prática esportiva, a fim de tornar-se uma escola de preparação e
condicionamento físico, tão importante e necessário à juventude estuante de
energia.

504
Colocada emvotação, vence u a proposta dogrupo inicial e, em seguida,
Chichorro prop ôs o nome de iRo Brancopara o novo clube, em homenagem ao
notável vulto da História do Brasil, José Maria Silva Paranhos, Barão do Rio
Branco (n. 20.04.1845; m. 10.02.1912).
A atuação do Barão do Rio Branco no Ministério das Relações ficou
marcada pela habilidade e cultura com que o brilhante diplomata resolveu
inúmeras questões de limites com países sul-americanos e por tratados firmados
com países daEuropa e da América.Quando o Brasiloptou por arbitram ento,
foi vitorioso.O trabalh o do Barão considerado de magna importân cia, fez com
que fosse conservado no ministério por quatro presidentes republicanos
consecutivos.
A proposição de Chichorro foi aceita por unanimidade. À agremiação
que se fundava foi dado o nome de Rio Branco.
Integraram a primeira diretoria as seguintes pessoas:
Presiden te Aníbal José de Lima
Vice-presiden te ManuelVítor da Costa
1.° Secretário JarbasNeri Chichorro
2.° Secretário AntônioGomes de Miranda
Tesoureiro José de Oliveira
Vogais Euclides de Oliveira
Antônio Ferrerda Rosa
Raul da Costa Pinto.
Ficou também deliberado que o Rio Branco, agora fundado, faria sua
apresentação enfren tando um clube deCuritiba,já que estavam todos imbuídos
em conhecer ossegredos dofutebol.
Paranaguá possuía, fronteiro à Santa Casa de Misericórdia, o conhecido
Campo Grande, todo gramado, oficialmente chamado praça Pires Pardinho,
delibe
ração da Câma ra Municipal na sessão de29 defevereiro de 1882.
Visitou Paranaguá, quinze dias após a fundação do Rio Branco, o clube
América,de Curitiba, eo "jogo" foi dispu tado no gramado da Pires Pardinh o,
com a vitória do time visitante.
Os jogadores do Rio Branco jogaram de calçascompridas, de cor branca,
e camisade lã com listrasvermelhas e brancas, mangas compridas egola.
A visitado América foibastante proveitosa. Os riobran quistas trataram
de conseguir umterreno para construçã o da praçaesportiva. Depois de ingentes
esforços, a municipalidade procedeu à doação do terreno na praça comandante
João
1912,Gualberto,
onde hoje senom
e dado m
pela
encontra Lei Municipal
o correio, o centron.°
de226
, de 16INSS,
saúde, ode nov embro
Emde pardee
a praça Alceu de Oliveira Toledo.Em frente do terreno, onde hoje se situamo
ginásio de esportes, secretaria de educação, o palácio da cultura, havia um
parque de eucaliptos, ali plantados justamente por se tratar de terra alagadiça,
charco, exigindo penoso trabalho de derrubada, destocamen to, drenagem,

505
capinação, aterro, serviço executado pelas turmas organizadas, já que os
associados,nessa altura, contavamrtopede cinqüen ta, sem contaros fund adores.
Exaustivo trabalho desenvolveram aqueles jovens, sem domingos ou
feriados, durante seis meses, para construir e entregar à sua terra o primeiro
campo de futebol, com defeitos, ainda engatinhando, mas podendo praticar o
condicionamento físico.
Para cercaro campo e construir asarquibancadas, precisavam de mui ta
madeira. Cotizaram-se para dar início a primeira campanha para angariar
recursos. Um admi rador, entusiasmado com adedicaçã o e espíritode sacrifício
daquela juventude, correu em auxílio. O comerciante de madeira, de nome
José FonsecaLobo,ofertou algu ns vagões de madeira.
Campo pronto , todo fechado,dotado deboas arquib ancadas, satisfeitas
as exigências para a realização de jogos, foi acertada a primeira pugna
intermunicipal oficial, já que seria disputada em campo devidamente legalizado.
Empolgado com a praça esportiva, o Rio Branco contratou dois
jogadores que vieram do Rio de Janeiro para reforçar o time riobranquista.
O América voltou a Paran aguá. A convitedos diretores do iRo Branco,
também veio Belfor t Duarte, figura conhecida futeb
do ol brasileiro.
Realizado o jogo, o Rio Branco ve nceu o América, deCuritiba, por
dois tentos a um, resultado que empolgou a cidade, enchendo de alegria e
compensando os esforços e sacrifícios despendidos. Paranaguá festejou com
passeata pelas ruas e grande queima de fogos. Os clubes recreativos também
festejaram, realizando assinalados bailes.
Nasceu o futebol em Paranaguá e o clube pioneiro, neste primeiro
momento, havia unido o Esporte Clube ao nom e Rio Branco.
Participando do campeonato paranaense de futebol, a crônica esportiva
da capital batizou o Rio Branco com o cognome de "Leão do Litoral", em
virtude das duras e dificílimasvitórias ocnquistadas.
Nas primeiras décad as desteséculo XX, os ideais liberai s apontavam
a ignorância do povo como causa principal das crises brasileiras. Tentou-se
acabar com o analfabetismo, estimulando-se a criação de dezenas de escolas
normais para formar professores de ensino primário.
Era Presidente do Estado do Paraná Dr. Caetano Munhoz da Rocha,
que havia sidoPrefeito deParanaguá, de 1908a 1916, dois man datos, renunciando
em 1915, quando mudou-se para a capital.
Em 4 de setembro de 1924, foi realizada a solenidade de lançamento
da pedra
antigo altofundamental
da FonteNova,para
com aa presen
construção da Escola
ça do Preside Normal
aense ede
nte Paran Paranaguá,
dem ais no
autoridades.
Apareceu,porém, um problema. O prédio ficaria com afrente para os
fundos das arquiba
ncadas do campo do RioBranco.O Prefeito, Dr. Francisco
Accioly Rodrigues da Costa, solicitou aos dirigentes que desocupassem o

506
terreno, já que seriao mesmo utilizado pa ra educação física dos alunos.
A princípio, os dirigentes tinh
am o propó sito denão concordar. O terreno
doado estava legalizado e oioRBranco em plena pos se deseus direitos.Várias
reuniões
com foram
o Pref realizada
eito,os s. Cham
dirigentes c ados aopaço municipal
ompareceram anhadospara
acomp um entendimen
de grande n to
úmero
de associados e torcedores.
Pelo Prefeito foi feita uma longa explanação sobre a necessidade da
construção da escola normal, dos reais benefícios à cidade e aos estudantes
que teriam oportu nidade deadquirirproveitosos ensinamentos, até entãomuitos
restritos.Em troca, a municipalidade daria um terreno na conhecida Estradinha,
estrada das col ônias,hoje alam eda Corone l Elísio Pereira,prometendo ajudar
na demoliçã o e construçã o da nova praça de esportes.
Na verdade, o Rio Branco entendeu o grande benefício que representa
uma escola do porte da esco la normal, hoje Instituto deducação
E "D
r. Caetano
Munhoz da Rocha" e concord ou coma desocupação da praça esportiva.
Na chamada Estradinha, Nelson Medrado Dias mandou construir as
arquibancadas e aparelhar o terreno para o campo de futebol. Nesta nova
empreitada, aliados aos recursos de Nelson Medrado, duas pessoas não
pouparam esforços e nem sacrifícios Joaquim Salgado e Torquato Alves.
Em lOde junho de1926, foi inau gurado o novo estádio "Nelson Med rado
Dias", dado o nome em homenagem e reconhecimento ao trabalho edinamismo
do seu grande benfeitor.
Aos festejos de inauguração, como convidado, veio o Clube Atlético
Paranaense fazer a partida principal.
A partir de então o Rio Branco teve nova vida, novos sucessos, muitas
glórias, lutas, crises, sacrifícios, mas, até os dias atuais, continua de pé, nos
seus oitenta anos.
Integrantes da diretoria, em 1993:
Presidentede honra Hélcio de Andrade Torres
Presidente Mário Maconde s Lobo Filho
Vice-presidente administrativo Ivan Lapoli Fil ho
Vice- presidente financeiro Nilson Viana
Vice-presiden te do dep. de futebol AlceuSilva
Secretário geral Magin Valêncio Neto
1.° Secretário Rogerde PaulaXisto
2.° Secretário Horáciode SousaPinheiro
Tesourei
1.° Tesoureiro
ro Geral Nivaldo
Antôni DomSchneides
o José anski
2.° Tesoureiro Caio Nascimento
1.° Orador CelsoChichorrode Oliveira
2.° Orador Luís Carlos Gomes
Dep.defutebol profissional Celso Garcia

507
Dep. de futebol amador Francisco Araújo
Departamento social Edson Toledo
Departamento médico Sebastião Silva
Departamento de
Departamento de patrimônio
promoções Acir CorreiaSantos
João Artur Júnior
Glasir Machado Lima Neto
Elias Guimarães
CelsoLuck Júnior
Lourival de Mello
Mário Manuel das Dores Roque.
CLUBE DE NATAÇÃO E REGATAS COMANDANTE SANTA
RITTA
Em 8 de setemb
ro de 1919, às 20h,no salão no
bre do Club
e Republicano
Recreativo, legítima glória paranagüense, reuniram-se em assembléia geral, as
seguintes pessoas
:
Dr. Antenor Coelho
Coronel José Gonçalves Lobo
Dr. João do
Joaquim Henrique
AmaralCostard
e Melo
JoséLucas Evangelista
José Ferreira
Antônio Correia de Sousa
José Tramujas
Bernardino Sousa
Genaro Régis Pereira da Costa
Cartano Lucas Evangelista
Arthur CorreiaLima
Aníbal Ribeiro
Atílio Gomes
Evandro de Oliveira
BeneditoWenceslau Carneiro
Heitor Santos
Luís Torres
Altamirano
Olavo BórioPereira
Docilo Silva
Marcelino Oliveira
Souzipater Viana
Antônio Romualdo Vidal

508
Agripino Pic anço
Manuel Nunes Barranco
José Lobo Júnior.
O Dr. Anternor Coelho assu miu a presidênciada assembléiae declaro u
que aquela reunião destinava-se à fundação, em Paranaguá, de um clube de
natação e regatas.Informou também o acolhimen to que teve aidéiae apresen
tou
uma relação co m os notas com ovalor total de Rs. 1:185$000 (um conto, cento
e oitenta e cinco mil ér is), referente à contribuição espontânea de 130 pessoas
físicas e 5 jurídicas.
Em seguida, o presidente, convidando os senhores Dr. João Henrique
Costard, Docilo Silva e Olavo Bóri o, para tomarem assen to à mesa, declarou
abertos os trabalhos da sessão inaugural e determinou que se procedesse à
eleição da prime ira diretoria, sendo eleitos:
Presidente honorário CapitãoRogériode Siqueira
Presidente Dr. AntenorCoelho
Vice-presiden te Alípio Cornélio dos Santos
1,° Secretário Artur Lima
2° Secretário AcrísioGuimarães
1.° Tesoureiro OlavoBório
2.° Tesoureiro Docilo Silva
Diretor de regatas CapitãoFredericoSoledade
Vice-diretor SouzipaterViana
Diretor de natação João SavasJoanidis.
Convidados peloPresidente para tom arem posse de seus cargos,deixaram
de comparecer, por motivos justificados, os seguintes:
Alípio Cornélio dos Santos
Capitão Rogériode Siqueira
Capitão FredericoSoledade
AcrísioGuimarães
João Savas Joanidis.
O Presiden te, Dr. Antenor Coelho,propôs que o clubedeveria denominar-se:
Clube de Natação e Regatas Comandante Santa Ritta.
Em homenagem a um dos filhos desta terra , onde deixou gratíssimas
recordações.

seguintes
Colocando
nomes:a proposição a discussão e votação, foram indicados dos
Zenon Pereira Leite, Dr. Francisco Accioly Rodrigues da Costa e Dr.
João Henrique Costard, para formarem a comissão que deveria elaborar os
estatutos doclube,no menor prazo possível.
Propôs, ainda, o Presidente, que as cores do clube, agora fundado,

