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A “neoliberalização” das universidades brasileiras.

Rachel Aguiar Estevam do Carmo.


Doutoranda em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. (Brasil)
Eixo Temático 6: El estudio de la economía y el derecho.
Neoliberalismo y Educación.

Resumo:

O artigo apresenta os impactos das políticas neoliberais na educação superior no


Brasil. Destacamos dois programas criados no Governo Lula da Silva (2003-2010). Um
seria o Programa Universidade Para Todos ou PROUNI. Sancionado em 2005 pela lei
11.096/2005, visa conceder bolsas de estudos a estudantes nos cursos de graduação das
instituições privadas de ensino superior. Com isso, o governo garante a isenção de
tributos às universidades que aderirem ao programa. Outro seria o Programa de
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais ou REUNI. Criado pelo Decreto
nº 6.096, de 24 de abril de 2007 tem como objetivo expandir as universidades federais
no Brasil. Esses dois programas foram inseridos no Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE) que seria um conjunto de metas para o desenvolvimento da educação
básica e superior do país a ser cumprido em um prazo determinado. O PDE, criado em
2007, propõe alterações na forma e no conteúdo das universidades brasileiras, com o
objetivo de adequá-las às diretrizes voltadas para a educação dos países latino-
americanos, Brasil e Caribe deliberados pelos organismos internacionais, sobretudo
OCDE, Banco Mundial e UNESCO. O resultado dessas políticas está no aumento
desordenado das universidades privadas; expansão precarizadas das universidades
federais, prejudicando, com isso, o ensino crítico e reflexivo nas universidades
brasileiras.

1- Introdução:
O presente artigo deriva do trabalho monográfico feito em 2008 para obtenção
do título de especialista no curso latu-senso Profissionais da Escola e Práticas
Curriculares, realizado na Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense,
sob a orientação da professora Drª Ângela Tamberlini.
A pesquisa realizada na especialização intitula-se A politica curricular e o
avanço neoliberal, afirmando que a última investida neoliberal nas políticas de
educação superior, sobretudo nas universidades seria a alteração curricular, lócus da
organização do conhecimento nas instituições de ensino formal. Tal hipótese é ratificada
no presente trabalho, pois a política curricular no contexto neoliberal é, ainda, a
“menina dos olhos”, o foco central para alterar a forma e o conteúdo a ser trabalhado em
sala de aula.
A prática educativa espelha a organização curricular, tendo em vista que o
professor em sala organiza os conteúdos (ou em conjunto com os estudantes ou por
meio de pesquisa previa sobre a condição socioeconômica dos estudantes) e os
1
apresenta de forma inteligível. A inteligibilidade depende de como as relações sociais se
estabelecem. Em nosso caso é a racionalidade burguesa vigente em nossa sociedade.
Portanto, as relações sociais nesta ordem são submetidas à organização em larga escala,
padronizada e alheia à vontade dos indivíduos. Portanto, este tipo de razão inteligível
para esta sociedade fomenta e administra os conteúdos selecionados e formalmente
transmitidos nos espaços formais de ensino.
Nesse sentido, a organização curricular nas universidades fomenta a produção
padronizada do conhecimento. A política curricular conduz essa padronização. Por
politica curricular entendemos como:
“[...] um aspecto específico da política educativa, que se estabelece a forma
de selecionar, ordenar e mudar o currículo dentro do sistema educativo,
tornando claro o poder e a autonomia que diferentes agentes têm sobre ele,
intervindo, dessa forma, na distribuição do conhecimento dentro do sistema
escolar e incidindo na prática educativa, enquanto apresenta o currículo a
seus consumidores, ordena seus conteúdos e códigos de diferentes tipos.”
(GIMENO SACRISTAN, 2000, p.109).
A política curricular foi o objeto de estudo e implementação das novas politicas
educativas proferidas pelo governo Lula da Silva (2003-2010). Destacamos o Programa
de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), criado em 2007 e
ainda o Programa Universidade para Todos, criado em 2005. Apesar de os referidos
programas defenderem nova forma de estruturação das universidades, impulsionando
construções de novos prédios e espaços de estudo, os programas citados precisam
readequar as políticas curriculares até para dar sentido a essa nova forma de organização
estrutural.
Os referidos programas necessitavam ganhar sentido como política educativa.
Para isso, essas ações foram incorporadas numa concepção de educação para
potencializar o desenvolvimento nacional por meio da educação. O Plano de
Desenvolvimento da Educação – PDE – criado em 2007 – é um projeto de educação que
visa a melhoria da qualidade da educação, compreendida como um alicerce constitutivo
do desenvolvimento do país.
O REUNI e o PROUNI propõem ampliação de acesso nas universidades
públicas e privadas respectivamente. A política curricular infere no plano de acesso e
estrutura do REUNI e PROUN, na medida em que a proporção entre professor-aluno
altera-se na sala de aula. O aumento da quantidade de estudantes desarticulada com uma
política permanente de contratação de professores tem aligeirado a produção de
conteúdo nas salas de aula e alterado a produção do conhecimento direcionado nas
2
universidades. Este artigo apresenta uma breve análise dos dois programas articulados
ao PDE, que por uma direção dos organismos internacionais o qual organizou o ensino
superior europeu nos anos de 1990 conformando o ensino superior aos moldes
neoliberais. Apresentaremos, no próximo item, o desenho neoliberal que definiu a nova
organização das universidades, inferindo em uma politica curricular neoliberal.
2- A construção da universidade neoliberal.

