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VII SRST – SEMINÁRIO DE REDES E SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES

INSTITUTO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES – INATEL


ISSN 2358-1913
SETEMBRO DE 2017

Análise entre OFDM e GFDM


Lucas Otávio Santiago de Morais1, Estevan Marcelo Lopes2

TABELA I
Abstract—This paper develops an analysis between OFDM and LINHA CRONOLÓGICA DOS PRINCIPAIS EVENTOS DO OFDM.
Fonte: Rocha, C. A.: INATEL, 2007 [3].
GFDM technologies, regard their characteristics and applications.
Providing a brief description and history of the modulations, a
FASE ANO EVENTO
study of its advantages, disadvantages and technical aspects is
1958 KINEPLEX – MODEM para uso militar
performed, in order to prove a few reasons that make the GFDM Fase de
1966 Publicação do artigo de Chang
an option for 5G. implantação do
1967 KATHRYN – MODEM de taxa variável
Index Terms—Analysis, GFDM, OFDM, 5G. OFDM analógico
1970 Emissão de patente do OFDM nos EUA
1971 USO da DFT para gerar o OFDM
Resumo—Este artigo desenvolve uma análise entre as Fase de estudos 1980 Introdução do prefixo cíclico
tecnologias OFDM e GFDM, no que diz respeito às suas do OFDM digital 1985 Estudo da recepção móvel
características e aplicações. Apresentando uma breve descrição e 1991 Estudo do uso do OFDM para ADSL
histórico das modulações, é realizado um estudo das suas 1995 DAB, áudio digital na Europa
vantagens, desvantagens e aspectos técnicos, para se comprovar 1997 DVB-T, TV Digital na Europa
Fase de
alguns dos motivos que fazem o GFDM uma opção para o 5G. 1998 ISDB-T, TV Digital no Japão
implementação
Palavras chave—Análise, GFDM, OFDM, 5G. 1999 Hiperlan/IEEE820.11, redes sem fio
do OFDM digital
2002 Estudo do OFDM em redes fixas
2004 Wi-Max

I. INTRODUÇÃO
A técnica OFDM (Orthogonal Frequency Division
Multiplexing) se baseia na transmissão de um único fluxo de
dados através de subportadoras de baixa taxa, se configurando
como um tipo especial de MCM (Multicarrier Modulation), ou
seja, uma forma de modulação de múltiplas portadoras [1].
A motivação para empregar esta técnica é aumentar a
robustez contra o desvanecimento seletivo de frequência e a
interferência de banda estreita [1]. Em um sistema com apenas
uma portadora, uma interferência pode afetar toda a
informação, mas, em um sistema de múltiplas portadoras,
apenas uma porcentagem de subportadoras serão afetadas [2].
A investigação para obtenção do OFDM passou por diversos
Fig. 1. Introdução do prefixo cíclico.
estágios. Um dos pontos de destaque foi a utilização do Fonte: Alves, B. M.: INATEL, 2014 [4].
algoritmo da transformada rápida de Fourier, também
conhecido como FFT (Fast Fourier Transform), definindo a A técnica GFDM (Generalized Frequency Division
entrada do OFDM na era digital [3]. Multiplexing) se baseia na modulação de blocos independentes,
Em 1980, conforme apresentado na Tabela I, um dos sendo que cada bloco possui um número de subportadoras e
principais eventos foi a introdução de um prefixo cíclico no subsímbolos [5]. As subportadoras são filtradas
símbolo, ilustrado pela Figura 1, minimizando a interferência individualmente utilizando convolução circular [6], através de
entre as subportadoras [3], denominada IIP (Interferência um filtro que desloca circularmente no domínio do tempo e da
Interportadora) [4], e permitindo a preservação da frequência. Esta filtragem remove a ortogonalidade entre as
ortogonalidade [3]. subportadoras, ocorrendo o surgimento da IIS (Interferência
Intersimbólica) e da IIP, mas que podem ser eliminadas com a
utilização de técnicas de recepção eficientes [5], [7].