509
fossem vermelha e branca, sendo ovad
apr
o por maioria de votos .
O clube de Nataç ão e Regatas Coma ndante Santa Ritta, legítima glória
do esporte de Paranaguá, logo no mê s de fevereiro de
1920, realizou um a festa
com música, bandeirolas multicoloridas, a fim de apresentar publicamente os
barcos,batizados com os nome s de "Paranaguá", e "Itiberê",homenageando a
cidade e ao rio Itiberê, patrimônio tradicional, histórico e cultural da terra de
Gabriel de Lara, iniciando o clube sua prometedora frota.
Daí por diante a flâmula vermelha e brancaodComandante SantaRita,
passou a ventar nas esguias proas dos barcos que sulcavam as águas do rio
Itiberê, impulsionadas pelos remos cadenciados dos remadores parnanguaras,
colhendo várias medalhas e troféus vali
osos,que lhe ornam entam a sede social,
situada no largo Dr
. Acioli, número 5.
Em 17 de março de 1935, data que registra a inau guração do Porto
Dom Pedro II, em Paran aguá, o Comandante SantaRitta lançou seus barc os às
águas para recepcionar eacompanhar o N.E. "Almirante Saldanha". Os barcos
eram os seguintes:
2 Giggs a 4 remadores e 1 timoneiro -10 pessoas
2 Tiggera 4 remadores e 1 timoneiro - 10 pessoas
2 Tiggera 2 remadores - 4 pessoas
2 Canoasa 4 remadores - 8 pessoas
total - 32 pessoas
Parte da tripulação subiu o morro da ilha da Cotinga para avistar o
navio. Avista
do, dirigiram-se àponta da Cruz onde alcançaram aembarcação e
a acompanharam até o cais do porto. Nominam-se os esportistas:
Antônio Bened ito Cunha
Eloi Marcondes de Albuquerque
José Vilela Barbosa
Alberto Cordeiro
Horácio Rodrigues
Rui Pessoa
Jáder Vidal
Sávio Cárdenas
Ari Moraes
AnacirLapagesse
Túlio Ferreira de
deAbreu
Pinho
Luís Gutierrez
NelsonMiro Vernalha
Régis Contantino

510
Nagib Baleche
João Picanço Júnior
Oton Pereira Corrêa
Cândido Ribeiro
Dante Vila
Epaminondas Beltrami
Natael Nogueira Passos
Werton Braga
João Pires Arantes
José Chede
Dario Lopes dos Santos
Jorge Barbosa Cecy
Clemente Dal Stella
Antônio Constantino Filho
Francisco Tramujas
Alberto Ferreira
Werner Heeren
Celmiro Lobo Filho.

A diretoria do Clube de Natação e Regatas Comandante Santa Ritta, em


1993, é integrada pelasseguintes pessoas:
Presidente Dr. RenêLuísBudant
Vice-Presidente Osiris Volnei Gebran
Secretário JoséMoscard i da Silva
Tesoureiro Amilão do RosárioSilva
DiretorGeral de Esportes JeffersonJosé Ozogon ski
Diretorde Patrimônio AristidesJosé Alves
ConselhoFiscal: Antônio BeneditoCunha
José Luís Boabaid
Nelson Nascimento.
ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, INDUSTRIAL E AGRÍCOLA
Os empresários:
Manuel Hermógenes Vidal
Docilo Silva
Agripino Picanço
LuísWolf
Leopoldo Obladen
Ataliba Alves

511
José Fonseca Lobo
Miguel Cecy
Pedro Salomão
Álvaro Bittencourt Lobo
Eurípedes Branco
Carlos Bley
João Bley Neto,
reuniram-se, fundando o Centro Comercial de Paranaguá, no dia 4 de
outubro de 1923.
Integraram a diretoria provisória as seguintes pessoas:
President e ManuelHermógenes Vidal
Secretário ÁlvaroBittencourtLobo
Tesoureiro Docilo Silva.
Em 23 de fevereiro de928,1 o Centro Comercial pass ou a denom inar-se
Associação Com ercial de Paranaguá. Pela lei Mun icipal n.° 521, de 21 de
outubro de 1929, foi declarada de utilida
de pública. Atualmente, denomina-se
Associação C omercial,Industrial e AgrícolaACIA
- P.
A entidade defende os interesses da classe, há quase setenta anos.
Personalidades de relevo na vida econômica da cidade presidiram a Associação
Comercial.
O primeiro Presidente definitivo foi Ceciliano da Silva Corrêa (1923 -
1925). Na presidência de Joaquim Xavier Neves (1925 - 1933), em 23 de
fevereiro de 1928, o Centro Comercial passou a denominar-se Associação
Comercialde Paranaguá.
Integram a diretoria, em 1993, as seguintes pessoas:
Presiden te José Luís Boabaid
Vice-presidentes Pedro Arinos da Cunha Filho
Júlio Monteiro de Sous a
Eduardo Rubens de Andrade
Pedrinho Antônio Furlan
José Silvio Gori
1.° Secretário MohamedHamud Hamud
2.° Secretário JarbasFurquim de Campos Filho
3.° Secretário Mauro Takiguti
1.° Tesoureiro Edson Márcio Kater
2.° Tesou reiro Reily Agari Algodoal
3.° Tesoureiro Divaldo Corrêa
Dir. Rei. Públicas AntônioCarlosCorrêa
Dir.dePatrimônio EdgardWehmut Ragonha

512
Pres. Cons. Mulher Regina Lúcia Corrêa
Assessor Jurídic
o Artur Oscar K. Passos
JoséMaria Valinas Barreiro.
CLUBE ATLÉTICO SELETO
Um grupo constituído dos jovens:
GeraldoCavagnari
José Tramujas Júnior
José Marques Cordeiro
Honório da Costa Lobo
Egberto Hilário Ribeiro
Elpídio Silva
Antônio Fernandes Filho
Antônio Ramos
Benedito Marques Cordeiro
Saturnino Cárdenas,
reuniram-se em data de7 de junho de 1926, às 20h30min,no Café Central,
propriedade de Ueb Miguel, situado à rua 15 de Novembro, concretizou a
fundação do Seleto
A primeira Esporteeleita
diretoria Clube.
ficou integrada pelas seguintes pessoas:

513
Formalmente aceitas as condições, a assembléia aprovou os nomes
para compor uma junta governativa provisória, que ficou constituída:
Dr. Joaquim Tramuj as, Amintas Pinh o e Osmar Nascimento, para dirigir
o Clube Seleto até a eleição da diretoria definitiva. A junta, imediatamente,
tomou posse econvocou uma assembléiapara o dia 27do mesmo mês e ano,a
fim de eleger a diretoria definitiva.
No dia 27 daquele mês, no Club Litterario, reuniu-se a assembléia do
Clube Atlético Seleto, que escolheu e emp ossou o conselho deliberativo.Sr.
O
Orlando Matos, ex-presidente do Clube Atlético DNC, presidiu a importante
assembléia.
O conselho deliberativo, reun ido, elegeuos diretores od conselho
administrativo para o biênio 1947 - 1948, tendo sido indicado o Dr. Joaquim
Tramujas para presidente. A posse do presidente Tramujas e demais membros
da diretoria def
initiva ocorreu aos 2 de janeirode 1947.
Em 1964, o plantei profissional do Clube Atlético Seletoconquistou
para Paranaguá o honroso título de campeão da zona sul, permitindo disputar
com o Grêmio deMaringá o galardão de campeã o do Estado doParaná.
Atualmente, o Clube Atlético Seleto possui um vultoso patrimônio,
constituído de um amplo estádio para a prática esportiva, inclusive piscina, e
uma sede socialrecreativa, conhecida comorque Pa Social Seletão.
Integram a diretoria
, gestão 1992/1994, as seguintes pessoas:
Presidente José Delphim
Vice-Presidente José Mariade Freitas
1.° Secretário PauloMilande Paula
2.° Secretário Mário José Ribeiro
1 ° Tesoure iro AdilsonA. Vassão
2.° Tesoureir o Nilton Leiser
Diretor Social Ismael Gomes
Diretorde DivulgaçãoEdsonToledo
Diretor de Esporte EmídioP. Carvalh o
Diretorde Patrimônio LuísHenrique da Silva Chaves
Orador AmiltonAquim.

514
SOCIEDADE SÃO VICENTE DE PAULO
No consistório da
igreja matriz, hoje catedral diocesana,
reuniram-se os
vicentinos:
Adélio Corrêa
Manuel Julião Sobrinho
Dommingos Torres
BeneditoVítordos Santos
Manuel de Almeida
Antônio Lopes de Araújo
Josias Avelino
Francisco de Paula dos An jos
Artur Rodrigues Tramujas
CarlosDacheaux
MiguelAntunes
Bernardino Pereira Neto.
No dia 17 de março de 1929, realizaram mais uma sessãoda Conferên cia
Vicentina de Nossa Senh ora do Rosário, srcem da benemérita Sociedade São
Vicente de Paulo, tendo por finalidade prestar serviço de Cristo nos pobres.
Integravam a diretoria, na época, os seguintes vicentinos:
Presidente AdélioCorrêa
Secretário Manuel JuliãoSobrinho
Tesoureiro Domingos Torres.
Os vicentino s, em 15 de julhode 1941, inauguraram o Dispe nsário São
Vicente de Paulo, situado à rua Conselheiro Sinimbu, núme ro 19.
Os vicentinos também desenvolveram um grande esforço para fazer
funcionar o Asilo São Vicente de Paulo, situado à rua Júlia da Costa,
beneficiando a velhice desamparada.
A primeira provedoria do Asilo São Vicente de Paulo, de Paranaguá,
que tomou posse em 17 de maio de 1960, foi integr ada pelos segu intes
vicentinos:
Provedor Silvio Machad o de Oliveira
Vice-Provedor Ascendino Maciel
Secretário José Machado de Oliveira
Tesoureiro JaliFós.
As primeiras ri mãs, da Congreg ação das Filhasda Caridad e SãoVicente
de Paulo, consagradas a Deus para o serviço
encarregar-se do trabalho no Asilo de Parana da arida
c d e cristã,qu
guá, verdadeira terrae aceit
de amissão,
ram
aqui chegaram no dia 21 de junho do mesmo ano.
A solenidade deinauguração do AsiloSão Vicentede Paulo foirealizada
em 29 de julho desse ano, data comemorativa da elevação do povoado de

515
Paranaguá à categoria de Vila, importante acontecimento histórico verificado a
29 de julho ed 1648.
Os valorosos vic entinos deParanaguá tamb ém construíram orfanato
O
São Vicente
da Roc de Pau
ha Neto, funlo - an
cion Casa doBom
do desd Menin
e o ano deo1973.
- situado à avenida Ben
to Munhoz
São mem bros da atual Provedoria, que tomaram posse em 17de julho
de 1939, os seguintes vicentinos:
Provedor DiamantinoFrancisco
Vice-Proved or BôrtoloBornancin
Secretário Natal Borges
Tesoureiro ElpídioLeal dos Santos.
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE PARANAGUÁ
Idealizado por Vicente Montepoliciano Nascimento Júnior que, juntamente
com Hugo Pereira Corrêa e Manuel Viana, formou a comissão organizadora,
em 26 de setem bro de 1931, nascia em aPranaguá, o Institu
to Históricoe
Geográfico, considerado uma casa da memória, que mantém um museu da
cidade,em prédio próp
rio, situado à rua 15de Novembro, número 621, sendo
seus fundadores:
Vicente Montepoliciano Nascimento Júnior
Hugo Pereira Corrêa
Manuel Viana
Zenon Pereira Leite
Bernardino Pereira Neto
João Salvador dos Santos
Luís Rodrigues Torres.
Integraram a primeira diretoria provisória, as seguintes pessoas:
Presidente Zenon PereiraLeite
Vice-Presidente Bernardino Pereira Neto
Secretário Manuel Viana
Tesoure iro VicenteNascime nto Júnior
Bibliotecário Hugo PereiraCorrêa.
Fundado com am or às letrase às tradições históricasda terrade Gabriel
de Lara e detantos vultos ilustres, Ins
o tituto Histórico, em948,1 com o Instituto
Histórico Geográfico
Regional de História ee Etnográfico Paranaense, realizou
Geografia, comemorativo o Primeiro
dos festejos Congresso
do tricentenário
de Paranaguá.
Na presidência do Dr. Joaquim Tramujas, em 1963, o Governo do Paraná
procedeu à doação do prédio onde se encontra instalado.

