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EQUIPAMENTOS

PA R A P R AT I C A R A R T E S
MARCIAIS COM SEGURANÇA

CAMPEONATO
B R A S I L E I R O
D E M UAY T H A I
M U AY T H A I 2 0 1 8
EDITORIAL
pág.04
Neste ano de Copa do Mundo de Futebol o nosso trabalho não
para nesta edição estamos trazendo Comparação entre vários
estilos de arte marciais.
EQUIPAMENTOS PA-
Nesta edição, abordamos a importância dos protetores na pra-
tica das artes maciais. RA PRATICAR AR-
Sucesso nos volumes anteriores, os cadernos de notícias sobre TES MARCIAIS COM
MMA, Muaythai, Karate e Judô, encerram a temporada de 2017
com chave de ouro. SEGURANÇA
Em nome de toda a equipe, agradeço por ter nos acompanhado
durante todo esse tempo, com elogios, críticas e sugestões.
Que o novo ano seja de transformações, crescimento e de mui-
to sucesso para todos nós.

Supervisão Geral:

Designer Gráfico: VT Desig QUEBRANDO O


GELO

Fale com a gente:

vtmmaff@gmail.com

C O T O V E L AD A S
NO MM A: UM
P O N T O D E V I S TA
MÉDICO

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NOME: CARLÃO BARRETO
ALTURA: 1,94
PESO: 104 KG
LUTAS: 23
VITORIAS: 14
DERROTAS: 9

TITULOS:
VENCEU JUNGLE FIGHT 2
VENCEU HEAT FC 1
VENCEU MECA WORLD VALE TUDO 6
VENCEU RINGS: KING OF KINGS 2000 BLOCK B
VENCEU PRIDE 9 - NEW BLOOD
VENCEU IVC 12
VENCEU IVC 10
VENCEU IVC 8
VENCEU BRASIL OPEN '97
VENCEU UNIVERSAL VALE TUDO FIGHTING 6
VENCEU MARTIAL ARTS REALITY SUPERFIGH-
TING
VENCEU UNIVERSAL VALE TUDO FIGHTING 2
VENCEU UNIVERSAL VALE TUDO FIGHTING 1

WORLD CLASS CHAMPIONS

VENCEU IVC 9: THE REVENGE

VENCEU IVC 6: THE CHALLENGE

VENCEU IVC 2: A QUESTION OF PRIDE

VENCEU BRAZILIAN VALE TUDO 10

VENCEU BRAZILIAN VALE TUDO 6


ARTES MARCIAIS PRATICADAS MUNDO AFORA
Brasil ganhará Federação
de Muay Boran
Responsável pela entidade no país é o mestre
Fabiano Moreira Cosme Krushevsky

DAMBE

Origem: África do Sul, Nigéria

D
entro da arena, os opo-
nentes andam em círcu-
Por José Augusto Maciel Torres
los, encarando e anali-
sando o adversário. Ao A ntes de 2006, poucos sabiam o que era o Muay Boran, a arte
marcial que uniu o estilo esportivo ao tradicional.

redor, o público vibra ao som dos Se por um lado, o Muay Thai Tradicional utiliza regras para compe-
tições, do outro, o Boran se classifica em sua forma de divisão. De
tambores, que ditam o ritmo dos mo- comum entre os dois somente o país de origem: a Tailândia.
vimentos. É assim que tem início O brasileiro Fabiano Moreira Cosme Krushevsky é um dos poucos
uma luta de dambe, forma tradicional a deter a chancela de mestre na modalidade. Começou a estudar
o Muay Boran na Europa, com o tailandês Grand Master Narong.
de boxe praticada em países do con-
Moreira reside no exterior desde os 18 anos, tendo passagens
tinente africano. Nessa luta de três pela Holanda e Portugal, onde fixou residência e abriu uma acade-
mia de Muay Thai Tradicional.
rounds não há luvas encobrindo as
O estabelecimento foi fechado em 2004, ano em que decidiu viajar
mãos – apenas um dos braços, cha- para a Tailândia com o objetivo de treinar.
mado de “lança”, é envolvido por pe- Em seguida, fez o curso da World Muay Thai Federation (WMF)
daços de corda. A mão livre é chama- para ser treinador. Dos 40 países representados, se destacou com
a melhor nota e passou a ser Coach Trainer nível B, chamando a
da de “escudo”, e (como o nome diz) atenção do diretor técnico da WMF, Chinawut Sirosupan, que lhe
deve ser usada para bloquear as in- propôs se dedicar ao estudo do Muay Boran.

