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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Joinville - SC – 2 a 8/09/2018

Universidade e Desenvolvimento Regional: inserção dos egressos dos cursos de


Comunicação da Universidade de Taubaté no mercado de trabalho. 1

Monica Franchi CARNIELLO2


Robson Bastos da SILVA3
Viviane Fushimi VELLOSO4
Universidade de Taubaté, Taubaté - SP

Resumo
O desenvolvimento regional é multidimensional e resultado da atuação de diversos
atores sociais e institucionais de um território, dentre as quais participam as instituições
de ensino superior com atividades de ensino, pesquisa e extensão. O objetivo geral do
artigo é verificar a inserção e atuação dos egressos do Departamento de Comunicação
Social da Universidade de Taubaté, uma instituição pública municipal de atuação
regional. A pesquisa caracteriza-se como exploratório-descritiva, de abordagem
quantitativa, com coleta de dados documental e por aplicação de questionários. Foi
delimitada uma amostra com 95% de nível de confiança e 5% de erro a partir de um
universo de 3.100 egressos. Verificou-se que os egressos estão em sua maioria inseridos
profissionalmente, e que 67% atuam na própria região, fator que contribui para o
desenvolvimento regional. Conclui-se que há relação entre a presença de uma IES em
determinada região e seu desenvolvimento, visto que há potencialização do capital
humano do território por meio da educação.

Palavras-chave: desenvolvimento regional; ensino superior; egressos.

Introdução

A concepção de desenvolvimento adquiriu perspectiva multidimensional a partir


das últimas décadas do século XX, quando se rompe a sinonímia com o
desenvolvimento econômico. Inicialmente restrito ao campo da economia e mensurado
pelo Produto Interno Bruto, o conceito incorporou as dimensões social e ambiental, o
que demandou a contribuição de mais áreas do conhecimento.
A formulação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e, principalmente,
a sua adoção em escala global, incorporou, além do prisma econômico, variáveis sociais

1
Trabalho apresentado no GP Comunicação e Desenvolvimento Regional e Local , XVIII Encontro dos
Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do 41º Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação.
2
Doutora em Comunicação e Semiótica (PUCSP), docente do Mestrado em Planejamento e
Desenvolvimento Regional da Universidade de Taubaté (UNITAU) e da Fatec Pindamonhangaba. E-
mail: monica.carniello@unitau.com.br
3
Doutor em Comunicação e Semiótica (PUCSP), docente da Universidade de Taubaté (UNITAU) e da
UNISANTA. E-mail: robsonbast@gmail.com
4
Doutora em Comunicação (USP), docente do Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional da
Universidade de Taubaté (UNITAU). E-mail: vivianefv@gmail.com

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– educação e longevidade – para diagnosticar o estado de desenvolvimento de um país,


ainda que de maneira simplificadora (GUIMARÃES, JANUZZI, 2005). Adaptações
posteriores para geração de novos indicadores de desenvolvimento que incorporavam
mais variáveis também incluíram índices de educação em sua composição (BRAGA et
al. 2003).
Com o reconhecimento da dimensão social no processo de desenvolvimento, a
educação passa a ser compreendida para além da função de formação de mão de obra,
superando a visão economicista do desenvolvimento. As teorias do capital humano e a
emergência da sociedade do conhecimento possuem relação com a ampliação da visão
da educação como vetor de desenvolvimento (EGLER, 2002). Para Demo (1999, p.10),
“a relação mais forte entre educação e desenvolvimento passa pela questão da qualidade
política, ou seja, pela competência humana de se fazer sujeito capaz de escrever sua
própria história”.
A partir do pressuposto da indissociabilidade entre educação e desenvolvimento,
Dallabrida (2015), Sen (2000), Bresser-Pereira (2006), Sachs (1986), Albagli (2004),
entre outros, desenvolveram diferentes abordagens sobre desenvolvimento, sob as
terminologias – territorial, humano, econômico, sustentável, regional, local - que
possuem como um dos pontos em comum a inserção da educação, de forma mais ou
menos direta, como fator de desenvolvimento.
A educação exerce tanto um papel individual quanto um papel social no
desenvolvimento. O primeiro diz respeito à formação em si e à ampliação de
conhecimento dos indivíduos. Já a perspectiva social diz respeito à capacidade de
produção e socialização do conhecimento, o que influi diretamente no processo de
desenvolvimento.
O pressuposto adotado neste artigo considera que instituições de ensino em
todos os níveis têm potencial para fornecer conhecimentos específicos que serão
transformados em habilidades. Seu papel na região circundante onde estão localizados
é, muitas vezes, subestimado, embora muitas delas, especialmente universidades,
cooperam fortemente com organizações localizadas na mesma região (SEDLACEK,
2013).
Ao verificar a atuação e a inserção profissional dos egressos de uma instituição
e, no caso desta pesquisa, de um Departamento de uma universidade, especificamente,
torna-se possível inferir se a instituição de ensino superior (IES) está cumprindo seu