516
São mem
bros da diretoria,com mandato até 26 desetembro de 1994:
Presidente
1.° Vice-Presidente Dr. Veríssimo
Hugo Pereira CorrêaPereiraNetto
Gonçalves
2.° Vice-Presiden te Dr. JoãoRicardode CastilhoPereira
1.° Secretári
o Sr. Osmar da Luz
2.° Secretário Dr. Algacyr Morgenstern
1.° Tesoureiro Dr. José Mariade Freitas
2.° Tesoureiro Dr. AgostinhoMorais
Orador Sr. Swami Viveka nanda
Bibliotecário Prof.José CarlosRohn
Diretordo Museu Prof.LeônidasBoutin.
Pela lei Mun icipal n.° 991, de 9 de agosto de 1974, foi declarado de
utilidade pública.
CENTRO DO COMÉRCIO DE CAFÉ DE PARANAGUÁ
Quando Paranaguá ainda engatinhava na incipiente comercialização e
exportação decafé,seteempresas expo
rtadora
s que ope
ravam no ramo,decidiram
fundar o Centro do Comércio de Café,
em data de20 demaio de1933.
As firmas exportadoras:
Feliciano Guimarães & Cia. - representada por Jaime Camargo
Leon Israel & Company - representada por Paulo Cunha Franco, que
seria prefeito-interventor de Paranaguá
Brazilian Warrant Agency Financy Company - representada por Alfred
Rose
Amaral Lima Ltda. - representada por Roberto Alonso
Loiola& Branco- representada por Man uel Loiola
Raphael Sampaio & Cia. - representada por Francisc
o A. Rocha
Brasílio & Araújo - representada por Joaquim Pinheiro.
Integraram a primeira Diretoria, as seguintes pessoas:
Presidente Jaime Camargo
Vice-Presidente PauloCunha Franco
1.° Secretário
2.° Secretário Alfred Rose
Roberto Alonso
1.° Tesoureiro Manuel Loiola
2.° Tesoureiro Francisco A. Rocha.
De 1948a 1956, o Centrodo Comérciode Caféfoi dirigid
o pela diretoria
o Dr. JoãoFerraz de Campos, que construiu a primeira
cujo Presidente era
sede situada à avenida Artur de Abreu.
Em 23 de maio de 1956, foi eleita e tomou posse nova diretoria, assim
constituída:
Preside
nte NilsonPereiraNeves
Vice-Presidente João de SousaAranha
1.° Secretário Waldomiro Ferreirade Freitas
2.° Secretário Oswaldo FreitasReis
1.° Tesoureiro Elísio PereiraCorrêa
2.° Tesoureiro Joaquim Badini.
A diretoria, nesse mesmo ano, após estudos e planejamento, com apoio
financeiro do altocomérciocafeeiro,projetou e construiu o impo nente edifíci
o
"Palácio do Café", constituído de treze andares, autoria de Abel Karam,
construção de Gutierrez, Paula Munhoz Ltda. - Engenheiros Construtores.
O arrojado empreendimento incorporado pelo Centro do Comércio de
Café de Paranaguá, simboliza o mais rico período do ciclo do café no porto
Dom Pedro II.
O prédio foi inau gurado no dia29 de julho de 1961, data comemorativa
do tricentésimo décimo terceiro aniversário da elevação do povoado de
Paranaguá à categoria de vila,'verificado no ano de 1948.
Integram a diretoria, biênio 92/94, com mandato até 25.05.1994, as
seguintes pessoas:
Presidente JoãoBassaneze
1.° Vice-Presi
dente Takahiro Shibue
2.° Vice-Presiden te Osmar Gonçalves Correia
1.° Secretário João Jacob Berberi Filho
2.° Secretário Ozides Alves
1.° Tesoureiro Hélciode Andrade TorresFilho
2.° Tesoureiro Antônio Roberto Ináci o
Dir. Patrimônio José Silvio Gori
Dep. de Armazéns Gerais João Kravitz
Dep. de Exportação PedroArinos da Cunha Filho
Dep. de Navegação Hélio Figueiredo Freire Filho
Dep. de Bancos Edson MárcioKatter.
Em 20de maio de 9193, a importante instituiçãoom c emorará seus oitenta
anos de brilhante trajetória.

I 19381016 316FF 20 I I
Dr. José Maria Faria
de Freitas
CRO 1496

518
CLUBE OLÍMPICO DE PARANAGUÁ

Ao "Paranaguá Country Club", fundado pelo Dr. Cantuária Guimarães,


que conseguiu da municipalidade a doação do terreno situado na praça Coronel
João Guilherme, sucedeu, em 8 de julho de 1937, o Clube Olímpico de Paranaguá.
"Aos oito dias do mês de julho de mil novecentos e trinta sete, reuniram-
se em assembléia geral, convocados pela comissão organizadora da fundação
do Clube Olímpico de Paranaguá, os sócios daquele clube, na sua sede, à praça
coronel João Guilherme, a fim de tratarem assuntos atinentes àquela sociedade.
Assumiu a presidência o professor Waldemiro Pais Gomes, que convidou
os senhores sócios Caetano Marchesini e Prisciliano Corrêa Júnior para
secretariarem a mesa.
0 presidente expôs então aos presentes, os trabalhos preliminares da
fundação do Clube Olímpico de Paranaguá. Passando a relatar que aos seis
dias do mês de janeiro de mil novecentos e trinta e sete, um grupo de esportistas
entusiastas, reconhecendo a grande utilidade, ao mesmo tempo de uma
aproximação cultural-esportista no seio da sociedade paranagüense, resolveu
a referida comissão criar um clube com essas finalidades elevadas, ao qual
denominou Clube Olímpico de Paranaguá".
Integraram a primeira diretoria, que tomou posse em 18 de julho de
1937, as seguintes pessoas:
Presidente Jos é Lima Júnior
Vice-Presidente Alfred Ros e
1.° Secretário Caetano Marc hesini
2.° Secretário Prisciliano Corrêa Júnior
1 ° Tesoureiro Eugênio Caetano do Amaral
2.° Tesoureiro Mário Corrêa
Diretor Soci al Dr. Aníbal Ribei ro Filho
Diretora da Sec ção Feminina Diva Vidal
Diretor Geral de Esportes Waldemiro Pais Gomes.
Assinaram a ata de fundação, sob número 1:
Caetano Marchesini
Waldemiro Pais Gomes

Prisciliano
José Corrêa Júnior
Lima Júnior
Eugênio Caetano do Amaral
Dr. Antônio Olímpio de Oliveira
Mário Vila
Mário Corrêa

51 9
Dr. Aníbal Ribeiro Filho
Bernardino Pereira Neto
José Pitela
Raul Veiga
Ricardo Kyrmse
Acrísio Guimarães
Jaime Camargo
Antônio Benedito Cunha
Vladimir Maranhão
J. Caires Silveira
Ubaldo Cavagnari
Jaime Palheiras.
Atualmente, o Clube Olímpico é um dos mais expressivos clubes da
história de Paranaguá. A finalidade é, simultaneamente, social, esportiva e
recreativa. Entre suas características mais destacadas conta com piscina para
crianças e adultos, futebol, vôlei, basquete, tênis, sauna, ginástica aeróbica,
caratê, xadrez, lanchonete, restaurante.
São membros da diretoria, em 1993, as seguintes pessoas:
Presidente de Honra
Presidente Carlos Elísi odos
André Luís Neves Vieira da Costa
Santos
Vice- Presidente Paulo Carvalho França
1.° Secretári o Pedro Argemiro Tarta Netto.
2.° Secretário Pedro Arinos da Cunha Filho
1.° Tesoureiro Luís Carlos Picanço Caetano
2.° Tesoureiro Paulo Valentim dos Santos Neto
Dir. Esportes Samuel Aiseman
Dir. Publicidade Luís Osni Miranda
Dir. Cultural Joaquim Tramujas Filho
Dir. Patrimônio Gilberto Perin
Gerente do Clube Soda Mattar Filho.

SOCIEDADE DE ASSISTÊNCIA AOS NECESSITADOS


Fundada em 14 março de 1940, por iniciativa do senhor Arthur Correia
de Freitas, que foi seu primeiro presidente, a Sociedade de Assistência aos
Necessitados inaugurou o "Abrigo à Velhice", em 5 de fevereiro de 1942, em
comemoração à elevação da Vila de Paranaguá à categoria de cidade, onde
realiza seu objetivo de prestar assistência à velhice desamparada.
São membros da diretoria, em 1993, as seguintes pessoas:
Presidente - João Kravitz

520
Vice-Presidente José Humberto Ramos
Secretário Geral Osmar da Luz
1.° Secretário Fernando Grenier Filho
2.° Secretário Paulo Itiro Sasaki
1.° Tesoureiro Moacir do Nascimento
2.° Tesoureiro José Figueiredo Filho
1.° Orador Vicent e de Paula F. Cavalcante
2.° Orador João Batista Silveira
1.° Provedor Geraldo Eustáquio Dias
2.° Provedor Cídenes de Paula
Procurador Joaquim Teixeira de Magalhães
Consultor Jurídico Carlos Pereira Gonçalves.

IATE CLUBE DE PARANAGUÁ


Em data de 16 de dezembro de 1952, às 20h, na sede do Clube
Republicano Recreativo, legítima glória da cidade, reuniram-se aproximadamente
trinta pessoas dedicadas à paixão comum pelas coisas do mar, deliberando
fundar o Iate Clube de Paranaguá, estimulados e incentivados pelo capitão dos
portos do Paraná, Zomar Pontes Ramos.
O senhor Ivo Petry Maciel, um dos grandes entusiastas do esporte
marítimo, não poupou esforços em ver concretizada a idéia de se criar o Iate
Clube de Paranaguá , a fim de unir os praticantes dispersos.
As informações foram registradas no caderno aberto por Petry Maciel
especialmente para guardar memória do momento histórico da fundação do
Iate Clube de Paranaguá;
Nominata dos fundadores:
Walter Nascimento
Ivo Petry Maciel
Maurício Carvalho
João Batista Vila
Waldyr Chyla
Ewaldo A. Seeli ng
Clodoaldo dos Santos Porto

EwaldoRieck
Nolan Seeling Filho
Jaime de Barros Silva
Antônio E. Faria
Antônio Carlos Badini
Laurentino Carvalho

52 1
Emídio Carvalho
Luís Badini
Ralf A. Hauer
Leão Chapaval
Miguel Barroso
Lênio Arantes
Moaci r A. Cordeiro
Vitor Julião
Alberto Cordeiro
Anoar Farah
João Riec k
Nagib Mussi
Raul Macaggi
José Bornancin
Algair Morais
Tanuz Barbosa
Miguel Fued
Jamil Buffara
Bartolomeu Vila Neto
Israel Sígolo
Ênio Cunha
Jorge Mattar Filho
Hélio Petry Maciel
Ascendino M. Lima
Dorciro M. Lima
Godofredo R. Lasbch
Miguel C. Cominos
Jorge L. G. Barros
Amoldo Beni de Oliveira
José Luís Pinto Rebell o
Hélio G. de Oliveira
Hugo Moreira
Donald M.C. Kart
Pedro Richeta
Paulo B. Viana
Francisco Hauer Neto
Constantino Anastácio
Savas Joanides
Demitry Ochrimowicz

522
Calim Paulo
Jorge Azim
Rubens Gutierrez
Leopoldo Pugsley
Manuel Julião .
Integraram a primeira diretoria, escolhida na mesma data, as seguintes
pessoas:
Comodoro João Batista Vila
1.° Vice-C omodoro Joaquim Badini
1.° Secretário Walter Nascimento
1.° Tesoureiro Ivo Petry Maciel
Diretor de Esportes Jorge Luís Guimarães de Barros
Diretor de Pesca Alberto Cordeiro.
O Iate Clube de Paranaguá é hoje um dos mais importantes do gênero
em todo o Brasil e figura com destaque entre as entidades de Paranaguá.
São membros da diretoria, em 1993, as seguintes pessoas:
Comodoro Wilson Junqueira Júnior
Vice-Comodoro Dilson Antônio Consentino
Secretário
Secretário Milton Luís Saif
• Darci Batista
Tesoureiro • Antônio Fernandes de Morais
Tesoureiro • Jozias de Oliveira Ramos.

