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Juiz de Fora-MG
Fevereiro de 2008
Apostila de Administração da Produção I 1
Prof. MSc. Marcos Eduardo dos Santos
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À PESQUISA OPERACIONAL
1
1.1 O Desenvolvimento da Pesquisa Operacional
Durante a Segunda Guerra Mundial, um grupo de cientistas foi convocado na Inglaterra para
estudar problemas de estratégia e de tática associados com a defesa do país. O objetivo era decidir
sobre a utilização mais eficaz de recursos militares limitados. A convocação deste grupo marcou a
primeira atividade formal de pesquisa operacional.
Os resultados positivos conseguidos pela equipe de pesquisa operacional inglesa motivaram os
Estados Unidos a iniciarem atividades semelhantes. Apesar de ser creditada à Inglaterra a origem da
Pesquisa Operacional, sua propagação deve-se principalmente à equipe de cientistas liderada por
George B. Dantzig, dos Estados Unidos, convocada durante a Segunda Guerra Mundial. Ao resultado
deste esforço de pesquisa, concluído em 1947, deu-se o nome de Método Simplex.
Com o fim da guerra, a utilização de técnicas de pesquisa operacional atraiu o interesse de
diversas outras áreas. A natureza dos problemas encontrados é bastante abrangente e complexa,
exigindo portanto uma abordagem que permita reconhecer os múltiplos aspectos envolvidos. Uma
característica importante da pesquisa operacional e que facilita o processo de análise e de decisão é a
utilização de modelos. Eles permitem a experimentação da solução proposta. Isto significa que uma
decisão pode ser mais bem avaliada e testada antes de ser efetivamente implementada. A economia
obtida e a experiência adquirida pela experimentação justificam a utilização da Pesquisa Operacional.
Com o aumento da velocidade de processamento e quantidade de memória dos computadores
atuais, houve um grande progresso na Pesquisa Operacional. Isso faz com que os modelos
desenvolvidos pelos profissionais de Pesquisa Operacional sejam mais rápidos e versáteis, além de
serem também interativos, possibilitando a participação do usuário ao longo do processo de cálculo.
1.2 Modelagem
Um modelo é uma representação de um sistema real, que pode já existir ou ser um projeto
aguardando execução. No primeiro caso, o modelo pretende reproduzir o funcionamento do sistema, de
modo a aumentar sua produtividade. No segundo caso, o modelo é utilizado para definir a estrutura
ideal do sistema.
A confiabilidade da solução obtida através do modelo depende da validação do modelo na
representação do sistema real. A validação do modelo é a confirmação de que ele realmente representa
o sistema real. A diferença entre a solução real e a solução proposta pelo modelo depende diretamente
da precisão do modelo em descrever o comportamento original do sistema.
• restrições: de modo a levar em conta as limitações físicas do sistema, o modelo deve incluir
restrições que limitam as variáveis de decisão a seus valores possíveis (ou viáveis);
• função objetivo: é uma função matemática que define o objetivo do modelo. Reduzir custo ou
aumentar receita.
• deve ser definido o objetivo básico do problema, ou seja, a otimização a ser alcançada. Por
exemplo, maximização de lucros, ou de desempenhos, ou de bem-estar social; minimização de
custos, de perdas, de tempo. Tal objetivo será representado por uma função objetivo, a ser
maximizada ou minimizada;
• para que esta função objetivo seja matematicamente especificada, devem ser definidas as variáveis
de decisão envolvidas. Por exemplo, número de máquinas, a área a ser explorada, as classes de
investimento à disposição etc. Normalmente, assume-se que todas estas variáveis possam assumir
somente valores positivos;
• estas variáveis normalmente estão sujeitas a uma série de restrições, normalmente representadas por
inequações. Por exemplo, quantidade de equipamento disponível, tamanho da área a ser explorada,
capacidade de um reservatório, exigências nutricionais para determinada dieta etc.
Todas essas expressões, entretanto, devem estar de acordo com a hipótese principal da
programação linear, ou seja, toda a relação entre as variáveis deve ser linear. Isto implica
proporcionalidade das quantidades envolvidas. Esta característica de linearidade pode ser interessante
no tocante à simplificação da estrutura matemática envolvida, mas prejudicial na representação de
fenômenos não lineares.
Devido ao caráter introdutório deste texto nos restringimos a explorar unicamente a técnica de
programação linear, para uma leitura mais aprofundada das técnicas de Pesquisa Operacional sugere-se
consultar bibliografia específica da área, sugerida no plano de ensino da disciplina.
a) Formulação do problema/objetivo
• definir o objetivo a ser alcançado (minimizar ou maximizar)
• identificar as atividades a serem max. ou min.(variáveis de decisão)
• identificar todas as variáveis que podem limitam a decisão (restrições)
Exemplo) Um fazendeiro dispõe de uma área de 12 ha de terra apropriada ao cultivo de arroz e feijão.
Como recursos produtivos, ele dispõe de 48 dias/homem/ha de mão-de-obra e 360 dólares de capital de
giro para conduzir estas duas culturas. Para o cultivo de arroz, ele necessita de 6 dias/homem/ha, e 36
dólares de capital de giro e pode receber uma receita bruta de 40 dólares por ha. Para o cultivo de
feijão, são necessários 2 dias/homem/ha, 18 dólares de capital de giro por ha e esta cultura permite uma
receita bruta de 20 dólares por ha.
Remuneração p/ c/ Remuneração p/ c/
ha culttivado de ha culttivado de
arroz feijão
• Método gráfico
Modelo
Max. Z = 40X1 + 20X2
S.a.
Terra) 1X1 + 1X2 ≤ 12
Trabalho) 6X1 + 2X2 ≤ 48
Capital) 36X1 + 18X2 ≤ 360
0 2 4 6 8 10 12
Terra MDO Capital
• se as restrições são inequações de , então suas setas apontam para baixo, isto significa que a
solução está deste ponto para baixo. Pontos acima desta reta não poderão ser produzidos, ou
seja, não são viáveis;
• a área de interseção de todas as setas forma a Área de Solução Técnica. Todos os pontos que
formam esta figura são soluções possíveis para o problema, ou ainda, são viáveis. No entanto,
existe um ponto nesta área que além de ser viável (pode ser realizado), também, dará o maior
lucro possível (solução ótima), daí o objetivo desta técnica “otimizar”.
