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UM COMPORTAMENTO PREOCUPANTE
Resumo: Agressões físicas ou perseguições psicológicas são muito antigas, mas nos últimos
anos, com a popularização da palavra bullying, é que vêm sendo de fato levadas a sério. O
objetivo desse consistem em pensar em estratégias que reúnam escola e família em torno de
uma Educação para o respeito mútuo , minimizando o impacto do fenômeno conhecido como
bullying. Para isso, foi realizada uma investigação bibliográfica a partir de livros, revistas,
filmes e reportagens que falam sobre o assunto, tendo como referencial o livro Bullying: mentes
perigosas nas escolas, Silva (2010). Tal fenômeno refere-se à violência física, moral ou
psicológica exercida repetidamente sobre uma pessoa. Os resultados apontam que tem crescido
significativamente o número de casos de agressão e de morte entre jovens do mundo inteiro.
Abstract: Physical aggressions or psychological harassment are old. However, in the latest
years, due to the popularization of the word bullying such aggressions have become a really
serious issue. This paper aims at thinking in strategies that get school and family together
around a kind of Education for mutual respect, reducing the impact of the phenomenon known
as bullying .So that, we held a bibliographical investigation from books, magazines, films and
reports which approach this subject, having as a reference the book Bullying: mentes perigosas
nas escolas, Silva (2010). Such phenomenon makes reference to physical, moral or
psychological violence imposed on somenone repeatedly. The results indicate that the cases of
aggressions and deaths among young people throughout the world have increased significantly.
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¹ Licenciado em Matemática (UFRN), Especialista em Gestão Educacional (UVA) . Professor do Instituto
Federal de Sergipe (IFS). E-mail: celosilva.s@gmail.com
O presente artigo tem por objetivo enfatizar as principais problemáticas apontadas nos
estudos sobre agressão física ou moral, bem como apresentar opiniões e estratégias para
minimizar o impacto da violência no âmbito escolar. O termo bullying pode ser adotado
para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, proposital e sistemático em
qualquer lugar. Entretanto, neste artigo o emprego do termo bullying terá como foco de
abordagem o contexto escolar.
Os jovens buscam, na escola, o espaço para desenvolver suas habilidades e também para
realizar e construir ideias. De fato, a escola é espaço de construção de saberes e
socialização. Porém, também tem sido palco de várias formas de violência. Diante desse
fato e do destaque que vem sendo dado ao mesmo, decidi fazer um estudo sobre o tema
Bullying na Escola a partir de uma revisão bibliográfica de trabalhos já desenvolvidos
por autores especialistas no assunto.
A Violência Moral na escola é um assunto bastante antigo, mas somente nos últimos
anos, com a popularização da palavra bullying, as discussões sobre as implicações das
ações de violência na vida da criança e do adolescente começaram a ser tratadas pela
sociedade e comunidade cientifica. “O bullying é um fenômeno tão antigo quanto a
própria instituição denominada escola. No entanto, o tema só passou a ser objeto de
estudo científico no início dos anos 70” (SILVA, 2010, p. 111).
Quem nunca ouviu falar na palmatória? Quem nunca teve um apelido no período
escolar? Quem nunca sofreu algum tipo de humilhação na escola ou no bairro onde
morava quando criança? As vítimas, com certeza também já agrediram moralmente
alguém em algum momento. Basta lembrar que na escola existiam aqueles que eram
chamados de “cdf”, outros que por terem mau hálito eram chamados de “bafinho”,
“jacaré de quatro olhos” por usar óculos, “balofo” por estar acima do peso, entre várias
outras situações. Tais agressões, muitas vezes, encaradas como “brincadeiras de mau
gosto”, podem gerar marcas / estigmas irreversíveis na vida do individuo, que afetará
negativamente as suas relações pessoais, escolares e familiares.