SOCIEDADE AMIGOS DA MUSICA DE PARANAGUÁ


Um grupo integrado pelo Dr. Arnaldo Beiro de Miranda, Alceu
Marcondes Zanardini, Glasir Machado Lima, Dr. Clovis Beraldi e Senhora,
Terezinha Barleta Cordeiro, Malvina Barleta Cordeiro, Lafaiete Paranhos,
Alcídia Melo, Antôn io Staníscia, El pídio Miranda, Marc elo Silveira, Ana Clélia
Barleta e Maria Elza Mendes , reuniram-se em data de 23 de junho de 19 55 , às
21 h, sob a presidência do Dr. Arnaldo Beiro de Miranda, situada à rua 15 de
Novembro, número 90, nesta cidade, quando decidiram fundar oficialment e a
Sociedade Amigos da Música de Paranaguá, tendo por finalidade principal o
cultivo da música, das artes e através do intercâmbio com outras entidades ou
com grupos ligados às artes e à cultura em geral.
Integraram a diretoria, as seguintes pessoas:
Presidente - Malvina Barlet a Cordeiro
Vice- Preside nte - Manuel Viana
1.° Secret ário - Túl io Lapagesse

523
2.° Secretário • Wilson Junqueira
1 ° Tesoureiro • Anita Ribeiro Fontes
2.° Tesoureira • Nilza de Sá Anastácio
Diretor Soci al • Alberto Cordeiro
Diretor de Rei. Públ. • Anita Canale Rabi
Diretor de Patrimônio • Parasqueva Anastácio
Orador Dr. Aníbal Ribeiro Filho

Integram a diretoria em 1993, as seguintes pessoas:


Presidente - Elysete F. de Sousa Rizental
Vice-Presidente - Terezinha Cordeiro Hamud
1.° Secretário - Maria Claudete Pereira
2.° Secretário - Adélia Hinniger de Barros
1.° Tesoureiro - Natália Medina
2.° Tesoureiro - Maria do Socorro N. de Sá
1.° Orador - Swami Vivekananda
2.° Orador - Tatiana S. Silva
1.° Diretor Social - Anita Canale Rabi
2.° DiretorRei.
Diretores SociPúbl.
al -- Araci
OdiléiaStaníscia
Pedroni
- Sônia Costa.

CENTRO DE LETRAS DE PARANAGUÁ


No auditório do Club Litterario, gentilmente cedido, em data de 21 de
agosto de 1960, às 10 horas, reuniram-se, a convite do Senhor Caetano Corrêa,
as seguintes pessoas:
Dr. Aníbal Ribeiro Filho
Dr. Genaro Régis Pereira da Costa
Prof. Manuel Viana
Dr. Joaquim Tramujas
Dr. Hugo Pereira Corrêa
Prof. Nelson de Freitas Barbosa,
com a finalidade de discutir a iniciativa de organizar um centro cultural
nesta cidade.
O senhor Caetano Gomes Corrêa, explicou os objetivos, justificando
que Paranaguá foi o berço da primeira sociedade literária e artística do
Paranaguá, o velho e tradicional Club Litterario, bem como foi o berço dos
primeiros poetas, escritores, pintores e músicos do Estado. Através de suas
gerações, Paranaguá continua a tradição de cultura exercida por inúmeros
intelectuais e artistas, justificando a criação de um centro de letras, centralizando

52 4
Caetano Gomes Corrêa,
que se encarregou de apresentar o projeto dentro de prazo razoável, para estudos
e discussão. Estava fundado o Centro de Letras de Paranaguá. Entretanto,
enfrentando carência de recursos financeiros, indiferença de alguns e a
incredulidade de outros, ainda esbarrando com diversas exigências para atender,
mas reunido-se sempre os abnegados fundadores em buscas das soluções, para
se estruturar e se consolidar, pôde o centro, já decorridos três anos, realizar
oficialmente a sessão solene de sua instalação.
A sessão magna de instalação, realizou-se nos salões do Club Litterario,
em 1.° de setembro de 1963, com o seguinte roteiro:
1 - Hino Nacional Brasileiro - pelo orfeão da Escola Normal Dr. Caetano
Munhoz da Roc ha
2. - Abertura da sessão - pelo presidente Dr. Aníbal Ribeiro Filho
3. - Elogio do patrono - pelo Dr. Genaro Régis Pereira da Costa
4. - Diplomação dos Fundadores - pelo professor Vasco José Taborda,
presidente do Centro de Letras do Paraná
6.- Conferência - pelo Dr. Bento Munhoz da Rocha Neto
7.- Hino do Munic ípio de Paranaguá - pelo orfeão da Es cola Normal
Dr. Caetano Munhoz da Rocha.

Tendo sido
de instalação, adredemente
o Dr. preparad
Aníbal Ribeiro o para
Filho a realização
assim da memorável sessão
o descreveu:
"O salão nobre do Club Litterativo apresentava-se com o aparato das
grandes comemorações, literalmente lotado pelo elemento mais representativo
da cidade, intelectuais, homens de empresa, presidente de associações e
representantes do alto comércio, diretores de educandários e representantes
de clubes de serviços, representantes de clubes e chefes de autarquias e grande
número de senhoras.
A mesa da sessão, ornamentada com flores naturais, apresentava na parte
frontal os escudos da República, do Estado e do Município, sobre atoalhado de
seda vermelha; por trás dela, ao fundo, encontrava-se uma enorme tela
reproduzindo o escudo do Centro de Letras, trabalhos todos de pintura de alto
mérito de autoria do senhor Mário Macaggi, membro da entidade".
Em seguida, após descrever a ornamentação e a arrumação do salão nobre
do Club Litterario, o Dr. Aníbal passou a relacionar a composição da mesa:
"As 20h3 0min, o presidente do Centro de Letras, Dr. Aníbal Ribeiro
abriu a sessão convidando para tomarem lugar à mesa os senhores Dr. Joaquim
Tramujas, prefeito municipal; Dr. José de Mello, juiz de direito da comarca;
reverendo padre Dênis Quilty, representante de Dom Bernardo José Nolker,
bispo diocesano; Dr. Vasco José Taborda, presidente do Centro de Letras do
Paraná e Dr. Bento Munhoz da Rocha Neto, presidente do Círculo de Estudos
Bandeirantes, de Curitiba, estes dois últimos como convidados especiais do
Centro de Letras. O primeiro para fazer entrega do diploma aos fundadores e

526
oi segundo, como conferencista oficial da solenidade.
Naquela magna sessão, o Dr. Bento Munhoz da Rocha, glória da cultura
paranaense, filho de Paranaguá, assim se referiu aos fundadores do Centro de
Letras de Paranaguá :
"Ainda existem loucos que se abalançam a um empreendimento desses,
qual seja a fundação de um Centro de Letras; loucos que, tomados da sublime
loucura do intelecto, pretendem manter acesa a chama da inteligência e da
cultura, enquanto em derredor perpassam os violentos ventos da ignorância e
do materialismo".
Integraram a primeira diretoria as seguintes pessoas:
Presidente - Dr. Aníbal Ribeiro Filho
Vice-Presidente - Aluízio Ferreira de Abreu
Secretário - Caetano Gomes Corrêa
Tesoureiro - Prof. Nelson de Freitas Barbosa
Orador - Dr. Genaro Régi s Pereira da Costa
Bibliotecário - Mário Macaggi.

Integraram a diretoria para o biênio 19 71 /7 3 as seguintes pessoas:


Presidente - Caetano Gomes Corrêa
Vice- Presidente
Secretário -- Dr. Hugo
Swami Pereira Corrêa
Vivekananda
Tesoureiro - Túlio Lapagesse de Pinho
Biblio tecár io - Antero Régis Pereira da Costa.

Para o biênio 197 3-197 5, a diretoria foi a mesma do biênio anterior.


Em 1975, assumiu a presidência o senhor Swami Vivekananda que,
levados por motivos particulares, não teve condições de continuar presidindo.
Para o biênio 1976-1978, integraram a diretoria as seguintes pessoas:
Presidente - Prof. Waldomiro Ferreira de Freitas
Vice-Presidente - Prof. Odete Agari Algodoal
a

Secretária - Daysi Barbosa Budant


Tesoureira - Thereza Regina de Camargo Viana Mansur
Orador - Dr. Jos é de Mel lo
Bibliotecário - Antero Régis Pereira da Cost a
Para a biênio 1978-1980 a diretoria foi a mesma do biênio anterior.
Para o biênio 19 80 -198 2, integraram a diretoria as seguintes pessoas:
Presidente - Prof. Waldomiro Ferreira de Freitas
Vice-Presidente - Dr. Joquim Tramujas
Secret ário - Dr. José de Mel lo
Tesoureiro - Prof. Manuel Viana
Orador - Dr. Nelson de Freitas Barbosa
Bibliotecário - Swami Vivekananda.

527
Para o biênio 1982-1984, integraram a diretoria as seguintes pessoas:
Presidente - Prof. Waldomiro Ferreira de Freitas
Secretário - Dr. Jos é de Mel lo
Tesoureiro - Prof. Leônidas Boutin
Orador - Prof. Keloyr Blanck
Bibliot ecário - Swami Vivekananda.
No período compreendido entre os anos de 1976 a 1984, o Centro de
Letras publicou quatro revistas sob números 3, 4, 5 e 6, nos quais foram
divulgados trabalhos literários dos associados, de alto nível cultural. Também
no mesmo período o Centro de Letras de Paranaguá realizou reuniões da
diretoria, sessões solenes, sessões culturais, na casa de Monsenhor Celso, sede
do Conselho Municipal de Cultura.
Em 1.° de setembro de 1984, integraram a diretoria as seguintes pessoas:
Presidente - Prof . Ivone Elias Marques
a

Vice-Presidente - Pro f. Futin Bufara Antunes


a

Secretária - Pro f. Maria Angela Lopes do Prado


a

Tesoureiro - Dr. Algacyr Morgenstern


Orador - Prof. Elo yr Blanck
Bibliotecário - Swami Vivekananda.

Sócios do Centro de Letras de Paranaguá:


Efetivos:
Caetano Gomes Corrêa - Fundador (falecido)
Aníbal Ribeiro Filho - Fundador (falecido)
Genaro Régis Pereira da Costa - Fundador (falecido)
Mário Macaggi - fundador (falecido)
Zenon Pereira Leite - Fundador (falecido)
Manuel Viana - Fundador (falecido)
Joaquim Tramujas - Fundador (falecido)
Nelson de Freitas Barbosa - Fundador (falecido)
Caetano Evangelista - Fundador (falecido)
Hugo Pereira Corrêa - Fundador
Aluízo Ferreira de Abreu - Fundador (falecido)
Antero Régis Pereira de Abreu - Fundador ( falecido)
Swami Vivekananda
José de Mello
Zélia Simeão Poplade
Waldomiro Ferreira de Freitas
Veríssimo Gonçalves Pereira Netto
Arthur Miranda Ramos - (falecido)
Ivani Marés da Costa
Osvaldo Rodrigues Branco (falecido)

528
Thereza Regina de Camargo Viana Mansur
Futin Buffara Antunes
Maria Angela Lopes do Prado
Elfrida Marcondes Lobo
Agostinho Morais
Ester Dipp dos Santos
Oziel Prado Tavares
Florita Dellabianca Mano
Odete Agari Algodoal
Anita Ribeiro Fontes (falecido)
Leônidas Boutin
Algacyr Morgenstern
EloyrBlanck
Ivone Elias Marques
Maria Elena Mendes Nízio
Lúcia Helena Freitas da Rocha
José Júli o Reil ly Algodoal
José Francisco Linhares
Nilson Cardoso de Miranda
João
HélioRicardo de Castilho
dos Santos Fóes Pereira

Correspondentes:
Ginés Gebran - Fundador
Túlio Lapagesse de Pinho
Assad Amadeo Yassim
Eldah Ebsan Menezes Duarte
José Wilson Rauth
Daysi Barbosa Budant
Antônio José de Sant 'Ana Lobo Neto
Rachel de Sousa Pereira da Costa
Pompília Lopes dos Santos
Aurora Silva Cury
Sully da Rosa Vilarinho - (falecida)
América da Costa Sabóia - (falecida)
João Albano Mendes da Silva

Honorários:
Bento Munhoz da Rocha Neto - (falecido)
Vasco José Taborda (falecido)
Odilon Túlio Vargas
Leoncie Léa Correia Leal.