Os anos de 1990 representam o sinal verde do neoliberalismo. Com a crise do


Welfare State nos países reguladores do capital, as demais economias passaram por
profundas crises em suas respectivas nações.
Para superar tal crise as instituições sociais, nas características ainda de um
“Estado forte”, alteraram-se para dar lugar a um “Estado mínimo”. Mínimo para os
investimentos sociais.
A alternativa “Estado mínimo” foi propagada pelos principais órgãos
internacionais que fomentam o desenvolvimento e a economia em países dependentes.
De acordo com Shiroma (2004) o marco de encontros e conferências que abordaram a
questão educacional começou com a chamada Declaração de Jomtien.
Em 1990, realizou-se na Tailândia, com o apoio financeiro da UNESCO,
UNICEF, PNUD e Banco Mundial a Conferência Mundial de Educação para Todos. O
evento reuniu os “E 9”, isto é, os nove países que possuem a maior taxa de
analfabetismo do mundo1. Desse encontro resultou uma declaração, a partir da qual se
mostrou a necessidade de efetivar políticas de combate ao analfabetismo e que
desenvolvessem as necessidades básicas de aprendizagens (NEBAs) dos alunos
(SHIROMA, 2004). As NEBAs eram focadas na educação básica como prioridade de
ação extra governamental, com o objetivo de acabar com as disparidades sociais e
potencializar o desenvolvimento de cada país. Nesse sentido o conceito de educação
básica alarga-se para outras instâncias educativas como a família, a comunidade e os
meios de comunicação (SHIROMA, 2004), já que as NEBAs só são realizadas
plenamente se houver as parcerias dos mais variados setores da sociedade civil. Essas
parcerias, aliás, são uma argumentação que atravessa todos os encontros que discutiram
a questão educacional ao longo da década de 1990.

1
Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia, México, Nigéria e Paquistão (SHIROMA,
2004, p.57)
3
A partir do enxugamento das obrigações estatais para as instituições públicas, os
recursos e os investimentos foram divididos pelas instituições privadas e públicas não
estatais. O conceito de público não-estatal começou a ganhar respaldo na medida em
que governos e organismos internacionais alastraram o discurso da participação de
todos os cidadãos pela qualidade da educação. A educação depende, nesse caso, da
ajuda das instituições privadas, ONGs, comunidades, associações e do Estado. Se antes,
no período keynesiano, só o Estado detinha o compromisso de zelar e qualificar as
instituições educacionais, agora, tal compromisso se estende à sociedade.
A Conferência Mundial de Educação para Todos inicia a introdução desse
discurso. Os eventos subseqüentes preocupavam-se com a desestatização do público. O
documento econômico da CEPAL, Transformacion Productiva com Equidad produzido
em 1990 apontou a urgência nas políticas educacionais por conta da reestruturação
produtiva em curso (SHIROMA, 2004, p.63). Em 1992, a CEPAL e a UNESCO
apresentam o documento Educación y Conocimiento: Eje de la Transformacion
Productiva con Equidad no qual delineia as estratégias de desenvolvimento científico e
tecnológico para os países latinoamericanos. A educação, nesse sentido, teria que
proporcionar ensino de qualidade capaz de formar profissionais aptos a construir ciência
e tecnologia de ponta.
Outro organismo internacional que participou da reestruturação educacional para
os países em desenvolvimento foi a UNESCO. Vários especialistas de diversos países
participaram da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Jacques
Delors foi o coordenador da comissão cujo relatório possui o seu nome: Relatório
Delors. Produzido entre 1993 e 1996, o documento traz uma análise conjuntural,
abordando o processo de globalização e as dificuldades na obtenção de emprego e na
busca da eqüidade social. A educação seria a solução final, isto é, a instância dentro da
qual se resolveriam as contradições acerca da pobreza, exclusão social, opressões,
guerras. Instituição social que favoreceria o “desenvolvimento humano mais
harmonioso, mais autêntico” (SHIROMA, 2004, p.66).
Nesse mesmo período consolidou-se o comitê regional intergovernamental que
construiu o Projeto Principal de Educação para a América Latina e Caribe
(PROMEDLAC), sendo divulgado pelo Boletín Proyecto Principal de Educación en
América Latina y el Caribe patrocinado pela UNESCO/OREALC.

