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CURSO DE FORMAÇÃO DE
TÉCNICOS EM
TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS
T.T.I.
Ao apresentar o imóvel ao cliente, que é uma criatura ética, social, política, econômica
e psicológica, é imprescindível que ele detenha completo domínio do assunto e do
objetivo que pretende atingir — a comercialização, processo no qual tem assegurada,
por força da legislação, não só a participação, como e principalmente a exclusividade
para a venda e a locação1. É importantíssimo ainda frisar que o Corretor Imobiliário é
possuidor do título de "Técnico em Transações Imobiliárias", o qual deve ser obtido em
curso especializado.
O Novo Código Civil Brasileiro, que entrou em vigor no dia 11 de janeiro de 2003,
prestigiou ainda mais o Corretor ao exigir, nas transações imobiliárias, a lavratura, de
forma clara e objetiva, de um contrato contendo os pontos mais marcantes da
transação a ser feita entre o proprietário do imóvel e o Corretor, fixando honorários e
autorizando o recebimento de valores iniciais, honorários e demais valores
autorizados, como anúncios e outras despesas contratuais.2
Deve-se salientar, a propósito, que o Código Civil de 1916, que vigorou até o início de
2003, nada dispôs em seus 1807 artigos sobre o contrato de mediação ou, como é
também denominado, contrato de corretagem. O Código Comercial3 de 1850 foi o
primeiro diploma legal a tratar da corretagem, porém em nenhum momento disciplinou
sobre o contrato, limitando-se a regulamentar, em caráter geral, a profissão dos mais
diversos corretores, abordando em seus artigos 36 a 67, seus direitos e suas
obrigações. Uma lacuna legal fora deixada pelo Código Comercial e pelo Código Civil
de 1916 quanto ao Contrato de Corretagem, a qual somente foi sanada pelo novo
Código Civil promulgado pela Lei 10.406.
O artigo 722 do novo Código dispõe que "pelo contrato de corretagem, uma pessoa,
não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer
1
Lei Nº 6.530 de 12 de maio de 1978 e decreto Nº 81.871 de 29 de junho de 1978. V. site do Sindimoveis
Est. RJ
2
ANTUNES JUNIOR, Antonio Carlos. Contrato de corretagem no novo Código Civil. Jus Navigandi,
Teresina, ano 8, n. 64, 1 abr. 2003. Disponível em: http://jus.uol.com.br/revista/texto/3901. Acesso em: 9
jan. 2011.
3
Lei Nº 556, de 25 de junho de 1850.
Este dispositivo do Código Civil não foi bastante para o legislador se convencer de
que, deste modo, estaria assegurada a tranquilidade do cliente. Em consequência, a
19 de maio de 2010 foi promulgada a Lei n° 12.236, ampliando a responsabilidade dos
corretores nas transações imobiliárias. Onde se lia "O corretor é obrigado a executar a
mediação com a diligência e prudência que o negócio requer", o complemento "que o
negócio requer" foi suprimido. Além disto, em ―deve, ainda, sob pena de responder por
perdas e danos, prestar ao cliente todos os esclarecimentos que estiverem ao seu
alcance, acerca da segurança ou risco do negócio, das alterações de valores e do
mais que possa influir nos resultados da incumbência", foi eliminada a
complementação "que estiverem ao seu alcance".
Com essas modificações, a legislação ficou mais severa para o Corretor4, que já não
poderá argumentar, por exemplo, que determinada informação sobre o negócio não
estava ao seu alcance, e efetivamente responderá, em qualquer instância, por
qualquer coisa que não houver sido informada ao cliente, podendo ser processado por
perdas e danos.
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos como conseqüência
imediata das conclusões da experiência de Elton Mayo em Hawthorne. Uma das
contribuições desta teoria foi o desenvolvimento da abordagem Gestão Administrativa
ou processo administrativo, que mencionou pela primeira vez em administração como
disciplina e profissão. Outra de suas contribuições foi a identificação das quatro
funções da Administração: Planejar, Organizar, Controlar, e Coordenar.
