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gumentos para saturar o seu significado, sendo que uns se fazem acompanhar de
complementos directos (os transitivos directos, isto é os que seleccionam
complementos no caso acusativo), de complementos indirectos (os transitivos
indirectos que admitem complementos configurados no caso dativo, substituíveis na
terceira pessoa por 'lhe/lhes'), de complementos oblíquos (os transitivos indirectos
que admitem complementos que não cabem em nenhum dos casos anteriormente
considerados). Trata-se, portanto, de uma designação que articula as funções
sintácticas com indicadores de caso.
iii) Eu moro aqui, junto ao Estádio das Antas. (> neste sítio / local)
Todos eles são segmentos seleccionados pelo verbo principal (ir, adaptar-se,
gostar, colocar), configurados sob a forma de grupo preposicional (a Barcelona, à
nova turma, de esperar, na pasta) ou grupo adverbial (aqui).
Em termos didácticos, considero que, para se trabalhar complementos oblíquos,
há que seguir os seguintes passos, progressivamente equacionados na abordagem
sintáctica de frases:
1.1. Indicar as frases nas quais se pode retirar “numa garrafa”, mantendo a frase
sentido, com princípio, meio e fim. (R: c, d, e)
1.2. Identificar as frases nas quais a expressão “numa garrafa” é pedida pelo verbo
pertencente ao predicado. (R: a, b)
1.1. Identificar os verbos que precisam de dois complementos. (R: meter [X em Y],
pôr [X em Y])1.2. Indicar os verbos que só necessitam de um complemento. (R: ver
[X], observar [X], ler [X])
1.3. Referir o complemento que pode ser substituído pelo pronome pessoal ‘(n)o’. (R:
um papel)
1.4. Reescrever cada uma das frases começando-as por “um papel”. (R: Um papel foi
metido pelos amigos numa garrafa,… [transformação passiva, enquanto mecanismo
de identificação do complemento directo da frase activa, o qual se transforma em
sujeito na frase passiva])
2.1. Assinalar as frases nas quais a expressão funciona como complemento. (R: 1a e
1b)
2.2. Verificar a possibilidade de “numa garrafa” poder ser substituída pelos pronomes
‘a’ ou ‘lhe’. (R: Impossibilidade nos dois casos)
3. O complemento directo de uma frase pode ser substituído, na terceira pessoa, pelos
pronomes ‘o(s)/a(s)’, ‘lo(s) / la(s)’ ou ‘no(s) / na(s)’; o complemento indirecto, por
‘lhe(s)’.
3.1.Relacionar a conclusão anterior com a expressão ‘numa garrafa’. (R: não é
complemento directo nem indirecto, em nenhuma das frases) .