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Publicado em 1982 a divulgação do boletim só se efetivou em 1990. Em 1993, o
comitê reuniu-se e elaborou diretrizes de desenvolvimento para os países
latinoamericanos denominadas PROMEDLAC V. Estes seguem a mesma linha das
diretrizes anteriores: fim do analfabetismo; universalização da educação, principalmente
a básica; melhoria na qualidade da educação (SHIROMA, 2004).
O que se percebe é a necessidade de reuniões em busca da superação da crise
instalada por conta de um novo discurso, que divulga a ausência do Estado nas questões
sociais e a pertinência da participação da sociedade civil organizada na forma de
empresa, ONGs, associações e também na forma individual como a campanha Amigos
da Escola promovida pelo canal brasileiro de comunicação Rede Globo.
Durante os primeiros nove anos da década de 1990, os organismos multilaterais
propuseram ações de combate às desigualdades no campo educacional, especificamente
no nível básico de ensino. O movimento de supressão das desigualdades na área da
educação também atinge as instituições educativas voltadas para o ensino superior.
Vejamos as tentativas de reforma em nível de privatização do ensino público superior,
atingindo o coração nuclear da universidade: a sua autonomia.

2.1. – O surgimento da “Universidade Neoliberal” no Brasil:


Para realizar a desestatização das instituições públicas de ensino superior,
ocorrida especialmente nas universidades, espaço onde o governo federal retém a sua
maior parte da verba da educação, foi preciso a ação do governo Fernando Henrique
Cardoso (1996-1999), no intuito de inserir o Brasil no contexto internacional neoliberal.
A autonomia universitária foi duramente redefinida no governo Cardoso. De
acordo com Martins e Neves (2004), há autonomia do tipo progressista, direcionada
pelos movimentos sociais que está
[...] relacionada tanto ao livre-pensar e controle da pesquisa quanto ao
controle da organização e dinâmica interna das universidades públicas, as
formas centralizadas de financiamento e até mesmo sua ingerência nas
articulações com a sociedade. (MARTINS & NEVES, 2004, p.92).
E há autonomia conservadora, direcionada pelo governo Cardoso.
No campo conservador, autonomia significava a privatização das
universidades públicas, através de certos mecanismos de financiamento; o
descompromisso com a carreira docente, pela negação à política de isonomia
salarial; a defesa da aproximação das universidades públicas com o mundo
empresarial, orientando a perspectiva de um tipo de produção científica e
tecnológica; e o fim da gratuidade escolar nas instituições públicas e o
controle sobre a definição dos dirigentes universitários. (ibid.).