Sociabilidade e associalidade6
Pelo fato de vivermos em sociedade, oferecemos aos outros uma imagem de nós
mesmos, assim como formamos conceito sobre cada uma das pessoas que
conhecemos, ou seja, cada um de nós tem um conceito das pessoas que conhece e
cada uma delas tem um conceito de nós. Assim como depositamos em cada pessoa
conhecida um capital de estima maior ou menor, temos com ela também a nossa cota,
de acordo com o nosso desempenho pessoal e social.
Existem pessoas mais abertas e extrovertidas, que comunicam com facilidade suas
impressões e estão sempre dispostas a receber as mensagens dos outros. São as
pessoas que consideramos comunicativas e sociáveis.
6
Baseado em Apostila-Relacoes-Interpessoais-e-Etica-Profissional - www.scribd.com/.../
7
O oposto de sociabilidade é insociabilidade, assim como o oposto de sociável é insociável.
Processo grupal
Participar de um grupo não significa ter as mesmas idéias, mas participar de uma
construção conjunta, consensual, pressupondo a necessidade de abertura às idéias
alheias e capacidade de aceitação.
Uma vez satisfeita esta necessidade de inclusão, a atenção do indivíduo se dirige para
a influência e o controle, consistindo na definição, pelo próprio indivíduo, de suas
responsabilidades no grupo e também as de cada um dos que o formam, ou seja,
sentir-se responsável por aquilo que constitui o grupo, suas estruturas, suas
atividades, seus objetivos, crescimento e progresso.
8
MINICUCCI, Agostinho. Dinâmica de Grupo – Teorias e Sistemas, e BOCK, Ana Maria et alii.-
Psicologias.
Os objetivos do grupo irão sempre prevalecer aos motivos individuais e, quanto mais o
grupo precisar garantir sua coesão, mais ele impedirá manifestações individuais que
não estejam de acordo com seus objetivos. Para Minicucci, o aprendizado do trabalho
social de grupo é a primeira meta do trabalho grupal. O indivíduo tem de experimentar,
errar, aprender, até que se comporte adequadamente e, para atingir esse
desenvolvimento, conta com a colaboração dos outros.
Tipos de grupos
Alguns tipos de grupos podem ser caracterizados, de acordo com os objetivos de seus
membros:
Grupo de Treinamento
- ênfase no aprimoramento das habilidades
- assunto de discussão não definido
- é um processo de desenvolvimento
- visa à aprendizagem
Grupo de Terapia
- ênfase no trabalho interior
- membros com problemas de comportamento
- razões íntimas que analisam por que a pessoa age de certa maneira
- análise da razão de os problemas íntimos tolherem a atuação do indivíduo em
grupo.
Grupo de ação
– nasce da necessidade de colaboração com os outros nas decisões e no
planejamento de certos tipos de trabalho que não podem ser executados
individualmente. Objetivo = produtividade coletiva. Ex: grupos de mutirão, campanhas
humanitárias etc.
De modo geral, os indivíduos entram em determinado grupo para satisfazer a duas
classes básicas de necessidade: de aprender e de atuar com os outros. Embora haja
predominância de uma ou outra necessidade, não é possível falar em grupos puros,
seja de aprendizagem, seja de ação.
Grupo Operativo
Pichon-Rivière desenvolveu uma abordagem de trabalho em grupo
denominada ―grupos operativos‖. Esse tipo de grupo caracteriza-se por estar centrado
de forma explícita em uma tarefa específica. O grupo operativo configura-se como um
modo de intervenção, organização e resolução de problemas grupais. A técnica
operatória (operativa) nasce, assim, para instrumentar a ação grupal e caracteriza-se
por estar centralizada na tarefa. O conjunto de integrantes do grupo aborda as
dificuldades que se apresentam em cada momento da tarefa, logrando situações de
esclarecimento. Sejam quais forem os objetivos propostos aos grupos (diagnóstico
institucional, aprendizagem, planificação, criação, etc.), a finalidade é que seus
integrantes aprendam a pensar em uma co-participação do objeto do conhecimento,
entendendo que pensamento e conhecimento não são fatos individuais, mas
produções sociais
Podemos também dizer que um grupo de trabalho é a união de duas ou mais pessoas
que interagem umas com as outras e dividem algumas tarefas, visando objetivos
interrelacionados. O conceito de papel subentende que nem todas as pessoas em um
grupo têm a mesma função ou propósito; seus encargos e responsabilidades são
diferentes.