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de


Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado de
Pós-Graduação em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicações.
Orientador: Prof. Dr. Estevan Marcelo Lopes. Trabalho aprovado em 06/2017.
O processo realizado nesta modulação reduz as emissões fora Modulation) para evitar a geração de interferências [15], ou
da faixa, tornando viável a fragmentação e alocação dinâmica com a STC (Space-Time Coding) para alcançar diversidade na
do espectro, permitindo assim a utilização de transmissores transmissão e na recepção [5].
mais simples que os OFDM, que dispensam processos de
sincronização [5], [7]. III. VANTAGENS E DESVANTAGENS
O GFDM foi introduzido pela primeira vez em 2009, por Muitos dos padrões de comunicação digital hoje em dia
Bittner, Fettweis e Krondorf [8]. Justamente por não utilizar o utilizam o OFDM como interface aérea devido à sua
princípio da ortogonalidade, a técnica possibilita uma maior flexibilidade e robustez a canais seletivos em frequência [4].
flexibilidade para a geração da forma de onda, sendo assim uma Nestes canais, algumas frequências sofrem uma atenuação
das opções para implantação do 5G, que demanda uma camada maior do que outras [16], conforme ilustrado na Figura 2, onde
física flexível e que procura atender diversos requisitos [6], que H(f) é a resposta em frequência do canal. O sinal transmitido,
serão citados no decorrer deste artigo. cuja frequência está representada por S(f), sofre degradação se
O objetivo deste trabalho é realizar uma análise entre as a sua largura de faixa for maior que a banda de coerência do
tecnologias OFDM e o GFDM, detalhando as vantagens e canal [16], o que ocorrerá no caso representado na Figura 2 (a).
desvantagens de cada uma e as suas características relacionadas
aos cenários estipulados para o 5G.
O artigo aborda na segunda seção as aplicações das duas
técnicas, na terceira as suas vantagens e desvantagens e na
quarta os requerimentos do 5G e seus cenários. Finalizando o
artigo, é apresentada a conclusão com os resultados.