vestidas do adversário, que tem o ob- Em 2006, foi examinado pela Comissão Técnica, graduado Kru
Muay Boran e apresentado aos maiores mestres das escolas tradi-
jetivo de derrubar o oponente. Hoje cionais. Após 38 combates, expandiu os conhecimentos de Krabi
Krabong, Thai Massage,
os torneios estão ligados aos festi-
Thai Rusie Datton, Yoga e Thai Vipassana, formando-se kru
vais de colheita, que recebem os (professor) em todas essas áreas.
combates como uma de suas atra- Quando regressou a Portugal, em 2010, reabriu a academia, mas
ções. Mas antes, a luta já serviu até com um novo nome: Muay Thai Boran Portugal, voltada a ensinar
exclusivamente a arte e a cultura tradicional tailandesa. Em três
como preparação para a guerra. En- anos e meio, a academia teve sete campeões nacionais e um
tão, o risco era bem maior: além do campeão ibérico. Soma ainda quatro medalhas de ouro, cinco de
prata e cinco de bronze em Campeonatos Mundiais de Muay Thai
braço, era costume também que uma e Kickboxing.
das pernas fosse envolvida por uma Sucesso em Portugal, o mestre que também é faixa preta de Kara-
pesada corrente, que ajudava a defe- te Kyokushin, quer agora abrir a Federação Muay Thai Boran no
Brasil, baseado em sua experiência de mais de uma década na
rir golpes ainda mais potentes. Você Tailândia.

encararia? fabianomoreira36@hotmail.com
AGENDA
DICAS DE ADMINISTRAÇÃO / MANAGING TIP

Quebrando o gelo
Palestras em escolas plantam a semente
para o crescimento do Jiu-Jitsu
Por Aparecido Bill*

S
ou faixa-preta e vivo o Jiu-Jitsu há Posso dizer que o grau de interesse foi
mais de 25 anos. Neste ínterim, tamanho que faltou tempo para responder
conquistei dois títulos mundiais, a todas as perguntas.
em 1997 e 1998, aprendi muito e Na palestra, falo da história do Jiu-Jitsu, a
ensinei também. sua origem e a sua filosofia. Então, com
Fui recebido na família Gracie Barra e co- meu aluno, faço uma demonstração bem
mo muitos contemporâneos enxerguei um leve de treino com sparring.
grande potencial de expansão para o Jiu- Nessa parte, procuro mostrar a grande
Jitsu nos Estados Unidos. Após estudar variedade de movimentos e posições da
diversas propostas de parcerias comerci- arte. Completo a parte prática com uma
ais, demonstração sem kimono.
acabei escolhendo vir para Rohnert Park, Termino com os rolamentos, que sei que
na Califórnia, onde montei uma filial da agrada aos leigos. Tenho orgulho de dizer
Gracie Barra há pouco menos de seis me- que, mesmo aos 33 anos, ainda tenho
ses. agilidade suficiente para tirar uns
Apesar da marca forte que é a Gracie “Ohhhs!” da platéia. Então, para terminar,
Barra e de haver um faixa-preta à frente, abro para perguntas, que são sempre
toda academia tem problemas para con- muitas.
seguir os primeiros alunos. Desde a fun- O grau de interesse que o Jiu-Jitsu cria
dação até agora consegui em torno de 50 nos leigos me faz ter a certeza de que es-
estudantes, um tou plantando centenas de sementes a
bom começo. cada vez que me apresento.
Pensando nisso, desenvolvi uma ativida- Com certeza, algumas irão brotar e o es-
de de divulgação e esclarecimento do Jiu- porte vai crescer cada vez mais. Faço por
Jitsu para leigos. No dia 9 de abril de amor e pelo prazer de repassar os ensi-
2008, eu e meu aluno Michael Stratton, namentos que aprendi e de apresentar às
que ganhou a faixa-azul após ser campe- pessoas os benefícios que o Jiu-Jitsu
ão na branca no último Pan-Americano, traz, além
comparecemos de saber que esse trabalho pode aumen-
à Rancho Cotati High School. Fomos con- tar o número de alunos na minha acade-
vidados de última hora e falamos por cer- mia
ca de três horas para mais ou menos 700
pessoas, entre alunos, professores e fun-
cionários da escola.
A
s artes marciais acompanham a humanidade há muito tem-
po, e possuem o poder de trazer todos os benefícios à saúde
que exercícios físicos podem trazer para os nossos corpos.
Além dos benefícios físicos, as artes marciais são conheci-
das pelo aumento da confiança e autoestima.
Como todo esporte de contato, as artes marciais podem apresentar ris-
cos ao físico dos praticantes menos preparados. É fundamental que as
pessoas com interesse em praticar uma arte marcial tenham proteção
de qualidade, minimizando os riscos e aumentando ainda mais os be-
nefícios que ocorrem com a prática destas atividades
Saiba escolher os equipamentos na maior parte das artes marciais, algumas
corretos batalhas vão ser doloridas, independente da
arte marcial praticada e do nível dos lutado-
Os preços e a qualidade em equipamentos res.
de luta podem variar muito. E como em mui-
tas coisas da vida, a qualidade dos equipa- A melhor forma de evitar estas dores é estar
mentos é diretamente proporcional ao preço sempre prevenido e utilizar os equipamentos
que você paga. recomendados pelo treinador.

Se você está procurando equipamentos para A utilização de equipamentos de proteção é


você ou para seus filhos, dê prioridade à se- essencial não somente pela proteção ao lu-
gurança. Quem está comprando este tipo de tador que os utiliza, mas também aos opo-
equipamento deve ter em mente que os gas- nentes. Locais desprotegidos apresentam
tos neste caso, são puramente investimentos grandes chances de causar golpes perigo-
em segurança. sos aos oponentes mais desprotegidos.

