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Francisco Teixeira - Soluções para o Potencial Humano Oratória, Gestos e Posturas

SUMÁRIO

1. OBJETIVOS DO TREINAMENTO ......................................................................................... 2


2. ORATÓRIA ........................................................................................................................... 2
3. COMUNICAÇÃO E SEUS ELEMENTOS BÁSICOS ............................................................. 2
4. CUIDADOS INDISPENSÁVEIS NA ORATÓRIA ................................................................... 2
4.1. Regras importantes ..................................................................................................... 2
5. O SEGREDO: A PREPARAÇÃO .......................................................................................... 3
6. PREPARAÇÃO FISIOLÓGICA ............................................................................................. 3
6.1. Respiração ideal .......................................................................................................... 3
6.2. Respiração programada .............................................................................................. 4
7. PREPARAÇÃO EMOCIONAL .............................................................................................. 4
7.1. Técnica para eliminar a Timidez ................................................................................. 5
7.2. O branco ....................................................................................................................... 6
8. PREPARAÇÃO TÉCNICA .................................................................................................... 7
8.1. O improviso .................................................................................................................. 7
8.2. Projeto da palestra/discurso ....................................................................................... 7
8.3. Estruturar a palestra/discurso .................................................................................... 8
8.4. Corpo da palestra/discurso ......................................................................................... 9
8.5. Conclusão .................................................................................................................. 10
8.6. Epílogo ....................................................................................................................... 10
8.7. Revisar o conteúdo .................................................................................................... 10
8.8. Treinar diante do espelho ......................................................................................... 10
9. ELEMENTOS ENRIQUECEDORES DA MENSAGEM ........................................................ 11
9.1. Palavras processuais ................................................................................................ 11
9.2. Fonoarticulação ......................................................................................................... 11
9.3. Sistema Periférico Gestual - Gestos......................................................................... 13
9.4. Sistema Periférico Corporal - Postura ...................................................................... 17
9.5. Impostação da voz e códigos para-lingüísticos ...................................................... 18
10. EVITE ERROS GRAMATICAIS PERCEPTÍVEIS NA FALA............................................ 22
11. MARKETING PESSOAL ................................................................................................. 26
11.1. Água, alimentação e toalete ...................................................................................... 26
11.2. Como se vestir ........................................................................................................... 27
11.3. Como se dirigir à tribuna ........................................................................................... 27
12. A HORA DA VERDADE .................................................................................................. 27
12.1. A quem saudar ........................................................................................................... 27
12.2. Eu ou nós ................................................................................................................... 27
12.3. Como segurar o papel ............................................................................................... 27
12.4. Uso do microfone no pedestal .................................................................................. 27
12.5. Uso do microfone na mão ......................................................................................... 27
13. APRESENTAÇÕES VISUAIS – O PODER DA IMAGEM ................................................ 28
13.1. Benefícios das apresentações visuais ..................................................................... 28
13.2. Tornando suas apresentações visuais e sua palestra profissionais ..................... 28
14. COMO USAR O DATA SHOW ........................................................................................ 28
14.1. Dicas para uma apresentação tranqüila com o datashow: ..................................... 29
14.2. Esperando o inesperado ........................................................................................... 29
15. FORMAS DE TRATAMENTO ......................................................................................... 30
16. GLOSSÁRIO ................................................................................................................... 31
17. ANEXO: COMO DAR NÓ EM GRAVATA ....................................................................... 32
18. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 32

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1. OBJETIVOS DO TREINAMENTO

Objetivo Geral: - Desenvolver a capacidade de falar bem, corretamente e sem inibições, de


maneira mais eficaz e compreensiva para pequenos ou grandes grupos, preparando-se
técnica e psicologicamente para um discurso ou palestra.
Objetivo Específico: Ao final do treinamento, os participantes estarão aptos a montar seu
discurso devidamente, com introdução, desenvolvimento e conclusão, e sabendo utilizar
corretamente os gestos, acompanhados da postura correta, expressão facial e emoção.
Benefícios: Desenvolvimento da personalidade, aquisição de autodomínio, destruição da
inibição, melhoria nas relações públicas, visibilidade dentro da empresa e na sociedade.

2. ORATÓRIA

É a arte de falar com elegância, beleza e consistência, na hora certa e na dose certa. É
por meio da oratória que conseguimos falar com sabedoria, clareza e objetividade, seja na
conversa corriqueira, seja em público.

3. COMUNICAÇÃO E SEUS ELEMENTOS BÁSICOS

Comunicação é o processo de transmissão e recuperação de uma mensagem. Mensagem só


transmitida, sem recuperação, é comunicação pela metade. A mensagem recuperada provoca
nova comunicação e o processo não termina. A comunicação envolve mais do que apenas
palavras. Estas são uma pequena parte da nossa capacidade de expressão humana. Em uma
apresentação diante de um público, 55% do impacto são determinados pela linguagem corporal
(postura, gestos e contato visual), 38% pelo tom da voz (emoção, ritmo, sonoridade, impostação,
fonoarticulação) e somente 7% pelo conteúdo da informação. Portanto, não é o que dizemos,
mas como dizemos, que faz a diferença.
A estrutura do processo contém três elementos básicos:
1. Alguém que comunica: Emissor
2. Alguma coisa que é comunicada: Mensagem
3. Alguém que recebe a comunicação: Receptor
Esses três elementos básicos exigem alguns mecanismos para que se dê o processo:
a) Saídas pelas quais a mensagem é transmitida: Canais
b) Uma linguagem própria a que se deve submeter a mensagem: Código
c) Um contexto que determina a forma de dizer: Campo
d) Emissor e receptor têm conceitos comuns para se comunicarem: Repertório

4. CUIDADOS INDISPENSÁVEIS NA ORATÓRIA

• Precisão de objetivos: demonstrar para o público que sabe onde quer chegar.
• Organização e liderança: Seu discurso é estruturado e flui de forma lógica.
• Informações na medida certa: Você apresenta as idéias de forma técnica e necessária.
• Apoio suficiente para suas idéias, concepções e informações: Você apresenta
argumentos fortes e apóia as suas idéias com histórias, exemplos memoráveis.
• Voz forte e discurso apaixonado: Você acredita no seu tema e está empolgado com ele; a
sua voz e a maneira de discursar expressam o que realmente está sentindo.
• Pense no público e não em si próprio: você se concentra naquilo que seu público está
interessado em ouvir.

4.1. Regras importantes


☺ Ser interessante, apresentar argumentos claros e bem fundamentados.
☺ Ser divertido, eletrizar a platéia, gerar um alto nível de energia, utilizar o recurso
emocional.
☺ Ser memorável, fazer as pessoas memorizarem o que diz e notarem você.

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5. O SEGREDO: A PREPARAÇÃO

A preparação é a chave para o sucesso em oratória. Todos os grandes oradores se


caracterizam pela preocupação em se preparar para suas apresentações. O que acontece na
tribuna é resultado do trabalho dos bastidores. A causa de fracassos dos oradores
normalmente decorre de falhas na preparação, pois se você é convidado a falar sobre
determinado assunto é porque o conhece bem. Três tipos de preparação são fundamentais:
Fisiológica, Emocional, Técnica.

6. PREPARAÇÃO FISIOLÓGICA
6.1. Respiração ideal
A respiração ideal para fonação é a costo-abdominal. O ato respiratório se dá em três
tempos: inspiração-pausa-expiração. Na inspiração o diafragma se contrai, abaixando-se e
empurrando o abdômen para frente, provocando aumento do diâmetro vertical e a elevação das
costelas, deixando assim maior espaço que é ocupado pelos pulmões cheios de ar. Já na
expiração, os órgãos voltam à posição normal, porque o pulmão se contrai e expulsa o ar que
contém. O ar expirado é o que se utiliza na emissão vocal.
Os exercícios respiratórios são recomendados para aumentar a capacidade vital. São
indispensáveis para a correção de todos os defeitos e deficiências da voz e da palavra, variando
de acordo com as necessidades de cada um e as características de seu tipo respiratório. A
inspiração deve ser efetuada por via nasal, pois o ar assim é filtrado, aquecido e umedecido.
É aconselhável iniciar os exercícios respiratórios em posição horizontal, inspirando suave
e profundamente, controlando ao mesmo tempo a dilatação lateral do tórax, o ligeiro
abaulamento do ventre, contendo o ar numa pequena pausa e expirando muito lentamente. O
tempo de duração da pausa e da expiração deve ser aumentado gradativamente. A retenção do
ar não deve ir além de 5 segundos para não forçar a pressão sobre as pregas vocais, e a
expiração deverá ser tão prolongada quanto for possível.

Visando a emissão vocal, os exercícios serão feitos em combinação com emissão de sons.
• Inspiração nasal, lenta e profunda, silenciosa. Pausa. Expiração nasal, lenta, suave,
prolongada.
• Inspiração idêntica à anterior. Pausa. Expiração bucal soprando muito suavemente. Lábios
em posição de assoviar.
• Inspiração idêntica. Pausa. Expiração em “A” disfônico.
• O mesmo exercício expirando em “O” disfônico.
• Inspiração rápida e profunda. Pausa. Expiração nasal sonora com a boca fechada, porém
com as maxilas separadas.
• Pequenas inspirações rápidas pelo nariz até sentir que os pulmões estão cheios de ar.
Pausa. Expirar rapidamente com força.
• Inspiração nasal rápida e profunda. Pausa. Expirar emitindo sons de consoantes fricativas:
ssssssssssssssssss, zzzzzzzzzzzzzzzzzz, jjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj, ch ch ch ch ch ch ch ch ch ch.
• Inspiração idêntica. Pausa. Expirar contando em voz alta: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10, etc.
• Respiração com a finalidade de desobstruir as vias respiratórias: iniciar profundamente por
uma das fossas nasais; reter o ar durante longa pausa; expirar muito lentamente pela outra
narina, repetindo o exercício e alternando sucessivamente as fossas nasais para a inspiração
e para expiração; para facilitar, comprimir o conduto esquerdo com o anular e o direito com o
polegar, trocando de cada vez.

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6.2. Respiração programada
Respiração programada – Leia o texto e só inspire onde está determinado. Pronuncie
claramente todas as sílabas de cada palavra.

 Analisando o problema do buraco na camada de ozônio percebemos, na prática,


como se realiza a crise ambiental planetária (inspire). Os países industriais,
principalmente os Estados Unidos da América, são os principais responsáveis pela
emissão de gases tóxicos que prejudicam a camada de ozônio (inspire). No entanto,
sem ainda sabermos o porquê, o buraco apresentou-se em grandes dimensões em
regiões como a Patagônia, na Argentina, e em outras regiões não industrializadas.

 “A gata branca capenga que gostava de pegar camundongos na copa da casa de


campo do conde Gutinguetacal corre atrás da bola que rebola e bate no peito do
papagaio que grita e depois no bico do galo pedrês que bebe água no balde da bica
do quintal e também no papo do pato pintado que dá bicadas na pata do pacato boi
preto e branco que pasta no gramado”.

 Quadrilha (Carlos Drumond de Andrade)

João amava Teresa que amava Raimundo


Que amava Maria que amava Joaquim
Que amava Lili que não amava ninguém
João foi para os Estados Unidos
Teresa para o convento
Raimundo morreu de desastre
Maria ficou para tia
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
Que não tinha entrado na história.

7. PREPARAÇÃO EMOCIONAL

O que cada um pensa a respeito de si próprio como orador, antes de iniciar a


apresentação, terá um efeito determinante em seu desempenho. Assumir o comando dos seus
pensamentos é uma necessidade contínua. Você é o(a) dono(a) dos seus pensamentos e pode
pensar naquilo que você quiser.
Crie uma imagem mental de você fazendo uma apresentação de sucesso. Visualize-se
mentalmente falando com entusiasmo e determinação, sendo claro(a) e convincente na sua
apresentação. Visualize o auditório atento e interessado e cumprimentando-o(a) no final do
discurso.