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Ao longo da década de 1980, o governo militar em declínio e o governo Sarney
tentaram impor a autonomia do tipo conservadora às universidades. O Projeto de
reforma universitária de 1982 é um exemplo. Nesse mesmo momento, a mobilização em
defesa da autonomia progressista impulsionou a criação da Associação Nacional dos
Docentes de Ensino Superior-Sindicato Nacional (Andes-SN) e a Federação dos
Servidores das Universidades Brasileiras (Fasubra). A UNE, União Nacional dos
Estudantes, duramente reprimida na ditadura, reaparece na cena política.
Graças à consolidação dos movimentos sociais, as investidas dos governos na
execução da autonomia conservadora foram impedidas durante os governos Collor e
Cardoso.
Em 1991, Collor lançou Uma nova proposta política para o ensino superior,
com sugestões de alteração dos artigos 206 e 207 da Constituição Federal. Os dois
artigos tratam da questão da autonomia e a proposta apresenta um novo modelo de
financiamento. Tal proposta foi encaminhada ao Congresso na forma de Projeto de
Emenda Constitucional (PEC) 56/91. Os movimentos sociais protestaram, questionando
a legitimidade do PEC e em seguida, tal projeto foi retirado da pauta de discussão.
Foi a partir do governo Cardoso que a avalanche de projetos constitucionais,
emendas constitucionais, medidas provisórias, decretos etc., foram sendo criados.
Em 1995, o governo enviou PEC 233/95 que criava o Fundo de Manutenção
Desenvolvimento e Valorização do Magistério (FUNDEF). Mas, ao mesmo tempo em
que a atenção se voltava para o estudo e as críticas em torno do PEC, o governo,
sutilmente, encaminha um pedido de reformulação do artigo 207 da Constituição
Federal, delimitando a autonomia das universidades. Mais uma vez, os movimentos
sociais impediram o encaminhamento de uma nova alteração à Constituição. No
entanto, o Congresso Nacional discute, a partir do PEC 370/06, restrições à autonomia
universitária visando à alteração do artigo 207 da Constituição. Esse PEC previa
também
“[...] mudanças no regime de pessoal, com a criação do chamado ‘emprego
público’, que remetia os docentes e servidores técnico-administrativos ao
regime da CLT, instituindo o quadro de pessoal e de remuneração por
universidade e, assim, a quebra da isonomia salarial. Estabelecia também a
criação de fundo de pensão para todos os trabalhadores das instituições, com
a quebra da paridade salarial entre os servidores aposentados e os da ativa;
regulamentava e incentivava a captação de recursos externos como reforço
ao orçamento, aprofundando uma prática já utilizada pelas fundações ligadas
às universidades [...]” (MARTINS & NEVES, 2004, p.93).

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A última tacada do governo Cardoso foi em 1999. Apresentado ao Congresso
Nacional, o Projeto de Lei Orgânica tem como base as mesmas diretrizes da PEC
370/06. O que acresce é a inovação do governo em lançar as instituições universitárias
como organizações sociais, retirando o papel do Estado, em relação às universidades, e
transformando-as em esferas públicas não-estatais ou, em outras palavras, consolidando
a desestatização do Estado, uma característica visível da política econômica neoliberal,
necessária para manter a hegemonia do capital. Nasce, nesse momento, ou pelo menos
houve a tentativa de se criar a “Universidade Neoliberal”. De forma organizada e
combativa os movimentos sociais, mais uma vez, impediram a execução desse projeto.
Porém, no mesmo ano, se consolidou, na Europa, uma audaciosa e ambiciosa
proposta de reformulação da estrutura curricular e administrativa das universidades. O
Acordo de Bolonha, como ficou conhecido, propôs alterações radicais nos conteúdos
acadêmicos.
2.2.1. – A Declaração de Bolonha e a implementação da “Universidade
Neoliberal.”.
A Declaração de Bolonha foi o resultado de uma proposta transnacional
promovida pela atual União Europeia.
A reunião de países europeus, em se tratando de traçar uma política econômica
comum para todos os Estados, começou nos anos de 1960, como união aduaneira.
Depois, na década de 1970, consolidou-se o chamado mercado comum. Na década de
1990, fortificou-se o mercado comum, tornando-o mercado único com uma moeda
única, o Euro. No início do século XXI, a perspectiva era de construir a sociedade do
conhecimento, “última iniciativa para assegurar à União Europeia o seu papel na
sociedade internacional em termos de competitividade econômica e de desenvolvimento
econômico, bem como a coesão social (GIL CABRITO, 2008)”.
Na Europa, segundo Lima & Catani (2008), na década de 1980, emergem novas
maneiras de regulação do ensino superior tendendo para a política neoliberal. O
resultado foi que em 1998, em Paris, os ministros da Educação da Alemanha, França,
Itália e Reino Unido assinaram uma declaração conhecida como Declaração da
Sorbonne. Nela, continha o projeto da construção de um espaço europeu de educação
superior. No ano seguinte, vinte e nove estados europeus representados por ministros,
chefes de estado e organismos multilaterais participaram de uma reunião que culminou
com a Declaração de Bolonha ou Acordo de Bolonha.