• para encontrar o ponto ótimo, bastaria substituir os pontos da área de solução técnica na função
objetivo (Z = 40X1 + 20X2), aquele ponto que obtiver o maior valor de Z é o ponto ótimo. No
entanto, existem infinitos pontos na área de solução técnica, sendo impraticável testá-los um a
um. Outra maneira de encontrarmos o ponto ótimo seria:
representar a reta da função objetivo no gráfico, definindo um valor arbitrário para Z, por
exemplo Z = 80;
Se o problema é de maximização, deve-se deslocar a reta da função objetivo até o ponto mais
distante da origem (use uma régua como na figura), mantendo-se o mesmo angulo de inclinação
inicial. Se o problema for de minimização, deve-se deslocar esta reta até o ponto mais próximo
da origem.
24
20 Ponto ótimo (6,6)
16
12
8
4 Área de solução
técnica
0
0 2 4 6 8 10 12
Desta forma, encontra-se o ponto ótimo, no caso (6, 6). Substituindo na função objetivo:
d) Teste do modelo
e) Estabelecimento de controles
• observar se ocorre alterações nos dados constantes do modelo (preço de insumos, remuneração
das atividades, novas tecnologias, etc.);
f) Implementar a solução
Exemplo 2)
A) Formulação do problema
Uma fábrica de ração animal possui dois modelos: Toni e SuperMix. A primeira ração fornece um
lucro de $4/kg e a segunda ração $2/Kg. Cada ração utiliza 1 kg de proteína e no armazém da fábrica
estão disponíveis 4 kg deste insumo. Para atingir uma escala economicamente viável a fábrica não pode
produzir menos do que 14 kg de ração, pois do contrário ela teria uma deseconomia de escala. O lote
econômico de fabricação da primeira ração é de 2 kg e da segunda 3 Kg. Determine a quantidade a se
produzir de cada tipo de ração.
C) Obtenção da solução
c1) Definir os limites da área técnica:
1) Restrição 1: 2) Restrição 2:
X1 + X2 ≤4 2X1 + 3X2 ≥14
X1 + X2 = 4 2X1 + 3X2 = 14
se X1 = 0 X2 = 4 se X1 = 0 X2 = 14/3
se X2 = 0 X1 = 4 se X2 = 0 X1 = 7
c2) Gráfico
5
X2
4
3
2
1
0 X1
0 1 2 3 4
Terra MDO
Resolução de problemas de Pesquisa Operacional pelo método SIMPLEX
Utilizaremos para ilustrar este método o software Lindo 6.2 versão de demonstração.
ENTRADA DE DADOS
Observações:
! - Comentário;
Max - Comando que solicita maximizar a F.O. (função objetivo). Para minimizar use Min;
st - Subject to que significa "sujeito a": informa que a seguir teremos as equações de restrição;
end - informa o fim da entrada de dados;
Texto) – nome de uma função de restrição – máximo 8 caracteres;
GIN Variável – Declara que a variável poderá assumir apenas valores inteiros;
O separador de milhar é a vírgula e não o ponto (1,000 e não 1.000).
Valor do Z
Deve-se produzir
X1 =2, X2 =6 e X3 =0
Muitos dos conceitos que hoje parecem óbvios não o eram na época, como os conceitos de
padronização de componentes introduzido por Eli Whitney em 1790, produtividade por Taylor no
século XIX e a abordagem de sistemas de Bertallanfy. A análise da relação entre entradas e saídas nos
permite quantificar a produtividade, que sempre foi o grande indicador do sucesso ou fracasso das
empresas.
quantidade_ entradas
Pr odutividade =
quantidade_ saídas
Qualquer operação produz bens ou serviços, ou um misto dos dois, e faz isso por um processo
de transformação. Por transformação nos referimos ao uso de recursos para mudar o estado ou
condição de algo para suprir determinada necessidade. A Figura 1 mostra o modelo de transformação
que é usado para descrever a natureza da produção. O modelo combina duas idéias importantes, a
primeira é o modelo input-transformação-output, e a segunda é foco estratégico da produção.
Ademais, o cerne do modelo recai sobre as responsabilidades diretas da administração da
produção, que em alguma extensão, depende da forma escolhida pela organização para definir a função
produção. Entretanto, há algumas classes gerais de atividades que se aplicam a todos os tipos de
produção, que incluem:
• entender os objetivos estratégicos da produção, segundo a estratégia organizacional;
• desenvolver uma estratégia de produção;
• desenhar produtos, serviços e processos de produção;
• planejar e controlar a produção;
• melhorar o desempenho da produção.
Note que a maioria das áreas de produção (logística, estoque, engenharia, etc.), como as demais
áreas da organização, é constituída de várias unidades ou departamentos que, por sua vez, funcionam
como versões reduzidas da operação global que fazem parte. Por exemplo, a função produção de uma
telenovela possui inputs de artistas, cenários, pessoal técnico, câmeras, equipamentos de gravação e
transmissão. Transforma-se isso em programas acabados que veicula na rede. Entretanto, nessa
operação global, há muitas operações menores como: oficinas para construção dos cenários,
departamento de rouparia, pesquisadores que testam idéias de programas com audiências potenciais,
etc.
A operação global pode ser denominada macrooperação, enquanto seus departamentos podem
ser denominados microoperações. Essas microoperações têm inputs, alguns dos quais procedentes de
macrooperações externas, mas muitas delas decorrentes de outras microoperações internas. Esses
conceitos de macro e microoperações podem ser ampliados. Dentro de cada microoperação pode haver
seções ou grupos que podem ser considerados operações. Essas seções podem também receber parte de
seus inputs e fornecer parte de seus outputs a outras seções. Dessa maneira, qualquer função de
produção pode ser considerada como uma hierarquia de operações. Esse conceito é importante para
entendermos que as ligações das microoperações formam os relacionamentos dos consumidores e dos
fornecedores internos, ou seja, aqueles que recebem outputs e fornecem inputs a qualquer
microoperação. Assim, se a macrooperação não está funcionando como deve, podemos rastrear o
problema ao longo da rede interna de consumidores e fornecedores.
Estratégi Estratégia
de Produção
Papel e posição
competitiva da
RecTransformado a de produção
s
Materiais produção
Inputs
Informações
Consumidores
BENS
INPUT Admin. da OUTPUT E
Produção SERVIÇOS
Como demonstrado na Figura 2, cada uma das vantagens competitivas possui vários efeitos
externos, afetando todos eles os custos.
Custo
Frequência de novos
Flexibilidad produtos,
Efeitos
Tempo ajustamento de
Tempo de entrega Alta produtividade e
reduzido e confiável
internos volume
Qualidade
Produtos dentro do
esperado
Operações de alta qualidade não desperdiçam tempo ou esforço de retrabalho nem seus clientes
internos são incomodados por serviços imperfeitos, bem como os clientes externos não serão
surpreendidos com produtos fora das especificações e condições esperadas. Em outras palavras, alta
qualidade pode significar custos baixos de assistência técnica.