Para vencer o medo do público e ter mais segurança:

Estude: Faça seu dever de casa, pesquise e se prepare. Quanto mais completos os seus
preparativos, mais você estará convencido de que o material é bom.
Conheça bem o material novo: Os oradores geralmente têm medo de tentar alguma
coisa nova; mudar uma abertura que sempre funcionou. Acrescentar um material novo é
perigoso? O importante é sempre assumir riscos adicionais.
Utilize acessórios visuais: são sistemas que possuem a informação organizada,
incluindo todos os assuntos que o orador precisa abordar. Eles fornecem uma sensação de
controle ao que geralmente parece uma situação difícil de lidar. Poupam tempo, criam interesse,
adicionam variedade, ajudam os ouvintes a recordar seus pontos principais.
Crie rapport (harmonia de relação). Chegando ao ambiente onde se dará a palestra,
cumprimente as pessoas que estão ali presentes e procure saber algo sobre elas.
Contagie as pessoas. Concentre-se em dizer aos ouvintes algo que você realmente ache
digno do seu tempo e do tempo deles. Lembre-se de mostrar sempre ao público o quanto é vital
para eles o que você está transmitindo.

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Comporte-se como especialista. Você foi indicado(a) para falar, e por isso deve saber
mais a respeito do seu tema do que a platéia. Você está lá porque é o(a) mais capaz, o(a) mais
indicado(a), o(a) mais importante para aquele momento.

7.1. Técnica para eliminar a Timidez


Esta técnica, utilizada para alcançar um alto nível de segurança, irá auxiliá-lo(a) a acelerar o
acesso a recursos conscientes e inconscientes.

1. Integrando o seu corpo físico. Sente-se confortavelmente em uma cadeira. Feche os olhos.
Respire profundamente. Segure o ar por um momento. Exale devagar e ao mesmo tempo sinta
três diferentes partes do seu corpo, enquanto repete mentalmente a palavra “relaxe”. Este é o
seu sinal para o relaxamento físico. Progressivamente relaxe os músculos de seu corpo, da
cabeça aos dedos dos pés, imaginando uma confortável onda de relaxamento fluindo por todo o
corpo. Agradeça a cada parte do seu corpo físico, o trabalho que cada uma delas desenvolve por
você e que, na maioria das vezes, passa despercebido. Converse, com carinho, com cada
membro/órgão do seu corpo, tanto quanto possível.

2. Integrando sua mente. Respire profundamente. Segure o ar por um momento. Exale devagar,
visualize duas cenas agradáveis de sua vida, enquanto repete mentalmente a palavra “relaxe”.
Este é o seu sinal para o relaxamento mental. Deixe os pensamentos do passado e do futuro
abandonarem sua mente. Mantenha sua atenção no presente momento. Imagine que, ao exalar,
quaisquer tensões, ansiedades ou problemas vão indo embora. Imagine que, ao inalar, está
recebendo paz e tranqüilidade para todas as partes de seu corpo. Agradeça às partes de sua
mente, tanto as conscientes quanto as inconscientes, por tudo o que têm realizado por você. Elas
sempre trabalharam a seu favor. Reconheça-as e se mantenha em contato com elas.

3. Acessando seu nível de recursos. Respire profundamente. Segure o ar por um momento.


Exale e mentalmente ouça o seu pensamento favorito e imagine uma linda paisagem. Neste
instante você dirigiu sua atenção para o seu nível de recursos e acabou de entrar no nível de
aprendizagem de busca de seus recursos internos, despertando suas habilidades sensoriais.
Imagine-se em um lugar bonito e tranqüilo. Reviva, o quanto possível, as experiências positivas
de sua vida e mantenha consigo as sensações, imagens e sons dessas experiências, trazendo-
os para o seu momento presente e mantendo-os também presentes em suas experiências
futuras. Ouça, veja e sinta como é estar neste local, imagine que uma hora já tenha se passado.
Agora busque em qualquer momento de sua vida uma ou mais experiências de segurança que
você viveu e reviva-as. Reviver a experiência é passar por ela novamente, como se estivesse
acontecendo agora. Retenha as sensações, as imagens e os sons que a experiência trouxer
novamente para você, para usá-los a seu favor.

4. Afirmando e reafirmando. Reafirme sua vontade com pensamentos positivos para


desenvolver, com êxito, as habilidades que irão ajudá-lo(a) a alcançar o seu objetivo. Para
reforçar, deve-se autoafirmar o seguinte:
“Estou completamente seguro(a) e confiante diante do público”.
“Eu tenho total domínio sobre o espaço onde me apresentarei”.
“Eu desejo a segurança necessária para me comunicar bem em qualquer tempo e em
qualquer lugar”.

5. Retorno. Quando estiver pronto para voltar a um estado maior de atenção externa, saia do
relaxamento pelo procedimento padrão. Oriente-se para o exterior de uma maneira confortável,
simplesmente contando de 1 até 5. No número “5”, abra os olhos e se sinta disposto(a), alerta e
relaxado(a). Mantenha com você este espírito de entusiasmo, estímulo e boa expectativa.

É um exercício que você deverá praticar, até quatro vezes por dia, durante 30 dias.
Cada sessão deve tomar 4 ou 5 minutos, no máximo. Você pode praticar, por exemplo:
1ª sessão - pela manhã, antes do desjejum, ainda na cama; 2ª sessão - antes do almoço; 3ª
sessão - ao entardecer; 4ª sessão - na cama, antes de dormir.

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Conclusão: Prepare-se emocionalmente. Prepare-se tecnicamente. Aproveite as oportunidades:
aniversários, reuniões, clubes, comunidade, festas. Faça escola em falar ao público.

7.1.1. Vencendo a timidez através do ridículo


Exercício - Os meus direitos

1. Não sou, e não estou revoltado(a), mas...


2. Eu tenho direito a todos os momentos felizes que eu procurei nestes anos e não os obtive.
3. Eu tenho direito a ser feliz nesta vida, neste lugar, neste momento – não por uma
momentânea sensação de euforia, mas algo muito subsistente.
4. Eu tenho direito ao relaxamento, à diversão de maneira não destrutiva.
5. Eu tenho direito a ir em busca de pessoas, lugares e situações que me auxiliem a atingir uma
vida digna.

6. Eu tenho direito a dizer “não” sempre que eu não me sentir seguro(a) e não estiver
preparado(a).
7. Eu tenho direito a não participar, de maneira ativa ou passiva, do comportamento “maluco”
dos meus pais, parentes e amigos.
8. Eu tenho direito a assumir riscos calculados e experimentar novas estratégias e mudanças.
9. Eu tenho direito a mudar minha sintonia com as coisas e pessoas, meu modo agir e pensar
e minhas equações pessoais.
10. Eu tenho direito a me enganar, errar, explodir, a desapontar a mim mesmo(a) e ter de
começar de novo.

11. Eu tenho direito a me afastar da companhia de pessoas que, deliberada ou


inadvertidamente, me arrasam, jogam culpas sobre mim, tentam me manipular ou me
humilhar, inclusive os meus familiares que assim agirem.
12. Eu tenho direito a pôr um fim nas conversas com pessoas que me fazem sentir arrasado(a)
e tentam depreciar-me.
13. Eu tenho direito a todos os meus sentimentos e emoções.
14. Eu tenho direito a confiar em meus sentimentos, meus julgamentos e minha intuição.
15. Eu tenho direito a me desenvolver como ser total, emocional, espiritual, mental, física e
psicologicamente.

16. Eu tenho direito a expressar meus sentimentos e emoções de maneira positiva, em tempo e
lugar oportunos.
17. Eu tenho direito a quantas vezes eu puder, e quiser, experimentar novos conhecimentos e
idéias que possam trazer mudanças à minha vida.
18. Eu tenho direito à saúde mental, um modo de vida saudável, ainda que eu me desvie, em
parte, ou no todo, da filosofia de vida prescrita por meus pais e parentes.
19. Eu tenho direito a conseguir meu lugar neste mundo.
20. Eu tenho direito a seguir todos os direitos acima, a viver a minha vida do modo que eu
decidir, sem esperar que meus pais sintam-se bem, estejam felizes, precisem de ajuda, ou
admitam que há, ou havia, um problema.

7.2. O branco

Está relacionado com a má preparação emocional ou técnica. Quanto mais nervoso(a)


e inseguro(a) você está, mais fácil é de acontecer "o branco", isto é, quando as idéias fogem.
Porém, se a palestra está bem estruturada, bem treinada, se fizer a preparação
emocional, dificilmente acontecerá "o branco". Caso ele ocorra, apesar de tudo, não insista em
querer lembrar a palavra, ou a idéia que faltou. Adapte e vá em frente. Um grande macete é
retornar ao ponto recém abordado, repetindo as frases num tom de voz diferente, como se
estivesse enfatizando aquela idéia. Nunca dê explicações sobre seus brancos. Faça como se
eles fizessem parte da palestra.

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8. PREPARAÇÃO TÉCNICA

Nas primeiras palestras sua preparação é bastante demorada e exige muito


trabalho. Não existem atalhos; não adianta procurá-los.
Uma palestra não surge naturalmente da inspiração do momento, sem preparação prévia.
Não se deve acreditar na sorte e na inspiração, mas sim na preparação. Se estivermos
preparados, mais facilmente seremos inspirados naquele momento. O palestrante que não se
organiza, levanta sem saber o que vai dizer e senta sem saber o que disse.

8.1. O improviso
"Nemo dat quod non habet". - Ninguém dá o que não tem.
Há uma crença equivocada de que muitos conseguem falar durante horas, de improviso. Não é
bem assim. Essas pessoas já falaram dezenas de vezes sobre o assunto e já se prepararam
muito bem. Subir à tribuna e falar desordenadamente, nada tem ver com o improviso.
Quem pensar em improvisar um discurso deve, antes de qualquer coisa, possuir respeitada
preparação intelectual, princípios sólidos, conhecimento da realidade dos fatos e grande vivência,
que lhe servirão de fonte onde recorrer. Falar de improviso é fazer um discurso que não tenha
sido previamente organizado. Quando for convidado(a) a alguma reunião, evento, obtenha o
máximo de informações sobre o mesmo e seus participantes. Forme a sua opinião a respeito do
assunto e, se for chamado(a), diga ao público o que pensa.

8.2. Projeto da palestra/discurso


O texto todo escrito: quando você escreve o texto todo, como se fosse fazer uma
apresentação lida. Redige a palestra com todos os detalhes.
 Esboço: quando você faz uma seqüência de tópicos. Várias partes que compõem a palestra.
 Anotações: quando anotamos tópicos básicos e comentários de cada um deles. Um esboço
melhorado com a colocação de palavras e frases chaves.

A preparação técnica de uma palestra compreende as seguintes partes:

8.2.1. Definir o tema


O tema deve ser benéfico, ou seja, quando sua mensagem contém algo que atenda a
necessidade do público. Coloque o benefício que terão, se adotarem sua idéia. Ao elaborar sua
palestra pergunte-se: - Como o conteúdo desta se aplica à vida das pessoas?

8.2.2. Definir o público


Um aspecto importante é saber quem será o público, pois de posse desta informação
será possível adaptar a linguagem e mensagem ao público receptor. As informações sobre o
público nós obtemos com quem nos convidou, visitando o lugar e conversando com as pessoas
antes. Formule-se algumas perguntas:
a. Quais são as maiores necessidades e interesses da platéia?
b. Qual o nível de instrução, vocabulário e conhecimento do assunto?
c. Qual a média de idade e o percentual de homens e mulheres?
d. Qual a finalidade da reunião, seminário, convenção?
e. Qual a profissão, religião e tendência política predominante no auditório?
f. Que coisas convencerão minha platéia? Demonstrações, estatísticas, historinhas, vídeos?

8.2.3. Definir o objetivo


Primeira e mais importante das partes. Com a definição clara do objetivo, não estará
colocando nada sem importância na sua palestra. Para elaborar o objetivo, pergunte-se:
 O que espero conseguir com o meu público?
 O que espero que eles sintam e pensem após eu ter terminado?
 Que efeito minhas palavras poderão ter sobre eles?
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O importante é saber claramente o que se quer alcançar, para organizar o que fazer. Quando o
objetivo de comunicação está bem definido, fica fácil determinar o que dizer ao redigir a
mensagem. Torne o seu objetivo bem específico. Exemplo:
 Eu quero que o público aceite esta nova idéia.
 Quero que participem de uma campanha solidária que programei.
 Quero que aceitem e passem a adotar uma nova postura no trabalho.
 Quero informar como é feito o processo de curtume do couro de peixe.
8.2.4. Definir o tempo
Pergunte-se: Qual o tempo de duração de minha palestra? Não tente colocar o conteúdo
de uma hora de apresentação em quinze minutos de que dispõe. O resultado é ruim. Se o seu
tempo é pouco, selecione duas ou três idéias essenciais e apresente-as com clareza,
abandonando o restante.
1. Use somente o tempo programado. A qualidade da palestra tende a cair na proporção em
que o palestrante ultrapasse o tempo. Atraso no tempo mostra desorganização.
2. Programe uma reserva técnica. É importante saber muito mais do que se vai expor.
Prepare-se para falar, por exemplo, por 20 minutos, mas tenha assunto para mais 10 minutos,
caso seja solicitado a estender sua exposição além do tempo previsto.
3. Bom senso quanto ao tempo de duração de uma palestra. Um discurso para muitas
pessoas não deve ultrapassar 10 minutos. Exemplo: paraninfos, igrejas, palanques. Em
palestras encomendadas sobre determinados assuntos, o tempo varia de 20 a 45 minutos, e
depois se passa às perguntas. É também de se observar se o público está mal acomodado,
se as condições são inadequadas ou já é muito tarde. Pare de falar quando sua platéia
espera que você continue.