Acredite, você não vai querer ouvir que “o Para que a segurança e a saúde dos lutado-
barato sai caro” enquanto se preocupa com res sejam mantidas, é crucial que todos os
a dor – tanto sua quanto dos pequeninos. praticantes de artes marciais sejam orienta-
dos e utilizem os equipamentos de proteção
corretos.
Proteja as áreas de maior impacto Lembre-se de que a sua segurança e a se-
Existem equipamentos destinados a proteger gurança dos seus parceiros de treinos não
praticamente cada centímetro quadrado do tem preço. Para garantir sua integridade an-
seu corpo durante a prática de artes marci- tes de treinar ou competir, certifique-se de
ais. que você está em boas condições físicas e
conte sempre com a supervisão de especia-
Durante as sessões de sparring, frequente
listas.
Todo grande lutador
u&liza equipamento de
proteção, pois ter o
corpo bem protegido é
sinônimo de uma
carreira duradoura
CONFRONTO DE ESTILOS

Comparamos quatro artes marciais, apresentando a história, os principais golpes e os bene cios sicos de cada luta. Esco-
lha a melhor para você

Por Pi& Vieira / Ilustrações André Tomá

AIKIDO
Arte marcial japonesa que propicia a seu pra&cante a possibilidade de
um caminho ao autoconhecimento

Desenvolvido por Morihei Ueshiba (1883-1969) na primeira metade do


século XX. No ideograma de aikido o “ai” significa união, o “ki”, energia,
e o “dô”, o caminho para se alcançar a harmonia. Não à toa, é uma mo-
dalidade de luta na qual só há um &po de ação: a defesa. Mesmo quan-
do os treinamentos envolvem armas como o bastão (jo) e a espada de
madeira (boken), a técnica visa o desarme do oponente, e não atacá-lo
com esses objetos. “No aikido pra&camos para derrotar o medo, a inse-
gurança, a raiva e o ego. São esses os verdadeiros inimigos que nos
impedem de a&ngir a nossa evolução natural”, diz o sensei Severino
Sales, criador da Federação Brasileira de Aikido (Febrai). Na prá&ca de-
senvolve-se o relaxamento, a concentração, a não resistência, a ausên-
cia de espírito de compe&ção e do conceito de adversário, a respiração
abdominal, a consciência do parceiro, buscando-se formar a ideia de
complementaridade, sempre aumentando o uso do ki. “Um pra&cante só evolui suas técnicas a par&r do momento em que
desenvolve essa sensibilidade, e vice-versa”, explica Wagner Bull, presidente da Confederação Brasileira de Aikido e professor
faixa-preta 6o dan.

TREINO Os treinos são suaves e os movimentos, firmes e seguros. Você aprende a cair sem se machucar, a se movimentar
naturalmente e a não usar a força Xsica. U&lizam-se técnicas corpo a corpo em pé e sentado, boken (sabre de madeira) e jo
(bastão de madeira de cerca de 1,20 m).

SEM MEDO A prá&ca faz com que as pessoas aprendam a controlar o medo, inevitável em uma situação de ameaça. O temor
descontrolado pode levá-lo a cometer atos falhos, e essa luta trabalha com o corpo e a mente exatamente para evitar que isso
aconteça.

TÉCNICA Consiste em desenvolver a sensibilidade para discernir a intenção do oponente, iden&ficar quais são seus pontos de
ar&culação vulneráveis e então redirecionar essa força de ataque contra o próprio adversário, que irá perder o equilíbrio e cair
no chão.

SAMURAI No aikido, cul&va-se as sete virtudes do guerreiro conforme o Bushido (código dos samurais): jus&ça, valor heroico,
compaixão, cortesia, honra, sinceridade e o sen&do de dever e lealdade.

O importante não é compe.r

Uma das diferenças da técnica para outras artes marciais é a ausência total de compe&&vidade. Esse é um dos fatores que
fazem com que o aikido venha conquistando a adesão de um público bem eclé&co. Segundo o sensei (“aquele que chegou
antes” ou, para o ocidental, o professor) Nereu Peplow, do Fudoshin Dojo, uma das academias mais respeitadas de Curi&ba, a
intenção das pessoas que frequentam os dojos é encontrar uma a&vidade que trabalhe o corpo e traga ao mesmo tempo au-
toconfiança e segurança.
Ves.menta

O quimono deve ser branco. O hakama (calça que parece uma saia e é colocada por cima da calça), que possui sete pregas,
simbolizando as sete virtudes dos samurais. É aceito nas cores azulou preta, e só é usado apar&r do nível de Shodan (1o dan).

Faixas

É internacionalmente u&lizada uma ordem de graduação que, normalmente, começa em 5o kyu e segue até o 1o kyu (classe ou
grau). Daí em diante vêm os “dans” (degraus). As graduações são concedidas avaliando-se as qualidades técnicas, o grau de
afinco aos treinos e o perfil moral do pra&cante. O tempo mínimo necessário para realizar os exames de kyu não é menor do
que um ano.