Operações rápidas reduzem o nível de estoque em processo, entre as micro operações, bem
como diminuem os custos administrativos indiretos. Ambos os efeitos podem reduzir o custo global da
operação.
Operações flexíveis adaptam-se rapidamente às circunstâncias mutantes e não interrompem o
restante da operação global. As operações microflexíveis podem também trocar rapidamente entre as
tarefas sem desperdiçar tempo e capacidade, reduzindo novamente os custos.
Ao longo do tempo, a designação Administração da Produção vem sendo confundida com a
atividade fabril. Ao ouvi-la, as pessoas logo imaginam um local cheio de máquinas, pessoas andando
de um lado para outro, produtos sendo fabricados e assim por diante. Não resta dúvida que tudo isso
tem a ver com a Administração da Produção, mas a imagem é incompleta. Bancos, hospitais, escolas,
aeroportos, que são todas atividades classificadas como serviços, têm também a ver com os conceitos e
técnicas que iremos explorar. A atividade serviço é relativamente recente, portanto, nem sempre a
adaptação das técnicas e conceitos tradicionais de Administração de Produção é perfeita. De qualquer
forma, como se fará claro no decorrer do curso, ela é possível e dá geralmente bons resultados.
Nesse sentido, conceituamos a Administração de Produção e Operações como a atividade pela
qual os recursos de produção, fluindo dentro de um sistema definido, são reunidos e transformados de
uma forma controlada, a fim de agregar valor, de acordo com os objetivos empresariais.
PR
OC
ESS
AM
EN
TO
PROJETO DO PRODUTO
PROJETO DO PROCESSO
Projeto é um esforço temporário com uma seqüência clara e lógica de eventos empreendidos
para criar um produto ou serviço único. Temporário significa que todo projeto tem um início e um
término bem definidos. Único significa que o produto ou serviço distingue-se substancialmente de
todos os produtos e serviços existentes. Disto decorre que um projeto pode objetivar um produto físico
(tangíveis como casas, rodovias, etc.), conceitual (intangíveis, como idéias, roteiros de filmes,
softwares, etc.) ou um evento (como palestras, Jogos Olímpicos).
Se uma empresa trabalhar essencialmente por projetos sua departamentalização deverá seguir a
mesma denominação, ou seja, se cada produto, pedido, processo ou atividade for realizada por meio de
projetos então sua estrutura departamental será a de projetos. A departamentalização por projetos é
aquele onde existe uma estrutura com recursos (equipamentos, instalações, mão-de-obra e capital)
exclusivos para o desenvolvimento de projetos. Apesar do custo da estrutura por projetos ser mais
elevada se comparado aos demais tipos de departamentalização, sua maior organização dos fatores
produtivos é destacada.
Portanto, a justificativa de tal investimento só pode ser justificada devido ao fator ambiente
competitivo em que a empresa estiver inserida. Para mercados altamente dinâmicos, em que o cliente
ou os competidores buscam uma inovação a cada momento a departamentalização mais adequada será
a de projetos.
Todos os projetos têm um componente de incerteza. A incerteza é uma escala. Incerteza
significa desconhecimento do resultado ou do caminho para chegar até ele, ou ambos. Quanto maior o
Apostila de Administração da Produção I 16
Prof. Marcos Eduardo dos Santos
desconhecimento, maiores a incerteza e o risco. A principal conseqüência da incerteza é a dificuldade
de fazer previsões. Devido à incerteza, um projeto pode começar com definições imprecisas a respeito
de três variáveis críticas: tempo, custo/receitas e qualidade.
Já a complexidade é outro elemento comum a todos os projetos e mede-se pelo número de
variáveis que contém. Deve-se, portanto, avaliar os seguintes quesitos: multidisciplinariedade, ou
necessidade de diversos especialistas; número de pessoas envolvidas; número de instalações ocupadas e
distância entre elas; diversidade e volume de informações a serem processadas; duração; número de
organizações que precisam ser envolvidas para realizar o projeto; risco e segurança.
- COMPLEXIDADE +
3. 2 Projeto do Produto
Em nossa definição ampla, um produto ou serviço é qualquer coisa que possa ser oferecida aos
consumidos para satisfazer suas necessidades e expectativas. Portanto, pode-se estabelecer que em um
projeto são projetados:
• um conceito, que é o conjunto de benefícios esperado pelo consumidor. Compra de uma máquina
de lavar roupa pode significar benefício de ter um gabinete atraente que limpa as roupas na
comodidade de seu lar.
• um pacote de produtos e serviços “componentes” que proporcionam os benefícios definidos no
coneito. Ex. serviço de assistência técnica da máquina de lavar roupa.
• o processo pelo qual a operação produz o pacote de produtos e serviços “componentes”.
A despeito de todas as diferenças existentes entre cada empresa e seus produtos, existem
algumas etapas gerais para o desenvolvimento do projeto de um novo produto. Uma idéia simplificada
dessas etapas é dada na Figura 5.
Análise de
Viabilidade
FIGURA 5 – As etapas do ciclo de vida do projeto
• Geração e filtragem da idéia: novas idéia para produtos vêm geralmente de duas fontes: do
mercado (necessidades dos clientes) ou da tecnologia existente e seus avanços (comunicação,
combustíveis, pesquisas médicas, etc.). Já a filtragem ou seleção das idéias faz-se através de três
critérios: possibilidade e facilidade de desenvolvimento do produto (complexidade); aceitação e
possível sucesso no mercado (incerteza) e retorno do investimento.
o VPL = ∑FCn – II
(1 + k)n
• Projeto inicial do produto: a primeira tarefa desta etapa do projeto é especificar os componentes
do pacote. Em seguida deve-se especificar como os processos reunirão os vários componentes para
produzir o produto.
• Teste do protótipo: o protótipo serve para testar o produto sob condições reais, levando em conta o
desempenho técnico e o desempenho de mercado (aceitação do produto pelo consumidor). Muitos
problemas podem então acontecer e serem resolvidos antes da produção em escala normal.
• Projeto final – cumpridas as etapas anteriores, são elaborados os desenhos e especificações finais
detalhadas para o produto, incorporando-se as eventuais mudanças devidas aos testes com
protótipos. O produto está pronto para o início da produção em escala comercial.