8.3. Estruturar a palestra/discurso


A estrutura a seguir serve para qualquer tipo de palestra com mais de 5 minutos de
duração. Partes da palestra:

8.3.1. Introdução
Objetivo da introdução: Conseguir a atenção e aceitação inicial do auditório. É usada para
motivar e estabelecer um relacionamento de confiança com o auditório. Serve para
tornar clara a idéia do assunto central, desenvolvida pelo orador.
- Dizer sobre o que irá discorrer e mostrar a importância para a platéia.
- Valorizar o tema destacando alguns benefícios que o público terá ouvindo a palestra.
- Criar uma expectativa favorável por parte do auditório em ouvi-lo(a).

8.3.2. Introduções negativas


a) Justificativas e pedidos de desculpas: Embora comum, é extremamente prejudicial,
pois reforça os pontos negativos na maioria das pessoas, enquanto deveríamos realçar os
pontos positivos. Exemplos:
- Desculpem, mas o trânsito atrasou-me...
- Desculpem. Não me preparei devidamente, pois estava viajando desde a data do convite
até ontem à noite.
- Fui convidado hoje de manhã para dar a palestra e não me preparei a contento.
- Não tive condições de arrumar eslaides e transparências melhores...
Sem desculpas é mais elegante, pois a desculpa não altera o resultado da palestra.
b) Desvalorizar-se diante do público: "Sinto-me honrado de estar aqui, embora na platéia
existam pessoas mais gabaritadas para falar sobre este tema".
Observe a diferença: "Sinto-me honrado de estar aqui para tratar deste assunto e sendo
prestigiado por pessoas tão inteligentes e importantes como vocês".
c) Palavras que sugerem dúvida, falta de convicção: Vou procurar abordar...Vou tentar
falar...Acho que o tema vai...
Fale com firmeza: Vou abordar um tema que considero de muita importância para todos.
d) Iniciar com piada: Alguns, para quebrar o gelo, tentam começar com uma piada, mas
isso é muito perigoso. Piadas geralmente ferem algumas pessoas ou expressam

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preconceitos. Não são todos que sabem contar uma piada, e devido a esta dificuldade
não devemos usar este expediente. Uma história ou fato bem humorado que esteja no
contexto é uma bela introdução.
e) Cacoetes verbais iniciais: "Bem", "muito bem", "é o seguinte", "bem pessoal", “tipo
assim” e outros, correspondem ao "né", "tá", "aí", "então", que muitas pessoas usam no
meio da palestra. São expressões desnecessárias e devem ser eliminadas. Se, por
exemplo, iniciarmos com uma pergunta, não temos necessidade de "bengalas".

8.3.3. Introduções positivas


1. Valorizar a presença do público: Descubra alguma coisa interessante sobre seu público e
comente a respeito. Veja esta introdução:
"Quero agradecer a presença dos senhores por terem comparecido nesta tarde, para
tratarmos de um assunto tão importante para nossa comunidade. Isto retrata bem o espírito
social e de engajamento dos senhores na busca de soluções para os problemas do nosso
bairro. Sinto-me sinceramente feliz em vê-los aqui. Vamos tornar este encontro produtivo e
agradável".
2. Votação:- Por favor, levante a mão quem já ouviu falar deste produto?
3. Usar uma citação: Mostra o preparo e qualificação do palestrante. Em qualquer parte da
palestra, a citação é um recurso que enriquece e valoriza a apresentação.
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos
acontecimentos políticos. Desconhece que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da
farinha, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão
burro que se orgulha e estufa o peito ao dizer que odeia política. Não sabe o imbecil que de sua
ignorância nascem a prostituta, o menor abandonado, o assaltante, e o pior de todos os
bandidos: o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das elites nacionais e internacionais.”
Este é um trecho de O Analfabeto Político de Bertold Brecht. É a melhor introdução para o tema
de minha palestra. Um tema da maior importância para todos nós: - A participação política.
4. Relatar um fato ou contar um caso: É um recurso eficaz para prender a atenção logo no
início. Os fatos pessoais são mais poderosos. Pode-se usar ainda uma descoberta científica
ou fato histórico, uma historinha, uma parábola.
Exemplo: Graham Bell, o grande descobridor, estava procurando criar um aparelho para diminuir
a surdez de seu pai e errou. E ao errar descobriu o telefone. Este fato demonstra o quanto o erro
pode ser útil ao tema que hoje vamos apresentar para vocês: a Criatividade.
5. Mostrar algo: As imagens têm poder de comunicação muito grande. Destaque um jornal, um
livro, um objeto. Exibindo algo ao público, conseguirá imediatamente sua atenção.
6. Capitalizar a situação: observar um fato acontecido no próprio local ou noticiado pela
imprensa, que seja mais oportuno usar como introdução a seu favor.

8.4. Corpo da palestra/discurso

É a razão de ser da palestra e deve tomar, em média, 80% do tempo da mesma.


Introdução e conclusão são partes complementares. Dois aspectos a serem considerados no
assunto central:

8.4.1. Divisão
Dividi-lo em quantas partes forem necessárias, tornando sua apresentação mais fácil. A
divisão dá mais segurança ao orador, evitando os brancos e omissões de informações. A divisão
é anunciada com a preparação.
8.4.2. Argumentação
São os recursos usados para dar credibilidade e compreensão aos argumentos. Fazem a
diferença de um discurso. É o algo mais. Alguns tipos de argumentação:

Dado estatístico: "Segundo o IBGE, pesquisa de 1990, no Brasil havia 24.420.548


analfabetos". Use informações específicas e fundamentadas. Cuidado para não colocar só
números em sua palestra.

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Francisco Teixeira - Soluções para o Potencial Humano Oratória, Gestos e Posturas
Exemplo: Torna a linguagem mais concreta e contribui para a compreensão da
mensagem. Os ouvintes compreendem melhor os exemplos do que as idéias abstratas e as
generalidades. Valorize as experiências pessoais, mas não se vanglorie. Use exemplos atuais e
do passado. Isto demonstra preparo e valoriza a mensagem.
Comparação: Compare o que você precisa explicar com algo que o público conheça.
Compare o presente com o passado, o Brasil com outros países, o custo de um apartamento com
o custo de um carro.
Depoimento: Faça uma afirmação e em seguida use um depoimento de uma autoridade
na matéria, que venha ao encontro da afirmação. Isso reforçará o argumento.
Demonstração: É mais eficaz, pois se trabalha com os sentidos da audição e da visão.
Quando falamos e fazemos, as pessoas entendem mais facilmente.
Vivência: É a melhor forma de convencimento. Se quisermos convencer a platéia de que
certo alimento é delicioso e saboroso, pediremos que ela prove. Se quisermos convencer a
platéia de que o carro é macio, deixe a platéia dirigi-lo. Fazer o grupo participar de alguma
atividade que exija movimentação física e raciocínio.

8.5. Conclusão
Observar dois pontos nesta parte:
Recapitulação: Significa repetir o assunto de forma sintetizada, com um resumo dos
principais pontos abordados.
Responder às perguntas formuladas pela platéia.

8.6. Epílogo
O clímax é atingido no final. Por isso devemos falar com mais vibração, imprimindo um ritmo
mais acentuado na pronúncia das palavras e aumentando a intensidade da voz.
Fazer uma apreciação/agradecimento ao auditório: "Encerro esta palestra feliz pela
certeza de ter contribuído em alguma coisa para o patrimônio cultural de todos. Mais feliz ainda,
por ter a certeza de sair engrandecido, ou pelo menos maior do que cheguei. Isto porque levo
um pouco da experiência de cada um dos senhores. Obrigado".
Deixar uma reflexão: - “Portanto, após estas colocações, deixo as seguintes perguntas
para reflexão: - Será que devemos aceitar passivamente tudo o que se nos impõe? Será a
participação como voluntários que irá salvar as nossas instituições filantrópicas?”.
Fazer um chamamento à ação: Num discurso persuasivo, o mais comum é fazer um
chamamento à ação. Se quisermos que as pessoas contribuam para uma campanha, devemos
pedir exatamente aquilo que queremos, facilitando ao máximo as adesões.
Aproveitar as circunstâncias: Pode ser um comentário que alguém fez. Se o utilizarmos,
estaremos demonstrando criatividade em nossa apresentação.

8.7. Revisar o conteúdo

Significa fazer uma avaliação final para ver como está o conjunto da palestra. Verificar se
existe interdependência natural entre as partes, unidade, mensagem coerente, ordenada e
consistente.

8.8. Treinar diante do espelho

Após elaborar a palestra, visualize o público e treine, treine e treine até dominar
completamente o assunto. Uma boa sugestão é nos prepararmos em grupos, ou seja, dar a
palestra para um pequeno grupo e receber o feedback de sua atuação. Valorize o treinamento.
Não tenha vergonha de treinar. Ali você vai se corrigir para não errar à frente do público.

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Francisco Teixeira - Soluções para o Potencial Humano Oratória, Gestos e Posturas
9. ELEMENTOS ENRIQUECEDORES DA MENSAGEM

9.1. Palavras processuais


São palavras que ativam um processo neurofisiológico nas pessoas. O processamento
das palavras é feito, pelas pessoas, de acordo com o seu canal de preferência, repetindo-as
como se fossem sinônimos. É a representação interna do seu canal preferencial: visual, auditivo
e cinestésico. É bom usar uma mistura de predicados quando se dirigir ao público. As pessoas
com tendência mais visual verão o que você está dizendo, as mais auditivas ouvirão claramente
e se coloque no lugar das pessoas mais cinestésicas, para que elas possam sentir o significado
daquilo que você está dizendo. Se você usar apenas um sistema representacional,
provavelmente dois terços do público não conseguirão acompanhar o que você diz.

Algumas sugestões de expressões/palavras processuais

Visuais: à luz de, a olho nu, veja bem, deu um branco, ponto de vista, fazer uma cena, às claras,
memória fotográfica, olhar vago, perceber de relance, idéia obscura, retrato mental, exibindo-se,
dar uma olhada, olho por olho, deixei bem claro que, olho da mente, vista panorâmica, brilhante,
ler, leitura, ver, olhar, espiar, visão, flash, cor, contraste, visualizar, enxergar, clarear, escurecer,
escuro, brilhar, opaco, iluminar, perspectiva, cristalino, transparente, sombra, imagem, palavras
derivadas ou ligadas a estas e outras ligadas à visão.

Auditivas: sou todo ouvidos, alto e bom tom, declare sua intenção, fale com franqueza, palavra
por palavra, poder da palavra, conversa mole, dobre a língua, reprimenda, maneira de dizer,
porta-voz, deixe-me explicar, ouça, escute, anunciar, gritar, rumores, audível, tom, balbuciar,
volume, barulho, ressoar, sussurrar, silêncio, ecoar, berro, harmonia, música, cantar, ritmo,
batucar, sintonia, quieto, palavras derivadas ou ligadas a estas e outras ligadas à audição.

Cinestésicas: agüente firme, cabeça quente, cabeça fresca, de pernas para o ar, entrou em
contato com, por baixo do pano, pôr as cartas na mesa, luta corpo a corpo, puxar o tapete,
manter o controle, começar do nada, assim...assim, sinto que, pegue, firme, concreto,
reconhecer, localizar, tato, paladar, olfato, toque, segurar, sensação, sentir, quente, morno, frio,
gostoso, andar, contato, mexer, mole, duro, pesado, umidade, leve, bloquear, correr, mover,
sentar, cheiro, macio, áspero, perfume, amargo, azedo, odor, doce, abraçar, choque, palavras
derivadas ou ligadas a estas e outras ligadas à cinestesia, movimentação.