Quaisquer que sejam os objetivos do grupo, ele não deve ser considerado um
organismo fechado em si, pois está inserido em um contexto social com o qual
mantém ligações. O grupo nunca pode esquecer a comunidade à qual está ligado,
pois ela condiciona seu funcionamento e traça parte de suas características.
Crescimento do grupo
Sempre que um grupo diverso de pessoa se reúne para trabalhar em equipe, suas
idéias sobre como realizar o trabalho serão diferentes. Provavelmente haverá conflito.
Para a maioria das pessoas o conflito não é uma experiência positiva, porque se
sentem incomodadas, mas não deveria ser assim. Quando as pessoas compreendem
que é possível transformar o conflito em oportunidade, o trabalho não é interrompido,
mas é necessário que exista cooperação e confiança entre os membros do grupo para
que a energia resultante do conflito gere bons resultados. Quando os membros da
equipe confiam uns nos outros, o conflito torna-se uma oportunidade para estimular
novos pensamentos e idéias criativas.
Está aí parte da explicação das causas de simpatia e antipatia que sentimos diante de
novas relações humanas. Quando a linguagem do corpo de alguém nos transmite
conflito com os nossos interesses, sentimos a desarmonia ao nosso redor, e isso nos
impele a adotar uma postura rígida, a nos isolarmos dentro do grupo, ou a
manifestarmos desaprovação e agressividade, entre outras reações. A reação de cada
indivíduo em um contexto desfavorável – seja no meio social ou de trabalho – vai ser
A influência da personalidade
Assim sendo, a personalidade diz respeito à totalidade daquilo que somos, não
apenas hoje, mas do que fomes e do que aspiramos ser no futuro. Implica, também,
que esse modo de ser só pode ser entendido dentro de um contexto sócio-histórico,
geográfico e cultural. Concebida como o conjunto de traços psicológicos com
propriedades particulares, relativamente permanentes e organizados de forma própria,
a personalidade se revela na interação do indivíduo com o meio. Cada pessoa tem um
padrão único de características de personalidade, existindo uma consistência
psicológica que perdurará, permitindo uma identificação e uma organização de traços
psicológicos que interagem entre si.
A maioria das pessoas tem uma ―teoria implícita‖ a respeito da personalidade humana,
isto é, um conjunto de crenças e inferências acerca da personalidade dos outros. Em
geral, a partir de um traço atribuído, faz-se inferência de muitos outros, sem qualquer
informação a respeito. Por exemplo, ao inferir que uma pessoa é inteligente,
possivelmente outros atributos como ―competente‖, ―criativo‖, ―eficiente‖ e outros
traços não necessariamente relacionados serão atribuídos ao indivíduo. Essa
tendência de alastrar a positividade ou negatividade é chamada pelos estudiosos de
efeito de halo. Supõe-se que as categorias que compõem a teoria implícita da
personalidade se formam em função das características que cada um julga
importantes, estando implicada neste caso a questão da complexidade cognitiva. Ou
seja, quanto mais maduro e complexo o indivíduo, ou mais sofisticado cognitivamente,
possivelmente mais apto estará para apreciar as muitas dimensões e paradoxos da
personalidade individual.
Estresse e conflito
Spector9 utiliza o termo ―estafa‖ para se referir à situação de desgaste psicológico que
um funcionário pode experimentar, envolvendo baixa motivação, depressão e pouca
energia e entusiasmo no desempenho das funções, o que ocorre com freqüência com
funcionários em trabalho intenso com outras pessoas.