1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% 16% 17% 18% 19% 20%
1 0,990 0,980 0,971 0,962 0,952 0,943 0,935 0,926 0,917 0,909 0,901 0,893 0,885 0,877 0,870 0,862 0,855 0,847 0,840 0,833
2 1,970 1,942 1,913 1,886 1,859 1,833 1,808 1,783 1,759 1,736 1,713 1,690 1,668 1,647 1,626 1,605 1,585 1,566 1,547 1,528
3 2,941 2,884 2,829 2,775 2,723 2,673 2,624 2,577 2,531 2,487 2,444 2,402 2,361 2,322 2,283 2,246 2,210 2,174 2,140 2,106
4 3,902 3,808 3,717 3,630 3,546 3,465 3,387 3,312 3,240 3,170 3,102 3,037 2,974 2,914 2,855 2,798 2,743 2,690 2,639 2,589
5 4,853 4,713 4,580 4,452 4,329 4,212 4,100 3,993 3,890 3,791 3,696 3,605 3,517 3,433 3,352 3,274 3,199 3,127 3,058 2,991
6 5,795 5,601 5,417 5,242 5,076 4,917 4,767 4,623 4,486 4,355 4,231 4,111 3,998 3,889 3,784 3,685 3,589 3,498 3,410 3,326
7 6,728 6,472 6,230 6,002 5,786 5,582 5,389 5,206 5,033 4,868 4,712 4,564 4,423 4,288 4,160 4,039 3,922 3,812 3,706 3,605
8 7,652 7,325 7,020 6,733 6,463 6,210 5,971 5,747 5,535 5,335 5,146 4,968 4,799 4,639 4,487 4,344 4,207 4,078 3,954 3,837
9 8,566 8,162 7,786 7,435 7,108 6,802 6,515 6,247 5,995 5,759 5,537 5,328 5,132 4,946 4,772 4,607 4,451 4,303 4,163 4,031
10 9,471 8,983 8,530 8,111 7,722 7,360 7,024 6,710 6,418 6,145 5,889 5,650 5,426 5,216 5,019 4,833 4,659 4,494 4,339 4,192
11 10,368 9,787 9,253 8,760 8,306 7,887 7,499 7,139 6,805 6,495 6,207 5,938 5,687 5,453 5,234 5,029 4,836 4,656 4,486 4,327
12 11,255 10,575 9,954 9,385 8,863 8,384 7,943 7,536 7,161 6,814 6,492 6,194 5,918 5,660 5,421 5,197 4,988 4,793 4,611 4,439
13 12,134 11,348 10,635 9,986 9,394 8,853 8,358 7,904 7,487 7,103 6,750 6,424 6,122 5,842 5,583 5,342 5,118 4,910 4,715 4,533
14 13,004 12,106 11,296 10,563 9,899 9,295 8,745 8,244 7,786 7,367 6,982 6,628 6,302 6,002 5,724 5,468 5,229 5,008 4,802 4,611
15 13,865 12,849 11,938 11,118 10,380 9,712 9,108 8,559 8,061 7,606 7,191 6,811 6,462 6,142 5,847 5,575 5,324 5,092 4,876 4,675
16 14,718 13,578 12,561 11,652 10,838 10,106 9,447 8,851 8,313 7,824 7,379 6,974 6,604 6,265 5,954 5,668 5,405 5,162 4,938 4,730
17 15,562 14,292 13,166 12,166 11,274 10,477 9,763 9,122 8,544 8,022 7,549 7,120 6,729 6,373 6,047 5,749 5,475 5,222 4,990 4,775
18 16,398 14,992 13,754 12,659 11,690 10,828 10,059 9,372 8,756 8,201 7,702 7,250 6,840 6,467 6,128 5,818 5,534 5,273 5,033 4,812
19 17,226 15,678 14,324 13,134 12,085 11,158 10,336 9,604 8,950 8,365 7,839 7,366 6,938 6,550 6,198 5,877 5,584 5,316 5,070 4,843
20 18,046 16,351 14,877 13,590 12,462 11,470 10,594 9,818 9,129 8,514 7,963 7,469 7,025 6,623 6,259 5,929 5,628 5,353 5,101 4,870
21 18,857 17,011 15,415 14,029 12,821 11,764 10,836 10,017 9,292 8,649 8,075 7,562 7,102 6,687 6,312 5,973 5,665 5,384 5,127 4,891
22 19,660 17,658 15,937 14,451 13,163 12,042 11,061 10,201 9,442 8,772 8,176 7,645 7,170 6,743 6,359 6,011 5,696 5,410 5,149 4,909
23 20,456 18,292 16,444 14,857 13,489 12,303 11,272 10,371 9,580 8,883 8,266 7,718 7,230 6,792 6,399 6,044 5,723 5,432 5,167 4,925
24 21,243 18,914 16,936 15,247 13,799 12,550 11,469 10,529 9,707 8,985 8,348 7,784 7,283 6,835 6,434 6,073 5,746 5,451 5,182 4,937
25 22,023 19,523 17,413 15,622 14,094 12,783 11,654 10,675 9,823 9,077 8,422 7,843 7,330 6,873 6,464 6,097 5,766 5,467 5,195 4,948
30 25,808 22,396 19,600 17,292 15,372 13,765 12,409 11,258 10,274 9,427 8,694 8,055 7,496 7,003 6,566 6,177 5,829 5,517 5,235 4,979
35 29,409 24,999 21,487 18,665 16,374 14,498 12,948 11,655 10,567 9,644 8,855 8,176 7,586 7,070 6,617 6,215 5,858 5,539 5,251 4,992
40 32,835 27,355 23,115 19,793 17,159 15,046 13,332 11,925 10,757 9,779 8,951 8,244 7,634 7,105 6,642 6,233 5,871 5,548 5,258 4,997
45 36,095 29,490 24,519 20,720 17,774 15,456 13,606 12,108 10,881 9,863 9,008 8,283 7,661 7,123 6,654 6,242 5,877 5,552 5,261 4,999
50 39,196 31,424 25,730 21,482 18,256 15,762 13,801 12,233 10,962 9,915 9,042 8,304 7,675 7,133 6,661 6,246 5,880 5,554 5,262 4,999
O gerente de produção pode escolher entre cinco tipos de processos, os quais forma um
continum como visto na Tabela 1.
VOLUME
operações
por lote Gráfica A cada período de tempo
(encomenda é produzida certa
ou batelada) quantidade do mesmo
modelo
em linha Automóveis O fluxo de produção de
(massa) um modelo é linear
fluxo contínuo Eletricidade Equipamentos exclusivos
Alto Alta Processo Centralizada Linear
TABELA 1 – Tipos de processos, suas características e a busca pela eficiência.