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papel de formação de capital intelectual, uma dos vetores que incidem diretamente
sobre o desenvolvimento de um território. O objetivo geral do artigo é verificar a
inserção e atuação dos egressos do Departamento de Comunicação Social da
Universidade de Taubaté, uma instituição pública municipal, no mercado da área de
Comunicação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVPLN),
onde a universidade está sediada.

O lugar da educação no desenvolvimento regional

A relação entre educação e desenvolvimento regional é inequívoca. Sedlacek


(2013) destaca que as universidades têm uma influência fundamental na sociedade de
duas maneiras: elas treinam e educam as pessoas e elas participam da governança nos
níveis nacional e regional.
Diversos autores que tratam de desenvolvimento situam a educação em suas
teorias de desenvolvimento. Dallabrida (2015), ao identificar os ativos que compõem o
território - capital econômico, capital natural, capital social, capital humano, capital
institucional e capital humano - permite que se situe a educação como um vetor de
capital humano. A educação se refere à formação profissional e científica dos
indivíduos, bem como potencialmente amplia o capital social entre alguns grupos e
pode se articular com o capital cultural da sociedade.
Sen (2000) apresenta uma abordagem conceitual de desenvolvimento
associando-o com liberdade. Em sua concepção, é mais desenvolvida a sociedade que
ampliar o alargamento das liberdades dos indivíduos. O autor pontua que o acesso a
uma educação de qualidade é uma das capacidades necessárias para o indivíduo exercer
suas escolhas.
Bresser-Pereira (2006), assim como Dallabrida, também enfatiza o capital
humano como fator relevante para o desenvolvimento regional, sob um enfoque mais
evidente na economia.
Se distinguirmos dois tipos básicos de capital – o capital físico e o capital
humano –, verificaremos que a aceleração incessante do progresso técnico
vem levando à gradual substituição do primeiro pelo segundo no papel de
fator estratégico de produção. Cada vez é mais importante o conhecimento
detido pelos indivíduos com competência técnica, administrativa ou
comunicativa (2006, p.10).

A dimensão de sustentabilidade é acrescida ao conceito de desenvolvimento


regional por Sachs (1994), que implica o acréscimo da noção temporal à ideia de

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desenvolvimento, tanto em perspectiva sincrônica quanto diacrônica. O autor também


