Reescrever o conteúdo, mantendo a essência da mensagem.
Neste caso, existe um procedimento básico para deixar
demarcada a autoria alheia da proposição que está sendo apresentada. Isso se realiza em fórmulas do tipo “Como afirma Bakhtin (1997), todo discurso humano resulta de um processo dialógico”. Também poderia ser usada a fórmula “Segundo Bakhtin”, “De acordo com as ideias de Bakhtin” e outras similares. O que se encontra entre parênteses é a informação do ano de publicação da obra do autor. Estamos, no exemplo dado, nos referindo à 2ª edição do livro Estética da Criação Verbal, do teórico russo Mikhail Bakhtin, publicado no Brasil pela editora Martins Fontes, de São Paulo, capital. Veja que a referência bibliográfica completa é desnecessária, bem como a nota de pé de página. Mais adiante, ao final de seu trabalho, na lista das referências, você colocará a informação completa acerca da referida obra. Ao longo do corpo de seu texto, a única informação adicional, que pode vir é o número da página, em se tratando de passagem localizada em um livro. Neste caso, a informação viria: “Bakhtin (1997, p. 68) afirma que...”. Vejam que apenas uma vírgula separa as duas informações, o ano de publicação e o número da página. Também é comum encontrar textos em que alguém vai discorrendo acerca da problemática do dialogismo nos discursos humanos e, a certo momento, abre parênteses assim: “(cf. BAKHTIN)”, que vem a ser uma maneira abreviada de dizer “como nos afirma Bakhtin”. Neste caso, tanto é possível encontrar o parênteses com a informação do ano de publicação da obra, como também apenas com o nome do autor. Observe que o último sobrenome do autor virá em maiúsculas sempre que for colocado entre os parênteses. Caso contrário, tal providência não é necessária, ainda que muitos dela se utilizem. Por meio de qualquer um desses recursos, você está se resguardando de usar as ideias de outro autor sem fazer nenhuma referência à fonte. Ainda sobre paráfrase, há outro cuidado a ser tomado é com a coesão do texto. Não são raras as situações em que vemos alunos escreverem algo assim: “Segundo Bakhtin (1997) diz que...”. Uma situação em que a paráfrase é introduzida duas vezes numa só frase, resultando numa construção muito ruim. Portanto, muita atenção. Passar o texto a limpo é importantíssimo justamente para se evitar situações como esta. Uma situação um tanto diversa se dá em citações literais, ou seja, quando transcrevemos um trecho da obra de algum outro autor. Neste terreno, podemos destacar duas situações: a) Quando a citação tem até três linhas – nesta situação, o trecho citado deve vir destacado com aspas, sem o uso de itálico, e a referência virá ao final. Como se pode depreender do exemplo: “Eni Orlandi (2005, p. 15) afirma que “a Análise do discurso concebe a linguagem como mediação necessária entre o homem e a realidade natural e social”. Fica claro que o procedimento para informar o ano da edição e a página são os mesmos que no caso da paráfrase. Retiramos o exemplo do livro Análise do Discurso, da professora Eni Orlandi, publicado no referido ano de 2005, pela editora Pontes, de Campinas (SP). b) Quando a citação tem quatro linhas, ou mais – nesta situação, torna-se necessário destacar a passagem citada como um parágrafo em separado, com margem recuada, espaço simples e tamanho de letra menor que o restante do texto, de preferência letra 10. Assim: “Antonio Candido abre uma viva polêmica acerca do lugar do barroco em nossa história cultural, ao afirmar que no século XVII ainda não existia o que se pode chamar como ‘literatura brasileira’. Nas palavras do autor:
Historicamente considerado, o problema da
ocorrência de uma literatura no Brasil se apresenta ligado de modo indissolúvel ao do ajustamento de uma tradição literária já provada há séculos — a portuguesa — às novas condições de vida no trópico. Os homens que escrevem aqui durante todo o período colonial são, ou formados em Portugal, ou formados à portuguesa, iniciando-se no uso de instrumentos expressivos conforme os moldes da mãe-pátria. A sua atividade intelectual ou se destina a um público português, quando desinteressada, ou é ditada por necessidades práticas (administrativas, religiosas, etc.). É preciso chegar ao século XIX para encontrar os primeiros escritores formados aqui e destinando a sua obra ao magro público local. (CANDIDO, 2006, p. 99)”.
O trecho destacado se encontra na 9ª edição da obra
Literatura e Sociedade, lançada pela editora Outro sobre o Azul, do Rio de Janeiro. O tema também se encontra em outra obra muito conhecida do autor, a Formação da Literatura Brasileira, e tem dado margem a muitas controvérsias entre os estudiosos da literatura dos tempos coloniais. O recuo do parágrafo da citação deve ser de 4 cm, em relação à margem esquerda que já é usada no corpo do texto. Para tanto, utilize a régua que é acionada pelo link “exibição” no programa Word.