Atualmente, essas brincadeiras são consideradas uma forma de violência e denominadas
bullying. Na fase de transição para a vida adulta os adolescentes experimentam diversas
mudanças, ficando bastante expostos a muitas situações de risco. A equipe gestora da
escola e o corpo docente, bem como a sociedade em geral, devem se atentar para as
consequências preocupantes da violência escolar, bem como implantar estratégias de
intervenção e combate a esses riscos.
A palavra bullying é proveniente do verbo bully, de origem inglesa, que significa “usar a
superioridade física para intimidar alguém”. A palavra bully foi associada ao fenômeno
social caracterizado como bullying. Esse fenômeno representa diferentes tipos de
violência durante a infância e adolescência (TORO et al, 2010). Apesar de ser algo que
acontece há muito tempo, somente há cerca de 15 anos as provocações que muitos
alunos sofrem nas escolas passaram a ser vistas como uma forma de violência.
Implicância, discriminações e agressões verbais e fisícas são muito frequentes nas
escolas. As gerações crescem e com elas esse problema antigo que se agiganta,
conforme as redes sociais se expandem, para muito além dos muros da escola (NOVA
ESCOLA, 2010).
Há, ainda, os espectadores ativos, que de certa forma ajudam os agressores, com risadas,
e os neutros, que não demonstram sensibilidade pelas situações de bullying. Em
qualquer caso, os espectadores costumam se omitir diante dos ataques.
TIPOS DE BULLYING
A violência moral pode ser praticada nas escolas, no local de trabalho, nas forças
armadas, na vizinhança e até mesmo na política (SILVA, 2010). Percebemos o Bullying
na política através de situações onde um país de alto poder econômico ou militar decide
impor sua vontade sobre um país menor impedindo-o de fazer parte de alguma
organização de comércio sob pena de ser invadido por tropas militares.
No local de trabalho também podemos identificar a prática da violência moral. Esse tipo
de agressão também é antigo, mas somente há pouco tempo começou a ser levado a
sério e combatido por meio de leis (Lei nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998) e
propagandas na TV. Quando se trata do relacionamento entre vizinhos o Bullying
também tem o seu espaço. Em geral, as atitudes verificadas são: comportamentos
inconvenientes, barulho excessivo e fazer queixas a polícia por pequenos incidentes.
Ações como essas acabam pressionando a vítima a mudar-se de endereço. Porém, não
devemos entender que tais atitudes sempre são práticas de violência moral, podem ser
apenas falta de bom senso do vizinho.
Na escola a agressão costuma acontecer nos locais onde a supervisão é quase nula ou
inexistente, e vai desde alcunhas até espancamentos. Um exemplo de agressão escolar
grave foi o massacre de Columbine, que deixou 13 mortos em 1999 nos Estados
Unidos. O psiquiatra americano Timothy Brewerton, que tratou de alguns dos
estudantes sobreviventes ao massacre de Columbine, apresentou em 15 de abril de
2011, no Rio, um estudo realizado pelo serviço secreto dos Estados Unidos da América
cujo resultado apontou que, nos 66 ataques em escolas que ocorreram no mundo de
1966 a 2011, 87% dos atiradores sofriam bullying e foram movidos pelo desejo de
vingança.
Além da violência moral praticada pelos alunos também podemos verificar a ocorrência
nas escolas do bullying praticado pelo professor sobre o aluno. Certamente, todos já
devem ter visto situações como:
Expor o aluno a humilhação rebaixando-o perante a classe.
Perseguir alunos com notas baixas.
Ameaçar aluno de reprovação.
Tortura física, mais comum em crianças pequenas. Puxões de orelha,
tapas e cascudos.
O gestor deve se reunir com a sua equipe pedagógica para traçar estratégias visando a
“paz” dentro da instituição. Isso pode ser feito, por exemplo, através de palestras
ministradas por estudiosos do assunto; criação da semana de combate ao bullying na
qual nenhum aluno pode referir-se a um colega de outra forma que não seja pelo seu
nome; incentivar grupos de alunos a encenarem peças teatrais (dramatização) ou exibir
filmes abordando o tema; aplicação de questionários visando detectar o problema com
antecedência para prevenir problemas maiores.
