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RATIFICAÇÃO IMPERFEITA
Sempre o presidente da republica ratifique um tratado sem que, em momento
anterior, hajam sido cumpridas, ou tenham-no sido defeituosamente, determinadas
formalidades constitucionalmente previstas. Se for esse o caso, estaremos perante as
chamadas ratificações imperfeitas.
Como exemplos de ratificações imperfeitas, em Portugal, podemos considerar os
seguintes exemplos:
- Ratificação do PR sem prévia aprovação do tratado pela Assembleia da Republica;
- Um excesso de forma traduzido na aprovação do tratado por intermedio da lei, e não
através de resolução da AR como prevê a CRP, seguindo-se a subsequente ratificação
pelo PR;
- Ratificação pelo chefe de estado, a despeito do não cumprimento das exigências
procedimentos no que respeita à designação dos plenipotenciários.
- Ratificação pelo PR, sem que na negociação do tratado tenham participado os
governos reginais, estando em causa matéria de interesse especifico para as Regiões
Autónomas. Art.46º nº1 nº2 da CV
Não se permite a um estado evocar uma ratificação imperfeita, se o fizer estará a
alegar a violação de um preceito do seu direito interno, respeitante à competência
para a conclusão dos tratados. A ratificação imperfeita tornar-se-a num vicio
pertinente e dará origem à invalidade da convenção.
COSTUME
Consiste na adoção continuada e uniforme de certos atos que se denominam
precedentes. Assim, será urgente que os sujeitos de direito internacional pratiquem ou
omitam determinados comportamentos, fazendo-o de forma similar durante um lapso
de tempo mais ou menos alargado. Traduz o sentimento, experimento por aqueles
que levam a cabo os aludidos comportamentos, de que a sua conduta é obrigatória,
isto é corresponde a uma exigência de justiça. É acompanhado também de um
sentimento de obrigatoriedade.
COSTUMES SELVAGENS
Os costumes selvagens, são normas costumeiras que se formam mais rápido, são
opostas ao conhecimento tradicional. Estas, resultam de uma inversão no processo
formativo dos costumes do passado. Evidenciam por assim dizer, uma originalidade no
respetivo procedimento de constituição.
Sempre se evidenciou que uma norma costumeira só pela conjugação do elemento
material ou objetivo com o elemento subjetivo e ou psicológico, e provada que
estivesse a precedência do primeiro em relação ao segundo, tornando-se perfeita.
Cedo, tornou-se impossível a compatibilização entre a lentidão do processo tradicional
de formação do costume e as crescentes exigências de rapidez e prontidão que a
realidade social coloca ao direito internacional. Estes emergiam práticas novas na
comunidade internacional.
Questiona-se a legitimidade de um processo de formação oposto, ao seja, de uma
prévia convicção de obrigatoriedade a que se seguirá a progressiva sedimentação.
Admitindo-se como válida esta inversão dos elementos integradores do procedimento
de elaborar as normas consuetudinárias, estaríamos na presença dos mencionados
costumes selvagens.
O costume selvagem estaria assim então em oposição aos costumes tradicionais.
- Quanto ás fontes de direito , o modelo da carta das nações unidas trouxe consigo expansão do
quadro de fontes tradicional. Ao costume e aos tratados bilaterais do modelo clássico, haverá agora que
acrescentar o costume “selvagem”, os tratados multilaterais e as resoluções das organizações
internacionais.
As chamadas convenções internacionais, por outro lado, cessam de ser apenas bilaterais.
O recurso aos tratados multilaterais celebrados entre mais do que 2 partes, torna se cada vez mais
frequente nesta fase de desenvolvimento do direito internacional.
As organizações internacionais têm hoje uma personalidade jurídica distinta da dos Estados membros,
vendo que o poder de emitir atos normativos de alcance geral ou individual, se conta entre os corolários
daquele atributo.
A designação mais apropriada para aqueles atos é o termo resolução. As resoluções podem ser de
diversa natureza, em função da maior ou menor vinculatividade de que se revistam, assumindo,
designadamente a forma de decisões, recomendações ou pareceres.
- o recurso à força nas relações internacionais era considerado legitimo, ou eram débeis os limites
impostos ao estado, no modelo moderno caracteriza-se pelo lugar proeminente que no edifício
normativo do direito internacional passa a ocupar o principio da proibição do recurso à força nas
relações internacionais.