9.2. Fonoarticulação

Os órgãos fonoarticulatórios são o canal de saída da fala. O aparelho fonador é composto pelos
órgãos: pregas vocais, palato mole (parte posterior e superior da boca), língua e cavidade bucal,
inclusive a cavidade nasal. A voz é produzida pela passagem do ar nas pregas vocais. Voz é o ar
transformado em som. Os sons produzidos são modulados pela regulagem da saída gutural,
abertura da boca, posição da língua. À medida que esses órgãos se articulam o som de cada
letra do alfabeto vai se formando. Ao emitirmos a letra “b”, por exemplo, fazemos um som bilabial
explodido. O som da letra “n” já é linguopalatal e com ressonância nasal. A letra “t” tem som
linguodental explodido. Algumas pessoas acham que sua voz é horrível; porém normalmente
trata-se de pequenas incorreções na utilização da voz, que provocam as distorções. Isto é, às
vezes a pessoa não abre a boca como deveria, fala rápido demais, fala sempre com o
mesmo tom de voz, sem vida. Somente o especialista irá corrigir todos os nossos defeitos.
Apresentamos a seguir alguns exercícios que nos ajudam, a princípio, a melhorar nossa dicção.

Pronunciar bem é expressar-se com clareza, correção e precisão. A pronúncia depende


diretamente da articulação e esta é que controla o ritmo e a modulação da palavra.
a) Não falar muito depressa. Acentuar a articulação.
b) Evitar os vícios de pronúncia. Ex.: T e D que muitas pessoas pronunciam Tchi e Dji.
c) Não colocar vogal onde não existe. Ex.: Nois, em lugar de nós; vois, em lugar de vós.

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9.2.1. Treino articulatório com trava-língua

1. Uma rua paralelepipedizada por um bom paralelepipedizador é uma rua paralelepipédica;


quem paralelepipedizadamente conseguir desparalelepipedizá-la, bom desparalelepipedizador
será.
2. Disseram que na minha rua tem paralelepípedo feito de paralelogramos. Seis paralelogramos
tem um paralelepípedo. Mil paralelepípedos tem uma paralelepipedovia. Uma paralelepipedovia
tem seis mil paralelogramos. Então uma paralelepipedovia é uma paralelogramolândia?
3. A casa foi enladrilhada por um bom enladrilhador, e para desenladrilhá-la, será necessário um
hábil desenladrilhador.
4. Quando lhe fala da falha, falha-lhe a fala.
5. Se Pedro paca cara compra, Pedro paca cara pagará. Se Pedro compra paca cara pagará
cara paca.
6. Em rápido rapto, um rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros.
7. O arcebispo de Constantinopla deverá ser desarcebispoconstantinopolizado. Quem o
desarcebispoconstantinopolizará? Aquele que o desarcebispoconstantinopolizar, será um esperto
desarcebispoconstantinopolizador.
8. Um ninho de mafagafos tem seis mafagafinhos. Somente serão desmafagafizados, se o
desmafagafizador tiver persistência em desmafagafizar.
9. O mafagafo casou-se com a mafalagrifa e tiveram mafagafalagrifofinhos que faziam
mafagafalagrifolias.
10. Sou um original que nunca se desoriginalizará, mesmo que todos os originais estejam
desoriginalizados.
11. O desinquivincavacador das caravelarias desinquivincavacaria as cavidades que deveriam
ser desinquivincavacadas.
12. Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista, nem ornitorrinco com ornitologista,
muito menos ornitologista com otorrinolaringologista, porque ornitorrinco, é ornitorrinco,
ornitologista, é ornitologista, e otorrinolaringologista é otorrinolaringologista.
13. Agindo anticonstitucionalissimamente, o médico pediu um exame de
pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose, e pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconioticamente
falando, nada encontrou.
14. O papai do papibaquígrafo papibaquigrafaria papibaquigrafadamente as papibaquigrafias
papibaquigrafadas pelo papibaquigrafólogo.

Observar as letras sublinhadas e acentuar a articulação

Belmira Bárbara Brás, bordadeira baiana, Não sei se é fato ou se é fita,


Bordava num barco bela blusa branca; Não sei se é fita ou se é fato,
Aborda o barco num bote, o barítono brejeiro O fato é que ela me fita,
Bertoldo Barreto Brito. E brada a Belmira: E me fita mesmo, de fato!
Bravo, beleza! Bonita blusa!
Há quatro quadros três e três quadros
A galinha cacareja, quando o galo cocorica. quatro. Sendo que quatro destes quadros
Coca a coroca na igreja, e o cascudo toca cuíca. são quadrados, um dos quadros quatro e
O cricri do grilo pragueja que quer cuscuz com três dos quadros três. Os três quadros
canjica. que não são quadrados são dois dos
quadros quatro e um dos quadros três.

9.2.2. Articulação de encontros consonantais

BR – As bruzundangas do bricabraque do Brandão abrangem broquéis de bronze brunido,


brocados bruxuleantes, brochuras, breviários, abraxas, brasões, abrigos e brinquedos. Brito
britou brincos de brilhantes, brincando de britador.
CR – O acróstico cravado na cruz de crisólitas da criança acriana criada na creche é o credo
cristão.

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Francisco Teixeira - Soluções para o Potencial Humano Oratória, Gestos e Posturas
DR – A hidra, a dríade e o dragão, ladrões do dromedário do druida foram apedrejados. As
pedras da pedreira de Pedro Pedreiras são os pedregulhos com que Pedro apedrejou três odres
podres.
FR – A frota de frágeis fragatas fretadas por frustra dos francos atiradores, enfreados de frio,
naufragou na refrega com frementes frecheiros africanos. Franqueia-se o frango frito frio,
frigorificado à francesa, no frigorífico do frade.
GR – O grumete desgrenhado gritava na gruta de granito, gracejando com o grupo grotesco de
grileiros. O grude da gruta gruda a grua da gringa que grita e, gritando, grimpa a grade da grota
grandiosa.
TR – A entrada triunfal da tropa de trezentos truculentos troianos em trajes tricolores, com seus
trabucos, trombones e triângulos transtornou o tráfego outrora tranqüilo. Luiza lustrava o lustre
listrado: o lustre lustrado luzia.
PR – O prato de prata premiado é precioso e sem preço; foi presente do preceptor da princesa
primogênita, probo Primaz, procurador da Prússia. O prestidigitador prestativo e prestatário está
prestes a prestar a prestidigitação prodigiosa e prestigiosa.
PT – O réptil sub-repticiamente picou o copta que cooptava aptos pteridógrafos no pteroma do
aptério.
VR – O lavrador lavraense estudou os livrilhos e a lavração no livro do livreiro de Lavras.
FT – As aftas produziram no aftartodoceta uma aftenxia e o oftalmologista detectou uma
oftalmagia que causou uma oftalmoplegia oftalmorrágica.
BL – No tablado oblongo os emblemas das blusas das oblatas estava obliterado pela neblina
oblíqua.
CL – O clangor dos clarins dos ciclistas do clube eclético eclodiu no claustro.
FL – A flâmula flexível no florete do flibusteiro flutuava fluorescente na floresta de Flandres.
GL – A aglomeração na gleba glacial glosava a inglesa glamorosa que glotorava com o gladiador
glutão.
PL – Na réplica a plebe pleiteia planos de pluralidade plausíveis na plataforma do diploma
plenipotenciário. Plana o planador em pleno céu e, planando por cima do platô, contempla as
plantas plantadas na plataforma do planador.
TL - O atleta atravessou o Atlântico com o atlas.
GN – O magnetismo ignorado do insignificante gnomo gnatodonte do gnaisse é maligno.
MN – O amniomante utilizava sistemas mnemônicos para corrigir sua dismnésia a respeito dos
gimnocéfalos.
PN - O pneumatologista prescreveu um exercício pneumático ao paciente com pneumatocele,
para não precisar fazer uma pneumonectomia.
LR – O chalreio do chalreador em meio à chalreada espantou as jandaias do chalrote. A bilreira
bilra os bilros. O melro comeu todos os pilritos do pilriteiro. Por que palras pardal pardo? Palro,
palro e palrarei, porque sou o pardal pardo palrador d´El Rei.
DJ – A adjutora adjazia adjudicando a adjunção adjacente.
DM – O administrador admoestou e admitiu com admirabilidade o adminículo do admonitor.
DV – O advento do adversante advinculou advertência adverbial ao advogado.
BS – O obscurantista observava a obsecração obsediante do obsignador.
PS – O pseudopsicólogo encapsulou a pepsina e psicologizou sobre psicolépticos, prescrevendo
psicofármacos psicodélicos ao psicótico da apside.
CT – A actinomante previu o impacto das características do octano nas octocnemáceas e nos
octandros por uma octaetéride.

9.3. Sistema Periférico Gestual - Gestos


O Sistema Periférico Gestual (SPG) é a saída da forma de expressar mímica. Ao faltar a
fala, comunicamo-nos com gestos. Os significados e as simbologias dos gestos são mais
universais do que a fala. Complementamos a fala com o gestual e assim nos expressamos
melhor. Ao dramatizarmos a comunicação, ela tem mais qualidade. A gesticulação faz a sincronia
entre as palavras e o orador. Sem os gestos o discurso torna-se apenas uma voz no ar e o
orador uma figura cenicamente apagada. Quando o gesto combina com a palavra, ele é
concordante. Quando o gesto e a palavra não combinam, ele é discordante. Muitas pessoas
falam alguma coisa e gesticulam de forma discordante, enquanto falam.
Os gestos têm alguns benefícios bem específicos:
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Francisco Teixeira - Soluções para o Potencial Humano Oratória, Gestos e Posturas
 Dão maior ênfase à comunicação.
 Ajudam a prender a atenção do auditório.
 Ajudam a desinibir.
 Tornam a idéia mais clara, ou seja, complementam a informação.
O gesto tem de induzir à idéia e deve sugerir o sentido da mensagem da frase. Não fazemos
gesto para cada palavra, mas para cada idéia contida na frase.

9.3.1. Sistema Periférico Gestual Discordante


Por excesso ou erro de gesticulação, o orador pode perder a atenção do público, ou
tornar-se cômico indevidamente. Quando o orador não sabe o que fazer, as mãos começam a
cuidar de si mesmas, assumindo alguns comportamentos, como por exemplo: cruzar os braços,
apoiar o queixo, coçar qualquer parte do corpo, esfregar os olhos, passear pelos cabelos,
arrumar a gravata constantemente, puxar a calça ou arrumar a camisa. Vejamos outros
comportamentos:
 Mãos atrás das costas: Falar gesticulando com uma mão e colocar a outra nas costas.
Colocar as duas mãos atrás e ficar fixo nesta posição.
 Mãos nos bolsos: Atitude deselegante. Mostra que o orador não está à vontade. É a falha
mais freqüente em grande parte dos oradores, tanto iniciantes como veteranos.
 Braços cruzados: Indicam, via de regra, uma atitude defensiva. Pode ser usada esta
posição quando você precisa demonstrar a idéia de desafio ou de espera.
 Gestos acima da linha da cabeça: São movimentos exagerados e prejudicam a imagem e
comunicação do orador. A exceção é quando você deve falar para a multidão em um
palanque ou local muito amplo. Seus gestos devem ser visíveis por todos, pois devem visar
mais a emoção do que a razão. Nesta hora devem-se fazer gestos largos e quase sempre
acima da cabeça.
 Gesto só com o antebraço: grudar o braço no corpo e só movimentar o antebraço,
geralmente só tocando levemente as palmas das mãos ou as pontas dos dedos.
 Gestos alheios e repetitivos: Muitas pessoas produzem movimentos alheios à mensagem.
A impressão que temos é de que executam atividades distintas: uma com as mãos, outra
com as palavras. Qualquer que seja a mensagem, alegre ou triste, rápida ou lenta, agressiva
ou calma, o orador realiza sempre o mesmo tipo de gesto.
 Ladrões de atenção: Pulseiras reluzentes, grandes anéis e outros objetos que sobressaiam
muito aos olhos da platéia e servem para desviar a atenção do público, devem ser evitados.
O melhor é não usar nada. Cuidado especial com ponteira a laser, réguas e demais objetos
usados para apontar o quadro ou transparências e álbuns seriados.