Alfaiate 1 5
Variedade
3 GRÁFICA 4
6 2 Automóveis
Volume
1) mesmo volume e aumenta variedade: aumenta custo do projeto sem ter demanda;
2) mesmo volume e diminui variedade: perde receita por não oferecer o modelo desejado;
3) diminui o volume e mantém variedade: perde receita por não oferecer a qtde. Desejada;
4) aumenta o volume e mantém variedade: perde receita por não oferecer a qtde. Desejada;
5) aumenta o volume e a variedade: superpersonalização
6) diminui o volume e variedade: superpadronização
Apostila de Administração de Projeto 22
Prof. Marcos Eduardo dos Santos
3.3.2 Projeto da rede de operações produtivas
Nenhuma operação produtiva ou parte dela existe isoladamente. Todas as operações fazem
parte de uma rede maior, interconectadas com outras operações. Esta rede influi fornecedores e
clientes. Também inclui fornecedores dos fornecedores e clientes dos clientes e assim por diante, como
visto na Figura 6. A figura ilustra a rede total de suprimentos que é formada pelo setor a montante
(indústrias de insumos básicos: água, energia, papel, química, etc.), pelo setor produtivo (indústrias de
transformação ou processamento, montadora de veículos, indústria de alimentos, fabricantes de
móveis) e pelo setor a jusante (atacado e varejo). No lado a montante (fornecimento), há um grupo de
operações que fornecem diretamente para a produção; estas são chamadas de fornecedores de “primeira
camada”, as quais são supridas por fornecedores de “segunda camada”. Analogamente, no lado da
demanda o cliente de “primeira camada” (atacado) é o principal grupo de cliente da operação
produtiva. Estes, por sua vez, suprem clientes de “segunda camada” (varejo ou consumidor final).
Algumas operações, tanto os fornecedores como os clientes de segunda camada em um setor, podem,
entretanto, suprir ou comprar diretamente da produção, sendo este conjunto denominado rede imediata
de suprimento, enquanto todas as operações que formam a rede de fornecedores de fornecedores e
clientes de clientes, são denominados de rede total de suprimentos.
Setor “a montante”
Fornecedores
de primeira Rede imediata
camada
A
Setor “a jusante”
OPERAÇÃO
Clientes de
primeira camada
FIGURAClientes
6 Rede total e imediata de suprimentos.
de segunda
Apostila de Administração de Projeto
camada 23
Prof. Marcos Eduardo dos Santos
Em âmbito estratégico, os gerentes de produção estão envolvidos em “projetar” a forma e a
configuração da rede na qual a operação está inserida. Estas decisões do projeto de rede começam com
a definição dos objetivos estratégicos da produção, levando-se em consideração os fatores básicos de
desempenho (custo, qualidade, tempo e flexibilidade).
Integração vertical é o grau posse da organização em relação ao setor a montante e a jusante, ou
seja, quais operações são de responsabilidade direta da organização. Para tanto, deve-se levar em
consideração:
• Direção da integração, para trás (upstream) buscando garantir o fornecimento de insumos ou
para frente (downstream) buscando garantir a disponibilidade do produto no ponto de venda, no
entanto, ambas estratégias dificultam a entrada de novos concorrentes ou a continuidade no
mercado dos atuais concorrentes.
• Amplitude, diz respeito ao grau de propriedade.
• Balanceamento da rede, significa quanto cada elo irá fornecer de insumo ao seu cliente. Se
todos os elos produzem apenas o necessário para atender a demanda de seu cliente diz-se que a
rede está balanceada (equilibrada). Isto visando a máxima eficiência com a especialização e a
total satisfação do cliente.
É a capacidade dos recursos de transformação lidarem com uma ampla variedade de produtos,
níveis de produção, funções e responsabilidades. Ao escolher a flexibilidade dos recursos produtivos o
gerente de produção poderá optar em montar equipes flexíveis, permanentes ou temporárias. As
equipes flexíveis são compostas por pessoas que são capazes de realizar várias tarefas em seu posto de
trabalho ou em qualquer outro posto. Sua principal vantagem é poder aliviar os gargalos existentes em
algum processo ou a melhoria do atendimento ao cliente em serviços. Ela também permite uma melhor
A automação de um processo produtivo diz respeito ao grau de operações que podem ser
realizadas sem a presença direta de um ser humano e pode ser categorizado em processo manual, semi-
automatizado e automatizado. Muitos benefícios surgem quando se toma a decisão de eliminar o
processo manual e passar para um outro tipo de automação, sendo os mais importantes, o aumento de
produtividade e de qualidade, ou pelo menos a manutenção da qualidade. Já os impactos negativos
desta decisão se destacam o alto investimento e a demissão de funcionários, que indiretamente traz um
impacto social e a imagem da instituição
Se a decisão for automatizar um processo o gerente de produção poderá optar por uma
automação fixa ou programável. A automação fixa é realizada por aquisição de equipamentos que
podem produzir apenas um tipo de peça ou produto em uma seqüência fixa e simples. Já a automação
programável o equipamento pode rapidamente ser modificado para produzir outra peça ou produto. Os
equipamentos dedicados utilizados na automação fixa são mais baratos do que os programáveis, vide
exemplo uma impressora jato de tinta e um multifuncional. Portanto, a automação fixa é barata mais
inflexível, a automação programável é cara mais altamente flexível.
Localização é a posição geográfica de uma operação relativa aos recursos produtivos, a outras
operações ou aos clientes com os quais interagem ou deseja interagir. Embora os gerentes de produção
ao avaliarem as possíveis alternativas de localização serem muitas das vezes empíricos ou apelarem
para a sensibilidade, há algumas técnicas que podem tornar o processo mais criterioso.
Exemplo) Uma empresa irlandesa, que imprime e faz materiais de embalagem especiais para a
indústria farmacêutica, pretende construir uma nova fábrica em algum lugar da América do Sul. Para
escolher o local, decidiu-se avaliar todas as alternativas em relação a diversos critérios. Esses critérios
são: custo do local (terra), custo da energia, custo do transporte, fatores da comunidade (valor dos
impostos, estabilidade política, língua, serviços de apoio, histórico das relações trabalhistas e restrições
ambientais); habilidade da mão-de-obra, imagem do local (reputação); conveniência para os clientes.
Após consulta a seus agentes imobiliários, a empresa identificou três locais que pareciam bem
aceitáveis (Argentina, Brasil e Chile). O gerente de produção elaborou a tabela com pontuação
ponderada mostrada na Tabela 2. É importante lembrar que a ponderação (pesos) é uma indicação da
importância que a empresa atribui a cada critério de acordo com seus objetivos. O “valor” de cada local
é calculado multiplicando sua pontuação pelo peso de cada critério.
É importante notar que o Brasil possui a nota mais baixa no critério com mais importância para
a empresa (custo do local), no entanto, os demais critérios compensam essa deficiência, de modo a ser
o local escolhido por ter a maior pontuação (1020).