enfatiza a necessidade da participação efetiva das populações locais na realização das
estratégias de desenvolvimento. Estas, por sua vez, consistem em definir as
necessidades, identificar as potencialidades produtivas e a organização do esforço
coletivo. Para viabilizar a participação efetiva das populações no processo de
planejamento do desenvolvimento, faz-se indispensável uma educação preparatória, que
as instrumentalize e garanta informação de qualidade Sachs (1986).
Ao abordar desenvolvimento com enfoque local, Albagli (2004) identifica as
universidades agentes de conhecimento, ao identificar atores responsáveis por
interações locais.
De modo esquemático, as interações locais podem envolver os seguintes
atores: (a) agentes econômicos (clientes, parceiros e competidores;
fornecedores de insumos, componentes, ou equipamentos; fornecedores de
serviços técnicos; matriz ou fi lial); (b) agentes de conhecimento
(consultores; universidades e institutos de pesquisa); (c) agentes de regulação
(governos em seus vários níveis); (e) demais atores sociais (sindicatos,
associações empresariais organizações de suporte, organizações do chamado
“Terceiro Setor”, entre outros) (ALBAGLI, 2004, p. 13).

Sedlacek (2013) formula hipóteses para a relação entre universidades e


desenvolvimento sustentável, sistematizadas no Quadro 1.
Quadro 1 – Hipóteses da relação universidade e desenvolvimento sustentável
Função Hipóteses
Educação Hipótese 1: As universidades são atores-chave tanto no âmbito individual, bem
(individual/social) como nos sistemas de aprendizagem social que permite-lhes desempenhar um
papel central no desenvolvimento sustentável e processos de desenvolvimento.
Hipótese 2: Liberdade acadêmica e influência na sociedade são os principais
fatores que tornam as universidades altamente responsáveis pelo desenvolvimento
sustentável ao capacitar os indivíduos como principais drivers para sua
implementação.
Hipótese 3: O desenvolvimento de currículos com certos componentes do
desenvolvimento sustentável promove a conscientização pública e ajuda a
desenvolver ideias e soluções criativas.
Hipótese 4: Transferência de conhecimento institucionalizado atividades seguindo
Pesquisa o 'novo modelo' facilitam universidades a lidar com a necessidade de uma
Criação de conhecimento / combinação de investigação básica e aplicada e a necessidade de pesquisa multi e
transferência de transdisciplinar.
conhecimento Hipótese 5: A transição da produção de conhecimento no sentido de uma ciência
mais integrativa proporciona uma reorientação das agendas de pesquisa que foram
originalmente definidas por acadêmicos e agora são definidos em um ambiente
multi-stakeholder, a fim de resolver necessidades e problemas sociais
multidisciplinares.
Governança Hipótese 6: Como as universidades operam em regiões, redes nacionais e
Interna/ externa internacionais simultaneamente em colaboração com uma ampla gama de
diferentes grupos de stakeholders, eles são atores importantes para
governança ambiental multi-ator.
Hipótese 7: Como as universidades são multi-stakeholder, organizações que eles
têm acesso a uma mescla de conhecimento e experiência que é um pré-requisito

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para encontrar soluções em configurações inter e transdisciplinares.


Fonte: Adaptado de Sedlacek (2013) [tradução dos autores]
Neste artigo, a abordagem enfoca apenas a função educacional da universidade,
estabelecida como delimitação da pesquisa.
Postas as relações entre educação e desenvolvimento, cabe destacar que o acesso
ao Ensino Superior é uma das barreiras a serem superadas por países em
desenvolvimento. No Brasil, educação é uma das pautas que mais demandam políticas
públicas para mitigar as lacunas de formação, que apresentam barreiras desde a
educação básica. Evidencia-se a fragilidade no sistema educacional como o fato de que,
em 2016, apenas 15,3% da população de 25 anos ou mais de idade haviam concluído o
ensino superior (IBGE, 2016).
Presume-se, a partir do exposto, que a região que sedia instituições de ensino
superior tende a ter mais possibilidades para conduzir o processo de desenvolvimento de
forma mais eficaz, por incrementar o capital humano, uma das dimensões do
desenvolvimento.