52 9
LOJA MAÇONICA GONÇALVES LEDO
Um grupo integrado pelas seguintes pessoas:
Nélio Spessato Ferreira
Eldah Ebsan Menezes Duarte
Odamir Meira
Fernando Korkievicz
Antônio Assumpção
Laudelino Pereira de Carvalho
Álvaro Henrique Ferraz de Barros
Arnaldo Molinari de Carvalho
Silas Nascimento
Rosely Guimarães de Araújo
Josias de Oliveira Ramos
Nery Gouvêa
Gyorgy Stoy von Bievenic zko,
em data de 17 de setembro de 1973, reuniram-se a fimde fundar uma loja maçônica.
Aberta a reunião pelo delegado do grão-mestre, senhor Fernando Rogich
Vieira, disse que estavam reunidos para confirmar a fundação de uma loja
maçônica.
O senhor Nélio Spessato Ferreira declarou que em reunião preparatória
já havia tomado todas as providências e co m respeit o ao nome da loja
apresentava cinco sugestões:
Estrela do Oriente
Gonçalves Ledo
Dom Pedro I
Templo dos faraós
Oriente.
Colocadas em votação, a maioria escolheu o nome Gonçalves Ledo.
A primeira diretoria eleita, ficou integrada pelas seguintes pessoas:
Venerável - Nélio Spessato Ferreira
1.° Vigilante - Fernando Korkievic z
2.° Vigilante - Arnaldo Molinari de Carvalho
Orador - Eldah Ebsan Menezes Duarte

Secret ário
Tesoureiro -- Silas
RoselNascimento
y Guimarães de Araújo
M. Cerimônias - Odamir Meira
Chanceler - Álvaro Henrique Feraz de Barros
1.° Diác ono - Laudelino Ferreira de Carvalho
2.° Diácono - Antônio Assumpção

53 0
Hospitaleiro - Nery Gouvêa
1 ° Experto - Gyogy Stoy von Biveni czko
Guarda do templo - Josi as de Oliveir a Ramo s.
São membros da diretoria, em 1993:
Venerável - Nery Gouvêa
1.° Vigilante - Jorge Rosa
2. Vigilante - Luís Gastão Fonseca Júnior
Orador - Antônio Teixeira Lima
Secretário - Walter Gomes Corrêa
Tesoureiro - Domingos Torres
Chanceler - Fernando Fonseca Lopes
1.° Diácono - Josias de Oliveira Ramos
2.° Diácono - Geraldo Coelho Dias
Hospitaleiro - Celso Alves Pires
1.° Experto - Sérgio Luís Monteiro
2.° Experto - João Jaime Cabral
Cobridor - Levi de Andrade
M. Cerimônias - Luís Carlos Sodré de Sousa

M. Harmonia
Porta-Estandarte -- Amauri
Antônio Vieira
CarlosPereira
Almeida Corrêa
Deputado - Miguel Marcos Bednarczuk.
O espaçoso templo, situado à rua Baronesa do Serro Azul, foi construído
entre 1,° de março de 1987 a 30 de maio de 1992.
Pela municipal n.° 1682, de 17 de setembro de 1991, a Loja Maçônica
Gonçalves Ledo, foi declarada de utilidade pública.

SOCIEDADE DOS AMIGOS DA MARINHA - SOAMAR


Fundada em Paranaguá a 13 de dezembro de 1974, data aniversário do
marquês de Tamandaré, Joaquim MarquesLisboa (13.12.1807 - 20.3.1 897), patrono
da Marinha, com a denominação de Associação Paranaense dos Amigos da Marinha
- PARANAMAR, passou depois a denominar-se, acompanhando as congêneres
de todo o país, de Sociedade dos Amigos da Marinha - SOAMAR-PR.
Instituição sem fins lucrativos, surgida da iniciativa de cidadãos dotados
do mais alto espírito cívico e de grande amizade pela marinha, inspirada nos
princípios de liberdade, ordem e justiça e nos idéias de solidariedade humana,
visa, princ ipal mente, difundir conc eit os culturais relac ionado s co m o
desenvolvimento de uma mentalidade marítima nos vários segmentos da
sociedade paranagüense, tendo por finalidade, dentre outras:

53 1
I - Congregar os civis, os oficiais da Marinha de Guerra, da Marinha
Mercante e da Reserva da Marinha do Brasil que tenham sido agraciados com
títulos honoríficos ou condeco rações pela Marinha B rasil eira.
II - Incentivar o estudo e o exame de temas relacionados com a
participação do poder marítimo, no processo de desenvolvimento do país.
III - A manutenção de estreitas relações com o Ministério da Marinha,
através da Capitania dos Portos do Estado do Paraná.
IV - Estimular no âmbito da comunidade a implantação de uma
mentalidade marítima.
A primeira diretoria da Sociedade dos Amigos da Marinha - SOAMAR-
PR, foi integrada pelas seguintes pessoas:

Diretoria Execut iva:


Presidente - João Eugênio Comines e
1.° Vice-Persidente - Arthur Miranda Ramos
2.° Vice- Presidente - Alfredo Jorge Budant
1.° Secretário - Aurene Pinto dos Santos
2.° Secret ário - John DerekOrr
1.° Tesoureiro - Alceu Porres

2.° Tesoureiro
Diretor Soci al e Cultural -- Cláudio Martins
Jos é Maria Marote
Munhoz da Roc ha
Conselho Fisca l:
Efetivos:
Joaquim Tramujas
Swami Vivekananda
Michel Thomas Sheehan
Suplentes:
Jofre Darcanchy
Nelson Domingos Comei
Oscar Nelson Raimann.
A Sociedade dos Amigos da Marinha - SOAMAR - PR , tem sua sede
na casa do homem do mar, situado à avenida José Lobo, esquina da avenida
Governador Manuel Ribas, inaugurando dia 10 de fevereiro de 1982.
Para o biêno 1991 - 1993, integram a diretoria as seguintes pessoas:

Conselho Superior:
Ronaldo Ol iveira Vidal - Capitão-de-Fragata - Capitão dos Portos
Adriano Gustavo Vidal - Presidente da diretoria executiva
Antônio Carlos de Almeida Corrêa - Vice-Presidente da diretoria
executiva
Fernando de Camargo Pedrosa Caldas - Secretário da diretoria executiva.

532
Conselho Deliberativo:
Adriano Gustavo Vidal - Presidente da diretoria executiva
Antônio Carlos de Almeida Corrêa - Vic e- Presidente diretoria executiva
Aurene Pinto dos Santos - relator do conselho fiscal
Hugo Pereira Corrêa - ex-Presidente da diretoria executiva
Wilson Fernades da Sil va - ex-Presidente da diretoria executiva
Fernando de Camargo Pedroso Caldas - secretário da diretoria executiva
Mário Marc ondes Lobo - sócio eleito pela assembléia geral
Luís Brasil eiro Coel ho Vasconcelos - suplente
Renato Acciol y Veiga sócio eleito pela assembléia geral
Swami Vivekananda suplente
Raul Leone sócio eleito pela assembléia geral
Waldyr Jacobs suplente
Waldomiro Ferreira de Freitas sócio eleito pela assembléia geral
Luís Carlos Misurelli Palmquist suplente.

Diretoria Executi va:


Presidente - Adriano Gustavo Vidal
1.° Vice-Presidente - Antônio Carlos Almeida Corrêa

2.° Vice-Presidente
Secretário Hélcio de de
- Fernando Andrade Torres
Camargo FilhoCaldas
Pedrosa
Secretário Adjunto - Delcy Rodrigues Anastácio
Tesoureiro - Arquimedes Anastácio
Tesoureiro Adjunto - Francisco José Menezes Barreto
Dir. Relações Públicas - Caio Eguiberto Portes Tramujas
Dir. Relações Públicas Adjunto - Jesuína de Matos Silva
Diretor Soci al - Jarbas Furquim de Campos Filho
Diretor Social Adjunto - Regina Lúcia Matos Silva Corrêa
Diretor do Patrimônio - Ricardo Thadeu de Castilho Pereira
Diretor do Patrimônio Adjunto - William Roberto Falcone
Diretor da Sede - Geert Jan Prange
Diretor da Sede Adjunto - Firminio Caetano

Conselho Fiscal :
Membros efetivos:
Aurene Pinto dos Santos
Hélcio de Andrade Torres
Carlos Elysio Neves Vieira da Costa
Suplentes:
Miguel João Kotzias
Hedy Almeida
José Francisco Linhares

533
CONCLUSÃO
O propósito foi de guardar memória, detalhadamente, do maior número
de instituições particulares existentes em Paranaguá e funcionando em 1993.
Existem, porém, outras que, exigindo pesquisas exaustivas e demoradas,
não foi possível incluí-las.
São elas:
Associação do Práticos do Estado do Paraná
Associação A tlética Banc o do Brasil - AAB B
Associações Carnavalescas
Paranaguá Futebol Clube- agora Recreativo
Clube Recreativo Democrático

Clubes de serviços:
Marlin Azul Marina Clube
E mais de duas dezenas de sindicatos de classes.

534
XXIX
CRONOLOGIA
Década de1550/1560 Chegada à ilha da Cotinga dos primeiros povoadores.
1575 - Os primeiros povoadores passaram da ilha da Cotinga para o
continente, estabelecendo-se à margem esquerda do rio Taguaré, hoje Itiberê.
1578 - Ereção da capela sob a invocação de Nossa Senhora do Santíssimo
Rosário no mesmo local onde hoje se encontra a catedral diocesana.
1585 - Bandeira de Jerônimo Leitão e Diogo de Unhate.
1594 - Bandeira de Jorge Correia, participando Sebastião de Freitas,
dirige-se contra os Carijó do litoral de Paranaguá.
1595 - Bandeira de Manuel Soeiro, da qual participou também Sebastião
de Freitas, organizada contra os indígenas Carijó do litoral de Paranaguá.
1610 - Dom Álvaro Pires de Castro e Sousa, 6.° Conde de Monsanto,
depois 1.° Marquês de Cascais , impetrou uma ação judicial para reaver, como

legítimo herdeiro
1615 que era,
- Bandeira do as capitanias
capitão de Itamaracá,
Lázaro Santo Amaro
da Costa participando e Sant'Ana.
como Alteres
Lourenço de Siqueira e auxiliar João Pereira à frente de forte expedição, com
grande acompanhamento de paulistas e índios mansos, investe contra os Carijó
nos sertões do sul.
1615 - 20 de maio. O 1° Marquês de Cascais obteve sentença favorável,
mas somente lavrada e confirmada a 10 de abril de 1617, por Dom Filipe II -
1 9° rei de Portugal - 1 5 98 - 16 21 - (III da Espanha)
1616 - Bandeira de Antônio Pedroso de Barros, organizada para preação
e buscas do ouro nos sertões do litoral de Paranaguá. Participantes: Gabriel de
Lara, Crisóstomo Alves, Afonso Gaia, futuros moradores do povoado.
1624 - Criada a nova capitania de Nossa Senhora da Conceição de
Itanhaém, entre São Vicente e Cananéia.
1640 - Com a autoridade de Capitão-Povoador, chegou em Paranaguá,
Gabriel de Lara, na qualidade de governador militar, representando o 1.° Marquês
de Cascais, Dom Álvaro Pires de Castro e Sousa, herdeiro de Pero Lopes de
Sousa, primeiro donatário da capitania de Sant'Ana, com tríplice missão de
povoar, fortificar e defender o território.
1646 - 6 de Janeiro. Ereção do pelourinho, em nome do rei, símbolo da
justiça real no largo do mercado, hoje praça Leônci o Correia.
1648 - 29 de julho. Foral, com força de carta regia, por ter sido passado
em nome de Sua Majestade Dom João IV, o Restaurador, 8.° Duque de