DESTINOS
D1 D2 D3 ... Dm
Capacidades
F1 C1,1 C1,2 C1,3 ... C1,m c1
F2 FONTES C2,1 C2,2 C2,3 ... C2,m c2
F3 C3,1 C3,2 C3,3 ... C3,m c3
... ... ... ... ... ... ...
Fn Cn,1 Cn,2 Cn,3 ... Cn,m cn
Demanda d1 d2 d3 ... dm
Fi = fonte i (i = 1, 2, ..., n)
Dj = destino j (j =1, 2, ..., m)
Ci,j = custo de enviar uma unidade da mercadoria da fonte i ao destino j
ci = capacidade da fonte i
dj = demanda do destino j
Aos cruzamentos de uma fonte i com um destino j chamamos de células. Resolvido o Problema
de Transporte, cada célula conterá uma certa quantidade, que representa o que deve ser enviado da
fonte para o destino correspondente.
Como exemplo, consideremos a matriz de transporte abaixo. Em síntese, desejamos saber
quantas unidades de mercadoria devem ser enviadas das fontes A, B e para os destinos I, II, III e IV de
forma que o custo total de transporte seja mínimo. Cada célula contém os custos em $ associais ao
envio de uma unidade de mercadoria da fonte para o destino correspondente.
DESTINOS
I II III IV
Capacidades
A 9 6 7 8 200
B FONTES 12 12 14 16 400
C 21 17 16 13 650
Demanda 450 400 150 250
Min CT = 9X11 + 6X12 + 7X13 + 8X14 + 12X21 + 12X22 + 14X23 + 16X24 + 21X31 + 17X23 + 16X33 +
13X34
Sujeito a:
capacidade da fonte 1) X11 + X12 + X13 + X14 ≤ 200
capacidade da fonte 2) X21 + X22 + X23 + X24 ≤ 400
capacidade da fonte 3) X31 + X32 + X33 + X34 ≤ 650
demanda da origem 1) X11 + X21 + X31 ≥ 450
demanda da origem 2) X12 + X22 + X32 ≥ 400
demanda da origem 3) X13 + X23 + X33 ≥ 150
demanda da origem 4) X14 + X24 + X34 ≥ 250
Min 9X11 + 6X12 + 7X13 + 8X14 + 12X21 + 12X22 + 14X23 + 16X24 + 21X31 + 17X23 + 16X33 + 13X34
st
X11 + X12 + X13 + X14 ≤ 200
X21 + X22 + X23 + X24 ≤ 400
X31 + X32 + X33 + X34 ≤ 650
X11 + X21 + X31 ≥ 450
X12 + X22 + X32 ≥ 400
X13 + X23 + X33 ≥ 150
X14 + X24 + X34 ≥ 250
End
TESTE DA SOLUÇÃO
Qtde Custo Custo Satisfaz Demanda
unitário total
X11 50 9 450 1 2 3 4
X12 150 6 900 450 400 150 250
X13 0 7 0 Sim Sim Sim Sim
X14 0 8 0 Satisfaz
Capacidade
X21 400 12 4.800 1 2 3
X22 0 12 0 200 400 650
X23 0 14 0 Sim Sim Sim
X24 0 16 0
X31 0 21 0
X32 250 17 4.250
X33 150 16 2.400
X34 250 13 3.250
Custo total 16.050
Regiões
I II III Capacidades
A 20 28 20 4200
Depósito B 24 34 40 280
C 22 22 24 300
Demanda 440 440 440
Prevê-se que, numa primeira fase, o novo depósito será construído com uma capacidade de 320
unidades, exatamente o excesso de demanda sobre a capacidade total do momento. Duas cidades estão
sendo cogitadas para abrigar o depósito: Rapidolandia e Devagarolandia. Os custos unitários de
transporte de cada uma dessas cidades até as regiões a serem atendidas são dados em seguida.
Determinar onde deve ser localizado o novo depósito usando o modelo de Transporte.
Solução:
a) Opção incluindo Rapidolandia:
Regiões
I II III Capacidades
A 20 28 20 4200
Depósito B 24 34 40 280
C 22 22 24 300
D 36 16 26 320
Demanda 760 760 760
Min CT = 20X11 + 28X12 + 20X13 + 24X21 + 34X22 + 40X23 + 22X31 + 22X32 + 24X33 + 36X41 + 16X42 +
26X43
Sujeito a:
capacidade da fonte 1) X11 + X12 + X13 ≤ 4200
capacidade da fonte 2) X21 + X22 + X23 ≤ 280
capacidade da fonte 3) X31 + X32 + X33 ≤ 300
capacidade da fonte 4) X41 + X42 + X43 ≤ 320
demanda da origem 1) X11 + X21 + X31 + X41 ≥ 760
demanda da origem 2) X12 + X22 + X32 + X42 ≥ 760
demanda da origem 3) X13 + X23 + X33 + X43 ≥ 760
Min 20X11 + 28X12 + 20X13 + 24X21 + 34X22 + 40X23 + 22X31 + 22X32 + 24X33 + 36X41 + 16X42 + 26X43
st
X11 + X12 + X13 <= 4200
X21 + X22 + X23 <= 280
X31 + X32 + X33 <= 300
X41 + X42 + X43 <= 320
X11 + X21 + X31 + X41 >= 760
X12 + X22 + X32 + X42 >= 760
X13 + X23 + X33 + X43 >= 760
END
Min CT = 20X11 + 28X12 + 20X13 + 24X21 + 34X22 + 40X23 + 22X31 + 22X32 + 24X33 + 14X41
+ 34X42 + 26X43
Sujeito a:
capacidade da fonte 1) X11 + X12 + X13 ≤4200
capacidade da fonte 2) X21 + X22 + X23 ≤280
capacidade da fonte 3) X31 + X32 + X33 ≤300
capacidade da fonte 4) X41 + X42 + X43 ≤320
demanda da origem 1) X11 + X21 + X31 + X41 ≥ 760
demanda da origem 2) X12 + X22 + X32 + X42 ≥ 760
demanda da origem 3) X13 + X23 + X33 + X43 ≥ 760
Há muitos fatores dos quais depende a capacidade de uma unidade produtiva dentre os quais
citamos:
a) Instalações
Quando a empresa encontra-se face às opções de contar com uma grande unidade versus
algumas unidades menores, em termos de capacidade, alguns comentários são necessários. À medida
que a capacidade nominal das fábricas aumenta, os pontos de custo mínimo reduzem-se. Lembremo-
nos que o custo total de fabricação é igual ao custo fixo (custos que não dependem da quantidade
produzida ou do volume de serviços prestados) mais o custo variável (custos unitário multiplicado pela
quantidade produzida), ou seja, CT = F + qVu.
