Está en la página 1de 3

Por que falar de rádio agora?

O café da manhã ainda não está pronto, a rua está silenciosa, e


no canto da cozinha uma voz avisa a hora certa. Às vezes em tom
formal, em meio ao relato das primeiras notícias do dia; noutras de
forma espalhafatosa, com música regional ao fundo, lembrando que
está na hora de acordar.
Pouco depois, no trajeto para o trabalho, a voz informa o melhor
caminho, as alternativas para evitar as ruas onde há acidentes de
trânsito e dá detalhes da previsão do tempo. É o rádio que está em
sua companhia, desenvolvendo sua principal função, que é ser um
prestador de serviço.
Se você quer somente ouvir música, pode até escolher o estilo.
Há opções para todos os gostos. Da popular à erudita. Só que, de re-
pente, entra um comercial, porque você foi selecionado para receber
essa mensagem. Tudo foi planejado com antecedência, pensando no
seu perfil de consumidor, no seu estilo de vida.
Mas você não tem vontade de ouvir a mensagem da emissora
nesse dia, aí muda de sintonia ou troca de aparelho. Em vez da
Jornalismo e publicidade no rádio

programação da rádio, vai ouvir a seleção gravada no mp3, colocar


um CD ou mesmo suas canções prediletas que estão salvas no celular.
E, cada vez mais, o rádio vai se deparando com novos concorrentes
e desafios.
Não é primeira vez que sua existência parece ameaçada. No co-
meço, o rádio era soberano com sua comunicação mais tecnológica
e ágil que os jornais. Depois, com a chegada da televisão, deixou de
ser o centro das atenções. Foi então que muitos apostaram: é o fim!
No entanto, o rádio continuou, descobriu novas ondas. A FM
conquistou outros públicos e seguiu crescendo. No Brasil, está em
quase todas as moradias. São 53,640 milhões de domicílios com
aparelhos de rádio. Um número significativo, chegando à casa de
92% da população por meio de 4.089 emissoras autorizadas para
cobrir todo o território nacional – 2.367 de Frequência Modulada e
1.722 de Ondas Médias.1
Desde os anos 2000, o veículo passa por mais um momento
de renovação, só que, desta vez, a concorrência é muito maior. É
multimídia! E o rádio precisa aprender a ser também.
Os profissionais de comunicação têm de entender como usar
essa linguagem. Precisam adequar o conteúdo das rádios às novas
necessidades e descobrir formas de atrair e consolidar audiência,
encontrar a maneira certa para continuar a ter uma programação
interessante e rentável.
Para chegar a essa fórmula, Jornalismo e Publicidade precisam
conversar muito – tarefa que não é fácil, principalmente por serem
setores da comunicação que muitas vezes se enxergam com precon-
ceito ou que se atropelam em questões éticas.
Foi justamente para abrir esse diálogo que decidimos escrever
este livro. Uma jornalista e um publicitário, juntos, apresentando,
nos exemplos do dia a dia, como as duas áreas podem se ajudar.
Um livro, portanto, voltado a estudantes de Comunicação e pro-

8
Por que falar de rádio agora?

fissionais que já atuam no mercado radiofônico. Pessoas que têm


de conhecer o funcionamento do rádio como um todo e precisam
colaborar entre si, mas reconhecendo seus espaços, sem interferir na
função do outro.
Tanto em uma redação como em uma agência, jornalistas e pu-
blicitários precisam saber escrever para o rádio e identificar qual é o
perfil do seu público, para apresentar a programação e a propaganda
adequadas. Afinal, qual seria o alcance, por exemplo, de um anún-
cio de sabão em pó no rádio no horário da transmissão do futebol,
na quarta-feira à noite? Ou da leitura das notícias sobre os índices da
bolsa de valores durante um programa para adolescentes?
Então, para saber como conseguir os melhores resultados do seu
produto jornalístico ou publicitário no rádio, convidamos você a
esta leitura. Uma abordagem que vai além das ondas do dial, acom-
panhando a expansão do veículo pela internet, com mix de som,
texto e imagem: o rádio multimídia.

Nota
1
Anuário de Mídia, 2012, p. 429.

También podría gustarte