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O documento propõe a condução de um efetivo sistema europeu de educação
superior até 2010, incluindo todos os quarenta e cinco países da União Europeia e mais
dezoito não pertencentes. O objetivo central da declaração é tornar o espaço europeu de
educação superior altamente competitivo e atrativo para estudantes europeus e de outros
países (LIMA & CATANI, 2008). O fator conhecimento é a chave para reformular o
ensino.
Porém, possuindo objetivos claramente econômicos, como por exemplo,
favorecer a competitividade, a empregabilidade, definindo competências, o
conhecimento acaba sendo o veículo para instrumentalizar os futuros profissionais
apenas com o intuito de executar a técnica que aprenderam no ensino superior. Tanto é
que a mobilidade, promoção explicitada como um dos objetivos da declaração,
realizaria um sonho antigo da União Europeia: a transação livre de mão-de-obra
qualificada a partir da padronização dos currículos nos moldes da esfera de produção.

“Dessa forma, não só se daria um impulso à questão econômica, uma vez


que o mercado de mão de obra se tornava num imenso 15 países e de 250
milhões de europeus mas também se aumentaria a equidade entre os cidadão
europeus e a coesão social entre os estados membros, uma vez que a todos os
indivíduos se permitiria deslocarem-se de um para outro estado membro e aí
se estabelecer em situações laborais em tudo semelhantes às dos cidadãos
nacionais.” (GIL CABRITO, 2008)
O pesquisador, no entanto, alerta para as consequências danosas quando as
políticas supranacionais direcionam os rumos do conhecimento científico. A redução no
tempo de formação acadêmica vincula-se ao enxugamento do Estado nas políticas de
formação em longo prazo.
De acordo com Lima & Catani (2008), a promoção da circulação livre das ideias
em um regime comum de carga horária suprime a heterogeneidade “enriquecedora”,
característica histórica das universidades europeias. Os autores argumentam que as
diferenças na organização institucional de cada país é um fato histórico reconhecido e
nunca visto como um “problema a se resolver”. A Declaração padronizou e transformou
em uma, a organização do ensino superior europeu.
Antes da Declaração, alguns países como Reino Unido, Irlanda etc. apenas
ofereciam ensino superior universitário. Outros países como Portugal, França,
Alemanha etc. ofertavam ensino superior universitário e o ensino superior tecnológico.
A diferença era que o primeiro era mais ligado à investigação e conceptualização e o
segundo era um ensino profissionalizante, voltado mais rapidamente para o mercado de
trabalho e das profissões (GIL CABRITO, 2008). Existia em todos os países um padrão
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de estrutura dos ciclos universitários. Todos tinham duração de três ciclos: cinco anos
para a licenciatura, três anos para o mestrado e quatro anos para o doutorado. O ensino
focava os conteúdos e a avaliação era centrada no ensino e no professor. (idem)
Após a Declaração houve consideráveis mudanças:
 O ensino superior basicamente é público, mas há facilidade jurídica para
criar instituições privadas. Há uma facilidade também no
estabelecimento de parceria público-privado. Isso gera uma tendência
para privatização, já que alunos contribuem pagando mensalidades em
instituições públicas e há a venda de serviços nesses mesmos espaços.
 A oferta agora difere ensino universitário e ensino politécnico. O tempo
de duração, ou melhor, a compressão do tempo, das licenciaturas em
ambos os casos é de três anos. O mestrado e doutorado, oferecidos nas
universidade são de dois e três anos, respectivamente.
 O ensino está baseado em competências e metas e não mais nos
conteúdos.
 A avaliação, duramente criticada pelos professores e pelos estudantes, é
mensurada pela Associação Européia para a Garantia de Qualidade da
Educação Superior (ENQA). Tal Associação corresponde
proporcionalmente ao sistema europeu de educação superior cujo
objetivo é avaliar e carimbar o selo de “garantia de qualidade” na
instituição avaliada. “A avaliação assenta o trabalho docente em diversos
instrumentos nomeadamente nas horas de trabalho presencial, do
trabalho autônomo, das horas de pesquisa, do trabalho de grupo, do
trabalho tutorial e dos exames” (GIL CABRITO, 2008). Para estabelecer
um padrão médio de avaliação discente foi necessário criar um “valor”
de créditos, chamado por Lima & Catani (2008) de acreditação. Tal
processo estabelece um valor básico de 60 créditos para cada ano de
estudos superiores e a “garantia de qualidade” mede-se pelos “números
de anos de estudos superiores que realizou com êxito” (GIL CABRITO,
2008, p.4) e não pelas “aprendizagens realmente feitas pelos estudantes”
(idem).
Percebe-se que houve a implementação da Universidade Neoliberal, na medida
em que a reforma do ensino europeu superior focaliza, diretamente, as instituições