CARATE

A arte marcial se baseia em socos, chutes, cotoveladas, joelhadas e golpes com a palma da mão aberta

O caratê, que em japonês significa “mãos vazias”, nasceu na ilha japonesa de Okinawa, no século XVIII. Proibidos de usar armas
no local, os habitantes criaram a arte marcial como forma de defesa contra o ataque de possíveis inimigos. Como a invenção
funcionou, ela começou a ser pra&cada constantemente na região, mesmo sem a necessidade de seu uso. A expansão da mo-
dalidade começou a acontecer no início do século XX, mais precisamente em 1922, quando o mestre Gichin Funakoshi foi con-
vidado pelo Ministério dos Esportes do Japão a conduzir apresentações de caratê na capital Tóquio. A prá&ca agradou a muita
gente e a modalidade passou a ser pra&cada em escolas e universidades.
No ataque

Autocontrole e Agilidade

SOKUTO KEAGE

O segredo é ser muito rápido para emplacar um chute direto no rosto antes que o opositor se defenda.

CHUDAN ZUKI

Golpe mais comum feito com as mãos. Desestabiliza o adversário e


serve como movimento inicial de uma sequência.

SOKUTO KEKOMI

Série de golpes em alta velocidade com chute, seguido de rasteira e


soco com o adversário no chão.

Na defesa

Bloqueios Eficientes

SHUTO UKE

Desvia o rosto para, então, segurar o braço es&cado do oponente. A


intenção é baixar a guarda do rival.

GEDAN BARAI

Para escapar de socos baixos, o antebraço pode servir para desviar a


rota.

GEDAN SHOTEI UKE

Defesa coordenada com a proteção das pernas para desviar um chute.

AS REGRAS

O caratê compe&&vo é dividido em duas modalidades: kumitê e kata.


O primeiro é a luta propriamente dita, na qual dois atletas se enfren-
tam em combates de três minutos (para homens) ou dois minutos (para mulheres). Já o kata é o exercício de ataque e defesa
feito contra um adversário imaginário.

Ves.menta

Até o século XX, os japoneses treinavam com roupas comuns. De lá para cá, o quimono branco virou obrigatório, acompanha-
do por uma faixa que indica o nível do lutador. Nas compe&ções oficiais, os pra&cantes devem usar luvas de borracha para
evitar que os golpes causem lesões. Faixas Até a faixa verde o aluno estará construindo sua base técnica e teórica. Daí até a
faixa marrom o aluno deverá se preparar para receber o grau de shodan. Um úl&mo teste avaliará suas habilidades e conheci-
mentos específicos para receber o grau Shodan e alcançar a sonhada faixa preta.
FÍSICO É bom para o coração, fortalece ossos e músculos, cria resistência, desenvolve coordenação motora e visual, e torna o
organismo menos susce^vel a ferimentos e doença.

MENTE Ajuda a desenvolver paciência, disciplina, perseverança e compreensão, bem como a concentração e foco.

ESPÍRITO Constrói confiança, desenvolve e aumenta o autocontrole, a serenidade e a paz.

FÍSICO É bom para o coração, fortalece ossos e músculos, cria resistência, desenvolve coordenação motora e visual, e torna o
organismo menos susce^vel a ferimentos e doença.

MENTE Ajuda a desenvolver paciência, disciplina, perseverança e compreensão, bem como a concentração e foco.

ESPÍRITO Constrói confiança, desenvolve e aumenta o autocontrole, a serenidade e a paz.

JIU JITSU
Eficiente para barrar socos e chutes, é fundamental no es.lo MMA

O jiu-jítsu ou “arte suave” u&liza técnicas como golpes de alavancas, torções e pressões para derrubar e dominar um adversá-
rio, sempre com base em princípios de equilíbrio e ar&culação do
corpo, tornando desnecessário o uso excessivo da força e de armas.
Segundo historiadores, o es&lo teria nascido na Índia, onde era pra&-
cado por monges budistas preocupados com a autodefesa. Com a
expansão do budismo, chegou ao Japão, onde se popularizou. De-
sembarcou no Brasil em 1915, com o japonês Conde Koma, como era
conhecido o lutador Mitsuyo Maeda, que se fixou em Belém do Pará.
Lá conheceu Gastão Gracie, que levou o filho mais velho, Carlos, en-
tão com 15 anos, para aprender a lutar com o mestre japonês.

No ataque

Além de derrubar, é importante imobilizar o oponente

CHAVE DE BRAÇO VOADORA

Ideal para um lutador menor e mais fraco que o oponente. Permite


usar a força do rival para imobilizá-lo, travando os braços dele.

TESOURA

O kanibasam i é conhecido nas academias, mas proibido em compe&-


ções pelo risco de machucar seriamente o joelho do oponente.

MATA-LEÃO

Original do jiu- jítsu japonês, mas muito usado no es&lo brasileiro, o


estrangulamento, quando bem aplicado, pode decidir uma luta.

Na defesa

Escapar de uma imobilização é crucial

ESCAPE

O primeiro passo é girar o quadril para &rar as costas do chão e ficar de lado.

DOMINE

Os braços s ão usados para deslocar o rival e tentar dominá-lo. As pernas travam o tronco e uma das pernas do oponente.
FINALIZE

Para funcion ar, a sequência precisa ser ligeira.