535
B ra ga nç a, 21.° re i de Portugal - 1 64 0-1 65 6, elevando o pov oad or à categori a de
vila, co m a deno min ação cr ist ã e carinhosa de Vila de N os sa Se nho ra do R os ári o
de Paranaguá.
1648 - 26 de dezembro. Primeira eleição verificada em território hoje
paranaense, para escolha dos me mb ros do "C on se lh o" , ou C âm ara M un icip al e
posse dos juizes ordinários, vereadores, procurador e escrivão.
1655 - 25 de feve rei ro. N a C âm ara M un ici pal , em nome de D om
Fran cisco L uí s Carneiro, C on de da ilha do Príncipe, tomaram posse, assin ado
os prepostos Manuel Lopes, João Rodrigues Ribeiro.
8 de março. Em vista da procuração aprese ntada, D io g o V az E sco bar ,
capitão-mor e ouvidor da capitania de Itanhaém, foi confirmada pela câmara
de Paranaguá, a posse em nome de D o m Francisco L uí s Carneiro, C on de da
ilha do Príncipe.
C riação da paróquia de N os sa Senh ora so Sa ntíssim o R osá rio de
Pa ranaguá , p adroei ra da Vila . Prim eiro vigário: D íon isio de M el o C abral.
1656 - 20 de fevereiro.A câmara de Paranaguá assinou o termo de
posse par a S im ão Di as de M ou ra , em nome de D o m Francisco L uís Carneiro,
Conde da ilha do Príncipe, que substituiu Diogo Vaz Escobar, falecido.
1656 - D o m Álv aro Pires de Ca stro e S ou sa , 1. ° M arq uê s de C asc ais ,
repel indo o expans ionis mo de Itanhaém, criou a Cap itania de N os sa Se nh ora
do Rosário de Paranaguá, tornanado-a independente, conseguindo separar o
termo da vila, dentro das 40 léguas ao sul da costa brasileira, da chamada
cap it ani a de Sa nt 'A na .
1660 - 15 de maio. A Câmara de Paranaguá, em vereança lavrou o auto
de posse de Gabriel de Lara, como capitão-mor, ouvidor e alcaide-mor da
capi tani a de No ss a Se nho ra do Rosá rio de Pa ranaguá, tomando posse em nom e
de D o m Álva ro Pires de Castro e S ous a, 1.° M ar qu ês de C as ca is, herdeiro de
Pero Lopes de Sousa, primeiro donatário da capitania de Sant'Ana.
Gabriel de Lara não foi à câmara para o ato de posse. Deu-se o contrário.
A câmara, incorporada, foi à sua casa e ali lhe deu solene e significativa posse.
1660 - 30 de novembro. O Governador do Rio de Janeiro e Administrador
das M in as do Brasil, Salvador Correir a de Sá e Ben avides, chegou em Paran aguá
com a finalidade de inspecionar as minas da região, verificando, desde logo que
um a das causa s do esca sso rendimento da mine ração, era a dem an da ent re os
herdeiros das il ustr es famílias de Po rtugal, os V im ieir os e M on sa nt os , que
perturbavam a vida da pequena vila e assim determinou:
1665 - Gabriel de Lara autorizou o levantamento do pelourinho de São
Francisco do S ul.
1668 - 4 de novembro. Gabriel de Lara, pessoalmente, presidiu a
cerimônia do levantamento do pelourinho de Curitiba, mais tarde, em 29 de

536
março de 1693, foi elevada à categoria de vila.
1679 - 6 de Abril. Encontrava-se Paranaguá o castelhano Dom Rodrigo
de Castel Blanco, Administrador das minas do Brasil, determinado a organização
de bandeiras para penetrar os sertões de Paranaguá, em busca das minas de
prata, anunciadas por Manuel de Lemos Conde, nada descobrindo.
1679 - 4 de junho Ed ita l de Ga br ie l de Lar a c onvi dand o to dos os
sesmeiros a apresentar, no prazo de 20 dias, suas cartas de sesmarias, sob pena
de serem considerados devolutos os terrenos que não as exibissem.
1682 - 25 de dezembro. Morte de Gabriel de Lara.
1690 - A Câmara de Paranaguá, solicitou ao provincial da companhia
de Jesus, de São Paulo, a vinda de seis padres jesuítas.
1691 - 12 de maio. Gaspar Teixeira de Azevedo, provedor geral das
minas de Paranaguá a seu distrito, escreveu ao rei comunicando a remessa dos
quintos do ouro de Sua Majestade.
1697 - Instalada a real Casa de Fundição dos Quintos do Ouro, a terceira
do Brasil. A primeira foi a do Rio de Janeiro, a segunda, a de Iguape; a terceira
de Paranaguá.
1708 - 14 de maio. Fundação do colégio dos jesuítas de Paranaguá.
1710 - 30 de maio. Antônio Rodrigues Domingues, morador do Cubatão-
Morretes, obteve do Governador do Rio de Janeiro, Franc isco de Castro Morais,
uma sesmaria em seu nome e no nome dos seus filhos Mateus e Ana Domingue s,
no rio Cubatão (Nhundiaquara), junto às terras de Cláudio Ramos.
1718 - 9 de março. O navio francês sob o comando do capitão Charles
de Chiné du Bolorot, que se tratava de uma fragata da marinha, destacada da
esquadra de Duguay-Trouin que, em 1711, atacou e saqueou o Rio de Janeiro,
perseguia um galeão espanhol, procedente do Chile, supondo transportar valioso
carregamento de prata, com destino à Espanha.
O perseguido galeão espanhol penetrou na baía de Paranaguá a fim de
se proteger no porto de Paranaguá, tentando escapar à perseguição. No dia 9 de
março e o veleiro pirata, que também havia entrado na baía, ao contornar a
ponta da Cruz, na ilha da Cotinga, foi atingido por fortíssimo tempo. Chocando
com uma pedra submersa provocando um rombo no costado do navio, a água
invadiu os porões e o barco pirata foi a pique.
O sinistro é arrolado entre os milagres de Nossa Senhora do Santíssimo
Rosário, Padroeira da Vila de Paranaguá.
1721 - Meados de fevereiro. O Ouvidor Rafael Pires Pardinho chegou
em Paranaguá a fim de iniciar a correição.
16 de junho. O Ouvidor Pardinho realizou uma assembléia na casa de
fundição de ouro de Paranaguá, com a presença de 118 cidadãos paranagüenses,
expondo os 178 capítulos dos provimentos. Os provimentos, mais tarde, em 10
de novembro de 1 730 , foram transformados em provissões regias e constituíram

537
a base estrutural da organização social e política de Paranaguá.
Pelos provimentos, os terrenos de Marinha, ficaram pertecendo ao
município. No governo Getúlio Vargas a concessão foi anulada.
1722 - 26 de maio. Carta regia autorizou a tirar do navio pirata, que
naufragou na ponta de Cruz em 9 de março de 1718, as riquezas que nele
havia.
1723 - A Câmara de Paranaguá dirigiu uma representação ao rei pedindo
as mesmas isenções e privilégios que gozavam os cidadãos da cidade do Porto,
norte de Portugal.
1724 - 17 de julho. O Conselho Ultramarino de Portugal criou aouvidoria
de Paranaguá.
1724- 14 de março. C arta regia nomeou o 1.° ouvidor geral da ouvidoria
de Paranaguá, o malogrado Dr. Antônio Alves Lanhas Peixoto.
24 de agosto. Posse de 1.° ouvidor geral da ouvidoria de Paranaguá, o
malogrado Dr. Antônio Alves Lanhas Peixoto.
1725 - 10 de fevereiro. Em São Paulo, procedeu-se à divisão do termo
da ouvidoria de Paranaguá, com a presença do governador da capitania de São
Paulo, Dom Rodrigo César de Menezes, dois ouvidores gerais, dois juizes e
vereadores da Câmara Municipal de São Paulo, em duas comarcas.
Assentaram todos que deviam pertencer à de Paranaguá, a vila de Iguape,
a vila de Cananéia, a de São Francisco, ilha de Santa Catarina, vila de Laguna,
e daí por diante até o Rio de Prata; e de serra acima a vila de Nossa Senhora
dos Pinhais de Curitiba, correndo até o lugar das fumas, inclusive sertão povoado
e no que estava por povoar, fazendo-se daí por diante descobrimento ou
povoação.
1730 - 1.° de setembro. Provisão do Dom João V, o Fidelíssimo, 2 4. ° rei
de Portugal - 1706-1750, passado pelo Conselho Ultramarino, concedendo a
Paranaguá os privilégios, foros, grandezas, liberados e regalias de que gozava
a cidade do Porto, norte de Portugal, desde 1.° de junho de 1490. Um desses
privilégios consistia de não serem os habitantes recrutados para o serviço militar,
fora do município em que morava. Paranaguá alegou que o recrutamento para
Santos, R io de Janeiro Colônia do Sacramento, deixava a terra desfalcada, sem
defensores e sem lavradores para produzir a farinha de guerra. 27 7

1748 - 9 de maio. E extinta a capitania de São Paulo, ficando as comarcas


de São Paulo e Paranaguá, subordinadas ao governador militar da praça de

Santos, Freire
Gomes que eradedependente do governo
Andrada, depois Condedo
de Rio de Janeiro,
Bobadela. então exercido
A extinção por
da capitania
de São Paulo visava unificar o governo no sul do Brasil, para que mais
efic azmente pudesse aten der às necessidade s de guerra que havia entre
portugueses e castelhanos, em torno da Colônia do Sacramento.
1760 - O desembargador, Dr. Serapião Pacheco de Andrade, exec utor

538
comissário do confisco dos bens dos padres jesuítas, e o capitão Antônio Ferreira
Matoso, compareceram à câmara, para entregar um cofre para nele se
guardarem os mandados e autos do confisco e um livro de receita e despesa
para ser escrito à boca do cofre.
1765 - Restauração da capitania de São Paulo, no governo de Sebastião
José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, poderoso Ministro de Dom José
I, o Reformador, 25.° rei de Portugal - 17 50 -1 77 7.
1767 - 19 de janeiro. O tenente coronel Afonso Botelho de Sampaio e
Sousa, cumprindo ordens de Dom Luís Antônio Botelho Mourão, Morgado de
Mateus, Governador da capitania de São Paulo, deu início à construção da
fortaleza da Barra, no morro das Baleias ilha do Mel, baía de Paranaguá.
1769 - 29 de março. Inauguração da fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres,
construída no morro das Baleias, ilha do Mel, baía de Paranaguá.
1790 - 3 de junho. A Fonte de Cima - A Fonte Velha de Beber Água -
apresentava um paredão ameaçando ruir e a Câmara Municipal, para evitar
um sinistro, resolveu pôr abaixo o muro. Consultado o ouvidor geral, Dr.
Francisco Leocádio de Toledo Rendon, o mesmo concordou com a medida.
1806 - O ouvidor geral e corregedor, Dr. Antônio Carvalho Fontes
Henrique Pereira, publica edital ordenando que, em virtude de carta regia de
23 de abril de 1805, se procede em todas as vilas da Ouvidoria, a coleta do
imposto subsídios literários. As vilas da ouvidoria de Paranaguá, eram:
Iguape, Cananéia, Paranaguá, Antonina, Guaratuba, Curitiba, Castro e
Príncipe (Lapa) .
1811 -6 de julho Rep res ent ação da câmar a munic ipal, pedindo ao
Príncipe-Regente Dom João, futuro rei Dom João IV, então no Brasil, a
separação da vila de Paranaguá, da capitania de São Paulo.
1812 - 19 de fever eiro . Alvará d o prínci pe regente Dom Jo ão ,
determinando que a comarca de Paranaguá passe a denominar-se comarc a de
Paranaguá e Curitiba. A vila de Curitiba ficará sendo a cabeça da comarc a e
nela a residência dos ouvidores gerais, criando-se em Paranaguá um juiz-de-
fora do cível, crime e órgãos.
18 de junho. Carta regia nomeou o Dr. Francisco França Miranda para o
cargo de Juiz-de-Fora de Paranaguá;
1819 - A vila de Paranaguá se veste de gala para festejar o nascimento
de Sua Alteza, a princesa da Beira, filha primogênita do Príncipe Dom Pedro e
da Princesa Dona Leopoldina, batizada Maria da Glória, nascida no Rio de
Janeiro a 4 de abril.