II. APLICAÇÕES
A técnica OFDM foi utilizada no padrão europeu de
Fig. 2. Ilustração da seletividade em frequência do canal em sistemas com uma
radiodifusão de áudio digital terrestre, DAB (Digital Audio
única portadora (a) e múltiplas portadoras (b).
Broadcasting) [9], que utiliza D-QPSK (Differential Fonte: Alves, B. M.: INATEL, 2014 [4].
Quadrature Phase Shift Keying) nas portadoras evitando-se a
estimação do canal. Porém, a aplicação relevante se deu no A Figura 2 (a) ilustra um sistema com uma portadora única,
padrão europeu de radiodifusão de televisão digital terrestre, onde cada símbolo ocupa toda a banda de transmissão durante
DVB-T (Digital Video Broadcasting - Terrestrial) [10], no qual um intervalo de tempo de sinalização [16]. Na Figura 2 (b) são
há a possibilidade de obtenção de dois modos variando-se o ilustradas várias subportadoras, sendo que cada uma ocupa uma
número de portadoras, a taxa de correção de erros, ordem da banda pequena. É possível notar a diferença entre os dois
modulação, dentre outros [3]. sistemas, já que a seletividade em frequência afeta a informação
Outra aplicação de destaque é no ISDB-T (Integrated presente em todos os símbolos [16] em (a) e em (b) o
Services Digital Broadcasting - Terrestrial) [11], um padrão desvanecimento sofrido por cada subportadora é plano.
utilizado no Japão, similar ao DVB-T, que possui um melhor A técnica utilizada na Figura 2 (b) é a FDM (Frequency
desempenho em sistemas com recepção móvel [3]. Division Multiplexing), que foi aprimorada com a utilização de
A técnica também foi utilizada no IEEE.802.11a [12], uma subportadoras ortogonais entre si sobrepostas no domínio da
extensão em OFDM em torno de 5 GHz, originária dos EUA, frequência na técnica OFDM [4], fazendo com que a eficiência
permitindo diferentes combinações de modulação de portadora espectral baixa se tornasse elevada.
e taxa de correção de erro; no Hiperlan/2 (High Performance Porém, o OFDM apresenta algumas desvantagens, como
LAN – Type 2) [13], semelhante ao IEEE.802.11a, mas sendo elevada PAPR (Peak-to-Average Power Ratio), que é a razão
utilizado na Europa como uma especificação de rede sem fio; e entre a potência de pico e a potência média do sinal [4]. A PAPR
no ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line) [14], uma ocorre no caso de várias portadoras do sinal se somarem em
tecnologia utilizada em MODEMs (Modulator-Demodulator) fase, fazendo com que a amplitude do sinal seja elevada [4] e,
banda-larga de linhas telefônicas residenciais que possui vários consequentemente, esta razão média também seja elevada.
padrões, sendo o mais difundido o T1.413-1998 [14], que é Outras desvantagens da técnica são: a sua sensibilidade para
baseado em OFDM [3]. a IIP, a perda de eficiência espectral com a inserção do prefixo
No que diz respeito ao GFDM, a técnica já apresenta algumas cíclico, a IIS resultante quando a distribuição do atraso no canal
combinações para serem empregadas em padrões futuros. Por é mais longa que o tamanho do prefixo cíclico [7] e a alta
exemplo, sua forma de onda pode ser configurada para atingir emissão fora da faixa, que dificulta sua utilização em espectros
requisitos de baixa latência, sendo possível combinar com a fragmentados [4].
WHT (transformada de Walsh-Haddamard) para a obtenção de Além disso, o OFDM perde flexibilidade quando necessita
um alto desempenho em aplicações que necessitam de de uma sincronização precisa nas estações base para manter a
transmissões únicas [15]. ortogonalidade entre as subportadoras [7].
O WHT-GFDM é apenas um caso especial de uma técnica Já o GFDM, devido à utilização da filtragem, com
muito mais flexível, que pode também ser combinada com o consequente perda da ortogonalidade, apresenta uma boa
mapeamento OQAM (Offset Quadrature Amplitude
colocação do sinal de transmissão na frequência da Equalization) e FBMC (Filterbank Multicarrier) [15].
subportadora [6], permitindo um controle da emissão fora da As desvantagens do GFDM, que são o aparecimento da IIS e
faixa. IIP devido, principalmente, à falta de ortogonalidade, podem
A baixa emissão fora da faixa torna o GFDM mais flexível ser compensadas com o uso de determinadas técnicas [7]. Um
que o OFDM para utilização em um espectro fragmentado [4]. exemplo é o DSIC (Double Sided ICI Cancellation), que é
Estas características da técnica também tornam a equalização capaz de reduzir a taxa de erro de bit de um sistema GFDM, em
simples nas estações base, contribuindo para a redução do gasto um canal AWGN (Additive White Gaussian Noise), para a
de energia nos terminais [7]. mesma taxa obtida com um sistema OFDM [4].
Outra vantagem do GFDM, quando comparado ao OFDM, é Outra desvantagem da técnica é a sua complexidade de
a melhoria da eficiência espectral, já que não há a necessidade implementação. Porém, como se trata de uma técnica
de portadoras virtuais para evitar interferência em canais atualmente em estudo, isto poderá ser contornado futuramente,
adjacentes, além de possibilitar a redução da razão entre o principalmente com os benefícios trazidos com a evolução da
intervalo de guarda e a duração total de um quadro [4]. eletrônica [5].
Na Figura 3, pode ser observada a estrutura de blocos das
duas tecnologias em questão. No OFDM, há N símbolos, sendo IV. REQUERIMENTOS E CENÁRIOS DO 5G
que cada símbolo é dividido em N subportadoras. Já o GFDM Os requisitos impostos ao 5G são um desafio, exigindo um
possui M.K amostras, onde cada uma das K subportadoras sinal extremamente flexível que deve apresentar uma forma de
carrega M subsímbolos. Assim, é possível inferir, por exemplo, onda otimizada para cada um dos diferentes cenários [15].
que o OFDM é um caso específico do GFDM quando K = N Estes cenários foram determinados pelo METIS [18], um
subportadoras e M = 1 subsímbolo [5]. grande projeto de pesquisa sobre o 5G, contemplando as
seguintes características: transmissão de dados em taxas muito
elevadas com percepção de conectividade instantânea; boa
qualidade de serviço em áreas com elevada densidade de
usuários, como estádios, shoppings, shows, engarrafamentos,
etc.; capacidade de integrar um grande número de novos
dispositivos de baixo custo e consumo de energia à rede;
soluções confiáveis e com boa qualidade de experiência mesmo
com a mobilidade do usuário; e latência extremamente baixa
com alta confiabilidade [19].
A Figura 4 ilustra de forma simplificada a separação dos
cenários que demandam as características citadas acima, bem
como as principais aplicações de cada um.