Mas não só isso, convidar os pais para assistirem palestras e participarem de discussões
sobre o tema também é importante. Como dito antes, a violência pode ter início em casa
por reflexo da conduta dos próprios pais. Às vezes determinado aluno tem um pai que
foi praticante de bullying na adolescência e talvez, sem perceber, ele estimula o filho a
partir do momento que não o orienta a evitar tal prática.
Somente no final de 1982, a história do bullying começou a ser reescrita naquele país
depois de um acontecimento dramático onde três crianças entre 10 e 14 anos cometeram
suicídio. De acordo com investigações, a causa principal teria sido decorrente dos maus-
tratos a que eram submetidos por seus colegas na escola. Depois disso, o Ministério da
Educação da Noruega realizou, em 1983, uma campanha de combate ao bullying escolar
(SILVA, 2010).
Uma pesquisa realizada em 2010 com 5.168 alunos de 25 escolas públicas e particulares
revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries
(início da adolescência). As três cidades brasileiras apontadas como sendo as de maior
incidência dessa prática foram: Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Dessa forma, vemos
que o resultado não mudou de 2009 para 2010.
No Brasil não existe uma lei federal sobre o combate ao bullying. Um projeto de lei
propõe que as ações de combate ao bullying sejam detalhadas na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação. O projeto está em fase de análise e aguarda votação na Comissão de
Educação, Cultura e Esporte do Senado. O plano é de autoria do senador Gim Argello
(PTB-DF) e a ideia é que as escolas incluam entre as suas obrigações promover um
ambiente escolar seguro e adotem estratégias de prevenção e combate a intimidações e
agressões.
Alguns estados e municípios, no entanto, já adotaram leis de combate ao bullying. O
Rio Grande do Sul, por exemplo, teve a lei que prevê políticas públicas contra o
bullying nas escolas estaduais e privadas de ensino básico e de educação infantil
sancionada em 2010. O objetivo dessa lei é realizar apenas ações educacionais, ou seja,
não agir punindo os estudantes.
Espera-se que através das divulgações feitas pela imprensa e pelos grandes veículos de
comunicação, a sociedade tome consciência e, a partir daí, exija das autoridades a
criação e aprovação de políticas capazes de prevenir ou minimizar os efeitos do
fenômeno bullying.
Apesar de ser um problema antigo, parece que só depois de ter “ganhado” nome e ser
tema de estudos e discussões entre especialistas da área de pscicologia e psiquiatria, as
agressões verbais e físicas, que certamente todos nós sofremos na escola um dia, vêm se
disseminando envolvendo um número cada vez maior de pessoas (principalmente
adolescentes).
Mesmo com todo o combate que está acontecendo e com todas as reportagens que já
assistimos mostrando casos em que o agressor ou bully foi punido pela justiça, ainda
vemos o problema existir com certa força. O que muitos nem imaginam ou não se
deram conta ainda é que a ação maléfica do bullying traumatiza o psiquismo de suas
vítimas, provocando um conjunto de sinais e sintomas característicos. Como as vítimas
geralmente são pessoas que já apresentam uma baixa autoestima, as agressões
constituem um agravante de um problema preexistente (SILVA, 2010).
Segundo Silva (2010) “No exercício diário da minha profissão, [...], observo que não
somente crianças e adolescentes sofrem com essa prática indecorosa, como também
muitos adultos ainda experimentam aflições intensas advindas de uma vida estudantil
traumática. Os problemas mais comuns com que me deparo em meu consultório são:
Sintomas Psicossomáticos, Transtorno do Pânico, Fobia Escolar, Fobia Social,
Trasntorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Depressão, Anorexia e Bulimia,
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e Transtorno do Estresse Pós-traumático
(TEPT)”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, Ana Beatriz B. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2010.