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Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo fazer um estudo das práticas do letramento
voltadas para a leitura literária no cotidiano do período de alfabetização,sendo um
recurso inserido no ambiente alfabetizador de crianças do 1º ano do Ensino
Fundamental I. Nesse estudo enfoca-se a aprendizagem da habilidade da leitura
cotidiana e contextualizada e o seu uso no meio social.Participaram desta pesquisa 25
alunos com idade entre cinco e seis anos de uma escola pública. Tendo como objetivo
verificar se que os estudantes demonstraram adquirir conhecimento quanto o uso da
escrita e leitura que ajudaram no processo ensino aprendizagem em situações
concretas. Inicia-se a discussão sobre o fato de que o uso da leitura cotidiana facilita
significativamente o aprendizadoe o desenvolvimento do aluno nesse período de
escolarização.
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INTRODUÇÃO
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estudos de letramento de propor a leitura como base da alfabetização, verificando sua
interferência nesse processo, é o que propomos no presente trabalho em forma de
pesquisa- ação.
1 O QUE É LETRAMENTO?
O convite à leitura e ainda a escolha daquilo que deve ser lido com a
perspectiva de temas relevantes está sendo colocado em destaque. Vimos que em cada
fase de escolarização os interesses por determinado gênero em detrimento de outro
poderá ocorrer, cabendo pois, ao educador favorecer o manuseio de materiais diversos
de leitura. Essa atitude proporcionará a formação do aluno leitor. Para reafirmar tal
ideia podemos citar que:
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Cabe neste ponto chamar a atenção para que não se faça erroneamente
apenas a substituição do termo alfabetizaçãopelo termo letramento, sendo muitas vezes
colocada a alfabetização como pré-requisito para o letramento. É necessário realizar o
desvelamento dos dois termos, para tanto busquemos embasamento em SOARES
(1998), quando discorre que alfabetização é o ato de se tornar “alfabetizado”
enquantoletramentose traduz como“condição de ser letrado”. A autora trata o letramento
como o resultado de uma ação: a de “letrar-se” entendido aqui como “tornar-se letrado”.
Retomando osentido de diferenciação, é favorável colocar um método
a partir do qual o aluno obtenha habilidade e competência para ler e escrever, todavia
para se encontrar letrado o indivíduo precisa saber onde e como usar as habilidades
adquiridas. Para reafirmar o fato tomemos como base o que segue:
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Em relação a este assunto podemos observar que Kleiman (1995)
coloca em evidência o distanciamento das práticas de letramento que ocorrem dentro e
fora da escola.
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Sendo este um dos objetivos gerais do ensino de Língua Portuguesa
para o Ensino Fundamental, já se explicita desde 1997. Notamos assim quea intenção
de não apenas alfabetizar e sim alfabetizar letrando.
A diferença entre ensinar uma prática e ensinar para queo aluno desenvolva
uma competência ou habilidade não é mera questão terminológica. Na escola,
onde se predomina uma concepção da leitura e da escrita como competências,
concebe-se a atividade de ler e de escrever como um conjunto de habilidades
progressivamente desenvolvidas até se chegar a uma competência leitora e
escritora ideal: a do usuário proficiente da língua escrita. Os estudos do
letramento, por outro lado, partem de uma concepção de leitura e de escrita
como práticas discursivas, com múltiplas funções e inseparáveis dos
contextos em que se desenvolvem.(KLEIMAM, 2007, p.02).
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GROSSI(1990),em suas pesquisas pós-construtivistas, entende que a
criança passa por níveis de hipóteses para entender e utilizar o nosso sistema alfabético
de escrita. Os níveis descritos por ela em sua obra Didática sobre os níveis pré-
silábicosv.2, 1990, são:
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Para desestabilizar oaluno, de forma queeste possa avançar de nível silábico
para o alfabético, uma das atividades sugeridas por Grossi é trabalhar com a criança o
“valor sonoro convencional das letras”. A autora coloca ainda que, se for um aprendiz
que não conheça um significante número de letras e seu valor sonoro, este aluno vai
ficar estacionado no seu processor de aquisição da escrita alfabética.Neste ponto, a
seguridade de usar uma letra paracadasílaba precisa ser quebrada. Completar letras que
faltam nas palavras é visto como outra atividade que deve serinserida nesse momento.