9
SPECTOR, Paul E - . Psicologia nas organizações
O papel da comunicação
Comunicação é, antes de tudo, interação, diálogo, tornar comum. Não pode ser
confundida com a simples transmissão unilateral de informações. A comunicação
humana só existe quando se estabelece entre duas ou mais pessoas um contato
psicológico, e há bloqueio quanto à mensagem não é captada e a comunicação
interrompida, sendo um dos problemas básicos em comunicação a diferença de
significado entre o que foi captado de uma mensagem e o que o transmissor quis
exatamente transmitir.
O processo de comunicação pode ser definido de uma forma mais simplificada como
uma atividade humana caracterizada pela transmissão e recepção de informações
entre pessoas ou, ainda, como o modo pelo qual se constroem e se decodificam
significados a partir das trocas de informações geradas. Em ambos, o processo de
comunicação sinaliza, ao mesmo tempo, um comportamento instrumental e uma
atividade simbólica resultante da interação social.
É preciso que haja uma relação entre atores comunicantes, que assumem posições
alternadas, ora como emissores, ora como receptores. Esta alternância de papéis é
justificada pela circularidade do processo de interação. A interação significa troca
mútua. Logo, além da ação de codificação /decodificação, o processo de comunicação
só se constitui enquanto tal na medida em que aconteça o feedback da mensagem e
que este desencadeie nova ação de significação.
Faz algum tempo, procedeu-se ao estudo dos gestos com base na idéia de que o ser
humano não fala apenas com as palavras, mas também com seu corpo. A analogia
entre os gestos e a língua repousa em certo tipo de lógica, que começa pela
observação de que os usos corporais variam segundo os povos e as culturas: assim
como as línguas faladas no mundo, as práticas gestuais diferem segundo o lugar e a
época. A imagem que nós transmitimos através dos sinais corporais exerce um efeito
sobre as demais pessoas, e esse efeito pode vir a ser importante na vida cotidiana.
Existe alguma forma de evitar esta barreira? A comunicação verdadeira ocorre, e esta
tendência de avaliação é evitada, quando ouvimos com compreensão. Isto significa
ver a idéia expressa e a atitude do ponto de vista de outra pessoa, perceber como ela
a sente, para alcançar seu quadro de referências com relação ao assunto do qual ela
está falando: é o ouvir compreendendo.
Na concepção dos especialistas, se nós podemos ouvir o que o outro está
dizendo, se podemos entender como isto parece para ele, se podemos ver o sentido
pessoal que tem para ele e sentir o sabor emocional que tem para ele, então
estaremos desencadeando forças potentes de mudanças nele e em nós mesmos.
Compreender com uma pessoa e não sobre ela - é uma abordagem tão eficiente que
pode desencadear grandes mudanças na personalidade.
Se formos capazes de ver o ponto de vista do outro, nossos próprios pontos de vista
serão obrigatoriamente revisados. Isto possibilitará constatar que a emoção não será
mais a tônica da discussão; as diferenças serão reduzidas, e aquelas diferenças que
permanecem serão do tipo racional e compreensível. Esta forma de abordagem é uma
via efetiva para boa comunicação e bons relacionamentos, porém certamente não é
fácil de ser realizada. É justamente quando as emoções estão mais fortes que é mais
difícil alcançar o quadro de referências de outra pessoa ou grupo. No entanto, é
justamente neste momento que a atitude mais necessária se a comunicação deve ser
estabelecida.