Método

A pesquisa caracteriza-se como exploratório-descritiva, de abordagem


quantitativa. A pesquisa descreve a situação profissional dos egressos do Departamento
de Comunicação (DCOS) da Universidade de Taubaté (UNITAU), configurando um
estudo de caso e explora relações entre a presença da IES e o desenvolvimento da
região e do mercado de Comunicação na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e
Litoral Norte (RMVPLN).
Extensa, a região concentra 2,5 milhões de habitantes, segundo estimativa do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2017, e gerou
5,29% do Produto Interno Bruto (PIB) paulista em 2015. A RMVPLN está
situada entre as duas Regiões Metropolitanas mais importantes do país: São
Paulo e Rio de Janeiro. Destaca-se nacionalmente por intensa e diversificada
atividade econômica. A produção industrial é altamente desenvolvida,
predominando os setores automobilístico, aeronáutico, aeroespacial e bélico
nos municípios localizados no eixo da Rodovia Presidente Dutra. Destacam-
se também as atividades portuárias e petroleiras no Litoral Norte e o turismo
na Serra da Mantiqueira, Litoral e cidades históricas. A região caracteriza-se,
ainda, por abrigar importantes patrimônios ambientais de relevância nacional,
como as Serras da Mantiqueira, da Bocaina e do Mar, e pelas fazendas de
valor histórico e arquitetônico (EMPLASA, 2018, não paginado).

A escolha da instituição se deu pelos seguintes fatores: o DCOS possui 39 anos,


tempo que permite avaliar a inserção profissional de maneira abrangente, visto que há

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egressos em vários estágios da carreira; a UNITAU é uma instituição pública municipal


de caráter essencialmente regional, instalada no município de Taubaté, cujos cursos
presenciais atendem também aos municípios do entorno; a universidade está instalada
em uma região com presença de veículos de comunicação locais, regionais e
pertencentes aos grandes grupos nacionais, o que permite a inserção dos egressos dos
cursos de comunicação na própria região.
Quanto aos procedimentos de coleta de dados, primeiramente foram coletados
dados primários por meio de pesquisa de campo. O universo da pesquisa foi composto
pelo total de formados pelo Departamento de Comunicação Social desde a sua
fundação, em 1979, contabilizados pela secretaria do Departamento em 3.100 pessoas.
Foi aplicado cálculo amostral para populações finitas, conforme Gil (2008), com 95%
de nível de confiança; 5% de erro; 35%de percentual máximo, que resultou em uma
amostra de 315 egressos.
O instrumento de coleta de dados foi estruturado especificamente para esta
pesquisa e digitalizado no Google Forms. A coleta de dados foi realizada em maio de
2018 em ambiente digital, fazendo uso dos seguintes recursos: envio do formulário a
grupos de egressos existentes nas mídias sociais; envio do formulário para lista e e-
mails dos alunos a partir dos cadastros existentes na secretaria. A amostra atingida
superou o número mínimo previsto, totalizando 326 questionários válidos. Os resultados
foram tabulados e analisados com estatística descritiva de forma consolidada.
A segunda etapa da pesquisa possui delineamento documental, e usos bases
públicas de dados secundários para caracterizar o mercado de comunicação regional.
Para tal, foi utilizada a base da dados FIRJAN de economia criativa (2015), que
apresenta a quantidade de empregos formais no setor criativo, no qual estão
contempladas as áreas de atuação de publicitários e jornalistas, explicitamente, e
engloba funções que podem ser assumidas por relações públicas.

Resultados e Discussão

A pesquisa de campo atingiu a amostra esperada, o que permitiu traçar um perfil


dos egressos, bem como verificar sua inserção no mercado de trabalho. Os Gráficos 1 a
4 apresentam a caracterização dos entrevistados.

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Gráfico 1 - Curso

Fonte: Dados primários, 2018.

Gráfico 2 - Gênero

Fonte: Dados primários, 2018.

Gráfico 3 – Ano de início do curso

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Data de início
33 32 30
24 26
22 20
17 18
13 11 8
8 9
4 1 2 3 6 4 5 6 7 8
1 2 1 1 1 0 0 0 0 0 3
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Fonte: Dados primários, 2018.