A REGRA É CLARA

A luta, que dura de cinco a dez minutos, é conduzida por um único juiz, que fica dentro do tablado, acompanhando os lutado-
res. Ele é auxiliado por um cronometrista, que se posiciona em uma mesa ao fundo, e por um mesário, que atualiza o placar. A
luta pode até ser vencida por quem está atrás no placar. Basta um golpe doloroso que faça o lutador bater três vezes no tata-
me ou no corpo do rival. “A finalidade do jiu-jítsu é fazer o adversário se render”, diz Moisés Muradi, presidente da Confedera-
ção Brasileira de Jiu-Jítsu Espor&vo.

Faixas

Da branca à marrom são 5 níveis de graduação: faixa lisa e mais 4 graus, sendo de responsabilidade do professor conceder es-
ses graus em cada uma dessas faixas. A faixa preta se subdivide em sete diferentes níveis de graduação: faixa preta lisa e mais
6 graus que serão concedidos exclusivamente pela IBJJF (Federação Internacional de Jiu-Jítsu Brasileiro). A faixa vermelha déci-
mo grau é conferida apenas aos pioneiros: Carlos, Oswaldo, George, Gastão e Hélio, conhecidos como irmãos Gracie.

LUTA COM INTELIGÊNCIA

No jiu-jítsu, explorar erros do oponente conta mais do que usar força e velocidade
TAE KWON DO
A luta coreana valoriza a defesa pessoal e o equilíbrio entre corpo, mente e é.ca

A origem desse esporte milenar está ligada à história da Coreia. No século I a.C., a península coreana era ocupada por três rei-
nos rivais: Goguryeo, ao norte, Silla, no sudeste, e Baekje, a oeste. Para ensinar os jovens de Goguryeo a lutar sem armas, fo-
ram criadas técnicas como o taekkyeon.

Além de usar os pés com rapidez e precisão, os alunos eram


instruídos em história, filosofia e esportes a cavalo. Ao longo do
processo de fusão dos três reinos, finalizado no século VII, os
moradores de Silla acrescentaram à arte marcial o uso das mãos
como defesa. Surgia assim o tae kwon do, que significa
“caminho dos pés e das mãos”. Com o início da Guerra da Co-
reia, nos anos 1950, o governo do sul reorganizou a luta e deu a
ela sua versão moderna, que seria transformada em esporte
olímpico nos Jogos de Sydney, em 2000.

No ataque

Mais fortes e longas que os braços, as pernas são fundamentais


para a&ngir o oponente

AP CHAGI

Um dos prim eiros movimentos ensinados aos iniciantes. É usa-


do para afastar o rival quando aplicado no abdômen ou derrubá
-lo acertando o

queixo.

HURYEO CHAGI

Giro com o pé muito violento. O golpe, pouco usado pelos mais


tradicionalistas, termina com o arco dorsal (parte de cima do pé)
acertando o rosto do adversário.

Na defesa

Para não apanhar, é importante dominar as técnicas de blo-


queio, baseadas no uso das mãos

WAE SUN PALMOK

Muito eficiente para blo quear chutes rápidos e outros ataques contra o torso. A vantagem do movimento é que ele devolve
parte da força aplicada pelo rival.

NAJUNDI MAKGI

A maioria dos movim entos de defesa começa com as mãos na altura dos quadris. Isto é fundamental para impedir chutes e
socos contra abdômen e pernas.

BENEFÍCIOS

Melhora o desempenho cardiovascular, aumentando a resistência Xsica e ainda es&mula o ganho de massa magra. Outra van-
tagem é que os treinos investem em exercícios de alongamentos, aumentando a flexibilidade do corpo.

Ves.menta

São três &pos de uniforme ou dobok. O mais tradicional parece um quimono. Uma jaqueta em V é adotada pela Federação
Mundial. Já os adeptos da Federação Internacional usam uma jaqueta com corte ver&cal no centro.
Faixas

Os graus são divididos em geups e dans. Cada geup corresponde a uma faixa colorida que é amarrada na cintura. Cada dan
corresponde à graduação de faixa preta que são divididas em 10, em ordem crescente. A trajetória da branca até a preta dura
no mínimo quatro anos.

Na cara

O tae kw on do valoriza os chutes altos, no rosto do oponente. A posição da perna e, principalmente, dos pés muda a intensi-
dade do impacto

OLIMPÍADA

A disciplina é u ma das duas artes marciais asiá&cas presentes no programa olímpico – a outra é o judô. A estreia oficial foi na
edição de Sydney, em 2000.

COMPETIÇÃO

As disputas acontecem em um tatame sinté&co, em combates com três rounds de dois minutos cada um, com um minuto de
descanso entre os rounds. Além do uniforme branco, os par&cipantes usam protetores de cabeça e tronco, um de cada cor:
vermelho e azul.

PROIBIDO

Não é permi&do agarrar, socar no rosto, a&ngir abaixo da linha da cintura ou empurrar adversário (estas prá&cas fazem o luta-
dor perder pontos).
SE FOR POTENCIA QUE VOCÊ DESEJA, A FLEXÃO EXPLOSIVA COM MEDICINE BALL
O AJUDARA A ADQUIRI UMA BOA DEFESA CONTRA QUEDA COM O TREINO DO
SPRAWL, MELHORA A SUA POTENCIA DO SEU SOCO E MELHORA A SUA CAPACIDA-
DE DE EMPURRA OS OPONENTES.