Se essa expressão for dividida por q, temos: CT/q = CF/q + Cu, onde, CT/q é o custo total por
unidade (custo médio). Vemos que ele será igual a uma parcela fixa do CVu somada a uma parcela
variável, CF/q, que será tanto menor quanto maior seja a quantidade produzida ou o volume de serviços
prestados. Dessa forma, o custo total por unidade (custo médio) tenderá a diminuir à medida que
aumenta a capacidade produtiva de uma instalação. Para ilustrarmos o comportamento desses custos
observe a Figura 7, ela mostra a curva de custo teórico para a fábrica de ar condicionado com
)
capacidade produtiva de 800 aparelhos/dia.
es
ar Capacidade Projetada de 800
unds.
lh o
mi di
( é Produção= 400 unids Produção=1200 unds.
al
l
tota
m
Produção=800 unds.
s to
tot o
to Cu st
us Menor custo médio
economia deseconomia
u
C Custo Fixo = 10.000 C
de escala de escala
0 100 200 300 400 500 600 700 800 unds. 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200
unds.
c) O projeto do processo
Os processos de produção variam desde aqueles totalmente manuais até os totalmente automatizados.
Dentro dessa ótica, cada tipo de processo possui um nível de custo que leva a uma quantidade ótima de
produção e consequentemente a uma capacidade ótima (Figura 8).
A partir de certa quantidade produzida, e supondo uma instalação produtiva única, o processo
manual incorre em deseconomias de escala, exigindo o processo semi-automático, que por sua vez
atingirá a deseconomia de escala com produções maiores e assim por diante.
d) Fatores humanos
Dada uma certa quantidade e composição de recursos técnicos, a habilidade dos funcionários
pode aumentar a capacidade. O corpo de funcionários é o que se costuma chamar de capital humano da
organização. O capital humano pode ser melhorado através de treinamento, aumento da habilidade dos
funcionários e a experiência. Além das habilidades, do conhecimento e da experiência, é preciso não
esquecer da motivação do trabalhador, que é ligada de perto à sua satisfação com a empresa, com o
ambiente de trabalho, com a variedade e os desafios impostos pelas tarefas, com o nível salarial e
tantos outros fatores.
e) “Gargalos” da produção
Exemplo) Uma grande companhia de seguros processa todas as apólices de forma seqüencial por meio
de quatro centros (A, B, C e D), que controlam as atividades de registro e pesquisa. A capacidade
isolada do centro de trabalho e a produção média efetiva de apólices processadas por dia são as
mostradas a seguir. Determine: a) capacidade do sistema; b) a eficiência do sistema.
A B C D Produção efetiva
24 30 22 40 18 apólices
I) capacidade do sistema = capacidade do elemento mais limitado na linha = 22 apólices
II) ES = Produção efetiva/capacidade do sistema = 18/22 = 0,82 x 100 = 82%.
Algumas vezes a capacidade pode se ver afetada por fatores que nascem fora das fronteiras da
própria empresa, mas que nem por isso deixam de exercer sua influência, às vezes até de forma mais
marcante que os fatores internos. Um bom exemplo são os padrões de qualidade e desempenho
exigidos dos produtos por parte dos clientes. Tais exigências podem acabar se constituindo numa
barreira ao aumento da capacidade ou mesmo ao uso da capacidade atual. A legislação antipoluição
pode provocar alguns problemas a curto prazo, até que haja a adaptação da companhia. Assim, a
legislação pode restringir a produção até que a empresa se conforme às regras, desviar recursos de
setores diretamente produtivos para o combate à poluição e/ou deslocar temporariamente a atenção dos
executivos dos problemas de produção para o problema de atendimento à legislação.
2000 Acompanhamento da
demanda
1600
Uma nova fábrica só é construída quando todos recursos
1200 atingirem suas capacidades máximas.
A fábrica não consegue suprir totalmente a demanda
800 Utiliza-se estratégias de curto prazo para suprir o excesso de
demanda
400
VANTAGENS DESVANTAGENS
Estratégia de antecipação à demanda ( Just-in-Case)
• Sempre há capacidade para atender os clientes, • Utilização baixa das fábricas, custo
sempre vende unitário alto
• Há estoque para suprir demandas extras • Risco de sobrecapacidade (altos estoques)
• Problemas com fornecedor não comprometem • Antecipação do investimento
a produção
O arranjo físico de uma operação preocupa-se com a localização física dos recursos de
transformação (onde colocar máquinas, equipamentos e pessoal), bem como a maneira segundo a qual
os recursos transformados (materiais, informação e clientes) fluem através da operação.
O tipo de arranjo físico possui muitas implicações práticas e estratégicas. Alterar um arranjo
físico pode afetar o modo como uma organização atinge suas prioridades competitivas ao:
• facilitar o fluxo de materiais, pessoas e informações;
• aumentar a utilização eficiente de mão-de-obra e equipamentos;
• aumentar a conveniência do cliente em uma loja varejista;
• reduzir os riscos para trabalhadores;
• aumentar a moral dos funcionários;
Deste modo, qual são os tipos de arranjos físicos disponíveis e como selecioná-lo? Num esforço
de sistematização, costuma-se agrupar os arranjos físicos em três grandes tipos puros, a partir dos quais
podem existir tipos híbridos. Esses três tipos puros correspondem aproximadamente aos três modelos
de sistemas de produção apresentados no tópico 3.1, em termos amplos, é a característica volume-
Apostila de Administração de Projeto 36
Prof. Marcos Eduardo dos Santos
variedade que dita o tipo de arranjo físico a ser selecionado.
VOLUME
A.F. Fixo
E S.P. por
D projeto
A A.F. por
D processo
E
RI S.P. por lote
A A.F. por
V produto
S.P. contínuo
1 4 6
2
3 5 6
Torno Furadieras Abrasivos Inspeção
1- Motor; 2 – carroceria; 3 – cabine; 4 estofados; 5 – vidros; 6 - teste
Se se decide adotar o arranjo físico por produto, uma decisão adicional é necessária: a de que
forma de linha adotar. Parcialmente inspirado pela experiência das manufaturas japonesas, muitas
operações estão adotando a prática de encurvar o arranjo de linha para a forma de U ou de “serpentina”
(veja figura a seguir). A forma de U é usada em geral para linhas mais curtas enquanto serpentinas são
usadas para linhas mais longas. As razões para isso são:
• flexibilidade da mão-de-obra: a forma de U permite que uma pessoa trabalhe em várias
estações de trabalho – adjacentes ou cruzando o U – sem ter que caminhar muito.