Fig. 3. Divisão genérica do tempo e da frequência para OFDM e GFDM.


Fonte: Caldevilla, A. N.; Festag, A.; Fettweis, G.; Gaspar, I. S.; Matthé, M.;
Mendes, L. L. e Michailow, N.: 2014 [5].

Devido ao GFDM se tratar de uma estrutura de blocos, em


que cada um possui um número de subportadoras e
subsímbolos, conforme ilustrado na Figura 3, é possível
projetar a estrutura de tempo e frequência para atender às
limitações de tempo das aplicações que demandam baixa
latência [5].
Ao rever a cadeia de processamento do sinal, é notório que o
GFDM combinado com uma pré-codificação traz inúmeras
vantagens, como, por exemplo, uma baixa PAPR ou uma
diversidade em frequência [15].
A flexibilidade da técnica também fica evidente quando é
possível utilizar apenas um prefixo cíclico para muitos
símbolos ou para o pacote inteiro [17], ou até mesmo configurá-
lo para cobrir várias outras formas de onda [15].
Seu desempenho, por exemplo, pode ser igualado ao do
OFDM em canais seletivos em frequência, nos casos em que a
banda de coerência do canal é maior que a largura de banda de
uma subportadora [4]. Outros exemplos de técnicas em que o
GFDM pode se assemelhar, dependendo da configuração
utilizada, são o SC-FDE (Single Carrier Frequency Domain Fig. 4. Cenários que irão compor as redes 5G no Brasil.
Fonte: Alves, M. H. P. e Mendes, L. L.: 2015 [6].