Gráfico 4 – Ano de térmico do curso

Ano de término
28 25 25 30 31
21 22 24
15 16
11
7 4 9 7 8 7 10 8
2 2 2 1 0 0 0 0 0 1 3 1 2 2 2
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Fonte: Dados primários, 2018.

Nota-se que a amostra abrangeu os três cursos oferecidos pelo DCOS e alcançou
egressos com uma variedade temporal extensa de ingresso e término do curso, o que
permite aferir a situação profissioal de profissionais em várias fases da carreira.
O Gráfico 5 apresenta a situação atual dos egressos. Verifica-se que apenas
11,7% não estão trabalhando, o que corresponde, considerada a margem de erro da
pesquisa, à taxa de desemprego do primeiro trimestre de 2018 aferida pelo IBGE
(2018). Dentre os que não estão trabalhando, o Gráfico 6 apresenta os motivos.

Gráfico 5 – Situação profissional atual

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Fonte: Dados primários, 2018.

Gráfico 6 – Motivos

Base: 126 respostas


Fonte: Dados primários, 2018.

Quanto ao tipo de organização onde atua, verifica-se uma distribuição dos


profissionais entre setor público, setor privado e isntituições de ensino superior.
Gráfico 7 – Tipo de organização onde atua

Fonte: Dados primários, 2018.

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Verifica-se por meio do Gráfico 8 que a inserção profissional se deu


prioritariamente durante a faculdade, o que denota que há um processo de aproximação
do aluno com o ambiente profissional ao longo do processo de formação. Conforme
apontado por Sedlacek (2013), as universidades são atores-chave tanto no âmbito
individual, bem como nos sistemas de aprendizagem social.
Gráfico 8 – Tipo de organização onde atua

Fonte: Dados primários, 2018.

O Gráfico 9 permite identificar as funções desempenhadas pelos egressos. As


atividades convergem com as identificadas pela pesquisa sobre Economia Criativa
realizada pela FIRJAN (2015).

Gráfico 9 – Função desempenhada atualmente

Fonte: Dados primários, 2018.

Para explorar possíveis relações entre a universidade estudada, mais


especificamente de seu Departamento de Comunicação Social, e a inserção de seus
profissionais na Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte, é apresentada
a Tabela 1, a qual indica a quatidade de empregos formais da área de Comunicação

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Social em municípios da região. Foram selecionados os municípios que circundam


territorialmente Taubaté, cidade sede da universidade, bem como municípios que
possuem emissoras e/ou retransmissoras de televisão, por serem potenciais contratantes
de profissionais formados em Comunicação Social.

Tabela 1 - Quantidade de empregos formais da área de comunicação em municípios da Região


Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte
Municípios Publicidade* Editorial** Audiovisual***
Aparecida 29 45 74
Caçapava 22 sem dados 6
Cachoeira Paulista 32 39 53
Lorena 13 8 10
Pindamonhangaba 35 18 22
São José dos Campos 477 295 128
Taubaté 95 80 43
Total 703 485 336
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de Firjan (2015).
* Analista de negócios; analista de pesquisa de mercado; gerente de marketing; publicitário; visual merchandiser.
** Editor de jornal; editor de texto e imagem; programador visual gráfico; redator de textos técnicos.
*** Diretor de programa de rádio; editor de tv e vídeo; fotógrafo profissional; locutor de rádio e televisão; montador de
filmes; repórter de rádio e televisão.

Para fins de estimar a participação dos egressos da Unitau nos empregos formais
da área nos municípios selecionados da RMVPLN (Tabela 1), elaborou-se a Tabela 2,
que indica a quantidade de profissionais formados pelo DCOS que atuam na região (285
respondentes).
Tabela 2 – Município de atuação profissional

Município Frequência % em relação à amostra


Aparecida 9 3,2
Caçapava 6 2,1
Cachoeira Paulista 2 0,7
Lorena 3 1
Pindamonhangaba 20 7
São José dos Campos 53 18,6
Taubaté 98 34
Total 191 67
Base: 285 entrevistados.
Fonte: Dados primários, 2018.