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universitárias. Documentos da ENQA afirmam que os princípios genéricos e os
standards genéricos
[...] devem ser aplicados a todas as instituições de educação superior e a
todas as agências de avaliação, ‘independentemente da sua estrutura, função,
tamanho e sistema nacional em que se encontrem integrados’ (LIMA &
CATANI, 2008, p.16)
Isso quer dizer que as universidades igualar-se-ão às escolas profissionalizantes
de nível superior. Para ocorrer esse processo, o tempo das universidades para a
formação foi reduzido da mesma forma que os gastos estatais com as instituições
universitárias. Além disso, a autonomia é duramente cerceada, pois criar um sistema
europeu de ensino superior é estabelecer características comuns, valores comuns e
desconsiderar a origem e construção específica de cada região.
Lima & Catani (2008) afirmam que há um processo de redução da autonomia
relativa dos estados nacionais, transferindo o poder para direções supranacionais.
Sinalizam ainda que há, ao mesmo tempo, um processo de centralização das direções
supranacionais e, proporcionalmente, uma centralização chamada interna, isto é, o
controle do Estado para a execução das políticas deliberadas de fora. Isso tem como
objetivo criar

[...] uma convergência normativa, estrutural e morfológica capaz de integrar


os fornecedores de serviços educativos num sistema comum [...]. (LIMA &
CATANI, 2008, p.14).
Mas o que está implícito é que a criação do sistema de educação superior
europeu serviu para potencializar a competitividade com o sistema anglo-americano,
pois este possui tradicionalmente as mesmas características do Acordo de Bolonha.
A Declaração de Bolonha é de fundamental importância para entendermos as
reformas do ensino superior brasileiro, especialmente nas universidades. O governo
Lula da Silva implementou consideráveis reformas voltadas para um conceito
desenvolvido por Gimeno Sacristán denominado política curricular. Tal conceito é a
chave para articular a Declaração de Bolonha, o Decreto Presidencial REUNI e o
projeto paralelo desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia: a Universidade
Nova. Para isso, no próximo capítulo, haverá a apresentação do conceito desenvolvido
por Gimeno Sacristán e a sua relação com a Declaração de Bolonha e as reformas do
ensino superior brasileiro.
3.2 Enfim, a Universidade Neoliberal: do Decreto-Presidencial REUNI,
PROUNI e PDE.

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A trajetória das políticas de educação superior, especialmente para as
universidades federais, é marcada por arcabouços políticos que se estruturam com base
na autonomia conservadora. O choque se dá por conta de as universidades públicas
trabalharem com base na autonomia progressista, conforme explicitado no capítulo
anterior. Com isso, as políticas de ensino superior estão focadas para suprimir o
princípio da autonomia progressista, que é a “independência com relação às injunções
imediatas do mercado” (LEOPOLDO & SILVA, 2001, p.299). A partir da consolidação
das organizações transnacionais, na década de 1990, as políticas voltadas para o ensino
superior também se transnacionalizaram passando o controle das políticas aos
organismos multilaterais e dos representantes de vários países. A interferência e a
mudança da autonomia progressista só poderiam ser efetivadas se a forma de trabalhar o
conteúdo também fosse modificada. Para isso, as políticas curriculares representam o
estágio final para a inserção da autonomia conservadora nas universidades públicas,
principalmente nas federais.
O Decreto Presidencial nº. 6.096 de 24 de abril de 2007, através do qual institui
o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais – o REUNI .
Tal Decreto Presidencial foi criado logo após a divulgação do Documento
Preliminar da Universidade Nova2 e tem como meta
[...] global a elevação gradual da taxa de conclusão média dos cursos de
graduação presenciais para noventa por cento e da relação de alunos de
graduação em cursos presenciais por professor para dezoito, ao final de
cinco anos, a contar do início de cada plano. (BRASIL, 2007, Art. 1º.)
A discussão para se chegar a uma posição a respeito do Decreto foi dura, pois o
Andes-SN, associado a grande parcela do movimento estudantil em âmbito nacional,
que faz oposição à política da UNE, manifestaram posição contrária ao documento.
Certas universidades, como por exemplo, a Universidade Federal Fluminense,
Universidade Federal de Juiz de Fora e a Universidade Federal de Rondônia tiveram
que reunir o Conselho Universitário sob força policial, desconsiderando a posição
estudantil, docente e dos servidores das universidades em não aceitar o programa. Os