DICAS DE TREINAMENTO

1. Mantenha a mão afastada na largura de um ombro, se jogue em direção do chão, as-


sim que tocar no chão, faça um apoio. Como você quisesse volta a ficar em pé.

2. Use Medicine Ball de tamanhos diferentes, dependendo da sua disponibilidade de


equipamento;

3. Ficar na posição de pé não e obrigatório só depende da sua vontade.


Information
10 REGRAS PARA SER Technology SolutionsDE BOXE
UM GRANDE LUTADOR

Licença: CC Attribution-NonCommercial 2.0


Autor: Boxing AIBA

O
boxe, também apelidado de pugilismo, é um desporto de contacto e de
combate onde os praticantes usam os
punhos para se defender e atacar os re-
spetivos adversários. À semelhança de
outros desportos de contacto, como o Vale Tudo e o
Savate/boxe francês, entre outros, o boxe exige uma
grande resistência física e mental por parte dos seus
atletas e, como tal, tem regras específicas para os
ajudar a combater. Conheça 10 regras para ser um
grande lutador de boxe e mantenha-se sempre em
forma. Só assim é que conseguirá ir longe na modali-
dade e, claro, conquistar títulos.

Treine ao máximo os golpes e os movimentos principais do boxe


O boxe possui vários golpes característicos que devem ser treinados de forma
isolada para melhorar a técnica do respetivo boxeur, como: o jab ou golpe frontal; o
direto, conhecido como golpe frontal com o punho atrás; o gancho que é feito com o
movimento curvo do punho; o cruzado onde o alvo é a parte lateral da cabeça do ad-
versário; o jab direto realizado com as duas mãos e o upercut realizado de baixo para
cima, entre muitos outros. Para ser um grande lutador na história do boxe, deverá trei-
nar todos os dias (com um saco de areia por exemplo), dominar todos os golpes na
perfeição e realizar sequências específicas para deixar os adversários fora de com-
bate.

Aceite as ordens do seu mestre e treinador


Acatar as ordens do seu mestre e treinador vai ajudá-lo a ser um melhor lutador de
boxe. O seu treinador, mais do que ninguém, sabe as suas falhas e fraquezas, assim
como os seus pontos fortes. Dessa forma, é a pessoa indicada para lhe traçar um pla-
no de treino eficaz para melhorar a sua forma de combater. Oiça-o sempre com muita
atenção, pois as suas dicas costumam valer ouro nos momentos de decisão.

Faça desportos complementares


Um desporto de contacto exige sempre uma grande preparação física que, muitas
vezes, não é exclusiva à prática da modalidade. O boxe, por exemplo, é um desporto
que precisa que os músculos dos seus praticantes estejam bem trabalhados e aí não
há nada melhor que o trabalho que é desenvolvido nos ginásios. Por outro lado, é pre-
ciso ter uma grande resistência para aguentar todos os rounds de um combate e os ex-
ercícios de corrida são fundamentais para o conseguir.
Trabalhe a mente
O poder da mente durante um combate de boxe é extremamente importante e poderá
fazer a diferença entre ganhar ou perder. Invista em exercícios de meditação e de auto-
controlo para conseguir estar calmo e focado durante os combates.

Seja persistente
Não se fazem grandes lutadores de boxe em dois dias e a persistência é, sem dúvida,
uma das chaves do sucesso de qualquer desportista. Cabe-lhe a si insistir e ser persis-
tente nos treinos e treinar as suas falhas vezes sem conta para que elas desapareçam
ou não sejam notadas. Além disso, persistir onde se é mais fraco vai ajudá-lo a ser
mais determinado e confiante.

Trace objetivos e cumpra-os


Procure ser metódico no seu treino diário e nas suas tarefas normais do dia-a-dia, pois
assim irá cumprir uma rotina específica que o vai ajudar a melhorar o seu desempenho
enquanto lutador. Trace objetivos e cumpra-os e, no final, não se esqueça de fazer uma
avaliação dos resultados para ver se há espaço a melhorar.

Dê importância ao descanso
O corpo e a mente precisam de recuperar do esforço despendido nos treinos e nos
combates, logo, é de suma importância dar prioridade às horas de descanso e de lazer
para o restabelecimento do equilíbrio e das forças. Um corpo descansado e equilibrado
farão de si um melhor e mais ativo lutador.

Recorra aos serviços de um massagista


Os bons ginásios já oferecem este tipo de serviço. Assim sendo, recorrer a massagens
desportivas ou até mesmo de relaxamento promovem a boa saúde dos seus músculos
e podem ajudar no tratamento de lesões associadas a este desporto.

Trate bem das lesões


Sempre que tiver o infortúnio de sofrer uma lesão, adapte o seu treino e o seu modo de
vida a essa mesma circunstância para que a lesão não evolua mais. Não ignore as
dores por mais insignificantes que elas sejam, uma vez que essa pode ser a diferença
entre combater melhor ou acabar a carreira mais cedo.