9.3.2. Sistema Periférico Gestual Concordante


Funções dos gestos: usar os braços, mãos, cabeça, corpo, para reger o seu
discurso/palestra.
 Interpretar o sentimento: Os gestos facilitam a compreensão da platéia. Muitas vezes as
palavras não são totalmente compreendidas e os gestos auxiliam a exata transmissão.
 Determinar a informação importante: Além da ênfase colocada na voz para determinar a
palavra com maior importância, o auxílio do gesto é praticamente essencial. Exemplo:
- Vocês estão aqui porque a idéia de cada um já está embutida, já está amadurecida, já está
latente e, portanto, pronta para ser aflorada.
 Corresponder ao tom de voz: O gesto deve estar em sincronia com a mensagem e
principalmente com o tom de voz. Exemplo: Se comunicar à platéia algo que ocorreu
serenamente, a idéia deve ser representada por um movimento lento e suave com as mãos.
Porém, se necessitar de ênfase, o movimento deve ser largo e rápido (com energia).
 Tomar o lugar das palavras não pronunciadas: As mensagens devem chegar aos
ouvintes de maneira completa e compreensível, mesmo que algumas palavras não sejam
pronunciadas. Para tanto é necessário um gesto. Exemplo:
- Todos os cidadãos estão preocupados com o bem-estar coletivo? (faz-se o gesto com a
cabeça, com as mãos e o rosto - "não") - continua-se então: Mas isto não importa, pois temos um
grupo consistente preocupando-se para encontrar a solução, que beneficie nossa cidade.
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Francisco Teixeira - Soluções para o Potencial Humano Oratória, Gestos e Posturas

9.3.3. Descoberta do Sistema Periférico Gestual – SPG


1. Enumeração de partes.
- O dedo indicador de uma das mãos mostrando separadamente cada um dos dedos da
outra mão.
- Mão direita (ou esquerda) pegando na ponta dos dedos da outra mão, um a cada vez.
- Colocando o dedo indicador sobre a quantidade de dedos da outra mão aberta.
- Levantando a mão (as mãos) com os dedos na quantidade mencionada.
- A idéia de metade pode ser indicada com a mão simulando cortar ao meio a outra mão
aberta.
2. Idéia de separação.
- Mãos juntas e depois separá-las.
- Movimentos das mãos abertas, paralelas ao tórax, no sentido de afastar-se do corpo.
- Unir as pontas dos dedos de cada mão, encostar uma na outra e depois separá-las.
- Dedos indicadores unidos em paralelo e depois se separando.
3. Idéia de união.
- Todos os gestos anteriores feitos (idéia de separação), voltando ao ponto de partida.
- Enganchamento dos dedos das mãos.
- Entrelaçamento dos dedos das mãos.
4. Idéia de força.
- O gesto característico é com uma ou duas mãos fechadas e com o dedo polegar
pressionando o dedo médio (fechar as mãos para dar o soco).
- Já a idéia de poder é fecharmos a mão com o polegar pressionando o indicador e a mão
fazendo uma pequena torção (como se pegasse a chave para fechar a porta).
5. Mão fechada.
- Querer, potência, rigidez, heroísmo, virtude, bravura, energia, valor, competência,
valentia, capacidade, saúde, talento, tensão, índole, virilidade, raiva, rigor, dever, certeza,
determinação, robusto, invencível, valoroso.
6. Idéias de negação.
- A cabeça ou o dedo indicador balançando de um lado para outro.
- Balançar os braços negativamente, com a palma da mão voltada para baixo, fazendo
com que eles se cruzem.
7. Idéias de afirmação
- Usar o indicador voltado para baixo, no meio da palma da outra mão, fazendo movimentos
rápidos.
- Batendo as costas de uma mão na palma da outra, virada para cima.
- Com a ponta dos dedos unidos, descendo da altura da cabeça.
8. Idéia de tempo.
- Passado: polegar apontando para trás. Ou gestos para trás.
- Presente: mão ou indicador apontando para baixo. Ou gestos para baixo.
- Futuro: indicador voltado para frente. Ou gestos para frente.
9. Idéia de distância.
- O mais usado é o braço estendido para frente, com a mão aberta, parado ou deslizando
num movimento que acompanha o braço de dentro para fora.
- Dentro: mãos com as pontas dos dedos unidas e voltadas para baixo ou em um
movimento descendente.
- Fora: contrário ao dentro.
- Aqui, próximo: indicador para baixo.
- Ali: indicador para frente.
10. Idéia de dimensão.
- Altura: abrir a mão com a palma voltada para baixo.
- Baixo: o gesto é feito na altura da cintura.
- Alto: o gesto é feito na altura dos ombros ou da cabeça.
- Pequeno: podemos usar os dedos polegar e indicador da mesma mão levemente
afastados. Pode ser feito ainda com as duas mãos abertas e as palmas voltadas uma
para a outra.
- Estreito: o mesmo gesto de pequeno executado com as mãos.
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Francisco Teixeira - Soluções para o Potencial Humano Oratória, Gestos e Posturas
- Grande: as duas mãos abertas, com as palmas voltadas para dentro, porém bem
afastadas.
- Grosso: use as duas mãos para mostrar o diâmetro bastante grande.
- Profundidade: mão aberta, com a palma para cima, dedos unidos, apontando para o
chão e a mão abaixando.
- Raso: palma da mão voltada para baixo num movimento deslizante, como se estivesse
alisando uma superfície.
11. Idéia de movimento.
- Mãos espalmadas para frente, abrindo do centro pra fora, na altura do ombro.
- Mãos voltadas para cima em movimento ascendente.
- O gesto de velocidade: abrindo e fechando os dedos da mão.
- As mãos em rotação.
12. Outros tipos de idéias.
- Idéia de acalmar: Mãos com as palmas voltadas para baixo, com movimentos curtos e
rápidos de subir e descer as mãos.
- Idéia de controlar: O gesto clássico de quem segura as rédeas de um animal com as duas
mãos.
- Idéia de sentido ou direção: Indicador apontando para a direção falada. A linha reta pode
ser representada pelo braço estendido à frente, e a curva mostrando a mesma com a mão
ou com o indicador.
- Idéia de próprio: Uma ou as duas mãos apontadas para o próprio peito.
- Idéia de pensar: mãos na cabeça, ou apontar a cabeça com o indicador.
- Idéia de desconhecer: Afastar um pouco um ou os dois braços, colocados à frente do corpo
ou abaixo da linha da cintura, com a palma da mão voltada para cima ou para frente, ao
mesmo tempo em que se levantam um pouco os ombros.
- Idéia de atenção: dedo indicador apontando para cima com energia.
- Idéia de pedir: Mãos à frente, com o corpo um pouco inclinado para frente.
- Idéia de interrogar: Uma das mãos com as pontas dos dedos unidas, voltadas um pouco
para cima, e à altura da boca.
- Idéia de ouvir: Mão à altura do ouvido.
- Idéia de cheirar: Ponta dos dedos na altura do nariz.
- Idéia de silêncio: Dedo indicador na altura da boca.
- Idéia de poder, ameaça, indicação: dedo em riste.

9.3.4. Saber colocar-se em cena


O trânsito - Ponha-se em pé, num lugar onde haja espaço para se movimentar. Pronuncie cada
frase do exercício colocando a emoção e o gesto correspondente nas palavras sublinhadas.

“Eu dirigia com um reboque numa estrada reta A visão das crianças lembrou-me de ser
e estava quase ultrapassando um carro de cauteloso(a), pois certamente não queria ver-
passageiros. Havia duas entradas de fazenda, me envolvido(a) em um acidente.
a pouca distância à frente, uma para a Assim, reduzi a marcha e deixei o outro carro
esquerda e outra, mais adiante, para a direita”. seguir à frente.
O carro que eu estava seguindo acendeu o No primeiro cruzamento, o motorista da frente,
pisca-pisca para a direita. Quando eu me de repente fez a conversão à esquerda, ao
preparava para a ultrapassagem pelo lado invés de entrar à direita, como indicava o seu
certo (lado esquerdo), notei três crianças sinal luminoso“.
ajoelhadas no assento, olhando-me
assustadas pelo vidro traseiro.

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Francisco Teixeira - Soluções para o Potencial Humano Oratória, Gestos e Posturas
Exercício: ler comunicando-se visualmente com a platéia
9.3.5. O olhar
Os olhos demonstram o que você está sentindo. O olhar pode comunicar alegria, tristeza,
raiva, amor, ódio, reprovação, espanto, dúvida, nervosismo. Olhos brilhantes denotam
conhecimento, vibração e entusiasmo. Através dos olhos você percebe se sua mensagem está
sendo bem recebida, se existe interesse, se estão entendendo, se concordam com suas
afirmações, se apresentam resistência a determinadas idéias. Se não existir comunicação visual,
iremos enfrentar grandes resistências na comunicação. Seu olhar pode comunicar para o seu
público o seguinte: “Estou feliz por estar com vocês”.

9.3.6. Como olhar?


Olhe não apenas com os olhos, mas com todo o corpo. Sinta como está a platéia,
demonstre interesse nela, não prolongue demais. Olhe para todos os que estão na primeira,
como os que estão na última fila. Se o orador olhar muito para determinado ponto da platéia, em
pouco tempo todos estarão olhando para lá também. Você pode conduzir o olhar da platéia para
algo que está dizendo naquele momento. Se no local existe uma mesa de honra, olhe várias
vezes para ela. Adapte seu olhar à sua comunicação e ao ambiente em que você está, para que
todos, sem exceção, tenham a impressão de estarem sendo olhados. Quando começar a falar,
encarar a última fileira para que possa condicionar a voz a ela.

9.4. Sistema Periférico Corporal - Postura


Junto ao Sistema Periférico Gestual (SPG) atua o Sistema Periférico Corporal (SPC), que
é o canal de saída do corpo. O corpo também tem uma linguagem própria. A nossa forma
inconsciente de linguagem é expressa no corpo. Cada postura expressa algo e a pessoa
preparada consegue fazer a leitura dessa linguagem. Quando a linguagem do corpo combina
com a fala, nós a chamamos postura concordante. Quando a fala e o gesto combinam, mas o
corpo discorda, nós a chamamos postura discordante. Muitas pessoas falam alguma coisa e se
comportam (tomam postura) de forma contrária àquilo que falam.
A postura é um elemento importante, pela imagem que passa. É importante antes mesmo
de começar a falar. A platéia percebe tudo: maneira de se sentar, olhar ou analisar o ambiente,
cruzar e descruzar as pernas, o tamborilar dos dedos. O orador deve comportar-se de modo a
passar uma imagem positiva ao público, antes mesmo de se dirigir à frente do auditório.

9.4.1. Sistema Periférico Corporal Discordante


Pernas - Erros mais comuns
1. Movimentação desordenada:
• Ficar movimentando as pernas para frente e para trás. Bater os pés no chão.
• Ficar balançando as pernas em movimentos ritmados.
2. Apoio incorreto:
• Apoiar o peso do corpo totalmente sobre uma das pernas, deixando a outra levemente
flexionada.
• Apoiar sobre as duas pernas, mas demasiadamente afastadas.
• Permanecer com os pés totalmente juntos, pois tira o equilíbrio e impede a mobilidade.
3. Cruzamento dos pés em forma de X (tanto em pé, como sentado)
• Prejudica a imagem do orador. Demonstra que o orador não está à vontade.

9.4.2. Sistema Periférico Corporal Concordante


Postura correta em pé: quando precisamos ficar parados: (perante um microfone fixo).
• Fique de frente para o público, posicionado sobre as duas pernas, possibilitando um bom
equilíbrio. Deslocar para frente levemente uma das pernas, não flexionada, deixando o peso
do corpo sobre uma ou outra perna.

Quando é necessário nos movimentarmos:


• O deslocamento deve ser o mais natural possível.
• A aproximação do público deve ser feita tanto para frente como para as laterais.

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• Até adquirir confiança, a maior parte do tempo você deve procurar ficar parado. Se estiver
falando rápido, movimente-se mais rápido. Se estiver falando devagar, movimente-se mais
devagar.

Postura correta sentado


a) Coloque os dois pés no chão, demonstrando firmeza e permanecendo esteticamente correto.
b) Cruzar as pernas, deixando uma delas firmemente postada no chão.
c) As posições acima não são fixas. É necessário alternarmos as duas, para não haver cansaço.
Falar em pé ou sentado? Quando você tem a oportunidade de optar pela forma de falar, deverá
fazê-lo como achar mais conveniente e como se sentir melhor. Não existem regras que obriguem
a uma atitude ou outra, mas ao falar em pé, você tem mais domínio da platéia e mais facilidade
para usar os sistemas periféricos.