Para Platão, o mal não existia por si só, sendo apenas um reflexo imperfeito do real,
que é o bem, elemento essencial da realidade. Afirmava ele que, na alma humana, o
intelecto tem que ser soberano, figurando a vontade em segundo lugar e as emoções
em terceiro, sujeitas ao intelecto e à vontade. Aristóteles considerava a felicidade a
finalidade da vida e a conseqüência do único atributo humano, a razão. As virtudes
Uma das maiores contribuições à ética foi a de Immanuel Kant, em fins do século
XVIII. Segundo ele, a moralidade de um ato não deve ser julgada por suas
conseqüências, mas apenas por sua motivação ética. Kant partiu do pressuposto que
a razão guia a moral e que três são os pilares em que se sustenta: Deus, liberdade e
imortalidade. Porém, adverte que a simples inclinação para o cumprimento da lei, por
respeito, não é o exercício de uma vontade para si mesmo. Sem liberdade não pode
haver virtude e sem esta não existe a moral, nem pode haver felicidade dos povos,
porque também não pode haver justiça. Para Kant, quando alguém cumpre um dever
ético por interesse, pode até lucrar com isto, mas não pode receber a classificação de
virtuoso. As teses do utilitarismo, formuladas por Jeremy Benham, sugerem o princípio
da utilidade como meio de contribuir para aumentar a felicidade da comunidade. Já
para Hegel, a história do mundo consiste em "disciplinar a vontade natural
descontrolada, levá-la a obedecer a um princípio universal e facilitar uma liberdade
subjetiva".
O desenvolvimento científico que mais afetou a ética, depois de Newton, foi a Teoria
da Evolução, apresentada por Charles Robert Darwin. Suas conclusões foram o
suporte documental da chamada ética evolutiva, do filósofo Herbert Spencer, para
quem a moral resulta apenas de certos hábitos adquiridos pela humanidade ao longo
de sua evolução.
Friedrich Nietzsche explicou que a chamada conduta moral só é necessária ao fraco,
uma vez que visa a permitir que este impeça a auto-realização do mais forte. Bertrand
Russell marcou uma mudança de rumos no pensamento ético das últimas décadas.
Reivindicou a idéia de que os juízos morais expressam desejos individuais ou hábitos
aceitos. A seu ver, seres humanos completos são os que participam plenamente da
vida social e expressam tudo que faz parte de sua natureza.
João Baptista Herkenhoff apresenta a seguinte definição sobre o que seriam normas
éticas: "São normas que disciplinam o comportamento do homem, quer o íntimo e
subjetivo, quer o exterior e social. Prescrevem deveres para a realização de valores.
Não implicam apenas em juízos de valor, mas impõem a escolha de uma diretriz
considerada obrigatória, numa determinada coletividade. Caracterizam-se pela
possibilidade de serem violadas."
Sem perder sua autonomia científica, a Ética tem ligações muito fortes com as
doutrinas mentais e espirituais. Os estudos científicos da mente chegaram a
conclusões comuns no que tange à influência dos conhecimentos adquiridos nas
primeiras idades. Desta forma, mesmo admitindo-se mudanças por força de outras
influências, o campo da infância é mais fértil que o de outras idades para sua
formação moral. É nesta fase que se deve estimular virtudes e repelir toda a tendência
para o vício, sustentando os princípios éticos que irão norteá-la quando adulta.
Portanto, segundo esta teoria, a principal usina de moldagem das consciências é o lar
e a escola.
Ética e Direito
10
Exemplo disto é a Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro (Dec.lei 4657, de 04 set. 1942)
11
V. Revista Brasileira de Ciências Criminais, S. Paulo, ano 4 n.16 – Do narcisismo das elites
ao narcisismo das massas, artigo de Maria Rita Khel.