Na produção escrita pode-se enfatizar a produção de dicionários com os alunos, usando
temas do convívio e preferências das crianças.Visando ainda o valor sonoro
convencional das letras, o professor poderá se valer de abordagem na consciência
fonológica.
• Nível Alfabético:Compreende que a escrita representa os sons da fala. A criança
percebe a necessidade de mais de uma letra para a maioria das sílabas e reconhece o
som das letras. Atribui o valor do fonema em algumas letras: cabelo= kblo. Nessa fase
do processo de aquisição da escrita, há alguns conflitos que se instauram no pensamento
da criança que, por exemplo, como fazer para que outras pessoas leiam o que ela
escreve como fazer uso da fronteira vocabular e ainda adequar a sua escrita a uma
quantidade de letras mínimas para que se possa ser lida.
Chegamos a um ponto onde trabalhar a contagem de letras em cada sílaba
precisa ser cotidiana, separar palavras em sílabas, associar a fala à escrita e ter sua
escrita lida por outras pessoas são fatos que levarão o aluno adiante.
• Nível Alfabetizado: Uma criança que já perpassoutodas as primeiras hipóteses sobre a
escrita com a intervenção de seu professor passará agora a compreender a função social
da escrita: “comunicação”. Passa a conhecer o valor sonoro de todas ou quase todas as
letras, apresenta estabilidade na escrita das palavras, compreende que cada letra
corresponde aos menores valores sonoros da sílaba, procura adequar a escrita à fala, faz
leitura com ou sem imagem. Inicia então a preocupação com as questões ortográficas,
separa as palavras quando escreve frases e produz textos de forma convencional.
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ainda está em dúvida em usar mais de duas letras para formar a sílaba. Sendo o aluno
jáalfabetizado, o professor pode colocar todas as atividades dos níveis anteriorescom o
acréscimo da produção de texto de forma convencional. Procura de palavras em textos,
ordenar frases, leituras diversas, também os bingos de letras, de silabas, de palavras são
atividades fundamentais nessa fase.
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realizar a tarefa de conduzir uma brincadeira formaliza o caráter de prática de
letramento.
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quaisquer outros adultos dentro do ambiente escolar. Sendoassim quanto mais cedo
ecom maior intensidade o aluno for exposto a situações significativas de leitura,melhor
será sua relação com a culturaletrada durante sua escolaridade.
Notamos com o estudo deste fragmento que o ato de ler pode ser uma
base para o aprendiz sobre o ato de escrever, pois traz na leitura uma perspectiva de
base teórica ascendente no processo de alfabetizar letrando.
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significantes está em ler por prazer, pois nesse prazer muitos processos cognitivos são
disparados no interior do aprendiz que ao longode sua vida o levará a ser um
verdadeiro leitor.
Como leitor, o professor também deve demonstrar sua compreensão e
interpretação do texto lido, deixando claro que um mesmo texto, principalmente os
literários, pode ter várias “leituras” e que trocar ideias e comparar pontos de vista
contribui para a melhor compreensão do que se lê.
Paulo Freire (1989), ao afirmar que ler o mundo ocorre antes de ler
palavras, supõe que estreitar anossa relação como mundo imaginário do aluno, onde a
busca de novos conceitos acontece naturalmente, é uma das formas de ler para o aluno
que, ao ouvir, busca em seu conhecimento de mundo, suas necessidades, ansiedades,
crenças e desejos. Pode-se afirmar não erroneamente que ler mediante essa perspectiva
fará realmente sentido ao aluno.
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necessário. No entanto, uma prática constante de leitura não significa a
repetição infindável dessas atividades escolares. (BRASIL: 1997, p. 41)
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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e utilizada pela criança dentro e fora da escola, podendo afirmar que a instituição
cumpriu o seu papel no que diz respeito ao aprendizado da leitura pelos alunos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São
Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.
http://www.letramento.iel.unicamp.br/publicacoes/artigos/Letramento_AngelaKleiman.
pdf
acessado em 12/11/2013.
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