Postura correta ao iniciar a palestra: Seja natural! Use a postura em que você passe uma
mensagem positiva e de empatia com o público e assim está ótimo. Esta postura será só no
momento inicial, pois logo a seguir você vai precisar gesticular. Não existe uma regra fixa e
rígida para a posição inicial dos braços e das mãos. As posturas mais usadas são:
a) Braços ao longo do corpo: sem se movimentar a princípio e naturalmente iniciar a
gesticulação. Os movimentos devem ser firmes, indicando certeza e convicção.
b) Utilizar a "ficha" de anotação: Quando você precisa fazer um vocativo mais extenso, tendo
de usar nomes de muitas pessoas presentes à mesa de honra e mesmo na platéia. Além disso, o
uso de uma pequena ficha, mesmo em branco, é um macete interessante, com a finalidade de ter
o que fazer com as mãos.
c) Apoiar-se sobre a mesa, a cadeira, a tribuna: Até estarmos tranqüilos para falar com
desenvoltura, devemos apoiar as mãos desde que o gesto não seja ostensivo, nem indique
relaxamento. Com o passar do tempo, saia desta posição, procure ser natural. Cuidado para não
se apoiar com os cotovelos.
d) Início sem apoio: Começa-se a fala naturalmente, realizando os gestos sem nenhum apoio
inicial. Isso requer segurança extrema e consciência de sua capacidade de expressão oral.

9.5. Impostação da voz e códigos para-lingüísticos


O sucesso e o bom relacionamento entre as pessoas dependem, em grande parte, do tom
de voz e do jeito de falar. Por isso é necessário que se torne consciente a importância da
maneira de como falar e usar corretamente a voz, sobretudo às pessoas que a usam como
instrumento de trabalho, tais como professores, atores, cantores, locutores, advogados. O
segredo de uma boa voz está na coordenação da respiração com a emissão sonora. Impostar é o
ato de emitir corretamente a voz. É a emissão natural, sem esforço, produzida por uma pressão
expiratória bem dosada contra as pregas vocais, língua frouxa, músculos relaxados.
É necessário que cada som seja emitido em condições fonatórias normais, atingindo seu
ponto exato de ampliação nas cavidades de ressonância sem encontrar obstáculos à sua
passagem. As interferências que prejudicam a boa emissão são produzidas por contrações dos
órgãos vocais, má posição da língua, do véu paladar, dos lábios, pela rigidez da mandíbula e por
contrações dos músculos do pescoço.
As pregas vocais devem submeter-se docilmente às solicitações do cérebro executando
os movimentos coordenados com as atitudes dos órgãos móveis, pois o aparelho vocal é
formado por um conjunto pneumo-fono-ressoante inseparável, cujo entrosamento é
imprescindível para a emissão correta de todos os sons da voz humana. Esta é a emissão
fisiológica, a única forma natural de fonação, a que proporciona maior sonoridade, clareza do
timbre e projeção da voz.
Os códigos para-lingüísticos (emoção, ritmo, sonoridade), são elementos essenciais na
apresentação da mensagem; muitas vezes, de fato, através destes sinais, se dá ao interlocutor a
chave para decodificar corretamente aquilo que estamos falando. O fato merece reflexão porque
utilizamos quase sempre o microfone, que reproduz e amplia as características negativas da voz.
Hoje os ouvintes são mais exigentes, porque estão acostumados a ouvir os profissionais da
dicção no cinema, rádio e TV.

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9.5.1. Falar com tranqüilidade
Além do problema da má articulação das palavras, outro defeito muito comum é o desejo
de falar rápido. É extremamente cansativo acompanhar alguém que fala rápido demais. A
tendência é prestar atenção no começo e depois desistir. Alguns exercícios que podem ser feitos
em casa e que nos auxiliam muito:
01- Leia diariamente em voz alta. A leitura, porém, deverá ser feita pausadamente.
02- Grave o que vai falar e veja a velocidade que está colocando, regrave e compare, para ver se
conseguiu diminuir. Pratique diariamente frases, pronunciando-as de forma bem articulada,
soletrando-as separadamente. Praticando com regularidade podemos diminuir a velocidade da
voz, alterar o ritmo e valorizar mais a mensagem.

9.5.2. Sonoridade
Ter boa articulação, falar corretamente, sem erros de dicção, é importante. Porém, se falar
sempre no mesmo tom de voz, sua comunicação será péssima. As idéias que constam de sua
fala, possuem diferentes graus de importância. Algumas precisam ser destacadas. E o modo de
fazer isto é modulando a voz, falando mais alto ou mais baixo, falando mais rápido ou mais
vagarosamente. Destaque verbalmente pontos importantes. Os gregos antigos tinham um
pequeno truque para destacar frases. A palavra-chave era gritada pelo menos duas vezes,
para despertar maior atenção. A palavra repetida provoca um efeito triplicado. O impacto é
naturalmente aumentado. Você pode conseguir destaques verbais repetindo as palavras que
considera importantes, na sua palestra/discurso.

Desabafo contagiante
1. Fomos criados com princípios morais comuns. Quando criança, ladrões tinham a aparência
de ladrões, e nossa única preocupação em relação à segurança era a de que os "lanterninhas"
dos cinemas nos expulsassem, devido às batidas com os pés no chão, quando uma determinada
música era tocada no início dos filmes, nas matinês de domingo.
Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e
consideração. Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afeto.

2. Inimaginável responder deseducadamente a policiais, mestres, aos mais idosos, autoridades.


Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro,
da cidade. Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.
Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo que perdemos. Por tudo que meus filhos um dia
temerão. Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos. Matar os pais, os avós,
violentar crianças, seqüestrar, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidades de
notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial.

3. Agentes de trânsito multando infratores são exploradores, funcionários de indústrias de


multas. Policiais em blitz são abuso de autoridade. Regalias em presídios são matéria votada em
reuniões. Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.
Não levar vantagem é ser otário. Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros
de plantão. Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos
brancos. O que aconteceu conosco? Professores surrados em salas de aula, comerciantes
ameaçados por traficantes, grades em nossas portas e janelas. Crianças morrendo de fome,
gente com fome de morte. Que valores são esses?

4. Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano.
Celulares nas mochilas dos que recém largaram as fraldas. TV, DVD, telefone, videogame, o que
vai querer em troca desse abraço, meu filho? Mais vale um Armani do que um diploma. Mais vale
um telão do que um papo. Mais vale um baseado do que um sorvete. Mais valem dois vinténs do
que um gosto. Que lares são esses? Bom dia, boa noite, até mais. Jovens ausentes, pais
ausentes, droga presente e o presente uma droga. O que é aquilo? Uma árvore, uma galinha,
uma estrela. Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo? Quando foi que esqueci o nome do
meu vizinho?

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5. Quando foi que olhei nos olhos de quem me pede roupa, comida, calçado sem sentir medo?
Quando foi que fechei a janela do meu carro? Quando foi que me fechei? Quero de volta a minha
dignidade, a minha paz. Quero de volta a lei e a ordem, a liberdade com segurança. Quero tirar
as grades da minha janela para tocar as flores. Quero sentar na calçada e ter a porta aberta nas
noites de verão. Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a retidão de caráter, a cara
limpa e o olho no olho. Quero a vergonha, a solidariedade e a certeza do futuro. Quero a
esperança, a alegria. Teto para todos, comida na mesa, saúde a mil.

6. Não quero listas de animais em extinção. Não quero clone de gente, quero cópia das letras
de música, cultura e ciência. Eu quero voltar a ser feliz! Quero dizer basta a esta inversão de
valores e ideais. Quero xingar quem joga lixo na rua, quem fura a fila, quem rouba, quem
ultrapassa a faixa, quem não usa cinto, quem não dignifica meu/seu voto. Quero rir de quem
acha que precisa de silicone, lipoaspiração, dieta, cirurgia plástica, carro zero, laptop, bolsa XYZ,
calça ZYX para se sentir inserido no contexto ou ser "normal".

7. Abaixo o "TER", viva o "SER"! E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de
chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã! E definitivamente comum, como
eu. Adoro o meu mundo simples e comum. Vamos voltar a ser "gente"? Ter o amor, a
solidariedade, a fraternidade como base. A indignação diante da falta de ética, de moral, de
respeito... Discordar do absurdo. Construir sempre um mundo melhor, mais justo, mais humano,
onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Não... se você e eu fizermos nossa parte e
contaminarmos mais pessoas, e essas pessoas contaminarem mais pessoas... hein?!
Quem sabe?... "Por um mundo mais humano!!!

9.5.3. Ritmo
Faça pequenos intervalos com duração de dois a quatro segundos, entre frases, em
momentos apropriados, para ajudar o público a absorver as idéias expostas. O ritmo propicia:
• Ordenação e conjugação de todos os elementos que integram a apresentação, tornando a
palestra/discurso viva(o), dinâmica, atraente, repousante e alegre.
• Equilibrar as partes e detalhes em função do conjunto; harmonizar bem movimento rápido
e lento, impulso e descanso; dar tempo para se entender as palavras e seu conteúdo.

Resultado dos exames - Imagine-se passando essa mensagem para duzentas pessoas.
Atenção, alunos! Saiu o resultado dos exames vestibulares. Vejam a relação no quadro
que fica no parlatório central da universidade.

Ler em tom grave e pausado


O mundo inteiro está profundamente chocado com o ocorrido. Cinqüenta mil mortos já
foram identificados. Infelizmente, muito mais gente morreu tragada pelas grandes ondas
do mar. Não se tem idéia completa do desastre. Procuram-se sobreviventes nos
escombros dos prédios atingidos.

Festa das crianças


Mais de cinqüenta mil pessoas compareceram à festa trazendo seus filhos para ver o
show infantil. É um espetáculo maravilhoso, e muitas crianças estão vibrando de emoção.

Habeas pinho
Em Campina Grande, na Paraíba, em 1955, um grupo de boêmios fazia serenata numa
madrugada do mês de junho, quando chegou a polícia e apreendeu o violão. Decepcionado, o
grupo recorreu aos serviços do advogado Ronaldo Cunha Lima, então recentemente saído da
faculdade e que também apreciava uma boa seresta. Ele peticionou em Juízo, para que fosse
liberado o violão. Esse petitório ficou conhecido como "Habeas Pinho" e enfeita as paredes de
escritórios de muitos advogados e bares em praias do Nordeste. Mais tarde, Ronaldo Cunha
Lima foi eleito deputado estadual, prefeito de Campina Grande (cassado no golpe de Estado de
1964), senador da República, governador do Estado e deputado federal. Veja a famosa petição:

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Meritíssimo Sr. Dr. Juiz de Direito da 2ª Vara desta Comarca
O instrumento do crime que se arrola neste processo de contravenção
não é faca, revólver, nem pistola: é simplesmente, doutor, um violão.
Um violão, doutor, que na verdade não matou nem feriu um cidadão.
Feriu, sim, a sensibilidade de quem o ouviu vibrar na solidão.
O violão é sempre uma ternura, instrumento de amor e de saudade.
O crime a ele nunca se mistura. Inexiste entre eles afinidade.
O violão é próprio dos cantores, dos menestréis de alma enternecida,
que cantam as mágoas que povoam a vida e sufocam suas próprias dores.
O violão é música e é canção, é sentimento, vida e alegria,
é pureza, é néctar que extasia, é adorno espiritual do coração.
Seu viver como o nosso é transitório, mas seu destino, não, se perpetua.
Ele nasceu para cantar na rua e não para ser arquivo de cartório.
Mande soltá-lo pelo amor da noite, que se sente vazia em suas horas,
p'ra que volte a sentir o terno açoite de suas cordas leves e sonoras.
Libere o violão, Dr. Juiz, em nome da Justiça e do Direito.
É crime, porventura, o infeliz, cantar as mágoas que lhe enchem o peito?
Será crime, e afinal, será pecado, será delito de tão vis horrores,
perambular na rua um desgraçado, derramando na rua as suas dores?
É o apelo que aqui lhe dirigimos, na certeza do seu acolhimento.
Juntada desta aos autos nós pedimos. E pedimos também de-fe-ri-men-to.
Ronaldo Cunha Lima, advogado.

9.5.4. Emoção

Comunicação é essencialmente emoção. Se tirarmos o sentimento, restará muito pouco.


A energia tem que iniciar com o palestrante e, a partir dele, contagiar a platéia. Quando ele fala,
o coração tem de ir junto. A voz tem que ser um sopro na sua alma. Uma voz sem emoção é uma
flor sem perfume. Para que a emoção seja transmitida, são necessárias autenticidade e
naturalidade. Use também o entusiasmo. Quando o orador está totalmente envolvido com seu
tema, as faltas cometidas em outros aspectos da comunicação tornam-se menos relevantes.