• retrabalho: é mais fácil retornar o trabalho defeituoso para uma estação anterior, sem
tumultuar. manuseio: posicionado no centro do U, o equipamento ou pessoa, terão maior
alcance às demais estações de trabalho da linha.
• passagem: interferem menos no fluxo cruzado das operações.
• trabalho em grupo: esse formato estimula o trabalho em grupo ou a interação das pessoas.
O objetivo do projeto do trabalho é criar um ambiente produtivo e eficiente, onde cada um saiba
o que fazer e como fazê-lo. Pode ser visto de três diferentes ângulos:
• o que é necessário para gerar satisfação, conforto e bem-estar nos funcionários?
• como sistematizar a busca dos métodos de trabalho, ou seja, quais são as técnicas disponíveis
tanta para documentar um método atual como para propor outros métodos alternativos?
• como efetuar a medida do trabalho (tempo que deveria ser consumido para desempenhar os
trabalhos) de maneira que possam ser estabelecidos padrões de tempo contra os quais comparar
o desempenho dos funcionários.
Historicamente, sabemos que trabalhos que são muito especializados, consistindo de algumas
poucas atividades e altamente repetitivos, foram projetados principalmente para aumentar a eficiência
do trabalho, contudo, tendem a gerar insatisfação, absenteísmo e às vezes baixa produtividade. Uma
das opções que tem a empresa para motivar o funcionário é o apelo a aumentos salariais e prêmios por
produção e aumentos de produtividade. Essa opção muitas vezes tem excelentes efeitos, mas não pode
ser usada indefinidamente.
Torna-se necessário idealizar outras formas de despertar a motivação dos trabalhadores, por
meio de técnicas que aumentam a variedade do trabalho (ampliação do trabalho – dá ao trabalhador
uma porção maior da tarefa total; rotação do trabalho – os trabalhadores trocam periodicamente de
funções entre si e enriquecimento do trabalho – dá ao funcionário mais autonomia sobre seu trabalho) e
que atuam sobre a duração do trabalho (tempo flexível – dá ao trabalhador a oportunidade de
programar suas próprias horas de trabalho).
Ainda sobre a garantia de melhores condições aos funcionários têm-se os estudos de ergonomia
Apostila de Administração de Projeto 38
Prof. Marcos Eduardo dos Santos
que se preocupam primariamente com os aspectos fisiológicos do projeto do trabalho, isto é, com o
corpo humano e como ele se ajusta ao ambiente. Quando se preocupa com o tamanho, formas, força e
outras habilidades físicas das pessoas, a ergonomia trata dos aspectos chamados antropométricos. Estes
aspectos são importantes para projetar, por exemplo, uma bancada de trabalho, definindo as dimensões
máximas e mínimas das áreas em que uma pessoa pode atingir com seus braços ou pernas. Já quando se
preocupa com as condições do ambiente, os estudos de ergonomia procuram identificar o nível
adequado de iluminação, ruído e temperatura de trabalho.
A nossa intenção agora é a de medir o trabalho, ou seja, determinar o intervalo de tempo que
uma operação leva para ser completada. Para cada operação iremos definir um tempo padrão, que é
obtido após uma série de considerações, tanto sobre o operador como sobre o método de trabalho
utilizado. A determinação do tempo padrão para se efetuar uma tarefa possui pelo menos duas grandes
utilidades:
a) serve para estudos posteriores que visem determinar o custo industrial associado a um dado produto;
b) serve para avaliar, pela redução ou não do tempo padrão, se houve melhoria no método de
trabalho,quando se faz um estudo de métodos.
Alguns conceitos são importantes para posterior explanação da forma de medida de trabalho.
Inicialmente, para chegar ao tempo padrão, há dois tipos de tempos que devem ser determinados:
tempo real - é aquele que decorre realmente quando é feita uma operação. Ele é obtido por
cronometragem direta do operador em seu posto de trabalho e varia de operador para operador e de
situação a situação, portanto, deve ser obtida uma média deste tempo; tempo normal – é o tempo de um
trabalhador de eficiência média (100%) durante um dia típico de trabalho sem fadiga indevida. Essa
Apostila de Administração de Projeto 39
Prof. Marcos Eduardo dos Santos
eficiência de 100% não corresponde portanto ao trabalhador mais eficiente, mas sim ao trabalhador de
eficiência média. O analista, ao mesmo tempo em que cronometra o tempo real do operador, também
registra a sua eficiência (necessita de treinamento extra para isso).
Designando por
TR = tempo real; TN = tempo normal; TP = tempo padrão
temos que:
TN = TR x EF/100
TP = TN x FT/100
onde:
FT = 100 + T, Fator de Tolerância que é atribuído para levar em conta as condições particulares em que
a operação é conduzida. Alguns valores típicos para a tolerância T estão na Tabela a seguir:
Por exemplo, uma operação foi cronometrada diversas vezes, obtendo-se um tempo médio de
duração de 5,44 minutos. A eficiência do operador, estimada em conjunto para toda a tarefa, foi
estimada em 105%. Sabe-se que a operação é considerada altamente monótona (T = 4%), com fadiga e
necessidade pessoal normal (T = 5 + 4 = 9%) e com iluminação abaixo do recomendado (T=2%).
Apostila de Administração de Projeto 40
Prof. Marcos Eduardo dos Santos
Determinar:
a) o tempo normal
temos TR = 5,44 e EF = 105; logo
TN = TR x EF/100 = 5,44 x 105/100 = 5,71 minutos
b) o tempo padrão
TP = TTN x FT/100, onde FT = 100 + T, sendo T a tolerância.
Logo
FT = 100 + (4 + 9 + 2) = 115
TP = 5,71 x 115/100 = 6,57 minutos
Assim, o tempo real de 5,44 minutos deve ser corrigido devido o operador cronometrado
possuir uma eficiência acima da média (105%), de modo que o tempo corrigido (TN) para um operador
mediano seria de 5,71 minutos, se considerarmos ainda os fatores que dificultam a realização da
operação esse tempo será maior (TP = 6,57 minutos).
Um estudo de tempos poderá ser realizado cronometrando a operação ou parte dela. Para tanto,
algumas providências são básicas:
Exercício1) Uma tarefa de montagem foi dividida em 4 operações, cada um dos quais foi
cronometrado durante um certo número de ciclos; ao mesmo tempo, anotou-se a eficiência do operador
em cada um dos elementos. Os resultados estão na tabela a seguir.
Elemento
Operação Tempo Real Eficiência Tempo Tolerância Fator de Tempo
Normal Tolerância Padrão
A 0,35 105 20
B 0,72 90 20
C 0,93 100 20
D 1,42 110 20
Total 3,42 101,25 20
Determinar:
a) o tempo normal de cada elemento e de toda a tarefa