ÉTICA DO CORRETOR
―Art 20. Ao Corretor de Imóveis e à pessoa jurídica inscritos nos órgãos de que
trata a presente lei é vedado:
I - prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses que lhe forem confiados;
Il - auxiliar, ou por qualquer meio facilitar, o exercício da profissão aos não
inscritos;
III - anunciar publicamente proposta de transação a que não esteja autorizado
através de documento escrito;
IV - fazer anúncio ou impresso relativo à atividade de profissional sem
mencionar o número de inscritos;
V - anunciar imóvel loteado ou em condomínio sem mencionar o número de
registro do loteamento ou da incorporação no Registro de Imóveis;
VI - violar o sigilo profissional;
VII - negar aos interessados prestação de contas ou recibo de quantias ou
documentos que lhe tenham sido entregues a qualquer título;
VIII - violar obrigação legal concernente ao exercício da profissão;
IX - praticar, no exercício da atividade profissional, ato que a lei defina como
crime ou contravenção;
X - deixar de pagar contribuição ao Conselho Regional.‖
Fortalecido com a edição da promulgação da Lei n° 6.530 e do Decreto n°
81.871/1978, o Conselho Federal de Corretores de Imóveis cuidou de estabelecer o
Código de Ética Profissional através da Resolução n° 326, de 25 de junho de 1992,
vigente nos dias atuais. Reza ela o seguinte:
É imperioso ressaltar, ainda, que o novo Código Civil veio efetivamente resguardar o
profissional ao estabelecer que uma pessoa, não ligada a outra em virtude de
mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se
Esta situação torna extremamente atual uma entrevista concedida ao matutino carioca
―O Jornal‖ em 12 de novembro de 1942 por Nelson Mendes Caldeira, um dos pioneiros
da profissão:
―Com o desenvolvimento urbano do Rio de Janeiro e de São Paulo, surgiu uma nova
profissão: a do corretor de imóveis. Não estranhe a afirmação; se me refiro a uma
nova profissão é porque, realmente, o corretor hoje tem poucos pontos de contato com
o que em épocas passadas servia de intermediário nas transações imobiliárias. E é
lógica a evolução. As transações tomaram um impulso irreprimível. Avolumaram-se.
Passaram a ser orientadas por novos processos. Do novo embate entre velhos
sistemas, empíricos com teias de aranha, e as inovações que o progresso impôs,
surgiram novas praxes, novos regulamentos, nova técnica.
―A época de hoje fez nascer essa profissão, nobre pela responsabilidade e capacidade
que fundamentam, importante pelos encargos que a sociedade lhe atribui. Ou o
corretor tem possibilidades morais, técnicas e intelectuais para exercê-la - ou não
serve para a profissão, e deve escolher outra".
12
Art. 422 - Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como
em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
―Sempre, ao longo do tempo, faltava algum elemento para que o mercado progredisse
e atendesse tanto as necessidades dos incorporadores, bem como as do mercado
imobiliário‖ – observa ele.
―Quando havia produto, faltava crédito e uma política econômica viável para atender
as necessidades.
―Via de regra, aos longos dos anos, só se conseguiu atender as camadas sociais mais
abastadas, sendo que as demais sempre ficaram à margem e muitas vezes não eram
atingidas.
―Pela primeira vez existe uma política econômica estável, com uma valorização do
poder de compra das classes menos favorecidas, uma estrutura bem formalizada nos
crescimentos, com a inflação do País controlada e com perspectiva de melhoras nos
próximos anos.
―Pela primeira vez também ouvimos que estamos atraindo capital estrangeiro para
investimento no País, recursos estes sérios e não especulativos, quando na primeira
oscilação do mercado internacional, o capital se retirava mais rápido do que havia
entrado.
―Hoje, estamos entrando na melhor era do mercado imobiliário, com uma política
econômica e inflação controlada, com um projeto econômico focado na habitação
popular (Minha Casa Minha Vida), com taxas de juros reais favorecidas para atender
estes programas e possibilitando a uma camada social, que até então não tinha como
comprar seu imóvel, adquiri-los.
―Saber escolher bem um terreno, realizar uma pesquisa adequada para ver a vocação
do mesmo, que tipo de produtos e projetos ele poderá receber, bem como desenvolver
uma campanha de marketing adequada para no lançamento imobiliário do mesmo as
vendas sejam um sucesso, e que isso não seja resultado do acaso, mas sim de um
planejamento, essencial no mercado imobiliário.
―Importante saber que num mercado que provavelmente crescerá de 10% a 20% nos
próximos anos, profissionalizar ou não suas equipes será a diferença entre fracassar
ou não.
―O importante no profissional de hoje não é somente fazer, mas também saber como,
quando, onde e porque fazer.
―Além disso, quando o mesmo se expressar, deve saber o que falar e sobre que
aspecto, qual mensagem passar e qual meio de comunicação utilizar.