Os cenários envolvem situações muitas vezes antagônicas,


não sendo viável adequar o OFDM para atender todos os
requisitos.
No cenário com alta vazão, aplicações demandam serviços
de vídeos de alta definição através da internet em qualquer
localização, para um grande número de usuários, por meio das
redes móveis celulares [5]. É necessário que as taxas de
transmissão sejam elevadas para se alcançar uma qualidade de
experiência satisfatória: de várias dezenas até centenas de
Mbps, chegando a superar 1 Gbps em ambientes fechados,
sendo que, em áreas urbanas densas, o desafio deve ser obter
esta taxa com a possibilidade de mobilidade do usuário de até
80 km/h [6].
O WRAN (Wireless Regional Area Network) representa a
conectividade em áreas remotas, como por exemplo, zonas
rurais, que são compostas por baixas densidades populacionais Fig. 5. Ilustração das situações e aplicações dos quatro principais cenários
e baixa renda per capita. Estas áreas sofrem atualmente com estipulados para o 5G.
taxas de dados bem abaixo de 10 Mbps, requisito deste cenário Fonte: Fettweis, G.; Gaspar, I. S.; Matthé, M.; Mendes, L. L.; Michailow, N. e
para o 5G, além de soluções não confiáveis. Assim, há a Zhang, D.: 2016 [15].
necessidade de se viabilizar a implantação de redes sem fio de
baixo custo que apresentem uma área de cobertura da célula A necessidade de sincronismo para manter a ortogonalidade
da técnica provoca um consumo elevado de energia nos
maior que 50 km [5], [6].
terminais, prejudicando o emprego das aplicações do cenário da
O cenário da comunicação entre máquinas engloba as redes
comunicação entre máquinas [6], já que um dos principais
de sensores, a comunicação veicular e a IoT (Internet das
Coisas) [20], trazendo bilhões de novos dispositivos conectados requisitos para viabilizá-las é a elevada durabilidade da bateria,
que deve durar 10 vezes mais do que as atuais [19], podendo ter
à rede, previsto no 5G para estar na casa das centenas de
especificações de vida útil de até 10 anos para viabilizar
milhares por célula, uma ordem de grandeza acima do projetado
algumas aplicações, como as redes de sensores [6].
para o 4G [6]. O desafio está no diferente padrão de tráfego de
Por fim, no cenário super tempo real, é necessário que se
dados gerados por estes aparelhos e máquinas, que devem
reduza o tempo de símbolo para garantir a latência fim-a-fim
operar simultaneamente de forma autônoma e se comunicar
abaixo de 1 ms. Porém, a utilização de um período cíclico por
muitas vezes sem a interação humana [5].
símbolo para evitar a IIS, essencial no OFDM, acarreta em uma
O cenário super tempo real representa aplicações de controle
perda de vazão que não atende aos requisitos das aplicações,
de objetos reais e virtuais, muitas delas se baseando em uma
gerando uma latência de uma ordem acima da meta estipulada
interação táctil com o usuário, possuindo requisitos de latência
para o 5G [5], [6].
fim-a-fim menores que 1 ms [5], [6]. Além disso, várias
Em contrapartida, os graus de liberdade inerentes do GFDM
aplicações deste cenário necessitam de elevados graus de
confiabilidade, como na área de saúde e de segurança e fazem com que ele se torne um candidato forte para implantação
no 5G [15].
eficiência no trânsito, com valores na faixa de 99,999% [19].
A técnica apresenta uma baixa emissão fora da faixa e uma
As situações e aplicações descritas neste tópico são ilustradas
na Figura 5. forma de onda flexível para se adequar aos cenários descritos:
apresentando uma vazão elevada quando configurada para tal,
A elevada emissão fora da faixa do OFDM, por exemplo,
possibilitando uma forma de onda com um prefixo cíclico para
prejudica a utilização de pico e femto células, que seriam a
solução para ambientes fechados, para se garantir as taxas muitos símbolos ou todo o pacote para utilização no WRAN,
permitindo a concepção de terminais simples focando na
maiores que 1 Gbps previstas [6], devido ao elevado nível de
economia de energia para a comunicação entre máquinas e
interferência gerada e às complicações para a agregação
sendo ajustada para atender aos requisitos de baixa latência do
dinâmica de espectro de forma não contínua. Além disso, ela
cenário super tempo real.
impede a transmissão oportuna de rádios cognitivos em lacunas
A modelagem para atender aos requisitos do cenário alta
espectrais e faixas não contínuas no cenário WRAN e
vazão é realizada na engenharia da forma de onda do GFDM,
compromete a comunicação entre máquinas por provocar uma
que pode atingir uma emissão fora da faixa vários dBs abaixo
interferência muito alta entre os dispositivos [6].
do OFDM, e na configuração da sua estrutura de blocos com
Os longos atrasos dos percursos no cenário WRAN
um M elevado, reduzindo o impacto do comprimento do prefixo
demandam prefixos cíclicos longos para evitar interferências,
cíclico na vazão total, trazendo um aumento significativo da
reduzindo consideravelmente a eficiência da comunicação no
eficiência espectral [5].
caso do OFDM, inviabilizando sua aplicação [6].
Um prefixo cíclico grande e o acréscimo de um sufixo cíclico
podem ser utilizados no GFDM, permitindo o cumprimento dos também representa uma possibilidade de se atender um cenário
requisitos de sincronização simples de vários aparelhos e onde a vazão pode ser extremamente baixa e as sincronizações
aplicações na comunicação entre máquinas. Esta solução é nos terminais devem ser simplificadas para viabilizar uma
eficiente e se torna viável nesta técnica por ser possível utilizar longa duração das baterias, onde há, por exemplo, o desafio de
apenas um prefixo e sufixo cíclicos em um bloco com vários se chegar a uma vida útil de até 10 anos para elaboração de
subsímbolos [5]. Assim, a vida útil da bateria é ampliada, já que redes de sensores.
esta configuração proporciona um consumo menor de energia Assim, flexibilidade se tornou a palavra-chave para atender
nos terminais. A Figura 6 ilustra esta solução. aos requisitos impostos pelo 5G, parâmetro que esta análise
demonstrou o GFDM como superior ao OFDM. A forma de
onda flexível do GFDM apresenta o potencial para atender aos
requerimentos previstos para o 5G através, principalmente, da
configuração de seu número de subportadoras e subsímbolos.