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Em 2007, o reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar de Almeida Filho, em parceria
com as Universidade de Brasília, Universidade Federal do Piauí e Universidade Federal do ABC, lança
um documento preliminar de consulta pública que visa a alterar radicalmente a estrutura curricular das
universidades denominado Universidade Nova. A proposta da Universidade Nova surge pela necessidade
de uma nova arquitetura curricular nos cursos e uma nova forma de aproximar tais cursos, indo de
encontro a departamentalização.
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reitores ficaram pressionados, pois o programa garante mais verba se a universidade
aderir à proposta:
O Ministério da Educação destinará ao Programa recursos financeiros, que
serão reservados a cada universidade federal, na medida da elaboração e
apresentação dos respectivos planos de reestruturação, a fim de suportar as
despesas decorrentes das iniciativas propostas [...]. (BRASIL, 2007, Art.3º).
Articulamos as ideias acerca das formas e dos mecanismos de controle dos
saberes, de acordo com Gimeno Sacristán (2000), para entendermos as políticas
curriculares, no caso do REUNI e PROUNI. A autonomia torna-se conservadora e a
partir daí a inovação reduz-se a uma criação do aparelho do governo e das instituições
de ensino que possuem afinidades teórico-politicas acerca das ações educacionais.
A nova arquitetura das universidades federais tem como objetivo a adequação às
novas exigências sociais por conta do alto desenvolvimento tecnológico e da
informação que a sociedade atual vem produzindo. A universidade, considerada
“obsoleta”, do ponto de vista da organização dos conteúdos, precisava atender a essas
“novas exigências” sociais. Vimos que tais exigências são para fins de mercado, na
medida em que as mudanças ocorridas a partir da década de 1990 apontam para novas
formas de relações, seja no ponto de vista do trabalho, seja no ponto de vista dos
aparelhos do Estado. O currículo do ensino superior seria a inserção final das políticas
neoliberais nos espaços onde o professor atua. A defesa da expansão do ensino superior,
discurso recorrente no governo Lula da Silva, é incorporada pela lógica do capital no
projeto de desconstrução da consciência crítica e do atrelamento das universidades aos
princípios da produção capitalista.
A prática educativa, então, modifica-se e a universidade neoliberal ganha plena
execução, minando a autonomia progressista, intrinsecamente ligada à que seria a
produção do conhecimento e do pensamento livre, lócus por excelência do exercício da
reflexão crítica e da resistência que tem sido, ao longo dos anos, a universidade.
No próximo item abordaremos o PROUNI como um dos carros-chefes do PDE,
conduzindo um novo patamar no ensino superior privado do país.
3.2.1 Carro-chefe do PDE: o PROUNI e o acesso pelo ensino superior
privado.
O PROUNI pretende expandir o acesso à universidade daqueles que não
conseguem ingressar no serviço público federal. O governo Lula da Silva criou um
mecanismo que vincula bolsas de estudo, promovendo a isenção fiscal às universidade
que liberarem bolsas.
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Segundo o PDE,
O PROUNI estabelece que as instituições beneficiadas por isenções fiscais
passem a conceder bolsas de estudos na proporção dos alunos pagantes por
curso e turno, sem exceção. Ficou estabelecido que só haveria dois tipos de
bolsas – integral ou parcial de 50% – e que os beneficiários fossem
selecionados pelo ENEM. A concessão da bolsa teria como único critério o
mérito. Além disso, foi definido o perfil socioeconômico dos bolsistas:
egressos de escola pública com renda familiar per capita de até um salário
mínimo e meio para bolsa integral e de até três salários mínimos para bolsa
parcial de 50%.
Essa política permite que o estudante coloque uma segunda opção para a escolha
de universidade. O governo propõe isenção fiscal àquelas universidades privadas que
aderirem ao PROUNI. A isenção que serviria para a expansão de qualidade nas
universidades públicas garante a expansão desenfreada das universidades privadas 3.
A proposta curricular neste sentido volta-se para formação para o trabalho
descolado da proposta de ensino, pesquisa e extensão pelas universidades públicas.
Nesse sentido, a universidade neoliberal garante o acesso, mas sem a qualidade
socialmente referenciada4.
O PDE entende que a política educativa deva ser garantida de vários modos e
mecanismo de acesso. A argumentação parte de uma ausência de política unificada para
o ensino superior, interrompendo, com isso, o pleno acesso da classe trabalhadora.