Apesar de os dados permitirem apenas uma inferência, posto que há outras


variáveis que precisam ser consideradas para um cálculo mais preciso, é inegável que

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mais da metade dos egressos do DCOS (67%) conseguem inserção profissional na


própria região. Dados primários complementares à Tabela 2 identificaram que 12,6%
dos egressos trabalham em São Paulo e os demais atuam em outras cidades da região
não mencionadas na Tabela 2, em outros estados do país e mesmo no exterior, caso de
1,4% dos egressos. O fato de os egressos conseguirem se fixar na região demonstra o
papel da IES no desenvolvimento regional, ao contribuir com a formação de capital
humano, um dos pilares do capital territorial. Ressalta-se também que os egressos que
se inseriram em outras regiões distintas da RMVPLN potencialmente contribuem para a
visibilidade da região de origem. Infere-se que o DCOS capacitou e instrumentalizou os
egressos para suas escolhas profissionais, tal qual preconizado por Sen (2000),
minimizando as restrições e, nesse caso específico, amplando as possibilidades de
atuação e escolhas profissionais, conforme Gráfico 10.

Gráfico 10 – Preparação para o mercado.

Fonte: Dados primários, 2018.

Além disso, as facilidades econômicas, viabilizadas por emprego e remuneração


disgnas, consituem uma das liberdades instrumentais identificadas por Sen (2000),
juntamente com as liberdades políticas, oportunidades sociais, garantias de
transparência e segurança protetora, que em conjunto potencializam a ampliação das
liberdades substantivas individuais, que consistem na possibilidade de os indivíduos
fazerem suas escolhas sem que estas sejam inviabilizadas por restrições sociais, situação
esta que é associada diretamente com o desenvolvimento pelo autor. O DCOS, ao
participar da inserção de seus egressos no setor produtivo, participa do processo de
desenvolvimento regional. O Gráfico 11 apresenta informações salariais dos egressos.

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Gráfico 11 – Faixa salarial.

Fonte: Dados primários, 2018.

Por fim, ainda ancorada na teoria de Sen (2000), o Gráfico 12 apresenta os


níveis de satisfação pessoal dos egressos em relação, reforçando a premissa que o
desenvolvimento é, em última instância, a busca do bem estar social.
Gráfico 12 – Satisfação

Fonte: Dados primários, 2018.

Apresentados os resultados, é validada a perspectiva que uma IES possui


representatividade no desenvolimento da região.

Considerações finais

O objetivo do artigo foi verificar a inserção e atuação dos egressos do


Departamento de Comunicação Social da Universidade de Taubaté, uma instituição
pública municipal de atuação regional. Partiu-se da premissa conceitual sustentada pelas

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teorias de desenvolvimento que há relação entre a presença de IES e o desenvolvimento


de uma região.
O foco deste artigo limitou-se a verificar essa relação a partir do prisma da
formação de capital humano. Ressalta-se que uma IES pode ainda apresentar outros
vetores de desenvolvimento por meio da pesquisa, extensão e governança, sugestão para
pesquisas futuras.
Verificou-se que 88,3% dos egressos do DCOS estão inseridos no mercado de
trabalho, dos quais 58,6% na área de Comunicação Social. Do total de egressos, 67%
atuam na RMVPLN, o que demosntra que os profissionais da área conseguem se fixar
no mercado regional. Tal cenário reforça a ideia de que as universidades são atores-
chave no âmbito individual, ao capacitar e possibilitar a inserção econômica dos
egressos, quanto potencialmente contribui para o desenvolvimento da região, por
ampliar seu capital intelectual, considerado um dos ativos territoriais que compõe o
capital territorial.
Validou-se, a partir do caso estudado, a relação entre a presença de uma IES em
determinada região e seu desenvolvimento, visto que há potencialização do capital
humano do território por meio da educação.

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