REFERÊNCIAS
Fig. 6. Comparação entre o quadro do GFDM e OFDM para o cenário de
[1] Hara, S. e Prasad, R.; “Multicarrier Techniques for 4G Mobile
comunicação entre máquinas.
Communications” (livro). Norwood, MA: Artech House, 2003.
Fonte: Caldevilla, A. N.; Festag, A.; Fettweis, G.; Gaspar, I. S.; Matthé, M.;
[2] Prasad, R.; “OFDM for Wireless Communications Systems” (livro).
Mendes, L. L. e Michailow, N.: 2014 [5].
Norwood, MA: Artech House, 2004.
[3] Rocha, C. A.; “Métodos de Interpolação para Sistemas OFDM”. Tese de
O prefixo cíclico grande também é uma solução para o mestrado - Santa Rita do Sapucaí, MG: INATEL, 2007.
WRAN, aliado ao sufixo cíclico para evitar a IIS e o [4] Alves, B. M.; “Análise de desempenho do GFDM e WHT-GFDM em
canais seletivos em frequência”. Tese de mestrado - Santa Rita do
desalinhamento, já que é possível se obter eficiência através da Sapucaí, MG: INATEL, 2014.
utilização de vários subsímbolos, conforme ilustrado na Figura [5] Caldevilla, A. N.; Festag, A.; Fettweis, G.; Gaspar, I. S.; Matthé, M.;
6. Como a latência não é algo crítico no WRAN, podendo ser Mendes, L. L. e Michailow, N.; “Generalized Frequency Division
Multiplexing for 5th Generation Cellular Networks”. IEEE Transactions
da ordem de 100 ms fim-a-fim [6], é possível utilizar blocos on Communications, vol. 62, nº 9, p. 3045–3061, Setembro 2014.
GFDM com um valor de M alto, compensando o elevado atraso [6] Alves, M. H. P. e Mendes, L. L.; “Levantamento dos cenários de
de propagação proveniente da área de cobertura acima de 50 km utilização das redes 5G no Brasil”. XXXIII Simpósio Brasileiro de
Telecomunicações, Setembro 2015.
de uma célula, essencial para se garantir o requisito de baixo [7] Hamiti, E. e Sallahu, F.; “Spectrum Comparison between GFDM, OFDM
custo de implantação do cenário [5]. and GFDM Behavior in a Noise and Fading Channel”. International
O GFDM pode ser configurado para apresentar um baixo Journal of Electrical and Computer Engineering Systems, vol. 6, nº 2, p.
39–43, Dezembro 2015.
resultado do produto entre as subportadoras e subsímbolos
[8] Bittner, S.; Fettweis, G. e Krondorf, M.; “GFDM - generalized frequency
(M.K), com o objetivo de atender à latência fim-a-fim menor division multiplexing”, IEEE 69th Vehicular Technology Conference -
que 1 ms do cenário super tempo real. Esta medida resulta em VTC Spring 2009, Barcelona, Espanha, Abril 2009.
uma seletividade em frequência do canal sobre cada uma das [9] European Broadcasting Union; “Radio Broadcasting Systems; Digital
Audio Broadcasting (DAB) to mobile, portable and fixed receivers”.
subportadoras, mas que pode ser evitada com a aplicação do Tech. Rep. ETS 300 401, European Telecommunication Standards
FDE (Frequency Domain Equalization) devido às M amostras Institute, 1995.
por subportadora características da técnica [5]. [10] European Broadcasting Union; “Digital Video Broadcasting (DVB);
Implementation Guidelines for the use of MPEG-2 Systems, Video and
Audio in Satellite, Cable and Terrestrial Broadcasting Applications”.
V. CONCLUSÃO Tech. Rep. ETR 154, European Telecommunication Standards Institute,
1997.
A análise das técnicas OFDM e GFDM demonstrou que o [11] DIBEG (Digital Broadcasting Experts Group); “Digital Terrestrial
GFDM é muito mais adequado ao 5G do que o seu antecessor. Television Broadcasting System”. Disponível em: http://www.dibeg.org
Por exemplo, o GFDM apresenta uma possibilidade de [12] IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers); “Part 11:
Wireless LAN Medium Access Control (MAC) and Physical Layer
desenvolvimento de sistemas em que seja possível se obter uma (PHY) Specifications: High-Speed Physical Layer in the 5GHz Band”.
latência fim-a-fim menor que 1 ms em um cenário e, com a Set. 1999. Padrão IEEE Std 802.11a-1999, suplementar ao IEEE Std
mesma técnica, tornar viável a elaboração de uma célula com 802.11-1999, publicado pelo IEEE.
[13] ETSI (European Telecommunications Standards Institute); “Broadband
área de cobertura acima de 50 km para outro cenário, onde a Radio Access Networks (BRAN); Hiperlan Type 2; Physical (PHY)
latência poderá ser elevada, ficando em torno de 100 ms fim-a- layer”. Dez. 2001. Padrão ETSI TS 101 475 V1.3.1, publicado pelo ETSI.
fim. [14] ANSI (American National Standards Institute); “Network and Customer
Installation Interfaces - Asymmetric Digital Subscriber Line (ADSL)
Apesar das inegáveis inovações trazidas pelo OFDM, este
Metallic Interface”. 1998. Padrão ANSI T1.413-1998, revisão do ANSI
artigo indicou que a técnica não é a mais adequada para T1.413-1995, publicado pelo ANSI.
implantação do 5G, considerando os cenários apresentados [15] Fettweis, G.; Gaspar, I. S.; Matthé, M.; Mendes, L. L.; Michailow, N. e
neste estudo, justamente por não ser possível atender a vários Zhang, D.; “GFDM: Providing Flexibility for the 5G Physical Layer”.
Opportunities in 5G Networks. 1ed.: CRC Press, v. 1, p. 325-390, Abril
de seus diversos requisitos. 2016.
A análise do GFDM também demonstrou o seu potencial [16] Aquino, G. P.; “Comparação entre Técnicas de Redução da PAPR em
para a obtenção de uma vazão de várias dezenas até centenas de Sinais OFDM”. Tese de mestrado - Santa Rita do Sapucaí, MG: INATEL,
2011.
Mbps em multidões em eventos e áreas urbanas densas, e que [17] Farhang-Boroujeny, B. e Moradi, H.; “OFDM Inspired Waveforms for
deve chegar até 1 Gbps em ambientes fechados, necessitando 5G”. IEEE Communications Surveys & Tutorials, vol. 18, nº 4, p. 2474–
da utilização de pico e femto células. Sua forma de onda flexível 2492, Maio 2016.
[18] FP7 Integratig Project METIS (ICT 317669). [Online]. Disponível em:
https://www.metis2020.com/
[19] ICT-317669 METIS Project, “Scenarios, Requirements and KPIs for 5G
Mobile and Wireless System”. Deliverable D1.1. Maio 2003. [Online].
Disponível em: https://www.metis2020.com/documents/deliverables/
[20] Ashton, K.; “That ‘Internet of Things’ Thing”. RFID Journal, Jun. 2009:
“Eu posso estar errado, mas estou bastante seguro de que a frase “Internet
das Coisas” começou a vida como o título de uma apresentação que eu fiz
na Procter & Gamble (P&G) em 1999" (ASHTON, 2009, tradução nossa).