(277)- FERREIRA, Tito Lírio & FERREIRA, Manuel Rodrigues. História da Civiliracão Brasileira, ed. Gráfica
Biblos Lida., São Paulo - SP, 1959. p. 428.

539
Os festejos terminaram no dia 31 de maio. C omo herdeira de Dom Pedro
I do Brasil e Dom Pedro IV de Portugal por abdicação de seu pai, a 3 de maio
de 182 6, porém devido à agitação provocada por Dom Miguel, somente a 22 de
setembro de 1833, pôde a rainha fazer sua entrada solene em Lisboa. Dona
Maria da Glória morreu em 15 de novembro de 1855.
1821 - 15 de julho. Manifestação separatista, conhecida como conjura
do capitão Floriano Bento Viana que, após o juramento da fidelidade às bases
da constituição que se elaborava em Portugal, requereu ao magistrado um
governo separado da capitania de São Paulo.
1830 - Tendo a municipalidade adquirido a frente, muros e pilares do
extinto hospício dos religiosos franciscanos, por escritura passada pelo
provincial frei Henrique de Sant'Ana, e desejando abrir a rua que segue da
Ordem Terceira para a Ribanceira, pediu ao Presidente da Província de São
Paulo que autorizasse a venda em hasta pública dos mesmos terrenos.
1831 - Nasceu em Paranaguá, Fernando Amaro de Miranda,
considerando o primeiro poeta paranaense. Batizado na igreja matriz, em 24 de
junho de 1 8 31, morreu em Morretes, a 14 de novembro de 18 57 .
1835 - 8 de dezembro. M issa solene de instalação ao Irmandade da Santa
Casa de Misericórdia de Paranaguá, primeira pintora paranaense.
1842 - 5 de fevereiro. Lei provincial n.° 5, de São Paulo, elevou a vila de
Paranaguá à categoria de cidade.
Antes da criação da Provínc ia do Paraná, havia somente duas cidades na
chamada quinta comarca de São Paulo: Paranaguá e Curitiba, elevadas à
categoria de cidades na mesma data.
1844 - Nasceu em Paranaguá, Júlia da Costa considerada a primeira
poetisa paranaense.
1850 - A câmara de Paranaguá encaminha uma representação à
assembléia geral e Legislativa, expondo a necessidade da criação da província,
separada de São Paulo.
1.° de julho - Incidente com o navio de guerra inglês "Córmoran", de
repercussão internacional.
1853 - 29 de agosto. Lei imperial n.° 704, cria a Província do Paraná.
19 de dezembro Instalação da Proví ncia do Paraná. 1.° Presidente:
Conselheiro Dr. Zacarias de G óis e Vasconc elos.
1.° de outubro. Criada a capitania dos portos da Província do Paraná,
decreto n.° 1. 241 . Começou a funcionar em 13 de fevereiro de 1 85 4. E m 1 871 ,
passou para prédio próprio. Em 1954, mudou-se para prédio alugado. Em 1960,
passou a funcionar em novo prédio próprio à rua Benjamim Constant, n.° 53 5 .
6 de dezembro. Chega em Paranaguá o Conselheiro, Dr. Zacarias de
Góis e Vasconcelos, a fim de tomar posse do cargo de Presidente da Província

540
do Paraná, criada pela lei imperial n.° 704, de 29 de agosto de 1853.
1857 - 15 de julho. A câmara municipal deliberou mandarconstruir a praça
do Mercado de acordo com a proposta apresentada por Ursolino José da Cruz. A
inauguração doprédio do mercado foi realizado em 1.° de outubrode 1859.
1858 - 7 de setembro. Ocorreu o eclipse total do sol, observado em
Paranaguá pela comissão astronômica brasileira, nomeada pelo Governo
Imperial, decreto de 6 de mês de agosto. Os membros da comissão: Conselheiro
Antônio Manuel de Melo, diretor do Observatório Nacional do Rio de Janeiro.
Dr. Emmanuel Liais, astrônomo do Observatório Imperial de Paris. Capitães
Francisco Duarte Nenes, Basílio da Silva Baraúna, Rufino Enéas Gustavo
Galvão. Tenente Jerônimo Francisco Coelho. As 9h30min foi percebido o
primeiro contato da lua com os raios de sol. Às 13h cessou o ecl ipse. A
canhoneira "Ti etê", deu uma salva de 21 tiros. À tarde, a câmara mandou
celebrar missa em ação de graças pelo aniversário de Independência do Brasil
E a noite foi realizado festivo baile no Palácio do Comendador Manuel Antônio
Guimarães (futuro Barão e Visconde de Nácar) .
1861 - 29 de maio. Aumentada a iluminação pública, passando de 10
para 40 lampiões.
1862 - A Câmara Municipal de Paranaguá deliberou representar à
Assembléia Legislati va Provincial, solicitado a criação de uma escol a normal,
na comarca da Marinha.
1863 - 24 de setembro. Bênç ão da nova igreja matriz. Construção iniciada
em 1857.
1864 - 5 de maio. Instalada a loja maçônica "Perseverança".
1865 - 14 de março. Em sessão realizada na câmara municipal, foi lido
o decreto n.°3.371, de 7 de janeiro, que criou o corpo dos Voluntários da Pátria.
Nessa sessão foram inscritos 15 cidadãos como Voluntários da Pátria.
1867 - 16 de fevereiro. C omeçou a funcionar o telégrafo, inaugurando a
linha que ligava ao Rio de Janeiro. Em 30 de outubro de 1871, era inaugurada
a linha Paranaguá-Curitiba.
1869 - 23 de janeiro. Aumentada a iluminação pública, passando de 40
para 80 lampiões, que só foi substituída pela rede de energia elétrica, em 1903 .
1870 - 2 de julho. Primeira adição do jornal aboli cionist a e republicano
"Operário da Liberdade", propriedade do Dr. João Antônio de Barros Júnior.
1872 - 25 de março. Em funcionamento desde 1872, o farol construído
no morro das Conchas, ponta norte da ilha do Mel, baía de Paranaguá.
9 de agosto. Fundação do Club Litterario de Paranaguá, primeiro fundado
na Província do Paraná e que se tornou a própria alma da cidade.
1873 - 2 de dezembro. Contando com a presença ilustre do Dr. Frederico
José Cardoso de Araújo Abranches ( 1844-1903), Presidente da Província do

541
Paraná e demais autoridades federais, provinciais, militares, eclesiásticas,
consulares e convidados civis, realizou-se a solene inauguração, na enseada do
Gato, dos trabalhos da construção da estrada de ferro desta cidade a Morretes,
bem como dos melhoramentos do porto, pelo grupo empresarial paranagüense,
constituído do Dr. Pedro Alloys Scherer, José Gonçalves Pêcego Júnior e José
Maria da Silva Lemos.
1874 - 10 de janeiro. O vereador Joaquim Mariano Ferreira, propôs que
fosse denominado Porto Dom Pedro Segundo, o antigo Porto do Gato.
1880 - 16 de maio. Na câmara municipal de Paranaguá, sessão especial
extraordinária, realizada às 20 horas, presidida por Manuel Ricardo Carneiro,
quando se realizou a inauguração solene do quadro, óleo sobre tela, medindo
2,67m por 1,65, do Ministro, Conselheiro João Lins Vieira de Cansanção do
Sinimbu, Visconde de Sinimbu, natural de São Miguel dos Campos, Alagoas.
A pintura foi executada pelo notável pintor brasileiro Vítor Meireles da Silva.
18 de maio. Chegaram em Paranaguá Suas Majestades Imperiais, o
Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Dona Teresa Cristina e luzida comitiva.
5 de junho. Lançamento da pedra fundamental, por Sua Majestade o
Imperador Dom Pedro II, dando início aos trabalhos da construção da Estrada
de Ferro Paranaguá-Curitiba.
1883 - 7 de julho. Primeira edição do jornal "Livre Paraná", abolicionista
e republicano, sob n.° 1. Redatores: Fernando Simas e Guilherme Leite.
1884 - 28 de novembro. Chegaram a Paranaguá a Princesa Dona Isabel,
Condessa d'Eu, seus três filhos, o Príncipe Conde d'Eu, a Baronesa de Suruí,
general José Mir anda da Silva, Barão R amiz Galvão, C onselheiro Dr. M anuel
Francisco Correia Neto e o capitão Hermes da Fonseca. Hospedaram-se no
palacete Nácar. No dia 29, embarcaram em trem especial para Curitiba. Os
trilhos alcançavam Piraquara.
13 de dezembro. A Princesa Dona Isabel, Condessa d'Eu e filhos
regressam a Paranaguá. No dia 14, visitam Antonina. No dia 15, fazem belo
passeio pela baía de Paranaguá e visitam os sambaquis. A noite, a Princesa
visita o Club Litterario. No dia 16, depois da missa solene celebrada da igreja
de Nossa Senhora do Rosário do Rocio, a princesa Dona Isabel, despede-se do
Paraná e de Paranaguá, e embarca em navio com destino a Florianópolis e,
daí, com o marido, retorna ao Rio de Janeiro.
1885 - 2 de fevereiro. Viagem de trem especial, inaugurando a via férrea
da estrada de ferro ligando Paranaguá a Curitiba.
1887 - 24 de junho. Lançamento da pedra fundamental da casa escolar
"Faria Sobrinho"
21 de agosto. Fundação do Clube Republicano, uma das glórias de
Paranaguá.

54 2
1889 - 17 de novembro. A Câmara Municipal de Paranaguá, em sessão
solene, declara-se solidária com o regime republicano, proclamado em 15 de

novembro.
1893 - 19 de março. Inaugurado o tráfego da linha de bondes, de
propriedade da empresa de transportes paranagüense, sendo seu primeiro diretor
o senhor Eugênio Gonçalves Marques.
1894 - 13 de janeiro. A fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, do
morro das Baleias , na ilha do Mel , baía de Paranaguá caiu em poder da esquadra
revolucionária de Custódio José de Mel o, da Revolução Federalista.
16 de janeiro. Paranaguá caiu em poder dos revolucionários federalistas.
24 de abril. Entrada na baía de Paranaguá da esquadra legal para libertar
a cidade, que, em 14 de janei ro, caíra em poder dos revolucionários federalistas.
26 de setembro. Chegou a Paranaguá, Dom José de Camargo Barros,
bispo da diocese de Curitiba, criada em 1892. O primeiro bispo do Paraná. No
dia 27, dirigiu-se a igreja de Nossa Senhora do Rosário do Rocio, onde celebrou
a primeira missa no Estado do Paraná.
1896 - Construção da casa escolar "Humanitária Paranaense", por conta
da Prefeitura e com auxílio de 10 mil contos da extinta Associação Humanitária

Paranaense, do Rio de
senador Conselheiro Janeiro,
Manuel da qualCorreia
Francisco foi fundador
Neto, e esendo
sempre presidente
prefeito João o
Guilherme Guimarães, situada onde é a sede do Instituto Histórico e Geográfic o
de Paranaguá.
1899-1900- 31 de dezembro. Após missa cantada, às 24h, seguiu-se a
bênção da cruz de ferro, erguida no pátio da Igreja Matriz, hoje Catedral
Diocesana, para assinalar a passagem do século XIX para o século XX.
A cruz se encontra fixada na parede externa do museu de Arqueologia
e Etnologia de Paranaguá.
1903 - Inauguração da rede de energia elétrica.
1906 - 5 de agosto. Chegou a Paranaguá o Dr. Afonso Augusto Moreira
Pena, Presidente eleito da República do Brasil, nas eleições realizadas a 1.° de
março desse ano.
1910 - 29 de julho. A câmara municipal de Paranaguá, em sessão solene,
oficializou o hino de município, pela lei n.° 188, desta data. Letra de Domingos
Virgílio do Nascimento e música de João Gomes Raposo.