Seja resiliente e resista ao stress


Na maior parte das vezes, o mais importante não é a força devastadora dos seus so-
cos, mas sim a resistência e a capacidade em receber os socos dos adversários. É im-
portante manter o foco e, mesmo em situações controversas, estar concentrado no
cumprimento dos seus objetivos.
RECEBERÁ PEDIDOS DE PROMOÇÃO DE GRAU

O Conselho Nacional de Graduação da Confedera-


ção Brasileira de Judô receberá a partir do mês de
O Muay Thai no Brasil agosto novos pedidos de promoção de grau que se-
está de luto. No dia rão avaliados ao longo dos meses de agosto, se-
12/07/2018, o corpo do tembro, outubro e novembro deste ano.
grão mestre Nélio Naja’, Entre as primeiras promoções outorgadas pelo no-
introdutor do Muay Thai vo Conselho destacam-se as graduações de dois,
dos três vice-presidentes da CBJ - Danys Queiroz,
em terras brasileiras, promovido ao 7º Dan e José Nilson Gama, promovi-
foi encontrado morto em do ao 6º Dan - e de quatro, dos 27 presidentes de
sua ‘casa’ no município Federações Estaduais: Luiz Gonzaga Filho
de Almirante Tamanda- (Femeju), promovido a 8º Dan; Alessandro Puglia
ré, região metropolitana (FPJudo), promovido a 7º Dan; Georgton Pacheco
(Fejet), promovido a 6º Dan; e César Paschoal
de Curitiba, no Estado
(FJMS), promovido ao 5º Dan. Todas essas promo-
do Paraná. ções seguiram os critérios estabelecidos no Regu-
Ainda de acordo com o lamento de Outorga.
Corpo De Bombeiros do "Eu não esperava. Quero agradecer ao Silvio pela
Paraná, Nélio Naja, promoção. Sei da responsabilidade que é essa gra-
duação. Tenho uma vida dentro do judô, de 53
nascido no Rio de Ja-
anos, não só dentro da gestão da Federação, mas
neiro e ex-paraquedista como atleta, como professor. Cada vez que você
da Aeronáutica morreu vive um momento como esse, de receber o 7º Dan,
por causas naturais. você sabe da responsabilidade e da cobrança que
vêm graduação. Queria também agradecer ao meu
Nélio Naja isolou-se por professor Sadao Fleming Mulero e à Confederação
conta de decepções e pela confiança também", concluiu Puglia.
falta de valorização à O novo Conselho de Graduação da CBJ tomou pos-
seu trabalho como pro- se em novembro de 2017 e reuniu-se pela primeira
fessor de artes marci- vez em fevereiro de 2018, em São Paulo, para es-
ais, morava sozinho em tudar e propor atualização do Regulamento Nacio-
nal Para Exame e Outorga de Faixas e Graus. O
uma casa simples cons-
grupo é presidido pelo professor Icracir Rosa e tem
truída por ele mesmo outros cinco membros: Denis Lima (PE), Aloísio
em Almirante Tamanda- Short Sobrinho (BA), Takeshi Miura (DF), Michiharu
ré. Sogabe (SP) e José Emílio Moreira (MA).
Foto: Lara Monsores/CBJ
WORLD TAEKWONDO FEDERATION
REALIZA DEMONSTRAÇÃO PARA O PAPA

Paranaense, Fabio Alberto, medalha de


prata no Mundial WAKO em Budapeste
2017, venceu por KO aos 2.50 do primeiro
round ao russo Aleksandr Stankov, no Tri-
este Fight Night em Trieste, Itália.

O Papa Francisco recebeu ho-


je no Vaticano um grupo de
atletas de Taekwondo, das du-
as Coreias, que deixaram uma
mensagem em favor da paz.
“Agradeço aos atletas corea-
nos pela sua exibição, que foi
uma manifestação de vontade
de paz, as duas Coreias jun-
tas. Foi uma mensagem de
paz para toda a humanidade,
Tuniko Feteira Jr, Anderson Buzika, Marcos Camilo, obrigado”, disse o pontífice,
Munil Adriano na Praça de São Pedro.

Anderson Buzika da Inside Gym venceu A histórica manifestação na


Marco Antonio da Academia Omnoi por Cidade do Vaticano, na pre-
Nocaute. E conquistou o Cinturão Nacio- sença de Sua Santidade o Pa-
nal do WBC Muaythai Brasil pa Francisco, demonstrou ain-
da mais o compromisso com a
paz através do taekwondo. Em
maio de 2017, o papa foi
agraciado com o título hono-
rário de 10º dan pelo presi-
dente do World Taekwondo,
Chungwon Choue, o Papa tam-
bém expressou seu interesse
nas atividades humanitárias
do THF.
FONTE: BANG
Floyd Mayweather venceu japonês por
nocaute em luta de exibição no Rizin 14
(Foto Getty Images)
COTOVELADAS NO MMA: UM PONTO DE VISTA MÉDICO