Lucas Otávio Santiago de Morais nasceu em Belo Horizonte, MG, em 03 de


fevereiro de 1989. Recebeu o título de Engenheiro de Energia pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) em 2012. Desde o início de
2014 até o final de 2016, foi responsável pela gerência de projetos de lâmpadas
e luminárias LED e outros equipamentos eletrônicos, da LC Indústria
Eletrônica Ltda., em Santa Rita do Sapucaí, MG, bem como pelo controle geral
da área de importações da empresa.

Estevan Marcelo Lopes nasceu em Londrina, PR, em 12 de agosto de 1969.


Graduado em Engenharia Elétrica pelo INATEL (1993), Especialização em
Engenharia de Telecomunicações pela UNOPAR (1999), mestrado em
Engenharia de Telecomunicações pelo INATEL (2002) e doutorado em
Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP
(2013). Cursos de extensão no Virginia Tech (EUA-2007) e Jade University of
Applied Science (Alemanha-2012). Atualmente é professor adjunto do Inatel,
atuando nos cursos de graduação, pós-graduação lato sensu. Coordena os cursos
de Pós-Graduação em Engenharia de Redes e Sistemas de Telecomunicação,
Internet das Coisas e TV Digital do INATEL. Já publicou artigos em congressos
nacionais e internacionais. Possui pedido de patente na área de Engenharia de
Telecomunicações. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com
ênfase em Telecomunicações, atuando principalmente nas comunicações sem
fio. As pesquisas incluem aspectos gerais sobre Transmissão Digital,
Processamento Digital de Sinais e Canais com Desvanecimento.

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