Preciso de alguém (Charlie Chaplin)

Preciso de alguém que me olhe nos olhos quando falo.


Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.
Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado;
alguém amigo o suficiente para me dizer as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que
posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia nessa coisa misteriosa, desacreditada,
quase impossível: a amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e
não for mais a sensação da festa.
Preciso de um amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida.
Mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades.
Preciso de um amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e nas
alegrias, e que no meio da tempestade, grite comigo: “Nós ainda vamos rir muito disso tudo” e ria
muito.
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher meu Amigo.
E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma Amizade Verdadeira, a vida se
torna mais simples, mais rica e mais bela.

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O amor – Fazer o exercício alternando os estilos: dramático e coloquial.

“Não consintas que as ondas do mar nos separem e que os anos que conosco passaste
tornem-se uma lembrança. Andaste entre nós como um espírito, e tua imagem tem sido
uma luz que nos iluminou as faces. Muito te temos amado. Mas silencioso foi o nosso
amor, e com véus tem estado coberto. Agora, porém, ele grita e chama-te em alta voz e
quer revelar-se a ti. Pois assim tem sido sempre com o amor: ele só conhece a sua
profundidade na hora da separação”. (O profeta – Gibran Khalil Gibran).

10. EVITE ERROS GRAMATICAIS PERCEPTÍVEIS NA FALA

Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como
ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada. Veja os mais comuns do idioma e
use esta relação como um roteiro para fugir deles.

1 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. Fazia dois
séculos. Fez quinze dias.

2 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos
acidentes. Havia muitas pessoas. Deve haver muitos casos iguais.

3 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o
plural: Existem muitas esperanças. Bastariam dois dias. Faltavam poucas peças. Restaram
alguns objetos. Sobravam idéias.

4 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu
dizer, para eu trazer.

5 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. Entre eles e ti.

6 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez
anos atrás.

7 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de
ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.

8 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à
sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. Eles
obedeceram (desobedeceram) aos avisos. Aspirava ao cargo de diretor. Pagou ao amigo.
Respondeu à carta. Sucedeu ao pai. Visava aos estudantes.

9 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível
segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.

10 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma:
Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.

11 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim:
Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.

12 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado
com objeto direto: Nunca o vi. Não o convidei. A mulher o deixou. Ela o ama.

13 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. Fazem-se consertos.
É assim que se evitam acidentes. Compram-se terrenos. Procuram-se empregados.

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Francisco Teixeira - Soluções para o Potencial Humano Oratória, Gestos e Posturas
14 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos
melhores profissionais. Precisa-se de empregados. Apela-se para todos. Conta-se com os
amigos.

15 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo.
Vai amanhã ao cinema. Levou os filhos ao circo.

16 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso
implicará punição. Promoção implica responsabilidade.

17 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias
de": Espécie em via de extinção. Trabalho em via de conclusão.

18 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de
caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.

19 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito
(o acento não existe: só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro,
ibéro, pólipo.

20 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro,
vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a
cal.

21 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas:
Não viu nenhum risco. Ninguém lhe fez nenhum reparo. Nunca promoveu nenhuma confusão.

22 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se)
amanhã.

23 - Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se
feriram. A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções
subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. Nenhum dos presentes se pronunciou.
Quando se falava no assunto... Como as pessoas lhe haviam dito... Aqui se faz, aqui se paga.
Depois o procuro.

24 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil"
(fusível) queimou. Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário"
(cabeçalho).

25 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com
verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?

26 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça.
Obrigado pela atenção. Muito obrigado por tudo.

27 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma
forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha,
mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.

28 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

29 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a terceira pessoa, o certo é fique:
Fique você comigo. Venha pra Caixa você também. Chegue aqui.

30 - A corrida custa cinco "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa cinco reais.

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Francisco Teixeira - Soluções para o Potencial Humano Oratória, Gestos e Posturas
31 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro
emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu
emprestadas duas malas.

32 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos
que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). Era um dos que sempre vibravam
com a vitória.

33 - "Cerca de dezoito" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode


aparecer com números exatos: Cerca de vinte pessoas o saudaram.

34 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e
talvez: Ministro nega que seja negligente. O jogador negou que tivesse cometido a falta. Ele
talvez o convide para a festa. Embora tente negar, vai deixar a empresa.

35 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

36 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons
pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal:
Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.

37 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.

38 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador
foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não
"junto aos") leitores. Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. A reclamação foi
apresentada ao (e não "junto ao") Procon.

39 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e


as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. Dão-nos, convidam-na, põe-
nos, impõem-nos.

40 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes)
depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês
lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se").
Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. Tendo-me formado (e nunca tendo
"formado-me").

41 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita:
Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.

42 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz
quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.

43 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. Éramos seis.
Ficamos cinco na sala.

44 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o
certo: Sentou-se à mesa para comer. Sentou ao piano, à máquina, ao computador.

45 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use
porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

46 - O time empatou "em" dois a dois. A preposição é por: O time empatou por dois a dois.
Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.

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47 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se
espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na
medida em que elas existem.

48 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a
sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o
acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).

49 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava
ali havia (fazia) muito tempo. Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. Estava sem
dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-
que-perfeito do indicativo).

50 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos


político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-
financeiras, partidos social-democratas.

51 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país
inteiro). Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada,
qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.

52 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. Era
difícil apontar todas as contradições do texto.

53 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa.
A decisão favoreceu os jogadores.

54 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quando equivale a próprio, é variável: Ela mesma
(própria) arrumou a sala. As vítimas mesmas recorreram à polícia.

55 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome
ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã
o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").

56 - Vou sair "essa" noite. É este que designa o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta
noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo),
este século (o século vinte).

57 - A temperatura chegou a zero "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-
quilômetro, zero hora.

58 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma
situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa
condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da
categoria.

59 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de
peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

60 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de
vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer),
desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.

61 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele


intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa
norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.

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62 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. Veja o jardim
onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa
idéia. O livro em que... A faixa em que ele canta... Na entrevista em que...

63 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado"
de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada:
A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a
decisão aos empregados. A decisão foi comunicada aos empregados.

64 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante.
Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico
(contrabando) com tráfego (trânsito).

65 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi
avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

66 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a"
preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.

67 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir
na concordância. Por isso: A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os
funcionários foi punida (e não "foram punidas").

68 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado.
Desapercebido significa desprevenido.

69 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho.
Haja vista seus esforços. Haja vista suas críticas.

70 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente:
O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou,
o amigo a que se referiu.

71 - Já "é" oito horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são oito horas.
Já é (e não "são") uma hora, já é meio-dia, já é meia-noite.

72 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do
assaltante. Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava
sobre o telhado. Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce,
calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.

73 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.

11. MARKETING PESSOAL

Por que chegar adiantado?


Decidir qual a melhor disposição da sala ou de você ficar. Verificar e testar equipamentos;
testar microfones. Deixar o cd (dvd) no ponto certo; preparar-se psíquica e mentalmente para a
palestra.

11.1. Água, alimentação e toalete


Não existe contra-indicação nenhuma em se tomar água durante a palestra. Apenas
verifique se já está à disposição antes do início, evitando interromper a palestra para solicitá-la.
Evite, se possível, a alimentação imediatamente antes de sua palestra. Mas se não puder evitar,
seja moderado. Não se esqueça de ir à toalete antes de iniciar a apresentação.

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11.2. Como se vestir
 Cuidado especial deve ser dado aos sapatos, que devem estar limpos, e apresentar uma
boa condição de uso.
 As calças devem ter um bom caimento, não sendo muito compridas ou muito curtas.
 Estar bem vestido, de acordo com os padrões da época em que a pessoa se apresenta. O
terno deve ser usado, seja o clássico, seja o da moda, para os homens.
 Seja discreto. Você é mais importante do que a roupa que está usando.
 Mulheres, cuidado com os excessos. Roupas transparentes, grandes decotes. Vestidos
curtos ou colantes devem ser evitados. Procure vestir-se de forma adequada ao evento e
à sua proposta de comunicação. Pense no público, no ambiente onde irá se apresentar e
adapte seus trajes a esta situação. A sua roupa declara o tipo de pessoa que você é.

11.3. Como se dirigir à tribuna


Ao ser anunciado, respire, levante e caminhe até a tribuna com segurança. Não seja
rápido e precipitado. Isto demonstra insegurança. Quando você surge no recinto, o público faz
sua primeira avaliação. É a melhor chance de mostrar ao público sua simpatia e sua calma.

12. A HORA DA VERDADE

Ao compor a mesa, geralmente as pessoas já sabem o posicionamento. Para nosso


conhecimento é importante saber que o Orador ocupe o lado direito do presidente. A primeira
autoridade à esquerda do presidente, a segunda à direita do orador e assim em seqüência.

12.1. A quem saudar


Havendo mestre de cerimônia, caberá a ele anunciar a composição da mesa e oradores.
Na ausência, este trabalho cabe ao presidente da mesa. Não há problema em saudar cada
autoridade presente à mesa, começando pelo presidente. Só devemos tomar cuidado com a
pronúncia correta dos nomes. Quando temos vários oradores, basta dizer: "Senhor presidente,
fulano de tal, demais autoridades, prezados participantes" e iniciar a palestra. Mas, se a reunião
for política, o vocativo é praticamente parte integrante do discurso.

12.2. Eu ou nós
Se estiver falando de você diga: EU. Caso esteja falando em nome de uma equipe, diga:
NÓS. Cuidado quando estiver falando em nome de uma empresa.

12.3. Como segurar o papel


Quando não há tribuna e seu discurso está escrito, você deve ler como a seguir:
• Segure o papel não muito baixo, para que possa ser lido, nem muito alto, que chegue a
esconder seu rosto.
• Durante a leitura os gestos devem ser moderados. Para não se perder nas linhas, digite em
letras grandes e espaço duplo.

12.4. Uso do microfone no pedestal


 Acerte a altura do microfone, deixando-o à altura da boca e não na frente do rosto. O ideal é
um a dois centímetros do queixo. Porém, se o microfone é de alto ganho, deixe-o mais
afastado. Evite segurar a haste do pedestal ao falar e fale sempre olhando por cima do
microfone. Não se curve para aproximá-lo da boca.
 Ao falar com as pessoas na lateral, gire o corpo obedecendo à regra de falar olhando por
cima do microfone. Cuidado se, além de falar, tiver de segurar o papel. Não se enrosque! Os
gestos não devem derrubar o microfone.

12.5. Uso do microfone na mão


Cuidado para que o gesto não o faça afastar o microfone da boca.
Segure-o com naturalidade. Não fique segurando o fio. Prefira microfones sem fio.
Procure ler discursos sempre com o microfone fixo, isto porque é muito difícil segurar o papel,
o microfone e ainda fazer gestos. Seja natural e calmo.
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13. APRESENTAÇÕES VISUAIS – O PODER DA IMAGEM

Na pós-modernidade o que vale é a imagem. Para que suas palavras sejam lembradas,
junte-as a algo que o povo possa ver. Recordamos 50% mais do que vimos e ouvimos do que
aquilo que só ouvimos. Por que usar as apresentações visuais? Porque “...uma imagem vale mil
palavras”, segundo Dorothy Leeds. Uma imagem retrata, num instante, coisas que exigiriam
horas para serem explicadas verbalmente.

13.1. Benefícios das apresentações visuais


• Poupam tempo
• Criam interesse
• Adicionam variedade
• Ajudam os ouvintes a recordar seus pontos principais

Bem treinados irão acentuar bastante o seu profissionalismo e a sua exposição. Porém,
uma apresentação visual não passa disso. Ela não é um substituto para uma parte do seu
discurso.
Planeje sempre as apresentações visuais para desempenharem uma função específica. Esteja
certo de que cada uma se explique por si mesma e cumpra sua função. Uma apresentação visual
de que você não precisa só vai atrapalhar.
Como saber se uma apresentação visual irá somar à sua palestra? Faça-se perguntas como:
- Posso me sair bem sem ela?
Palavras impressas num mapa não são apresentações visuais. Use um mínimo possível de letras
quando criar apresentações visuais. Pergunte-se: É um acessório visual ou um visual verbal?