1912Cavalcanti
Dr. Carlos - 6 de janeiro. Com grandePresidente
de Albuquerque, festa e contando com
do Estado do aParaná,
presença do
realizou-
se a inauguração da praça "Eufrásio Correia", hoje transformada em parque
infantil e zoológico de pequenos animais.
6 de janeiro. Circula o primeiro número do "Diário do Comércio" e
ainda em circulação.

54 3
28 de janeiro. C omeça a demolição do prédio onde funcionaram a câmara
e a cadeia, situadas à rua 15 de Novembro.
1914 - 18 de jane iro . Entre grandes demonstrações de regozi jos e
contando com a presença do Dr. Carlos Cavalcanti de Albuquerque, foram
inaugurados os serviços da rede de abastecimento de água da cidade e do porto
Dom Pedro II, na praça Pires Pardinho (Campo Grande) e da herma do professor
José Clet o da Silva, no jardim L eoc ádio Pereira.
15 de novembro. Inauguração do mercado geral e do mercado para
pescados e carne, na administração do prefeito Dr. Caetano Munhoz da Rocha,
que remodelou completamente aquele mercado inaugurado em 1859.
1915 - 15 de novembro. Contando com a presença ilustre do Dr. Carlos
Cavalcanti de Albuquerque, Presidente do Estado do Paraná, o prefeito Dr.
Caetano Munhoz da Rocha realiza as festas de inauguração da rede de esgotos
e do serviço telefônico de Paranaguá.
O Dr. Munhoz da Rocha, nessa data, renuncia ao mandato, sendo
substituído por Jos é Gonçalves Lobo.
1920 - 1 0 de agosto. Chegaram a Paranaguá, os aviadores tenente Aliatar
Martins, do Exército Brasileiro e o capitãoda Real Air Force, W. Pinder, pilotando
o hidroplano "M -9" , primeiros aviadores que voaram do Ri o de Janeiro a
Paranaguá.
Ambos foram vítimas de trágico acidente, em Santa Catarina.
1922 - 7 de setembro. Saídas das canoas "Paraná" e "Paranaguá", do
cais do rio Itiberê, para realizar percurso de canoa de Paranaguá-Rio de Janeiro,
em homenagem ao centenário da Independência do Brasil.
1926 - 27 de maio. Paranaguá teve a honra de hospedar, por algumas
horas, o senador Washington Luís Pereira da Sousa ( 1 8 6 9- 1 95 7 ) , eleito
Presidente da Repúblic a do Brasi l.
1927 - 29 de julho. Inauguração do imponentee majestoso palácio para
servir de escola normal de Paranaguá, sendo Presidente do Estado o Dr. Caetano
Munhoz da Rocha.
Atualmente no prédio, que é um dos cartões de visita da cidade, funciona
o Instituto Estadual de Educação "Dr. Caetano Munhoz da Rocha".
1928 - 28 de junho. Passou por Paranaguá, procedente do Norte do
Brasil, viajando com destino a Curitiba, o Senhor João Pessoa, eleito Presidente
do Estado da Paraíba.
16 de dezembro. Contando com a presença de autoridades federais,
estaduais, municipais, representantes da imprensa, das instituições locais e
grande número de pessoas gradas, tanto da cidade, como de Curitiba, realizou-
se a inauguração da estátua do Senhor Dr. Caetano Munhoz da Rocha, senador
da República, ex-prefeito de Paranaguá e ex-Presidente do Estado do Paraná.

54 4
1935 - 17 de março. Inauguração dos primeiros 500 metros de cais de
atracação de navios do porto Dom Pedro II.
1936 - 1.° de dezembro. O dirigível "Hindenburg" passou por Paranaguá.
1942 - 5 de fevereiro. Inauguração da casa da criança.
-5 de fevereiro. Inauguração do abrigo à velhice.
1956 - 13 de agosto. Decreto estadual n.° 4.144 , cria a Faculdade Estadual
de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá. Autorizada a funcionar pelo
decreto federal n.° 47 .667, de 19 de fevereiro de 1960. Reconhecida pelo decreto
federal n°. 54.355, de 30 de setembro de 1964. Instituída como Fundação de
Direito Público pelo decreto estadual n.° 21.970, de 21 de dezembro de 1970.
1956 - Visitou Paranaguá, o Dr. João Belc hior Marques Goulart, Vice-
Presidente da República do Brasil, a fim de inaugurar a sede nova do Sindicato
dos Estivadores. T eve condigna recepção promovida pelo Centro do Comércio
de Café de Paranaguá.
1962 - 21 de julho. Pela bula Ecclesia Sancta, do papa João XXIII, foi
criada a diocese de Paranaguá, sendo o primeiro bispo Dom Bernardo José
Nolker, CSSR.
1968 - 6 de abril - Inauguração da rodovia BR- 27 7, ligando Paranaguá a
Curitiba, pelo Marechal Artur da Costa e Silva, Presidente da República do
Brasil.
1973 - 13 de novembro. As 1 lhl4min., inauguração das instalações do
"Corredor de Exportação, no porto Dom Pedro II, pelo general-do-exército,
Emílio Garrastazu Mediei, Presidente da República do Brasil.
1976 - 13 de maio. Visitou o porto Dom Pedro II, o general Alfredo
Stroessner, Presidente da República do Paraguai.
1977 - 4 de março. Inauguração de terminal portuário de Paranaguá, da
Cooperativa Central Regional Iguaçu Ltda. - Cotiguaçu - pelo general Ernesto
Geisel, Presidente da República do Brasil;
Nossa Senhora do Rosário do Roc io, proclamada Padroeira Perpétua do
Estado do Paraná, decreto, protocolo CD 768/77, da Sagrada Congregação
para os Sacramentos e o Culto Divino, em nome do papa Paulo VI.
1978 - 10 de novembro. Inauguração do canal da Galheta, na barra sul
da baía de Paranaguá.
1979 - 29 de novembro. Inauguração do silo vertical, do programa
"Corredor de Exportação", c om a capacidade estática de 100 mil toneladas, no
porto Dom Pedro II, pelo general João Batista de Oliveira Figueiredo, Presidente
da República do Brasil.
1982 - 3 de fevereiro. Duplicação da rodovia BR- 27 7, ligando Paranaguá
a Curitiba, segunda pista, duas faixas, asfaltadas, entregue ao trânsito nesta
data.

545
1985 - 2 de fevereiro. Visita de Dom Pedro de Orleans e Bragança,
bisneto de Dom Pedro II, para participar dos festejos comemorativos do primeiro
centenário da estrada de ferro Paranaguá-Curitiba. As solenidades iniciais
incluíram uma homenagem especial ao Imperador Dom Pedro II. Fê-la o
professor Waldomiro Ferreira de Freitas, que falou sobre "Dom Pedro II e o
Transporte Ferroviário", na gare da estação da estrada de ferro.
1989 - 13 de maio. Posse do segundo Bispo da Diocese de Paranaguá,
Dom Alfredo Novak - CSSR.

54 6
XXX
APÊNDICE
ELEIÇÕES MUNICIPAIS

1. - PREFEITO
Dentro de um universo de cerca de 65 mil eleitores, realizaram-se as
eleições, em 3 de outubro de 1992, num clima de tranqüilidade e democracia,
para escolha do prefeito, vice e vereadores que governarão Paranaguá durante
os próximos quatro anos.
Os candidatos a prefeito, que lançaram os seus nomes à preferência do
eleitor e receberam os votos, foram:
Carlos Antônio Tortato, eleito e empossado em 1. 71 /1 993 17 .6 30 votos
Vice - Massami Takaiama
Joaquim Teixeira de Magalhães 9. 25 6 votos
Joaquim Vanhoni Neto 8. 63 5 votos
Willian Falcone 6. 90 4 votos
Silveira 2. 190 votos
Zé Kalunga 2. 02 4 votos
Dr. Mário Budant de Araújo 1.956 votos
Sub-total 48.595
Votos em branco 6. 27 6
Votos nulos 2. 39 4 8. 67 0
Total 57 .2 65 votos

2. - VEREADORES
Os vereadores eleitos e empossados em 1 ° de janeiro de 1993, foram os
seguintes:
Mário Manoel das Dores Roque 886 votos
(eleito presidente da câmara)
Dr. Mário Marc ondes Lobo 7 56 votos
Jos é da Costa Leit e 6 96 votos
(Faleceu em 15.12.92. Assumiu Ednon Fernando Zacarias.... 374 votos
Édison Augusto da Sil va 6 66 votos
Abdul Razzak Mohamad Kadri 599 votos
Adilson Soares Zela 579 votos
Jozias de Oliveira 54 8 votos

547
Benedito Gomes Filho 5 22 votos
Mário Francisc o de Assis Gonçalves 51 8 votos
Marc o Aurélio Cechel ero 51 5 votos
Ailton Alves dos Santos 4 94 votos
Antônio Carlos Bonzato 4 78 votos
Dr. Jos é Mar ia Martins do Carmo 470 votos
Dr. Alceu Maron 457 votos
Waldir da Sil va Gígli o 4 36 votos
Otávio Santos 433 votos
Valdomiro Hurmann 3 94 votos
Flávio Martins de Proença 3 44 votos
Lorival Merino Cordão 24 4 votos

54 8
XX XI
BIB LIO GR AFIA
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***

POR TUDO, OBRIGADO, DEUS!

5 55
SUMÁRIO

PREFÁC IO 9
INTROD UÇÃO 11

I - NOÇÕES PRELIM INARE S 19

// - VESTÍ GIOS DA OCUPA ÇÃO 33

/// - A CONQUI STA DA COSTA MERID IONAL 45

IV - POVO AMEN TO DO LITORA L 55

V - ORGANIZAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA 70

VI - CAPITANIA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE

PARA NAGU Á 1660-1 710 79

VII-A IGREJA 10 0

VIII - O COLÉGIO DOS JESUÍTAS 159

IX - CAPIT ÃES-M ORES 173

X-OUV IDORIA DE PARA NAGU Á 183

XI - FORTAL EZA DE PARA NAGU Á 196

XII - ORGA NIZAÇ ÃO ADMI NISTRA TIVA DO MUNIC ÍPIO 209

XIII - IRMA NDADE DA SANTA CASA DE MISER ICÓRD IA


DE PARA NAGU Á 24 5
XIV - PARA NAGU Á E A EXTIN ÇÃO DO TRÁFIC O DE
AFRICA NOS 258
556
XV - CRIAÇÃO DA PROVÍNCIA DO PARANÁ 285

XVI - ESTRADA DE FERRO E IMPERADOR DOM PEDRO II .... 305


XVII - PARANAGUÁ E A CAMPANHA ABOLICIONISTA 342
XVIII - PARANAGUÁ E A IDÉIA REPUBLICANA 353
XIX - PARANAGUÁ SOB A REVOLUÇÃO FEDERALISTA 369
XX - HINO DO MUNICÍPIO DE PARANAGUÁ 386

XXI - PECURSO DE CANOAS ENTRE PARANAGUÁ/

RIO DE JANEIRO 395


XXII - PORTO DE PARANAGUÁ 400
XXIII - ENSINO E APRENDIZAGEM 42 1
XXIV - ORIGENS DAS RUAS DE PARANAGUÁ 448
XXV - PRIMEIRO CENTENÁRIO DA CIDADE DE
PARANAGUÁ 467
XXVI - TRICENTENÁRIO DE PARANAGUÁ 473
XXVII - PRINCIPAIS OBRAS PÚBLICAS - 1964-1992 4 90
XXVIII - ENTIDADES PARTICULARES - 1993 499

XXIX - CRONOLOGIA 53 5
XXX - APÊNDICES 547
XXXI - BIB LIOGRAFIA 549

557

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