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SAÚDE

Uso de anabolizantes é
problema de saúde pública
Campanha alerta sobre riscos do uso indiscriminado de substâncias
para ganho de massa muscular
08/08/2018 às 14:22 - por Assessorias

A busca por melhor desempenho no esporte e, principalmente, a conquista da


beleza e um corpo perfeito fomentam o uso indevido de esteroides
anabolizantes e similares (EAS). Estimativas apontam para um volume de 6,8
milhões de usuários de EAS no Brasil - "um número certamente subestimado,
visto a clandestinidade da compra e a prescrição não científica ou antiética
das substâncias", afirma Silmara Leite, presidente da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná (SBEM-PR).
Esteroides anabolizantes são drogas geralmente derivadas da testosterona
(hormônio sexual masculino), que promovem o crescimento e a divisão
celular, desenvolvendo tecidos, especialmente o muscular e ósseo. Embora
não sejam consideradas substâncias ilícitas, só deveriam ser receitadas por
médicos para reposição hormonal ou para tratamentos de saúde em que o
fortalecimento muscular e ósseo é necessário.
Os resultados rápidos no rendimento esportivo, perda de massa gorda e
aumento de massa magra conquistam cada vez mais adeptos, que fazem uso
dessas substâncias sem qualquer conhecimento sobre os danos que causam à
saúde. Nas mulheres, o uso de esteroides anabolizantes causa efeitos
secundários como aumento de pelos, irregularidade menstrual, aumento de
apetite, engrossamento da voz e diminuição nos seios. Nos homens,
aparecimento de mamas, redução dos testículos, impotência, redução de
espermatozoides e calvície. “Dependendo da quantidade e tempo de uso, os
danos causados são irreversíveis”, revela Silmara.
A médica alerta ainda para consequências mais graves, como tumores,
distúrbios da função do fígado, coágulos no sangue, retenção de líquidos,
aumento da pressão arterial, agressividade, dependência química, paranoia,
alucinações, psicose e até mesmo a possibilidade de suicídio. “Além de todos
esses efeitos colaterais, ainda há o risco de adquirir doenças transmitidas pelo
compartilhamento de agulhas contaminadas, como AIDS e hepatite, e a
predisposição a iniciar o consumo de outras drogas ilícitas”, complementa
Silmara.
Campanha
Com o objetivo de conscientizar a população e orientar as formas de
reabilitação dos usuários, foi criada a campanha de comunicação
#BombaTôFora. O projeto, desenvolvido pelo Núcleo de Endocrinologia do
Exercício da Medicina Esportiva da UNIFESP e pela agência Y&R, conta com o
apoio piloto da Universidade de Caxias do Sul, da Sociedade Brasileira
de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e de suas regionais no Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul, da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte
e do Exercício (SBMEE), da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), da
Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e da Autoridade Brasileira de
Controle de Dopagem (ABCD).
Os principais prejuízos causados pelo uso de EAS são temas de peças
publicitárias veiculadas em mídias impressas, eletrônicas e digitais. “Foi com
imenso prazer que a SBEM-PR aceitou apoiar essa importante campanha, pois
o nosso papel é levar informação ao público e colaborar com a sociedade”,
comenta Silmara. “Durante o mês de agosto, vamos compartilhar a campanha
em nossas redes sociais e contamos com a participação da população na
propagação do conteúdo”.
Indicação e tratamento
Esteroides anabolizantes nem sempre são vilões. Esses hormônios podem ter
uso clínico em muitos casos, como em uma reposição hormonal necessária ou
para ajudar pessoas que precisam recuperar peso ou massa muscular e óssea.
Pacientes com câncer, AIDS ou vítimas de acidentes que precisem de
reconstrução de tecidos são alguns dos possíveis beneficiados pelo uso das
substâncias. “O que faz do esteroide um veneno é o objetivo do uso,
quantidade utilizada e procedência da substância. Nos casos em que há
indicação, quem deve prescrever e acompanhar o uso de anabolizantes é o
médico endocrinologista”, ressalta a presidente da SBEM-PR.
Ajuda médica também é fundamental para quem busca reverter danos.
Quanto antes o usuário suspender o uso de esteroides anabolizantes, melhores
as chances. Por isso, campanhas de conscientização e o papel de familiares e
amigos nessas situações pode ser decisivo.

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