Por Rickson Moraes

A
liberação ou não do uso de cotoveladas no MMA tem sido um tema bastante re-
corrente desde que estas se tornaram a principal arma utilizada pelo campeão
dos meio-pesados do UFC, Jon Jones. Para responder a este questionamento,
temos que analisar tanto os aspectos médicos envolvidos como o aspecto técni-
co.
O objetivo de qualquer atleta de MMA, à semelhança de outros esportes de combate como
Jiu-Jítsu, Boxe, Muay Thai, Taekwondo e etc., é conseguir demonstrar sua superioridade
técnica e física em relação ao seu adversário. Dependendo das características de cada atle-
ta, esta superioridade pode ser alcançada através de técnicas de submissão, nocaute, no-
caute técnico, interrupção médica ou decisão por pontos. No início do então chamado Vale
Tudo, poucas eram as regras vigentes durante os combates, o que expunha os lutadores a
lesões e riscos bastante consideráveis. Com a profissionalização alcançada pelo esporte,
chegou-se à conclusão que a preservação da integridade física dos lutadores é tão impor-
tante quanto o objetivo final de vencer uma luta, o que fez com que novas regras fossem ne-
cessárias para esta finalidade. A partir daí, chegou-se à conclusão de que o nome Vale Tu-
do não traduzia mais a essência deste esporte, sendo criado o termo MMA.
Em relação às cotoveladas, o que evidenciamos é que elas causam muito frequentemente
lesões corto-contusas na face e no couro cabeludo. Estas lesões ocorrem principalmente
porque o cotovelo é uma região em que o osso se encontra muito superficial, sem a prote-
ção de partes moles como muscúlos ou uma camada de gordura mais espessa. A face e o
couro cabeludo, da mesma forma, possuem uma pequena proteção por esses tecidos, sen-
do sua pele mais frágil do que aquela que recobre o cotovelo. Sendo assim, no contato dire-
to entre os dois, geralmente a lesão de pele se dá não no cotovelo, mas sim na face e no
couro cabeludo.
Por serem a face e o couro cabeludo áreas muito vascularizadas, pequenos cortes têm o po-
tencial de causar sangramentos maiores do que em outras partes do corpo.
Pela proximidade com os olhos, estes sangramentos facilmente prejudicam a capacidade do
atleta de enxergar seu oponente e os golpes por ele desferidos, o que acaba por prejudicar
sua capacidade de resposta e defesa. Isto, por si só, já nivelaria “por baixo” as lutas, propici-
ando que atletas menos técnicos pudessem vencer por conta de um corte em seu oponente.
Já em relação ao volume de sangue, sabemos que a perda de até 10% do volume total de
sangue corporal dificilmente levará a complicações mais graves em jovens saudáveis.
Estas hemorragias decorrentes das lesōes corto-contusas nem de perto atingem este volu-
me. Sendo assim, causar estes sangramentos representa pouco risco.
Porém a proximidade com os olhos é que acaba por ser pre-
judicial.
Seria então o cotovelo o único vilão? À sua semelhança,
a parte anterior do joelho também tem um grande po-
tencial de causar estas lesōes, porém, ao se encaixar
uma joelhada de baixo para cima (por exemplo, no
clinch de muay thai), a velocidade do golpe vai diminuin-
do até o ponto em que o joelho encosta na face – além de
haver o próprio efeito da gravidade desacelerando o membro infe-
rior. No caso de golpes desferidos de cima para baixo, o efeito da gravida-
de tende a aumentar a velocidade do golpe, causando um impacto consideravelmente mais
intenso, aumentando os riscos destas lesōes.
Outro fator importante é que o cotovelo possui proeminências ósseas mais agudas do que o
joelho (que é mais plano), oferecendo assim um maior potencial de risco para lesões ocula-
res e fraturas de face, que tendem a ser mais graves e devem ser evitadas a qualquer custo.
Quando consideramos golpes desferidos pelas mãos, por exemplo, as luvas têm a função
de protegê-las e proteger também a face destes atletas, diminuindo as chances de cortes. O
mesmo se aplica aos chutes altos, já que a parte dorsal (peito) do pé é mais plana e mais
revestida por partes moles.
A última alteração, realizada em 2009 pela Comissão Atlética de Nevada, nas Regras Unifi-
cadas de Conduta do MMA (NAC-467), reforçou a consideração como ato faltoso o golpe
desferido de cima para baixo com a ponta do cotovelo (seção 10, NAC 467.7962), o que rea-
firma esta posição.
Finalizando, portanto, penso que os eventos de MMA que permitam cotoveladas, principal-
mente de cima para baixo, deveriam ter suas regras revistas, já que o objetivo de qualquer
esporte competitivo é a vitória de um oponente ou equipe sobre seu adversário, minimizando
sempre as chances de lesões e preservando a integridade física dos atletas. Este é o cami-
nho natural da profissionalização do esporte no Brasil e no mundo.
Nota do Editor: a parte médica deste artigo foi utilizada numa matéria para o site da Discovery
Channel Brasil, que também contou com o ponto de vista de um lutador (Antonio Pezão), treina-
dor (Andre Benkei), promotor (Wallid Ismail) e comentarista (Luciano Andrade). Confira o debate
completo em http://esportes.discoverybrasil.uol.com.br/cotoveladas-no-mma-perigosa-ou-
apenas-efeito-visual-nas-lutas.

Rickson Moraes é ortopedista (CRM-RJ 71152.7) pós-graduado em traumatologia desportiva do


Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), médico do Jungle Fight Championship e
faixa preta de jiu-jítsu.

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