Por falta de regulamentação, no período entre 1988 e 2004, enquanto as


isenções eram usufruídas, mais de um milhão de bolsas de estudo deixaram
de ser concedidas. Hoje, a situação é outra. O avanço pode ser atestado pelo
número de estudantes que passaram a fazer a prova do ENEM a cada ano –
cerca de três milhões. O desempenho dos bolsistas do PROUNI no Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), um dos componentes
do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), é
sistematicamente superior ao desempenho dos alunos pagantes, o que
demonstra cabalmente que a questão do acesso foi tratada corretamente: os
alunos não chegavam à educação superior por uma questão econômica, não
por falta de méritos. O impacto do PROUNI sobre a qualidade da educação
superior não pára por aí. Outros efeitos positivos logo se farão notar.
(DOCUMENTO OFICIAL, 2007, p.29).
Os formuladores do PDE acreditam que investindo em acesso garante a
qualidade. E ainda, a política curricular como parte da política educativa altera-se pela
quantidade desproporcional de estudantes em sala. No REUNI, a proporção ultrapassa a
relação estabelecida pelo próprio programa de 18/1. A questão do estudante não
3
Para um estudo sobre os dados quantitativos da insenção fiscal ver o estudo do ANDES-
Sindicato Nacional. http://pt.scribd.com/doc/83229233/A-contra-reforma-da-educacao-superior-ANDES.
Acesso em agosto de 2012.
4
Maiores informações ler: http://pt.scribd.com/doc/83229233/A-contra-reforma-da-educacao-
superior-ANDES. Acesso: agosto de 2012.
13
adentrar nas universidades públicas não se resume ao aspecto econômico. A educação
sofre um sucateamento estrutural e curricular, pois lhe é impedido à apropriação de
instrumentos do conteúdo racionalizado burguês para ter acesso a espaços de
conhecimentos (e, inclusive em atividades produtivas) institucionalizados. Com isso, a
entrada desses estudantes fica impossibilitada. O custo para se manter nas universidade
também é outro fator que influencia. Não há prioridade de investir em assistência
estudantil, com o intuito de garantir até o termino dos estudos, fazendo com que haja
evasão do espaço formal de ensino. Se o governo investisse no aumento do Plano
Nacional de Assistência Estudantil, que de acordo com a categoria estudantil, seria para
2 bilhões haveria um aumento das bolsas, gratuidade do restaurante universitário,
expansão de creches universitárias, além do transporte gratuito. Essas e outras medidas
garantiriam o estudante a permanecer nas universidades.
O PDE, portanto congrega as políticas educativas e, por conseguinte as politicas
curriculares, alterando incisivamente a forma e o conteúdo a ser trabalhado nas
universidades. Acreditamos que atualmente haja uma consolidação e aprofundamento
da universidade neoliberal, na medida em que essas politicas vêm ganhando novos
contornos e rearranjos alterando o ensino superior do país.

4 Considerações finais:
O presente artigo apresentou a articulação com o REUNI e o PROUNI como
uma política curricular que consolida a universidade neoliberal. O PDE, que não abarca
somente esses dois programas, representa um plano que visa melhorias de acesso e do
conteúdo (currículo) nas universidades. Com isso, PROUNI e REUNI são os programas
que mais recebe incentivo, sendo considerado pelo governo como uma das políticas
educacionais mais bem sucedidas, portanto é o carro-chefe do PDE.
Acreditamos que as politicas neoliberais para educação ganharam este contorno
no Brasil a partir da sua alteração nos grandes países capitalistas, sobretudo o continente
europeu. Nesse sentido, a maneira como os organismos internacionais organizaram a
alteração nos países latino-americanos propiciaram adequação aos moldes como se
implementava a politica neoliberal para o ensino superior europeu.
Com isso, a universidade neoliberal, consolidada pela investida final do
neoliberalismo que seria a alteração no currículo, aprofunda-se e obrigando os
professores a deflagrarem greve para romper com a lógica aligeirada da formação dos
estudantes universitários.
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