13.2. Tornando suas apresentações visuais e sua palestra profissionais


 Use suas apresentações visuais regularmente, mas não monótonas. Faça os títulos todos do
mesmo tamanho e não varie desordenadamente os tipos gráficos. Nunca use mais de três
cores em uma apresentação visual.
 Mantenha a apresentação visual fora de vista até a hora de usá-la. Ela é seu apoio e não
deve aparecer mais do que você.
 Fale sempre para a platéia, não para a apresentação visual. Evite deixar que a apresentação
visual se torne sua muleta. Mantenha contato visual com o público.
 Procure ficar ao lado da apresentação que está mostrando, não diante dela.
 Leve em conta o tamanho do auditório onde o publico ficará. Certifique-se de que suas
apresentações visuais estão altas o bastante para serem vistas pelo pessoal das últimas
fileiras.
 Pratique usar suas apresentações visuais enquanto treina sua palestra/discurso completa. É
um erro treinar seu discurso primeiro e acrescentar as apresentações visuais depois. Tenha
certeza de que elas funcionam a seu favor.

14. COMO USAR O DATA SHOW

A vantagem deste tipo de mídia é que permite animações nas figuras ou textos
apresentados. Para utilizá-lo, você deve ter um pouco de familiaridade com o computador, ou ter
à sua disposição um técnico que, instruído por você, faça o papel de assessor ao exibir as
transparências eletrônicas.
• As transparências não devem conter muitas palavras ou textos.
• Evite ficar lendo as transparências de costas para o público.
• Elas são importantes porque utilizam o canal visual, auxiliando na retenção da informação.
• Ter conhecimento básico do PowerPoint ou que alguém faça para você suas transparências
eletrônicas.

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• Embora de grande efeito nas apresentações visuais, não abuse. É o que temos de mais
avançado em termos de recursos para apresentações. Mas, lembre-se: é apenas um
acessório.

14.1. Dicas para uma apresentação tranqüila com o datashow:

Você é o controlador. Se deixar uma imagem na tela, você vai concorrer com sua
transparência, pois a atenção do público ficará dividida entre você e a tela. Você controla
ativando ou desativando o datashow de acordo com a sua programação. Mostre a
transparência aos poucos, escondendo os pontos ainda não discutidos, liberando-os um
a um.
Deixe de olhar para a tela e ficar apontando para ela. Quando você faz isso, perde o
contato visual com a platéia. Para enfatizar alguma coisa, use um apontador a laser.
Decida como irá usar o equipamento e o coloque de acordo. Em geral o melhor lugar é o
canto diagonal, estrado direito para uma pessoa destra e estrado esquerdo para uma
pessoa canhota.

14.2. Esperando o inesperado

Detalhes de logística para evitar os problemas mais comuns com retroprojetores:

 Chegue cedo para supervisionar procedimentos de organização.


 Faça a verificação de tudo pessoalmente. Só você conhece os detalhes de sua
apresentação. Não confie na promessa de outras pessoas.
 Cada aparelho possui suas peculiaridades. Localize os interruptores liga-desliga.
 Fio de extensão, fita adesiva, tsão suprimentos de que você pode precisar.
 Monte e teste o equipamento.
 Tenha um plano emergencial.

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15. FORMAS DE TRATAMENTO


A forma identificada com (a) é chamada forma vocativa e a identificada com (b) é
chamada forma de tratamento.
Abades e Superiores de Conventos Arcebispos e Bispos
Reverendíssimo Senhor (a) Reverendíssimo Senhor (a)
Vossa Paternidade (V. P.) (b) Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.) (b)
Cardeais Chanceler de Universidade
Universidade
Eminentíssimo Senhor (a) Senhor Chanceler (a)
Vossa Eminência Reverendíssima (V. Ema. Revma.) (b) Vossa Excelência (V. Exa.) (b)
Cônsules Deputados Federais e Estaduais
Senhor Cônsul (a) Senhor Deputado (a)
Vossa Excelência (V. Exa.) (b) Vossa Excelência (V. Exa.) (b)
Desembargador da Justiça Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais
Senhor Desembargador Senhor Diretor
Vossa Excelência (V. Exa.) Vossa Senhoria (V. Sa.)
Doutor (P.h.D.) Embaixadores
Senhor Doutor Senhor Embaixador
Vossa Senhoria (V. Sa.) Vossa Excelência (V. Exa.)
Empresas
Empresas de um modo geral Freiras, Padres e outras Autoridades Eclesiásticas
Prezados Senhores Reverendíssimo Senhor
Vossas Senhorias (V. Sas.) Vossa Reverência (V. Rva.)
Governadores de Estado Juiz de Direito
Senhor Governador Meritíssimo Juiz
Vossa Excelência (V. Exa.) Vossa Excelência (V. Exa.)
Madres Marechais, Almirantes, Brigadeiros e Generais
Reverendíssima Madre Senhor (patente)
Vossa Reverência (V. Reva.) Vossa Excelência (V. Exa.)
Mestres Ministros de Estado
Senhor Professor Senhor Ministro
Vossa Senhoria (V. Sa.) Vossa Excelência (V. Exa.)
Núncio Apostólico Outras Patentes Militares
Eminentíssimo Senhor Senhor (patente)
Vossa Eminência (V. Ema.) Vossa Senhoria (V. Sa.)
Papa Pessoas em Geral
Santíssimo Padre Prezado Senhor
Vossa Santidade (V. S.) Vossa Senhoria (V. Sa.)
Prefeitos Municipais Presidente da República
Senhor Prefeito Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Vossa Excelência (V. Exa.) Vossa Excelência (V. Exa.)
Presidente do Congresso Nacional Presidente do Supremo Tribunal Federal
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional Excelentíssimo Senhor Pres. do Supremo Tribunal Federal
Vossa Excelência (V. Exa.) Vossa Excelência (V. Exa.)
Presidente de Empresa Privada Príncipes e Duques
Prezado Senhor Sereníssimo Senhor
Vossa Senhoria (V. Sa.) Vossa Alteza (V. A.)
Reis e Imperadores Reitores de Universidades
Sereníssimo Senhor Magnífico Reitor
Vossa Majestade (V. M.) Vossa Magnificência (V. Mag.ª)
Secretários de Estado e de Município Senadores da República
Senhor Secretário Senhor Senador
Vossa Excelência (V. Exa.) Vossa Excelência (V. Exa.)
Vereadores Vice-
Vice-Reitores de Universidades
Senhor Vereador Magnífico Vice-Reitor
Vossa Senhoria (V. Sa.) Vossa Magnificência (V. Mag.ª)

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16. GLOSSÁRIO

Abraxas = pedra preciosa que era usada como amuleto Gnaisse = rocha metamórfica feldspática, constituída por mica,
Acróstico = poesia em que as primeiras letras (às vezes, as do meio quartzo e outros minerais
ou do fim) de cada verso formam, em sentido vertical, um ou mais Gnatodonte = que possui os dentes inseridos na espessura das
nomes ou um conceito maxilas
Actinomante = quem adivinha por meio das irradiações das estrelas Gnomo = pequeno gênio deformado que habita a terra
Adjudicar = estabelecer vínculo com, ligar Grimpar = galgar, trepar, escalar
Adjunção = junção Gringa = estrangeira loura ou ruiva
Adjutor = aquele que ajuda, auxilia Grua = fêmea do grou, guindaste
Adminículo = auxílio, subsídio Grumete = criado, homem de posição inferior
Admonitor = aquele que se encarrega de exortar os outros à Hidra = serpente cujas sete cabeças renasciam ao ser cortadas,
observância de certas regras destruída por Hércules
Aftartodoceta = adepto de uma seita herética do século VI que Lavração = o preparo e o cultivo da terra
sustentava a idéia de que o corpo de Cristo era imortal Livrilho = a parte interna da casca dos vegetais
Aftenxia = incapacidade de falar Melro = ave parecida com o pássaro-preto
Amniomante = suposto adivinhador da personalidade Mímica = maneira de expressar o pensamento por meio de gestos,
Apside = arco, abóboda expressões corporais e fisionômicas do organismo
Aptério = na Grécia antiga, edifício desprovido de colunas Mnemônico = relativo à memória
Bilro = peça de madeira ou metal, usada para fazer rendas em Oblata = oferenda piedosa, freira de uma ordem religiosa
almofada própria Obliterado = desaparecido, apagado
Breviário = compêndio Oblongo = alongado, cujo comprimento é maior que a largura
Bricabraque = cômodo cheio de objetos usados Obscurantista = adepto do obscurantismo
Brocado = tecido bordado a ouro/prata Obsecração = preces públicas, súplicas
Broquel = pequeno escudo redondo Obsediante = obsessivo
Brunido = lustrado Obsignador = testemunha para um testamento
Bruxuleante = oscilante Octaetéride = no calendário da Grécia antiga, ciclo de oito anos no
Bruzundanga = ninharia transcurso do qual se intercalavam três meses de trinta dias, para
Chalreio = soltar a voz, como a arremedar a fala estabelecer uma concordância periódica entre o ano lunar, de doze
Chalrote = casca do pinheiro meses, e o ano solar
Cinestesia = sentido da percepção de movimento, peso, resistência e
Octandro = que apresenta oito estames iguais e livres
posição do corpo, provocado por estímulos do próprio organismo
Octano = qualquer hidrocarboneto saturado de cadeia aberta
Clangor = som forte, estridente
Octocnemácea = arbusto com folhas simples
Clarim = instrumento musical semelhante à corneta
Odre = saco feito de pele, usado para transporte de líquidos
Copta = aquele que descende do povo do antigo Egito
Oftalmagia = dor no globo ocular
Cooptar = aliciar, atrair
Oftalmoplegia = paralisia de um ou mais músculos do olho
Coroca = indivíduo velho e feio, caduco, decrépito, rabugento
Oftalmorrágica = referente a hemorragia no olho
Crisólita = espécie de pedra preciosa cor de ouro
Palato = divisão óssea e muscular entre as cavidades oral e nasal
Dismnésia = distúrbio da memória
Parlatório = espécie de balcão onde as autoridades se apresentam
Dríade = ninfa dos bosques e da selva
para discursar
Druida = sacerdote celta, de grande influência política, que
Pilrito = fruto do pilriteiro
acumulava funções de educador e juiz
Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiose = doença pulmonar
Eclético = composto de elementos colhidos em diferentes fontes
aguda causada pela aspiração de cinzas vulcânicas
Enfreado = moderado, reprimido
Preceptor = educador, mentor, instrutor
Flandres = metal, condado medieval da Bélgica
Prestidigitador = que tem agilidade com as mãos para iludir os
Flibusteiro = aquele que é desonesto, aventureiro, trapaceiro
demais
Florete = arma branca semelhante à espada, porém mais comprida,
Primaz = que está em primeiro lugar, em importância
de lâmina flexível
Probo = honrado, honesto, reto
Fragata = navio de guerra
Psicodélico = que produz efeitos alucinógenos
Fremente = vibrante, apaixonado, agitado
Psicoléptico = o que exerce efeito sedativo sobre o psiquismo
Frustra = falha
Pteridógrafo = estudioso de plantas, da espécie das pteridófitas
Gimnocéfalo = que tem a cabeça nua, sem pelos ou penas
Pteroma = na arquitetura grega antiga, ala (de um edifício)
Glosar = exercer censura, criticar
Refrega = luta, confronto
Glotorar = soltar a voz (a cegonha)
Sub-repticiamente
Sub = feito às ocultas, furtivo, dissimulado,
Glutão = que come em excesso e com avidez
clandestino
Truculento = que usa de violência, cruel, bárbaro

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17. ANEXO: COMO DAR NÓ EM GRAVATA

Como se dá nó em gravata? Aqui é que está o pulo do gato! Atente ao desenho e pratique em
casa:

Nó simples Nó duplo Nó Semi-Windsor Nó Windsor

18. BIBLIOGRAFIA

a) Polito, Reinaldo, Gestos e posturas para falar melhor, São Paulo, Saraiva, 1993.
b) Marcon, Leoclides, Falar em público, Porto Alegre, Editora CDP, 1992.
c) Leeds, Dorothy, Power Speak - O poder da fala, Rio de Janeiro, Editora Record, 1998.
d) Moreira, Itamar, Conversando com o inconsciente, Contagem, Ed. Meditar Ltda, 1996.
e) Ervilha, A. J. Limão, Vendas com aplicação de neurolingüística, São Paulo, Nobel, 2002.
f) Martins, L.C.Martins, Como corrigir a timidez, Rio de Janeiro, BrLetras, 2005.

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